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NEUROPSICOLOGIA

Terapia cognitivo-comportamental
Prof. Me. João Carlos Oliveira da Silva

1
João Carlos Oliveira da Silva
Psicólogo (CRP 06 – 127592).
Com sólida experiência na área clínica, docência e em
desenvolvimento humano e organizacional; graduado
em Psicologia e em Recursos Humanos; possui
especializações em Gestão Estratégica de Pessoas, em
Psicologia Clínica Cognitivo-Comportamental e em
Neuropsicologia; Mestrado em Psicologia.
Atua como psicólogo clínico, organizacional e como
docente em cursos de pós-graduação, graduação e
extensão, possui certificações nas áreas de Educação,
Gestão e Saúde.

www.psicologojoao.com.br | (11) 97753.8733

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Agenda
• Histórico;
• O que é a Terapia cognitivo-
comportamental (TCC);
• Modelo cognitivo;
• Princípios;
• Estudos e pesquisas;
• Práticas e técnicas da TCC;
Atividade

• O que é cognição?
• O que é comportamento?
• Existe relação entre eles?
Justifique
Os 3 estágios do Behaviorismo
• Behaviorismo Metodológico
Watson, Pavlov.
• Behaviorismo Radical /
Neobehaviorismo
Tolman, Skinner.
• Behaviorismo cognitivo /
Sociobehaviorismo
Bandura e Rotter

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Os 3 estágios do Behaviorismo
• Behaviorismo Metodológico Estímulo Resposta
Watson, Pavlov. S R

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Os 3 estágios do Behaviorismo
• Behaviorismo Radical /
Neobehaviorismo
Tolman, Hull e Skinner.
• Skinner – década de 50:
estabeleceu conexões diretas entre
o ambiente e o comportamento;
• Comportamento operante;
• Modificação do comportamento =
reforçando o desejado e não
reforçando o indesejável

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Teoria do Behaviorismo Intencional de Tolman
• Combina o estudo objetivo do comportamento com a ponderação da
intenção ou a orientação do propósito no comportamento.
• Tolman acreditava que as causas iniciadoras do comportamento e o
comportamento final deviam ser passíveis de observação objetiva e definição
operacional.
• Relacionou 5 variáveis independentes como as causas do comportamento:
estímulo ambiental, impulsos fisiológicos, hereditariedade, treinamento
prévio e idade.
• Esses fatores não observáveis e deduzidos inseridos no organismo, que são
determinantes reais do comportamento, chamou de variáveis intervenientes.
• O comportamento seria a função dessas cinco variáveis.
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Aprendizagem para Tolman

• Propunha uma explicação cognitiva


para a aprendizagem, sugerindo que
a repetição do desempenho de uma
tarefa reforça a relação aprendida
entre as dicas ambientais e as
expectativas do organismo.
• Essas relações aprendidas “sign
Gestalts” estabeleciam mapas
cognitivos.

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Os 3 estágios do Behaviorismo
• Behaviorismo cognitivo /
Sociobehaviorismo
Bandura e Rotter

• A teoria social cognitiva de Bandura é


uma forma de Behaviorismo menos
radical que a de Skinner e reflete o
espírito dos tempos.
• Observava o comportamento dos
indivíduos durante a interação.

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A teoria social cognitiva
• A abordagem de Bandura é uma teoria de
aprendizagem social porque estuda o
comportamento enquanto este é formado e
modificado em situações sociais.
• Criticava Skinner por usar apenas sujeitos
individuais (maioria ratos e pombos) em vez de
sujeitos humanos interagindo uns com os outros.
• Destacava que poucas pessoas vivem em
isolamento social, e que os psicólogos não podem
esperar que descobertas de pesquisas que
ignoram as interações sociais sejam relevantes
para o mundo moderno.
A teoria social cognitiva
• Além de ser uma teoria behaviorista, era
cognitiva.
• Enfatizava a influência dos esquemas de reforço
externo dos processos de pensamento, como
crenças, expectativas e instrução.
• Para Bandura, não era necessário que todos os
tipos de comportamentos fossem reforçados
para serem aprendidos.
• A aprendizagem também ocorre pelo reforço
vicário, pela observação dos comportamentos
dos outros e suas respectivas consequências.
Influências na
aprendizagem
social

• Telas, mídias, jogos,


músicas, etc.
• Grupo de
identidade.
Autoeficácia
• Senso de autoestima e competência para lidar
com os problemas da vida, esperança.

