Você está na página 1de 15

Índice

1.Introdução .................................................................................................................................... 3

1.1.objetivo geral ............................................................................................................................ 3

1.2.Objectivos específicos .............................................................................................................. 3

1.3.Metodologia .............................................................................................................................. 3

2.Competência interpessoal ............................................................................................................ 4

2.1.Importância da competência interpessoal ................................................................................. 6

2.2.Participação no grupo ............................................................................................................... 8

2.3.Competência interpessoal e liderança ....................................................................................... 9

2.4.Relação da competência interpessoal e liderança ................................................................... 11

2.5. Eficácia nas relações interpessoais ........................................................................................ 12

3.Conclusão................................................................................................................................... 15

4.Bibliografia ................................................................................................................................ 16
3

1.Introdução

Para serem bem-sucedidos em sua actuação profissional, os indivíduos necessitam adquirir uma
adequada competência técnica, a qual envolve conhecimentos, habilidades e atitudes específicos
da profissão. No entanto, não basta apenas tal tipo de competência, sendo importante também o
desenvolvimento da competência interpessoal. Na definição de Moscovici1, esta consiste na
“habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de
forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação”.

No ambiente complexo e interconectado de hoje, as habilidades interpessoais desempenham um


papel crucial em todos os aspectos da vida, desde as interacções cotidianas até o sucesso nos
ambientes profissionais. Este trabalho explora quatro áreas interligadas e fundamentais para o
desenvolvimento e aprimoramento das habilidades interpessoais: Competência Interpessoal,
Participação no Grupo, Competência Interpessoal e Liderança, e Eficácia nas Relações
Interpessoais.

1.1.objetivo geral

 O objectivo geral deste trabalho é explorar e analisar as diferentes dimensões da


competência interpessoal, incluindo participação em grupos, liderança interpessoal e
eficácia nas relações interpessoais.

1.2.Objectivos específicos

 Explorar os conceitos-chave relacionados à competência interpessoal, como comunicação


eficaz, empatia, resolução de conflitos e habilidades de liderança;
 Analisar a importância da participação em grupos e equipes para alcançar objectivos
comuns, destacando a contribuição individual e as dinâmicas de grupo;
 Investigar as características e habilidades essenciais de liderança interpessoal,
identificando estratégias para inspirar e influenciar positivamente os membros da equipe.

1.3.Metodologia

A metodologia adoptada para este trabalho foi composta por uma abordagem mista, combinando
pesquisa teórica e prática. Revisão da literatura, uma consulta a bibliográfica e uso de internet.
4

2.Competência interpessoal

Para alguns autores, a maioria de origem norte-americana, que desenvolveram seus trabalhos nos
anos 1970, 1980 e 1990, competência é o conjunto de qualificações (underlying characteristics)
que permite à pessoa uma performance superior em um trabalho ou situação, segundo Fischer,
formaram a base dos trabalhos da McBer, mais tarde Hay McBer, importante consultoria em
competência. As competências podem ser previstas e estruturadas de modo a se estabelecer um
conjunto ideal de qualificações para que a pessoa desenvolva uma performance superior em seu
trabalho.

Com essa abordagem, Ainda o autor resume o conceito de competência sendo “um cluster de
conheci mentos, skills e atitudes relacionadas que afectam a maior parte de um job (papel ou
responsabilidade), que se correlaciona com performance do job, que possa ser medido contra
parâmetros bem aceitos, e que pode ser melhorada através de treinamento e desenvolvimento”.

Segundo Dutra essa abordagem foi disseminada no Brasil nos anos 1980 e início dos anos 1990
associada à ideia de perfil de conhecimentos, habilidades e atitudes necessário para que
determinada pessoa pudesse ter uma boa performance em seu cargo.

Silva et al. (2007) aponta que toda relação interpessoal mobiliza processos psíquicos e o que se
verifica, na prática, é que a vida cotidiana é caracterizada pela vida em grupo. A todo momento o
indivíduo convive e se relaciona com outras pessoas em diferentes lugares, formam grupos por
afinidades e aproximações como família, escola, igreja e trabalho. “Os seres humanos são
essencialmente seres sociais, instintivamente motivados por uma necessidade de se relacionar. É
nessa interacção que descobrem suas próprias capacidades e as exercitam” (CARVALHO, 2009,
p. 72).

