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2.

METODOLOGIA
DA INVESTIGAÇÃO
SOCIOLÓGICA
2.1. ESTRATÉGIAS DE
INVESTIGAÇÃO
 O processo de produção científica requer a elaboração de teorias e conceitos e a aplicação de
métodos e técnicas de investigação.
A TEORIA
 Uma teoria pode ser entendida como um ponto de vista sobre a realidade.

 Sem uma teoria é impossível captar qualquer fenómeno social.

 Uma teoria permite iluminar a realidade.

 Sem a sua presença a realidade pareceria homogénea, indistinta e indiferente.


A TEORIA
Fenómeno social: insucesso escolar

Resulta das qualidades inatas dos alunos (os melhores alunos Resulta da estrutura social (valorização de aspetos como o
são os mais inteligentes; os piores alunos nasceram com meio económico, geográfico, social e cultural de cada aluno).
menos capacidades intelectuais).

Logo, mudando a teoria, muda a orientação da pesquisa.


A TEORIA
 Sociologia da Juventude (texto p.41).

 A juventude pode ser observada a) segundo os aspetos que lhe são comuns ou, pelo
contrário, b) na sua diversidade.
AS HIPÓTESES TEÓRICAS
 Infirmar vs Confirmar

 Em ciência, é tão importante confirmar o nosso ponto de vista inicial como termos a
humildade de reconhecer, pelos resultados da pesquisa, que estávamos enganados.

 Caso se comprove que as hipóteses teóricas que nos orientam estavam erradas, deveremos
rever a teoria que adotámos inicialmente e construir uma nova.
2.2. MODOS DE PRODUÇÃO DA
INFORMAÇÃO
Os métodos

 Para exercitar a imaginação sociológica devemos seguir um determinado método.

 Ao efetuarmos uma pesquisa deveremos escolher um método que organize todo o processo
de seleção, recolha e tratamento de informação.

 A informação que devemos recolher para comprovar ou negar as nossas hipóteses teóricas de
partida não existe em estado natural ou bruto na realidade. É necessário construir essa
informação.
OS MÉTODOS
 O método extensivo é também apelidado de medida ao pretender a quantificação de práticas
(atitudes, padrões de comportamento, opiniões, valores) de populações relativamente
numerosas.

 Valoriza a comparação dos resultados e o seu tratamento estatístico.


OS MÉTODOS
 O método intensivo, também chamado de estudo de caso, analisa um determinado fenómeno
na sua especificidade, geralmente uma unidade social bem delimitada (uma turma, uma
escola, uma aldeia, um grupo de jovens, um bairro).

 Este método realça a profundidade da observação dos fenómenos sociais.


OS MÉTODOS
 O método experimental tem reduzida aplicação nas ciências sociais, com exceção de certos
ramos da Psicologia.

 Os seres humanos não são propriamente cobaias…


OS MÉTODOS
 Relativamente aos métodos extensivo e intensivo, não se pode considerar que um seja melhor
do que o outro. Ambos possuem vantagens e desvantagens, dependendo da realidade que
pretendemos estudar.

 Vantagens e desvantagens dos métodos. p. 44


OS MÉTODOS
 Ecletismo metodológico: combinação dos dois métodos, aproveitando as respetivas
vantagens e, se possível, eliminando as suas desvantagens.

 Este esforço de combinação requer uma forte imaginação sociológica.


OS MÉTODOS
 Investigação-ação: os métodos podem ser utilizados procurando a união do conhecimento de
uma situação à transformação dessa mesma situação.

 Oposição ao conhecimento meramente contemplativo.

 Os-que-sabem-mas-não-fazem ≠ os-que-fazem-mas-não-sabem

 É no trabalho de campo que o investigador compreende a necessidade de articulação.


 P.44
AS TÉCNICAS
 Em geral, as técnicas podem ser classificadas como documentais, de inquirição e de
observação.
TÉCNICAS DOCUMENTAIS
A análise documental incide sobre:

 Fontes primárias: documentos produzidos pelo próprio investigador no decorrer da pesquisa


de acordo com os objetivos e hipóteses teóricas.

 Fontes secundárias: documentos já existentes e concebidos por outras razões que não as da
pesquisa.
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O investigador, na análise do conteúdo, constrói categorias que ajudam a desmontar um


determinado texto ou documento.
TÉCNICAS DE INQUIRIÇÃO
 Inquérito por questionário: assenta na arte de interrogar populações com o intuito de descobrir
regularidades nos comportamentos, atitudes e opiniões.

Este instrumento compõe-se de:

 questões fechadas (apenas podem ser utilizadas se conhecermos bem o campo de estudo)
 questões abertas
 questões semiabertas ou semifechadas

(Qual o tempo escolar que mais aprecias? Aulas/Furos/Intervalos.


Quais as razões da tua resposta?)

p.46
TÉCNICAS DE INQUIRIÇÃO
 As entrevistas são efetuadas a partir de um guião. Este reflete os objetivos da pesquisa, ou
seja, as questões ou tópicos procuram abordar os vários temas em análise.

As entrevistas podem ser:

Diretivas: o entrevistador não concede margem de manobra ao entrevistado (ordem rígida do guião).

Semidiretivas ou em profundidade: compromisso entre a necessidade de abordar o entrevistado sobre determinados temas, mas
valorizando a organização livre do seu discurso.

Não diretivas ou livres: não há um guião, mas sim temas que conduzem a conversa.
TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO
 Observação participante: consiste na entrada do investigador num determinado terreno
(bairro, escola, cadeia), de modo a ganhar familiaridade com os observados e interagindo com
eles.

 Habitualmente, este tipo de observação remete para a designação de pesquisa etnográfica e é


usada no método intensivo.

 Esta investigação articula várias técnicas (pequenos inquéritos, entrevistas, vídeos, fotografias)
e é registada através de um diário de campo, escrito pelo próprio etnógrafo.
TÉCNICAS DE OBSERVAÇÃO
 Observação direta: o observador tenta ser invisível, ou seja, vê e ouve de acordo com uma
grelha de observação, sem entrar em interação verbal com os observados.

 Não requer o ritual de “entrada” do investigador num determinado campo.

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