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A modificação do comportamento

• Para Bandura, o desenvolvimento de uma abordagem social cognitiva


para o Behaviorismo consistia em alterar ou modificar comportamentos
considerados socialmente anormais ou indesejáveis.
• Aprendizagem pela observação. Ex.: criança com medo de cachorro
observa à distância outra criança brincando e acariciando seu pet.

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4 princípios regentes dos resultados
comportamentais para Rotter:
• Criamos expectativas subjetivas em relação às consequências ou aos resultados do
nosso comportamento com base na quantidade e no tipo de reforço que
recebemos.
• Criamos a probabilidade de determinado comportamento conduzir a um reforço
específico e o ajustamos apropriadamente.
• Atribuímos valores diferentes para os diversos reforços e avaliamos o seu valor
relativo nas variadas situações.
• Como cada um de nós apresenta um comportamento exclusivo e único no
ambiente psicológico, o mesmo reforço pode adquirir diferentes valores para
diversas pessoas.

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Locus de controle
• A ideia de Rotter sobre a origem do reforço – o locus de controle
interno é a crença de que o reforço depende do comportamento da
pessoa, são responsáveis pela própria vida; enquanto o locus de
controle externo é a crença de que ele depende de forças externas.

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ONDAS DAS TERAPIAS COMPORTAMENTAIS

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PRIMEIRA GERAÇÃO/ ONDA

• Ivan Pavlov
• John Watson
• Mary Cover Jones
• Edward Thorndike
• Edmund Jacobson
(Relaxamento muscular)
• Joseph Wolpe
(Dessensibilização sistemática)

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SEGUNDA GERAÇÃO/ ONDA

• Albert Bandura
• Aaron Beck (Terapia cognitivo-
comportamental)
• Albert Ellis (Terapia comportamental
racional emotiva)

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TERCEIRA GERAÇÃO/ ONDA
• Acceptance and Commitment Therapy (ACT)
– Terapia de Aceitação e Compromisso
(Steven Hayes)
• Mindfulness
• Terapia do Esquema (Jefrey Young)
• Terapia comportamental dialética (Marsha
M. Linehan)
• Terapia focada na compaixão
• Terapia cognitiva processual
• Psicoterapia analítico-funcional
• Terapia Metacognitiva

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O movimento cognitivo
• Behaviorismo x Gestalt;
• Behaviorismo x Psicanálise;
• 1960/70 – surgimento da Psicologia Cognitiva;
• 1979, publicação American Psychologist apresentou o artigo: “O
behaviorismo e a mente: um apelo (limitado) para a retomada da
introspecção”.

“Depois de décadas de descaso proposital, a consciência passa


novamente a ser alvo da investigação científica, com discussões sobre o
tópico surgindo por toda a parte na respeitada literatura da psicologia”
(Natsoulas, 1978, p. 206)
22
O movimento cognitivo
• Em 1976, o presidente da APA, falou ao público sobre as mudanças
que estavam ocorrendo na psicologia, afirmando que o novo conceito
incluía a retomada do enfoque na consciência.
• A imagem da psicologia estava sendo “humanizada e não
mecanizada”.
• Em seguida, nas revisões literárias dos livros básicos de
introdução à psicologia, foi redefinido o campo como
uma ciência do comportamento e dos processos
mentais e não apenas do comportamento.
• A mente foi recebida de volta na Psicologia.
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Influências anteriores
• Filosofia: processo de pensamento;
• Estruturalismo e Funcionalismo: elementos e funções da consciência;
• Behaviorismo – alterou radicalmente a visão, descartando/ ignorando
a consciência por cerca de 50 anos;
• Behaviorismo intencional / Tolman: variáveis intervenientes;
• Gestalt: foco na organização, estrutura, relações, papel ativo do
objeto e na participação da percepção na aprendizagem e memória;
• Jean Piaget: estágios cognitivos no desenvolvimento da criança.

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A Psicologia Cognitiva não apresenta um fundador único, talvez, por falta
de interesse dos psicólogos atuantes na área; o interesse era em dar
continuidade ao trabalho de redefinição da Psicologia.

Dois autores que não são fundadores, e, que escreveram livros considerados marcos
no desenvolvimento da Psicologia Cognitiva são:

- George Miller (1920-2012): articulação entre o funcionamento da mente humana e


o computador, processamento das informações; descoberta do “número mágico 7”.

