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Índice

1.Introdução .................................................................................................................................... 3

2.Avaliação psicológica .................................................................................................................. 4

2.1.Principais características de uma Avaliação Psicológica.......................................................... 4

2.2.Dimensões da avaliação psicológica ......................................................................................... 5

2.3.Tipos de avaliação psicológica ................................................................................................. 8

2.4.Testes Psicológicos ................................................................................................................... 9

2.5.Classificação dos testes psicológicos ........................................................................................ 9

2.6.A escolha dos instrumentos na avaliação psicológica ............................................................ 10

2.7.Cuidados na aplicação dos testes ............................................................................................ 11

2.8.Os 12 Pecados Mortais do Uso de Testes Psicológicos .......................................................... 11

2.9. Observação ............................................................................................................................. 12

3.Exame do estado mental ............................................................................................................ 12

3.1.Entrevista ................................................................................................................................ 12

3.2.Roteiro de entrevista na avaliação psicológica ....................................................................... 13

3.3.Inventários e Questionários..................................................................................................... 14

4.Conclusão................................................................................................................................... 16

Bibliografia ................................................................................................................................... 17
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1.Introdução

A avaliação psicológica é uma prática fundamental no campo da psicologia, que visa


compreender e analisar o funcionamento psicológico dos indivíduos. Por meio de técnicas e
instrumentos específicos, os psicólogos buscam obter informações objectivas sobre diversos
aspectos da vida mental e emocional, contribuindo para a compreensão dos indivíduos e o
desenvolvimento de intervenções adequadas. No presente trabalho trouxemos aspectos como as
características da avaliação psicológica, As dimensões da avaliação psicológica abrangem áreas
como a personalidade, cognição, emoção, neuropsicologia e psicossocial e tipos de avaliação
psicológica, cada um com seus objectivos e metodologia própria.

O objectivo do nosso trabalho foi de apresentar a importância e relevância da avaliação


psicológica como uma prática essencial no campo da psicologia, destacar as características
fundamentais da avaliação psicológica, incluindo sua objectividade, validade, confiabilidade,
abrangência e ética, e por fim explorar as diferentes dimensões da avaliação psicológica e sua
contribuição para a compreensão do funcionamento psicológico dos indivíduos. A metodologia
para a realização do nosso trabalho foi revisão bibliográfica e navegação na internet.
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2.Avaliação psicológica

A avaliação Psicológica é entendida como o processo técnico-científico de colecta de dados,


estudos e interpretação de informações a respeito dos fenómenos psicológicos, que são
resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, utilizando-se, para tanto, de estratégias
psicológicas – métodos, técnicas e instrumentos. (Resolução CFP 07/2003).

Essencialmente, a avaliação psicológica é um processo sistemático e técnico-científico para


colectar informações sobre os fenómenos psicológicos de um indivíduo, resultantes de sua
interacção com a sociedade. Isso é feito por meio de estratégias psicológicas, que incluem
métodos, técnicas e instrumentos específicos.

2.1.Principais características de uma Avaliação Psicológica

 Padronização: Os procedimentos de avaliação psicológica são padronizados, o que


significa que são aplicados de maneira consistente e uniforme em diferentes contextos e
para diferentes indivíduos. Isso ajuda a garantir a confiabilidade e a validade dos
resultados.
 Objectividade: Os instrumentos de avaliação psicológica são projectados para serem
objectivos, minimizando a influência do julgamento pessoal do avaliador. Isso é
alcançado por meio da utilização de critérios claros e definidos para a interpretação dos
resultados.
 Validade: A avaliação psicológica deve ser validada, ou seja, os instrumentos utilizados
devem medir o que se propõem a medir. Isso envolve a realização de estudos que
comprovem a relação entre os resultados obtidos nos testes e os constructos teóricos que
eles pretendem avaliar.
 Confiabilidade: A avaliação psicológica deve ser confiável, ou seja, os resultados
obtidos devem ser consistentes ao longo do tempo e em diferentes situações. Isso é
alcançado por meio da utilização de instrumentos bem construídos e da aplicação
padronizada dos procedimentos de avaliação.
 Abordagem Multidimensional: A avaliação psicológica considera uma variedade de
aspectos do funcionamento psicológico, incluindo personalidade, inteligência,
habilidades cognitivas, emocionais e sociais. Isso permite uma compreensão mais
completa e holística do indivíduo.
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 Individualização: A avaliação psicológica reconhece a singularidade de cada indivíduo e


