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Índice

1. Introdução.....................................................................................................................................1

1.1. Objectivos..................................................................................................................................1

2. Competências de gestão da comunicação na sala de aula............................................................2

2.1. Dimensões da competência comunicativa em docência na sala de aula...................................3

2.2. A gestão na sala de aula: uma perspectiva democrática............................................................5

2.3. Importância da comunicação na sala de aula............................................................................7

3. Conclusão.....................................................................................................................................8

4. Referencia Bibliográfica...............................................................................................................9
1. Introdução

O presente trabalho tem como tema ‟Competência de gestão da comunicação na sala de aulaˮ.
Onde vou abordar sobre as dimensões da competência comunicativa em docência na sala de aula,
a estao na sala de aula na perspectiva democrática e a importância da comunicação na sala de
aula, finalmente temos a conclusão e a referência bibliográfica.

Entretanto, para a realização do trabalho foi preciso o uso de método de pesquisa bibliográfica,
que de certa contribui para a pesquisa dos conteúdos relacionado ao tema em estudo.

1.1. Objectivos

Objectivo Geral:

 Analisar a competência de gestão da comunicação na sala de aula.

Objectivos específicos:

 Mencionar as dimensões da competência comunicativa em docência na sala de aula;


 Conceituar a gestão na sala de aula na perspectiva democrática;
 Descrever a importância da comunicação na sala de aula.

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2. Competências de gestão da comunicação na sala de aula

As competências de gestão da aula, seguidamente abordadas, são consideradas na sua


multidimensionalidade, sendo especificamente competências de gestão da planificação,
competências de gestão de conteúdos, competências de gestão de comportamentos e
competências de gestão de conflitos. São descritas também as competências comunicacionais, na
gestão da sala de aula, no âmbito do Modelo Comunicacional Eclético, visto este modelo
fornecer conceitos, procedimentos e estratégias que pela sua abrangência e facilidade de
implementação, facilitam a compreensão dos processos que caracterização as interacções dentro
da sala de aula, assim como outros modelos comunicacionais em contexto escolar, devido à sua
pertinência. Por último é abordada a disrupção escolar dos alunos pelo facto de ser apontado que,
em diversos países, a questão da indisciplina é o problema principal das escolas, dificultando
consequentemente a gestão da sala de aula.

A competência implica o desenvolvimento de “uma configuração psicológica que integra


componentes cognitivos, metacognitivos, motivacionais e qualidades da personalidade em
estreita unidade funcional que permite a auto-regulação do desempenho real e eficiente do
indivíduo numa esfera especial da actividade em correspondência com o modelo de desempenho
desejável, socialmente construído num contexto histórico concreto”.

Existem muitos autores que abordaram o desenvolvimento das competências destacando-se


Gordillo, Hernández, Rocha e Verão. Todos eles corroboram que as competências respondem a
conhecimentos, habilidades práticas e atitudes que se requerem para exercer em propriedade um
ofício ou uma actividade. Assim, se tem em conta três parâmetros fundamentais: a “coerência que
é um saber fazer ou conhecimento implícito no campo de actuação humano” (Parra, 2010); uma
competência que é uma “acção que se define em relação a determinados instrumentos
mediadores; saber fazer num dado contexto”, isto é, o “conjunto de acções que se realizam num
determinado contexto e que cumprem com as exigências específicas do mesmo” (Torrado, 2000).

As competências possuem diferentes classificações. Para este trabalho assumimos os quatro


grandes grupos: intelectuais, de socialização, técnico-práticas e de comunicação. Nesta última se
destaca o manejo de novas linguagens e códigos, em que se enfatiza a competência profissional

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entendida como o “conjunto de características de uma pessoa que estão relacionadas directamente
com uma boa execução numa determinada tarefa de trabalho” (Caicedo, 2001).

As competências profissionais constituem configurações psicológicas nas quais integram-se


componentes motivacionais, cognitivos, metacognitivos e qualidades da personalidade que
possibilitam a melhoria do desempenho social desejável no contexto particular de actuação
profissional.

Do anteriormente descrito permite chegar à conclusão que as competências profissionais são


adquiridas durante toda a vida e são imprescindíveis para obter fortes competências, que
conduzem à meta cognição do sujeito em questão.