Segundo Moscovici (1985, p.27), “a competência interpessoal é a habilidade de lidar


eficazmente com as relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às
necessidades de cada uma e às exigências da situação”. Ou seja, é a forma com a pessoa se
relaciona com os outros, está relacionada aos comportamentos e atitudes que interferem no
convívio com as pessoas. De acordo com o mesmo autor, o processo de interacção humana é
complexo e ocorre permanentemente entre pessoas, sendo a forma mais frequente e usual
representada pelo processo de comunicação, seja verbal ou não-verbal.
5

Moscovici (2013) assegura que quanto mais detalhada for a visão que uma pessoa tem de si
mesma, melhor será sua visão interpessoal e sua habilidade de lidar com situações interpessoais,
envolvendo flexibilidade perceptiva e comportamental para ver os vários ângulos existentes em
uma mesma situação e actuar de forma diferenciada e não rotineira. De acordo com a autora,
diversas ferramentas fundamentais para a gestão das organizações somente apresentarão
resultados satisfatórios se o gestor/líder e seus liderados possuírem suas competências
interpessoais bem desenvolvidas (Moscovici, 2013).

Dois componentes da competência interpessoal assumem importância capital: a percepção e a


habilidade propriamente dita. O processo da percepção precisa ser treinado para uma visão
acurada da situação interpessoal. Isto significa um longo processo de crescimento pessoal,
abrangendo autopercepção, autoconscientização, auto-aceitação como pré-requisitos de
possibilidades de percepção mais realística dos outros e da situação interpessoal. Esse
treinamento perceptivo não se realiza espontânea nem facilmente, mas requer treinamento
especial, demorado, é muitas vezes sofrido, exigindo coragem e disponibilidade psicológica do
treinamento no exercício de receber feedback.

O autoconhecimento só pode ser obtido com a ajuda dos outros, por meio de feedback, o qual
precisa ser elaborado para auto-aceitação de componentes do eu cego. Se o indivíduo tem
percepção mais acurada de si, então pode, também, ter percepção acurada da situação
interpessoal, primeiro passo para poder agir de forma adequada e realística.

A habilidade de lidar com situações interpessoais engloba várias habilidades, entre as quais:
flexibilidade perceptiva e comportamental, que significa procurar ver vários ângulos ou aspectos
da mesma situação e actuar de forma diferenciada, não-rotineira, experimentando novas condutas
percebidas como alternativas de acção. Desenvolve-se, concomitantemente, a capacidade criativa
para soluções ou propostas mais originais, menos convencionais, com resultados duplamente
compensadores: da resolução dos problemas e da auto-realização pelo próprio ato de criação,
altamente gratificante para as necessidades do ego (estima), na hierarquia de Maslow. Outras
habilidades consistem em dar e receber feedback, sem o que não se constrói um relacionamento
humano autêntico, conducente ao encontro eu-tu, de pessoa a pessoa, ao invés da relação eu-isto,
de sujeito a objecto, na concepção de Martin Buber. Assim, ampliam-se a capacidade perceptiva
6

e o repertório comportamental do indivíduo, saindo dos limites estreitos da conduta estereotipada


do dia-a-dia sem prazer.

Um terceiro componente da competência interpessoal refere-se ao relacionamento em si e


compreende a dimensão emocional-afectiva, predominantemente. Vários autores preocupam-se
com esse aspecto, entre os quais W. Bennis, que o expõe por meio de sua matriz de
conteúdo/motivação, na qual indica a combinação ideal: verdade/amor. Num relacionamento a
médio prazo, é preciso considerar o conteúdo cognitivo e a relação afectiva em qualquer situação
de conflito interpessoal. Muitas vezes, a solução é viável para o conteúdo cognitivo, mas afecta a
relação afectiva. O equilíbrio desses dois componentes é que fará com que o relacionamento não
sofra danos (às vezes irreversíveis) e até se torne mais forte e verdadeiro.

Competência interpessoal, portanto, é resultante de percepção acurada realística das situações


interpessoais e de habilidades específicas comportamentais que conduzem a consequências
significativas no relacionamento duradouro e autêntico, satisfatório para as pessoas envolvidas.

