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Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos

Coordenador Acadêmico: Luiz Antônio Jóia

ANÁLISE DA VIABILIDADE DE
PROJETOS

Vanessa Janni Epelbaum


vanessa.epelbaum@fgv.br
ii
A cópia do material didático utilizado ao longo do curso é de propriedade da Fundação
Getulio Vargas, não podendo a contratante vir a utilizar em qualquer época, de forma integral
ou parcial. Todos os direitos em relação ao design deste material didático são reservados à
Fundação Getulio Vargas. Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são
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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

PRESIDENTE VICE-PRESIDENTES
Carlos Ivan Simonsen Leal Francisco Oswaldo Neves Dornelles (Licenciado)
Marcos Cintra Cavalcanti de Alburquerque (Licenciado)
Sergio Franklin Quintella

UNIDADES / ESCOLAS FGV


Escola de Administração de Empresas de São Paulo - EAESP
Diretora Maria Tereza Leme Fleury
Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas - EBAPE
Diretor Flavio Carvalho de Vasconcelos
Escola de Economia de São Paulo - EESP
Diretor Yoshiaki Nakano
Escola de Pós-Graduação em Economia - EPGE
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Escola de Direito de São Paulo - Direito GV
Diretor Oscar Vilhena Vieira
Escola de Direito do Rio de Janeiro – Direito Rio
Diretor Joaquim Falcão
CPDOC – Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do
Brasil
Diretor Celso Corrêa Pinto de Castro
FGV Projetos
Diretor Cesar Cunha Campos
IBRE - Instituto Brasileiro de Economia
Diretor Luiz Guilherme Schymura de Oliveira
IDE - Instituto de Desenvolvimento Educacional
Diretor Rubens Mario Alberto Wachholz

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Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1 

1.1 EMENTA 1 
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1 
1.3 OBJETIVOS 1 
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 
1.5 METODOLOGIA 2 
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2 
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 2 
CURRICULUM RESUMIDO DA PROFESSORA 3 

2. MATERIAL COMPLEMENTAR 4 

CONSIDERAÇÕES: 16 

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1. Programa da disciplina

1.1 Ementa
Fundamentos para elaboração do fluxo de caixa de projetos. Técnicas de análise
de projetos. Custo do capital próprio e custo médio ponderado de capital. Análise do
risco econômico-financeiro em projetos. Aplicações.

1.2 Carga horária total


24 horas aula.

1.3 Objetivos
Expor os fundamentos das técnicas utilizadas para elaboração de fluxo de caixa de
projetos. Estudar quais as principais técnicas de análise aplicadas a projetos. Avaliar
como se calcula o custo do capital próprio e o custo médio ponderado de capital.
Aprender a aplicar os principais conceitos em situações reais. Formar base analítica para
cursos mais avançados.

1.4 Conteúdo programático


Roteiro de Informações para Elaboração e Apresentação de Projetos de Viabilidade
Técnica, Econômica e Financeira. Planejamento Financeiro – Fontes de Financiamento.
Fundamentos para Elaboração dos Fluxos de Caixa de Projetos. Necessidade Líquida de
Capital de Giro – NLDCG. Elaboração de um Projeto. Técnicas de Análise de Projetos:
TMA, Payback Simples, Payback Descontado, Valor Presente – VP, Valor Presente
Líquido – VPL, Taxa Interna de Retorno –TIR, Índice de Lucratividade – IL, Taxa de

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Rentabilidade – TR. Projetos Mutuamente Excludentes. Projetos Mutuamente


Excludentes com Horizontes de Planejamento Diferentes. Projetos Independentes.
Projetos Dependentes. Custo do Capital. Custo Médio Ponderado do Capital.

1.5 Metodologia
Aulas teóricas expositivas, intercaladas com sessões de exercícios de aplicação prática.

1.6 Critérios de avaliação


Exercícios em sala 30%
Prova Individual 70%

1.7 Bibliografia recomendada


BREALEY, Richard, MYERS, Stewart, Principles of Corporate Finance . New York:

Quinta Edição, Mc Graw Hill, 1996

GITMAN, Lawrence J, Princípios de Administração Financeira . São Paulo: Sétima

Edição, Editora Harbra, 2000.