O termo competência comunicativa se incorpora ao pensamento cientificamente estruturado na


década dos sessenta do século XX, entendida como um estado de preparação geral do sujeito.
Implica assumi-la como um processo susceptível de ser moldado, formado e desenvolvido a
partir da intervenção pedagógica pertinente que se expressa em diferentes níveis. Pressupõe
concordar com a ideia de que a preparação geral faz alusão tanto à teórica, a afectiva e à prática.
Isto é, inclui a preparação psicológica, a linguística e a sociocultural.

Visto no plano educativo assume-se a definição de Parra (2013), que considera a “Competência
Comunicativa Profissional Pedagógica como um Estado de preparação geral do docente que
garante o desenvolvimento bem-sucedido das tarefas e funções da profissão docente em
correspondência com as exigências dos participantes e dos contextos de actuação.

2.1. Dimensões da competência comunicativa em docência na sala de aula

A comunicação como interacção humana é bastante complexa. Para haver interacção entre os
pares, são necessários vários factores que proporcionem o enquadramento e a transmissão da
mensagem de uns para os outros. A comunicação é parte integrante no ensino e, assim, torna-se
imperativo encontrar estratégias e competências que facilitam a comunicação entre os
interessados na sala de aula.

Stubbs (1987) refere que “As escolas e as salas de aula são ambientes em que a linguagem
predomina. Os alunos estão em contacto com ela durante maior parte do dia”. É importante
realçar que a comunicação não é apenas linguagem verbal, mas vai muito para além disso. A

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comunicação na sala de aula faz-se de diversas formas: comunicação não-verbal, para-verbal;
comunicação através da transmissão e interpretação de emoções. Sejam quais os tipos de
comunicação que o professor utilize na sala de aula, é de salientar e analisando Fleury e Fleury
(2001) que entende que as pessoas lembram-se melhor daquilo que lhes despertou sentimentos
positivos do que daquilo que lhes despertou sentimentos negativos e lembram-se mal daquilo que
as deixou indiferentes.

Deste modo, a comunicação na sala de aula para favorecer a aprendizagem e a retenção da


informação, deve transmitir sentimentos positivos, que promovam a aprendizagem motivada e
interessante para os alunos.

É importante que o professor se dedique a melhorar a sua capacidade de comunicar com os


alunos. Para os sociolinguistas Ricci Bitti e Zani (1997), o conceito de competência comunicativa
é “A capacidade de produzir e entender mensagens que o põem em interacção comunicativa com
outros interlocutores”.

A competência comunicativa inclui a habilidade linguística e gramatical, mas também as


habilidades extralinguísticas. Estas competências recaem, na capacidade do professor em adaptar
as suas mensagens a determinadas situações. Fleury e Fleury (2001) consideram que a
competência comunicativa é o conjunto de aprendizagens sociais e comunicacionais. Como já foi
acima citado, a competência comunicativa pode ser referida como a forma de interagir E a
habilidade de comunicar com os outros. A competência comunicacional por parte do professor,
implica saber como cativar e motivar os seus alunos para trabalhar conhecimentos, recursos,
habilidades para aquilo que se pretende transmitir e desenvolver com os pares.

Os autores Bitti e Zani (1997) indicam um conjunto estruturado de competências


comunicacionais, que os professores devem encarar como fundamentais para o sucesso das suas
práticas e dos seus alunos. Algumas delas são:

 Competência linguística: é a capacidade de produzir e interpretar signos verbais;


 Competência paralinguística: é a capacidade de alterar determinadas características na
construção dos signos verbais, como por exemplo a entoação;
 Competência pragmática: é a capacidade de usar os signos, linguísticos ou não, de acordo
com a situação;
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 Competência sociocultural: é a capacidade de reconhecer as situações sociais e as relações
dos papéis desempenhados;
 Competência cinésica: é a capacidade de realizar a comunicação mediante signos
gestuais, como por exemplo imagens mimicas e movimentos corporais.

Através da análise de algumas destas competências comunicacionais, conseguimos compreender


a grande complexidade dos comportamentos comunicativos. Cabe então a cada docente
considerar estas competências e estratégias de modo a conseguir melhorar as suas concepções e
potenciar as práticas educativas.