2.1.Importância da competência interpessoal

Moscovici (2002) destaca que a competência interpessoal é de extrema importância a todos os


profissionais, não só para aqueles que lidam directamente com o cliente. Segundo a autora,
mesmo que algumas pessoas tenham mais facilidade para se relacionar que outras, competência
interpessoal não é algo inata ao indivíduo. A competência interpessoal necessita de treinamento
especial de laboratório, onde indivíduos são reunidos para realizarem estudos a respeito deles
enquanto grupo (Moscovici, 2002).

Para a autora, competência interpessoal é acção contínua e evolutiva que almeja formar
liderança, dentre outros factores que proporcionam influência mútua entre o indivíduo e o social
(Moscovici, 2002).

Os grupos humanos necessitam líderes competentes para sobreviverem, crescerem e


desenvolverem seus recursos e potencialidades na consecução de seus objectivos. Da mesma
forma, as organizações sociais necessitam líderes competentes para sua sobrevivência,
crescimento e desenvolvimento cabal de recursos e potencialidades no alcance de objectivos
organizacionais.
7

A conceituação de "líder competente" no contexto organizacional está relacionada à cultura da


organização, a seus valores e normas, de forma explícita ou implícita. Os programas de
treinamento e desenvolvimento de recursos gerenciais, geralmente, são planejados e
implementados segundo uma filosofia de acção congruente com a cultura organizacional.

O gerente competente é eficaz no desempenho global de seu papel organizacional e não apenas
em uma parte dele. A competência técnica é, em geral, a parcela mais cuidada nos programas de
desenvolvimento gerencial, mas insuficiente, por si só, para um desempenho total e eficaz. A
competência interpessoal é absolutamente necessária para o exercício pleno das funções de
liderança, em qualquer contexto grupal e organizacional. Entretanto, este tipo de competência
tem sido, frequentemente, menosprezado como processo essencial de qualificação profissional
para funções de liderança.

Várias técnicas de gestão moderna só poderão apresentar resultados positivos se houver


competência interpessoal dos líderes/gerentes. Um exemplo notório é oferecido pela
"Administração por objectivos", na parte fundamental de "negociação de objectivos" entre líder e
liderado (gerente-subordinado).

Da mesma forma, a liderança democrática, participativa, é facilmente apreendida


intelectualmente, porém de difícil operacionalização prática sem treinamento especial de
Desenvolvimento Interpessoal. A liderança e a participação eficaz em grupo ficam
comprometidas se não há razoável competência interpessoal do líder e dos membros do grupo, o
que dificulta a comunicação efectiva, a possibilidade de dar e receber feedback e a produtividade
do grupo como um todo. O trabalho em equipa, fundamental para Desenvolvimento
Organizacional, não se concretiza em funcionamento real se os membros do grupo não
desenvolvem competência interpessoal.

Desenvolvimento gerencial, consequentemente, requer um modelo teórico baseado em uma


filosofia de acção social relacionada com a teoria administrativa adoptada, à concepção do papel
do gerente na organização e aos valores existentes e atraentes na cultura organizacional. Este
modelo determinará os objectivos do desenvolvimento gerencial para aquela organização e
orientará o planeamento, a implementação e a avaliação dos programas concernentes.

Desenvolvimento gerencial é acima de tudo um processo educativo e, como tal, sujeito aos
problemas de objectivos, tecnologia e recursos desejáveis e/ou disponíveis. Desenvolvimento de
8

gerentes tem de ser considerado como investimento, de retorno seguro e incontestável a médio e
longos prazos, mostrando, então, os acertos e desacertos de sua filosofia, planeamento e
implementação. Um frequente equívoco tem sido a visão curta (ou míope) de desenvolvimento
gerencial, com expectativas e desejos de resultados concretos e imediatos.

2.2.Participação no grupo

“Trabalhar é meio de prover sustento para o corpo e para a alma. No trabalho passamos a vida,
desenvolvemos nossa identidade, experimentamos situações, construímos relações, realizamos
nosso espírito criativo” (RIOS, 2008, p.1).

