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V)
o
- E S T RA T É G IA TO MA DA DE DECISÃO
ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
RECURSOS HUMANOS MARKETING
PRINCÍPIOS DE GESTÃO
DAS ORGANIZACOES
4.ª EDIÇÃO
Ana Maria Sotomayor
Jorge Rodrigues
Manuela Duarte
PRINCIPIOS DE GESTAO
# -
DAS ORGANIZACOES
4. ª EDIÇÃO 2021
REI
SLIVROS
FICHA TÉCNICA
Setembro de 2021
A reprodução, total ou parcial, desta obra, por fotocópia ou qualquer outro meio, mecânico ou
electrónico, sem prévia autorização do autor, é iticita e passive[ de procedimento judicial contra o
infractor.
4
ÍNDICE GERAL
ÍNDICE DE FIGURAS 15
ÍNDICE DE QUADROS 17
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 19
PREÂMBULO 23
INTRODUÇÂO 25
CAPÍTULO 1
A GESTÃO E OS GESTORES 29
1.1 As organizações e a gestão 31
1.1.1 Algumas funções das organizações 33
1.1.2 Desempenho da gestão e da organização 35
1.1.3 O processo de gestão 38
1.1.4 Tipos de gestores 45
1.1.5 Níveis e competências dos gestores 47
1.1.6 As funções do gestor 50
1.2 Tendências da gestão 53
1.2.1 A visão 54
1.2.2 Gestão ética 54
1.2.3 Diversidade cultural 55
1.2.4 A formação 56
1.3 Ciclo de vida das organizações 56
1.4 Fases de constituição de uma empresa 59
CAPÍTULO 2
TEORIAS ORGANIZACIONAIS 65
2.1 Fases de evolução da gestão 68
2.1.1 O primado da experiência 68
5
PRINCIPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
CAPÍTULO 3
ESTRUTURAS ORGANIZACIO NAIS 103
3.1 Princípios de estruturas organizacionais 106
3.1.1 As funções de direcção 107
3.1.2 A descentralização das funções 107
3.2 Arquitectura organizacional 109
3.2.1 Regras gerais de organização 109
3.2.2 Determinantes de uma estrutura
organizacional 110
3.2.3 Sintomas típicos de estruturas imperfeitas 112
6
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO 4
MARKETING 127
4.1 Conceito de marketing 129
4.2 Marketing mix 136
4.2.1 Produto 138
4.2.2 Preço 142
4.2.3 Distribuição 147
4.2.4 Comunicação 149
4.3 Planeamento de marketing 150
4.3.1 Resumo do plano de marketing 151
4.3.2 Análise do mercado e dos recursos
actuais 151
4.3.3 Definição dos objectivos 152
4.3.4 Formulação de estratégias e tácticas de
marketing 152
4.3.5 Quantificação das estratégias formuladas 153
4.3.6 Controlo do plano de marketing 154
CAPÍTULO 5
GESTÃO DE APROVISIONAMENTOS 157
5.1 Pesquisa de compras 164
5.1.1 Levantamento e codificação dos materiais 164
7
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
CAPÍTULO 6
GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 187
6.1 Gestão estratégica de recursos humanos 189
6.1.1 Gestão de pessoal 191
6.1.2 Gestão de recursos humanos 193
6.1.3 Gestão de pessoas 194
6.2 Recrutamento e selecção 195
6.2.1 Recrutamento 197
6.2.1.1 Recrutamento interno 197
6.2.1.2 Recrutamento externo 201
6.2.2 Selecção 205
6.2.2.1 Análise curricular 207
8
ÍNDICE GERAL
9
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
6.4.6.1
Erro de complacência ou
leniência 240
6.4.6.2 Erro de severidade 240
6.4.6.3 Erro de tendência central 240
6.4.6.4 Efeito halo/horn 241
6.4.6.5 Efeito de contemporaneidade
ou recenticidade 241
6.4.6.6 Erro de "primeira impressão" 241
6.4.6.7 Erro de semelhança ou de
projecção pessoal 242
6.4.6.8 Erro de fadiga/rotina 242
6.4.6.9 Incompreensão do significado
dos factores 242
6.4.6.10 Outros problemas 243
6.5 O sistema de recompensas 244
6.5.1 Recompensas extrínsecas 247
6.5.2 Recompensas intrínsecas 248
CAPÍTULO 7
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 251
7 .1 A contabilidade financeira como sistema de
informação 254
7 .2 Organismos com responsabilidade
na contabilidade financeira 261
7 .3 Normativo contabilístico português 261
7.3.1 Estrutura conceptual e bases para
a apresentação de demonstrações
financeiras 262
7.3.2 Modelos de demonstrações financeiras 264
7.3.3 Código de contas 264
7 .3.4 Normas contabilísticas e de relato
financeiro 266
7 .3.5 Normas contabilísticas e de relato
financeiro para pequenas entidades 267
7 .3.6 Normas interpretativas 267
7 .3. 7 Outras normas e normativos 268
7 .4 Demonstrações financeiras 271
10
iNDICE GERAL
CAPÍTULO 8
ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA 307
8.1 Ópticas e fluxos na empresa 309
8.2 Análise económica e financeira 311
8.2.1 Preparação da informação 311
8.2.2 Procedimentos e reclassificações prévias 314
8.3 Diferentes ópticas de análise da rendibilidade 319
8.3.1 Demonstração dos resultados ajustada 319
8.3.1.1 Volume de negócios 320
8.3.1.2 Margem bruta das vendas 321
8.3.1.3 Resultados antes de juros,
depreciações, amortizações
e impostos 321
8.3.1.4 Resultados antes de juros e
impostos 321
8.3.1.5 Resultados líquidos do período 322
8.3.2 Dimensão da empresa, expansão e
crescimento 322
8.3.3 Análise da rendibilidade económica 323
8.3.3.1 Valor acrescentado bruto 323
8.3.3.2 Rendibilidade de exploração 324
8.3.3.3 Grau de eficiência da
exploração 324
8.3.3.4 Grau de integração vertical 324
8.3.3.5 Grau de abertura ao exterior 324
8.3.3.6 Efeito económico de alavanca 324
11
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
CAPÍTULO 9
GESTÃO ESTRATÉGICA 341
9.1 Pensamento estratégico 343
9.2 Formulação da estratégia 345
9.2.1 Visão 345
9.2.2 Missão 346
9.2.3 Objectivos 349
9.3 Análise do meio envolvente 350
9.3.1 Meio envolvente global 350
9.3.2 Meio envolvente específico 352
9.4 Análise da organização 358
9.4.1 Análise funcional 358
9.4.2 Cadeia de valor 360
9.4.3 Análise SWOT 363
9.5 Definição e escolha das estratégias 364
9.5.1 Estratégias competitivas 365
9.5.2 Estratégias a nível global 366
9.5.2.1 Matriz BCG 369
9.5.2.2 Matriz GE/McKinsey 372
9.6 Implementação e controlo da estratégia 375
CAPÍTULO 10
PROCESSOS DE TOMADA DE DECISÃO 379
10.1 Introdução 381
10.2 Identificação do problema e descoberta da
oportunidade 382
12
iNDICE GERAL
CAPÍTULO 11
ÉT ICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL NA GESTÃO 407
11.1 Ética e moral 409
11.2 Abordagens da ética empresarial 411
11.2.1 Teorias teleológicas 411
11.2.2 Teorias deontológicas 414
11.3 Abordagens da responsabilidade social das
organizações 417
11.3.1 Visão clássica 419
11.3.2 Teoria da moral mínima 421
11.3.3 Teoria dos stakeholders 422
11.4 Códigos de ética e regulamentação governamental 424
11.5 Evolução do conceito de responsabilidade social 428
11.5.1 Percepção contemporânea do conceito 430
11.5.2 Desenvolvimento sustentável 431
11.5.2.1 Conceito de desenvolvimento
sustentável 431
11.5.2.2 Níveis do desenvolvimento
sustentável 435
11.6 Algumas normas sobre ética e responsabilidade
social 436
11.6.1 As normas portuguesas 437
11.6.2 A norma SA 8000 440
11.6.3 A norma ISO 26000 441
11. 7 Responsabilidade social das organizações 444
11. 7 .1 Enquadramento conceptual
da responsabilidade social 444
11. 7 .2 Dimensões da responsabilidade social
das organizações 445
13
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
14
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1 - Transformação dos objectivos em resultados 40
Figura 1.2 - Enquadramento temporal das funções de
gestão 43
Figura 1.3 - O processo de gestão 43
Figura 1.4 - Estrutura organizacional 46
Figura 1.5 - Gestores por nível hierárquico 47
Figura 1.6 - Formação das competências 49
Figura 2.1 - Evolução das abordagens de gestão 69
Figura 2.2 - Pressupostos da gestão científica do trabalho 74
Figura 2.3 - Teoria clássica da organização 78
Figura 2.4 - Conceito de sistema 88
Figura 2.5 - Conceito de sistema aberto 88
Figura 2.6 - Comparação entre as teorias de Maslow e
de Herzberg 95
Figura 2.7 - Ciclo PDCA 97
Figura 3.1 - Estrutura em linha 114
Figura 3.2 - Estrutura funcional 115
Figura 3.3 - Estrutura fine and staff 116
Figura 3.4 - Estrutura por divisões 117
Figura 3.5 - Estrutura matricial 119
Figura 3.6 - Estrutura por processo 120
Figura 3.7 - Estrutura em rede 122
Figura 3.8 - Exemplo de organograma 124
Figura 5.1 - Ciclo de aprovisionamentos 162
Figura 5.2 - Curva ABC 166
Figura 5.3 - Custos de aquisição 179
Figura 5.4 - Custos de efectivação da encomenda 181
15
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
16
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1.1 - Exemplos de objectivos organizacionais 31
Quadro 1.2 - Eficiência versus eficácia 36
Quadro 1.3 - Combinação eficiência versus eficácia 37
Quadro 1.4 - Aplicação dos conceitos de eficiência e de
eficácia 37
Quadro 1.5 - Impactos das funções de gestão 44
Quadro 1.6 - Competências dos gestores 48
Quadro 1.7 - Os papéis do gestor 50
Quadro 2.1 - Pressupostos da teoria X versus teoria Y 85
Quadro 2.2 - Factores higiénicos e motivacionais 95
Quadro 2.3 - Princípios da qualidade total 97
Quadro 3.1 - Questões base de uma estrutura
organizacional 105
Quadro 4.1 - Demonstração de resultados por produtos 153
Quadro 6.1 - Principais componentes do sistema de
recompensas 246
Quadro 7.1 - Quadro síntese de contas do SNC 265
Quadro 7.2 - Normas contabilísticas e de relato
financeiro do SNC 266
Quadro 7.3 - Balanço 275
Quadro 7.4 - Demonstração dos resultados 278
Quadro 7.5 - Demonstração de fluxos de caixa 280
Quadro 7.6 - Demonstração das alterações no capital
próprio 282
Quadro 7.7 - Código de contas com subcontas 286
Quadro 7.8 - Balancete do razão 300
Quadro 7.9 - Balancete do razão simplificado 301
17
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
18
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A Custo de efectivação de cada encomenda
ABC Método ABC
AF Autonomia financeira
AFT Activo fixo tangível
AFTL+AIL Activos fixos tangíveis líquidos+ activos intangíveis líquidos
AI Activo intangível
A/D Amortizações e depreciações
APEE Associação Portuguesa de Ética Empresarial
BARS Behaviorally Anchored Rating Scales
BCG Boston Consulting Group
c/c conta corrente
e Custos totais
(1 Custos de aquisição
(2 Custos de efectivação da encomenda
e, Custos de posse da encomenda
CE Conselho Europeu
CF Custos fixos
CI Capital investido
CMVMC Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas
CNC Comissão de Normalização Contabilística
CP Capital permanente
CP' Capital próprio
csc Código das Sociedades Comerciais
CSR Corporate Social Responsibility
CV Custos variáveis
CVM Custos variáveis médios
DC-F Demostrações contabilístico-financeiras
DO Depósitos à ordem
DP Depósitos a prazo
DR Demonstração de resultados
EBIT Earning before interest and taxes
19
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
20
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
p Preço unitário
PDCA P (Plan), D (Do), C (Check), A (Act)
PEST Político-legal, económica, sociocultural e tecnológica
PIB Produto Interno Bruto
PME Pequena(s) e média(s) empresa(s)
POC Plano Oficial de Contabilidade
POCP Plano Oficial de Contabilidade Pública
PPI Política de produto integrada
PVP Preço de venda ao público
Q Quantidade
Taxa relativa aos custos de posse das existências
R Receitas totais
RAI Resultados antes de impostos
RAJI Resultados antes de juros e impostos
RAJIAD Resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações
RC Recursos cíclicos
RCP' Rendibilidade do capital próprio
RH Recursos humanos
RL Resultados líquidos
RLR Resultados líquidos retidos
RNPC Registo Nacional das Pessoas Colectivas
ROE Return on equity
ROi Return on investment
RSE Responsabilidade social das empresas
RSO Responsabilidade social das organizações
SA Social Accountability
SIC Standing lnterpretations Committee
SMART Specijic, fvfensurable, Appropriate, Relevant, Timed
SNC Sistema de Normalização Contabilística
SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities, T hreats
TIR Taxa interna de rentabilidade
TQM Total Quality fvfanagement
UE União Europeia
UEN Unidade Estratégica de Negócios
VA Valor de aquisição
VAB Valor acrescentado bruto
VAL Valor actualizado líquido
VM Valor de mercado
VN Volume de negócios
21
PREÂMBULO
A formação superior de jovens quadros que irão desempenhar funções nas mais
diversas organizações, com a consequente tomada de decisão e respectivos
impactos na Sociedade, por ter visto reduzido o seu ciclo, não deve ser inibidora
de um pensamento holístico, por parte daqueles. Conscientes de que existem
muitas formas e muitas obras escritas para abordar princípios de gestão das
organizações, tendo por público-alvo jovens ainda sem muito conhecimento da
realidade organizacional, os autores acharam por bem desenhar uma abordagem
funcional. Esta, cremos, constitui o alfabeto e a tabuada de uma sã gestão de
recursos, pelo que permitirá aos leitores tomarem consciência das especificidades
de cada função (nível vertical), e ter também uma visão transversal das várias
funções de uma organização (nível horizontal).
Assim, o livro tem início com um capítulo introdutório sobre a gestão e os
gestores, ao qual se segue um outro sobre teorias organizacionais. O terceiro
capítulo apresenta as estruturas organizacionais. O capítulo quatro refere-se
ao marketing e no capítulo cinco é descrita a gestão de aprovisionamentos. O
capítulo seis versa sobre a gestão de recursos humanos. O capítulo sete apresenta
os sistemas de informação, os quais servem de base ao capítulo oito, onde se
apresenta a análise económica e financeira. O capítulo nove aborda a temática
da gestão estratégica. O capítulo dez ajuda a perceber os processos de tomada
de decisão. Por fim, o capítulo onze sensibiliza para a necessidade de ética e
responsabilidade social na gestão das organizações e nas respectivas práticas
de gestão.
Este livro é uma obra revista e ampliada da terceira edição.sendo complementado
com o livro de Exercícios de Gestão das Organizações, dos mesmos autores, o qual
se destina ao público-alvo que tem curiosidade e interesse em operacionalizar
os conceitos ora apresentados.
Esperamos que o leitor possa obter da leitura do livro tanta utilidade quanta a
satisfação que os autores tiveram em o escrever.
ÜSAUTORES
23
INTRODUÇÃO
As organizações surgem da necessidade sentida pelo Homem em agregar esforços
e recursos com vista à prossecução de determinados objectivos colectivos.Assim,
as pessoas entenderam que, em conjunto, num efeito sinergético, conseguiam
de forma mais eficaz e eficiente usar os recursos ao seu alcance para atingir os
fins a que se propunham. Desta constatação emergiu o conceito de organização.
Segundo Teixeira (2013) as organizações são conjuntos distintos de pessoas
que se agrupam de forma deliberada para atingirem determinados objectivos.
Existem, basicamente, três razões que justificam a existência de organizações:
25
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
serviços que esta oferece ou coloca no mercado. Cada vez mais a tónica
estratégica das organizações está a ser posta nos seus recursos humanos;
eles são a potencial fonte de obtenção de vantagens competitivas
sustentadas;
3) Forma organizativa, a qual consiste no modo como a organização
combina os recursos humanos e materiais e se organiza internamente. É,
igualmente, uma potencial fonte de obtenção de vantagens competitivas.
26
"
A GESTAO E OS
GESTORES
29
Neste capítulo pretende-se dar a conhecer os conceitos mais simples que dão
forma à nossa vida em Sociedade e analisar as grandes linhas de orientação
segundo as quais os diferentes responsáveis agem para conseguirem atingir os
fins organizacionais.
Organização Objectivo
31
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
É esta fase (a necessidade de gestão) que nos leva à definição do que é a gestão.
Gerir (gestão) é o processo (enquanto modo sistemático de fazer as coisas) de
planear, organizar, liderar e controlar a utilização dos recursos postos à disposição
da organização, a fim de alcançar os objectivos pretendidos, de maneira eficiente
e eficaz. O gestor é a pessoa responsável pelo desempenho das organizações,
32
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
sejam formais ou informais, que faz com que os resultados sejam obtidos através
das pessoas. As organizações formais são aquelas que proporcionam bens e/ou
serviços aos seus clientes, oferecem oportunidades de carreira aos seus membros,
e baseiam-se numa estrutura, de acordo com algum critério. São organizações que
estão desenhadas no papel, com base em manuais de organização, de descrição
de cargos, de organogramas, de regras, regulamentos, entre outros (por exemplo,
empresas, organizações religiosas, hospitais e IPSS).
As organizações informais, por sua vez, emergem espontânea e naturalmente
entre as pessoas que ocupam posições na organização formal. São constituídas
de interacções e relacionamentos sociais impostos pelas organizações formais,
para o desempenho dos cargos.
O gestor não é aquele que faz, mas sim aquele que faz fazer. Os princípios de
gestão são normalmente considerados universais, pois visam utilizar os recursos
das organizações para atingir os seus objectivos com o melhor desempenho.
a) Servem a Sociedade
b) Realizam objectivos
33
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
c) Preservam o conhecimento
34
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
35
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Eficiência Eficácia
Porém, nem sempre a eficiência e a eficácia andam de mãos dadas. Muitas vezes,
o gestor é eficiente ao extrair o máximo dos recursos disponíveis, mas não é
eficaz por não atingir os objectivos esperados. Imagine-se, por exemplo, uma
fábrica de calçado, que produz sapatos feios, que ninguém compra. Os custos de
produção são os mínimos possíveis, quer em materiais, quer em mão-de-obra.
Ora, como os sapatos não são vendáveis (objectivo mal escolhido), de nada serve
ser eficiente.
O esforço para se ser eficiente deverá ser antecedido por um esforço para se ser
eficaz, ou seja, primeiro devemos escolher bem os objectivos. O bom desempenho
da gestão consiste em obter eficiência e eficácia, simultaneamente, na utilização
dos recursos organizacionais; é a excelência no desempenho.
No quadro 1.3 são apresentadas as diferentes combinações de eficiência e
eficácia, designadamente elevada eficácia e baixa eficiência, baixa eficácia e
elevada eficiência, baixa eficácia e baixa eficiência, e elevada eficácia e elevada
eficiência. Esta última situação traduz, como referido anteriormente, a excelência
do desempenho.
36
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
Eficiência
Fraca Forte
Eficácia Baixa Objectivos não atingidos; des- Recursos bem aplicados, mas
perdício de recursos. Desem- os objectivos não são alcança-
penha precário. dos. Desempenho precário.
Ovos (unidades) 12 12 12
37
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
a) Planear
38
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
39
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Missão da empresa
u,
Objectivos globais
u,
Objectivos por áreas funcionais
Marketing 1 Produção 1 1 Financeira
1 GRH
u, u, u, u,
Estratégia Estratégia Estratégia Estratégia
u, u, u, u,
Políticas Políticas Políticas Políticas
u, u, u, u,
Planos Planos Planos Planos
u, u, u, u,
Procedimentos Procedimentas Procedimentas Procedimentos
u, u, u, u,
Regras Regras Regras Regras
u, u, u, u,
Acções Acções Acções Acções
u, u, u, u,
Resultados Resultados Resultados Resultados
u, u, u, u,
Resultado global
b) Organizar
A função organizar (ou organização, como também se pode designar) é o modo como
a autoridade é distribuída na organização, como é que se repartem os recursos e
40
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
c) Liderar
d) Controlar
41
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
42
1.1 - A.S ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
t A
o _e_ _Q_ _L., _s._ _e_ _Q_
1 _e_ _Q_ _L_ _s._ _e_
2 _e_ _Q_ _L_ _s._
3 _e_ _Q_ _L_
4 _e_ _Q_
A'
Legenda:
P- Planear O- Organizar L- Liderar e - Controlar
Recursos Desempenho
Definição de
ORGANIZAR
Arrumar
objectivos
e distribuir
e acções a
recursos
! X l
desenvolver
Recursos
Humanos, Objectivos
Financeiros, Produtos
Materiais, Eficiência
Informação, Eficácia
Tecnologia Cliente
LIDERAR
Acompanhar os
resultados e
-------
43
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Em suma, o quadro 1.5 procura fazer uma síntese relativa aos impactos
decorrentes da realização das quatro funções de gestão.
