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Universidade Save
Extensão da Massimga
Tchaina Lissai
Massinga
2020
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UNISAVE MASSINGA
Tchaina Lissai
Massinga
2020
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Índice
1.Introdução........................................................................................................................4
1.2.Objectivos.....................................................................................................................5
1.2.1.Objectivo Geral..........................................................................................................5
1.2.2.Objectivos específicos...............................................................................................5
1.3.Metodologia..................................................................................................................5
2.Saberes Locais.................................................................................................................6
2.1.Processo de Ensino.......................................................................................................6
2.2.Processo de Ensino em Geografia................................................................................7
3.Categorias dos saberes locais e sua integração no ensino de Geografia..........................7
3.1..Relação dos saberes locais com os conteúdos escolares no ensino de Geografia.......9
4.Métodos de disseminação dos saberes locais no ensino do Geografia..........................10
5.Papel do professor na integração do saber local............................................................10
6.Importância dos saberes Locais no ensino de geografia................................................12
7.Conclusão.......................................................................................................................13
8.Referências Bibliográficas.............................................................................................14
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1.Introdução
A geografia é uma ciência que tem como objecto de estudo a superfície terrestre e
proporciona à sociedade uma visão de relações homem-natureza quanto ao espaço, suas
transformações em benefício a si próprio e aos demais. Neste contexto, a geografia fornece à
sociedade uma visão mais ampla e profunda em relação ao ambiente circundante e suas
transformações, onde a mesma mostra a sua contribuição na construção de uma sociedade
igualitária, a qual tem como finalidade auxiliar na formação de cidadãos conscientes, activos
e dotados de opinião própria.
1.2.Objectivos
1.2.1.Objectivo Geral
Compreender os saberes locais face ao ensino de Geografia.
1.2.2.Objectivos específicos
Descrever as categorias dos saberes locais.
1.3.Metodologia
No trabalho usou-se como método de recolha de dados a Leitura Exploratória e a Pesquisa
Bibliográfica que são desenvolvidos com base em material já elaborado constituídos
principalmente de livros e artigos científicos, para dados quantitativos e de abordagem
científica o método Dedutivo que parte de conteúdo geral para o particular.
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2.Saberes Locais
De acordo com Lyotard (1989:43), os saberes se fundamentam na competência que excede a
determinação e aplicação do mero critério da verdade.
O Saber é aquilo que torna qualquer pessoa capaz de proferir bons enunciados avaliativos.
O termo “Local” referido no contexto do saber local não se refere apenas ao espaço
localizado geograficamente, mas das origens dos discursos educativos produzidos por
pessoas de uma determinada comunidade, ou seja, refere-se aos discursos de origem
comunitária que desempenham uma função na educação dos jovens da mesma comunidade
(Mahumane, 2012)
2.1.Processo de Ensino
No seu conceito etmológico ensinar (do latim “signare”) é gravar ideias na cabeça do aluno e
no seu conceito tradicional ensinar é transmitir conhecimentos (Piletti, 1999).
Este processo tem como finalidade proporcionar aos alunos os meios para que assimilem
ativamente os conhecimentos (Libâneo, 1994).
Ela possui alguns conceitos chaves capazes de sintetizar o seu objectivo, como ciência social
a geografia tem como sua preocupação o estudo da sociedade.
Desta forma, conhecer o aluno como ser sócio-cultural, mapear os cenários exteriores da
Geografia escolar com os quais os alunos vivenciam seu tempo, seu espaço e seu mundo,
pensar sobre seus olhares em relação à Geografia no espaço escolar, e comunitário são
proposições para se pensar essa disciplina e ampliar as reflexões sobre as dimensões do
currículo, conteúdo-forma e o ensino-aprendizagem oferecidos aos alunos. Reflectir sobre o
ensino da Geografia, partindo da consciência da época em que vivemos, significa pensar
também no aluno que está em sala de aula como sujeito desse contexto histórico-cultural
complexo e dinâmico (Mahumane, 2012)
Aprender a conhecer
Aprender a fazer
Aprender a viver juntos ou aprender a viver com os outros.
Aprender a Ser.
I. A primeira categoria, aprender a conhecer, oferece ao aluno a estrutura lógica que
lhe permite ler e interpretar o mundo. Com este saber o aluno compreende o ambiente
que lhe rodeia; sendo que sob ponto de vista local os mais velhos ensinam os mais
novos a interpretar os fenómenos como a chuva, doenças, falta de chuva, origem dos
lugares míticos e os rios mais importantes da comunidade.
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O aumento de saberes sob diversos aspectos leva a compreender melhor o ambiente, favorece
o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e compreende o real
mediante a aquisição de autonomia na capacidade de discernir.
II. Relativamente, o aprender a fazer responde à questão como se faz algo e está ligado
ao profissionalismo, isto é, é um saber prático.
No contexto geográfico, este tipo de saber materializa-se na medida em que o aluno antes de
aprender na escola, tem conhecimento de técnicas de combate à erosão na sua comunidade
(usa sacos, planta relva, abre canais de circulação de água entre outras), conhece e cuida das
florestas e lugares sagrados da sua comunidade, pratica a agricultura, sabe quando e como
colocar a semente na agricultura, todavia lhe falta saber o porquê de colocar a semente
naquele lugar e não noutro; porque é que um solo produz e outro não; saber quando e quais os
sinais da chuva, mas não sabe porque é que em um momento chove e noutro não; enfim
conhece os objectos e não os conceitos, desta forma o papel dos educadores deve ser de
conciliar o objecto conhecido pelo aluno com o conceito contido nos programas de ensino
criando, deste modo, um espaço de coexistência.
III. É importante aprender a viver junto para levar o aluno a tomar consciência das
semelhanças e da interdependência entre os seres humanos e o meio onde vive.