adapta os procedimentos de avaliação de acordo com suas características e necessidades
específicas. Isso pode envolver a utilização de instrumentos diferentes ou a customização
dos procedimentos de avaliação.
 Ética: A avaliação psicológica é realizada de acordo com princípios éticos rigorosos, que
incluem o respeito à dignidade e autonomia do avaliado, a confidencialidade dos
resultados e o uso responsável das informações obtidas durante o processo de avaliação.

Avaliação Psicológica é Avaliação Psicológica não é

 Um trabalho mecânico.
 Um processo dinâmico.
 Somente avaliar determinadas
 Um processo de conhecimento do
características.
outro.
 Sinónimo de aplicação de testes.
 Um processo científico.
 Um processo simples, rápido e fácil.
 Um trabalho especializado.
 Um conhecimento definitivo sobre o
 A obtenção de amostras do
comportamento observado.
comportamento.

Essas características são essenciais para garantir que a avaliação psicológica seja uma prática
válida, confiável e ética, que contribua efectivamente para o entendimento e o apoio às
necessidades dos indivíduos avaliados.

2.2.Dimensões da avaliação psicológica

A avaliação Psicológica tem se desenvolvido na direcção de uma extrema complexidade. Os


desavisados talvez não percebam, porém, as dimensões que a Avaliação Psicológica atinge vão
além da simplicidade de aplicar testes ou fazer entrevistas com determinado objectivo.

Qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com avaliações deverá ter em mente as dimensões
técnicas, relacionais, éticas, legais, profissionais e sociais directamente implicadas em seu
trabalho. Se todas estas percepções caminham juntas e se inter-relacionam, é provável que
possamos perceber a infinitude de cuidados e preocupações que deve- mos ter como
profissionais que buscam, principalmente e acima de tudo, o respeito e a “construção” daquele
que nos procura para se submeter a um processo de Avaliação Psicológica.
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Avaliar nunca é simples, nem rápido, nem fácil. A respeito da dimensão técnica, o psicólogo
necessita ter, antes de mais nada, um vasto conhecimento em relação às técnicas que pretende
utilizar, assim como uma possibilidade de crítica consciente em relação aos instrumentos de
avaliação que utiliza (testes, dinâmicas de grupo, observação, entrevista e outros). Obviamente, a
formação dada pelas Faculdades de Psicologia nesta área é insuficiente para o pleno domínio das
técnicas e de si mesmo, principalmente, porque ainda o nosso ensino é compartimentalizado e a
formação prioriza o aspecto técnico e não o científico em geral. Aprendemos mecanicamente
como aplicar diversas técnicas, mas não experienciamos a integração dos dados obtidos, a
análise acurada dos mesmos, o levantamento de hipóteses a partir dos dados colectados, a
dinâmica, afinal, que sempre estará presente em um processo de avaliação. Sempre, por melhor
que tenha sido a formação do psicólogo, ele deve buscar cursos de pós-formação para
aperfeiçoar os seus conhecimentos.

Assim sendo as dimensões da avaliação psicológica são:

