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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Especialização em EJA e Privados de Liberdade
Disciplina Práticas de Pesquisa
Profª Miriam Pereira Lemos

GRUPOS FOCAIS COMO TÉCNICA DE


INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA:
DESAFIOS METODOLÓGICOS

Aline, Clara, Eden, Jaqueline Alves, Jurema, Mari Ângela,


Patrícia Debortoli, Patricia Silva Martins, Patricio, Sandra
Mª H. da Silva,Virgínia.

POA
JUN/2010
GRUPOS FOCAIS:
DEFINIÇÃO GERAL

Grupo focal é uma técnica de investigação


qualitativa comprometida com a abordagem
metacientífica compreensivista, ou seja,
uma
abordagem com o objetivo científico de
compreesnão de algum fato social
(fenômeno).
GRUPOS FOCAIS: DEFINIÇÕES

• Morgan (1997) Técnica de pesquisa que


coleta dados por meio das interações grupais
ao se discutir um tópico especial sugerido pelo
pesquisador.

• Veiga & Gondim (2001) Recurso para


compreender o processo de construção das
percepções, atitudes e representações sociais
de grupos humanos.
GRUPOS FOCAIS:
CARACTERÍSTICAS
• Desenvolvimento de entrevistas grupais;

• Papel do entrevistador e do tipo de abordagem;

• Entrevistador grupal: papel diretivo com cada membro;

• Moderador do grupo focal: facilitador do processo de


discussão ênfase nos processos psicossociais que emergem, ou
seja, no jogo de interinfluências da formação de opiniões sobre
um determinado tema;
GRUPOS FOCAIS:
CARACTERÍSTICAS
ouve a opinião de cada um e compara as respostas;

• Entrevistador nível de análise é o indivíduo no grupo;

unidade de análise do grupo focal é o próprio grupo.

Forma de reunir informações


• Pressupostos e premissas necessárias
para a tomada de decisão;
Promotores da auto-reflexão e da
do pesquisador transformação social;

Técnica para a exploração de um tema


pouco conhecido, visando o delineamento
de pesquisas futuras.
MODALIDADES DE
GRUPOS FOCAIS
• Centrados na produção de conteúdos;

• Orientação teórica voltada para a geração de


hipóteses, para o desenvolvimento de modelos e
teorias, enquanto que a prática tem como alvo a
produção de novas ideias, a identificação das
EXPLORATÓRIOS necessidades e expectativas e a descoberta de
Fern (2001) outros usos para um produto específico;

• Ênfase no plano intersubjetivo, ou seja, naquilo


que permite identificar aspectos comuns do grupo
alvo.
MODALIDADES DE
GRUPOS FOCAIS
• Orientação teórica dirigida para a compreensão das crenças,
sentimentos e comportamentos, enquanto a prática ocupa-se
em descobrir projeções, identificações, vieses e resistência à
persuasão.
CLÍNICOS
Fern (2001) • Premissa clínica: muitos comportamentos são desconhecidos
pela própria pessoa, daí a importância do julgamento clínico e
da observação do outro, o que permite concluir que o
aprofundamento da intra-subjetividade no grupo é fator
importante desta modalidade.
MODALIDADES DE
GRUPOS FOCAIS
VIVENCIAIS
Fern (2001)

Os próprios processos internos ao grupo são o alvo da análise e estão subordinados a dois
propósitos:

Na vertente teórica, o de permitir Na vertente prática, temos a prática


a comparação de seus achados centrada no entendimento específico da
com os resultados de entrevistas linguagem do grupo, nas suas formas de
por telefone e face a face. Neste comunicação, preferências
caso, o nível de análise é compartilhadas e no impacto de
intergrupal. estratégias, programas, propagandas e
produtos nas pessoas. A ênfase aqui é
O PROCESSO DA PESQUISA
COM GRUPOS FOCAIS
• Composição dos grupos: número de elementos, homogeneidade ou
heterogeneidade dos participantes (cultura, idade, gênero, status social);

• Recurso tecnológico empregado ( face a face ou mediados por tecnologia


da informação);

• Decisão dos locais de realização (naturais, contexto onde ocorre; ou


artificiais, realizados em laboratório);

• Características que o moderador venha a assumir (diretividade ou não-


diretividade);

• Tipo de análise dos resultados (de processos e de conteúdo: oposições,


convergências, temas centrais de argumentação intra e intergrupal, análises
de discursos, linguísticas etc).
O PROCESSO DE DISCUSSÃO
EM GRUPOS FOCAIS: FATORES
DE INTERFERÊNCIA
Processos grupais que interferem nos resultados
dos grupos focais:
1. Bloqueio de produção;
2. Influência social;
3. Pegar carona;
4. Influência normativa.
QUESTÕES METODOLÓGICAS
NA PESQUISA DE GRUPOS
FOCAIS
Cinco críticas dirigidas aos grupos focais:
1. Tamanho da amostra;
2. Falta de controle do desempenho do moderador;
3. Nível de resposta a ser considerado para efeito de
análise nos grupos focais;
4. Forma de interpretação dos grupos focais;
5. Limitações de se comparar resultados dos grupos
focais com os gerados por outras técnicas de
investigação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As possibilidades de utilização da técnica dos
grupos focais para profissionais e pesquisadores
são muitas. Em organizações formais, auxiliam
na introdução de programas, na tomada de
decisões, na aprendizagem organizacional, no
diagnóstico e avaliação da qualidade de
serviços, assim como na geração de novas
ideias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• No setor da saúde, viabilizam a abordagem de grupos
segmentados (hipertensos, diabéticos, drogadiços,
adolescentes gestantes etc.) e a difusão de informações
para a população carente.
• Na política, vêm dando sua contribuição para a
avaliação da opinião de eleitores e estudos do
comportamento político.
• No marketing, ampliam a compreensão dos hábitos de
consumo e do impacto de produtos, serviços e comerciais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na atuação junto à comunidades, os grupos focais
estão auxiliando na compreensão dos grupos sociais
desfavorecidos e nas ações comunitárias, ou seja, os
pesquisadores encontram nos grupos focais uma técnica
que os ajuda na investigação das crenças, valores,
atitudes,
opiniões e processos de influência grupal, bem como dá
suporte para a geração de hipóteses, a construção teórica
e
a elaboração de instrumentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dentre as possibilidades de utilização da técnica


dos grupos focais para profissionais e
pesquisadores, destacamos a possibilidade
de utilização desta técnica na escola, ferramenta
útil para trabalhos com grupos de pais, professores
e alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• GONDIM, Sônia Maria Guedes. Grupos focais como técnica de
investigação qualitativa: desafios metodológicos. Universidade Federal
da Bahia: BA, 2002. Disponível em <
http://sites.ffclrp.usp.br/paideia/artigos/24/03.doc>

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