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ATIVIDADE INDIVIDUAL

Matriz de análise

Disciplina: Gerenciamento da qualidade em


Módulo: 01
projetos

Aluno: Turma: 01

Tarefa: Atividade individual da disciplina de gerenciamento da qualidade em projetos

Introdução

O tema da gestão da qualidade vem ganhando ênfase com o passar do tempo, em uma sociedade de
consumo na qual existem diversas empresas produzindo o mesmo tipo de produtos e/ou serviços, a
qualidade se transforma em uma caracterisitica de diferenciação das companhias que irão ajuda-las ou
atrapalha-las em sua obtenção de lucros. Os clientes tornam-se mais exigentes e avaliam com mais
frequência a relação custo/beneficio dos produtos que adquirem, dessa forma torna-se fundamental para
as empresas a implantação de sistemas de gestão da qualidade que trabalharam tanto para a melhoria da
qualidade dos produtos, quanto dos processos, garantindo que sejam produzidos produtos e serviços de
forma eficiente e eficaz, isto é, de acordo com Rocha et. al. (2014) “fazer a coisa certa e fazer certo as
coisas”.
Segundo o PMBOK (2013) o gerenciamento da qualidade em projetos engloba os processos e atividades
da organização que são utilizados para determinar as politicas de qualidade, os objetivos e as
responsabilidades. Além disso, o gerenciamento da qualidade tem o objetivo de garantir que os requisitos
do projeto, inclusive requisitos relativos ao produto em si, sejam cumpridos e validados.
Dessa forma uma definição de qualidade no mundo de gerenciamento de projetos corresponde ao produto
e/ou serviço que atende todos os requisitos e expectativas do cliente. Sendo assim a etapa de coleta de
requisitos normalmente introduzida na área de conhecimento de gerenciamento de escopo é
extremamente importante no gerenciamento da qualidade, uma vez que para determinarmos se os
processos e produtos tem qualidade devemos checar se esses seguem todos os requisitos coletados e
traduzidos da necessidade e expectativa do cliente.

Desenvolvimento

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Existem diversas formas de implementação de sistemas de gestão da qualidade, exemplos são fornecidos
pelas normas ISO e pelo próprio guia PMBOK, lembrando que esses fornecem direcionamentos para a
implementação de sistemas e não sistemas em si, pois cada tipo de empresa deverá ter um sistema que
melhor se adeque a sua realidade e atividades.
Uma empresa que se destacou no quesito de garantia da qualidade foi a Toyota. Ela foi uma das primeiras
empresas a implementar um sistema de gestão da qualidade total, com a intenção de eliminar qualquer
tipo de defeito em seus produtos. Com isso ela fez uma revolução na produção automobilística no começo
de sua história se preocupando em produzir carros de qualidade, sem defeitos e seus sistemas de
produção identificavam falhas rapidamente e trabalhavam de forma eficiente. Outra característica do
Toyotismo foi a eliminação de desperdício e aproveitamento máximo de seus recursos. (Qualidade total,
2018)
Apesar de um começo brilhante, com o passar do tempo, em busca de um crescimento acelerado, a
Toyota cometeu alguns erros que denegriram a imagem da companhia e comprometeram a qualidade de
seus produtos.
Segundo BARRUCHO (2010) foram cometidos cinco defeitos que mancharam a reputação da Toyota:

 Crescimento a qualquer preço;

 Corte de custos obsessivo;

 Queda no controle da qualidade;

 Pouca transparência;

 Reação lenta a crise.