- Ulric Neisser (1928-2012): aluno de George Miller, influenciado por Koffka (Gestalt)
e apoiado por Maslow. Em seu livro Psicologia Cognitiva tentou definir a si próprio e
o tipo psicológico que gostaria de ser; tempos depois, escreveu Cognição e
realidade, articulando a psicologia com os problemas contemporâneos.
25
Relógios, computadores e a inteligência artificial

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Natureza da Psicologia Cognitiva
A Psicologia Cognitiva é diferente do Behaviorismo
em vários aspectos; primeiro por dedicar-se a
pesquisar o processo de aquisição do
conhecimento e não apenas à mera resposta ao
estímulo.
Não quer dizer que ignore o comportamento, no
entanto, não considera o único enfoque de
pesquisa. Valorizam também a experiência, os
significados e acredita que o indivíduo pode
organizar e aplicar conhecimentos e os associarem
à memória de modo ativo.

27
Natureza da Psicologia Cognitiva

Ideias, construtos pessoais, imagens,


expectativas, crenças, atribuições,
significados onde nesse processo
participam emoções, pensamentos e
comportamentos.

28
Neurociência cognitiva

29
Neurociência cognitiva
• Áreas do cérebro responsáveis por
determinadas funções cognitivas, originam a
atividade mental, correlacionando o
processamento das informações com regiões
específicas do cérebro;

• Mapeamento cerebral:
• Eletroencefalograma (EEG)
• Tomografia Axial Computadorizada (CAT)
• Ressonância Magnética (MRI)

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Neurociência cognitiva
• Neurocientistas demonstraram que o cérebro
humano podia exercer controle sobre um
computador, até mesmo, por meio de um
computador, sobre outra pessoa. Em outras
palavras, o pensamento pode ser traduzido
em movimento apenas por impulsos
elétricos.
• Exs.: experimento com um homem de 25 anos
(Hochberg et al., 2006; Isa, Fetz e Muller, 2009;
Pollack. 2006) e um jogador de vídeo game conseguir
movimentar o dedo do adversário (Armstrong e Ma,
2013).

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O retorno da introspecção e a cognição inconsciente
• O indivíduo avalia retrospectivamente as
experiências subjetivas;
• Pensamentos e sentimentos;
• Um novo inconsciente (diferente da
Psicanálise e dos estados físicos da
inconsciência, sonolência ou comatoso), mais
racional que emocional, presente no primeiro
estágio da cognição de resposta a um
estímulo.
• Na Psicologia Cognitiva = NÃO CONSCIENTE
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Histórico
• Cognitivismo

Albert Ellis
Terapia racional emotiva (TREC) – 1ª declaradamente
cognitiva, sendo a cognição a base dos transtornos
psicológicos.
Crenças irracionais;
Modelo ABC;
Debate socrático;

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Histórico
• Em 1960 Aron Temkin Beck, médico psiquiatra, dedicou-se
para que a psicanálise fosse aceita pela comunidade
médica; para isso, realizou diversos experimentos focados
na explicação da depressão e desse modo, descobriu
que pacientes com depressão possuíam cognições
distorcidas, percepções enviesadas dos fatos;

• Experimentou o teste de realidade, análise das


evidências.

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Tríade cognitiva
da depressão SI
MESMO

VISÃO
NEGATIVA

OUTROS,
MUNDO
FUTURO

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Behaviorismo e Cognitivismo:
https://www.youtube.com/watch?v=dKXD1Rs-xnI
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O QUE É A
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL?
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A TCC é...

• Psicoterapia breve, estruturada,


voltada para o presente,
direcionada para a resolução
de problemas atuais e a
modificação de pensamentos/
comportamentos disfuncionais.

38
Nossas cognições tem uma
influência controladora sobre
nossas emoções e
comportamentos
O modo como agimos ou nos
comportamos pode afetar
profundamente nossos padrões
de pensamentos e nossas
emoções

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A maneira como as pessoas interpretam suas experiências
é determinante, pois influencia o que elas sentem e o
modo como se comportam.

Fundamentam-se no processo patológico das


informações, existem erros de lógica, chamados de erros
cognitivos ou pensamentos disfuncionais.

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A proposta do modelo sugere que o pensamento
disfuncional que influencia o humor e o comportamento
do paciente, seja fator comum a todos os transtornos
psicológicos, no entanto, aprendendo a avaliar esses
pensamentos de modo mais realista e funcional, pode-se
obter melhora em seu estado emocional e
comportamental, para isso, deve-se trabalhar em um nível
mais profundo de cognição, as crenças pessoais dos
pacientes.