ROSS, Stephen, Administração Financeira – Corporate Finance. São Paulo: Terceira

Edição, Editora Atlas, 2001.

VIEIRA, Marcos Villela. Administração Estratégica do Capital de Giro. SP: Editora

Atlas, 2005. Adriano; FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Administração de Preços.


Atlas, - 2002.

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Curriculum resumido da professora


Vanessa Janni Epelbaum é Doutoranda em Engenharia de Sistemas e Computação pela
COPPE/UFRJ, Mestre em Administração pela FGV/UNIGRANRIO, especialista em
Gestão Empresarial pela UFRJ, especialista em Marketing pela FGV/OHIO
UNIVERSITY, especialista em Ensino a Distancia pela FGV, especialista em Docência
do Ensino Superior pela UCAM e bacharel em Ciências Contábeis pela UFRJ. É sócia
diretora da TAMAC Treinamento em Gestão Empresarial. Sua experiência profissional
inclui 13 anos na área de Planejamento Estratégico de multinacionais no Brasil, França
e EUA. Na área acadêmica atua como professora em diversas instituições tais como
FGV, COPPEAD, POLI/UFRJ, IBMEC, UNIGRANRIO, UVA, UNILASALLE e UFF.
Coordena o Curso de Gestão Estratégica de Programas e Projetos - POLI/UFRJ.

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2. Material Complementar

Roteiro de Informações para Elaboração e Apresentação de Projeto de


Viabilidade Técnica, Econômica e Financeira

I – IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE
Informar o nome da empresa titular do projeto (constituída ou a constituir);
Informar o endereço para correspondências, telefones, “fax” e pessoas para contatos;
Informar o número do registro no CGC-MF, tratando-se de empresa já constituída;
Informar os nomes, endereço e participação de cada sócio no capital da empresa (se
pessoa jurídica, discriminar os respectivos controladores até o nível de pessoas físicas);
Informar os nomes dos dirigentes da empresa;
Informar os nomes, atividades e respectivos patrimônios líquidos de outras empresas
integrantes do grupo empresarial;
Incluir histórico sobre a evolução do grupo empresarial;
Apresentar balanços dos 3 (três) últimos exercícios e balancete recente.

II – OBJETIVO DO PROJETO
Indicar a ação a ser desenvolvida e o ramo de atividade (exemplo: implantação de
fábrica de móveis; ampliação do frigorífico; modernização da fábrica de confecções;
instalação de hotel, etc.);
Informar a capacidade a ser instalada (por linha de produto);
Indicar as metas de produção (do início das operações até a estabilização; quando tratar-
se de empresa já existente, apresentar também dados da produção presente);
Apresentar os motivos / justificativas para a realização do projeto;
Justificar o tamanho / porte do projeto;
Indicar e justificar a viabilidade da localização escolhida.

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III – ESTUDO DE MERCADO


Definir o mercado pretendido;
Apresentar dados abrangentes sobre a oferta e a demanda dos produtos a serem
comercializados;
Apresentar a relação dos principais concorrentes e discorrer sobre o padrão da
concorrência no mercado;
Explanar sobre a estratégia de comercialização a ser adotada;
Informar sobre a disponibilidade de matérias-primas e sua localização.

IV – INVESTIMENTOS PREVISTOS
Detalhar os investimentos a serem realizados;
Justificar os valores desses investimentos com plantas / orçamentos das obras e
instalações, e com propostas de fornecimento de equipamentos, móveis, etc;
Apresentar cálculo detalhado da necessidade de capital de giro.
NOTA: Deverão ser anexados ao projeto cópias das plantas, orçamentos, propostas,
etc., documentos que devem estar devidamente formalizados.