44
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
45
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Directores gerais SB TO SN
(nível 2)
- Produção
- Administrativo
Directores Funcionais
- Recursos Humanos
- Aprovisionamentos
Supervisores
46
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
Topo
Administração
Base
i) Gestores funcionais
São os responsáveis apenas por uma actividade da organização. Gerem
os recursos envolvidos num mesmo conjunto de actividades. Como
exemplos podem citar-se o director de produção, o director financeiro e
o director de recursos humanos.
47
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Competências
Níveis de gestão Políticas
relativas
Conceptuais 1
Operacional (Supervisor) Controlam a execução Humanas
Técnicas 1
48
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
CONHECIMENTO
Know-how. Informação.
Actualização profissional.
____...,,_-.:_Aprendizagem constante.
PERSPECTIVA
Visão pessoal das coisas. ATITUDE
Aplicação prática do Comportamento activo e
conhecimento na solução de pró-activo, ênfase na acção e
problemas. no fazer acontecer. Espírito
empreendedor e de equipa.
Liderança e comunicação.
49
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
50
1.1 - AS ORGANIZAÇÕES E A GESTÃO
a) Função interpessoal
b) Função de informação
51
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
c) Função de decisão
52
1.2 - TENDÊNCIAS DA GESTÃO
53
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
1.2.1 -A VISÃO
A prática da gestão socorre-se de muitos temas das mais variadas ciências, sendo
a ética um deles. Blanchard e Peale (1989) acreditam que os gestores que se
sentem bem consigo próprios estão em melhor posição para resisitir às pressões
do exterior e para fazer o que está certo em vez do que é apenas conveniente,
popular ou lucrativo. Partindo da definição de que ética é a forma socialmente
54
1.2 -TENDÊNCIAS DA GESTÃO
correcta de fazer as coisas, os mesmos autores, para ajudar a decidir "o que está
certo", apresentam o questionário seguinte:
55
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Um exemplo ilustrativo desta situação poderá ser o recurso que muitos países da
União Europeia (UE) fazem, ao recorrerem a trabalhadores qualificados de países
fora do seu perímetro administrativo, para os empregos gerados pela chamada
"nova economia".
1.2.4 -A FORMAÇÃO
56
1.3 - CICLO OE VIDA DAS ORGANIZAÇÕES
a) Fase embrionária
57
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
b) Fase de crescimento
c) Fase de maturidade
58
1.4 - FASES DE CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA
d) Fase de declínio
59
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
(há muitos indivíduos que têm um certo grau de aversão ao risco, preferindo trabalhar
por conta de outrém), mas também porque, do ponto de vista psicológico, se a
empresa não se revela viável e entra em fase de falência, tal situação normalmente
comporta traumas para os seus proprietários. Por outro lado, a criação de uma
empresa não implica somente ter conhecimentos técnicos na produção de um dado
bem ou serviço; implica ter conhecimentos de gestão que muitas vezes não são
dominados pelos indivíduos que pretendem constituir uma empresa.
Consequentemente, vários autores (por exemplo, Lisboa et ai., 2008) referem
inúmeros factores que condicionam a formação de uma empresa, designadamente:
oportunidade de negócio, vocação ou tendência do empresário, capitais necessários
para a realização do projecto, escolha da forma jurídica e localização geográfica.
a) Oportunidade de negócio
Não basta somente ter conhecimentos técnicos; é preciso ter vontade para criar
um negócio e correr riscos. Assim, é fundamental deter capacidade técnica,
conhecimento do negócio (do produto e do mercado) e empenhamento na
realização do projecto. Quando o empresário não possuiu estes requisitos é
indispensável encontrar uma equipa de especialistas que o auxilie. No entanto,
para empresas de dimensão muito pequena a vocação ou tendência do empre
sário é um factor crucial, conjugado com a sua capacidade técnica. Nestas
60
1.4 - FASES DE CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA
Quando está em causa a criação de uma nova empresa importa fazer um estudo
da viabilidade económica e financeira do projecto. Este estudo permite estimar
a viabilidade do projecto e determinar qual a parte de capitais próprios do
projecto (isto é, capitais que pertencem ao empresário) e qual a parte de capitais
alheios (capitais obtidos junto de uma entidade financiadora). Mais ainda, este
projecto de viabilidade é indispensável, caso se recorra ao financiamento
bancário. O cálculo da repartição das necessidades de financiamento entre
capital próprio e capital alheio é algo complexo e pode ditar o sucesso ou
insucesso do projecto.
61
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
e) Localização geográfica
iii) Mão-de-obra
Há empresas para as quais o seu sucesso assenta na qualificação dos
recursos humanos. Como tal, têm de estar localizadas em regiões onde
facilmente se obtenha essa qualificação, quer seja no que se refere
à qualificação académica, quer seja no que se refere à experiência
62
1.4 - FASES DE CONSTITUIÇÃO DE UMA EMPRESA
iv) Transporte
Os custos de transporte referem-se quer aos produtos finais, quer a
matérias-primas ou componentes (neste caso importadas). O caso
das refinarias e das siderurgias é um bom exemplo. Estão, regra geral,
localizadas junto dos portos marítimos, porque necessitam de importar e
transformar matérias-primas cujo custo de transporte se revelaria muito
elevado caso estivessem afastadas do seu ponto de destino (o transporte
por via marítima tem custos mais reduzidos);
63
-- �,
__1
1
TEORIAS
ORGANIZACIONAIS
65
Neste capítulo apresenta-se uma visão geral da evolução das teorias de gestão,
por ordem cronológica, com o intuito de familiarizar o leitor com as condições
em que as mesmas surgiram. Não é por uma teoria ser mais antiga do que
outra que não se aplica a primeira. Portanto, só conhecendo as teorias é que as
podemos aplicar. De entre as múltiplas razões que justificam o estudo das teorias
de gestão podem-se referir as seguintes:
67
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
68
2.1 - FASES DE EVOLUÇÃO DA GESTÃO
situação. Basta alterar algumas (por vezes, poucas) variáveis para uma solução
que se tivesse mostrado válida num caso já não o ser noutro contexto.
Esta parece ser a fase actual. Recorre-se ao estudo da realidade que, através
do método indutivo, produz teorias, as quais dão origem a modelos que nos
permitem fazer previsões e testá-las com a realidade factual.
Pela observação da realidade (indução) formulamos um conjunto coerente de
pressupostos para explicar as relações entre duas ou mais variáveis (teorias).
Estas teorias levam-nos à representação simplificada da realidade para podermos
entender aquelas relações (modelos). Os modelos fornecem-nos previsões, que
são comparadas com a realidade, com o intuito de se proceder à validação das
teorias.
Em termos cronológicos apresentam-se as diferentes abordagens da gestão,
divididas entre clássicas e contemporâneas (figura 2.1).
L. .,. L, 11
Burocracia
Relações Humtas
Gestão Administrativa
t
Gestão Quantitativa
1
t Teoria 1 Contingência
Teoria dos Sistemas
Comportamento Organizacional
111
Teorias Emergentes
69
PRINCiPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
As datas apresentadas são apenas referências, pois uma teoria não desaparece
porque outras surgem; coexistem em determinado momento. Por exemplo, os
clássicos nunca passam de moda.
De seguida apresentam-se as diferentes correntes de gestão.ainda que agrupadas
de acordo com uma tipologia diferente.
70
2.2 - CORRENTES DA GESTÃO
Os principais autores desta escola de gestão são Elton Mayo, Chris Argirys, Rensis
Likert e Chester Barnard.
Segundo esta escola de gestão para as empresas serem bem geridas há que
organizá-las não só em torno dos aspectos motivadores, mas também atendendo
aos aspectos intelectuais, isto é, ao modo como as decisões são tomadas. É esta
a ênfase dada por Simon, March e Cyert (escola de Carnegie), cujos estudos
71
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
72
2.3 - TEORIAS CLÁSSICAS DA GESTÃO
2.3.1 - O TAYLORISMO
73
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
74
2.3 - TEORIAS CLÁSSICAS DA GESTÃO
Estes principias ainda hoje são utilizados nas grandes empresas industriais.
75
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
76
2.3 - TEORIAS CLÁSSICAS DA GESTÃO
Assim, acredita-se que esta é uma estrutura em que a autoridade racional será
mais eficiente e adaptável a mudanças, com especificações claras em relação à
autoridade e responsabilidade. Tem regras precisas para a tomada de decisão,
não dependentes da personalidade do administrador, uma cadeia de comando
claramente definida, com a promoção dos colaboradores a basear-se na
meritocracia e na experiência, as quais conduzem à especialização do trabalho
na organização.
Como críticas, parece ser muito teórica, administrativamente pesada e
pouco flexível nos tempos atuais. Porém, este modelo tem sido a garantia de
sobrevivência de grandes organizações internacionais.
77
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
ro
u
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-� -�e
ro
QJ
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QJ
u ro ro
o
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1- e ...,
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u ü: o
78
2.3 - TEORIAS CLÁSSICAS DA GESTÃO
No taylorismo não eram tidos em conta os aspectos sociais, nem havia qualquer
ideia sobre como se comportavam as pessoas nas organizações, ou quais as
suas motivações. Nos anos vinte e trinta do século passado foram lançadas as
bases da psicologia social e a sua aplicação à problemática do trabalho nas
organizações. Emerge, assim, o movimento das relações humanas, cuja essência
reside no pressuposto de que a chave para o alcance de elevadas produtividades
está no grau de satisfação dos empregados no seu trabalho. Estão associados a
79
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
esta escola nomes como os de Elton Mayo, Chris Argyris, Rensis Likert e Chester
Barnard.
Este movimento desenvolveu-se a partir das chamadas "experiências de
Hawthorne", coordenadas por Elton Mayo, que compreenderam um conjunto de
cinco estudos independentes conhecidos por:
80
2.3 - TEORIAS CLÁSSICAS DA GESTÃO
81
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Metodologia: Resultados
82
2.3 - TEORIAS CLÁSSICAS OA GESTÃO
Conclusões da fase 1:
Havia algo, para além da iluminação, que estava a influenciar o desempenho dos
operários.
Metodologia: Resultados
Foi introduzido o conceito de homo social, entendido como aquele que é motivado
pelo desejo de criar relacionamentos com os outros, por oposição ao conceito de
83
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
84
2.3 - TEORIAS CLÁSSICAS DA GESTÃO
Teoria X Teoria Y
O ser humano tem aversão natural ao O dispêndio de energia física e mental
trabalho e evitá-lo-á sempre que possível. é tão natural como o divertimento ou o
descanso.
A maioria das pessoas precisa de ser O autocontrolo e a auto-orientação são
orientada, vigiada e coagida, e quer ter mais eficazes na obtenção do esforço
funções rigidamente definidas. necessário à prossecução dos objectivos.
O ser humano prefere ser dirigido e pro- O empenho na prossecução dos objecti-
cura evitar as responsabilidades, é pouco vos é função das recompensas atribuídas
ambicioso e prefere segurança. ao êxito da tarefa.
O ser humano é basicamente motivado O ser humano, em condições adequadas,
por incentivos económicos. aceita e procura responsabilidades.
Os objectivos individuais são, em geral, A capacidade de inovação, a imaginação, e
opostos aos objectivos da organização. a adaptação de problemas da organização
encontram-se distribuídos pelas pessoas
que nela trabalham.
O ser humano é dotado de uma irraciona- As potencialidades intelectuais do ser
lidade intrínseca, incapaz de autocontrolo humano estão a ser apenas parcialmente
e de autodisciplina. utilizadas.
85
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
86
2.4. - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
87
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
iv) Para atingir um ou mais objectivos (finalidade para que foi criado).
A Al _____ A2
⇒ OBJECTIVOS
A3
Legenda:
A- Sistema
Ai - Subsistema (por exemplo, Departamento de Produção ou o Departamento Financeiro)
- Interdependência; interacção
EMPRESA �
Recursos (subsistemas) � Bens/Serviços
t Feedback
1
Figura 2.5 - Conceito de sistema aberto
88
2.4. - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
i) A estrutura do sistema;
ii) As relações entre as partes;
iii) As interdependências entre as partes.e entre o sistema e sua envolvente.
Esta abordagem emerge nos anos sessenta do século passado como reacção ao "the
best way· característico das abordagens clássica e neoclássica. Nesta abordagem o
comportamento das organizações depende (ou seja, é contingente) das variáveis
situacionais a que a mesma está sujeita. Isto significa que os princípios gerais e
universais da gestão, válidos para toda e qualquer situação, não são mais aplicáveis.
Eles foram úteis enquanto o mundo dos negócios foi relativamente estático e
previsível.Assim, de acordo com as características da sua envolvente, da tecnologia
que a suporta, da sua dimensão e características específicas, a organização tem
que encontrar a melhor forma de gestão. Esta abordagem tem implícita uma lógica
sistémica: a organização é um sistema que depende da sua envolvente, do meio
onde está inserida e dos subsistemas que a compõem.
89
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
O termo contingência significa alguma coisa incerta ou eventual, isto é, que pode
ou não ocorrer. Numa perspectiva mais abrangente, a abordagem contingencial
destaca que não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único modelo
organizacional. Consequentemente, não existe uma estrutura organizacional
única, que seja eficaz para todas as organizações.A ênfase é colocada no processo
adaptativo, ou seja, as organizações adequadas ao seu meio envolvente tendem
a superar aquelas que são inadequadas. Consequentemente, a adequação seria a
causa e o desempenho passaria a ser o efeito desse processo.
A abordagem contingencial surge num período marcado por uma crescente
complexidade tecnológica, que requeria sistemas de controlo cada vez mais
complexos e respostas objectivas aos problemas estruturais nas organizações.
A abordagem contingencial utiliza as premissas básicas da teoria dos sistemas
no que se refere aos aspectos de interdependência e natureza orgânica das
organizações, assim como a consideração das organizações como sistemas
abertos e adaptativos que interagem dinamicamente com o seu meio envolvente
(clientes, fornecedores, concorrentes).
Enquanto a teoria dos sistemas preconiza uma estruturação organizacional
que se reproduz em toda a organização como um conjunto de subsistemas
funcionalmente inter-relacionados, a abordagem contingencial sustenta que é
preciso levar em conta o processo de coordenação interdepartamental em função
das diferentes formas estratégicas e estruturais condicionadas pela envolvente
externa e que podem ocasionar conflitos na organização. Assim, a teoria dos
sistemas desenvolveu uma visão ampla do funcionamento organizacional, mas
muito abstracta para resolver problemas específicos da gestão das organizações.
Só com a abordagem contingencial ocorre o deslocamento da visualização
de dentro para fora da organização: a ênfase é colocada no meio envolvente
externo sobre a dinâmica organizacional, ou seja, são as características do meio
envolvente que condicionam as características organizacionais.
Após os anos sessenta do século passado a ideia da contingência começou a
ser aplicada a estruturas organizacionais, a partir de investigações realizadas
para identificar quais eram os modelos de estrutura organizacional mais
eficazes em determinados tipos de indústria. Estes estudos constataram que a
estrutura das empresas dependia das condições do meio envolvente externo
em que as mesmas actuavam. A optimização dessa estrutura variava de acordo
com determinados factores, denominados factores contingenciais. Há diversos
factores contingenciais como, por exemplo, estratégia, dimensão, incerteza
em relação às tarefas e tecnologias. Estas características organizacionais, por
sua vez, reflectem a influência do meio envolvente em que a organização está
inserida. Assim, para ser bem sucedida, uma organização precisa de adequar a
90
2.4. - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
sua estrutura aos seus factores contingenciais, ou seja, ao seu meio envolvente
externo.
O objectivo da teoria da contingência é, portanto, compreender o modo como
a organização se relaciona com o meio envolvente, mostrando a existência de
uma relação funcional entre as condições desse meio envolvente e as técnicas
de gestão apropriadas para o alcance dos objectivos da organização. Essa teoria
tem um aspecto pró-activo, pois considera relevante a constante identificação
das condições do meio envolvente e das práticas de gestão para que estejam
sempre em sintonia.
Essa abordagem procura compreender as relações entre os subsistemas
organizacionais, assim como entre a organização e o seu meio envolvente,
procurando definir padrões de relações. Além disso, enfatiza a natureza
multivariada das organizações e tenta compreender como estas operam
sob condições diferenciadas. Por isso, considera que não existe uma melhor
maneira de gerir uma empresa, procurando criar estruturas organizacionais e
acções de gestão específicas para diferentes situações que as organizações
enfrentam.
Esta abordagem também defende um intercâmbio entre as diversas teorias de
gestão e não apenas a aceitação de uma delas como válida. Porém, do ponto de
vista teórico há quem não a considere ainda uma verdadeira teoria, mas somente
uma abordagem da contingência. Tal deve-se ao facto da mesma se centrar
ainda em questões específicas e pontuais, tais como dimensão versus burocracia
e estratégia versus estrutura. Esta abordagem reforça a ética na gestão, que tem
a pretensão de resolver, por intermédio de um projecto flexível de organização,
grande parte dos problemas institucionais e políticos fundamentais das modernas
sociedades industriais.
91
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
92
2.4. - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
93
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
94
2.4. - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
Motivacionais
Segurança
Higiénicos
Fisiológicas
Cada uma das teorias constitui uma tentativa para explicar o comportamento
individual sob uma perspectiva diferente. Nenhuma delas, porém, pode ser aceite
95
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
A gestão pela qualidade total (GQT) é uma cultura organizacional que antecede
a acção. Inicialmente pensada apenas para os conceitos técnicos da produção,
evoluiu, e hoje aplica-se, também, quer à satisfação dos clientes, quer dos
stakeholders. É um conceito abrangente que fornece ao gestor uma sensação
holística, ou seja, que todas as funções da organização serão incluídas no
processo, estando relacionada com a ética, a moral, a qualidade intrínseca, o
atendimento dos clientes e a segurança.
Na gestão pela qualidade total sobressai a eficiência como condição necessária
do sucesso das organizações, com a valorização do cliente a surgir em primeiro
lugar. É uma abordagem ampla que tem por objectivo tornar a organização
mais competitiva, flexível e eficaz, através de um planeamento inclusivo,
compreendendo as actividades exercidas em cada sector da organização.
No seu início encontramos um modelo sequencial de quatro etapas: P (plan) -
planear, O (do) - executar, C (check)- controlar e A (act)- actuar, também conhecido
como ciclo PDCA, as quais se desenvolvem no sentido dos ponteiros do relógio.
Sempre que se completa um ciclo considera-se que aconteceu alguma melhoria
no processo, ou seja, o mesmo está mais eficiente. Normalmente é representado
como se apresenta na figura 2.7.
O planeamento é uma antecipação do processo de decisão, porque determina
o quê, como e quando fazer, antes da execução. Assim, na fase de planear (P)
deverão ser investigadas as causas e consequências dos problemas a resolver.
Cada área funcional deverá fazer esse diagnóstico, para ser elaborado o plano
que as aglutine a todas, de forma a isolar o problema. Ou seja, o problema é
aquilo que se torna necessário resolver. As causas referem-se ao porquê das
coisas acontecerem. As consequências são o resultado de resolver ou não
resolver o problema.As soluções possíveis são as possibilidades de resolução do
problema, num certo espaço de tempo.
Na fase de execução (O) procura-se determinar um ou mais caminhos de acção
a serem seguidos. Uma vez escolhido o curso de acção é necessário colocar em
prática a implementação da decisão. Logo, este é o estádio de implementação do
96
2.4. - TEORIAS CONTEMPORÂNEAS
plano, onde são determinadas as tarefas a executar, quem as irá fazer e quando
deverá fazer.
r
L...-___
Melhoria
.
Princípios da qualidade total Conteúdo
. Superação de expectativas;
Comparação de desempenho com outras
organizações.