É no trabalho que as pessoas dispendem grande parte de suas vidas, por isso ocupa grande
importância individual e colectiva. “O trabalho, como parte do mundo externo ao sujeito e do seu
próprio corpo e relações sociais, representa uma fonte de prazer ou de sofrimento, desde que as
condições externas oferecidas atendam ou não à satisfação dos desejos inconscientes”
(MENDES, 1995, p.2). O homem está sempre em busca de sua satisfação, no ambiente
profissional não é diferente.

A participação em um grupo é uma parte fundamental da vida social e profissional. Envolve a


interacção activa e colaborativa com outros membros do grupo para alcançar objectivos comuns,
resolver problemas, tomar decisões ou realizar tarefas específicas. A qualidade da participação
de um indivíduo em um grupo pode ter um impacto significativo no sucesso do grupo como um
todo.

Uma participação eficaz no grupo vai além de simplesmente estar presente ou realizar tarefas
atribuídas. Envolve contribuir activamente para as discussões e actividades do grupo,
demonstrando engajamento, interesse e comprometimento.

Temos alguns aspectos importantes da participação no grupo:

 Contribuição activa: Participar activamente das discussões do grupo, compartilhando


ideias, experiências e perspectivas relevantes para os assuntos em pauta. Isso pode
envolver a geração de novas ideias, a apresentação de soluções para problemas ou a
oferta de insights que possam ajudar o grupo a alcançar seus objectivos.
 Colaboração: Trabalhar em equipa e colaborar com outros membros do grupo para
alcançar metas compartilhadas. Isso inclui estar disposto a ouvir as ideias dos outros,
9

contribuir para o progresso do grupo e apoiar os colegas quando necessário. A


colaboração eficaz promove um ambiente de confiança e respeito mútuo entre os
membros do grupo.
 Comunicação clara e eficaz: Expressar pensamentos e opiniões de forma clara e concisa
durante as interacções do grupo. Isso inclui ouvir atentamente os outros membros do
grupo, fazer perguntas quando necessário para esclarecer entendimentos e garantir que as
informações sejam transmitidas de maneira compreensível para todos.
 Resolução de conflitos: Abordar conflitos ou divergências de opinião de maneira
construtiva e respeitosa. Isso envolve identificar as causas subjacentes do conflito, ouvir
todas as partes envolvidas e buscar soluções que sejam mutuamente satisfatórias. A
resolução eficaz de conflitos promove a coesão e a harmonia dentro do grupo.
 Assunção de responsabilidade: Assumir responsabilidade pelas tarefas atribuídas e
cumprir os prazos estabelecidos. Isso inclui fazer a sua parte para garantir o progresso do
grupo e estar preparado para ajudar os outros membros quando necessário.
 Flexibilidade e adaptação: Estar aberto a mudanças, novas ideias e abordagens
diferentes. Isso permite que o grupo se ajuste às circunstâncias em evolução e aproveite
ao máximo as oportunidades que surgem ao longo do caminho.

Uma participação eficaz no grupo requer comprometimento, colaboração, comunicação clara e


habilidades de resolução de problemas. Quando todos os membros do grupo contribuem de
forma significativa e positiva, o grupo pode alcançar seus objectivos com sucesso e criar um
ambiente que promova o crescimento pessoal e profissional de todos os envolvidos.

2.3.Competência interpessoal e liderança

De acordo com Hersey e Duldt (1989), liderança é um processo de influenciar as actividades


individuais ou grupais, cujo papel é conseguir traçar objectivos de maneira eficaz em
determinada situação. A partir de tal definição, os autores concluem que a actividade de liderar
depende do líder, do liderado e das circunstâncias em que se encontram. Os autores ainda
destacam que nesta abordagem são considerados eficazes, os líderes que têm a capacidade de
adaptar seu comportamento conforme as circunstâncias e às necessidades dos liderados.
10

Hunter (2006) destaca que liderar consiste em conquistar pessoas, envolvê-las para que
coloquem sua mente, coração, criatividade e excelência para alcançar um objectivo, fazendo
ainda que se comprometam ao máximo nessa missão.

Segundo Bergamini (1994), dois elementos são comuns a todas as definições de liderança. A
primeira é que a liderança está ligada a fenómeno grupal, envolvendo duas ou mais pessoas. Em
segundo lugar, torna-se claro que liderança se trata de um processo de influência exercido.