41
Então...

O objetivo do psicoterapeuta na
TCC é desenvolver habilidades
cognitivas e emocionais mais
funcionais, apropriadas,
adaptativas, modificando a
estrutura dos pensamentos e dos
comportamentos, obtendo desse
modo, a redução dos sintomas e
a melhora na qualidade de vida.

42
Crenças
• As crenças são as bases, as regras, e o que
sustenta os pensamentos disfuncionais,
desadaptativos, de modo mais aprofundado.
• Para Beck (2013), as crenças podem ser ativadas
quando a pessoa encontra-se em um estado
depressivo, ou pode estar ativa a maior parte do
tempo; com isso, a pessoa interpreta os fatos por
meio da lente da crença, desconsiderando muitas
vezes a razão e focando seletivamente nas
informações que confirmam sua crença.

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Crenças
• Greenberger e Padesky (1999), relatam que a crença central é o nível
mais profundo da cognição; são afirmações absolutistas a respeito de nós
mesmos, do outro e do mundo. Para os autores, as crenças centrais são
adquiridas desde a infância, quando as pessoas começam a compreender
o mundo e organizar suas ideias, bem como entenderem as experiências e
formar padrões.
• As crenças centrais também chamadas por Beck (2013) de nucleares,
influenciam o desenvolvimento de uma classe intermediária de crenças,
formadas por atitudes, regras e pressupostos. Para Wright (2008), as
crenças e pressupostos intermediários são regras condicionais tais como
afirmações do tipo se-então, influenciando a autoestima e as emoções da
pessoa.

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Crenças
• Para Greenberger e Padesky (1999), as crenças
absolutas podem permanecer intactas e serem
desenvolvidas por meio de eventos traumáticos
durante a vida ou situações repetidas na vida adulta
que reforcem tais crenças, do mesmo modo,
aprende-se a obter crenças mais flexíveis a partir das
experiências vividas, como por exemplo, diferenciar o
momento certo de se aproximar de um cão,
considerando que ele pode estar rosnando ou
abanando o rabo e, com isso, saber que a
probabilidade de não ser atacado quando ele está
abanando o rabo pode ser alta.

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Modelo cognitivo Crença central ou
nuclear

Crença intermediária
(regras, pressupostos)

Pensamentos
disfuncionais

Emoções, sentimentos

Comportamentos

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Modelo cognitivo

REAÇÃO
CRENÇA CRENÇA COMPORTAMENTAL
PENSAMENTOS SENTIMENTOS
CENTRAL INTERMEDIÁRIA EMOCIONAL
FISIOLÓGICA

A terapia cognitivo-comportamental ajuda o paciente a


entender como os seus pensamentos influenciam os
sentimentos, o humor e os seus comportamentos, identificando
e modificando os pensamentos disfuncionais.

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Modelo cognitivo – Exemplo 1
REAÇÃO
CRENÇA CRENÇA COMPORTAMENTAL
PENSAMENTOS SENTIMENTOS
CENTRAL INTERMEDIÁRIA EMOCIONAL
FISIOLÓGICA

“Tenho que fazer


“Sou incapaz!” algo de bom,
caso contrário,
sou incapaz”
“Acho que não Fica triste, Se desmotiva,
vou ficar nesse angustiado. comete erros, é
CRENÇA
emprego, não desligado da
DESVALOR
consigo fazer empresa, fica
nada certo” frustrado e
chora.

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Modelo cognitivo – Exemplo 2
REAÇÃO
CRENÇA CRENÇA COMPORTAMENTAL
PENSAMENTOS SENTIMENTOS
CENTRAL INTERMEDIÁRIA EMOCIONAL
FISIOLÓGICA

“Ninguém “Preciso agradar


gosta de mim!” a todos para que
gostem de mim”

“Se eu não Se contraria,


ceder ele vai Medo, cede e tem
CRENÇA deixar de gostar insegurança. crises de
DESAMOR de mim” constipação.

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Modelo cognitivo – Exemplo 3
REAÇÃO
CRENÇA CRENÇA COMPORTAMENTAL
PENSAMENTOS SENTIMENTOS
CENTRAL INTERMEDIÁRIA EMOCIONAL
FISIOLÓGICA

“Se eu fizer
“Não consigo algo sem o
fazer nada acompanhamento
sozinha!” de alguém
mais experiente
posso cometer Raiva,
erros graves” “Me deixaram sozinha Liga para a chefe
decepção.
para arrumar tudo isso reclamando, se
CRENÇA aqui, é um absurdo! enfurece e fica
DESAMPARO Ninguém me ajuda!” trêmula ao falar
com ela.