Explicando individualmente cada um dos erros cometidos; no caso do crescimento a qualquer preço, na
busca da ampliação da quantidade de fábricas mundialmente a Toyota aumentou largamente a sua
produção, em função disso precisou buscar um número maior de fornecedores para suprir sua demanda
crescente, contudo sua equipe do departamento de qualidade não manteve o mesmo ritmo de evolução
dessa forma as inspeções da cadeia produtiva foram insuficientes. De acordo com o PMBOK (2013) é
reconhecida a importância de alguns items para o sucesso do gerenciamento da qualidade, entre eles está
o custo da qualidade (CDQ). O custo da qualidade seria o custo associado ao trabalho de conformidade e
de não conformidade que deverá ser realizado para compensar a possibilidade de o trabalho requerido
para a produção do produto não ter sido realizado ou não ter sido feito da forma correta. A inspeção da
cadeia produtiva auxilia a redução desse custo de qualidade pois busca trazer a garantia que os
fornecedores estão produzindo o insumo necessário a companhia de forma correta e reduzindo a chance
de entrada de matéria-prima que poderia comprometer a qualidade do produto final. Quando a Toyota
deixou que seu departamento de qualidade falhasse no ritmo de realizações dessas inspeções, seu custo
de qualidade cresceu pois adicionou-se uma incerteza no processo.
O próximo defeito identificado no caso da Toyota foi o corte de custos obsessivos, a Toyota tomou
diversas ações a fim de reduzir custos de produção garantindo uma redução nos preços e logo aumento
nas vendas de seus produtos. Contudo alguns cortes realizados comprometiam a qualidade de seus
produtos, entre eles estão a redução significativa do tempo entre a concepção de um novo modelo de
carro e o inicio de sua fabricação, a exigência de peças mais leves e mais baratas dos seus fornecedores e
a redução do tempo de instalação dos itens dos veículos. Outro item indicado como essencial na gestão da
qualidade pelo PMBOK é a “prevenção ao invés de inspeção”, uma vez que usualmente o custo de
prevenção é menor do que o custo de correção dos erros cometidos. Ao reduzir o tempo entre a
concepção e fabricação dos veículos, a empresa reduziu a chance de prevenção de defeitos, pois não
possibilitou o tempo necessário para uma análise aprofundada das necessidades de fabricação daquele
design. Como diz o ditado “a pressa é a inimiga da perfeição”, mas não quer dizer que os custos não
devam ser reduzidos, ou que a produção não deva ser mais eficiente e rápida, mas deve se levar em