2.2. A gestão na sala de aula: uma perspectiva democrática

A gestão da educação, entendida como tomada de decisão, organização, direcção e participação,


acontece em todos os âmbitos da escola. Segundo Ferreira (2008), ela se desenvolve
“fundamentalmente, na sala de aula, onde concretamente se objectiva o projecto político-
pedagógico não só como desenvolvimento do planejado, mas como fonte privilegiada de novos
subsídios para novas tomadas de decisões”.

Para Libâneo (2004), a concepção democrático-participativa implica a busca de objectivos


comuns pela direcção, professores e demais profissionais da educação e a tomada colectiva de
decisões que orienta cada um a assumir com responsabilidade sua parte na execução do acordo.
Assim, a gestão em sala de aula, como um prolongamento da gestão escolar, pressupõe um
espaço onde, com a orientação do professor, possam ser produzidos, manifestados e
experimentados comportamentos democráticos. Ou seja, nesse espaço, os sujeitos serão levados a
agir de forma colectiva e comprometida com os interesses colectivos. Cabe aqui lembrar Paro
(2007), quando afirma: “se estamos preocupados em formar cidadãos participativos, por meio da
escola, precisamos dispor as relações e as actividades que aí se dão de modo a ‘marcar’ os
sujeitos que por elas passam com os sinais da convivência democrática”.

A sala de aula é também o espaço no qual, em determinado tempo, se lida com os acontecimentos
de outros tempos e espaços, com as histórias de vida dos sujeitos. A interacção entre os grupos
dependerá do professor, de sua forma democrática de mediar as situações, possibilitando o
crescimento de todos os integrantes do grupo.

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Actuando com conhecimento, organizando o espaço de convívio, planejando o trabalho a ser
realizado, mediando conflitos e estabelecendo a confiança mútua, o professor tem condições de
criar situações propícias para a internalização dos conhecimentos por parte dos sujeitos e, ao
mesmo tempo, possibilitar o desenvolvimento de cidadãos democráticos.

A gestão democrática supõe a redefinição do papel do educador. Neste caso, cabe-lhe o papel de
influenciar seus alunos para o envolvimento com o trabalho pedagógico. Como o processo de
ensino é intencional, o professor deve explicar aos alunos os objectivos dos conteúdos
curriculares e da aula, mostrando a importância de eles serem atingidos.

Consideramos que o diálogo consentido, em que o aluno se compromete com a apropriação dos
conhecimentos, é uma forma de despertar nele a consciência de que aprender é uma acção que
não se torna possível apenas pela acção do professor, mas também por sua vontade. O professor
consciente, ao desenvolver seu trabalho, almeja o desenvolvimento intelectual e moral de seus
alunos e planeja ocasiões para que ele exerça a percepção crítica da realidade, já que a relação de
ensino e aprendizagem com o educando deve favorecer a análise de valores necessários ao
convívio social.

Nisso se inclui a necessidade de dar feedback e ampliar a capacidade perceptiva dos alunos, ou
seja, “dar e pedir feedback constituem habilidades essenciais para regularmos nossos
desempenhos e os das pessoas com quem convivemos, visando relações saudáveis e
satisfatórias”. Isso exige, por parte do professor, saber ouvir e prestar atenção à fala e aos
comportamentos dos alunos. O feedback é, portanto, um mecanismo para retomar os conceitos
apreendidos, acrescentar, fazer adequações e correcções. Enfim, o professor, em seu trabalho,
deve alargar os horizontes dos alunos, possibilitando-lhes uma visão ampliada da realidade (Dal
Prette, 2007).

A gestão e a organização da sala de aula dependem da construção de regras e procedimentos


colectivos, do acompanhamento e da mediação dos comportamentos. Desta maneira, é possível
que a ordem seja alcançada na sala de aula, de modo a favorecer as actividades de ensino-
aprendizagem. Também a adequação do espaço, para que os alunos construam o conhecimento,
requer o envolvimento de todos e depende da forma como o professor realiza a gestão da sala de

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aula. Portanto, a aprendizagem dos conteúdos científicos e da vivência no contexto da escola não
prescinde do diálogo e da tomada de decisões pelo conjunto dos sujeitos envolvidos no processo.