97
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
. Educação;
. Motivação no trabalho;
. Continuidade;
. Planeamento estratégico;
. niões;
. Partilha de informações;
. de;
. Inovações;
. Fiabilidade - certificação;
. Formalização do processo;
. Definição do erro;
.
.
Atitude preventiva;
Custo de qualidade.
9. Gestão de processos
. Cadeia cliente - fornecedor;
. Integração de processos;
Ciclo PDCA .
98
2.5 - ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM
. estratégia e planos;
Sob um ponto de vista mais amplo, a gestão pela qualidade total não é apenas
uma colecção de actividades, procedimentos e eventos, mas sim uma política
inabalável que requere o cumprimento de acordos com requisitos claros para
as transacções, formação e treino contínuos, atenção aos relacionamentos e
envolvimento da gestão ao mais alto nível nas operações, seguindo a filosofia da
melhoria contínua.
Assim, a aplicação dos princípios da qualidade total ao ciclo PDCA gera um
fluxo constante de informações necessárias à tomada de decisão, assegurando
que os recursos materiais, financeiros, humanos e tecnológicos sejam utilizados
com eficiência para obter a eficácia da realização das metas estabelecidas e,
consequentemente, cumprir a missão da organização.
99
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
100
2.5 - ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM
Não há um modelo único de organização que aprende, pois esta é uma filosofia
ou atitude sobre o que é uma organização e qual o papel dos seus colaboradores.
Todos na organização participam na identificação e resolução de problemas,
permitindo assim um aumento de experiências, desenvolvimento e aumento de
capacidades. Põe ênfase na qualidade e satisfação dos clientes, e privilegia o
trabalho de equipa, em vez da hierarquia, para a maximização do seu desempenho.
Nas organizações que aprendem os gestores de topo devem ser líderes capazes de
criarem uma visão para o futuro, que seja amplamente compreendida e difundida
em toda a organização. São eles que devem desenvolver ideias sobre o propósito,
missão e valores que guiam o comportamento e a atitude dos colaboradores.
A visão representa aquilo que a organização quer ser no longo prazo, a liberdade
dos empregados em identificarem e resolverem problemas por si próprios. Os
valores estipulam as linhas mestras que orientam os empregados, esclarecendo
as formas de actuação aceitáveis para a prossecução dos objectivos a longo prazo.
O modelo dos gestores a controlarem os trabalhadores não é mais aplicável num
mundo de rápidas mudanças tecnológicas, demográficas, de competição global
e ênfase na qualidade e na flexibilidade. Longe de ser uma moda passageira, o
empowerment, ou seja, o poder atribuído aos colaboradores em todos os níveis da
organização, é uma forma de enfrentar e resolver os problemas, permitindo um
funcionamento mais eficaz.
A tradicional organização hierárquica vertical está a dar lugar a estruturas mais
achatadas, apoiadas por equipas de gestão auto-geridas, que colaboram entre
diversos níveis e departamentos. A qualidade é o objectivo principal em todos os
níveis, com os empregados a controlarem e a aperfeiçoarem a qualidade do seu
próprio trabalho, com os conhecimentos entretanto adquiridos.
Um dos factores chave de sucesso é a partilha de informação. Sem informações
completas não é possível identificar necessidades, nem resolver problemas.
Neste novo paradigma crê-se que é preferível partilhar informação a mais do que
a menos, o que ajuda a criar confiança e a dar aos colaboradores uma sensação
de posse da organização.
Neste contexto, vemos claramente que o papel dos gestores está a mudar,
movendo-se estes mais na horizontal. Paralelamente, observa-se o surgimento
de novas oportunidades e formas de trabalho.
101
ESTRUTURAS
ORGANIZACIONAIS
103
Qualquer que seja a perspectiva por que se olhe uma organização - célula social,
conjunto de meios, sistema de relações, centro de decisões - o indivíduo surge-nos
sempre como o seu elemento inevitável e essencial. A organização é a síntese de
todos estes ângulos. É uma célula social, porquanto nela os indivíduos se reúnem
para trabalhar; é um pequeno mundo onde os indivíduos ocupam o seu tempo,
utilizam as suas aptidões e despendem a sua energia para, com o auxílio de meios
materiais, realizarem uma criação comum, designadamente produzirem bens ou
prestarem serviços. É um conjunto de meios, visto que na organização se integram,
organizadamente, meios técnicos, financeiros e humanos numa acção convergente
para a prossecução de objectivos que se pretendem atingir. É um sistema de
relações, porque na organização trabalha um conjunto de pessoas, cada uma com
características próprias e estilos particulares de relação. Essas pessoas associam
-se em grupos, funcionais e hierárquicos, entre os quais se estabelecem tipos de
relação diversos. Por fim, é um centro de decisões, porquanto a vida da organização
se caracteriza pela constante necessidade de se fazerem opções, de se efectuarem
escolhas entre caminhos possíveis para um dado objectivo. Cada opção, cada
escolha traduz uma decisão que compromete a pessoa ou o grupo que a tomou.
Assim, mesmo a mais pequena organização é um organismo tão complexo
que necessita de ser organizada, dirigida, liderada e controlada de forma
criteriosa. Logo, minimizam-se as possibilidades de fracasso, para a desenvolver
harmoniosamente, para a tornar forte e dinâmica, para a constituir como um
meio sólido e coerente onde os indivíduos sintam motivação e estabilidade e se
possam promover social e profissionalmente. Para tal, o gestor deverá formular
e obter respostas para um conjunto de questões, das quais as mais relevantes
estão listadas no quadro 3.1.
105
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
106
3.1 - PRINCÍPIOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
107
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
108
3.2 - ARQUITECTURA ORGANIZACIONAL
109
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
110
3.2 - ARQUITECTURA ORGANIZACION.A.L
111
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Importa salientar uma vez mais que a elaboração da estrutura organizacional visa
dois objectivos. Por um lado, visa realizar uma repartição lógica e equilibrada do
conjunto das actividades e, por outro lado pretende, no maior grau possíve� utilizar
as faculdades intrínsecas das pessoas que trabalham na organização, motivando
a sua integração e a sua colaboração activa em ordem à realização dos objectivos.
Pode assim concluir-se que um estudo profundo da estrutura organizacional
visará, simultaneamente, a função organização e a mobilização de todo o
potencial humano disponível na organização, através de duas acções de âmbito
diferente, a saber:
Para uma organização nova, não condicionada pela existência de uma estrutura
organizacional e de um conjunto de recursos humanos, é conveniente desenvolver
o processo seguinte:
112
3.2 - ARQUITECTURA ORGANIZACIONAL
113
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Graus de hierarquia
n
n-1
n-2
Cada gestor tem, por consequência, de tratar directamente dos mais diversos
problemas: bom funcionamento do departamento, aspectos de ordem técnica,
disciplinar, administrativa, eficiência, previsões, controlo e desenvolvimento. Esta
estrutura caracteriza-se pela simplicidade, permitindo que as responsabilidades
sejam definidas com clareza e que as comunicações se desenvolvam com rapidez.
Todavia, tem grandes desvantagens, das quais vamos apontar somente as mais
relevantes. Os quadros da organização, sobrecarregados nas suas atribuições,
não dispõem de tempo suficiente para tomar criteriosamente todas as decisões
que se impõem. Pior do que isso, tendem progressivamente a sacrificar o futuro e
o progresso, ao presente e ao pontual. A rigidez tende a instalar-se na estrutura,
assim como o desequilíbrio de actuação, já que o gestor é mais sensível aos
problemas mais próximos da sua formação básica ou da sua experiência anterior.
114
3.3 - TIPOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Graus de hierarquia
n Administração
n-1
n-2
115
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Administração
Organização; Auditoria
--------------
Planeamento e controlo
1
Departamento Departamento Departamento de
de Marketing Produção Aprovisionamento
Merchondising
1
Legenda:
1 1 1 1 1
--- autoridade de linha
· - - - - - - - - - · autoridade de staff
116
3.3 - TIPOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
1 Administração 1
1 1
Direcção
1 &D 1 Direcção
Financeira
Direcção Rec.
Humanos
Divisão de Divisão de
1
Divisão de
Farinhas Chocolates Bolachas
117
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
118
3.3 - TIPOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
Administração
Farinhas
a) Chocolates
Bolachas
Centros de Custos
a) Centros de Resultados
119
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
'
Departamento
de Fiação
�
1
,, 1 1 ..,
1 ' 1
Secção de Secção de
Secção de Secção de
Lavagem Cardagem
Preparação Fiação
(matéria-prima) (matéria-prima)
\. \. \. ,
120
3.3 - TIPOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS
121
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
122
3.4 - ORGANOGRAMAS
3.4 - ORGANOGRAMAS
À medida que o trabalho se torna mais complexo, sendo realizado por um número
crescente de indivíduos, surge a necessidade de desenvolver instrumentos
de gestão e de controlo, no sentido de saber quem reporta a quem. Logo, a
estrutura organizacional reflecte-se no organograma da organização, o qual
consubstancia as relações internas entre os diferentes departamentos e funções
desempenhadas pelos seus colaboradores.
Assim, um organograma pode ser definido como uma representação gráfica
de uma estrutura organizacional, ou seja, consiste numa representação visual
de todo o conjunto de actividades e processos subjacentes a uma organização
específica. Reflecte as relações que se desenvolvem na organização em concreto
e não em qualquer outra, similar ou não, permitindo entender como aquela
funciona. Mostra os vários subsistemas (departamentos) em que a organização
se decompõe, o modo como esses departamentos se relacionam entre si, e como
cada função e departamento se adaptam ao todo que é a organização.
Contudo.o organograma deve ser complementado,para conseguir aquele objectivo,
pela definição das funções nele representadas. Assim, o organograma reflecte as
decisões que foram tomadas no processo de estruturar uma organização, como
sejam, a divisão do trabalho (departamentalização e especialização vertical) e
das responsabilidades, a definição do tipo de autoridade e a definição do sistema
de comunicação.
A representação gráfica da estrutura organizacional tem como vantagens a
visualização imediata dos órgãos de linha e de assessoria, mostra as relações
formais entre órgãos e possibilita o conhecimento da forma de comunicação entre
eles. Como desvantagens podem apontar-se o facto de ser estático, só representar
as relações formais, não conter todas as relações e situações, e poder induzir o
observador em erro, quando, por razões estéticas, coloca os departamentos todos
ao mesmo nível de importância, o que nem sempre acontece.
Um exemplo de organograma é a representação da figura 3.8.
O desenho do organograma baseia-se em convenções, tais como:
123
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Abílio
Gerência
António
A B e
Chefes
Serviço
D E F G
Chefes
Secção
DG A s SA e T RH E DC EC
Atribuições
N.0 efectivos 52 5 2 8 6 10 8 6 4 3
Legenda:
A - Auditoria; C - Contabilidade; DC - Direcção Comercial; DG - Direcção Geral; E - Expediente;
EC - Estudos Comerciais; RH - Recursos Humanos; S - Secretariado; SA - Serviços Administrativos;
T - Tesouraria.
124
MARKETING
127
A importância atribuída à função do marketing nas organizações é relativamente
recente. O próprio conceito sofreu evoluções ao longo do tempo. Por exemplo,
na década de oitenta do século passado os planos de estudo das licenciaturas
tinham uma disciplina de Gestão Comercial; hoje esta unidade curricular designa
-se por Marketing.
a) Era da produção
Foi preponderante nas primeiras duas décadas do século XX, quando a principal
preocupação era produzir e colocar produtos no mercado a preços baixos para
os consumidores. Neste período, praticamente tudo o que era produzido era
comprado. Numa perspectiva económica aplicava-se a lei de Say que refere que "a
oferta cria a sua própria procura". Os produtores não precisavam de se preocupar
129
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
c) Era do marketing
130
4.1 - CONCEITO DE MARKETING
131
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
132
4.1 - CONCEITO DE MARKETING
A orientação para o cliente é uma filosofia que não pode abarcar somente o
departamento de marketing; é uma filosofia de gestão e, como tal, tem de haver
uma integração de toda a organização para atingir este objectivo. Tem de haver
uma grande coordenação entre os diferentes departamentos: a produção tem de
produzir os produtos requeridos e com a qualidade pretendida, a área financeira
tem de providenciar atempadamente os recursos financeiros, a logística tem de
colocar os produtos no local indicado e o departamento de recursos humanos
tem de garantir a qualificação e adequação dos colaboradores da organização.
Deste modo, tem de haver uma filosofia de gestão orientada para o cliente. Não
basta haver um departamento de marketing; tem de haver uma filosofia integrada
de satisfação do cliente e retenção do mesmo, a qual deve estar imbuída em
todas as acções levadas a cabo pela organização.
133
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
134
4.1 - CONCEITO OE MARKETTNG
135
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Deste modo, pode-se concluir que o marketing é mais do que uma área
funcional da organização. É uma filosofia de gestão que envolve os diferentes
departamentos desde a produção, ao departamento financeiro e ao de recursos
humanos, entre outros.
136
4.2 - MARKETING MIX
a) Product (Produto);
b) Price (Preço);
c) Placement (Distribuição);
d) Promotion (Comunicação).
137
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
A consideração dos 7 P's do marketing não é consensual, pelo que a maior parte
dos autores considera somente quatro vectores no marketing mix. Vamos analisar
cada um dos 4 P's tradicionais do marketing.
4.2.1 - PRODUTO
138
4.2 - MARKETING MIX
139
PRINCIPIOS DE GESTÀO DAS ORGANIZAÇÕES
Em cada fase do ciclo do produto a política de marketing deve ser diferente, pois
o factor chave de sucesso é também distinto:
140
4.2 - MARKETING MIX
141
PRINCiPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
4.2.2 - PREÇO
O preço (price) não pode ser entendido em sentido estrito, mas sim em sentido
lato. Engloba o preço de venda unitário, os descontos de quantidade, as políticas
referentes aos prazos de pagamento, de financiamento, à inclusão dos custos
de transporte, entre outros elementos. Na fixação do preço de venda devem-se
considerar um conjunto de factores, designadamente os seguintes:
a) Custo de produção. O preço de venda não pode ser inferior aos custos de
produção unitários (ou seja, vender com prejuízo), não só devido às leis
da concorrência, mas também porque se estaria a delapidar a empresa;
o preço de venda deve cobrir, no mínimo, os custos variáveis médios. Na
prática, o preço de venda não cobre somente os custos unitários, mas
tem incluída, igualmente, uma margem de lucro;
142
4.2 - MARKETING MIX
143
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
144
4.2 - MARKETING MIX
CF + f1 !
Q= --�
p- CVM
Também se pode calcular o ponto crítico de vendas em valor (V). Para tal basta
colocar no denominador a margem de contribuição em percentagem do preço de
venda unitário. Assim:
CF
Q=--
p- CVM
p
Esta expressão analítica é obtida a partir da noção de ponto crítico de venda,
transformando a quantidade em valor. Com efeito:
Q=---CF
p - CVM
Vamos multiplicar ambos os membros pelo preço (p), a fim de obter o valor (p x
Q), designado pela letra V:
CF
pxQ=--- xp
p - CVM
CF
V=---
p - CVM
p
À semelhança do anteriormente calculado, se o gestor pretender obter um certo
nível de lucro (íl 1 ), a fórmula modificada virá:
CF + + I
V=--�
p - CVM
p
Para exemplificar este procedimento consideremos o seguinte exemplo. No
estudo de pré-viabilidade de um projecto de investimento numa dada empresa
estimou-se que os custos fixos atingiam o montante de 40 000 euros, os custos
variáveis médios deveriam ascender a 30 euros e o preço de venda (unitário)
previsto era de 50 euros. Face a esta informação pode-se calcular o ponto crítico
de vendas em quantidade e em valor.
Ponto crítico de vendas em quantidade:
40 000
Q=--- = 2 000 unidades
50- 30
145
PRINCIPIO$ DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
50
Podemos controlar a veracidade dos valores obtidos. Para tal, basta multiplicar
as 2250 unidades obtidas no ponto crítico em quantidade pelo valor unitário (ou
seja, o preço) para obtermos o montante do ponto crítico em valor, neste caso,
112 500 euros.A operação inversa também é verdadeira.
Importa salientar que o preço de venda que se está a considerar não inclui
margem de lucro, ou seja, é o denominado preço à saída da fábrica. Caso a
informação fornecida inclua no preço uma margem de lucro vamos ter de retirar
essa margem.
Por hipótese considere-se que nos dados iniciais do exemplo anterior se referia
que o preço de venda estimado era de 55 euros, incluindo uma margem de lucro
de 10%.
Vamos designar por p1 o preço de venda com a margem de lucro incluída e por
Mla correspondente margem de lucro (em percentagem).Assim: p1= p + p x ML,
em que p é o preço à saída da fábrica, ou seja, aquele que é utilizado no cálculo
do break-even point.
p 1 = p (1 + ML)
p1 _
p= __
1 + ML
Aplicando ao exemplo concreto:
55
p = -- = 50 euros
1 + 0,1
146
4.2 - MARKETING MIX
4.2.3 - DISTRIBUIÇÃO
147
PRINCÍPIOS DE GESTÀO DAS ORGANIZAÇÕES
148
4.2 - MARKETING MIX
4.2.4 - COMUNICAÇÃO
149
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
150
...
4.3 - PLANEAMENTO DE MARKETING
151
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
152
4.3 - PLANEAMENTO DE MARKETING
si. Por outras palavras, são analisados todos os factores a ter em consideração
na análise dos quatro elementos que integram o marketing mix e que foram
referidos no ponto anterior.
Para além disso, a estratégia de marketing tem de estar em conformidade e estar
coordenada com as demais estratégias funcionais da organização.
Produtos Total
Rubricas
X y ... z
Vendas + + + +
Margem bruta
153
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
154
GESTAO DE
APROVISIONAMENTOS
157
A função aprovisionamentos consiste num conjunto de operações que visam
assegurar aos serviços utilizadores de uma organização o fornecimento
de materiais e/ou serviços, adquiridos no exterior ou existentes na própria
organização, adequados à utilização a que se destinam, nas quantidades
necessárias, nas datas de utilização previstas e com um custo total mínimo. Esta
é uma área de grande importância nas organizações, já que tanto pode garantir
o sucesso da actividade da mesma com uma minimização de custos, ou, pelo
contrário, numa situação de ineficiência dificultar a actividade da empresa e
levar ao dispêndio excessivo de recursos. Normalmente, esta função faz mais
sentido em empresas industriais.
No passado aprovisionar era entendido como um sinónimo de comprar. A
moderna acepção desta função é totalmente distinta, englobando não só as
compras, mas também a pesquisa de compras (procurement), gestão de stocks,
e recepção e armazenagem. Nas organizações a importância crescentemente
atribuída à função aprovisionamentos parece dever-se a três factores:
159
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
têm de ser cumpridas. No entanto, não é obrigatório que todas essas tarefas
estejam centralizadas num mesmo departamento. A existência ou não de um
departamento autónomo de aprovisionamentos depende, entre outros, dos
seguintes elementos, que se devem verificar cumulativamente:
i) Dimensão da organização.
Nas microempresas ou nas empresas de pequena dimensão provavel
mente não fará sentido haver um departamento autónomo de gestão
de aprovisionamentos, muito embora as funções que o integram devam
existir. Já numa grande empresa revela-se importante que as funções
integrantes da área de aprovisionamentos estejam concentradas num
mesmo departamento;
ii) Natureza da sua actividade.
Regra geral, somente nas empresas industriais se justifica a existência
de um departamento autónomo de gestão de aprovisionamentos. Numa
empresa de serviços tal situação não fará sentido;
iii) Qualificação dos recursos humanos da organização.
Só se justifica a existência de um departamento autónomo de gestão
de aprovisionamentos se a empresa possuir recursos humanos
qualificados e especializados nas várias funções que integram um
departamento desta natureza. No entanto e ao invés dos outros
dois factores, esta condicionante pode ser ultrapassada através
do recrutamento (externo) e selecção de colaboradores com as
competências necessárias à realização das funções desta área, ou
através de acções de formação dos colaboradores já pertencentes
à organização direccionadas para as tarefas específicas de um
departamento de gestão de aprovisionamentos.
160
evitando eventuais rupturas de stocks, mas isso, por seu turno, acarreta
custos de aprovisionamentos mais elevados e menor eficiência.
