Você está na página 1de 9

Motivação

Características e aspectos gerais da teoria

Estuda os fatores que energizam, ou estimulam, o comportamento; diz respeito a como o


comportamento é iniciado, dirigido e sustentado. A partir da ​motivação, ​os comportamentos tanto
de natureza biológica (“​sobrevivência biológica imediata”: ​fome, sede, sono), quanto os de natureza
social (“​necessidades sociais de longo prazo”​: afiliação, realização, lazer) são estimulados
comumentemente pela mesma.

A ​motivação ​é a condição que guia e incentiva um comportamento (“​energia interna”​). Ela é


importante para a adaptação ao meio, possibilitação de prever manifestações importantes,
influencia o bem-estar, etc. É dinâmica, de forma que varia no tempo e na intensidade e possui
papel nas vontades e metas.

● Iniciação: ​criação de energia para realizar seu objetivo.


● Sustentação:​ persistência na realização das metas determinadas.
● Direcionamento:​ criação de metas eficazes para conseguir atingir o objetivo final.
● Interrupção: os motivos são finalizados/interrompidos tanto por serem alcançados quanto
por concorrerem com um motivo “mais forte”, que acaba por se destacar mais.

Homeostase: ​tendência das funções corporais para manter o equilíbrio; quando ocorre um
desequilíbrio e as condições internas se desviam de um estado normal e constante, o organismo
cria impulsos psicológicos como tentativa de recuperar a estabilidade.

​ onto ótimo​” hipotético que representa estado de equilíbrio.


Ponto Estabelecido: ​“p

Impulsos: ​estados psicológicos que motivam o organismo a satisfazer suas necessidades.

Modelo de ​Feedback ​Negativo: ​respostas dadas pelo corpo em virtude de desvios em relação ao
equilíbrio.

Lei de ​Yerkes-Dodson:​ ​representa princípio psicológico cujo determina que a eficiência


comportamental aumenta com a excitação até
atingir certo ponto, a partir do qual diminui com a
excitação.

Exemplo: ​a pessoa se sai melhor em exames quando


em um estado moderado de ansiedade. Muita
ansiedade apresenta paralisação de pensamento e pouco ansiedade apresenta desatenção.

Concepções Antigas da Motivação (​Aristóteles, Platão e Descartes)​: ​propuseram a ​Tríade do


​ nglobando na mesma três forças (​razão, aspectos instintivos, aspectos
Comportamento Motivado, e
​ uturamente, se reduz ao dualismo ​paixão do corpo​ ​x​ razão da mente.
sociais). F

Instintos

Ações não-aprendidas, automáticas, desencadeadas por deixas externas; se assemelham aos


reflexos no sentido que produzem um impulso imediato de agir e, a menos que bloqueie o impulso,
o ​instinto l​ eva a uma ação específica. ​Instintos g
​ eram impulsos para a ação.

Exemplo:​ Gato ​(“vê”)​ --- Rato ​(“ativa”​ ) --- Reflexos Herdados --- ​Instintos​ --- Impulsos Específicos

❖ Problemas com as Teorias Instintivas


​ a qual a causa explica o comportamento,
Argumento de que se trata de uma ​“Lógica Circular”, n
porém o comportamento é a evidência de sua própria causa ​(“fuma, pois, é viciado”; “é viciado
por que fuma”)​ . É apresentada também a questão da ​quantidade de instintos propostos.
● Lógica Circular: ​Instinto --- Comportamento --- Explicação

Impulsos

Descritos como estados psicológicos ativados para satisfazer necessidades; o comportamento é


vinculado a necessidades comportamentais.

​ reforçada e produz aprendizagem, de forma a satisfazer o impulso; ele


A ​redução do impulso é
energiza o comportamento.

Fonte do Impulso ---- Ímpeto do Impulso ---- Objetivo do Impulso ---- Propósito do Impulso
​déficit corporal intensidade obj. ambiental que satisfação pela remoção
satisfaria o déficit do déficit
❖ Limitação da Teoria Impulsiva
O problema apresentado é o fato de que alguns impulsos existem independentemente das
necessidades biológicas e apresenta também outras fontes motivacionais.
​ corre um foco em partes e não em todo o
A partir do surgimento de ​Miniteorias da Motivação, o
comportamento motivado. Desse modo, é apresentado o papel do incentivo e da experiência.
Motivação --- Planos --- Metas --- Expectativas --- Crenças -– Autoconceito --- Autoeficácia

Necessidades
Estados corporais de deficiência biológica ou social (​estados de carência)​ ; condições quaisquer do
indivíduo que sejam importantes à vida.
Geram energia e, a partir do reforço do comportamento que satisfaz, cria-se um hábito com o
passar do tempo.
As ​necessidades ​levam a comportamentos dirigidos a um objetivo, e o fracasso ao não satisfazer
a necessidade leva a um prejuízo psicossocial, ou até mesmo físico.