50
Atividade
• Analise uma situação que tenha ocorrido com você e
que alterou o seu estado de humor nos últimos 7 dias;
• Descreva a situação brevemente;
• Quais pensamentos passaram pela sua mente no
momento do ocorrido ou momentos antes?
• Como você se sentiu? Quais foram os sentimentos que
essa situação vivida lhe ocasionou?
• E o que ocorreu depois?

51
Pensamentos
Os pensamentos são breves e
involuntários, e muitas vezes por virem
carregados de mensagens, podem ser
incoerentes e distorcerem a realidade.

Pensamentos automáticos podem ser


disfuncionais, ou seja, conter erros
cognitivos, equívocos de lógica.

Veja alguns exemplos:

52
TUDO OU NADA OU ABSOLUTISTA
• O indivíduo realiza julgamentos do tipo tudo ou nada,
para si mesmos ou situações categorizando-as em muito
boas ou muito ruins, fracasso total ou sucesso, etc.

53
CATASTROFIZAÇÃO OU
ADVINHAÇÃO
• A pessoa prevê o futuro somente de modo negativo sem
considerar os aspectos positivos que podem ocorrer.

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DESQUALIFICAR OU
DESCONSIDERAR O POSITIVO
• A pessoa irracionalmente não considera os pontos
positivos ou qualidades dela.

55
RACIOCÍNIO EMOCIONAL
• Quando a pessoa acredita que algo é verdade porque
“sentiu” intensamente, acreditando no sentimento,
ignorando ou desvalorizando as evidências opostas.

56
ROTULAÇÃO
• A pessoa coloca irracionalmente rótulos levando em
consideração apenas significados que o deterioram ou o
fazem a outras pessoas.

57
MAXIMIZAÇÃO OU MINIMIZAÇÃO
• Relevância de algo supervalorizado ou minimizado.

58
FILTRO MENTAL OU
ABSTRAÇÃO SELETIVA
• O indivíduo chega a alguma conclusão após examinar
somente uma parte das informações, boa parte dos
dados importantes são descartados, desse modo,
enviesando a percepção dele sobre o assunto.

59
LEITURA MENTAL
• A pessoa acredita que sabe o que os outros estão
pensando, desconsiderando outras possibilidades.

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SUPERGENERALIZAÇÃO
• Leva o indivíduo a considerar uma conclusão sobre um
acontecimento isolado como se fosse a conclusão para
todas as demais áreas.

Conclusão 1

Conclusão 1

61
PERSONALIZAÇÃO
• O indivíduo assume eventos externos para si, como parte
da culpa e responsabilidade excessiva.

62
AFIRMAÇÕES DO TIPO “DEVERIA”
E “TENHO QUE”
• A pessoa tem uma ideia fixa de como ela ou outras
pessoas deveriam agir e supervaloriza as consequências
de não realiza-lo do modo que acredita ser o ideal.

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VISÃO EM TÚNEL
• A pessoa enxerga apenas os aspectos negativos de uma
determinada situação.

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Atividade

• Identifique qual o tipo de pensamento disfuncional você


teve na atividade anterior.

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Princípios da TCC
1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA EM
TERMOS COGNITIVOS

1. Identifica os pensamentos e
comportamentos problemáticos;
2. Identifica o que influenciou as
percepções do paciente;
3. Levanta hipóteses sobre padrão de
interpretação.

66
Princípios da TCC
2. ALIANÇA TERAPÊUTICA
SEGURA

Atenção, respeito,
cordialidade, empatia,
compromisso e
competência.

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Princípios da TCC

3. COLABORAÇÃO E
PARTICIPAÇÃO ATIVA

Trabalho em equipe: Terapeuta e


paciente;

Terapeuta ativo;

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Princípios da TCC
4. ORIENTADA EM META E FOCALIZADA EM
PROBLEMAS

Estabelecimento de metas específicas;

Identificar os obstáculos que impedem o


paciente de resolver problemas;

Avaliar o nível apropriado de intervenção.

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Princípios da TCC
5. ENFATIZA O PRESENTE

O aqui e o agora;

Situações aflitivas para o paciente no presente;

Passado:
1. Predileção do paciente;
2. Mudanças;
3. Entender as origens das ideias disfuncionais e como elas
impactam atualmente.
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Princípios da TCC
6. É EDUCATIVA

Ensina o paciente a ser seu próprio terapeuta e a evitar


recaídas;

Ensina sobre a trajetória da psicopatologia, sobre a TCC e


o modelo cognitivo;

A sessão continua fora do ambiente do consultório.


