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MOTIVAÇÃO

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MOTIVAÇÃO

O estudo da MOTIVAÇÃO busca


compreender o que queremos e porque
queremos.

Está relacionada com o que energiza e


direciona o nosso comportamento, que está
fundamentado nas nossas atitudes.

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A ATITUDE conceito utilizado pela Psicologia
Social que possui três aspectos inter-
relacionados:

o cognitivo - diz respeito às crenças, valores,


conhecimentos, representações, opiniões que
as pessoas possuem sobre o mundo.

o afetivo - relaciona-se com o sentimento pró


ou contra algum objeto ou fenômeno social

o comportamental - refere-se ao fato de que se


sabendo como a pessoa pensa sobre
determinado assunto e como ela se sente sobre
o mesmo, os outros aspectos se tornam bons
preditores do comportamento da mesma.
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EXEMPLO

Atitude
G. é uma mulher de 38 anos, solteira, que possui um relacionamento estável com J. há
5 anos. O casal planeja o casamento para dois anos e ainda não decidiu sobre a
pertinência de ter ou não filhos. G. possui uma carreira em ascensão, mas ainda não
chegou aonde deseja e sempre planejou. Sempre admirou seu pai, grande
administrador de empresas e, como ele, investe praticamente toda a sua vida na sua
qualificação profissional, pensando novos projetos e planejando sua carreira. O
tempo que sobra, que não é muito, curte com o namorado J. Esta vida independente
nunca foi problema para os dois, até porque J pensa o mundo de forma muito
parecida que G., sempre focado no trabalho. Entretanto, na volta de uma viagem a
dois, G descobre que está gestante de dois meses e meio. O que fazer? Conversa com
J. e ele considerar que ter um filho no momento atual estaria prejudicando os dois
porque interferiria no planejamento de vida de ambos. Apesar de pensarem em
casamento num futuro próximo, J. sugere um aborto. E G. começa a refletir 4
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Exercício 1

A – Quais são as crenças de G sobre a vida, trabalho, família?

B – Quais são os sentimentos de G sobre família e filhos?

C – A partir das respostas acima, o que se pode inferir sobre um possível


comportamento de G relacionado ao ABORTO?

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Exercício 2

Entretanto, com a consideração de J sobre o aborto, G inicia uma pesquisa na internet


para verificar os processos de aborto que existem, a sua legalidade, se causa
sofrimento no feto e se pode prejudicar a saúde da gestante ou trazer infertilidade.
Diante das descobertas, ela fica reticente sobre o procedimento a ser realizado.

D – As crenças de G sobre o aborto mudaram?

E – Será que estas crenças sobre o aborto podem alteram o comportamento de G da


realização ou não do aborto?

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No caso relatado acima, pode-se ter uma ideia de quantos eventos estão
envolvidos na tomada de decisão e na realização de um comportamento.

A consumação de um comportamento está impregnada daquilo que as pessoas


são, das suas histórias de vida, dos seus contextos atuais, das suas memórias
e das suas expectativas e projetos para o futuro

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A motivação apresenta aspectos


biológicos, cognitivos e sociais, e a
complexidade do conceito levou os
psicólogos a desenvolver uma variedade
de abordagens. Todas elas procuram
explicar a energia que guia o
comportamento das pessoas em direções
específicas.
(FELDMAN, 2015,p.289)
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Entender o que causa o comportamento de uma pessoa,

é procurar atingir tanto os mecanismos biológicos que colocam o organismo em


prontidão para uma determinada ação, sua história de vida;

é verificar como as aprendizagens contribuem para a construção dos autoconceitos,


metas e expectativas:

e, também, como os fatores sociais, os incentivos e os valores transmitidos em cada


cultura iniciam, perpetuam e finalizam as condutas humanas

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A motivação (do latim, “mover-se”) é a


área da ciência psicológica que estuda os
fatores que energizam, ou estimulam, o
comportamento.

Especificamente, diz respeito a como o


comportamento é iniciado, dirigido e
sustentado.

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Atenção!

As motivações básicas são compartilhadas


por todos, o que muda é O QUE MOTIVA
cada pessoa.

O Motivo Muda → O Comportamento Varia

Em pessoas diferentes
Na mesma pessoa em momentos diferentes

Aquilo que motiva cada pessoa vai estar vinculado à sua história de vida e suas
experiências, às memórias afetivas de prazer e desprazer, a aprendizagem anterior
sobre o que é benéfico ou não num determinado momento.
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Os processos que energizam e direcionam o comportamento de um indivíduo


emanam tanto das forças do indivíduo como do seu ambiente.

Os motivos são as experiências internas – necessidades, cognições e emoções –


que energizam as tendências de aproximação ou de afastamento do indivíduo.

Os eventos externos são incentivos ambientais que atraem ou repelem o indivíduo


em relação a um curso particular de ação.

(REEVE: 2006, p.4)

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Um motivo interno é uma condição interna ao organismo que energiza e direciona um


comportamento.
Necessidades

Cognições
Podem ser classificados como:

Emoções

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As necessidades são condições internas ao corpo e indispensáveis à manutenção da


vida, do equilíbrio homeostático, bem estar e pleno desenvolvimento.

