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História e Epistemologia da

Psicologia
Prof. Dr. Pedro G. B. Machado
LINHA SISTÊMICA
Sistêmica

• O pensamento sistêmico surgiu nos anos 50 após a 2°


Guerra nos EUA (entre outros locais). Clima de “otimismo”.
• Busca de leis universais que ilustrassem o funcionamento e
relações dos sistemas de forma geral (VOGEL, 2011).*
Sistêmica

• Teoria sistêmica começou a se desenvolver com muitas


influências, principalmente da “Teoria Geral dos Sistemas”:
estuda as relações entre os sistemas - “Cibernética”: se
ocupa dos processos de comunicação e controle nestes
sistemas (VOGEL, 2011).
Sistêmica

• Gregory Bateson estudando comunicação em


esquizofrênicos, foi o precursor das terapias sistêmicas;
mudança de foco no indivíduo para a família com ênfase
nas interações para melhora do indivíduo (RAPIZO, 2009).
Sistêmica

• Todos os sistemas possuem 3 propriedades: Totalidade:


todos os sistemas são compostos de elementos
interdependentes e em interação dentro de um todo.
Relação: modo como as estruturas básicas dos elementos
se relacionam. Equifinalidade: o mesmo estado final pode
ser alcançado, partindo de diferentes condições.
Sistêmica

• Todo sistema (aberto ou fechado) é um conjunto de


elementos que interagem entre si. Também existem os
subsistemas, e suprasistemas, são partes que compõem o
sistema. O ideal é a semipermeabilidade, adaptação com
trocas e sem invasões.
Sistêmica

• Conhecendo o “todo” do sistema, conheceremos as regras


da parte e vice-versa. Entretanto, o funcionamento do todo
é sinérgico, mais do que a soma das partes*; funcional ou
disfuncionalmente.
Psicoterapia Sistêmica

• Princípio de “causalidade circular”. Fatos e características


das pessoas fazem parte de circuitos de feedback contínuos
(NICHOLS; SCHWARZ, 2007).*
• Os comportamentos das pessoas são influenciados pelas
suas interações. As pessoas são raízes e também frutos das
relações (mútuas e dinâmicas) com seus contextos.
Psicoterapia Sistêmica

• Foca o indivíduo e os sistemas em relação (a família e o


casal, etc.). Objetiva o processo de autonomia,
desenvolvimento das escolhas e das estratégias de
funcionamento.
Psicoterapia Sistêmica

• Também busca ver uma mesma situação de vários pontos


de vista, tratando de entender a forma como o todo e as
partes se relacionam numa interação mutuamente
mantenedora.
Teoria Sistêmica - Brasil

• Brasil: abordagem desenvolve-se nos anos 70 com


insatisfação dos ttos em hospitais psiquiátricos. Estimulam-
se trabalhos de assist. sociais com famílias e criação de
CAPS que trabalham com jovens valorizando a participação
da família.
Gestalt
Gestalt

• Psicologia da forma. Alemanha, por volta de 1910.


• Contrapondo-se ao estruturalismo e ao behaviorismo. Dá
continuidade a psicologia fenomenológica (estudo dos
fenômenos psíquicos)*. Influência de Kant.
• Estudo da percepção, aprendizagem, memória, reações
motoras… contribuição na área da psicologia cognitiva.
Gestalt

• Max Wertheimer (1880-1943). Alemanha. Primeiros


conceitos da Gestalt, ampliados por Kurt Koffka (1886-
1941) e Wolfgang Kõhler (1887-1967).
• Estudo da percepção visual do movimento.
• Premissa de que o homem não percebe as coisas isoladas,
mas se organiza na sua percepção como um todo. Objetos
apresentados, num espaço de tempo curto, percebe-se
uma continuidade nas figuras.*
Gestalt

• Toda a percepção é um composto unificado de


figura/fundo* e cada objeto é um todo. A análise deve
começar pelo todo e procurar determinar quais são as
suas partes e relações.
• Essa mudança na percepção/interpretação dos fenômenos
é constante (figura e fundo são alteráveis) e varia entre
indivíduos e no próprio indivíduo.
Gestalt

• O mesmo fato relatado por pessoas ≠ pode trazer


conotações diversas. Isso porque o foco da atenção de cada
pessoa é variável*.
• Não se estuda apenas um fenômeno isoladamente, mas
seu contexto, relações e funções. Ex.: estudo das dinâmicas
de grupo de Kurt Lewin, contribuiu muito na elaboração da
teoria da motivação, da aprendizagem individual**.
Gestalt Terapia

• Fritz Perls (Berlim 1893-1970). Após a 2°Guerra migrou


para os EUA aonde desenvolveu o método da Gestalt
Terapia no inicio dos anos 50. Com ≠ influências:
existencialismo, humanismo, fenomenologia, psicanálise,
etc.
Gestalt Terapia