71
Princípios da TCC
7. TEMPO LIMITADO

Alívio dos sintomas do paciente, remissão do transtorno,


ajuda na resolução de problemas e ensinando o uso de
ferramentas para lidar com suas questões;

Leva-se mais tempo para a modificação de crenças


disfuncionais muito rígidas ou padrões de
comportamentos.

72
Princípios da TCC
8. SESSÕES ESTRUTURADAS

Foca no que é mais importante para o paciente, otimizando o tempo da


psicoterapia;

Há uma estrutura estabelecida em cada sessão:


1. Verifica o humor;
2. Solicita breve revisão da semana;
3. Agenda da sessão;
4. Feedback da sessão anterior;
5. Tarefa de casa;
6. Resumo da sessão.

73
Princípios da TCC
9. IDENTIFICAR, AVALIAR E
RESPONDER

Ensina o paciente a identificar, avaliar


e responder a seus pensamentos e
crenças disfuncionais;

Avaliar a validade;

Plano de ação.

74
Princípios da TCC
10. VÁRIAS TÉCNICAS

Estratégias cognitivas;

Seleciona de acordo com a formulação do caso


(conceituação) e seus objetivos.

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Estudos e pesquisas
Ansiedade;
Depressão;
Fobias;
Relacionamentos;
Doenças psicossomáticas;
Estresse;
Alimentação;
Transtornos de personalidade;
Dependência química;
TOC, entre outros...

76
Práticas e
técnicas

77
Reestruturação cognitiva

• Utilização de métodos e técnicas, além do


manejo clínico para identificar e modificar
o que há de disfuncional/ desadaptativo;
ajudar o cliente/ paciente na redução dos
sintomas, resolução dos problemas e
melhora no quadro geral.

78
Conceituação cognitiva
Mapa com as informações sobre a
patologia e os dados do paciente,
como ele funciona, suas crenças e
principais pensamentos
automáticos, com essas
informações pode-se traçar a linha
de tratamento, estabelecer
hipóteses e construir a relação
terapêutica.

79
80
81
Diário de pensamentos
Auxilia o psicólogo a identificar
quais pensamentos geraram
sentimentos e, consequentemente
comportamentos desadaptativos.

É possível utilizar essas informações


em sessões ou orientar o paciente
por meio da psicoeducação.

82
Psicoeducação
Constitui-se em momentos de
ensino que ocorrem durante a
sessão, nos quais geralmente são
utilizadas as experiências do
paciente para ilustrar conceitos,
tais como o modelo cognitivo,
explicar patologias e ensinar o
paciente sobre como lidar em
determinadas situações.

83
Resolução de problemas

1. Levantamento das
alternativas;
2. Análise das possibilidades;
3. Qualificar as melhores
possibilidades;
4. Tomada de decisão.

84
Vantagens e desvantagens
Ajuda o paciente a tomar uma
decisão, continuar e/ ou parar
com um comportamento;

Acontece a elucidação dos fatos


baseados em evidências;

85
Questionamento socrático
Por meio de perguntas bem
elaboradas, conduzem o
paciente a pensar de forma
racional sobre as questões
trazidas em sessão;

Ajudam o paciente a
avaliar, e engaja-o na
terapia.

86
Levantamento de evidências

Ajudar o paciente a pensar


de forma racional em quais
evidências ele possui que
sustentam os pensamentos
disfuncionais.

87
Role-play
O paciente é estimulado a
dramatizar uma situação
para evocar pensamentos
automáticos, emoções e
comportamentos.

O terapeuta pode trabalhar o


aprendizado de respostas
mais adaptativas.

88
Ativação comportamental
Uma das técnicas mais utilizadas
para pacientes que sofrem com
depressão;
Pacientes deprimidos maximizam o
comportamento que reforça o
quadro deprimido, ex.: ficar na
cama, assistir televisão, não fazer
nada de especial, isso mantêm a
disforia.
Ajuda o paciente a ser mais ativo e a
reconhecer pequenos esforços,
podendo melhorar o humor e o
sentimento de autoeficácia.

89
Técnicas de relaxamento

• Respiração
diafragmática;
• Relaxamento muscular
progressivo;
• Mindfulness; entre
outros...