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consideração os tempos mínimos necessários para a identificação de possíveis fraquezas que
comprometeram a qualidade do produto a ser entregue. Uma vez que se falha na prevenção dos erros
caímos novamente nos custos da qualidade, onde entraram novos custos referentes a correções de erros
que poderiam ter sido evitados caso não houvesse essa extrema pressa por produzir mais e mais.
A seguir um erro que também foi cometido foi a queda no controle da qualidade, além de querer crescer
rapidamente e cortar custos dramaticamente a empresa abriu mão de um controle de qualidade mais
efetivo. O objetivo estratégico da companhia era se tornar a líder mundial no setor automobilístico, e para
isso foram traçadas metas de redução de custos, ampliação da produção e diferenciação de seu produto
através de inovações tecnológicas. Contudo ao reduzir custos draticamente e exigir a produção rápida de
seus produtos, a Toyota permitiu que seu controle de qualidade fosse negligenciado. De acordo com
BARRUCHO (2010) existiu um incidente onde acelerados de nova tecnologia que não foram
completamente testados sofreram falhas prejudicando a imagem da companhia. Esse caso de redução do
controle da qualidade recai mais uma vez no conceito de prevenção ao invés de inspeção, se essa nova
tecnologia que seria implementada nos veículos tivesse sido plenamente testada seriam identificados
defeitos que poderiam ser corrigidos ou até mesmo descartado o uso de tal. Um item de extrema
importância para a gestão da qualidade é o envolvimento de todos na garantia da qualidade,
principalmente a responsabilidade da gerência. Segundo PMBOK (2013) a alta direção tem a
responsabilidade de fornecer todos os recursos adequados para a garantia da qualidade, e um dos
recursos necessários é o tempo, apesar de vivermos em uma época que tempo é dinheiro, tempo também
pode ser sinônimo de qualidade, é necessário tempo para avaliar a real capacidade de um produto a fim
de entregar ao seu cliente final um produto bom e garantir a boa imagem da companhia.
Enfim temos o problema de pouca transparência. Um item essencial para a gestão da qualidade é a
satisfação do cliente, o objetivo de um projeto é atender os requisitos e as necessidades do cliente. Um
cliente que acredita que a companhia esconde fatos importantes sobre seus produtos deixa de confiar em
tal companhia e para de ser cliente. A falta de transparência no caso da Toyota foi, segundo BARRUCHO
(2010), a respeito de defeitos em aceleradores que provocavam uma aceleração ininterrupta e por
consequência causavam acidentes. A Toyota escolheu não divulgar tais informações e adiar recalls
levando, quando descoberto os casos, a uma perda de credibilidade da empresa frente a seus
consumidores.
Finalmente, o último prego no caixão da imagem da companhia foi a reação lenta à crise. Mesmo com
inúmeros recalls e ações contra a companhia, a Toyota não conseguiu agir rápido frente as dificuldades e
resolver os problemas de seus clientes e seus defeitos de processo. A imagem da companhia foi danificada
e a mesma companhia que foi pioneira na aplicação da gestão da qualidade total perdeu o controle sobre
seu processo produtivo e passou a produzir veículos que na visão de seus consumidores não tem
qualidade. O item final que o PMBOK (2013) cita como de grande importância é a melhoria contínua, isto
é, seguir os passos para estar a frente e sempre evoluir. Com o declínio de seu controle de qualidade,
foram negligenciados os passos de monitoramento e controle da qualidade, o que impediu que a empresa
enxergasse seus erros e pudesse corrigi-los, garantindo um produto de qualidade e um processo eficiente.

Considerações finais

Com o estudo do caso da Toyota foi possível perceber que de nada adiantam os esforços para a
implementação de sistemas da gestão de qualidade se com o tempo os conceitos param de ser aplicados e
não há a manutenção dos ensinamentos. O ciclo PDCA nos convida a estar continuamente aprimorando
processos, investindo em projetos e se os mesmos são monitorados os negócios conseguem se manter
presentes em uma economia cada vez mais dinâmica.
Um alerta que devemos fazer é que o corte de custos e a otimização de processos devem ser realizados de
forma estratégica. Se o objetivo da empresa é ser considerada uma companhia com produtos de alto
padrão, a mesma não deve cortar custos de forma exagerada causando perda de qualidade de seus
produtos, nem “otimizar” processos de tal forma que não permita a prevenção de erros e defeitos.
Podemos também perceber que o valor de uma companhia, de uma marca, não depende apenas da
quantidade de fábricas produzindo seu item, ou sua presença global, mas também da percepção dos
stakeholders, principalmente seus consumidores, sobre os produtos comercializados ou serviços prestados.
Dessa forma vale a pena investir em gestão da qualidade, treinar todo o time quanto a sua real influência
e garantir que as metas que levam aos objetivos estratégicos estajam alinhadas com a capacidade de
gestão da qualidade da companhia.

Referências bibliográficas

BARRUCHO, Luís Guilherme. Os 5 defeitos da Toyota. VEJA. 2010. Disponível em:


http://origin.veja.abril.com.br/070410/5-defeitos-toyota-p-108.shtml. Acesso em: jan. 2018.
ROCHA, Alexandre Varanda, COSTA, Frederico Steiner, NOGUEIRA, José Francisco, BELMIRO, Tânia
Regina. Gerenciamento da qualidade em projetos - Rio de Janeiro: Editora FGV, 2014.
______. PMBOK: um guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos. 5. ed. Newtown
Square, PA, 2013.
______.Qualidade total. Disponível em: http://gestao-de-qualidade.info/qualidade-total.html. Acesso em:
jan. 2018.

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