V – TECNOLOGIA E PROCESSO PRODUTIVO


Informar sobre a concepção tecnológica escolhida, a sua adequação ao processo
produtivo e aos produtos;
Comentar sobre o grau de modernidade dessa tecnologia;
Informar sobre a procedência e a disponibilidade da tecnologia para o projeto (se de
domínio público, se fornecida pelos fabricantes dos equipamentos, se será adquirida por
contrato, etc.);
Detalhar o processo produtivo a ser empregado, o ciclo de produção, o fluxo de
materiais e os coeficientes de entradas e saídas por fase da produção;
Informar sobre a competência da empresa com vistas ao emprego e absorção da
tecnologia e ao “know-how” para operacionalizar o processo produtivo;
Comentar sobre outras alternativas tecnológicas justificando a escolha feita para o
projeto.
OBS.: Juntar cópias de eventuais contratos ou acordos relativos à aquisição de
tecnologia ou de “know-how”.

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VI – IMPACTO AMBIENTAL
Detalhar as providências previstas no projeto para a proteção ambiental, se necessário;
Informar sobre o processo de licenciamento junto aos órgãos competentes (SEAMA,
IBDF, Secretaria de Saúde, etc.).

VII – PREVISÃO DE FATURAMENTO


Projetar o faturamento anual do empreendimento desde o início das operações até a sua
estabilização;
Informar e justificar os preços de vendas previstos para cada produto;
Comentar sobre eventuais defeitos sazonais ou cíclicos com influência sobre o
faturamento;
Indicar o faturamento atual quando se tratar de empresa já existente.

VIII – PROJEÇÃO DOS CUSTOS E DESPESAS


Detalhar os custos variáveis e os custos fixos anuais do projeto, por item, apresentando
coeficientes de consumo e preços unitários das matérias-primas, materiais secundários e
embalagens; quadro detalhado de mão-de-obra; custos tributários; despesas de vendas;
despesas administrativas; etc.

IX – PROJEÇÃO DOS RESULTADOS


Projetar os resultados líquidos anuais esperados durante o período de vida útil do
empreendimento;
Apurar a geração de caixa do projeto a partir dos resultados líquidos;
Apresentar junto a essas projeções os valores atualmente obtidos quando se tratar de
empresa já existente;
Apurar o ponto de nivelamento da empresa;
Apurar a taxa interna de retorno do projeto.

X – FONTES DE FINANCIAMENTOS DOS INVESTIMENTOS


Especificar as fontes de recursos e respectivos valores pretendidos para financiar os
investimentos previstos para o projeto;
Justificar / demonstrar a capacidade dos empreendedores para realizar o montante de
recursos próprios previstos.

Análise da Viabilidade de Projetos


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XI – CRONOGRAMA DE USOS E FONTES


Com base nos investimentos e nas fontes de recursos previstos, apresentar o quadro de
usos e fontes do projeto, com cronograma de realização (os cronogramas poderão ser
mensais, bimestrais ou trimestrais).

XII – GARANTIAS REAIS


Listar os bens disponíveis para servir de garantia aos financiamentos pretendidos, na
proporção mínima de 1,5 vezes os valores dos créditos. Os referidos bens devem estar
livres de ônus e possuir documentação completa.

Planejamento Financeiro – Fontes de Financiamentos


O planejamento financeiro busca a melhor proporção de capital próprio e de terceiros
para viabilizar o projeto.
As fontes de financiamentos, entre outras, podem ser:

• Financiamento interno, através da retenção de lucros;


• Financiamento externo via dívida com instituições financeiras;
• Financiamento externo via emissões de ações, IPO;
• Financiamento via fornecedores;
• Outras fontes.

Uma vez elaborado o projeto cabe a área financeira a análise das melhores e mais
adequadas fontes de financiamento para desenvolvimento do projeto.
De modo geral os projetos são financiados através de um mix de recursos próprios e de
terceiros. No caso de projetos de longa maturação fontes de financiamentos de longo
prazo são requeridas e, nesse caso, bancos de fomento deverão ser acionados.

Fundamentos para Elaboração dos Fluxos de Caixa de


Projetos

As empresas devem estar preparadas para enfrentarem a competição global, bem como
os impactos no mercado em que atuam.