90
Exposição (Dessensibilização)
O paciente é levado à gradativa
exposição ao objeto que lhe traz
medo;
O terapeuta o ajuda a identificar
os pensamentos disfuncionais
causadores da fobia;
Pode-se também utilizar a
imaginação para leva-lo ao
contato com o objeto.

91
Outras técnicas
• Advogado de defesa;
• Parada de pensamento;
• Cadeira vazia;
• Cartão de enfrentamento;
• Baralhos:
• Atitudes;
• Esquemas;
• Habilidades sociais;
• Sexualidade;
• Inventários; etc.
92
MITOS EM RELAÇÃO A
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

93
A TCC é baseada no poder dos
pensamentos positivos...

A TCC é simples e apenas


utiliza o senso comum...

A TCC convence as pessoas a


saírem dos seus problemas...

94
A TCC ignora as emoções...

A TCC é a aplicação de uma


variedade de técnicas...

A TCC ignora o passado e fica


apenas no presente...

95
A TCC é superficial...

A TCC não valoriza a relação


terapêutica...

A TCC tem um limite de


sessões e descarta a
medicação...

96
A TCC somente é eficaz com
pessoas que possuem bom
repertório intelectual...

A TCC não é eficaz para


transtornos mentais graves...

97
Protocolos de tratamentos clínicos
• Fobia social, Agorafobia, Transtorno de pânico, Transtorno de
Ansiedade Generalizada;
• Habilidades sociais;
• Depressão, transtornos somatoformes e síndromes;
• Disfunções sexuais;
• Dependência química, uso abusivo de substâncias;
• Problemas conjugais, familiares;
• Luto complicado (patológico); insônia;
• Transtorno obsessivo-compulsivo; impulsos;
• Transtornos de personalidade:
Grupo A: Paranóide, Esquizóide e Esquizotípica.
Grupo B: Antissocial, Borderline, Histriônica e Narcisista.
Grupo C: Evitativa, Dependente e Obssessivo-compulsiva.

98
Atividade

99
Referências bibliográficas

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• BECK, Judith S., Terapia cognitivo-comportamental: teoria e prática; tradução: Sandra Mallmann da Rosa; revisão técnica: Paulo Knapp,
Elisabeth Meyer. – 2ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2013.
• CORDIOLI, Aristides Volpato e col. Psicoterapias – abordagens atuais. 3ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2008.
• GOODWIN, C. James. História da psicologia moderna. São Paulo: Cultrix, 2005.
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Tradução Andrea Caleffi. – Porto Alegre: Artmed, 1999.
• LEAHY, Robert L. Técnicas de terapia cognitiva: manual do terapeuta. Tradução de Maria Adriana Veríssimo Veronese, Luzia Araújo. – Porto
Alegre: Artmed, 2006.
• LEAHY, Robert L.; TIRCH, Dennis; NAPOLITANO, Lisa A. Regulação emocional em psicoterapia: um guia para o terapeuta cognitivo-
comportamental. – Porto Alegre: Artmed, 2013.
• MOREIRA, Márcio Borges; MEDEIROS, Carlos Augusto de. Princípios Básicos de Análise do Comportamento. Porto Alegre: Grupo A, 2007.
• PORTO, Patrícia et. al., Evidências científicas das neurociências para a TCC. Neurociências e terapia cognitivo-comportamental, Paideia, 2008,
18 (41), 485-494, 2008.
• WRIGHT, Jesse H. Aprendendo a terapia cognitivo-comportamental: um guia ilustrado / Jesse H. Wright, Mônica R. Basco, Michel E. Thase.
Tradução de Mônica Giglio Armando. – Porto Alegre: Artmed, 2008.