A Liderança e a participação eficaz em grupo dependem essencialmente da competência


interpessoal do líder e dos membros. O trabalho em equipa será mais produtivo e eficaz se e
quando os membros do grupo desenvolverem tal competência. A sinergia gerada pelos esforços
colaborativos promoverá resultados que representarão muito mais do que a simples soma das
competências técnicas individuais será a expressão genuína de um resultado conjunto do grupo.

Vivemos na era do conhecimento, onde o capital intelectual é o principal diferencial das


empresas. Contudo, na maioria das vezes acreditamos que somente o conhecimento técnico é
suficiente para conseguirmos os resultados em nosso trabalho e nos esquecemos de outra
variável muito importante: o relacionamento. Seja com o cliente, fornecedor, colegas de trabalho
e até mesmo com o nosso superior imediato, os relacionamentos têm sido a principal causa dos
problemas nas organizações. Afinal, cada vez mais as empresas precisam ter os seus sectores
sincronizados, exigindo um perfeito entrosamento entre as pessoas que trabalham nos espaços.

Cada vez mais o cliente apresenta expectativas crescentes sobre a forma pela qual deseja ser
atendido e respeitado como pessoa. Cada vez mais os Líderes necessitam obter o
comprometimento dos seus liderados. Tudo isso só é possível por meio dos relacionamentos. O
que torna os relacionamentos difíceis é a incapacidade das partes evoluírem do conflito para o
consenso.

O conflito é na maioria das vezes inevitável, pois resulta das diferenças entre as pessoas.
Referimo-nos não só das diferenças de conhecimento, mas principalmente de características
pessoais, valores e crenças. Na maioria das vezes não conseguimos sair do conflito, pois
encaramos o comportamento do nosso interlocutor como sendo uma ameaça, pelo simples fato
de ser diferente do nosso.
11

Pessoas mais racionais são vistas como frias e impessoais. Pessoas mais emotivas, como sendo
fracas e de coração mole. Pessoas precavidas e meticulosas como sendo medrosas e inseguras.
Pessoas arrojadas como sendo afoitas e precipitadas. Somos rápidos em rotular negativamente
pessoas cujos comportamentos são apenas diferentes dos nossos. Somos rápidos em nos defender
e atacar aqueles que simplesmente pensam diferente de nós. Esquecemo-nos de que ser humano
é ser diferente.

A competência interpessoal e a liderança estão intrinsecamente ligadas, pois ambas envolvem


habilidades essenciais para interagir e influenciar outras pessoas de maneira eficaz.

2.4.Relação da competência interpessoal e liderança

 Comunicação eficaz: Tanto a competência interpessoal quanto a liderança requer


habilidades sólidas de comunicação. Isso envolve a capacidade de expressar ideias de
forma clara e compreensível, ouvir activamente os outros e adaptar a mensagem
conforme necessário para diferentes públicos.
 Empatia: A empatia é fundamental tanto para a competência interpessoal quanto para a
liderança. Entender as emoções, perspectivas e necessidades dos outros permite construir
relacionamentos sólidos e demonstrar preocupação genuína, o que é essencial para
inspirar confiança e engajamento.
 Influência: A liderança envolve influenciar os outros para alcançar objectivos comuns,
enquanto a competência interpessoal inclui a capacidade de interagir e influenciar
pessoas de maneira positiva em diversas situações. Ambos os conceitos exigem
habilidades de persuasão, negociação e resolução de conflitos.
 Resolução de problemas: Tanto líderes quanto indivíduos com competência interpessoal
forte são capazes de resolver conflitos e encontrar soluções que beneficiem a todos os
envolvidos. Isso requer habilidades de escuta activa, empatia e criatividade para
encontrar compromissos e resolver disputas de maneira construtiva.
 Desenvolvimento de equipa: Líderes eficazes e pessoas com competência interpessoal
são capazes de construir e liderar equipes coesas e produtivas. Isso envolve motivar,
capacitar e apoiar os membros da equipe, bem como reconhecer e valorizar suas
contribuições individuais.
12

 Adaptabilidade: Tanto a liderança quanto a competência interpessoal exigem


adaptabilidade para lidar com uma variedade de situações e personalidades. Isso inclui
ser capaz de se ajustar a diferentes estilos de comunicação, resolver desafios inesperados
e se relacionar efectivamente com uma ampla gama de pessoas.