 A dimensão ética: deve sempre direccionar qualquer trabalho, especialmente este que
tratamos. Falamos aqui de respeito ao semelhante, à sua dor, às obrigações de causar o
menor dano possível com a nossa intervenção e à sustentação dos resultados, mesmo que
havendo pressões de todos os tipos (pais, chefias e outros). Também gostaria de ressaltar
a obrigatoriedade de fazer entrevistas de devolução, premissa esta muito esquecida pelos
psicólogos, e que pode servir como um momento muito especial de crescimento para o
nosso cliente, se bem realizada e levando em conta todas as dimensões citadas.
 A dimensão legal: tem sido amplamente questionada: o Estado tem o direito de
investigar a vida de um cidadão que pretende ter um emprego ou uma Carteira Nacional
de Habilitação? Que consequências legais a interdição de um membro de uma
determinada família trarão para o mesmo? Qual o valor legal do uso de técnicas
desactualizadas, não adaptadas à população brasileira?
 A dimensão profissional: diz respeito a todas as implicações e consequências de ordem
profissional no momento de uma avaliação, da entrega de um laudo ou da devolução de
resultados. Qual é o nível de seriedade e isenção que esse profissional apresentou para
tanto? Qual é o seu posicionamento a respeito de uma avaliação realizada pelo seu colega
e que agora se encontra em suas mãos, em grau de recurso? Prefiro agradar o meu chefe e
manter o meu emprego a ser coerente com um trabalho e uma imagem profissional?
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Quais as consequências param a classe de psicólogos de um trabalho malfeito, covarde,


que cede a pressões?
O profissional, psicólogo que realiza avaliação psicológica deve planejar e realizar o
processo avaliativo com base em aspectos caderno de avaliação psicológica 31 técnicos,
constructos teóricos e dentro da legislação que norteia essa prática. Dessa forma,
assegura-se que os fenómenos psicológicos observados e aferidos sejam confiáveis e
auxiliem o psicólogo na tomada de decisão nos vários contextos de actuação. Para tanto,
é necessário que o profissional tenha amplo conhecimento dos fundamentos psicológicos
em diferentes perspectivas teóricas; tenha domínio das psicopatologias, para, então,
conseguir identificar problemas de saúde mental e fazer diagnósticos; deve conhecer os
fundamentos básicos da psicometria, para ser capaz de identificar e empregar a técnica
mais adequada ao seu propósito e contexto; ter domínio das normas vigentes do CFP e do
Código de ética profissional do psicólogo (essas são exigências mínimas de qualidade das
avaliações, regulamentando e norteando a prática); deve ter domínio sobre os
procedimentos da avaliação psicológica, para conseguir planejar e executar a avaliação
adequando-se aos objectivos e contexto; deve ter competência para integrar as
informações colectadas com base no constructo avaliado para, então, finalizar a mesma
com a elaboração de documento decorrente de avaliação psicológica e comunicar os
resultados, por meio da entrevista devolutiva.
 A dimensão social: se refere às reflexões mais amplas da nossa sociedade. A instituição
(Estado, empresa) tem o direito de investigar a vida de um cidadão que pretende ter um
emprego ou uma carteira nacional de habilitação? Em que mecanismos sociais
segregatórios a avaliação psicológica pode colaborar? Qual o uso deste tipo de trabalho e
que fins de manipulação ele pode ter?
Desta forma, a avaliação psicológica nunca é simples, nunca é isenta de consequências
que podem ser muito sérias para o cliente e para a imagem da nossa classe. Independente
do local onde o psicólogo actue e dos objectivos de sua avaliação, não é possível a prática
de aplicações e correcções de testes sem consciência e sem compreensão da
complexidade deste trabalho.
Como qualquer técnica e prática que envolve situações de prestação de serviços de ordem
profissional na área da psicologia, a avaliação psicológica tem, em seu bojo, diversas
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questões ou problemáticas de ordem ética, que repercutem intensamente na vida das