​Fisiológicas: ​surgem a partir de déficits corporais com influência de fatores externos. ​Privação
​ e forma que o impulso psicológico é intensificado, levando
fisiológica gradual gera a ​necessidade d
a uma meta, sendo seguido de um comportamento consumatório, que consequentemente resulta
na redução do impulso, atingindo então um estado saciado que, dessa forma, reinicia o ciclo.

Psicológicas: ​energia proativa; englobam oportunidades para a satisfação das ​necessidades,


englobando hobbies, viagens, estudos, etc.; São da natureza humana, inerentes às pessoas,
possuindo também um papel cultural de relação dialética entre a pessoa e o meio.

● Autonomia: ​autodirecionamento, autodeterminação; satisfação através de ambientes que


apoiam a autonomia e oferecem ​feedbacks.
● Competência: ​desafio, atenção, exercitação de capacidades; satisfação através de um
feedback ​positivo e uma comparação entre o desempenho atual e os anteriores.
● Relacionamento: interações e relações calorosas e afetuosas, vínculos; satisfação através
de relações de comunhão.

Sociais: ​consideradas como ​necessidades psicológicas adquiridas, que possuem origem no social,
ou seja, experiências, socialização, desenvolvimento, aprendizagem; Ênfase para a importância da
educação e dos estilos parentais.

Após a ​aquisição, ​possuem potencial emocional e comportamental, gerando antecipações e


vivências emocionais; ou seja, são ​reativas.​

● Realização: ​fazer algo bem feito; satisfação através de ambientes favoráveis à realização e
também relação com metas (​aproximação; evitação ou proficiência)​.
● Afiliação:​ r​ elacionamentos para evitar emoções negativas satisfação através de
● Intimidade: ​relações calorosas que geram emoções positivas​ ​relacionamentos diversos
● Poder: dominação, reputação, status, posição; satisfação através de liderança,
agressividade, ocupação de posições influentes.

Teoria Hierárquica de Maslow: ​pessoas são percebidas de forma integrada e se esforçam para
chegar à realização pessoal (​nível mais alto de sua hierarquia proposta)​ . Os níveis baixos possuem
uma dominância sob as outras. Quando existem várias necessidades ativas, quanto mais inferior,
maior força propulsora terá.

● Necessidades dos Níveis Inferiores: ​motivação de deficiência


● Necessidades dos Níveis Superiores:​ motivação de crescimento

Motivação Extrínseca​ ​(ME)

Ação cuja o motivo para sua realização se encontra no ambiente, externamente ao indivíduo.

Os ​incentivos ​são estímulos externos que motivam ações e comportamentos; as ​recompensas


podem fazer com que uma tarefa inicialmente desinteressante adquira rapidamente um fator
interessante que leve à execução da mesma. Os indivíduos podem realizar qualquer tarefa desde
que a recompensa oferecida seja suficientemente atraente.

Motivação Intrínseca​ ​(MI)

Tendência para buscarmos novidades, desafios, exercitar as próprias capacidades, amplia funções
adaptativas, etc.; possui importância para integridade, coesão e crescimento. Provoca o
desempenho de uma ação mesmo na ausência de qualquer tipo de ação externa. Foco em atender
desejos internos, obter satisfação, realizar atividades interessantes, etc.

​ or conta de que a MI engloba a questão de


A ​MI ​se relaciona com as ​necessidades psicológicas p
aprendizagem, criatividade, etc.; conectando-se com as necessidades de autonomia, competência,
relacionamentos.
A princípio, era apresentada uma relação negativa entre a ​MI ​e as ​recompensas, ​de forma que
estas sempre atrapalhariam a motivação e o interesse intrínseco pela atividade. Atualmente,
sabemos que o principal aspecto não se da pelo recebimento da recompensa, mas sim a
interpretação que o individuo terá acerca disso e pela forma como a recompensa será oferecida.