Análise da Viabilidade de Projetos


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Devem investir em inovações, novos equipamentos, processos e tecnologias. Também é


necessária a expansão por meio de novos empreendimentos, sempre com o objetivo de
gerar valor para os sócios e acionistas.
Os projetos de investimento podem ser assim classificados:
 Expansão.
 Substituição.
 Modernização.
 Intangíveis.

A dinâmica do investimento em projetos demanda a compreensão de conceitos


contábeis e financeiros que serão apresentados a seguir.

Objetivo de uma Empresa

A administração de uma empresa deve perseguir a maximização dos resultados no


sentido de aumentar a riqueza para os sócios e acionistas.
O pessoal de finanças está mais diretamente envolvido no levantamento e
acompanhamento de resultados, confrontando-os com as metas previamente
estabelecidas.
Envolve-se com diversas decisões, entre as quais destacamos:

 Decisão de investimento.
 Decisão de financiamento.
 Decisão de distribuição de resultados.

Planejamento Financeiro

O planejamento financeiro dedica-se as interações de investimento e financiamento


disponíveis para a empresa.
Nesse processo estuda-se o melhor “mix” entre recursos próprios e de terceiros para
financiar os projetos.

Análise da Viabilidade de Projetos


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Através do processo de simulação empresarial pode projetar cenários com inflação,


variações de produção e vendas, preços de vendas, taxas de juros, níveis ótimos de
recursos destinados a aplicação em estoques, entre outras variáveis que impactam os
projetos.
Com a adoção dessa e de outras metodologias evita-se surpresas dos impactos das
decisões que são adotadas num projeto.

Elaboração de Projetos

A elaboração de um projeto de investimento deve prever através de orçamentos


detalhados, todas as etapas do mesmo, bem como a consolidação dos diversos
orçamentos em projeções dos demonstrativos financeiros ao quais permitirão, com
prudente antecedência, a avaliação da viabilidade econômico-financeira do
empreendimento.

As demonstrações financeiras mais utilizadas são: Fluxo de Caixa dos recursos que
transitam pela conta “Caixa e Bancos”, Balanços, Demonstrações de Resultado dos
Exercícios – DRE’s, Fluxo de Caixa do Projeto – FCP e Fluxo de Caixa Livre a
Disposição dos Sócios / Acionistas – FCLDS/A.

A análise econômico-financeira de um projeto estará sempre vinculada a uma taxa de


remuneração predeterminada pelos investidores, denominada de Taxa Mínima de
Atratividade – TMA.

Essa taxa deve ser suficiente para incentivar os investidores a correrem o risco de
aplicarem seus recursos no projeto. A TMA desejada pelos aplicadores deverá ser
compatível com aquelas normalmente verificadas em projetos semelhantes, oriundos do
mesmo segmento ao qual se insere o projeto.

Um projeto de investimento poderá ser viável sob o ponto de vista técnico-econômico-


financeiro e ser rejeitado, ou mesmo voltar a ser avaliado, por não ter atingido a TMA
desejada pelos aplicadores.

Análise da Viabilidade de Projetos


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Diversos profissionais participam não só da elaboração, mas também da análise:


engenheiros, economistas, contadores, arquitetos, advogados, profissionais de TI, de
marketing, especialistas em tributos, dentre outros. Empresas também poderão ser
contratadas para atenderem a problemas específicos que envolvam know how,
processos produtivos, logística e outros.

Muitas empresas que se instalaram no Pólo Petroquímico de Camaçari – BA optaram


por comprar a tecnologia necessária para fabricarem seus produtos ou se associarem a
grupos que detinham o conhecimento do “como fazer”.

Uma vez equacionados os problemas de tecnologia, mercado, mão obra,


disponibilidade de matérias primas, equipamentos, localização, licenças ambientais,
distribuição, aspectos tributários, receitas, custos, despesas e tantos outros, a área
financeira consolida os diversos orçamentos / demonstrativos financeiros, incumbindo-
se também de identificar as fontes de recursos para viabilizar o projeto.