pessoas envolvidas, no profissional e até mesmo nas instituições demandantes do
processo avaliativo, assim como na sociedade como um todo. Necessitamos estar atentos
aos reflexos da nossa actuação em relação às pessoas envolvidas, assim como nas
repercussões sociais de nossas tomadas de decisão em relação a essas pessoas.
Seguindo essa linha de raciocínio, aos profissionais da psicologia precisam construir e
exercitar, diariamente, uma postura crítica em relação às suas intervenções, buscando
avaliar as consequências positivas e negativas para as pessoas e instituições envolvidas, o
que demanda os psicólogos uma capacidade nada simples, que é a de projectar e buscar
uma visão ampla das situações e do provável comportamento das pessoas envolvidas e
dos desdobramentos possíveis de cada intervenção que possa ser realizada. Cabe a nós,
como profissionais da psicologia, ao atendermos determinadas demandas, sejam elas de
pessoas ou instituições, privadas ou particulares, ou de juízes, no caso de perícias
psicológicas, por exemplo, buscar estimar de forma longínqua, as possibilidades de
resolução dos casos, levantando todas as possíveis consequências da nossa intervenção
profissional. Isso significa, por exemplo, que, quando estou atendendo uma criança em
um processo terapêutico e surge, por parte da mãe, o pedido de um laudo, provavelmente
a primeira acção seria simplesmente atender ao pedido da mãe. Porém, é importante estar
atento e fazer uma investigação mais aprofundada sobre esse pedido, buscando entender
as motivações e desvelar as intenções ocultas, que podem não ter sido trazidas,
inicialmente, de forma manifesta por essa mãe. Assim, é possível que a mãe solicite o
documento para subsidiar um processo de guarda, ou de acusação de abuso sexual por
parte do pai. Este exemplo nos mostra que as possibilidades são muitas e as
consequências do ato de redigir um documento, como o solicitado, podem se desdobrar
em diversas situações prejudiciais ao nosso cliente ou a outras pessoas, principais sujeitos
da nossa sempre e constante preocupação.

2.3.Tipos de avaliação psicológica

A avaliação psicológica é um processo complexo que envolve a utilização de várias técnicas e


instrumentos para entender e avaliar diferentes aspectos da cognição, emoção, personalidade e
comportamento de um indivíduo. Existem diversos tipos de avaliação psicológica, cada um com
seus objectivos específicos e métodos de aplicação. Alguns dos tipos mais comuns incluem:
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2.4.Testes Psicológicos

Os testes psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características


psicológicas, constituindo-se um método ou uma técnica de uso privativo do psicólogo, em
decorrência do que dispõe o § 1° do art. 13 da lei no 4.119/62. (Resolução CFP 002/2003)

Os testes psicológicos são procedimentos sistemáticos de observação e registro de amostras de


comportamentos e respostas de indivíduos com o objectivo de descrever e/ou mensurar
características e processos psicológicos, compreendidos tradicionalmente nas áreas
emoção/afecto, cognição/inteligência, motivação, personalidade, psicomotricidade, atenção,
memória, percepção, dentre outras, nas suas mais diversas formas de expressão, segundo padrões
definidos pela construção dos instrumentos. (idem)

Segundo Alchieri, Noronha e Primi (2003), os testes psicológicos são “instrumentos objectivos e
padronizados de investigação do comportamento, que informam sobre a organização normal dos
comportamentos exigidos na execução de testes ou se suas perturbações em condições
patológicas”. Assim, percebe-se que o teste dá ao profissional a possibilidade de observar o
comportamento de forma padronizada e julgar se o comportamento que observa durante a
execução deste encontram-se, segundo o próprio teste, dentro das condições observadas na
população normal pesquisada durante a sua fabricação.

A função do teste torna-se, dessa forma, medir as diferenças entre indivíduos ou entre as
reacções do mesmo indivíduo em diferentes ocasiões. É importante ressaltar que os testes
psicológicos devem ser entendidos como instrumentos auxiliares nesta colecta de dados que é a
Avaliação Psicológica e que, juntamente com as demais informações organizadas pelo psicólogo,
auxiliam na compreensão do problema estudado, de forma a facilitar a tomada de decisões.

2.5.Classificação dos testes psicológicos

Testes com respostas corretas: Funcionamento cognitivo, conhecimento, habilidades ou


capacidades; Testes nos quais não há respostas corretas: Inventários, questionários,
levantamentos, testes de personalidade, motivações, preferências, atitudes, interesse, opiniões,
reacções características.

Os testes psicológicos, ao longo da história da psicologia, foram protagonistas de uma série de


problemáticas que contribuíram para o seu descrédito e pouca utilização. De forma geral, a
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principal problemática se refere ao uso inadequado das técnicas, sendo que, infelizmente, muitos
psicólogos as usam de forma pouco criteriosa, com conhecimento prévio pouco cuidadoso, não
fazendo a análise necessária quanto a actualização das mesmas, utilizando procedimentos que
não apresentam condição de cientificidade.