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Referências bibliográficas
complementares
• ALMEIDA, Ellen Resende de; MORENO, André Luiz. Terapia cognitivo-comportamental breve para transtorno de ansiedade social: estudo de
caso. Rev. Perspectivas em Psicologia, Vol. 18, N. 2, Jul/Des 2014, p. 51-75.
• CABALLO, Vicente E., Manual para o tratamento cognitivo-comportamental dos transtornos psicológicos. 2ª reimpressão. São Paulo: Editora
Santos, 2008.
• DIAS, Priscila dos Santos B.; ZAVARIZE, Sergio Fernando. A doença psicossomática e o uso da terapia cognitivo-comportamental como
intervenção, Revista Científica Faculdades do Saber, Mogi Guaçu, 1(2), 108-120, 2016.
• LUCENA-SANTOS, Paola; PINTO-GOUVEIA, José; OLIVEIRA, Margareth da Silva, et. al. Terapias comportamentais de terceira geração: guia para
profissionais. – Novo Hamburgo: Sinopsys, 2015.
• MELO, Wilson Vieira, et. Al., Estratégias psicoterápicas e a terceira onda em terapia cognitiva. – Novo Hamburgo: Sinopsys, 2014.
• NORTE, Carlos E., et. al., Impacto da terapia cognitivo-comportamental nos fatores neurobiológicos relacionados à resiliência; Revista Psiq.
Clin. 38 (1); p. 43-45. 2011.
• OLIVEIRA, Maria Inês S. et. al., Intervenção cognitivo-comportamental em transtorno de ansiedade: Relato de caso; Revista Brasileira de
Terapias Cognitivas, 7 (1), p.30-34, 2011.
• SCHULTZ, Duane; SCHULTZ, Sidney Ellen. História da psicologia moderna – Tradução da 11ª edição norte-americana. Traduzido por Priscila
Rodrigues da Silva e Lopes; São Paulo: Cengage Learning, 2019.
• WRIGHT, Jesse H., Terapia cognitivo-comportamental de alto rendimento para sessões breves. Traduzido por Gabriela Wondracek Linck e
Mônica G. Armando; Porto Alegre: Artmed, 2012.

102
Link dos vídeos
utilizados na aula
• Comportamento operante: https://www.youtube.com/watch?v=s4NM1kK5zUc
• Rato - Registro do nível operante: https://www.youtube.com/watch?v=TdEl0DqHp_8
• Princípios básicos comportamento operante: https://www.youtube.com/watch?v=aIdckgIwbg8
• Behaviorismo e Cognitivismo: https://www.youtube.com/watch?v=dKXD1Rs-xnI
• Condicionamento reflexo – Behaviorismo Metodológico: https://www.youtube.com/watch?v=VVqEwuM4AsA
• Diferenças entre Behaviorismo Radical e Metodológico: https://www.youtube.com/watch?v=ipHFpXAgjiA
• Origens do Behaviorismo: https://www.youtube.com/watch?v=VW7_24SwG7M
• Reforço positivo e reforço negativo: https://www.youtube.com/watch?v=51EuK9kOD_U
• Condicionamento operante: https://www.youtube.com/watch?v=-19AF7ocYEE
• Punição positiva e punição negativa: https://www.youtube.com/watch?v=3FKjukvcY1o
• O que é comportamento: https://www.youtube.com/watch?v=9jdn_ClbN2A
• Modelagem do comportamento: https://www.youtube.com/watch?v=v_mOmOdePBg
• Esquemas de reforçamento: https://www.youtube.com/watch?v=N_uc-fzpxvk
• Exemplo de modelagem de um rato: https://www.youtube.com/watch?v=m2mCRFHFUR0
• Exemplos de fuga e esquiva no controle aversivo: https://www.youtube.com/watch?v=wKRD_gy9sZE
• Tríplice contingência: https://www.youtube.com/watch?v=dmXXFqU5lME
• Exemplo com a prática da discriminação: https://www.youtube.com/watch?v=Z1BXA2A5x58
• O pequeno Albert: https://www.youtube.com/watch?v=Pf0KOWzoJ5o

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Link dos vídeos
utilizados na aula
• https://www.youtube.com/watch?v=dKXD1Rs-xnI - Behaviorismo e Cognitivismo
• https://www.youtube.com/watch?v=UsVZGZa_yNk – O que é a TCC – Eurekka
• https://www.youtube.com/watch?v=upYyfAU6ahk – O que é a TCC - Falco
• https://www.youtube.com/watch?v=bL6r2CLd8ec – O modelo cognitivo da TCC
• https://www.youtube.com/watch?v=BTe2M8MLpqg – Crenças centrais e nucleares
• https://www.youtube.com/watch?v=PHKSJADXSJ4 – Distorções cognitivas
• https://www.youtube.com/watch?v=0LyYdRRJjlU – Estrutura da sessão na TCC
• https://www.youtube.com/watch?v=N2eaGAg_aVI – Cognitivismo – teoria dos esquemas
• https://www.youtube.com/watch?v=iroZVVSsFC8 – O que faz um psicólogo que trabalha com TCC
• https://www.youtube.com/watch?v=VsmG4v8FMdw&t=2s – Albert Bandura e Teoria Social Cognitiva

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