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CURSO ONLINE

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

PSICOLOGIA SOCIAL E ATIVIDADES DE


PESQUISA
Prof. Rosine Ribeiro
PSICOLOGIA SOCIAL

DEFINIÇÃO
• O estudo científico de manifestações comportamentais de caráter situacional
suscitada pela interação de uma pessoa com outras pessoas ou pela mera
expectativa de tal interação, bem como dos processos cognitivos e afetivos
suscitados pelo processo de interação social.

BINÔMIO INDIVÍDUO-SOCIEDADE
• O estudo das relações que os indivíduos mantêm entre si e com a sua sociedade
ou cultura.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA SOCIAL

• Gustave Le Bon, em 1895: Livro “La Psychologie des foules” ( A Psicologia dos
Grupos);

• Teoria da “facilitação social” de Norman Triplett (1898);

• Duas obras, publicadas no ano de 1908, irão marcar a fundação oficial da


Psicologia Social moderna na América do Norte: o livro Uma introdução à
psicologia social, de autoria de William McDougall, e o livro Psicologia social: uma
resenha e um livro texto, de autoria de Edward Ross.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA SOCIAL

• O livro texto de Psicologia Social publicado em 1924, por Floyd Allport,


considerado um dos mais famosos psicólogos sociais behavioristas da época.

• Os anos de 1920 e 1930 serão dominados pelo estudo das atitudes, da influência
social interpessoal e da dinâmica de grupos.

• Dois principais temas marcaram as duas décadas subsequentes, que assinalam o


período da Segunda Grande Guerra e do pós-guerra: atitudes e percepção de
pessoa.

• Os anos de 1950 e 1960 assistem à renovação do interesse pelas pesquisas sobre


influência social e processos intergrupais, conduzidas, sobretudo, sob a liderança
de Asch e Leon Festinger.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA SOCIAL

• Os anos de 1950 e 1960 assistem à renovação do interesse pelas pesquisas sobre


influência social e processos intergrupais, conduzidas, sobretudo, sob a liderança
de Asch e Leon Festinger (Teoria da Dissonância Cognitiva).

• As teorias da atribuição irão dominar o cenário sociopsicológico norte-americano a


partir do final dos anos de 1960 e durante os anos de 1970 e 1980, numa
evidência da ascensão progressiva do cognitivismo no campo da Psicologia Social
Psicológica (Cognição Social).

• “Crise da Psicologia Social”, motivada pela excessiva individualização da Psicologia


Social Psicológica e dos movimentos sociais ocorridos nos anos de 1970 (como o
feminismo, por exemplo).
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA SOCIAL

• Os anos de 1950 e 1960 assistem à renovação do interesse pelas pesquisas sobre


influência social e processos intergrupais, conduzidas, sobretudo, sob a liderança
de Asch e Leon Festinger (Teoria da Dissonância Cognitiva).

• As teorias da atribuição irão dominar o cenário sociopsicológico norte-americano a


partir do final dos anos de 1960 e durante os anos de 1970 e 1980, numa
evidência da ascensão progressiva do cognitivismo no campo da Psicologia Social
Psicológica (Cognição Social).

• “Crise da Psicologia Social”, motivada pela excessiva individualização da Psicologia


Social Psicológica e dos movimentos sociais ocorridos nos anos de 1970 (como o
feminismo, por exemplo).
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA SOCIAL: BRASIL

• As primeiras publicações brasileiras com foco na análise de questões psicossociais


começaram a surgir na década de 1930.

• Apenas em 1962, com a regulamentação da psicologia, o Conselho Federal de


Psicologia, por meio do parecer 403/62, criou o currículo mínimo para os cursos de
Psicologia, estabelecendo, assim, a obrigatoriedade do ensino da Psicologia Social.

• A partir de então, e até os anos 1970, a Psicologia Social Psicológica norte-


americana foi a dominante, de modo semelhante ao que ocorreu no resto da
América Latina.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA

• Ao final da década de 1970 muitos psicólogos sociais latino-americanos iniciaram


um forte movimento de questionamento à Psicologia Social norte-americana (em
função de seu experimentalismo e individualismo), em prol de uma psicologia
social mais contextualizada.

• A criação da ABRAPSO em julho de 1980 consolidou historicamente a Psicologia


Social no Brasil.