161
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Gestão de stocks
2
Serviço
APROVISIONAMENTOS Mercado
utilizador
4 3 6
Armazém
162
O serviço utilizador, quando prevê uma necessidade, envia uma requisição
de material para o departamento de aprovisionamentos, pedindo uma dada
quantidade do material X, na data Y, no local Z (acção 1 da figura 5.1). O
departamento de aprovisionamentos, em função da política de gestão de stocks
definida (acção 2 da figura 5.1), verifica se há material em armazém (acção 3 da
figura 5.1). Podem ocorrer três situações:
Se ocorrer a segunda situação, ou seja, não for preciso fazer encomendas, então
o serviço de aprovisionamentos envia a requisição ao armazém para que seja
entregue a quantidade pretendida do material X, na data Y, no local Z (acção 4
da figura 5.1).
Se ocorrerem as primeira e terceira situações, ou, por outras palavras, se for
necessário ir ao mercado (acção 5 da figura 5.1), proceder-se-á ao processo
de compra (devidamente suportado pela pesquisa de compras, no caso da
primeira situação referida) e na data acordada com o fornecedor este colocará
a quantidade do material adquirido no armazém do comprador. Aqui procede
-se à recepção quantitativa e, se justificável, qualitativa do material, respectiva
arrumação em armazém e actualização das fichas de materiais (acção 6 da
figura 5.1). Depois procede-se à resposta do pedido do serviço utilizador (acção
4 da figura 5.1).
No ciclo de aprovisionamentos estão, de forma directa ou indirecta, expressas
as principais funções de um departamento de aprovisionamentos. São as
seguintes:
163
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
164
5.1 - PESQUISA DE COMPRAS
Há materiais que têm requisitos específicos como, por exemplo, são adquiridos em
mercados instáveis, são importados, são de produção sazonal, são deterioráveis,
ou são materiais com um alto teor tecnológico incorporado. Esta informação é
recolhida pelos técnicos da produção e pelos técnicos de compras e é muito
importante, pois vai permitir corrigir os resultados da aplicação do método ABC
(na última fase da análise de inventário).
Esta fase consiste na aplicação do método ABC aos valores das compras e na
identificação dos materiais da denominada classe A, ou seja, os materiais que,
eventualmente, poderão ser considerados estratégicos. O método (ou análise)
ABC ou lei de Pareto ou regra 20/80 é utilizada em várias áreas da organização
como, por exemplo, na análise da carteira de clientes, em organização e métodos
ou na análise das contas de depósitos à ordem. Como tal, é um método "cego"
que tem de ser corrigido com as informações específicas da área em que se
aplica. Este método possibilita a determinação de três classes de artigos: A, B
e C.
Os artigos que se encontram na classe A são, em princípio, considerados
materiais estratégicos. Com eles tem de se ter um cuidado especial,
nomeadamente com um sistema de controlo de stocks muito apertado. De
salientar que alguns destes materiais podem ter de sair desta classe, devido
ao ajustamento que ocorre da fase seguinte (S.ª fase). Como exemplo temos
os materiais cujos valores de compra no ano transacto foram muito elevados
165
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
100% .---------------
90%
80%
Valor
das
compras
166
5.1 - PESQUISA DE COMPRAS
167
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
168
5.1 - PESQUISA DE COMPRAS
169
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
5.2 - COMPRAS
A função compras é entendida, no contexto do ciclo de aprovisionamentos, em
sentido restrito, muito embora não seja considerada uma actividade meramente
170
5.2 - COMPRAS
Após esta introdução vamos analisar a função compras. Esta função desencadeia
-se ou por solicitação dos serviços utilizadores,ou por necessidade de encomendas,
detectada pela gestão de stocks, conforme referido anteriormente aquando
da análise do ciclo de aprovisionamentos. Comporta, basicamente, oito fases:
avaliação dos fornecedores; consulta ao mercado; avaliação e apreciação das
propostas; triagem dos fornecedores; negociação; selecção do(s) fornecedor(es);
adjudicação da compra; e redacção e assinatura do contrato.
171
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
A partir deste mapa são seleccionados entre três a cinco fornecedores que
se encontrem melhor posicionados para satisfazer a encomenda em questão.
O número de fornecedores a consultar pode ser menor. Não esquecer que um
dos objectivos do departamento de aprovisionamentos é garantir relações de
continuidade com os fornecedores. Como tal, podemos trabalhar somente com
dois ou três fornecedores.
Para além da consulta aos fornecedores actuais é importante enviar pedidos de
consulta a fornecedores potenciais. Deste modo,a partir das fichas dos fornecedores
devem ser escolhidos dois ou três fornecedores potenciais (short list) e proceder
a uma consulta dos mesmos. Este procedimento é importante, porque pode
haver mais fornecedores no mercado. Os fornecedores que no passado não eram
competitivos podem ter alterado processos de produção ou terem novos produtos,
pelo que esta consulta permite manter a empresa em contacto com o mercado.
Qualquer que seja a forma que a solicitação de oferta vai assumir ela deve
mencionar, no mínimo, os seguintes aspectos:
172
5.2 - COMPRAS
A comparação das propostas deve ter como suporte a hierarquização dos diferentes
itens das mesmas, normalmente feita por grau decrescente de importância dos
mesmos. Esta selecção e hierarquização dos itens deve ser anterior à própria
avaliação das propostas.até porque se tem de saber quais os aspectos considerados
fundamentais para os solicitar na consulta aos fornecedores.
Depois de recepcionadas todas as propostas e terminado o prazo estipulado
para a recepção das mesmas, os técnicos encarregues da avaliação das propostas
devem ler detalhadamente cada uma delas e anotar, num mapa previamente
elaborado com os diferentes itens a considerar, o que cada fornecedor propõe.
Este mapa é semelhante ao elaborado para a avaliação de fornecedores. Os itens
que aparecem em coluna devem estar por ordem decrescente de importância,
muito embora a ordenação possa ser a inversa; aparecerem de forma arbitrária
de importância não é muito aconselhável, porque dificulta a avaliação final.
Após esta tarefa a equipa técnica de avaliadores deve elaborar um relatório,
que será entregue ao responsável pela área de aprovisionamentos, onde é
173
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
A proposta entregue pode ser ou não aceite. De salientar que esta primeira escolha
dos fornecedores que vão passar para a fase da negociação é da competência do
responsável pela área de aprovisionamentos, seguindo ou não as indicações dos
técnicos analistas. Normalmente, as sugestões dos técnicos são acatadas, mas
este procedimento não é obrigatório.
5.2.5 - NEGOCIAÇÃO
174
5.2 - COMPRAS
175
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
176
5.3 - GESTÃO OE STOCKS
177
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
178
5.3 - GESTÃO DE STOCKS
Assim teremos:
Custo de aquisição de cada encomenda = p x Q
Número de encomendas a efectuar no período = N/Q
Deste modo:
C1 = Custo de cada encomenda x número de encomendas
N
C1 = p X Q X -
Graficamente:
o Q
179
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Logo,
ou e2 = -A x N
Q
Graficamente:
180
5.3 - GESTÃO DE STOCKS
c = A x N
____ 2
Q
o Q
Regra geral, os custos de posse das encomendas são expressos como uma
percentagem do valor médio investido anualmente em stocks, percentagem essa
que vai ser designada pela letra "r" (taxa relativa aos custos de posse das existências).
Esta taxa não pode ser aplicada ao valor das existências, pois estas não são as
mesmas ao longo do período: quando a encomenda entra em armazém atinge-se
o valor máximo dos stocks da matéria-prima ou componente e nos momentos
que antecedem a entrada da nova encomenda atinge-se o seu valor mínimo dos
stocks da matéria-prima ou componente. Dado que, por exigências do modelo,
a utilização dos stocks é regular ao longo do período, então a taxa relativa aos
custos de posse das existências vai ser aplicada ao valor do stock médio ou
também designado por valor médio investido em stocks.Assim,
181
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Graficamente temos:
Quantidade encomendada
Q/2
o ½ 1 1½ 2 Tempo
Q A
(
3
=r X - X p+ -
Q
182
5.3 - GESTÃO DE STOCKS
Observe-se que os custos de posse são função directa do lote económico, sendo
esta uma função linear.
Reescrevendo a equação temos:
C 3 =�+�X Q
2 2
em que o primeiro termo representa a ordenada na origem e o segundo termo
(o termo associado ao montante do lote económico, Q) é a inclinação ou declive.
Graficamente:
rN2
o Q
�=O
dQ
183
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
AxN rxp
---+--= 0
Q2 2
- 2 xAxN + rxpx Q2 = O
Q2 = 2 X A X N
r X p
Q=±�
V�
X p -
2xAxN>O
l
Q
Q,=�
V rxp
Graficamente:
184
5.4 - RECEPÇÀO E ARMAZENAGEM
Para determinar a periodicidade das encomendas basta dividir 12 (doze meses) pelo
número de encomendas (determinado pela fórmula anterior) e obtém-se o número
de meses em que é feito cada encomenda. Por exemplo, se o número de encomendas
for 3 (três) significa que se faz uma encomenda de quatro em quatro meses.
Podemos considerar outras variantes mais realistas deste método, tais como a
concessão de descontos de quantidade (preços unitários cada vez mais baixos
à medida que a quantidade a encomendar de cada vez aumenta) e encomendas
por lotes (e não avulso, como tem sido o pressuposto adaptado até ao momento).
Nestes casos a fórmula da raiz quadrada já não tem aplicabilidade, tendo de se
calcular o lote económico a partir da filosofia que está subjacente ao método: a
minimização dos custos totais de aprovisionamento no período em causa.
185
GESTAO DE RECURSOS
HUMANOS
187
Nas modernas organizações cada vez mais o papel das pessoas é determinante. O
sucesso de uma organização passa por ter colaboradores motivados, empenhados
na prossecução dos objectivos da organização, identificados com a mesma e que
actuem de forma eticamente correcta em prol do bem-estar da organização.
189
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Importa definir o que se entende por GRH. Não há uma única definição de GRH;
há tantas definições quantos os autores que abordaram esta temática.
No entanto, há um conjunto de pontos comuns entre elas, que permitem concluir
que a GRH é um conjunto de práticas e processos que devem estar estruturados de
forma a atrair, desenvolver, motivar e reter o capital humano na organização, sendo
este fundamental para que se alcancem os objectivos organizacionais definidos.
190
6.1 - GESTÃO ESTRATÉGICA DE RECURSOS HUMANOS
191
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
192
6.1 - GESTÃO ESTRATÉGICA DE RECURSOS HUMANOS
193
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
194
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
195
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
196
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
6.2.1 - RECRUTAMENTO
197
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
ocorre uma vaga é fundamental que se procure internamente alguém que esteja
interessado(a) e/ou detenha as competências (técnicas e comportamentais)
adequadas à função em causa. Este processo pode ser feito mediante informação
interna na empresa divulgada via intranet da organização e através de anúncios/
informações colocadas nos locais destinados à divulgação interna de informações.
O departamento de recursos humanos deve ter um papel activo neste processo,
pois deve possuir informações sobre os vários colaboradores da organização que
lhe permita identificar os colaboradores que têm capacidades para a execução
da função em causa. Todo este processo requer que o departamento de recursos
humanos não só possua informações sobre as competências de todos os
trabalhadores (ou seja, deve haver um modelo de gestão de competências e de
gestão de carreiras adequado, bem como um sistema de avaliação de desempenho
adequado), mas também que tenha capacidade para poder desenvolver as
competências dos colaboradores da organização com vista a futuros processos de
recrutamento interno (ou seja, deve ter planos de formação adequados, bem como,
uma vez mais, um modelo de gestão de carreiras compatível com os objectivos da
organização). De salientar que o processo de recrutamento interno (bem como o
recrutamento externo) não deve ser um processo ad hoc ou casuístice, mas deve
ser um dos vectores a ter em consideração na gestão estratégica de recursos
humanos de qualquer organização.
Os métodos ou fontes de recrutamento interno usualmente utilizados são os
seguintes:
198
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
199
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
200
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
201
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
202
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
203
,r
PRINCiPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
204
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
207
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
6.2.2. 7 - Entrevistas
208
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
209
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
210
6.2 -RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
211
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
212
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
213
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
regra geral, não tem formação adequada. As principais razões apontadas para as
potenciais dificuldades na condução de entrevistas de selecção são, entre outras,
as seguintes:
214
6.2 - RECRUTAMENTO E SELECÇÃO
6. 2. 2. 8 - Assessment centers
Este termo refere-se não a um local, como poderia parecer, mas a uma
metodologia. Sousa et ai. (2006: 70) consideram que "[o] assessment centre
consiste num método que permite estimar o nível de adaptação a uma
determinada função, através de um conjunto de exercícios, testes e entrevistas".
Por seu turno, Gomes et ai. (2008: 295) referem que "[o assessment center] é
um método de selecção que coloca os candidatos numa situação de trabalho
simulada, assim se pretendendo que o comportamento (normalmente sob
pressão) seja observado e avaliado por avaliadores competentes (internos
e externos), com recurso a métodos padronizados e validados, durante um
período tipicamente de um a três dias".
A metodologia dos assessment centers (ou assessment centres) engloba um
conjunto variado de técnicas e métodos de selecção que são articulados com
exercícios de simulação do trabalho (Torrington et ai., 2005).
O método dos assessment centers foi utilizado pela primeira vez no exército
alemão na década de vinte do século passado, para seleccionar oficiais superiores
de mérito. Depois foi utilizado na 2 ª grande guerra para seleccionar agentes de
serviços especiais. No meio empresarial, os assessment centers foram utilizados
pela primeira vez na década de cinquenta do século passado pela empresa
American Telephone and Telegraph Company (AT & T ).
Na aplicação desta metodologia há um conjunto de etapas a respeitar,
designadamente:
215
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Para que o processo seja eficaz, importa que o assessment center seja introduzido
no quadro de uma política global da organização. Esta política global deve
definir aspectos como o objectivo da avaliação, a população a ser avaliada, os
avaliadores, o fluxo de dados proveniente da avaliação e a qualificação dos
consultores internos e externos. Por seu turno, os participantes (avaliadores)
devem ter conhecimento dos objectivos a atingir com esta metodologia, as
técnicas a usar, os critérios de selecção dos indivíduos para o assessment center,
as implicações da avaliação, o uso a dar ao material recolhido, o modo como as
avaliações são usadas, o feedback que é facultado aos avaliados e quem tem
acesso (e em que condições) ao relatório dos avaliadores.
216
6.3 - ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO
217
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
218
6.3 - ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO
219
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
J
referentes ao contrato, à segurança social, ao fisco, para além de, caso se
aplique, ter de realizar exames médicos (por exemplo, para o seguro de
saúde);
d) Transmissão de informações sobre políticas, procedimentos e regras
disciplinares. Esta informação deve estar no manual de acolhimento.
No entanto, tal como a informação sobre o sistema de avaliação de
desempenho e sobre o sistema de recompensas, deve ser dada verbal tt
pessoalmente ao novo colaborador;
220
6.3 - ACOLHIMENTO E INTEGRAÇÃO
se encontra r na organização deve ha ver reuniões entre esse cola bora dor
e o novo cola bora dor pa ra tr a nsmissão de informa ções que não vêm
descrita s nos ma nua is de procedimentos.
221
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
a) Definição de objectivos;
b) Identificação dos meios de apoio necessários para atingir os objectivos
definidos;
c) Acompanhamento e feedback periódicos;
d) Avaliação de desempenho.
Fixação de objectivos
(permanentes e anuais)
Acompanhamento e
Meios de apoio
Jeedback periódicos
Avaliação de
desempenho
222
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
223
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
224
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
'-----, As escalas gráficas (rating scales) são um dos métodos mais utilizados, dada a sua
si'i":a plicidade.A aplicação do método inicia-se com a definição de quais os factores
de av.aliação, que são os que traduzem as atitudes e os comportamentos que são
mais valorizados no descritivo funcional dos colaboradores da organização. Como
225
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
6.4.3.2 - Listagens
226
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
228
6.4 - AVALIAÇÃO OE DESEMPENHO
É uma forma simplificada do método das escalas gráficas, pelo que enferma das
mesmas desvantagens e apresenta vantagens semelhantes.
227
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
230
6.4 - AVALIAÇÃO OE DESEMPENHO
de uma dada função. Esses aspectos advêm do descritivo funcional, bem como
dos principais incidentes críticos da função. Para cada aspecto comportamental
é considerada uma escala de classificação (por exemplo de 1 a 5) e para cada
nível são caracterizados os comportamentos que o colaborador deve respeitar.
Como variante que é do método das escalas gráficas, incorre em desvantagens e
vantagens semelhantes.
229
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Todavia, apesar das críticas e dos problemas inerentes à avaliação pelo superior
hierárquico, este continua a ser uma das fontes e, em muitas organizações, a
única fonte de avaliação de desempenho.
232
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
231
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
233
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
234
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
235
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
236
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
237
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
238
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
239
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
outros tipos de erros que não só ocorrem com menor frequência, como também
são mais facilmente corrigidos e ultrapassados. São eles o erro de "primeira
impressão", o erro de semelhança ou de projecção pessoal, o erro de fadiga/
rotina e a incompreensão do significado dos factores.
De seguida analisam-se, ainda que de forma breve, cada um dos erros referidos
anteriormente, e enunciam-se outros potenciais problemas que podem ocorrer
num processo de avaliação de desempenho.
240
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
241
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
com que responde às solicitações da chefia, entre outros aspectos. Tanto pode
distorcer favoravelmente a avaliação, como desfavoravelmente. Normalmente,
este erro ocorre num número muito limitado de vezes, porque com o decorrer do
tempo essa "primeira impressão" ou é confirmada ou é rejeitada.
242
6.4 - AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Também este erro de notação tem uma ocorrência limitada, pois o avaliador
pode, na primeira vez que faz a avaliação dos seus colaboradores, não perceber o
significado de alguns dos parâmetros da avaliação, mas num momento seguinte
ele vai obter informações sobre o significado dos mesmos, por exemplo junto do
departamento de recursos humanos.
Para além dos erros cometidos pelos avaliadores podem-se enunciar outros
problemas que ocorrem no processo de avaliação de desempenho como, por
exemplo:
243
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
244
6.5 - O SISTEMA DE RECOMPENSAS
245
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
✓ Salário
Recompensas ✓ Incentivos
extrínsecas ✓ Benefícios
✓ Símbolos de estatuto
✓ Realização de eventos
✓ Atribuição de menções honrosas
246
6.5 - O SISTEMA DE RECOMPENSAS
atenção para o carácter motivador que estas componentes deverão exercer sobre
o indivíduo. De seguida apresentam-se as principais componentes de um sistema
de recompensas.
247
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
248
6.5 - O SISTEMA DE RECOMPENSAS
249
1
SISTEMAS DE
INFORMACAO
251
A informação é a energia que move os sistemas sociais. Nesta perspectiva, as
organizações deverão aceder com facilidade à informação relacionada com
todos os aspectos do seu funcionamento. A correcta gestão dessa informação é
fundamental para o seu sucesso, pois com base nela os gestores tomam decisões
sobre o rumo dos negócios. A necessidade de informação origina a recolha de
dados dos mais diversos modos, espécies e fontes, muitas vezes sem preocupação
com a sua coerência, o que poderá originar, por um lado, problemas em análises
futuras à informação por eles originada e, por outro lado, a qualidade da decisão
depende das informações que estão disponíveis no momento em que ela é tomada.
Para obviar esses problemas, num texto introdutório como este, vamo-nos cingir à
contabilidade financeira, enquanto sistema de informação para a gestão.
Sabendo que há várias definições para sistemas de informação, e tendo em
conta a importância que os mesmos têm para as empresas vamos, de acordo
com Rautenstrauch e Patig (2001: 4), definir sistema de informação como um
processo consistente através do qual se transformam dados em informação.
Assume-se que qualquer sistema de informação tem, normalmente, três fases, a
saber: captação de dados; valoração e classificação dos dados; e lançamento do
resultado do sistema.