• 1942 - 1°livro “The Ego, Hunger and Agression”, crítica a


teoria de Freud.
• 1951 “Gestált-Terapia” (Perls, Hefferline & Goodman),
baseado em princípios considerados como forma saudável
de viver, uma filosofia de vida. Privilegia o ser antes do
fazer.
Premissas

• 1) homem não percebe as coisas isoladas, mas organiza


sua percepção como um todo. A natureza humana é
vivenciada e organizada em “todos” e só pode ser
entendida como uma função das partes das quais é feita.*
Premissas

• A seleção de qual elemento irá se sobressair dependerá de


muitos fatores, sobretudo o interesse. Cabe ressaltar que o
“Primeiro e segundo plano” são cambiáveis na medida em
que os interessem variam, a percepção também (PERLS,
1988).
Premissas

• Ex.: ao ingressar em um mesmo ambiente, o individuo


percebe o local como uma coisa só, onde um único
elemento em meio a tantos outros se sobressai, enquanto
outros ficam em segundo plano (≠ indivíduos percebem ≠
informações).
Premissas

• 2) Homeostase: todos os comportamentos são governados


pelo processo de adaptação, uma auto regulação que
organismo interage com seu meio para satisfazer suas
necessidades (que variam de origem e intensidade)…
Gestalt Terapia

• …A vida é um jogo de constante adaptação ao


desequilíbrio. Um organismo pode ser considerado doente
quanto à situação de desequilíbrio mantido por um tempo
prolongado (PERLS, 1988).
Gestalt Terapia

• A relação deve ser estreita entre terapeuta e paciente,


diálogo colaborativo, onde pouco a pouco o cliente (com o
guia do terapeuta) amplia sua percepção e atribue seus
próprios significados aos fatos…
• O paciente deve aprender a utilizar seus recursos
psicológicos para uma relação mais saudável consigo e com
os outros.
Recentemente…
1950-....

• As escolas não sumiram depois de 1950, estão


representadas nas linhas teóricas de psicoterapias com
distintos métodos e sistemas….
• Atuação diversificada do Psicólogo; Psicologia como Ciência
e Profissão.
1950-....

• Segunda metade do século, caracteriza-se pela sua abertura


e tolerância aos diversos caminhos de pesquisas. Os
estudos foram tão volumosos, diversificados e profundos
que levaram às especializações e à formação de micro-
sistemas de investigações (FREIRE, 2002).
QUESTÕES CONCEITUAIS
Questões Conceituais

• A questão mente/cérebro é mais que um problema


científico, é um problema conceitual, pois a mente que se
quer explicar é a mesma que produz ciência para explicá-
la.
• A “Psicologia” de cada época foi influenciada pelo
momento histórico em que aconteceu.*
Questões Conceituais

• Resultados científicos por si só não esgotam a verdadeira


dimensão teórica e filosófica do problema
mente/cérebro.
• Ilusão monista: achar que a ciência poderia resolver
todos os problemas inclusive conceituais (através de um
mesmo fato, podem se ter ≠ conceitos).
RESUMO
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA FILOSÓFICA
1) Idade Antiga e Média (Períodos: cosmológico,
antropocêntrico e teocêntrico) – Primeiras raízes da
Psicologia.
2) Período Pré Científico Sex. XV até XIX (1879).
2.1) Raíz Científica
2.2) Raíz Filosófica

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA


1) Nascimento da psicologia científica (1879).
2) Sistematização com as escolas psicológicas do séc. XX.
3) 1950, linhas de psicoterapias com os métodos e
sistemas de diferentes escolas; atuação diversificada do
Psicólogo, desenvolvimento de pesquisas em ≠ áreas….
REFERÊNCIAS*
• DAVIDOFF, L. L. Introdução à psicologia. São Paulo: Pearson,
Makron Books, 2004.
• FREIRE, I. R. Raízes da Psicologia. Rio de Janeiro, Vozes: 2002.
• NICHOLS, M. P.; SCHWARTZ, R. C. (2007). Terapia familiar:
conceitos e métodos. Porto Alegre: Artmed.
• PERLS, F. (1988). A abordagem gestáltica e testemunha ocular da
terapia. Rio de Janeiro: Guanabara.
• RAPIZO, R. (2009). Psicologia sistêmica. Disponível em:
<http://sistemica09.blogspot.com.br/2009/06/ entrevistada-
rosana-rapizo-mestre-em.html>. Acesso em: 8 out. 2012.
• VASCONCELLOS, Maria José Esteves. Pensamento Sistêmico: o
novo paradigma da ciência. 10 ed. São Paulo: Papirus, 2013.
• VOGEL, A. Um breve histórico da terapia familiar sistêmica. Revista
IGT na Rede, 8 (14), 118-129, 2011.

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