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Universidade Save
Chongoene
2021
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Universidade Save
Chongoene
2021
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Índice
0.0 Introdução..................................................................................................................................2
0.1 Delimitação do Tema.................................................................................................................3
0.2 Objectivos..................................................................................................................................3
0.2.1 Objectivo geral........................................................................................................................3
0.2.2 Objectivos específicos............................................................................................................3
0.3 Metodologia de pesquisa...........................................................................................................3
1.0 Teorias de Aprendizagem..........................................................................................................5
1.1 Teorias Socio-interacionismo de VYgotsk,...............................................................................5
1.2 Teoria Construtivismo de Piaget,..............................................................................................5
1.3 Corrente Humanista de Aprendizagem,.....................................................................................6
1.4 Aprendizagem significativa de Ausubel;...................................................................................6
1.5 Saberes Locais na abordagem de autores moçambicanos.........................................................7
1.6 Os Saberes Locais Vs Educação Geográfica.............................................................................8
1.7 Descrição Geográfica do distrito de Chibuto.............................................................................9
1.7.1 Descrição físico-geográfico....................................................................................................9
1.7.2 Caracterização Sócio-Económica.........................................................................................11
1.8 Saberes Locais do posto administrativo de Chibondzane........................................................12
1.9 Enquadramento dos Saberes locais nos Programas de Ensino de Geografia..........................13
1.10 Métodos de Integração dos Saberes Locais na Educação Geográfica...................................13
1.11 As Novas Tendências Didácticas Metodológicas de Ensino de Geografia...........................14
1.12 Desafios do sector de educação na integração dos saberes Locais........................................14
2.0 Considerações Finais...............................................................................................................15
2.1 Propostas e Sugestões..............................................................................................................15
3.0 Bibliografia..............................................................................................................................16
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0.0 Introdução
Segundo LYOTARD (1989:47), os saberes locais são a base do meio humano vivido como
constitutivo do conteúdo e eles são solidificados e cristalizados pelas comunidades para a sua
transmissão às gerações vindouras. É nesta perspectiva que surge o seguinte projecto de pesquisa
científica com tema: “A recolha dos Saberes Locais no Contexto da Educação Geográfica em
distrito de Chibuto”. Com principal objectivo de Recolher os saberes locais no distrito de
Chibuto e enquadrar no ensino de geografia no contexto da educação geográfica; onde primeiro
vamos trazer uma abordagem sobre as teorias de aprendizagem na perspectiva dos saberes locais;
a abordagem dos saberes locais na visão dos autores moçambicanos; vamos ainda descrever os
elementos que compõem a parte física geográfica e sócio demográfico do distrito de Chibuto,
para trazer a coerência entre actividades desenvolvidos numa determinada área geografia com
condições regionais típicas e com o conhecimento científico da causa; vamos ainda descrever os
métodos de Integração desses Saberes Locais no contexto da Educação Geográfica; olhando para
as novas tendências didácticas metodológicas de ensino de Geografia e os seus desafios.
Para tornar-se a realidade este projecto cingimos nos dois método de procedimentos para recolha
de dados, refiro me a pesquisa bibliográfico e documental com base na técnica de observação
directa, que permitiu visualizar o perfil do distrito de Chibuto quanto as condições físico
geográficos existentes e as principais actividades desenvolvidas dia após dia nesta área.
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0.2 Objectivos
0.2.1 Objectivo geral
Recolher os saberes locais no distrito de Chibuto no contexto da educação geográfica.
0.2.2 Objectivos específicos
Explicar a fundamentação das Teorias da aprendizagem na visão dos seus defensores
Explicar a fundamentação dos Saberes Locais na abordagem de autores
moçambicanos;
Descrever o distrito de Chibuto
Identificar os Saberes Locais existente no distrito de Chibuto
Explicar o enquadramento dos Saberes locais nos Programas de Ensino de Geografia
Explicar métodos de Integração dos Saberes Locais na Educação Geográfica.
Identificar as novas tendências didácticas metodológicas de ensino de Geografia.
Esta teoria sustenta ainda que os alunos não devem ser ensinados pela exposição da matéria,
porque o conhecimento é construído activamente pela aprendizagem da matéria e não é uma
recepção passiva a partir do meio ambiente. Pode se entender também que, na aprendizagem em
que o aluno tenta construir por si só o seu próprio conhecimento, o mesmo faz descobertas que o
induzem a entender melhor as lacunas inquietantes e de mesma forma superá-las.
De acordo com AUSUBEL (p.17) citado por Mahumane, (2012), A aprendizagem significativa
subdivide-se em:
Representacional (capacidade de dar significados a símbolos ou objectos), Conceitos
(capacidade de representar abstracções genéricas e categóricas dos atributos essenciais dos
referentes) e Proposicional (capacidade de formular e compreender proposições a partir do
significado dos conceitos).
obrigação de ensinar esse saber. O saber escolar é abrangente e prático e diz respeito à vida da
localidade”.
