METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO SOCIOLÓGICA

1. Preenche o guião com base na leitura do manual pp. 58 – 77.

A Sociologia, como qualquer outra ciência, segue um método. O que é o método Científico?

MÉTODO CIENTÍFICO (CAMINHO DE PESQUISA)

O método científico é o caminho que a pesquisa segue, através de uma série de
etapas, na busca do conhecimento. É a organização sistemática, crítica e rigorosa da
observação e interpretação da realidade.

COMPONENTES DO MÉTODO CIENTÍFICO / CAMINHO DE PESQUISA

1.1. Definição do Tema / problema de investigação (o que se quer investigar?).

Um tema ou um problema de investigação é um determinado assunto que o
investigador vai desenvolver e trabalhar com o intuito de perceber a sua relevância na
sociedade de forma a melhorá-la.

1.2. Após ter definido o problema de investigação, o que um investigador deve fazer quando
quer iniciar uma investigação é a revisão da literatura ou revisão do estado da arte. Em
que consiste a revisão da literatura ou a revisão do estado da arte?
ESTADO DA ARTE | REVISÃO DA LITERATURA
Estado da arte, ou revisão da literatura, é quando um investigador define os
objetivos da sua pesquisa através de uma revisão das teorias já existentes sobre
determinado tema.

1.3. O investigador deve também, antes de iniciar a pesquisa propriamente dita, definir
hipóteses teóricas que respondam ao problema em estudo. O que são as hipóteses
teóricas?
HIPÓTESES TEÓRICAS
Proposições que se destinam a ser testadas pela observação dos fenómenos.

Definição dos objetivos / questões de investigação. Ex:

1.4. Seleção do Método de estudo.
Vantagens Desvantagens

-Profundidade da observação; -Dificuldade na generalização

-Valorização do quotidiano dos
agentes sociais e das suas
formas de expressão no
próprio momento em que se
produzem;
-Atenção à especificidade de
Método cada caso.
intensivo /
qualitativo
da informação recolhida nos
estudos de caso;
-Maior tendência para a
empatia e identificação com os
observados, com perda de
objetividade.

-Observação de populações -Superficialidade da

numerosas; informação recolhida;
-Comparabilidade dos -Frieza e dificuldade em captar
resultados e o lado vívido dos fenómenos
Método representatividade estatística; sociais.
extensivo / -Deteção de regularidades ou
quantitativo padrões nas práticas sociais
estudadas.
1.5. Um outro passo é o de selecionar as Técnicas de investigação. Preenche o quadro com
a caraterização das Técnicas de investigação na sociologia:
TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO
Documentais
Fontes:
-Primárias: informação produzida pelo
próprio investigador;
-Secundárias: informação preexistente e Análise Estatística
independente da pesquisa; Análise de Conteúdo
-Não escritas: som, imagem, oralidade,
símbolos, arte, etc;
-Escritas:
-Oficiais: arquivos, legislação,etc;
-Não oficiais: websites, redes sociais,
livros jornais, etc.

De inquirição Inquérito por questionário

Entrevista
História de vida

De observação Observação participante

Observação direta
Sociologia visual

Técnicas documentais
O que são fontes primárias?

São documentos produzidos pelo próprio investigador no

decorrer da pesquisa, de acordo com os seus objetivos e
hipóteses teóricas, e que são resultado de testemunhos em
primeira mão (por exemplo, a base de dados resultante de um
inquérito por questionário contruído pelo investigador).

O que são fontes secundárias?

São fontes já existentes e concebidas por outras razões que não

as da pesquisa ( por exemplo, as opiniões postadas nas redes
sociais a propósito da violência doméstica ou as estatísticas
produzidas por vários organismos do Estado).

Técnicas de inquirição
O inquérito por questionário, uma das técnicas de inquirição, pode ser composto por
questões fechadas ou abertas.
O que são questões fechadas?
São questões que não permitem outras opções além das que
estão previamente definidas no inquérito.
O que são questões abertas?

Questões abertas conferem à resposta uma liberdade mais ampla

Sugestões para uma correta construção e aplicação do inquérito por

questionário:
-No início do questionário, deve existir um pequeno texto
explicitando os seus objetivos de forma clara, e garantindo o
anonimato e confidencialidade dos resultados
-As variáveis de caracterização sociográfica (sexo, idade, nível de
instrução, estado civil, nacionalidade, local de residência,
profissão, situação na profissão, condição perante o trabalho,
etc.) devem figurar no início ou no final do questionário, numa
secção anónima.
-As questões formuladas na negativa devem ser evitadas, uma
vez que prejudicam o entendimento (exemplo: com que
frequência não costuma ler?).
-Não é aconselhável mudar de escala numa mesma questão. Um
exemplo errado: Com que frequência lê livros sem ser de estudo?
Mensalmente/ Semanalmente/ Frequentemente/ Poucas vezes.
Um exemplo correto: Com que frequência lê livros sem ser de
estudo? Muitas vezes/ Algumas vezes/ Raramente/ Nunca.
-Deve evitar-se a proliferação de escalas em que é possível o
posicionamento intermédio, pois esta é frequentemente
procurado, por comodismo dos respondentes (exemplo: numa
escala de 1 a 5, sendo 1 a posição mais à direita e 5 a posição
mais à esquerda, como se define ideologicamente?). É
aconselhável utilizar escalas diferentes, para que os respondentes
não se habituem a responder sempre no mesmo sentido.
-Os níveis da linguagem devem ser adequados aos destinatários
do inquérito.