Analisando o conteúdo de cada uma daquelas fases temos:
253
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
7 .1 - A CONTABILIDADE FINANCEIRA
COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO
A contabilidade financeira consiste na utilização de um método, o método
contabilístico, de registo dos factos patrimoniais ou transacções ocorridos numa
empresa, durante um determinado período de tempo (período contabilístico),
de forma a permitir a sua relevação patrimonial geral e sistemática. Nesta
perspectiva, relevar significa figurar, representar, descrever, pôr em evidência ou
simplesmente registar. Por património pode-se entender um conjunto de recursos
ou valores afectos a um determinado objectivo. O método contabilístico é um
processo de tratamento de dados sobre alterações do património da empresa,
baseando-se na classificação dos ·valores patrimoniais em contas. As contas
representam, por um lado, os vários tipos ou classes do património existentes
na empresa e, por outro lado, servem para aí se registarem as transacções ou as
operações que ocorrem durante o normal desenrolar da actividade da empresa,
em cada um dos tipos ou classes do seu património. A contabilidade financeira,
através do relato que executa das transacções ocorridas na empresa, desempenha
simultaneamente várias funções, entre as quais se destacam:
254
7 .1 - A CONTABILIDADE FINANCEIRA COMO SISTEMA OE INFORMAÇÃO
255
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
256
7 .1 - A CONTABILIDADE FINANCEIRA COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO
257
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
258
7 .1 - A CONTABILIDADE FINANCEIRA COMO SISTEMA DE INFORMAÇÃO
259
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
além de outros fornecimentos que possam obter, por via dos seus serviços, de
operadores especializados ou outros, nunca devem menosprezar ou esquecer
a análise da situação financeira da empresa cliente, antes de concederem
qualquer crédito ou empréstimo. Informações sobre os principais sócios ou
accionistas e gestores da empresa que pretende o crédito têm também interesse
no conjunto de dados a ter em conta para a tomada de decisão. Nos últimos
anos a Sociedade, como um todo, através do governo e de grupos específicos,
tornou-se um dos maiores e mais importantes utilizadores da informação
contabilística, actuando no chamado grupo de utilizadores externos com
interesses financeiros indirectos. Neste contexto, os utilizadores que usam a
informação financeira para tomarem decisões podem dividir-se em Estado e
outros grupos.
O Estado é financiado através dos impostos pagos pelos cidadãos e pelas
empresas, embora também possa recorrer a empréstimos. As empresas pagam
vários tipos de impostos e taxas devido às suas actividades, fazendo ainda a
retenção na fonte de impostos suportados por terceiros como, por exemplo,
o caso do IVA recebido dos clientes nas vendas ou nas prestações de serviços
(IVA liquidado); ou o caso do IRS e da Segurança Social retidos dos salários
dos seus trabalhadores, servindo, nestes casos, de intermediária do Estado
na recolha de impostos. Cada imposto ou taxa requer, naturalmente, o seu
pagamento e também um complexo conjunto de registos obrigatórios por
lei. O Estado também utiliza a informação contabilística com objectivos
macroeconómicos (caso da aplicação dada pelo Instituto Nacional de
Estatística).
Os outros grupos incluem os sindicatos, que estudam ou analisam os relatórios
financeiros das empresas como preparação para as negociações dos contratos
de trabalho, já que os rendimentos ou proveitos e os gastos ou custos das
empresas têm muitas vezes um importante papel nestas negociações.
Incluem, igualmente, os que aconselham investidores e credores (analistas,
consultores financeiros, corretores de fundos, os subscritores, os advogados,
os economistas, os contabilistas e a imprensa financeira) e que também têm
um interesse indirecto no desempenho financeiro e prosperidade da empresa.
Grupos de consumidores, de clientes e o público em geral tornaram-se mais
interessados nas finanças e ganhos das empresas, assim como dos efeitos que
elas podem ter na inflação, no meio ambiente, nos problemas sociais ou ainda
na qualidade de vida dos cidadãos em particular ou da Sociedade em geral.
Os decisores económicos usam a informação financeira para estabelecerem as
políticas económicas e posteriormente avaliarem os respectivos resultados na
Sociedade.
260
7.3 - NORMATIVO CONTABILÍSTICO PORTUGUÊS
261
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Pode-se afirmar que a estrutura conceptual (EC) constitui, grosso modo, a base
para a apresentação das demonstrações financeiras, seguindo de muito perto
a "Estrutura Conceptual de Preparação e Apresentação de Demonstrações
Financeiras" do IASB, assumida e publicada pela UE. Trata-se de um conjunto
estruturante de conceitos contabilísticos publicado pelo Aviso n. 0 15652/2009,
como anexo ao SNC que, não constituindo em si mesmo uma norma propriamente
262
7 .3 - NORMATIVO CONTABILÍSTICO PORTUGUÊS
i) Compreensibilidade;
ii) Relevância, que pode ser afectada pela materialidade;
iii) Fiabilidade, que tem a ver com a representação fidedigna, a qual se liga
directamente com a substância sobre a forma e neutralidade, ao mesmo
tempo que devem ter prudência, e finalmente e ainda ligada com a
característica da fiabilidade aparece também a plenitude;
iv) Comparabilidade.
263
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
264
7.3 - NORMATIVO CONTABILÍSTICO PORTUGUÊS
7 RENDIMENTOS 8 RESULTADOS
71 Vendas 81 Resultado liquido do período
72 Prestações de serviços
73 Variações nos inventários da produção 89 Dividendos antecipados
74 Trabalhos para a própria entidade
75 Subsídios à exploração
76 Reversões
77 Ganhos por aumentos de justo valor
78 Outros rendimentos e ganhos
79 Juros, dividendos e outros rendimentos
similares
265
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
266
7.3 - NORMATIVO CONTABILÍSTICO PORTUGUÊS
267
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
268
7.3 - NORMATIVO CONTABILISTICO PORTUGUÊS
269
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
270
7 .4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
7 .4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As demonstrações financeiras preparadas com o propósito de proporcionar
informação útil na tomada de decisões económicas, devem responder às
necessidades comuns da maior parte dos utentes ou utilizadores. Com efeito,
todos os utentes tomam decisões económicas, nomeadamente para:
271
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
i) Balanço;
ii) Demonstração dos resultados, por natureza ou por funções;
iii) Demonstração de fluxos de caixa;
iv) Demonstração das alterações no capital próprio;
v) Anexo.
272
7.4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
i) O relatório de gestão;
ii) O relatório e o parecer do conselho fiscal;
iii) O relatório do revisor oficial de contas (interno);
iv) A certificação legal das contas e o relatório do auditor exterior à empresa.
7.4.1 - BALANÇO
273
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Todos os outros activos devem ser classificados como não correntes. Deste modo,
os activos tangíveis, intangíveis e financeiros, cuja natureza seja de longo prazo
devem, pois, ser incluídos nos activos não correntes.
274
7.4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Capital realizado
Acções (quotas) próprias
Outros instrumentos de capital próprio
Prémios de emissão
Reservas legais
Outras reservas
Resultados transitados
Ajustamentos em activos financeiros
Excedentes de revalorização
Outras variações no capital próprio
Resultado liquido do período
Interesses minoritários
Passivo
Total do passivo
Total do capital próprio e do passivo
(1) O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigência de relato, a possibilidade de expressão das quantias
em milhares de euros.
275
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Todos os outros passivos devem ser classificados como não correntes.A liquidação
de uma obrigação presente, ou passivo, envolve geralmente que a entidade ceda
recursos incorporando benefícios económicos a fim de satisfazer a reivindicação
da outra parte, ou seja, um credor. A liquidação de uma obrigação presente pode
ocorrer de maneiras várias, a saber:
Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como um credor
abdicar ou perder os seus direitos. Os passivos resultam de operações ou outros
acontecimentos passados.Assim,porexemplo,a aquisição de bens e o uso de serviços
dão origem a dívidas comerciais a pagar (a menos que pagas antecipadamente ou
no acto da entrega) e o recebimento de um empréstimo bancário resulta numa
obrigação de o pagar. Uma empresa pode também reconhecer como passivos os
descontos futuros baseados nas compras anuais feitas por clientes; neste caso, a
venda de bens no passado é a operação que dá origem ao passivo.
Se bem que o capital próprio já tenha sido definido como um interesse residual,
ele pode ser subclassificado no balanço. Por exemplo, numa sociedade os fundos
que resultam da contribuição dos sócios ou dos accionistas, os resultados retidos,
as reservas que representem apropriações de resultados retidos e as reservas
que representem ajustamentos de manutenção do capital podem ser mostradas
separadamente. Tais classificações podem ser relevantes para as necessidades
de tomada de decisões dos utentes das demonstrações financeiras, quando
indiquem restrições legais ou outras sobre a capacidade da empresa em distribuir
ou, de outra maneira, aplicar o seu capital próprio. Podem também reflectir o
facto dos detentores de capital de uma empresa terem direitos diferentes em
relação ao recebimento de lucros ou de dividendos, ou ao reembolso de capital
próprio entregue à sociedade.A criação de reservas é algumas vezes exigida pelos
estatutos ou por outra legislação, a fim de dar à entidade e aos seus credores uma
medida adicional de protecção dos efeitos de perdas. Podem ser estabelecidas
276
7.4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
277
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Entidade..........................................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DOS RESULTADOS POR NATUREZAS
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 20NN UNIDADE MONETÁRIA (1)
PERIODOS
RENDIMENTOS E GASTOS NOTAS
N N-1
Vendas e serviços prestados + +
Subsídios à exploração + +
Ganhos/perdas imputados de subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos +/- + /-
Variação nos inventários da produção +/- +/-
Trabalhos para a própria entidade + +
Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas - -
Fornecimentos e serviços externos - -
Gastos com o pessoal - -
lmparidade de inventários (perdas/reversões) -/ + -/+
lmparidade de dividas a receber (perdas/reversões) -/+ -/
+
Provisões (aumentos/reduções) -/+ -/+
lmparidade de investimentos não depreciáveis/amortizáveis (perdas/reversões) -/+ -/
+
Aumentos/reduções de justo valor +/- +/-
Outros rendimentos e ganhos + +
Outros gastos e perdas - -
Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos = =
(1) O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigência de relato, a possibilidade de expressão das quantias
em milhares de euros.
(2) Esta informação apenas será fornecida no caso de contas consolidadas.
278
7 .4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
279
PRINC(PIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Entidade..........................................................
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DE FLUXOS DE CAIXA
PERÍODO FINDO EM XX DE YYYYYYY DE 20NN UNIDADE MONETÁRIA (1)
RUBRICAS PERÍODOS
NOTAS
N N-1
Buiasde cai11i1 dasattilr'.i!ladesa11ecilti!lni!i1t métododiw:t!l
Recebimentos de clientes + +
Pagamentos a fornecedores - -
Pagamentos ao pessoal - -
Caixa gerada pelas operações +/- +/-
Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento -/ + - /+
Outros recebimentos/pagamentos +/- +/-
Fluxos de caixa das actividades operacionais (1) +/- +/-
Doações + +
280
7.4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
PER ODOS
RUBRICAS NOTAS
N N-1
Outras operações de financiamento + +
Pagamentos respeitantes a:
Finonciomencas obtidos - -
Juros e gascos similares - -
Dividendos - -
Reduções de capital e de oucras instrumentos de capital próprio - -
Outros operações de finonciomenco - -
Fluxos de caixa das actividades de financiamento (3) +/- +/-
(1) O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigência de relato, a possibilidade de expressão das quantias
em milhares de euros.
(2) ???????????????????
(3) ???????????????????
281
1\)
o:,
1\)
Entidade......................................................... .
DEMONSTRAÇÃO (INDIVIDUAL/CONSOLIDADA) DAS ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO NO PERÍODO N UNIDADE MONETÁRIA (1)
1/1
Capital Próprio atribuído aos detentores do capital da empresa-mãe e
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ALTERAÇÕES NO PERÍODO
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Alterações de políticas contabilísticas IIJI
(1) O euro. admitindo-se, em função da dimensão e exig�ncia de relato. a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros.
7 .4 - DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
7.4.5 - ANEXO
O anexo deve:
Uma entidade deve também divulgar no anexo um resumo das principais políticas
contabilísticas que utiliza, como as bases de mensuração usadas na preparação
das demonstrações financeiras e outras políticas contabilísticas usadas que sejam
relevantes para uma melhor ou mais completa compreensão das demonstrações
financeiras. Qualquer entidade deve ainda divulgar no anexo informação acerca
dos principais pressupostos relativos ao futuro e outras principais fontes de
283
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
7 .5 - CONCEITOS BÁSICOS DE
CONTABILIDADE FINANCEIRA
Para completarmos o estudo dos sistemas de informação, mais concretamente,
da contabilidade financeira, vamos introduzir algumas das etapas ou passos
necessários à transformação dos dados em informação, assim como alguns
conceitos ligados a este assunto.
Os dados são, na sua maioria, originados pelas transacções ou operações
efectuadas nas empresas, durante o decorrer da sua actividade e dos
relacionamentos estabelecidos quer com terceiros ou externos à empresa,
quer com os seus próprios empregados. Os dados estão suportados ou são
representados materialmente por documentos como as facturas de terceiros
(que representam despesas da empresa que ela terá de pagar) ou emitidas pela
própria empresa (que representam receitas da empresa que ela irá receber),
de recibos de terceiros (significando estes que a empresa pagou facturas que
representavam despesas ou dívidas passivas da empresa) ou recibos emitidos
pela própria empresa (significando que a empresa recebeu valores de facturas
que representavam receitas ou dívidas activas à empresa), de outros documentos
ou notas enviados pelos bancos ou outras entidades, entre outras hipóteses.
Os dados são depois agregados ou desagregados segundo a sua espécie
relacionando-os com as respectivas contas das classes de contas existentes no
plano de contas da empresa. Uma vez classificados, os dados serão registados nas
contas respectivas, de acordo com as suas espécies. Este registo será feito pelo
valor monetário (euros) que se encontra inscrito no documento, e que representa
a operação que está a ser registada, e que deste modo lhe serve de suporte. Claro
que cada operação que a empresa efectua e regista altera o conjunto dos activos,
284
7.5 - CONCEITOS BÁSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
285
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
286
7 .5 - CONCEITOS BÃSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
287
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
288
7.5 - CONCEITOS BÁSICOS OE CONTABILIDADE FINANCEIRA
289
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
290
7.5 - CONCEITOS BÁSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
291
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
292
7.5 - CONCEITOS BÁSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
Assim, das oito classes de contas apresentadas no quadro 7.1 e no quadro 7.7
podemos afirmar que elas se repartem do seguinte modo: cinco classes de
contas são utilizadas para o balanço e três classes de contas são utilizadas para
a demonstração dos resultados. Esta partição ou divisão das classes de contas é
a seguinte: Classe 1 - Meios Financeiros Líquidos, Classe 2 - Contas a Receber e
a Pagar, Classe 3 - Inventários e Activos Biológicos, Classe 4 - Investimentos e
Classe 5 - Capital, Reservas e Resultados Transitados, para o balanço; Classe 6 -
Gastos, Classe 7 - Rendimentos e Classe 8 - Resultados são para a demonstração
dos resultados.
293
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
294
7.5 - CONCEITOS BÁSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
295
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
296
7 .5 - CONCEITOS BÁSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
46 - Activos não correntes detidos para venda. Esta conta destina-se a registar
os activos a que se refere a NCRF 8 - Activos não correntes detidos para venda
e unidades operacionais descontinuadas. Os passivos associados a activos não
correntes detidos para venda mantêm a sua mensuração e apenas deverão ser
identificados para efeitos de divulgação.
454 -Adiantamentos por conta de investimentos. Regista as entregas feitas pela
entidade por conta de investimentos cujo preço esteja previamente fixado. Pela
recepção da factura estas verbas devem ser transferidas para a conta 2711 -
Fornecedores de investimentos - contas gerais.
Classe 5 - Capital, Reservas e Resultados Transitados. Inclui o capital social quer
o capital inicial, quer o capital adquirido pela entidade no desenvolvimento da
sua actividade, excepto o resultado líquido do período.
51 - Capital. Esta conta evidencia o capital subscrito, devendo ser deduzido, para
efeitos de elaboração do balanço, o eventual saldo da conta 261 -Accionistas c/
subscrição ou 262 - Quotas não liberadas.
52 -Acções (quotas) próprias.
53 - Outros instrumentos de capital próprio. Esta conta será utilizada para
reconhecer as prestações suplementares ou quaisquer outros instrumentos
financeiros (ou as suas componentes) que não se enquadrem na definição de
passivo financeiro. Nas situações em que os instrumentos financeiros (ou as suas
componentes) se identifiquem com passivos financeiros deve utilizar-se rubrica
apropriada das contas 25 - Financiamentos obtidos ou 26 - Accionistas/sócios.
57 -Ajustamentos em activos financeiros. Evidencia os ajustamentos decorrentes,
designadamente da utilização do método da equivalência patrimonial em
subsidiárias, associadas e entidades conjuntamente controladas.
58 - Excedentes de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis. Esta
conta é creditada em consequência da revalorização dos activos fixos e vai sendo
debitada por contrapartida da conta 56 - Resultados transitados, em função da
realização da revalorização. Essa realização ocorre pela depreciação, abate ou
venda do bem.As diminuições de um activo por revalorização serão debitadas na
conta em epígrafe até ao montante do saldo existente. A parcela da diminuição
que ultrapasse o saldo existente será considerada gasto do período (subconta
apropriada da conta 65), conforme NCRF 6 e NCRF 7. Se a revalorização do
bem originar a reversão de uma perda reconhecida em períodos anteriores,
essa reversão será levada aos rendimentos do período (subcontas da conta
7 62). Relativamente a reavaliações, após o registo na conta 5811 do valor do
aumento do imobilizado líquido, a conta 5812 será debitada por contrapartida
da conta 2742 - Passivos por impostos diferidos, pelo montante do imposto
correspondente à fracção do excedente de reavaliação não relevante para a
297
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
298
7.5 - CONCEITOS BÁSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
299
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
ACUMULADOS SALDOS
Código Contas
Devedor Credor Devedor Credor
11 Caixa X X
12 Depósitos à ordem X X
21 Clientes X X X X
22 Fornecedores X X X X
24 Estado e outros entes públicos X X
25 Financiamentos obtidos X X
27 Outras contas a receber e a pagar X X X X
28 Diferimentos X X X X
31 Compras X X
32 Mercadorias X X
43 Activos fixos tangíveis X X
51 Capital X X
55 Reservas X X
56 Resultados transitados X X
62 Fornecimentos e serviços externos X X
63 Gastos com pessoal X X
68 Outros gastos e perdas X X
71 Vendas X X
72 Prestações de serviços X X
78 Outros rendimentos e ganhos X X
TOTAIS y y z z
Se forem três as colunas duplas, a primeira coluna dupla será para os valores
a débito e a crédito, relativos ao mês a que se refere o balancete; a segunda
coluna dupla será para os valores acumulados desde o início do ano, referentes
a cada conta, aparecendo em primeiro lugar os acumulados do débito, e em
segundo lugar os acumulados do crédito; a terceira coluna dupla será para os
saldos, respectivamente devedores e credores, que são a diferença dos valores
300
7.5 - CONCEITOS BÁSICOS DE CONTABILIDADE FINANCEIRA
acumulados da segunda coluna dupla anterior. Neste caso tem-se saldo devedor
se o valor acumulado a débito for maior do que o valor acumulado a crédito, e
saldo credor se o valor acumulado a crédito for maior do que o valor acumulado
a débito.
No quadro 7.9 apresenta-se uma hipótese de traçado de balancete do razão
simplificado, pois só apresenta uma coluna dupla com os saldos das diversas
contas existentes à data de referência do balancete.
Saldos
Código Contas
Devedor Credor
11 Caixa X
12 Depósitos à ordem X
21 Clientes X X
22 Fornecedores X X
24 Estado e outros entes públicos X
25 Financiamentos obtidos X
27 Outras contas a receber e a pagar X X
28 Diferimentos X X
31 Compras X
32 Mercadorias X
43 Activos fixos tangíveis X
51 Capital X
55 Reservas X
56 Resultados transitados X
62 Fornecimentos e serviços externos X
63 Gastos com pessoal X
68 Outros gastos e perdas X
71 Vendas X
72 Prestações de serviços X
78 Outros rendimentos e ganhos X
TOTAIS z z
Quanto à natureza dos saldos das contas ser devedora ou credora, tem a ver
com a espécie de conta em causa, ou seja, se a conta é uma conta de activo, uma
conta de passivo, uma conta de capital próprio, uma conta de gastos, uma conta
de rendimentos ou uma conta de resultados. Analisando cada uma delas temos:
301
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
7 .6 - CONTRIBUIÇÃO DA
CONTABILIDADE FINANCEIRA
PARA A GESTAO
Os conceitos e as práticas de gestão são influenciados por vários factores e
variáveis quer endógenas, quer exógenas à empresa, sendo de destacar as
ideologias existentes na Sociedade. Os valores são padrões normativos, que
influenciam os seres humanos nos seus papéis sociais e na escolha dos seus
actos. Assim, os valores estão sujeitos a mudanças evolutivas e o gestor vê-se,
hoje em dia, confrontado com uma série de normas éticas que frequentemente
conflituam com as mudanças necessárias para a adaptação constante das
empresas à realidade, também ela diferente ao longo do tempo.
