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2021/2022
“A SOCIOLOGIA ESTUDA A
SOCIEDADE EM REDE”,
MANUEL CASTELLS
De que modo as redes sociais fazem parte da tua vida? Elas influenciam as tuas interações sociais?
Estudos em diferentes sociedades revelam que, a maior parte das vezes, os utilizadores de internet são
mais sociáveis.
O que será possível fazer para promover políticas de emprego ativas, que valorizem a
escolarização?
A perspetiva sociológica é uma forma própria de ler a realidade social, que incide
principalmente nas sociedades contemporâneas.
A SOCIOLOGIA
É uma forma de conhecimento.
Estuda a vida das pessoas em sociedade e os fenómenos sociais que daí advêm.
Ninguém vive sozinho e ninguém habita no vazio: eis o caminho para a análise sociológica.
TEMA 1 – O QUE
ÉA
SOCIOLOGIA?
Unidade 1 – Sociologia e Conhecimento da Realidade Social
O conjunto de fenómenos que se produzem na sociedade é o objeto sobre o qual se debruçam as várias
ciências sociais: a Economia, a História; a Demografia; a Geografia; a Psicologia; a Antropologia; a
Sociologia…
A pluralidade dos ramos das ciências socias não significa que se possa dividir a realidade
social e os seus fenómenos particulares em compartimentos separados.
A realidade social constitui uma unidade indivisível e complexa, cuja análise pode ser
efetuada segundo perspetivas disciplinares ou olhares científicos diferentes.
Exemplo: o fenómeno do acesso dos jovens portugueses ao mercado de trabalho pode ser
estudado tendo em conta:
Contudo, apesar das várias perspetivas analíticas, o fenómeno mantém a sua unidade: trata-
se sempre de estudar a relação entre a juventude e o trabalho.
A análise económica, histórica ou qualquer outra, permite compreender uma realidade vasta,
complexa e pluridimensional, dividindo o fenómeno artificialmente, sem que se deva
confundir essa divisão com a realidade social, que é sempre una.
A Interdisciplinaridade
O estudo de um fenómeno por uma dada ciência em exclusivo – pondo de parte os contributos
de outras áreas do saber – não permitirá a sua compreensão global.
Exige-se uma investigação conjugada e complementar das várias ciências sociais – uma ação
interdisciplinar –, opção que se revela mais capaz de produzir conhecimentos integrados,
completos e profundos.
Formação da Sociologia
O surgimento histórico da Sociologia foi impulsionado pelas profundas transformações ocorridas na sociedade
europeia, resultantes da chamada “dupla revolução”:
As condutas individuais são determinadas pelos factos sociais que envolvem os
indivíduos, ou seja, são-lhes exteriores, não dependendo da sua vontade (são
coercivos). Tais maneiras de agir, pensar e sentir são relativas, variando consoante as
sociedades.
Émile Durkheim chegou à conclusão de que existem forças sociais externas ao indivíduo que
influenciam as taxas de suicídio (exemplo: o grau de integração dos indivíduos na sociedade),
o que faz delas factos sociais.
São produto de uma totalidade social e não se reduzem a atos meramente individuais.
Estrutura social e ação social
Max Weber alargou a perspetiva sociológica ao introduzir o conceito de ação social. Deu
primazia à dimensão individual da realidade social.
Estudo do Suicídio
Weber Durkheim
Não colocaria de parte a análise de eventuais cartas Tais documentos resvalam para a subjetividade e
deixadas pelo suicida, das suas histórias e dos contrariam a exterioridade e coercividade dos factos
testemunhos familiares. sociais. Recusa analisá-los.
Em resumo, de tudo o que permitisse compreender
os motivos da ação individual no contexto social.
A perspetiva weberiana não entra em contradição com o que dissemos antes sobre a forte
influência exercida pela estrutura social nos nossos atos e disposições mentais.
Porém, sublinha que não deixamos de ser indivíduos relativamente autónomos: fazemos
escolhas, refletimos criticamente sobre as regras que a sociedade tende a impor-nos,
adaptamo-nos e modificamos normas e valores em função de circunstâncias concretas.
Exteriores
Coercivos
Factos Sociais
(Durkheim) Relativos
Objeto da Sociologia
Dimensão individual
De 1974 até aos nossos dias, a Sociologia tem conhecido um notável crescimento:
licenciaturas, mestrados, doutoramentos, disciplina no ensino secundário, investigação…
Ciência/Profissão
1.3. Construção do conhecimento científico na Sociologia
“Conhecimento vulgar e prático com que no quotidiano orientamos as nossas ações e damos
sentido à nossa vida”. Boaventura Sousa Santos
Conhecimento científico
Colocou em causa muitas das crenças do senso comum. Hoje sabemos que o Sol não gira em
volta da Terra, os relâmpagos não têm origem na fúria dos deuses, os portadores de SIDA não
são exclusivamente homossexuais.
O conhecimento científico nas ciências sociais e na Sociologia
Nas ciências físicas e naturais, os objetos de estudo são parcial ou completamente exteriores
ao cientista; nas ciências sociais, o cientista faz parte do seu objeto de estudo – ele próprio é
um ser social.
Exemplo: “o copianço”. p. 28
Exige-se uma rutura com o senso comum: para que o sociólogo possa observar e questionar
a realidade social numa perspetiva científica, é necessária uma rutura face às ideias
preconcebidas.
O sociólogo deve manter uma atitude de vigilância constante e relativizar o seu
conhecimento prático sobre a realidade durante a produção do conhecimento científico.
Dificuldades da produção do conhecimento científico na Sociologia
Como vimos, o senso comum pode dificultar o trabalho do cientista social na sua tarefa de
produzir conhecimentos científicos.
No caso da Sociologia são vários os obstáculos que o senso comum coloca ao trabalho
científico:
Obstáculos
Quanto mais próximo está o sociólogo da realidade que pretende analisar, maior é o risco de
enviesamento da pesquisa, mais difícil é o processo de rutura com as crenças do senso comum.
Por vezes tentamos explicar certos fenómenos socias recorrendo a explicações naturais, isto é,
a fatores de ordem física ou biológica.
Tais explicações são perigosas do ponto de vista científico, pois dispensam um olhar crítico
sobre as coisas.
Exemplo: as mulheres são mais emotivas do que os homens e, por isso, têm mais dificuldade
em aceder a lugares de chefia no trabalho.
Explicações individualistas
Outro dos recursos que habitualmente utilizamos para explicar os fenómenos sociais são os de
ordem individual ou psicológica.
As causas sociais dos fenómenos raramente são evidentes, pelo que se torna mais simples e
cómodo recorrer a este tipo de justificações.
Exemplos: os alunos copiam porque não gostam de estudar. O desemprego existe porque as
pessoas não querem trabalhar. As pessoas suicidam-se porque têm problemas mentais.
Quando olhamos para outras sociedades, outras classes sociais, outros grupos ou culturas e
tomamos como referência a nossa própria realidade social e cultural, tendemos a explicar os
fenómenos dessas sociedades, classes, grupos ou culturas de uma forma etnocentrista.
Exemplo: o copianço.
Particularidade social: a Sociologia também se dedica ao estudo de particularidades sociais,
como pequenas comunidades, grupos, bairros, etc.
Texto p.37
Singularidades sociais: a Sociologia também se preocupa com as singularidades sociais, pois
não há regra sociológica sem exceção.
singularidade
A análise do aproveitamento escolar dos alunos que frequentam o sistema de ensino português
é um problema sociológico.
fatores, causas, tendências, formas de combate relativos ao problema social do insucesso escolar