As necessidades podem ser divididas em fisiológicas, psicológicas, sociais.

As fisiológicas são As psicológicas, a foco é a


fundamentais para a qualidade de vida e o pleno
manutenção da vida do desenvolvimento do
organismo. indivíduo.

As sociais, se não trabalhadas,


afetam a vida social do
sujeito.

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As cognições fazem referência aos nossos estados mentais, como pensamentos,


crenças expectativas, opiniões, autoconceito, representações, metas.

São construídas ao longo da nossa vida e implica na conjunção de outros processos


cognitivos atuando concomitantemente, como a atenção, sensação, percepção,
memória, resolução de problemas, consciência, tomada de decisão etc
Cognição significa o processo de
construção de conhecimento, base para o
nosso entendimento sobre o mundo e a
realidade, para o relacionamento e a
comunicação com as pessoas e, desta
forma, determina o posicionamento diante
das situações e os comportamentos
realizados.
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As emoções são o outro motivo interno.

As emoções são importantes no


processo de socialização dos seres
humanos, pois viabilizam a construção
de vínculos e relacionamentos,
indispensáveis à construção de laços
sociais, transmissão do conhecimento
adquirido pela espécie e valores,
proteção aos elementos mais fracos do
grupo (os filhotes) e defesa.

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As emoções possuem quatro aspectos básicos que devem funcionar de forma


harmoniosa, são eles:

Sentimento – é a experiência subjetiva da emoção; como as pessoas relatam que estão


se sentido, como elas conseguem verbalizar conscientemente e fenomenologicamente
o que percebem que se passa com elas;

Prontidão fisiológica – toda emoção possui uma alteração fisiológica subjacente,


como batimento cardíaco, arrepio, embrulho no estômago entre outros; se o que a
pessoa sente não vem com uma alteração fisiológica, não é emoção, mas somente um
sentimento;

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Expressividade – as emoções vêm carregadas de expressividade corporal e facial. Este


é um dos aspectos que viabilizam a comunicação e empatia (ou não) entre os seres
humanos. Ao longo da vida, os seres humanos aprendem a fazer esta leitura emocional
através da educação familiar, escolar, social e a lidar com as pessoas em cada situação.
Caso esta leitura emocional não seja aprendida de forma adequada o processo de
socialização pode ficar prejudicado;

Funcionalidade – a função das emoções pode ser considerada de uma forma mais
abrangente, relacionada à adaptação do organismo ao ambiente, e de uma forma mais
específica, relacionada à emoção em si. Um exemplo é o medo: esta emoção possui a
função de nos deixar em estado de alerta para a defesa diante da possibilidade de um
estímulo que gere risco à integridade do organismo.
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Os eventos externos são incentivos ambientais que antecedem o comportamento e
geram tendências de aproximação ou afastamento, dependendo das circunstâncias e
do efeito que seu resultado provocará na pessoa.

Os seres humanos possuem uma disposição de aproximação de situações e objetos


que lhes tragam prazer, pois são interpretados como benéficos para o organismo de
alguma forma, e de afastamento de situações e objetos que lhes tragam desprazer,
entendendo que podem ser tóxicos ao organismo.

Estas situações e ou objetos podem ser Esta interpretação é edificada ao longo da


encarados como comidas, situações, vida e das aprendizagens do sujeito e de
relacionamentos, eventos e até crimes que todas as experiências de prazer e
vão de encontro com os nossos padrões desprazer que foram vivenciadas e
morais e que geram repugnância. arquivadas na memória.

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A Motivação é um processo básico


relacionado ao comportamento das pessoas
que, a partir de motivos internos e eventos
externos, iniciam perpetuam e terminam os
comportamentos.

Motivos são condições internas ao


organismo que energizam e direcionam o
comportamento. Podem ser divididos em
necessidades (fisiológicas, psicológicas e
sociais), cognições e emoções.

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Os eventos externos são incentivos


ambientais que energizam e direcionam
comportamentos. A tendência
comportamental de aproximação ou
afastamento estará vinculada à
aprendizagem da pessoa ao longo de vida,
relacionado com aquele objeto e com as
experiências de prazer e desprazer.

A motivação, enquanto processo cognitivo, que vincula aspectos biológicos,


emocionais, cognitivos e simbólicos do organismo humano é mais uma das ferramentas
evolutivas que a espécie humana possui para lidar com as adversidades. Quanto maior a
capacidade de automotivação, mais flexibilidade para lidar com as desventuras e maior
a capacidade de adaptação ao ambiente
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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Abordagens Instintivas

Quando os psicólogos tentaram explicar a motivação pela primeira vez, voltaram-se


para os instintos.

Padrões inatos de comportamento que


são biologicamente determinados ao
invés de aprendidos.

De acordo com as abordagens instintivas à motivação, as pessoas e os animais nascem


pré-programados com conjuntos de comportamentos essenciais à sobrevivência.