Etapas da elaboração do inquérito por questionário:

1. Definição do objetivo do inquérito e das hipóteses de

trabalho (referência obrigatória a uma problemática teórica).
2. Determinação do universo do objeto de estudo e construção
da amostra
3. Elaboração do questionário
4. Aplicação de um pré-teste para detetar eventuais erros
5. Formação dos inquiridores (caso não seja o próprio
investigador a administrar o inquérito no caso dos inquéritos
online, este passo é dispensável)
6. Aplicação concreta dos questionários
 7. Tratamento da informação recolhida (com a eventual
aplicação de medidas e testes estatísticos)
8. Análise das informações
9. Redação do relatório final

Técnicas de inquirição
Entrevista

As entrevistas podem ser diretivas, semidiretivas e não diretivas ou livres, diz o

que entendes por cada uma delas:

Entrevista diretiva: é quando o entrevistador não concede qualquer margem

de manobra ao entrevistado, seguindo rigidamente a ordem das perguntas do
guião

Entrevista semidiretiva: Traduzem um compromisso entre a necessidade de

abordar o entrevistado sobre determinados temas e a valorização da
organização relativamente livre do seu discurso

Entrevista não diretiva ou livre: É quando não há propriamente um guião, mas

sim alguns temas que conduzem a conversa. Este tipo de entrevista é
particularmente útil na fase exploratória da pesquisa, em que é necessário
recolher toda a informação disponível.

Técnicas de inquirição
O que são Histórias de vida?

Consistem numa série de entrevistas de tipo semidiretivo, geralmente

aplicadas em várias sessões, tendo subjacente um guião que procura cruzar
dados biográficos e ciclos de vida pessoais ( infância, juventude, idade adulta,
casamento, etc.) com circunstâncias históricas e sociais.

Apresenta as vantagens e desvantagens da entrevista face ao inquérito por

questionário:
Entrevista
Vantagens Desvantagens
- aprofunda a infirmação recolhida; -Não permite relacionar
-capta o sentido que os agentes variáveis com tanta
sociais dão às práticas ; facilidade
- respeita a “voz” e os quadros
culturais dos entrevistados
 -É muito mais difícil
obter representatividade
estatística
-Nem sempre o que as
pessoas dizem
corresponde ao que
fazem – importa,
portanto, comparar as
“declarações” com as
práticas reais

Técnicas de observação
O que é a observação participante?

Consiste na entrada do investigador num determinado terreno ( uma aldeia,

um bairro, uma cadeia, uma escola ou outro) ena sua permanência durante
algum tempo ( vários meses ou vários anos) nesse terreno, ganhando
familiaridade com os observados e interagindo com eles como se pertencesse
ao seu território e cultura

Técnicas de observação
O que é a observação direta?

Não requer qualquer tipo de ritual de “entrada” do investigador num

determinado campo. Caracteriza-se pelo facto de o investigador ver e ouvir de
acordo com uma grelha de observação preexistente, registando, por exemplo,
posturas corporais, indumentárias, conversas, descrições do espaço e das
relações das pessoas com esse espaço, sem entrar em interação verbal com os
observados.

Técnicas de observação
O que é a sociologia visual?

Distingue-se pela utilização, para fins de pesquisa, da fotografia e da

filmagem.
Técnicas de amostragem
Preenche os quadros:
Amostra representativa:

É quando os resultados da inquirição podem ser extensíveis ou generalizáveis,

mesmo que com alguma margem de erro, à totalidade do universo de análise.

Amostra probabilística:

É quando “cada um dos elementos da população tenha uma probabilidade

conhecida e não nula de ser representada na amostra – no caso mais simples,
cada elemento tem a mesma probabilidade de ser incluído na amostra”

Amostra não probabilística ou não aleatória:

A seleção da amostra é feita através de critérios previamente definidos pelo

investigador.

Amostragem por quotas: a representatividade procura-se estabelecendo

quotas de inquiridos segundo determinadas características predefinidas
(idade, sexo, escolaridade, área de residência, entre outras). Essas quotas
devem reproduzir, em amostra, as proporções existentes na população
total relativamente às características consideradas, onde a necessidade de
informação

Amostragem por bola de neve: parte-se de uma amostra composta por um

número reduzido de pessoas “às quais se vão acrescentando, até a amostra
estar completa, pessoas com as quais as primeiras afirmam estar em
relação”.

Amostragem de conveniência: as unidades da amostra são selecionadas de

acordo com os objetivos da pesquisa. Por exemplo, pode-nos interessar
numa dada escola, inquirir apenas os alunos que já reprovaram mais de
duas vezes para aferir das causas do insucesso escolar reincidente.
Por fim, há que analisar os resultados obtidos.

Não podemos esquecer que as técnicas de investigação são sempre aplicadas em determinadas
situações sociais, constituindo elas próprias relações sociais entre agentes com caraterísticas
diferentes e, frequentemente, com graus diversos de poder. Esta circunstância obriga o
investigador a uma permanente vigilância sociológica sobre o próprio processo de pesquisa.