• “A Psicologia Comunitária dedica-se a estudar, compreender e intervir no cenário


de questões psicossociais que caracterizam uma comunidade”.
TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

• A teoria das Representações sociais foi criada a partir do livro de Moscovici, “La
Psychanalyse, son image, son public”. Fica desconhecida por um tempo e na
década de 1980 volta com força total.

• De acordo com Ferreira (2010) “As representações sociais englobam um conjunto


de conceitos, imagens e explicações que se originam do senso comum, no contexto
das interações e comunicações interpessoais. Nesse sentido, elas vão se
modificando à medida que novos significados vão sendo acrescentados à
realidade” (p. 74).
TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

• A função das representações sociais é dar sentido ao desconhecido,


transformando o não familiar em algo familiar. Para tanto, apoia-se nos processos
de ancoragem e objetivação.

• Ancoragem: se ocupa de inserir o fenômeno não familiar em uma rede de


categorias e imagens familiares, de modo a que ele possa ser interpretado.

• Objetivação: tem por objetivo transformar o que é abstrato em algo concreto e


que pode ser, assim, tocado.

• Toda representação social organiza-se em torno de um núcleo central e de


elementos periféricos.
NEOLIBERALISMO E DIREITOS HUMANOS

CONCEITO

• Doutrina, desenvolvida a partir da década de 1970, que defende a absoluta


liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só
devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo.

• Os ideais da Revolução Francesa – igualdade, liberdade e fraternidade – tornaram-


se sinônimos de direitos inalienáveis da essência do homem.
NEOLIBERALISMO E DIREITOS HUMANOS

• Os direitos humanos têm servido para levar aos subalternizados a ilusão de


participação, de que as elites preocupam-se com o seu bem estar, de que o
humanismo dentro do capitalismo é uma realidade e, com isso, confirma-se o
artigo primeiro da Declaração de 1948: “todos os homens nascem livres e iguais
em dignidade e direitos”.

• No Brasil, a luta pelos direitos humanos emergiu com mais força nos movimentos
contra a ditadura militar.

• Nos anos 80, a violência tornou-se o tema nacional preferido pela mídia e pelos
políticos; as elites fizeram da criminalidade sua principal trincheira de luta, em
especial, nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
NEOLIBERALISMO E DIREITOS HUMANOS

• O Plano Nacional de Direitos Humanos foi apresentado à Nação, em 13 de maio de


1996 (dia da Abolição da Escravidão) – quando Fernando Henrique Cardoso deu a
primeira indenização à familiar mais velha de um desaparecido político.

• Qual a influencia dos direitos humanos para a atuação do psicólogo?

• Nesse contexto “as práticas psicológicas se voltam par ao interior do sujeito, onde
só interessa o que se refere ao auto conhecimento, desqualificando os espaços
públicos e excluindo a responsabilidade das questões políticas e públicas frente
aos conflitos que emergem do psiquismo e do chamado interior do sujeito”.
QUESTÃO SOCIAL E DIREITOS DE CIDADANIA

• Cidadania é entendida como um conjunto de direitos e deveres que um sujeito


possui para com a sociedade da qual faz parte.

• Esta cidadania está relacionada à idéia de um status, de um posicionamento


jurídico-legal perante o Estado.

• Marshall (2002) elaborou o conceito de cidadania a partir do surgimento dos


direitos – civil, político e social – que segundo ele, seriam constituintes desta
cidadania.
POLÍTICAS, DIRETRIZES, AÇÕES E DESAFIOS NA ÁREA
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O conjunto das Diretrizes Nacionais para a Política de Atenção Integral à Infância e à
Adolescência, deliberadas pelo CONANDA, estabelecem os seguintes critérios para
atenção integral:
• Educação;
• Saúde;
• Assistência social;
• Proteção especial;
• Violência sexual;
• Trabalho;
• Medidas socioeducativas;
• Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares e Fundos;
• Mecanismos de Exigibilidade de Direitos;
CONCEPÇÕES E MODALIDADES DE FAMÍLIA

• Família matrimonial;

• Família formada na união estável;

• Família monoparental;

• Família homossexual;

• Família intersexual;

• Família transexual.

• PL 6583/2013 – 24/09/2015
MOVIMENTOS SOCIAIS

• Os movimentos sociais têm sido entendidos, sob o enfoque clássico da Psicologia


Social, como resultantes dos esforços de determinadas pessoas em resolver
coletivamente problemas que elas têm em comum, em reação a um estado mental
de insatisfação.