Este saber do ponto de vista geográfico, leva o aluno a reconhecer-se como um ser social e
que deve respeitar as dinâmicas populacionais com os recursos que o meio disponibiliza para
a sobrevivência, e sob ponto de vista local, leva o aluno a aprender e ocupar de forma sádia o
espaço geográfico e os outros elementos espaciais como partes integrantes do mesmo sistema
e que precisa-se respeitar e reconhecer os seus atributos diante de todo um conjunto, vivendo
em harmonia com a natureza e os outros seres.
Para explicitar a relação entre os saberes locais e escolares apresenta-se um quadro baseado
na tipologia de Delors:
(conhecimento)
ambientais.
O saber local dá-se dentro do universal e vice-versa, pois segundo Mc Laren (1999: 81)
“Enquanto as educadoras devem afirmar os conhecimentos sociopolíticos e os
posicionamentos éticos-locais dos seus alunos, o conteúdo da totalidade não pode ser
abandonado completamente”. Portanto, a falta de coexistências entre o saber local e o escolar
pode se traduzir num fracasso para o aluno. Esta ideia é igualmente partilhda por Capece
apud Forquin (2001: 142) ao afirmar que: “O fracasso escolar das crianças dos bairros
desfavorecidos exigia uma abordagem pedagógica radicalmente nova, que devia apoiar
sistematicamente nas características culturais da comunidade na qual vive a criança e
procurar estabelecer uma coerência entre a escola e o meio”.
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Lyotard (1989:93), relaciona o saber local com o saber científico, entendendo que “o saber
científico não é só o conjunto de enunciados, mas também o saber voltado à vida quotidiana e
a escola tem a obrigação de ensinar esse saber. O saber escolar é abrangente e pratico e diz
respeito a vida da localidade”.
A relação que o autor acima referido faz entre o saber local e o saber científico é legítima
porque o saber se auto-afirma como saber científico recorrendo ao saber local, por isso ele
advoga também que “o saber científico não pode saber e fazer saber que ele é verdadeiro
saber sem recorrer a outro saber, narrativo, que é para ele o não saber, cuja ausência ele é
obrigado a pressupor-se a si mesmo, Caindo assim no que condena, a repetição do próprio,
o preconceito”.
De certo modo os saberes locais não tem um método estruturado que possa regular a
pedagogia local como um saber escolar, portanto, através da exploração dos saberes locais
nas aulas de Geografia pode se estabelecer uma reestruturação de acordo com a combinação
deste com os programas de ensino estabelecidos (Ibidem).
oriundos de sua própria actividade docente a partir da qual ele a estrutura e a orienta (Zibete;
Sousa, 2007: 250).
O professor como pesquisador deve estar aberto e ouvir a turma e assumir o papel de
aprendiz, entendendo que quem mais precisa aprender é aquele que ensina, ou seja, aprender
a aprender; nesta ordem o professor ao explorar a realidade próxima dos alunos veiculada nos
saberes locais estará a aprender e fazer aprender os seus alunos (Ibidem).
É nesta ordem que o ensino actual requer um professor reflexivo, capaz de estar em
permanente evolução e actualizado com os acontecimentos, deve antecipar-se às necessidades
dos educandos para prepará-los de maneira adequada, torná-los aptos para enfrentarem novos
desafios e prontos a assumirem o papel de disseminadores de uma cultura que vise minimizar
as diferenças e possibilitar ao homem de hoje compreender, viver e enfrentar as realidades
actuais, visto que a prática pedagógica, que é o fazer diário do professor, depende não apenas
dos conhecimentos formais, adquiridos principalmente nos cursos de formação, mas
essencialmente depende das observações diárias que o professor faz do seu próprio trabalho,
dos seus alunos, da escola, da sociedade e da reflexão diária que impõe todo trabalho
pedagógico (Ibidem).
Na prática reflexiva quando o professor investe na capacidade dos alunos, onde o professor-
aluno e aluno-aluno conferem pleno sentido à co-responsabilidade no processo de ensino
aprendizagem, trilha o caminho do conhecimento. Para isso é fundamental a exploração da
realidade próxima do aluno, motivando-o para a pesquisa e descoberta.
Assim sendo, a compreensão do aluno deve abranger aos processos formadores do espaço
geográfico observando e entendendo a relação homem-meio.
dúvidas e avalia resultados; aliado a isso; é importante que o professor tenha a sensibilidade
de reconhecer e compreender a capacidade cognoscitiva de seus alunos, isto é, não limitar-se
à aplicação exaustiva do conteúdo, mas voltar-se para o facto do aproveitamento daquilo que
o aluno pode desenvolver em sala de aula (Mahumane, 2012).
7.Conclusão
Para a formação de um cidadão íntegro e participativo de uma determinada sociedade é
preciso explorar os saberes veiculados localmente em consonância com os escolares de forma
a contribuir para a resolução dos problemas e melhoria da vida das comunidades, visto que
onde está o problema, por vezes, está a solução do mesmo, só basta explorar os respectivos
mecanismos de resolução.
A exploração da vivência do aluno, no entanto, não pode ser alheia à sua condição sócio-
cultural. Dessa forma, o conhecimento prévio do aluno deve ser tido como ponto de partida
do estudo geográfico para que a conciliação entre saberes escolares e locais seja o ponto de
chegada, sem deixar de lado o importante papel do professor durante este processo.
8.Referências Bibliográficas
Capece. O (2001). Resgate do saber nas comunidades locais para a melhoria da qualidade
Mclaren, P. (1999). Multiculturalismo crítico. 2. ed. São Paulo, Brasil. Editora Cortez.
Piletti, C. (1999). Didática Geral, 21a ed. São Paulo, Brasil. editora ática