2.5. Eficácia nas relações interpessoais

Segundo CARVALHO (2009), o relacionamento inicia com o primeiro convívio, as prévias


sensações expõem noções que colaboram ou que causam danos à relação, e nessa situação o
desdobramento é definido pela comunicação; é pela linguagem que os sentimentos, críticas e
elogios são manifestados, fomentando a intimidade entre as partes. O estudioso enfatiza que um
bom envolvimento se aperfeiçoa na empatia, no respeito e na confiança e que todos os indivíduos
fazem parte de uma sociedade com grande expansão tecnológica, o que facilita a proximidade,
porém, desencadeia um frágil contacto interpessoal. As pessoas são entusiasmadas pelo dever de
se relacionar e é nesse contacto que entendem sua vocação e a praticam (CARVALHO, 2009, p.
72), mas elas também, reparam as qualidades e os defeitos das outras e nesse alicerce
arquitectam seus relacionamentos (CARVALHO, 2009, P. 82).

MOSCOVICI (1985, p. 77), relata que no momento em que as relações interpessoais são
marcadas pela incompreensão, geram brechas para desconfianças e desentendimentos,
provocando ira e fobia nos sujeitos, e a repulsa leva ao abandono e à desarmonia, ocasionando
baixa produtividade, e os conflitos de vínculos mais duradouros possuem intensa perda emotiva.

“As relações interpessoais se desenvolvem em decorrência dos processos de interacção, que


corresponde às situações de trabalho compartilhadas por duas ou mais pessoas, as actividades
colectivas e pré-determinadas a serem executadas, bem como interacções e sentimentos
recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respeito, amizade, etc.” (SILVA et al.,
2007, p. 2).

Para lidarmos eficazmente com as relações interpessoais no ambiente corporativo, devemos nos
valer de três critérios:

1. Percepção apurada da situação interpessoal, de suas variáveis relevantes e respectiva


inter-relação.
13

Muitos estímulos provenientes do mundo externo chegam até nós através dos órgãos dos
sentidos: visão, audição, tato, olfacto, paladar. O que fazemos com essa quantidade de
estímulos? Organizamos, interpretamos, damos significação a eles, a partir de um
processo chamado percepção.
Nossa tendência natural é não vermos as coisas como elas são, mas através do que elas
significam para nós e, é por isso, que duas pessoas chegam a “ver” coisas diferentes
diante de uma mesma situação.
Existem vários factores que influenciam a percepção da realidade:
 Autoconceito é a maneira como vemos a nós mesmos. De forma consciente ou
não, cada um de nós faz uma imagem de si mesmo que influência em tudo que
dizemos, fazemos e percebemos em relação ao mundo, o autoconceito reflecte a
maneira muito pessoal de como uma pessoa organiza suas metas pessoais,
crenças, competências e valores.
2. Habilidade de resolver os problemas interpessoais, evitando regressões;
3. Solução alcançada e as pessoas envolvidas trabalhando juntas eficientemente e em
harmonia.

Outros aspectos importantes na eficácia das relações interpessoais são:

 Autoconhecimento: Conhecer a si mesmo é fundamental para entender como você


interage com os outros. Reconheça suas próprias emoções, pontos fortes, áreas de
desenvolvimento e gatilhos emocionais. Isso pode ajudá-lo a se comunicar de maneira
mais eficaz e a lidar melhor com os relacionamentos interpessoais.
 Comunicação clara e honesta: Expressar-se de forma clara e honesta ajuda a evitar mal-
entendidos e a construir confiança. Ouça atentamente os outros e responda de maneira
respeitosa e transparente.
 Respeito mútuo: Demonstre respeito pelas opiniões, valores e limites dos outros. Trate
as pessoas com cortesia e considere suas necessidades e desejos.
 Cooperação e colaboração: Trabalhe em equipe e valorize as contribuições de cada
pessoa. Esteja aberto a ideias diferentes e trabalhe em conjunto para alcançar objectivos
comuns.
14

 Assertividade: Comunique suas necessidades, desejos e limites de maneira clara e


directa, sem ser agressivo ou passivo. A assertividade ajuda a estabelecer limites
saudáveis e a promover um ambiente de respeito mútuo.
 Flexibilidade: Esteja disposto a adaptar-se e comprometer-se quando necessário. A
flexibilidade ajuda a lidar com situações imprevistas e a manter relacionamentos
saudáveis mesmo diante de desafios.