2.3. Importância da comunicação na sala de aula

A comunicação é mais do que a língua falada e escrita, engloba toda e qualquer forma de
comunicar: olhares, expressões, gestos, posturas, tons de voz e até o próprio espaço. Estes
factores apresentam um impacto na emissão e na recepção da mensagem. Vieira (2000) entende
que existem várias formas de comunicar, afirmando que até com o silêncio comunicamos.
Considera também que a relação pedagógica é mais eficaz quando entre professor e aluno ocorre
uma comunicação aberta, positiva e construtiva, dando ênfase à ideia base de que a comunicação
é o principal pilar para uma boa relação pedagógica. Também a comunicação não-verbal é
responsável pela primeira impressão de uma pessoa. O investigador americano

Albert Mehrabian (2009) estudou uma estimativa da proporção verbal e não-verbal do


comportamento e concluiu que 55% da mensagem é transmitida via linguagem corporal. Deste
modo, o docente deve ter em conta que a forma como comunica é muito importante, pois
transmite sinais inatos durante o discurso como, por exemplo, as emoções sentidas: sorriso ou
desagrado, podendo transmitir uma informação de insegurança, nervosismo, infelicidade, calma,
felicidade ou confiança aos alunos.

Desta forma é importante que o professor assuma que a comunicação, seja de que modo for, tem
um papel preponderante na aprendizagem na sala de aula. Cabe então ao docente ser capaz de
melhorar o seu comportamento comunicacional, exigindo a si próprio a aquisição e
desenvolvimento de capacidades comunicacionais, melhorando a interacção e o relacionamento
com os alunos. A comunicação na sala de aula é muito mais do que um meio no processo ensino-
aprendizagem. Estrela (1998), mostra a relevância da comunicação na sala de aula, enfatizando
os aspetos afectivos da comunicação. Perante a análise, a autora entende que o docente ao
comunicar com os alunos transmite uma carga afectiva e emocional. É através desta ligação entre
professor e aluno que se estabelece uma relação de proximidade, nomeadamente o entusiasmo e a
confiança que facilita a aprendizagem.

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3. Conclusão

Conclui-se que, a competência de gestão da comunicação na sala de aula, o professor gestor tem
que ser um profissional comprometido com o que foi estabelecido pelo colectivo da escola e, ao
mesmo tempo, ser capaz de construir o espaço adequado à aprendizagem dos conteúdos. O
ensino pode ser definido como uma actividade conjunta de professores e alunos e que, sob a
direcção dos professores, tem a finalidade de promover condições e meios para que os alunos
possam assimilar conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções. Isto implica que o acto
educativo, como o trabalho pedagógico, não pode ser neutro, pois, se assim o for, torna-se uma
prática sem compromisso com a promoção do educando, ou seja, reduz-se à mera transmissão de
conteúdos de ensino.

Assim, o trabalho pedagógico na sala de aula deve ter articulação com o projecto pedagógico da
escola e com um projecto social mais amplo, ou seja, sem perder de vista o tipo de sociedade que
se quer construir. Cabe ao professor, por meio do exercício da democracia no cotidiano da
relação de ensino e aprendizagem, promover a efectivação de uma prática dialógica, baseada em
valores universais e de cidadania. Nesta perspectiva, podemos dizer que a acção educativa
orienta-se pela intencionalidade de garantir a construção de conhecimentos amplos e
diversificados, podendo ser entendida como gestão. Como já afirmamos, o acto de ensinar é,
também, uma acção administrativa e, portanto, requer do professor uma tomada de decisão tanto
na realização do planejado quanto na organização do espaço e na condução do processo de
ensino.

Contudo, para que os conteúdos sejam assimilados pelos alunos, a disciplina é factor primordial.
Isso requer que o professor, ao planejar a aula, seleccione e organize de forma intencional e
sistemática os procedimentos que irá utilizar. Dessa forma, ele orienta a conduta que os alunos
devem adoptar para desenvolver as actividades de ensino-aprendizagem, de forma a garantir a
apropriação do saber sistematizado.

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4. Referencia Bibliográfica

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grupo. 5ª Ed. Petrópolis: Vozes.

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Autores Associados.

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