302
7.6 - CONTRIBUIÇÃO DA CONTABILIDADE FINANCEIRA PARA A GESTÃO
303
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
i) O que fazer?
ii) Porquê fazer?
iii) Como fazer?
iv) Quem vai fazer?
v) Quando fazer?
vi) Onde fazer?
304
7 .6 - CONTRIBUIÇÃO DA CONTABILIDADE FINANCEIRA PARA A GESTÃO
305
ANÁLISE ECONÓMICA
E FINANCEIRA
307
Com base no sistema de informação, contabilidade financeira, do capítulo
anterior, vamos expor neste capítulo os princípios básicos da análise e gestão
económica e financeira de uma empresa.
Fornecedores Despesa
Empresa
r
1 Caixa 1
Pagamentos Fornecedores
Clientes
Receita
Gastos; Rendimentos L Recebimentos Clientes
309
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
necessita fazer para o desempenho da sua actividade, e com a venda dos bens
e de serviços que ela coloca no mercado. Nesta óptica fala-se em despesa, que
corresponde à assunção pela empresa de obrigações, que terá de pagar mais
cedo ou mais tarde, relativas aos valores das compras de bens ou de serviços;
e em receita ou direitos adquiridos pela empresa, a receber mais cedo ou mais
tarde, o valor das vendas de bens ou de serviços que efectuou. Assim, as despesas
são obrigações a pagar (dívidas a terceiros) e as receitas são direitos a receber
(dívidas de terceiros). Deste modo, esta óptica financeira dá origem a saídas e a
entradas de valores monetários da e para a empresa, respectivamente, estando
-se, assim, perante um pagamento ou um recebimento, isto é, na óptica monetária,
de caixa ou de tesouraria.
A óptica económica ou de produção é uma óptica interna da empresa e refere
-se à transformação e incorporação dos diferentes factores de produção para
se atingir o produto acabado ou final, quer sejam bens ou serviços. Os valores
incorporados na produção designam-se por gastos ou custos e expressam os
consumos; os bens ou os serviços aptos a serem vendidos designam-se por
rendimentos ou proveitos e identificam-se com as vendas ou com a prestação
de serviços.
A óptica monetária, de tesouraria ou de caixa está ligada à óptica financeira,
referindo-se às entradas e saídas monetárias ou de valores em dinheiro ou
que o representam na empresa, mais concretamente em caixa ou tesouraria.
Assim, aos primeiros movimentos ou entradas em caixa designam-se por
recebimentos e os segundos movimentos ou saídas de caixa designam-se por
pagamentos.
Neste contexto, pode-se concluir que das três ópticas ou fluxos das transa
cções na empresa apresentadas anteriormente, duas delas estão ligadas ou
dependentes do exterior: a óptica financeira (despesas e receitas) e a óptica
de caixa, de tesouraria ou monetária (pagamentos e recebimentos); a óptica
económica tem lugar no seio da empresa (gastos e rendimentos). Ainda
relativamente à ligação existente entre as três ópticas e as demonstrações
financeiras, onde aquelas estão expressas ou são apresentadas temos: a óptica
financeira no balanço, encontrando-se as despesas ou obrigações a pagar no
passivo e as receitas ou direitos a receber no activo; a óptica económica
nas demonstrações dos resultados aparecendo como compras de bens ou
de serviços, e também como vendas de bens ou prestações de serviços;
e, finalmente, a óptica monetária, de caixa ou de tesouraria é expressa
na demonstração de fluxos de caixa, dentro dos três tipos de actividades:
actividades operacionais, actividades de financiamento e actividades de
investimenta.
310
8.2 - ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
311
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
312
8.2 - ANALISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
313
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
314
8.2 - ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
Balanço .
contabilístico--......_ Arrumação
r---. Agregações, de elementos
·oem. Resultados desagrega- patrimoniais
.. DC-F
-
contabilística-t----. Ajustamentos e ções, transfe- por grupos
corrigi-
reclassificações rências ou homogéneos
Anexo [__._., das
eliminação de e respectivos
rubricas pesos percen-
Informações/� tuais
complementares .
Há, também, uma série de procedimentos específicos que têm de ser adaptados
em cada uma das diversas áreas das demonstrações financeiras da empresa,
designadamente na preparação ou ajustamento das mesmas para a análise
financeira. Apresentamos em seguida algumas das áreas e respectivos
procedimentos:
315
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
316
8.2 - ANALISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
317
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
318
8.3 - DIFERENTES ÓPTICAS DE ANÁLISE DA RENDIBILIDADE
319
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
}
- Gastos de financiamento
+ Rendimentos de financiamento Zona
5 = Resultados Antes de Impostos (RAI) financeira
- Provisão p/ Impostos e fiscal
6 = Resultados Líquidos do período (RL)
Legenda: CMVMC - Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas; RAJIAR (EBITDA) -
Resultados antes de juros, impostos.amortizações e reintegrações; RAJI {EBIT)- Resultados
antes de juros e impostos; RAI - Resultados antes de impostos; e RL- Resultados líquidos
do período.
320
8.3 - DIFERENTES ÓPTICAS DE ANÁLISE DA RENDIBILIDADE
321
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
322
8.3 - DIFERENTES ÔPTICAS DE ANÁLISE DA RENDIBILIDADE
323
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
324
8.3 - DIFERENTES ÓPTICAS DE ANÁLISE DA RENDIBILIDADE
6% RAJI
GEA = ---, em que 6% representa a variação percentual.
6%VN
O GEA é um número índice que mede o efeito de uma variação no volume de
negócios sobre os resultados de exploração. Por outras palavras, uma variação de
x% no volume de negócios produzirá uma variação no mesmo sentido de y% nos
resultados de exploração. O GEA é tanto maior quanto mais próximo estiver do
ponto morto económico. À medida que o VN se afasta do ponto de equilíbrio (no
sentido ascendente), o GEA decresce, ou seja, quando calculado para níveis do VN
cada vez mais altos o GEA decresce progressivamente. Quanto maior for o GEA,
mais elevado será o risco económico. Este está relacionado com a probabilidade
de os resultados de exploração serem (ou não) sistematicamente positivos ao
longo do tempo e situarem-se (ou não) em níveis adequados.
325
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Balanço
Activo Capital próprio
Ciclo operações
l Activo não corrente (Fundos próprios) Ciclo operações
de investimento
(Activo fixo) -------------------------- de capital
Passivo
Passivo não corrente
Ciclo operações
}
{ Activo corrente Ciclo operações
de exploração Passivo corrente
(Activo circulante) de exploração
Ciclo de tesouraria Ci elo de tesouraria
326
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
1- Capital próprio
2- Capital alheio médio e longo prazo
3- Capital permanente (1 + 2)
4- Activo fixo (tangível e intangível)
5- Fundo de maneio (FM) (3 - 4)
6- Clientes
7- Inventários
8- Adiantamentos a fornecedores
9- Estado e outros entes públicos (a receber)
10- Outros devedores de exploração
11- Necessidades cíclicas (NC) (6 + ... + 10)
12- Fornecedores
13 - Adiantamentos de clientes
14- Estado e outros entes públicos (a pagar)
15- Outros credores de exploração
16 - Recursos cíclicos (RC) (12 + ... + 15)
17- Fundo de maneio necessário (FMN) = NC- RC (11 - 16)
18 - Tesouraria global = FM- FMN (5 - 17)
18.1 Tesouraria activa
18.2 Tesouraria passiva
328
8.3 - DIFERENTES ÓPTICAS DE ANÁLISE DA RENDIBILIDADE
a b c d
327
8.3 - DIFERENTES ÓPTICAS DE ANÁLISE DA RENDIBILIDADE
329
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
330
8.3 - DIFERENTES ÓPTICAS DE ANALISE DA RENDIBILIDADE
331
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
332
8.3 - DIFERENTES ÔPTICAS DE ANÁLISE DA RENDIBILIDADE
a) Solvabilidade total
i) No desaparecimento da empresa;
ii) Na sua perda de independência. A perda de independência resulta do
recurso ao capital alheio, podendo modificar-se as relações de poder
(através da composição da estrutura de capital). A falência traduz
-se numa transferência de propriedade para os credores, passando a
empresa, de novo, a ser financiada apenas por capital próprio.
b) Autonomia financeira
333
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
c) Liquidez geral
O risco está, portanto, ligado à natureza das aplicações dos fundos e à origem dos
recursos. O activo económico (a natureza da actividade da empresa) determina
o risco económico; o modo de financiamento das suas necessidades determina
o risco financeiro: 6+ dívida => 6+ juros => 6- Resultados para os accionistas.
A detenção de importantes disponibilidades aumenta o grau de autonomia da
empresa.mas elas não participam no processo produtivo e afectam a rendibilidade
da empresa. O grau de liquidez geral é dado pelo seguinte quociente:
Inventários+ Disponibilidades
. . + Dívidas correntes a receber
Grau de l 1qui dez geral = -----------
Passivo corrente
334
8.3 - DIFERENTES ÓPTICAS DE ANÁJ.ISE DA RENDIBILIDADE
d) Autofinanciamento
. Capital permanente
Grau de cobertura do actrvo fixo = -------
Activo fixo líquido
Os activos podem ser financiados por capitais próprios e/ou por capitais alheios,
pelo que é do interesse dos accionistas conhecerem a rendibilidade dos activos
por si financiados, ou seja, dos capitais próprios. A rendibilidade dos capitais
próprios (ROE - Return on equity) é a relação entre o resultado líquido (RL) e o
capital próprio mais o capital adquirido, em média, num determinado período, ou
seja, a situação líquida média. É calculada do seguinte modo:
335
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
A rendibilidade dos capitais próprios será tanto maior quanto maior for o resultado
líquido ou quanto menor for a situação líquida. No quadro 8.7 apresenta-se um
exemplo do que acabámos de referir.
Período o 1 2 3 4
Resultado líquido 140 170 210 250
Situação líquida 800 700 600 500 400
Situação líquida média 750 650 550 450
ROE 18,67% 26,15% 38,18% 55,56%
Podemos desagregar aquele rácio, para uma análise mais fina, em rendibilidade
líquida do activo (ROi - Return on investment) e no efeito do financiamento do
activo, como segue:
336
8.4 - RENDIBILIDADE INTEGRADA DO CAPITAL PRÓPRIO
Demonstração de resultados
+ Vendas
Mercadorias
Produtos acabados
+ Prestação de serviços
1 = Volume de Negócios
-CMVMC Efeito
-Fornecimentos e Serviços Externos Económico
Efeito 2 = Margem Bruta das Vendas de Alavanca
Combinado -Gastos com o Pessoal (EEA)
de Alavanca -Outros gastos e perdas operacionais
(ECA) + Outros rendimentos e ganhos operacionais
3 = RAJIAR (EBITDA)
-Depreciações e Amortizações
4 = RAJI (EBIT)
- Gastos/Rendimentos de financiamento Efeito
5 = Resultados Antes de Impostos (RAI) Financeiro
- Provisão p/ Impostos ) de Alavanca
6 = Resultados Liquidas do período (EFA)
O grau combinado de alavanca (GCA) - ou total- mostra como uma dada variação
do volume de negócios pode afectar os resultados líquidos, ou seja:
t.% RL
GCA = GEA x GFA = --- , em que t.% representa a variação percentual
t.% VN
O conceito de alavanca total é útil pelas informações que proporciona a respeito
dos efeitos conjuntos do GEA e do GFA sobre os resultados líquidos.
337
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Com efeito:
RAJI VN CI RAI RL
RCP'
VN CI E RAJI RAI
a) b) c) d)
338
'.
GESTÃO ESTRATÉGICA
341
A empresa é entendida como um sistema aberto que interage com o meio
envolvente. Este é dinâmico, complexo, competitivo e está em constante mutação.
Como sistema aberto a empresa passa por diferentes fases, tal como foi referido
no primeiro capítulo: embrionária, crescimento, maturidade e declínio.A duração
de cada uma destas fases varia de empresa para empresa. Deste modo, planear
torna-se essencial à sobrevivência da organização no longo prazo.
Até meados do século passado o meio envolvente das empresas, em particular no
que diz respeito à competitividade existente entre elas, era relativamente estável,
pelo que o sucesso e os bons resultados (designadamente o lucro) que a empresa
obtinha derivavam em grande parte da afectação eficaz dos recursos organizacionais
e de uma correcta gestão financeira.Atendendo a esta relativa estabilidade do meio
envolvente, a função planear, enquanto uma das funções da gestão, estava de certa
forma simplificada, pois havia um elevado grau de previsibilidade na evolução
dos fenómenos económicos, sociais e políticos. Planear não era mais do que fazer
uma extrapolação para o futuro dos acontecimentos ocorridos no passado (Rosa e
Teixeira, 2012). Contudo, a partir do início dos anos setenta do século passado, e em
particular a seguir ao primeiro e segundo choques petrolíferos (respectivamente,
1973/74 e 1979/80), o meio envolvente deixa de ser estável, pelo que prever o
futuro a partir de extrapolações do passado deixa de ser uma metodologia credível
e fiável A partir desta altura regista-se uma crescente importância atribuída à
definição da estratégia empresarial. Passou a ser referido o conceito de planeamento
estratégico; havia uma separação entre quem fazia o planeamento estratégico e
quem implementava as estratégias. No entanto, o processo ainda era rígido.
343
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
- Padrões de comportamento
- Valores organizacionais
344
9.2 - FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
9.2.1 - VISÃO
A visão é uma imagem do que a empresa quer ser e do que quer alcançar/
realizar. Normalmente a visão é expressa sob a forma de uma declaração breve
345
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
que resume o que a empresa quer ser, qual o seu posicionamento no mercado. É
composta por uma ou duas frases simples, concisas, com uma linguagem fácil e
acessível a todos.
Como exemplos podemos referir os seguintes:
9.2.2 - MISSÃO
346
9.2 - FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
A missão pode ser definida por uma declaração explícita, que respeita os
seguintes requisitos:
347
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
348
9.2 - FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
9.2.3 - OBJECTIVOS
349
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
350
9.3 - ANÁLISE DO MEIO ENVOLVENTE
351
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
352
9.3 - ANALISE DO MEIO ENVOLVENTE
Por fim, no que se refere à comunidade onde a empresa está inserida alguns
dos factores a ter em consideração são a capacidade de pressão dos movi
mentos ambientalistas, ou dos movimentos de defesa dos consumidores, as
infraestruturas criadas ou a capacidade para financiar a criação das mesmas e
a política da comunidade no que se refere à qualificação dos seus membros
(criação de escolas profissionais ou de universidades).
Uma metodologia para analisar a indústria (ou sector económico) é o modelo das
cinco forças de Porter (1980), esquematizado na figura 9.2.
As cinco forças competitivas são as seguintes: rivalidade no sector económico, ou
seja, entre os concorrentes existentes; ameaça de novos concorrentes; ameaça de
produtos substitutos; poder de negociação dos clientes; e poder de negociação
dos fornecedores.
Ameaça de
Poder de Poder de
negociação
dos clientes
353
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
354
9.3 - ANÃllSE DO MEIO ENVOLVENTE
Segundo Porter (1980) cada uma das cinco forças é influenciada por um conjunto
de factores, que iremos enunciar de seguida.
355
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
356
9.3 - ANALISE DO MEIO ENVOLVENTE
Desta forma, o poder de negociação dos clientes influencia, por exemplo, os preços
que as organizações podem cobrar, da mesma forma que a ameaça de bens ou
serviços substitutos. O poder de negociação dos clientes também pode influenciar
os custos e o investimento, porque clientes com maior poder de negociação
exigem serviços dispendiosos. O poder de negociação dos fornecedores pode
influenciar ou determinar os custos das matérias-primas ou de outros factores de
produção. A intensidade da rivalidade no sector económico influencia os preços,
assim como os custos da concorrência (produção, novos produtos, publicidade,
força de vendas). A ameaça de entrada de novos concorrentes coloca um limite
nos preços e modela o investimento exigido para os deter. Qualquer um destes
factores vai gerar uma menor rendibilidade do sector, ou seja, uma menor
atractividade do mesmo.
Tal como foi referido anteriormente, a concepção das estratégias vai-se
construindo à medida que a empresa se vai interrogando sobre:
357
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
358
9.4 - ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO
359
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Esta grelha de análise tem por objectivo separar as fontes de criação de valor, ou
seja, as actividades genéricas geradoras de valor, e a margem, entendendo-se esta
360
9.4 - ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO
como sendo o valor criado pela organização e que fica para essa mesma organização.
O interesse desta análise reside no facto de mostrar que a organização, uma vez
identificadas as actividades geradoras de valor, deverá focar as suas atenções nessas
actividades, afectando-lhes de forma prioritária os seus recursos. Deste modo, esta
abordagem aponta para a "correcção" das actividades menos valorizantes, através
do recurso à subcontratação das mesmas no exterior da organização, tendo como
pressupostos que elas aí serão melhor executadas, ou seja, com um menor custo.
Na figura 9.3 apresenta-se um diagrama da cadeia de valor de Porter (1985).
1 nfra-estruturas da em presa
t---------------'---------,
Acti vidades M
Gestão de recursos hum anos
1------------:....:.....c...:...;:_:..__:..____:____:____:______---l A
de apoio
,_______ D_es_en
_ v_ ol _ _ en_ t_ o_tec
_ v_im i o
_ _ no_ l_ ó�g'-c _ ____--, R
(ou suporte) es d e co m p ra s
1--______P_ _ _,.qui_ s_ a_ _ _ _ _ _,. _ _ ______� G
Logística Opera- Logística Marketing Ser viço E
interna ções externa e vendas pós- venda
Vamos analisar, ainda que de forma breve, cada um dos elementos constantes
na cadeia de valor de Porter (1985): actividades primárias, actividades de apoio
e margem.
a) Actividades primárias
É possível identificar cinco actividades primárias genéricas em qualquer
sector económico, sendo que estas também podem ser divididas em
várias actividades diferentes, que dependem de cada sector em particular
e da estratégia da empresa (Porter, 1985). Deste modo temos:
361
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
b) Actividades de apoio
Tal como as actividades primárias, também estas podem ser subdivididas
numa série de actividades de valor distintas e específicas de um sector
económico, muito embora, em termos genéricos, sejam comuns a vários
sectores; a especificação das actividades envolvidas é que pode diferir
consoante o sector em causa. Regra geral são classificadas em quatro
categorias:
362
9.4 - A.NÁLISE DA ORGA.NIZAÇÀO
Strengths Weaknesses
(pontos fortes) (pontos fracos)
Opportunities Desenvolvimento Crescimento
(oportunidades) (ideias e sugestões) (ideias e sugestões)
Threats Manutenção Sobrevivência
(ameaças) (ideias e sugestões) (ideias e sugestões)
363
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
364
9.5 - DEFINIÇÃO E ESCOLHA DAS ESTRATÉGIAS
Para Porter (1980) uma empresa é distinta das demais devido às múltiplas
características da sua actividade, a qual pode dar origem a dois tipos de
vantagens competitivas:
Vantagem competitiva
Custos Diferenciação
Sector económico Liderança em custos Diferenciação
Alvo estratégico
Segmento específico Foco em custos : Foco na diferenciação
Fonte: Adaptado de Porter (1980)
365
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
i) Penetração de mercado;
ii) Extensão de produto;
iii) Extensão de mercado.
i) A montante;
ii) A jusante.
c) Estratégia de diversificação
i) Relacionada;
ii) Não relacionada.
i) Saneamento;
ii) Saída.
366
9.5 - DEFINIÇÃO E ESCOLHA DAS ESTRATÉGIAS
367
PRINCÍPIOS OE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
368
9.5 - DEFINIÇÃO E ESCOLHA DAS ESTRATÉGIAS
369
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
A figura 9.4 representa a matriz BCG com os eixos referidos anteriormente, bem
como, dentro de cada um dos quatro quadrantes, o tipo de negócios que as
organizações podem ter.
o
Estrelas Dilemas ou pontos de interrogação
Alta
Taxa de
º61���
cresci-
Média
menta do Vacas leiteiras Pesos mortos ou cães rafeiros
o
sector(%)
Baixa
�
Alta 1 Baixa
370
9.5 - DEFINIÇÃO E ESCOLHA DAS ESTRATÉGIAS
a) Vacas leiteiras
São negócios com baixas taxas de crescimento do sector e nos quais a
empresa tem uma elevada quota de mercado relativa, ou seja, é líder
de mercado. São negócios maduros que requerem poucos investimentos.