Essas condições contribuíram para a pouca consideração pela própria classe em relação às
técnicas de avaliação. A partir das muitas reflexões realizadas nos Fóruns Regionais de
Avaliação Psicológica e no Fórum Nacional de Avaliação Psicológica, ocorridos em 1999 e
promovidos pelo Sistema Conselhos, ampliaram-se as discussões a respeito desse tema e foram
localizadas algumas opções para minimizar ou acabar com as problemáticas referidas, entre elas:

 Oferecer uma formação integradora, que ofereça condições técnicas, éticas e críticas -
reflexivas ao aluno;
 Aprimorar os programas de formação - menos burocracia, mais dinâmica; Desenvolver e
validar novos instrumentos de avaliação;
 Possibilitar o acesso ao conhecimento em formação continuada; Avaliar os instrumentos
à disposição no mercado.

Os requisitos fundamentais para que um teste possa ser considerado um bom instrumento de
avaliação são:

Validade O teste mede o que se propõe a medir?

Fidedignidade O escore obtido no teste se aproxima do escore verdadeiro do sujeito?

Padronização Há uniformidade dos procedimentos tanto de aplicação quanto de


pontuação do teste?

Adaptação O teste corresponde à realidade em que é utilizado?

2.6.A escolha dos instrumentos na avaliação psicológica

Os pontos abaixo podem ajudar o profissional a pensar melhor e a escolher o teste mais adequada
para a ocasião:

 Que atributos ou características se quer avaliar: personalidade, atenção, inteligência;


Quais as técnicas disponíveis e aprovadas:
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 Técnicas que constam na lista do CFP como aprovadas; Idade, escolaridade, nível
socioeconómico, do testando:
 Perfil da pessoa a ser avaliada;
 Familiaridade com o instrumento: ter conhecimento prévio do material antes de sua
aplicação;
 Qualidade do instrumento: confiabilidade do material mediante indicação ou não do CFP;
Materiais originais: utilização de materiais da editora e nunca fotocópias.

2.7.Cuidados na aplicação dos testes

Antes da aplicação do teste, é importante que o profissional observe o avaliando (ou o grupo
de avaliando) nos seguintes aspectos: condições físicas (medicações, estado de cansaço,
problemas visuais e auditivos, alimentação) e condições psicológicas (problemas
situacionais, alterações comportamentais), procurando identificarem possíveis situações que
possam influenciar na qualidade do desempenho do sujeito.

2.8.Os 12 Pecados Mortais do Uso de Testes Psicológicos

1. Utilizar testes não aprovados pelo CFP.

2. Usar cópias de testes.

3. Não encarar a Avaliação Psicológica como um processo.

4. Dispensar a entrevista.

5. Adaptar os testes de acordo com a sua vontade: alterar tempos, instrumentos, não
observando a padronização.

6. Não pedir ao candidato para assinar o teste.

7. Não registrar todas as informações pertinentes ao caso.

8. Aceitar remuneração incompatível com a sua prática.

9. Não esclarecer a respeito da Avaliação Psicológica ao cliente e ao usuário do serviço.

10. Não fazer entrevistas de devolução.

11. Não se aperfeiçoar em reciclagens, cursos, supervisões e congressos.

12. Não guardar os materiais por cinco anos.


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2.9. Observação

A observação é um método mais aberto de avaliação psicológica e sem dúvida o primeiro


instrumento que o profissional de Psicologia aprende a utilizar. Assim, o seu treino é
fundamental para que haja clareza e exactidão nas informações colectadas.

Observar significa tornar mensurável o comportamento que se expõe por parte do sujeito que
o manifesta. O comportamento observado também produz reacções (sentimentos, respostas)
no observador, que o auxiliam a formular hipóteses sobre o mesmo.