As relações interpessoais desempenham um papel fundamental em nossa vida diária, tanto no


âmbito pessoal quanto no profissional. Em um nível emocional, elas fornecem um suporte vital,
reduzem o estresse e aumentam o sentimento de pertencimento e felicidade. Além disso, são
essenciais para a colaboração eficaz e o trabalho em equipe em ambientes profissionais, o que
contribui directamente para o sucesso e desempenho das organizações.

Uma comunicação aberta e clara é facilitada por relacionamentos interpessoais sólidos,


minimizando mal-entendidos e conflitos. Essas conexões também são cruciais para o
desenvolvimento pessoal e profissional, proporcionando oportunidades para o crescimento de
habilidades sociais, emocionais e de liderança.
15

3.Conclusão

A conclusão deste trabalho destaca a importância fundamental da competência interpessoal em


todos os aspectos da vida, desde relacionamentos pessoais até ambientes de trabalho
colaborativos e eficazes. Durante nossa análise, exploramos diversas dimensões dessa
competência, incluindo participação em grupo, liderança interpessoal e eficácia nas relações
interpessoais.

Ao longo deste estudo, ficou claro que a competência interpessoal é essencial para o sucesso
pessoal e profissional. A capacidade de se comunicar efectivamente, demonstrar empatia,
resolver conflitos de maneira construtiva e liderar com sensibilidade são habilidades que podem
influenciar significativamente a qualidade dos relacionamentos e o desempenho em equipe.

Além disso, identificamos várias estratégias e práticas que podem contribuir para o
desenvolvimento e aprimoramento da competência interpessoal. Isso inclui o investimento em
treinamento e desenvolvimento pessoal, a criação de ambientes de trabalho inclusivos e
colaborativos, e o cultivo de uma cultura organizacional que valorize a comunicação aberta, o
respeito mútuo e a diversidade.
16

4.Bibliografia

Moscovici, F. (2001) Desenvolvimento interpessoal: treinamento em grupo. 10ª. ed. Rio de


Janeiro: José Olympio2.

Moscovici, F. (1981). Competência interpessoal no desenvolvimento de gerentes. Revista de


administração de empresas, 21(2), 17-25. https://doi.org/10.1590/S0034-75901981000200002.

SILVA, I. D. (2019) Manual para Normalização de Trabalhos Acadêmicos: monografias de


graduação, monografias de especialização, dissertação, teses e artigos. Belo Horizonte (MG),.
Disponível em:
http://www.eeffto.ufmg.br/eeffto/DATA/UserFiles/files/Manual%20para%20normaliza
%C3%A7%C3%A3o%20de%20trabalhos%20acad%C3%AAmicos%202019.pdf. Acesso em:
27.nov.2019.

Bergamini, C. W. (1994). Liderança: administração do sentido. Atlas, São Paulo.

CARVALHO, C. A & Vieira, M. M. F.(2007). O poder nas organizações. São Paulo: Thomson
Learning.

CARVALHO, M. C. (2009) Relacionamento Interpessoal: como preservar o sujeito colectivo.


Rio de Janeiro: LTC.

Hersey, P. & Duldt, B.W. (1989). Situational leadership in nursing. Califórnia: Appleton &
Lange. Hunter, J. C. (2006). O monge e o executivo. Rio de Janeiro: Sextante.

FERNANDES, J. D. et al. (2012) Competência interpessoal como instrumento do trabalho em


saúde. Revista Baiana de Enfermagem, v. 18, n. 1/2, p. 57-66, 2003. 3. DE MARCO et al. –
Psicologia Médica. Porto Alegre: Artmed. 4.

Masiow, A. H. (1976)Introdução à psicologia do ser. Rio de Janeiro, Eldorado, s.d.

Você também pode gostar