São, igualmente, negócios que libertam muitos recursos financeiros,
os quais podem ser utilizados para apoiar o crescimento de outros
negócios. Deste modo, deve-se maximizar a rendibilidade dos negócios
que estão neste quadrante. O posicionamento no quadrante das "vacas
leiteiras" pode advir do facto de termos produtos "estrela", em que a
taxa de crescimento da indústria diminui, caindo para valores abaixo da
metade da taxa de crescimento da indústria. Os cash-jlows gerados nos
negócios "vacas leiteiras" devem ser utilizados para financiar os negócios
"estrelas" e alguns negócios "dilemas".
b) Estrelas
São negócios em que a quota de mercado relativa da empresa é elevada
(a empresa é líder de mercado) e a taxa de crescimento do sector
económico também. Como tal, são negócios que necessitam de muitos
investimentos, pois o mercado está em forte crescimento. Estes negócios
podem gerar fluxos financeiros equilibrados, mas como o mercado está
em forte expansão, necessitam, por vezes, de apoios financeiros elevados.
Do ponto de vista estratégico a empresa deve consolidar estes negócios
e manter a sua liderança de mercado, porque estes negócios, a médio e
longo prazo, tendem a transformar-se em "vacas leiteiras", gerando uma
grande libertação de fundos financeiros para a empresa. Regra geral, o
financiamento destes negócios vem dos lucros gerados pelos negócios
"vacas leiteiras".
371
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
372
9.5 - DEFINIÇÃO E ESCOLHA DAS ESTRATÉGIAS
Como se pode observar da leitura do quadro 9.5, para cada factor (atractividade e
posição competitiva) os ponderadores totalizam 100%. Por outro lado, há factores
objectivos combinados com factores subjectivos. Para cada um dos factores
considerados procede-se a uma avaliação dos mesmos utilizando, por exemplo,
uma escala de Likert de sete pontos (graduada de 1 - muito desfavorável a 7 -
muito favorável). Depois de feita a classificação com base nessa escala, atribuem
-se as ponderações para cada negócio.
Consideremos o quadro 9.6 para um hipotético negócio XYZ.
373
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Para cada negócio constrói-se uma matriz como a apresentada na figura 9.5.
Depois, em função dos valores atribuídos a cada variável, desenham-se os círculos
na matriz GE/McKinsey. Cada círculo tem uma área proporcional à importância
do negócio para a empresa (por exemplo, medida em volume de vendas), com
a posição ocupada por cada negócio na matriz a induzir indicações estratégicas
distintas.
Posição
Alta
Média
B
e
A
B
o A
A
competitiva
Baixa e e B
374
9.6 - IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLO DA ESTRATÉGIA
375
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
376
9.6 - IMPLEMENTAÇÃO E CONTROLO DA ESTRATÉGIA
377
PROCESSOS DE
TOMADA DE DECISAO
379
Uma decisão constitui uma escolha. O difícil para o gestor não é a implementação
da escolha efectuada, mas ter de renunciar a todas as outras. Assim, convém ao
gestor dispor de ferramentas de apoio à tomada de decisões.
10.1 - INTRODUÇÃO
Se os decisores económicos tivessem a certeza absoluta sobre o futuro não faria
sentido abdicar da aquisição de bens ou serviços para guardar moeda. A hipótese
de os decisores económicos conhecerem o futuro com certeza não é realista e as
decisões de investimento, onde se fazem escolhas que alterarão significativamente
o futuro (por exemplo, a instalação de uma nova máquina, a criação de um novo
produto) podem não ser reversíveis, nem passíveis de repetição. Os decisores
económicos, numa economia aberta, não conseguem articular previamente todos
os seus planos de investimento. As decisões de investir e produzir são tomadas
a cada instante por milhares de gestores, com pouca ou nenhuma coordenação
ou sincronismo. Num meio envolvente onde não existe qualquer acordo prévio
entre os decisores económicos para que as suas decisões sejam mutuamente
consistentes, e onde reverter decisões de investimento, quando possível, implica
custos, a incerteza e o tempo passam a ter um papel fundamental.
Para decisões cruciais não parece ser possível estimar exaustivamente o risco
envolvido. O facto do meio envolvente poder ser alterado pelas decisões dos
decisores económicos implica que a experiência passada e as relações entre
os factos ocorridos não são os únicos elementos a serem considerados no seu
processo de tomada de decisão. As expectativas dos decisores económicos sobre
o futuro são elaboradas com base na sua percepção sobre o estado do mercado
e sobre a possibilidade de se criarem novas alternativas para alcançar os seus
objectivos. Existe, então, uma dimensão criativa no processo de tomada de
decisão dos gestores que consiste em, mais que projectar o passado, criar novas
alternativas, novas trajectórias para moldar o futuro.
381
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
10.2 - IDENTIFICAÇÃO DO
PROBLEMA E DESCOBERTA DA
OPORTUNIDADE
O processo de tomada de decisão consiste em gerar e avaliar alternativas, cuja
escolha conduza a um curso de acções coerentes com os objectivos. Assim,
existem duas abordagens possíveis:
382
10.2 - IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA E DESCOBERTA DA OPORTUNIDADE
383
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
384
10.3 - NATUREZA DA TOMADA DE DECISÃO PELOS GESTORES
Grande Pequeno
Como se pode observar na figura 10.1 temos quatro tipos de situações: certeza,
risco, incerteza e turbulência. Vamos analisar cada uma delas .
385
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
a) Certeza
b) Risco
O risco ocorre quando não se pode prever com certeza os resultados das
alternativas. Contudo, nesta situação de tomada de decisão os gestores conhecem
a probabilidade de que uma determinada alternativa leve a um objectivo ou
resultado desejado.
c) Incerteza
d) Turbulência
386
10.4 - PROCESSO RACIONAL DE TOMADA DE DECISÃO
disponíveis. É um indivíduo que não pode estar sempre errado, que não faz coisas
estúpidas e que não se deixa tentar por excesso de optimismo e euforia, nem
por excesso de pessimismo e tendências depressivas. Os erros que o indivíduo
racional comete são sem querer, por haver variáveis que ele não controla. De
forma a minimizar os efeitos destas variáveis não controláveis, o indivíduo será
sempre capaz de lutar contra esta imprevisibilidade.
Para ultrapassar estas limitações, hoje existem modelos que tentam incorporar
desvios ao paradigma do homo economicus. São modelos ditos comportamentais,
onde o indivíduo pode ter sentimentos de medo e euforia, um comportamento
no qual imita outros indivíduos que não compreendem a complexidade da
sociedade. É também um comportamento que é influenciado por sentimentos de
honestidade, medo, justiça e raiva.
Por isso, as organizações que ponderam as suas opções e calculam níveis de
risco óptimos usam o chamado modelo racional de tomada de decisão. Este é
um processo composto por quatro etapas, que ajuda os gestores a ponderar as
alternativas e a escolher a que tiver a maior probabilidade de sucesso (figura
10.2).
Feedback 1
Figura 10.2 - Processo racional de tomada de decisão
Fonte: Adaptado de Stoner e Freeman (1985)
a) Definição do problema
387
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
i) Definir o problema
A dificuldade de definir o problema assenta na origem das causas
dos acontecimentos, as quais podem ser sintomas de outro problema
disseminado na organização, pelo que exige cuidado para não se
confundirem os sintomas com os problemas, como já foi anteriormente
referido;
b) Formulação de alternativas
388
10.4 - PROCESSO RACIONAL OE TOMADA OE DECISÃO
389
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
390
10.5 - DECISÃO SOB RISCO
interligados entre si, pois, regra geral, os acontecimentos não são mutuamente
exclusivos; são interdependentes. Daí, a necessidade de se recorrer às
denominadas árvores de decisão, cuja construção deve ter em consideração os
seguintes elementos:
Em esquema, temos:
391
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
392
10.5 - DECISÃO SOB RISCO
393
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
394
10.5 - DECISÃO SOB RISCO
395
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Para cada uma das hipóteses há dois cenários possíveis: bom tempo (BT) e
mau tempo (MT). No caso da hipótese ou estratégia A, independentemente das
condições climatéricas, há duas subestratégias que ocorrem a partir do quarto
ano, inclusive: aquisição de equipamento ou não aquisição de equipamento.
Na árvore de decisão, no final de cada ramo, foi colocado um número para
identificar a estratégia ou subestratégia para a qual se irá calcular o respectivo
VAL.
1
e/ equipamento
BT0,6 2
s/ equipamento
MT0,4 3
Hip.A -5 e/ equipamento
s/ equipamento
Hip.B -1.3
5
6
BT= Bom tempo; MT = Mau tempo
396
10.5 - DECISÃO SOB RISCO
CFn_
+ + __
(1+r)"
em que I significa investimento, CF; designa os cash-fl.ows do ano i,e "r" é a taxa
de actualização pretendida,que se assume,para simplificar,ser a mesma em todo
o período.
r ( r ( r
26 27 3 3
VALI = - 0,7 + • + -- ·- -- + ____ + ---- = 8,6 0 88 M€
1 + º·º8 (1 + º·º8 1 + º·º8 1 + º· º8
r ( r ( r
2, 5 _2_, 5__ __2_:_, 6 2,7
VALl = + _ + __ + = 8,5 0 67 M€
1 + 0,08 (1+ º·º8 1 + º· º8 1 + º· º8
r( r( r
23 2·5 25 2 7
VAL 3 = - 0,7 + • + -- - - - + -- -·-- + • = 7 ,542 1 M€
1 + º·º8 ( 1 +º·º8 1 + º·º8 1 +º· º8
r( r( r
2, 1 _2_ , 1__ 2_,3__ 2,4
VAL4 = +_ + __ + = 7 ,3347 M€
1 + 0,08 ( 1 + º· º8 1 + º º8 1+º · º8
·
397
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
o
-------------1
e/ equipamento
-------------3
e/ equipamento
o
Figura 10.5 - Árvore de decisão com os cenários escolhidos
Hipótese A
1 ,2 1,6 2, 5 8,6088
VAL I = - 5 + + 2
+ + = 5 ,7 952 M€
1 + 0,08 ( 1 + 0,0 8) ( 1 + º· º8r ( 1 + o,o8r
ou
2 ,6 2 ,7 3 3
+ + + + 8
= 5 ,7 9 5 2 M€
5
( 1 + 0,08) ( 1 + º· º8 r ( 1 + o , o8 f (1 + 0,08 )
0,8 1,3 2, 1 7, 5 42 1
VAL 3 = - 5 + + + + = 4,06 6 M€
2 3
1 + 0,0 8 ( 1 + 0,08 ) (1 + 0,0 8 ) (1 + º · º8r
ou
r( r(
0,7 0,8 1, 3 2,1 O
VAL3 = _ _ + + + + +
(
5
1 + º · º8 r 1 + º· º8 ( 1 + º ·º8 1 + º · º8 1 + º· º8r
r( r ( r
2,3 2,5 2, 5 2, 7
+ __ _ __ + __ _ __ + __ _ __ + = 4,066 M€
( 1 + º· º8 1 + º· º8 r ( 1 + º · º8 1 + º ·º8
398
10.6 - DECISÃO SOB INCERTEZA
Hipótese B
r
2,5 2,6 2, 8 2, 8
+ + 6
+ + = 9,2427 M€
5
(1 + 0,08 ) (1 + 0,08 ) (1 + º· º8 r (1 + º· º8
r
0,08 1,2 2 2,2
VAL 6 = - 1,3 - + 2
+ + +
1 + 0,08 (1 + 0,08 ) (1 + º ·º 8 (1 + o,o8 r
399
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Existem muitas técnicas, modelos e critérios que podem de alguma forma ser
utilizados no processo de tomada de decisão sob incerteza, sendo os mais usuais
os seguintes: regra de Bayes, regra do maximin, regra do minimax, regra do
maximax, regra de Hurwicz e regra de Savage.
400
10.6 - DECISÃO SOB INCERTEZA
b) Regra do maximin
c) Regra do minimax
d) Regra do maximax
e) Regra de Hurwicz
401
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
f) Regra de Savage
A nossa proposta de solução passa por, para o caso das regras de Hurwicz e
de Savage, serem construídos quadros de informação separados. As alternativas
escolhidas para cada critério estão indicadas a itálico e a negrito.
402
10.6 - DECISÃO SOB INCERTEZA
403
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
404
10.6 - DECISÃO SOB INCERTEZA
a
� A B
Regra bayesia na ✓
Regra maximin ✓
Regra maximax ✓
Regra minimax ✓
Regra de S a va ge ✓
Como conclusão, refira-se que nenhum destes critérios deve ser considerado de
forma isolada na análise da tomada de decisão. Cada critério tem vantagens e
desvantagens. No entanto, há uma desvantagem comum a todos eles: permitir
que critérios subjectivos e pessoais interfiram na escolha, ou seja, na tomada de
decisão. No entanto, em situação de incerteza é sempre preferível utilizar alguns
destes critérios do que não utilizar nada; neste caso, a subjectividade seria muito
maior. Muitas das vezes aplicam-se os diferentes critérios e vêem-se quais as
alternativas que foram escolhidas mais vezes (critério do número de ocorrências).
No exemplo hipotético referido anteriormente a máquina modelo A foi
seleccionada com a utilização de dois critérios; a máquina modelo B foi
seleccionada com a utilização de um critério; e a máquina modelo C foi
seleccionada com a utilização de quatro critérios. Tendo por base o critério do
número de ocorrências, a aquisição da máquina modelo C seria a recomendação
mais adequada.
405
1
ÉTICA
-
E RESPONSABILIDADE
SOCIAL NA GESTAO
407
A temática da ética e da responsabilidade social das empresas esteve sempre
presente na gestão das organizações.se bem que só recentemente tenha emergido
para a sociedade civil.As organizações.em especial as empresas.enquanto sistemas
abertos em constante interacção com o seu meio envolvente.deixaram de ter como
único objectivo a maximização do lucro. Esta mudança de comportamento das
organizações é o resultado não só de pressões que a Sociedade exerceu sobre as
empresas, no sentido de assumirem condutas eticamente aceitáveis e atenderem
às suas responsabilidades sociais, mas também da consciência que as próprias
empresas tiveram de que a sua sobrevivência dependia da aceitação por parte da
Sociedade (conceito de legitimidade). Neste capítulo, num livro sobre princípios
de gestão das organizações, iremos abordar alguns aspectos relativos à ética e
à responsabilidade social das organizações. Estes temas, cada um só por si, já
são complexos e extensos, embora ainda estejam em fase de desenvolvimento. A
nossa abordagem, influenciada pelos valores dos autores, não esgota a discussão
em redor destas temáticas. Apenas pretendemos lançar as bases de discussão de
uma matéria que irá moldar a gestão, já num futuro próximo, como deixa antever
a recente publicação da norma ISO 26000, como veremos.
409
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
outros, sendo habitual tomar como norma de referência o que é moralmente aceite
na Sociedade em que a organização está inserida. Contudo, as decisões são tomadas
por gestores, os quais, enquanto indivíduos, têm os seus próprios valores.
Assim, uma decisão eticamente correcta ou adequada tem que ver com as convicções
dos gestores sobre o que é certo ou errado, bom ou mau, moral ou imoral. A
classificação de um comportamento como ético ou não ético depende, não apenas
da relação entre a acção e as convicções do indivíduo que executa a acção (erros
de ética de tipo 1), mas também da relação entre essas convicções e o que as fontes
de ensinamento ou as leis morais da Sociedade referem (erros de ética de tipo 11).
Os erros de ética do tipo I significam que as acções praticadas não respeitam os
princípios morais vigentes, mas a causa desse desrespeito tem a ver com o facto
de o indivíduo não ter recebido formação (ensinamentos de base) sobre o que
são condutas éticas. Por exemplo, um colaborador leva para casa papel, canetas
e outro material para dar aos filhos, ou para uso próprio, porque entende que
isso não é roubar; ninguém lhe disse que isso era moralmente incorrecto. Outro
exemplo possível é termos um avaliador que comete o erro da recenticidade, mas
nunca recebeu formação, nem foi alertado para a possibilidade de ocorrência de
um erro desta natureza no decurso de um processo de avaliação de desempenho.
Em qualquer dos dois casos o indivíduo está a cometer um erro de ética tipo 1.
Nos erros de ética do tipo li o indivíduo sabe que o que está a fazer é incorrecto,
mas mesmo assim fá-lo. É o caso, por exemplo, do erro de severidade na avaliação
do desempenho dos colaboradores. Apesar do avaliador saber que a sua atitude é
eticamente incorrecta, toma-a na mesma.
Hoje, nas organizações os gestores tendem a assumir e a encorajar
comportamentos éticos, pois a longo prazo essas atitudes irão gerar vantagens
competitivas. Em geral, na análise de problemas relacionados com a ética, uma
das dificuldades que os gestores costumam sentir é a falta de um padrão de
julgamento universal e simples, que seja capaz de clarificar se uma decisão,
em particular, é ética ou não é ética. Em geral, são recomendadas sete regras a
respeitar pelos colaboradores de uma organização:
410
11.2 - ABORDAGENS DA ÉTICA EMPRESARIAL
411
PRINCIPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
nosso dever ou obrigação em qualquer situação é levar a cabo acções das quais
resultem o maior saldo possível num balanceamento entre o bem e o mal.
Esta análise conduz-nos às noções de bem e de mal. Segundo a teoria utilitarista
o bem é entendido como o prazer e o mal é o oposto do prazer, ou seja, a dor.
As teorias teleológicas apresentam várias vantagens, das quais salientamos:
412
11.2 -ABORDAGENS DA ÉTICA EMPRESARIAL
413
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
414
11.2 -ABORDAGENS DA ÉTICA EMPRESARIAL
Uma das grandes vantagens das teorias deontológicas, rnmo a de Ross, é que
elas têm aplicabilidade nas empresas. Podemos citar os casos das relações entre
empregado e empregador, a necessidade de garantir que os produtos são seguros
para o consumidor {mesmo que os custos associados a essa segurança excedam os
benefícios), a fidelidade de um cliente face a um fornecedor, ou o reconhecimento
do empenhamento do fornecedor para satisfazer atempadamente o seu cliente.
Outra das grandes vantagens destas teorias é o modo como avaliam as acções: a
correcção das acções depende dos motivos que as desencadeiam e não das suas
consequências. Por exemplo, o acto de roubar é sempre errado, quer se roube
um euro ou um milhão de euros. Contudo, se considerarmos dois indivíduos que
dão um montante igual de dinheiro para instituições de caridade, mas um fá-lo
porque considera que é o seu dever repartir com os que têm menos e outro fá
-lo para impressionar os amigos ou a opinião pública, já são acções diferentes.A
primeira é considerada boa, ao passo que a segunda não pode ser considerada
uma boa acção. Assim, as acções são avaliadas não pelas consequências, mas
pelos motivos que as desencadearam, ou seja, as próprias acções em si mesmas.
Estas teorias apresentam, também, limitações.A principal limitação reside no facto
de não fornecerem um instrumental adequado para determinar quais são as nossas
obrigações morais e auxiliar na resolução dos correspondentes conflitos inerentes.
Não há qualquer razão para aceitarmos as regras de Ross e não outras. As regras
morais não são universais e diferem de sociedade para sociedade e ao longo do
415
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
tempo. Mais ainda, não há uma hierarquização das regras e, em caso de conflito
entre elas, não sabemos qual é a mais relevante. Por exemplo, será que devemos
manter a regra da gratidão para com alguém e retribuir favores do passado, se isso
põe em causa a distribuição dos bens de acordo com o mérito? Será que devemos
dizer a verdade ou manter uma promessa se isso traz consequências negativas
a terceiros? Ross resolveu o problema do conflito entre as regras considerando
que todas elas têm excepções. Recusou-se a hierarquizar as regras morais; quando
ocorre um conflito entre elas, a solução é seguir a nossa intuição.
Como conclusão, Ross e outros autores não foram bem sucedidos em fornecer
os fundamentos para uma teoria deontológica da ética. A principal dificuldade
residiu na explicação do modo como as regras morais são justificadas, já que não
o são pelas suas consequências. A chave da análise assenta no facto de as regras
serem baseadas na razão, mas a explicação do papel assumido pela razão na
resolução de questões de ordem ética não foi convincente.
lmmanuel Kant fornece-nos uma teoria completamente diferente e considerada por
muitos autores como mais satisfatória. Segundo este autor a obrigação moral nada
tem a ver com as consequências, mas resulta apenas de uma lei moral que guia o
comportamento de todos os seres racionais. Assim, uma acção deve ser executada
porque esse é o nosso dever (é o que Kant designou de goodwilQ. Nas teorias
deontológicas a categoria moral fundamental é o dever e não o prazer ou o bem.