• Dissonância Cognitiva;
• Comparação Social;

• Numa visão mais política os movimentos sociais participam de um projeto macro


de construção de uma sociedade efetivamente democrática.
CRÍTICA À RAZÃO INSTRUMENTAL

• A realização da autonomia da razão resultou no estabelecimento de um modelo de


racionalidade ao qual se subordina todo o conhecimento e que se põe como
requisito do próprio exercício da razão.
AÇÃO SOCIOEDUCATIVA COM INDIVÍDUOS,
FAMÍLIA E GRUPOS
• Termo “socioeducativo” designa um campo de aprendizagens, voltadas a assegurar
proteção social e oportunizar o desenvolvimento de interesses e talentos
múltiplos.
ATIVIDADES DE PESQUISA

Pesquisa
• Pesquisa pode ser entendida como “a atividade básica da ciência na sua indagação
e construção da realidade”

Pesquisa Básica
• A pesquisa básica visa responder a questões fundamentais sobre a natureza do
comportamento.

Pesquisa Aplicada
• A pesquisa aplicada é realizada com o objetivo de examinar questões relativas a
problemas práticos e suas potenciais soluções
ATIVIDADES DE PESQUISA
Variáveis
• Variável é qualquer evento, situação ou comportamento que tem pelo menos dois
valores.

• A variável considerada “causa” é a variável independente, e a variável considerada


“efeito”, a variável dependente.
ATIVIDADES DE PESQUISA

Método Quantitativo
• Este método caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades
de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas
estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas.

Método Qualitativo
• Trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das
crenças, dos valores, das atitudes.
MÉTODOS QUALITATIVOS: MÉTODOS QUANTITATIVOS:
Fenomenologia e compreensão Positivismo lógico
São orientados à busca da magnitude e das
Analisam o comportamento humano, do
causas dos fenômenos sociais, sem interesse
ponto de vista do ator, utilizando a
pela dimensão subjetiva e utilizam
observação naturalista e não controlada;
procedimentos controlados;
São subjetivos e estão perto dos dados São objetivos e distantes dos dados
(perspectiva de dentro, insider), orientados ao (perspectiva externa, outsider), orientados à
descobrimento; verificação e são hipotético-dedutivos;
São exploratórios, descritivos e indutivos; Assumem uma realidade estática;
São orientados ao processo e assumem uma São orientados aos resultados, são replicáveis
realidade dinâmica; e generalizáveis.
São holísticos e não generalizáveis.
INSTRUMENTOS DE COLETA: ENTREVISTA
Entrevista estruturada
Este tipo de entrevista baseia-se na utilização de um questionário como instrumento de coleta de
informações o que garante que a mesma pergunta será feita da mesma forma a todas as pessoas que
forem pesquisadas.

Entrevista semiestruturada
Se na pesquisa estruturada o entrevistador segue um roteiro rígido e perguntas padrão, na entrevista
semiestruturada, a diferença central “é o seu caráter aberto”, ou seja, o entrevistado responde as
perguntas dentro de sua concepção, mas, não se trata de deixá-lo falar livremente.

Entrevista não-estruturada
Denominada como não diretiva, a entrevista não-estruturada caracteriza-se por ser totalmente aberta,
pautando-se pela flexibilidade e pela busca do significado, na concepção do entrevistado.

Entrevistas de grupo focal


Um grupo focal é uma entrevista com um grupo de cerca de seis a dez indivíduos, geralmente reunidos
por um período de duas a três horas.).
INSTRUMENTOS DE COLETA: OBSERVAÇÃO

Observação naturalística ou participante


• Num estudo de observação naturalística, o pesquisador realiza observações num
ambiente natural particular (o campo), durante um período grande de tempo,
usando diferentes técnicas para coletar informações.

Observação sistemática
• Observação sistemática refere-se à observação cuidadosa de um ou mais
comportamentos específicos num ambiente particular.
OUTROS INSTRUMENTOS DE COLETA

Estudo de caso
• Um estudo de caso fornece uma descrição de um indivíduo. Em geral esse indivíduo é
uma pessoa, mas também pode ser um ambiente, como uma empresa, uma escola ou
uma vizinhança.

Questionários
• Nos questionários, as questões são apresentadas em formato escrito e os respondentes
escrevem suas respostas. Há muitas características positivas no uso de questionários.
Em geral são mais baratos que as entrevistas.

Pesquisa em arquivo
• A pesquisa em arquivo envolve o uso de informações previamente compiladas para
responder às questões da pesquisa. O pesquisador não coleta realmente os dados
originais.

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