Os ​efeitos negativos das recompensas ​são apontados como quando são esperados pelo
indivíduo, quando afetam a autonomia e quando as recompensas são ​tangíveis (dinheiro, prêmio),
que são apresentadas como piores do que as ​intangíveis​ (elogios).

Teoria da Avaliação Cognitiva ​(​dividida em 3 proposições​)

1. Eventos externos afetam a ​MI ​quando influenciam o ​lócus de causalidade percebido ​(LCP)
para esse comportamento. Um evento que promove o ​LCP mais externo, diminui a ​MI e
aumenta a ​ME​; e quando promove um ​LCP​ mais interno, aumenta a ​MI​ e diminui a ​ME​.
2. Eventos externos afetam a ​MI de uma pessoa em relação a uma atividade que apresenta
um desafio em nível ótimo. Os eventos que promovem maior ​competência percebida
aumentam a ​MI​, ao passo que os eventos que promovem menor ​competência percebida
diminuem a ​MI​.
3. Determinação da significância funcional do evento externo.
● Aspecto Informativo: ​facilita ​LCP interno e a ​competência percebida;​ aumenta a
MI.
● Aspecto Controlador: ​facilita ​LCP​ externo e diminui a ​MI​, porém aumenta a ​ME​.
● Aspecto de Falta Motivacional: facilita a ​incompetência percebida e promove a
falta de motivação, de forma que diminui a ​MI​.

Ênfase Controle? Ênfase na Informação?

Presente,​ diminui a autodeterminação e a Presente,​ competência e a ​MI​ aumentam.


MI​; aumento da ​ME
Ausente,​ aumenta a autodeterminação e ​MI​; Ausente,​ competência e ​MI​ diminuem
ME​ inalterada.

- Evento Externo -
Teoria da Autodeterminação de ​Deci-Ryan

Enfatiza as necessidades de competência, autonomia e pertencimento; aspectos que afetam as


necessidades influenciariam a ​MI. Na questão do ​controle social, ​ameaças, prazos, avaliações,
competições explícitas, etc.; podem afetar o interesse do indivíduo.

- ​Continuum ​-

Não existe uma dicotomia entre a ​MI​ e a ​ME;

(segue esquema na próxima página)


Autoeficácia

Crença acerca de “​ter o que é preciso”,​ de que existem recursos necessários para o enfrentamento
eficiente de situações ou demandas. Sofre a influência de autoestima ao mesmo tempo que a ela
influencia a escolha de atividades, o grau de esforço, a qualidade do pensamento, e as reações
emocionais, afetando a motivação. A ​autoeficácia surge a partir do estado fisiológico, persuasão
verbal, observação de pessoas, etc.

Autorregulação

Processo pelo qual as pessoas iniciam, ajustam ou terminam ações a fim de atingir objetivos
pessoais. Requer autoconsciência, objetivos bem estabelecidos e noção dos passos para
​ e seus estados desejados,
alcança-los. As pessoas possuem ​representações mentais d
​ nvolve o monitoramento do processo
comparando-as com sua situação atual. A ​autorregulação e
para atingir uma meta, o controle dos processos cognitivos, emoções, comportamentos, etc.;
abrangendo também a capacidade de escolha, o bom uso do processamento de informação e
planejamentos.

❖ Modelo TOTE: ​comparação entre o estado atual e o estado desejado, e a diferença entre
eles motiva comportamentos que buscam a minimização da discrepância em questão, no qual o
processo continua até o objetivo proposto ser alcançado.

​comportamento Se ​incongruente

Teste --------- Operar --------- Teste ----


​comparar equipar com
​com padrão​ ​ padrão ​ Se ​congruente

● Adiamento da Gratificação: ​Pessoas transcendem tentações imediatas para conseguir


atingir objetivos a longo prazo; é um desafio comum na autorregulação.

Desamparo Aprendido

Estado psicológico resultante de quando um indivíduo pensa que os eventos da sua vida são
incontroláveis, gerando passividade e afetando o comportamento. Quando estabelecido, influencia
a motivação e acarreta numa queda de respostas voluntárias do enfrentamento, levando a uma
deficiência cognitiva e a emoções como depressão e frustração.

Você também pode gostar