A relação que o autor que se tem vindo a citar faz entre o saber local e o saber científico é
legítima porque o saber se auto-afirma como saber científico recorrendo ao saber local, por isso
este afirma ainda que o "saber científico não pode saber e fazer saber que ele é o verdadeiro
saber sem recorrer ao outro saber narrativo, que é para ele o não saber e em caso de ausência
ele é obrigado a pressupor-se a si mesmo, caindo assim no que condena a repetição do próprio,
o preconceito". No entanto, querendo mostrar que para a construção do saber científico é preciso
recorrer-se a outras formas de saber que são empíricas de forma a avançar com a sistematização,
GEERTZ (1997:10), defende que “as formas de saber são sempre e inevitavelmente locais,
inseparáveis de seus instrumentos e de seus invólucros”. Contudo, esta abordagem que o autor
coloca nos remete a ideia de que os saberes locais se manifestam através de uma série de formas
simbólicas, facilmente observáveis, um repertório elaborado de designações que se manifestam e
se sistematizam no processo de ensino e aprendizagem.
O saber local corresponde ao conjunto de conhecimentos, práticas, atitudes, habilidades e
experiências que se transmitem e se comungam num determinado grupo humano. São aqueles
que reflectem a realidade vivenciada pelo aluno no seu dia-a-dia nas suas diversas actividades,
nomeadamente: comercio, habitações, agricultura e pesca, sendo estes conteúdos que podem ser
inseridos na escola produzidos localmente. ﴾MAHUMANE 2012:7)
A designação "Chimbuntsu", actualmente Chibuto, tem a sua origem numa pequena elevação,
que no tempo do Régulo Chigonguanhane Macuácua era considerada um sítio de cultos
tradicionais para evocação dos espíritos pedindo chuva. Estas cerimónias datam de tempos
remotos de Mulalene, primeiro Régulo, que foi sucedido por Chigonguanhane.
Distrito de Chibuto, ascendeu ao estatuto de Cidade em 08 de Outubro de 1971.
As principais culturas alimentares são: Mandioca, Arroz, tomate, milho, feijão nhemba,
amendoim, avicultura e hortícolas.
Parte considerável das hortícolas disponíveis nos mercados do Distrito de Chibuto, provém do
Distrito de Chókwè, o que mostra a fraca capacidade de suprimento interno, que pode estar em
parte relacionada ao fraco uso de tecnologias melhoradas.
Por tecnologias melhoradas entende-se o uso da mecanização agrícola, sementes melhoradas,
métodos de irrigação adequados, fertilizantes e pesticidas, combinados com tecnologias
adequadas de conservação ambiental e mão-de-obra, com vista ao aumento da produção e
produtividade
De forma geral, a produção em áreas não superiores a 1 ha é praticada na sua maioria pelas
mulheres para o consumo familiar e realizam a sementeira das hortícolas como tomate, cebola,
cenoura e alface, sem o uso do tractor para a preparação da área de produção. O cultivo é
realizado na época fresca11, havendo contudo, os que preferem semear em períodos quentes12.
Já em áreas superiores a 3 ha, na qual os homens predominam, são cultivados na maioria das
vezes o tomate e o milho intercalados nas épocas fresca e quente respectivamente. Os cultivos
são realizados com o uso de tractores e sistemas de irrigação, e a produção é destinada a venda.
locais não tem um método estruturado que possa regular a pedagogia local como um saber
escolar, portanto através da exploração dos saberes locais nas aulas de Geografia pode se
estabelecer uma reestruturação de acordo com a combinação deste com os programas de ensino
estabelecidos a nível central.
A reestruturação deve ser feita em jeito de transposição didáctica durante a planificação de aulas,
de modo a priorizar os exemplos locais de um conhecimento do quotidiano dos alunos, desta
forma o professor não precisará de recorrer a exemplos de uma região distante enquanto ao redor
do aluno existe aspectos que podem facultar a aprendizagem do aluno.
Propomos que haja aulas práticas para convergir os saberes locais com o conteúdo escolar na
prática.
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3.0 Bibliografia.
BASÍLIO, Guilherme. Os Saberes Locais e o Novo Currículo do Ensino Básico, Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo em convenio com a Univewrsidade Pedagógica de
Moçambique, 2006
DELORS, J, Educação no Século XXI: Um Tesouro a Descobrir: Relatório da UNESCO para
omissão Internacional sobre a Educação do séc. XXI. Lisboa: ASA. 1996
GEERTZ, C. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Petrópolis. Ed.
Vozes. 2000
LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científica. 6ª Edição. Atlas editor. São Paulo,
2009.
AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes,
LYOTARD, Jean-François, A Condição Pós-Moderna: Trajectos. Lisboa: Gradiva, 1989.
MAHUMANE, Américo. A. O Papel do Saber Local no Processo de Ensino e Aprendizagem de
Geografia: Caso do Iº Ciclo na Escola Secundaria de Xai-Xai. Monografia científica. UP, 2012
MCLAREN, Peter, Multiculturalismo Crítico: prospectiva: São Paulo: Cortez, 2000.
MUCHANGOS, Aniceto dos. Moçambique, paisagens e regiões naturais. Maputo, S.ed.,1999.
PACHECO, José Augusto. Componentes do processo do desenvolvimento do curriculo. Braga:
livraria Minho.1999
PIAGET, J. INHELDER, B., O Desenvolvimento das Qualidades Físicas na Criança, Rio de
Janeiro, Zahar Editores, 1971.
PRODANOV, Cléber Cristiano e FREITAS, Ernâni Cesar: metodologia do trabalho Científico
Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Académico, 2ª edição, Rio Grande do Sul, Brasil,
2013;
ROGERS, Carls R. Liberdade de aprender em nossa década. Porto Alegre: Artes Médicas,
1985.