3.Exame do estado mental

Atenção Capacidade de concentração do psiquismo frente a determinado estímulo;

Senso percepção Capacidade de receber um estímulo e transformá-lo em uma imagem;


Consciência Estado de clareza psíquica;

Orientação Capacidade de situar-se em relação a si mesmo e ao ambiente;

Memória Capacidade de fixar, conservar, evocar e reconhecer um estímulo;

Pensamento Capacidade de elaborar, associar e criticar ideias. Traduz a aptidão de elaborar


conceitos, articulá-los em juízos e construir raciocínios de modo a solucionar problemas;

Linguagem Conjunto de sinais convencionados utilizados para se expressar;

Afectividade Capacidade de experimentar sentimentos e emoções; Conduta Tendência


psicomotora da actividade psíquica.

Observação

Aparência geral: Higiene, cuidados corporais e vestimenta aspecto físico e de saúde modo
de comportar-se.

Área sensorial e motora Visão, Audição, Movimento corporal.

3.1.Entrevista

A entrevista psicológica é uma conversação dirigida a um propósito definido de avaliação.


Sua função básica é prover ao avaliador subsídios técnicos acerca da conduta do candidato,
completando os dados obtidos pelos demais instrumentos utilizados.
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A entrevista é uma técnica de investigação científica em psicologia, sendo um instrumento


fundamental do método clínico. Compreende o desenvolvimento de uma relação entre o
entrevistado e o entrevistador, relacionada com o significado da comunicação. Revela dados
introspectivos (a informação do entrevistado sobre os seus sentimentos e experiências), bem
como o comportamento verbal e não-verbal do entrevistador e do entrevistado. (Cunha,
1986) Apesar de suas vantagens, a entrevista está sujeita a interpretações subjectivas do
examinador (valores, estereótipos, preconceitos). Deve-se, portanto, planejar e sistematizar
indicadores objectivos de avaliação correspondentes ao perfil examinado.

3.2.Roteiro de entrevista na avaliação psicológica

De forma geral, os dados a serem obtidos deverão ser observados de acordo com o contexto onde
o atendimento estará sendo realizado. Assim, em determinados contextos, certas informações são
imprescindíveis, enquanto que em outros, algumas informações se tornam irrelevantes.

A entrevista deve ser entendida como uma forma dinâmica, o que possibilitará o conhecimento
necessário aos objectivos da avaliação proposta. Consideramos como importantes, nos mais
diversos contextos, a investigação das seguintes informações:

 Dados de identificação
 Dados socioculturais
 História familiar
 História escolar
 História e dados profissionais
 História e indicadores de saúde/doença
 Aspectos da conduta social
 Visão e valores associados a temática investigada
 Características pessoais
 Expectativas de futuro

Ao mesmo tempo em que os dados objectivos são colectados, deve-se observar o processo de
comunicação que se estabelece entre o cliente e o profissional que o atende. Quando se processa
uma entrevista, o psicólogo tem que ter em mente que há outras formas de comunicação, além da
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verbal, que seria a mais tradicional e óbvia. A comunicação não- verbal muitas vezes é mais
intensa e rica, complementando ou não a exposição oral.

A forma de organização espacial, a localização, os gestos, o olhar e a voz irão fornecer ao


psicólogo treinado adequadamente dados muito confiáveis a respeito dos sentimentos do cliente,
assim como sobre as condições da comunicação que está acontecendo (vontade de favorecer a
comunicação, bloqueios, inseguranças).

3.3.Inventários e Questionários

Por norma, os termos “Questionário” ou “Inventário” estão associados à avaliação da


personalidade, sendo exemplo disso, o questionário factorial de personalidade 16 PF-5 ou o
Inventário de personalidade NEO-PI-R (FernándezBallesteros, 2002).

Outra terminologia que também é comum aparecer é “Escala”, referindo-se a uma série de itens
que visam a avaliação de um mesmo constructo. É exemplo disso a Escala de Autoconceito e de
Auto-estima de Susan Harter. Este termo pode ainda ser utilizado para designar um subteste, ou
o conjunto de itens dentro de um teste, que mede uma característica distinta ou específica, como
é o caso da Escala de Esquizofrenia do MMPI (Fernández-Ballesteros, 2002).