A principal dificuldade associada às teorias deontológicas é a falta de uma
resposta satisfatória sobre a questão de quais são as regras que devemos
utilizar. Pensadores como Ross defendiam que a intuição de cada um resolvia o
assunto. Kant põe a questão de um outro modo, analisando as diferenças entre
as interpretações moral e não moral do termo dever. Ele caracteriza as regras
morais como imperativas, expressando de forma categórica e não de uma forma
hipotética, aquilo que devemos fazer. Kant diz que nos devemos guiar pelas
regras que vemos as outras pessoas utilizar.
Este autor aplica o princípio da universalidade: se dizemos que uma dada acção
é correcta para um indivíduo, ela deve ser considerada correcta para todos os
outros indivíduos semelhantes a este e em condições semelhantes. O princípio
em causa respeita a hipótese da consistência da decisão tomada.
A teoria de Kant contém uma outra máxima que é a de que devemos respeitar
os outros como seres humanos que são. A importância moral de considerar o
homem como um ser racional, não é específica de Kant; qualquer sistema ético,
explícita ou implicitamente, requer o respeito pela pessoa humana. A diferença
na teoria de Kant reside no que se entende por esse respeito.
Para os utilitaristas, os seres humanos são criaturas capazes de sentir prazer
e, portanto, com a obrigação moral de realizar o maior prazer possível, tendo
416
11.3 -ABORDAGENS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES
11. 3 - ABORDAGENS DA
RESPONSABILIDADE SOCIAL
DAS ORGANIZAÇÕES
O conceito de responsabilidade social da empresa teve a sua origem na década
de sessenta do século passado nos Estados Unidos da América e surgiu à medida
417
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
418
11.3 -ABORDAGENS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES
419
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
420
11.3 - ABORDAGENS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES
Uma outra visão da responsabilidade social, defendida por autores como John
Simon, Charles Powers e Jon Gunnemann, entende que as empresas devem aderir
a certos padrões morais considerados mínimos. É a teoria da "moral mínima". A
análise do conceito de moral mínima distingue entre o não fazer mal e o fazer
tudo para promover o bem. Assim, a Sociedade pode impor às empresas que
poluam o mínimo possível, mas não as pode obrigar a conceder donativos para
421
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
obras de caridade, por exemplo. Existem quatro condições para definir a moral
mínima: necessidade, proximidade, possibilidade e último recurso.
Há autores, como Thomas Mulligan, que consideram que o poder das empresas
lhes é concedido pela Sociedade. Portanto, elas têm o dever de gratidão de retribuir
à Sociedade essa legitimidade concedida. A comunidade forma os trabalhadores
que as empresas recrutam, constrói as infra-estruturas que elas utilizam, recolhe
o lixo e gere hospitais que tratam os empregados. Os impostos cobrados não são
suficientes para cobrir todas essas despesas, pelo que as empresas devem ajudar
a resolver os problemas sociais. É o denominado conceito de missão moral da
gestão (moral mission of business), que coloca a ênfase na moralidade da gestão.
Através da produção de bens e serviços a gestão apela ao lado humano dos
indivíduos e facilita a integração da conduta moral na definição das estratégias
empresariais. Na definição da missão da empresa, dos seus objectivos de longo
prazo, das suas políticas, a gestão identifica o tipo de bens e serviços a produzir
e para que mercados. Nestes aspectos está implícito o factor ético. Este conceito
também reconhece a relevância moral dos conhecimentos que a empresa detém.
Ninguém melhor que os gestores para conhecerem os stakeholders e deterem a
informação necessária sobre os mesmos. É por vezes referido que as empresas que
baseiam as suas decisões no lucro têm maior probabilidade de sucesso no curto
prazo, do que aquelas que as baseiam em valores morais. Assim, a questão da ética
deve ser tratada a um nível mais profundo, desde a educação de base, em que se
transmitem às crianças os valores morais essenciais, até à própria universidade,
onde esses valores são uma vez mais referidos e aplicados ao nível de cada curso.
Para a teoria dos stakeholders a visão clássica está incorrecta, ao colocar toda
a ênfase num só stakeholder, o accionista, ignorando os interesses de todos os
restantes. O conceito de stakeholder refere-se a todos os grupos ou indivíduos
que afectam ou são afectados pelas actividades da empresa. Evan e Freeman
(1983) distinguem dois sentidos para a palavra stakeholders:
422
11.3 -ABORDAGENS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES
423
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
a) Códigos de ética
424
11.4 - CÓDIGOS OE ÉTICA E REGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL
425
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
b) Regulamentação governamental
426
11.4- CÓDIGOS DE ÉTICA E REGULAMENTAÇÃO GOVERNAMENTAL
427
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
428
11.5 - EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
sociais que não apenas o dos proprietários. Esta atitude de reacção é necessária
para corrigir abusos surgidos com base na justificação do cumprimento estrito
da legalidade.
A responsabilidade como sensibilidade social é uma perspectiva teórica que
se refere à realização das actividades de uma organização sem se limitar,
exclusivamente, a cumprir os normativos legais, mas também a antecipar as
necessidades sociais. É uma perspectiva mais preventiva do que curativa. Entende
-se que qualquer organização, como elemento constitutivo de uma sociedade,
deve tomar partido em assuntos de interesse público. Esta antecipação e previsão
das pressões sociais são elementos que convém incluir na tomada de decisão
de uma organização. Trata-se de assumir uma postura pró-activa, valorizando
as repercussões sociais favoráveis e desfavoráveis, sob a forma de um balanço
social, incentivando comportamentos responsáveis.
A responsabilidade social entendida como actuação social corresponde à
perspectiva teórica que defende que esta deve estar integrada em todas as
actividades das organizações. Logo, deve incluir princípios éticos de responsa
bilidade social, com processos para a sua implementação e com instrumentos de
avaliação dos seus impactos (Parra, 2006), como segue:
429
I
11.5 - EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
431
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
430
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Este vector traduz a capacidade que o meio ambiente físico tem para garantir
as condições de vida dos seres vivos (pessoas, animais, plantas e outros) não só
hoje, mas também no futuro. Por exemplo, preocupações com a poluição, com a
poupança da água, com o acesso das populações ao saneamento básico e à água
potável, com a conservação das reservas naturais (por exemplo, florestas, parques,
espécies em vias de extinção) e com a redução das populações que vivem abaixo
do limiar mínimo de sobrevivência (ou seja, em situações de carência) são alguns
dos temas que se enquadram nesta dimensão.
432
11.5 - EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
As actividades humanas têm impacto no mundo biofísico e são, por sua vez,
afectadas por este mundo específico. A capacidade de controlar esta inter
-relação condiciona a continuidade ao longo do tempo dos diferentes
tipos de actividade e o potencial de desenvolvimento económico e social.
O equilíbrio que necessariamente deve existir entre a trilogia - actividade
humana, desenvolvimento e protecção do ambiente - exige uma repartição de
responsabilidades equitativa e claramente definida, relativamente ao consumo
e ao comportamento face ao ambiente e aos recursos naturais. Para que isto
aconteça é necessário integrar preocupações com o meio ambiente físico na
formulação e implementação das políticas económicas e sectoriais, nas decisões
das autoridades públicas, na operação e desenvolvimento dos processos
de produção, nos comportamentos e escolhas empresariais e até mesmo
individuais. Exige também a existência de um diálogo real e efectivo, bem como
a concertação de acções entre parceiros de negócios e da sociedade civil, cujas
prioridades de curto prazo podem ser diferentes. Tal diálogo deverá apoiar-se
sempre em informação objectiva, atempada e credível (Rodrigues, 2008). Deste
modo, surge um novo conceito de desenvolvimento, o qual constitui um grande
desafio, encontrando-se subjacente à problemática da sustentabilidade desse
mesmo desenvolvimento e crescimento económicos.
O desenvolvimento sustentável é um conceito abrangente, que consoante a
óptica teórica por que é abordado, apresenta contextos que na sua essência são
diferentes, mas cujo resultado final é comum e tem por objectivo a perenidade do
meio ambiente físico em condições saudáveis para as gerações vindouras.Assim,
para cada uma das ópticas a seguir analisadas o conceito de desenvolvimento
sustentável varia:
433
PRINCiPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Embora não se possam saber quais serão as necessidades das gerações futuras,
assume-se que estas devem ter pelo menos o mesmo padrão de vida que hoje
desfrutamos. Cada geração satisfaz as suas necessidades usando recursos
disponíveis, alguns dos quais podem ser utilizados para criar novos recursos a
serem consumidos no futuro. Isto dá origem a um conjunto de questões quando
se analisa a sustentabilidade da política económica: será este fornecimento de
recursos que estamos a deixar às futuras gerações o suficiente para lhes permitir
a satisfação das suas necessidades? Quais os constrangimentos que este critério
de sustentabilidade põe no modo como hoje se usam os recursos disponíveis?
Assim, para a produção de bens e serviços há a considerar três tipos diferentes de
recursos: capital humano, capital natural e capital físico. Alguns bens e serviços
podem ser produzidos utilizando uma variedade de técnicas, ou seja, a proporção
de capital humano, natural e físico usados na sua produção pode variar. Contudo,
a constatação de que diferentes tipos de recursos podem ser substituídos por
outros, quando estão a ser utilizados para produzir bens e serviços, necessita de
ser qualificada.
Os recursos naturais geram alguns bens e serviços que não podem
simplesmente ser produzidos por outros meios e sem os quais não poderíamos
sobreviver. Pode, então, concluir-se que os recursos naturais e os recursos
físicos podem ser substituídos por outros que eventualmente podem não ser
os substitutos perfeitos. Não é necessário passar aos vindouros exactamente
a mesma quantidade e qualidade de cada tipo de recurso natural e recurso
físico que estão disponíveis hoje. Isto requer antes, que a agregação dos
recursos disponíveis para uso das gerações futuras, juntamente com os seus
recursos humanos, sejam capazes de gerar bens e serviços, que permitam às
gerações futuras satisfazer as suas necessidades, pelo menos tão bem como a
geração actual satisfaz as suas. Neste contexto, o conceito de sustentabilidade
pretende reflectir uma política de desenvolvimento económico e social
contínuo, sem prejuízo do ambiente e dos recursos naturais, de cuja qualidade
434
11.5 - EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
435
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
436
11.6 -ALGUMAS NORMAS SOBRE ÉTICA E RESPONSABIL.IDADE SOCIAL
A nível nacional temos duas normas, cada uma delas com duas partes (parte
1 e parte 2). Temos normas que pretendem analisar e regular a actuação ética
das empresas, designadamente fornecendo indicações sobre o modo de elaborar
um código de ética. São as normas portuguesas (NP) NP 4460-1: 2007 e NP
4460-2: 2010. Temos normas que pretendem avaliar as condutas eticamente
responsáveis por parte das organizações, permitindo a certificação em matérias
de responsabilidade social. São as normas portuguesas NP 4469-1: 2008 e NP
4469-2: 2010.
A nível internacional, e no que diz respeito à responsabilidade social, temos a SA
8000 que é passível de certificação e a ISO 26000 que é meramente indicativa,
não permitindo a certificação em matérias de responsabilidade social. Existem
ainda outras normas, como a norma ISO 14001 (sobre o ambiente), que também
podem ser consideradas normas de responsabilidade social, muito embora não
sejam aqui analisadas.
A NP 4460-1: 2007 é uma norma não certificável que foi elaborada em 2007 pela
Associação Portuguesa de Ética Empresarial (APEE). Como é óbvio, não é possível
certificar a ética nas organizações, pelo que esta norma pretende apenas servir
de guia de orientação para as organizações. Como tal, define os requisitos e
linhas de orientação para o processo de elaboração e implementação de códigos
de ética nas organizações.
A NP 4460-1: 2007 segue o ciclo PDCA, dando particular relevo à etapa do
planeamento e à elaboração do código de ética.
437
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
O ciclo PDCA também é conhecido por ciclo Shewhart ou ciclo Deming. Com
efeito, este ciclo foi concebido nos anos vinte do século passado por Shewhart
e foi implementado no Japão, a partir da década de cinquenta, por Deming
no conhecido conceito de gestão pela qualidade total (TQM - Total Quality
Management) que foi estudado no subponto 2.4.4. O ciclo PDCA é um ciclo de
desenvolvimento que visa a melhoria contínua. Atendendo à noção de ciclo, o
modelo PDCA funciona de forma ininterrupta, ou seja, quando se chega à etapa
da acção (A) a mesma pode dar origem a nova definição de um plano de acção
(P). Recorde-se que as iniciais do ciclo têm o seguindo significado:
i) P - Plan
É a fase do planeamento, ou seja, tem de se identificar o(s) problema(s),
analisar o mesmo, identificar as suas causas e elaborar um plano de
acção para ultrapassar o problema;
ii) D - Do
É a fase da execução, ou seja, pôr o plano de acção, elaborado na etapa
anterior, em prática;
iii) c - Check
É a fase do controlo, ou seja, analisar periodicamente os resultados e
compará-los com os que foram planeados/previstos, comparação essa
que é feita por recurso a indicadores que foram previamente definidos
no plano de acção e na fase de execução do mesmo;
iv) A-Act
É a fase da acção, ou seja, depois de comparar o realizado com o
previsto são apurados os desvios, são analisadas as causas dos mesmos
e identificados os meios para solucionar esses desvios. Esta resolução
pode passar por ajustamentos ou mesmo pela alteração do plano de
acção, iniciando-se um novo ciclo PDCA.
438
11.6 -ALGUMAS NORMAS SOBRE ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
b) NP 4460-2: 2010
Ao contrário da NP 4460 que era uma norma guia não certificável, a norma NP
4469-1: 2008 já é certificável. Tal como a anterior, foi elaborada pela APEE.
Esta norma tem como objectivo consciencializar, incentivar e auxiliar as
organizações na assunção de condutas socialmente responsáveis e que
promovam o desenvolvimento sustentável.
A NP 4469-1 define os requisitos e linhas de orientação para a utilização
de um Sistema de Gestão da Responsabilidade Social. De acordo com esta
norma a "Responsabilidade Social numa organização consiste no assumir a
responsabilidade pelos impactos das suas decisões, actividades e produtos,
fomentando um comportamento ético e transparente consistente com o
desenvolvimento sustentável e a procura pelo bem-estar da sociedade,
tendo em conta as necessidades e expectativas das suas partes interessadas.
Este comportamento ético e transparente deve estar integrado em toda a
organização".
Como se pode observar, há uma clara e explícita ligação entre uma postura
socialmente responsável por parte de uma organização, qualquer que seja a sua
dimensão, sector de actividade ou missão, e o desenvolvimento sustentável.
A NP 4469-1 considera que a responsabilidade social deve ser assumida e posta
em prática através de dois ciclos:
439
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
d) NP 4469-2: 2010
Tal como no caso da NP 4460 também a parte 2 desta norma visa clarificar os
princípios definidos na parte 1, a fim de fornecer ás organizações ferramentas para
melhor implementar e controlar as suas actuações no campo da responsabilidade
social. Funciona como um guia de orientação para a implementação de um
Sistema de Gestão da Responsabilidade Social.
Tal como é referido na NP 4469-2 esta norma tem como objectivo clarificar
"a intenção de cada requisito, de modo a explicar a razão da sua existência; a
interpretação de cada requisito, de modo a facilitar o seu entendimento; um
conjunto de questões que permite às organizações auto diagnosticar o nível
de aplicação da NP 4469-1:2008 e o grau de operacionalidade do seu sistema
de gestão da responsabilidade social; evidências que permitem demonstrar
as práticas e que serão importantes nos processos de avaliação e auditoria,
nomeadamente para a certificação".
440
11.6 -ALGUMAS NORMAS SOBRE ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
ASA 8000 integra aspectos que já estavam reflectidos em normas como Convenções
da Organização Internacional do Trabalho (OIT),a Declaração Universal dos Direitos
do Homem, Convenções das Nações Unidas e Pactos Internacionais.
Deste modo, tem como objectivo fornecer linhas orientadores sobre o modo
como os colaboradores/trabalhadores de uma organização devem ser tratados
no que respeita a diferentes matérias laborais.
A SA 8000 estabelece no ponto IV aquilo que designa por "requisitos de
responsabilidade social", que são critérios a seguir pelas organizações versando
nove temáticas, a saber:
441
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
442
11.6 -ALGUMAS NORMAS SOBRE ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
443
PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
444
11.7 - RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS ORGANIZAÇÕES
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PRINCÍPIOS DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Áreas de
Responsabilidades da gestão
actuação
Atrair e conservar talentos;
Dar aos futuros colaboradores os meios para realizarem as suas atribui
Recruta
ções;
mento e
Recrutar os membros da empresa em função das suas qualificações;
selecção
Dar prioridade ao recrutamento interno, sempre que possível, para con
servar talentos.
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Áreas de
Responsabilidades da gestão
actuação
Gestão pre
Integrar no início do processo os recursos humanos nos projectos.
visional
Satisfação
Estimular a participação para desenvolver a criatividade e a inovação;
dos traba
Favorecer a iniciativa e a responsabilização.
lhadores
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PRINCIPIO$ DE GESTÃO DAS ORGANIZAÇÕES
Áreas de
Responsabilidades da gestão
actuação
Favorecer uma comunicação directa para estabelecer um clima de con
fiança recíproca, garantindo uma resolução equilibrada dos conflitos;
Informar os colaboradores das futuras orientações da empresa, da evo-
Comunica- lução do seu ambiente, das dificuldades internas e externas;
ção Fazer inquéritos no interior da empresa e entrevistas individuais anuais
para que o trabalhador possa discutir a acessibilidade dos objectivos,
exprimir os seus desejos e conhecer a apreciação feita ao seu potencial
e ao seu trabalho.
Saúde e Velar continuamente pela segurança dos trabalhadores e pela melhoria
segurança das condições de trabalho.
Fonte: Adaptado de Mercier (2003)
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é necessário criar condições para tal. Uma delas é a adopção de medidas que
facilitem a conciliação entre a vida familiar/pessoal e a vida profissional. Isso é
particularmente importante, porque apesar das evoluções registadas as mulheres
ainda continuam a assumir a maior parte das responsabilidades de cuidar da
família (filhos, pais idosos ou outros familiares).
Neste âmbito a Comissão propõe as seguintes acções:
No que diz respeito à igualdade na remuneração por trabalho igual e por salário
de igual valor, apesar deste princípio estar consagrado nos Tratados da União
Europeia, ainda há muita desigualdade nesta matéria. As mulheres auferem
salários menores para as mesmas funções, os contratos de trabalho são mais
precários, muitas vezes têm contratos a tempo parcial e há certas profissões
nas quais as mulheres têm dificuldade em ser aceites. Por exemplo, estivadores,
seguranças, pedreiros, electricistas são consideradas profissões "masculinas",
ao passo que educadores de infância, secretariado e auxiliares de limpeza são
consideradas profissões "femininas".
Neste âmbito a Comissão Europeia propõe levar a cabo acções que incentivem
as mulheres a exercerem profissões não tradicionais, a fomentar a igualdade de
remuneração no local de trabalho e a aumentar a transparência salarial.
Em matérias de igualdade na tomada de decisões, as mulheres continuam a ter
dificuldade em aceder a postos de direcção e essa dificuldade é tanto maior
quanto mais elevado é o cargo. Por exemplo, nos conselhos de administração das
empresas a participação das mulheres é muito reduzida (somente 3% no caso
da UE), nos parlamentos as deputadas também estão em minoria, os ministros
dos governos são maioritariamente homens, nas universidades os cargos mais
elevados, como a categoria de professores catedráticos é maioritariamente
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ver com o modo como é feita a gestão dos seus recursos humanos, anteriormente
exposta, gestão essa relacionada com preocupações éticas importantes.A relação
entre o trabalhador e a sua entidade empregadora é fundamentalmente desigual
e posta em prática através de uma hierarquia e de procedimentos no seio da
empresa. Os trabalhadores são indubitavelmente um parceiro indispensável e
imprescindível à mesma.
A responsabilidade social e ambiental das empresas assume-se como verdadeiro
objectivo da gestão e da estratégia global delineada no âmbito de possíveis
alterações do paradigma da gestão e administração das empresas. Como tal, e de
modo a que não se fique apenas por um conjunto de boas intenções, sem grande
aplicação prática, têm sido desenvolvidos instrumentos que permitem avaliar
de forma tão objectiva quanto possível a eficácia da adopção de determinadas
medidas e da aposta em políticas de responsabilidade social e ambiental das
empresas.
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A nova política de RSE apresentada pela Comissão Europeia (2011) propôs uma
agenda de acções a desenvolver no período 2011-2014, a saber:
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