Os instintos fornecem a energia que canaliza o comportamento nas direções


apropriadas.
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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Abordagens Instintivas

Comportamentos instintivos são padrões rígidos de comportamento que todos os


membros de uma espécie irão executar exatamente do mesmo modo.

O problema é que os seres humanos não fazem nada exatamente do mesmo jeito.

Os comportamentos humanos são muito mais complexos do que os de muitas espécies


animais, além disso, não parece que nós tenhamos algum instinto verdadeiro.

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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Abordagens de Redução da Pulsão

Os psicólogos inicialmente propuseram teorias de simples redução de pulsão para


explicar a motivação.

Essas abordagens sugerem que a falta de algum elemento necessário biologicamente,


produz uma pulsão para obter aquele elemento.

É definida como uma tensão ou excitação motivacional que


energiza o comportamento para a satisfação de uma
necessidade.

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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Abordagens de Redução da Pulsão

Pulsão Primária – pulsão básica – fome, sede, sono e sexo – relacionadas a


necessidades biológicas.

Pulsão Secundária – a experiência e a aprendizagem prévias é que geram necessidades


– realização acadêmica e profissional.

Apesar de teorias de redução da pulsão fornecerem uma boa descrição de como as


pulsões primárias motivam o comportamento, elas não podem explicar comportamentos
para os quais o objetivo não é reduzir uma pulsão, mas manter ou mesmo aumentar o
nível de excitação.

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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
Abordagens da Excitação
Teorias da Excitação buscam explicar o comportamento cujo objetivo é manter ou
aumentar a excitação.

De acordo com essas abordagens, cada pessoa tenta manter um determinado nível de
estímulo e atividade.

Esse modelo sugere que, se um estímulo ou atividade ficar muito alto, tentamos reduzi-
lo.

O modelo de excitação também sugere que, se os níveis de estímulo e atividade


estiverem muito baixos, tentaremos aumenta-los buscando estimulação.

As pessoas variam no nível ótimo de excitação que buscam, com algumas buscando de
excitação.
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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
Abordagens do Incentivo

Abordagens do Incentivo à Motivação sugerem que a motivação surge do desejo de


obter objetivos externos valorizados, ou incentivos.

Nessa visão, as propriedades desejáveis de estímulos externos – quer sejam notas,


dinheiros, afetos ou comida, explicam a motivação da pessoa.

Muitos psicólogos acreditam que as pulsões internas propostas pela teoria da redução
de pulsões funcionam em conjunto com os incentivos para impulsionar e atrair o
comportamento.

Ao invés de se contradizerem, as pulsões e os incentivos podem funcionar em conjunto


na motivação do comportamento.

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Abordagens Cognitivas

Sugerem que a motivação é um produto de nossos pensamentos, expectativas e


objetivos – nossas cognições.

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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
A Teoria da Autorrealização e a Pirâmide das Necessidades de Abraham
Maslow

Segundo Maslow, toda pessoa nasce com uma tendência à autorrealização, ou


seja, ao desenvolvimento pleno de suas habilidades e potencial.

Para conseguir chegar a este estado de plenitude, onde o indivíduo consegue


utilizar inteiramente seu potencial, Maslow defendia que existiam necessidades
inferiores que precisariam ser satisfeitas para se chegar até este patamar mais
elevado.

Na década de 40 do século XX, Maslow apresentou sua pirâmide das


necessidades que abordava desde as mais básicas até a mais complexa, a de
autorrealização.

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A Teoria da Autorrealização e a Pirâmide das Necessidades de Abraham
Maslow

A pirâmide seria composta por


cinco “degraus”, onde as
necessidades biológicas
relacionadas à sobrevivência
estariam na base. Em seguida
viriam as de segurança,
pertencimento e amor, estima e,
a última e mais complexa, de
autorrealização.

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A Teoria da Autorrealização e a Pirâmide das Necessidades de Abraham Maslow

O movimento de satisfação das necessidades seria da base para o cume, pois a


prioridade é a saciedade das necessidades que colocam em risco a vida (fisiológicas)
e a segurança, consideradas primárias.

Em seguida, viriam as necessidades secundárias, relacionadas ao sentimento de


crescimento positivo e desenvolvimento das habilidades e potenciais: pertencimento
e amor, estima e autorrealização

As críticas realizadas à Pirâmide das Necessidades são relacionadas ao seu nível


empírico. Se de fato Maslow conseguiu descrever várias necessidades humanas e,
inclusive, a autorrealização vinculada à felicidade, é difícil verificar no cotidiano das
pessoas o movimento proposto pela teoria.

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TEORIAS DA MOTIVAÇÃO

Muitas abordagens que consideramos são complementares, e não contraditórias.

Empregar mais de uma abordagem pode nos ajudar a entender a motivação em uma
situação específica.

Aplicar múltiplas abordagens à motivação em determinada situação fornece um


conhecimento mais amplo do que poderíamos obter com apenas uma abordagem.

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Referencial Bibliográfico

Renner, Tanya. Psicologia. Porto Alegre: AMGH, 2012

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