Apesar de muitas vezes estes termos serem utilizados sem discriminação, a verdade é que, se os
inventários e escalas podem ser considerados questionários, o contrário não é válido. Isto é, nem
todos os questionários são inventários ou escalas, uma vez que para o serem necessitam de um
conjunto de propriedades métricas, entre outras (Ribeiro, 2010).

Os instrumentos de auto-relato que avaliam a totalidade da personalidade tendem a incluir o


termo “personalidade” na sua designação, enquanto os que avaliam apenas determinados
aspectos específicos (dimensões, traços, factores) recorrem normalmente ao nome da dimensão a
avaliar (ansiedade, depressão), (FernándezBallesteros, 2002). No desenvolvimento de inventários
de personalidade seguiram-se várias abordagens na formulação, na montagem, na selecção e no
agrupamento de itens, sendo, actualmente, utilizados os procedimentos baseados na relevância
do conteúdo, no gabarito de critério empírico, na análise factorial e na teoria da personalidade.
Devemos ter a noção de que não são técnicas mutuamente exclusivas e que a maioria dos
inventários utiliza mais do que um desses procedimentos (Anastasi & Urbina, 2000).
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Outro aspecto importante a considerar é que existe uma grande variedade de medidas para
avaliar a personalidade. Estas medidas podem estar mais orientadas para o diagnóstico
psicopatológico ou para a avaliação de aspectos positivos da personalidade. Por exemplo, o
MMPI foi concebido para diagnosticar indivíduos que têm uma personalidade patológica e inclui
uma nota entre o que é “normal” e o que é “patológico”. (Fernández-Ballesteros, 2002). Outros
instrumentos não permitem distinguir o “normal” de “patológico”, mas sim pretendem avaliar a
intensidade (ou gravidade) da variável em estudo após o diagnóstico (por exemplo, o Inventário
de Depressão de Beck) (Fernández-Ballesteros, 2002). Por sua vez, alguns instrumentos visam
avaliar “traços” de personalidade. Estes instrumentos derivam de teorias factoriais da
personalidade que assumem que os traços são características persistentes dos indivíduos e, por
isso, partem do pressuposto de que, ao identificar os traços da personalidade do indivíduo, seria
possível prever o seu modo de actuar no presente e no futuro. Exemplos deste tipo de
instrumentos são o 16 PF-5 e o NEO-PI-R (Anastasi & Urbina, 2000).
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4.Conclusão

Chegando ao fim do presente trabalho, concluímos que a avaliação psicológica emerge como
uma ferramenta fundamental no campo da psicologia, fornecendo insights valiosos sobre o
funcionamento psicológico dos indivíduos. Ao longo deste trabalho, exploramos as
características essenciais da avaliação psicológica, incluindo sua objectividade, validade,
confiabilidade, abrangência e ética. Discutimos também as diversas dimensões que essa prática
abarca, desde a avaliação da personalidade e cognição até a avaliação neuropsicológica e
psicossocial.

Além disso, examinamos os diferentes tipos de avaliação psicológica, cada um com seus
objectivos específicos e metodologia própria. Desde entrevistas clínicas até testes psicológicos,
autorrelatos e observações comportamentais, essas técnicas proporcionam uma compreensão
multifacetada do indivíduo, contribuindo para diagnósticos precisos, intervenções eficazes e
acompanhamento adequado.
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5.Bibliografia

Machado, A. P & Morona, V. C (2007) Manual de Avaliação Psicológica, 21ª ed, Curitiba:
Unificado, p˗110.

O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, (1971) no uso de suas atribuições legais e


regimentais, que lhe são conferidas pela Lei nº 5.766, de 20 de Dezembro de 1970.

Ballesteros. F. (2OO2) Testagem psicológica. Porto Alegre: Artes, Médicas. 575 páginas. ISBN
85-7307-615.

Alchieri. D & Primi. N (2003) types of psychological assessment, 2ª ed ,New York: Wiley;50 p.

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