Fluxos de Caixa do Projeto

Anteriormente mencionamos três modalidades de Fluxos de Caixa:


 O Fluxo de Caixa representativo dos recursos que transitam pela conta “caixa
e bancos”;
 O Fluxo de Caixa do Projeto – FCP e,
 O Fluxo de Caixa Livre a Disposição dos Sócios / Acionistas.
Cada um deles, embora apresentem características distintas, possuem interligações
importantes. Com o intuito de demonstrar cada um deles utilizaremos um exemplo
simples, retirado do livro de Viabilidade Econômico-Financeira de Projetos do
professor Marcus Manoel Fomm.
Em seqüência aos Fluxos de Caixa apresentamos as projeções dos Balanços e da
DRE, bem como da Necessidade Líquida de Capital de Giro.

Análise da Viabilidade de Projetos


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Fluxo de Caixa (Trânsito dos Recursos no Caixa e Bancos)

Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Entrada das Vendas 13.740.710 14.424.938 15.143.853 15.899.245

(+) Duplicatas Recebidas 1.348.027 1.415.455 1.486.316

(=) Total Recebimento Vendas 13.740.710 15.772.964 16.559.308 17.385.561

(-) Fornecedores 10.171.200 10.238.351 10.605.851 11.136.747

(-) Impostos 1.063.767 1.669.283 1.732.312 1.813.110

(-) Despesas Administrativas 857.825 930.036 990.190 1.052.727

(-) Despesas Comerciais 2.515.077 2.640.407 2.771.550 2.908.807

(=) Saldo Operacional (867.160) 294.887 459.405 474.171

(-) Pagamento de Juros 64.500 80.012 59.912 53.537

(-) Amortização Empréstimos 59.951 120.400 25.500 31.875

(-) Compra de Imobilizações 450.000 200.000 200.000

(=) Saldo Líquido (1.441.611) (108.525) 173.993 388.758

(+) Capital Social 1.646.664

(+) Empréstimos C. Prazo 150.000

(+) Empréstimos L. Prazo 150.000 120.000

(=) Saldo de Caixa do Ano 505.053 11.475 173.993 388.758

(+) Saldo Caixa Ano Anterior 505.053 516.528 690.521

(=) Saldo de Caixa Acumulado 505.053 516.528 690.521 1.079.279

Neste Fluxo de Caixa (Trânsito dos Recursos) verificam-se todas as entradas e saídas
ocorridas no período. O Saldo de Caixa do Ano não representa a geração de recursos
propiciada pelo projeto, pois os valores identificados estão fortemente influenciados por
empréstimos de curto e longo prazo, aporte de recursos dos sócios, contas que ainda não
foram recebidas ou mesmo pagas. O Saldo de Caixa Acumulado representa o Saldo de
Caixa do Ano acrescido do Saldo de Caixa do Ano Anterior. Nesse caso, estes saldos
verificados nessa modalidade de Fluxo de Caixa não se encontram a disposição dos
sócios / acionistas. São apenas recursos que se encontram em Caixa e Bancos.

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Fluxo de Caixa do Projeto - FCP


Discriminação Data 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Resultado Líquido Exercício 421.423 391.564 374.055 388.483
(+) Depreciação 75.000 115.000 155.000 155.000
(=) GERAÇÃO DE CAIXA 496.423 506.564 529.055 543.483
(-) NLDCG 1.496.664 217.728 84.043 88.248
(+) RETORNO DA NLDCG 1.886.684
(-) COMPRAS IMOBILIZAÇÕES 450.000 200.000 200.000
(+) VENDA IMOBILIZAÇÕES 350.000
(-) AMORTIZAÇÃO EMPRÉSTIMOS CP

(-) AMORTIZAÇÃO EMPRÉSTIMOS LP

(-) PAGTO. EMPRÉSTIMO BALANÇO

(=) FLUXO DE CAIXA DO PROJETO (1.946.664) 496.423 88.836 245.012 2.691.919

A elaboração do Fluxo de Caixa do Projeto – FCP considera os Resultados Líquidos


encontrados na projeção das DRE’s, acrescidos dos valores referentes às Depreciações,
pois estas não representam saídas de caixa. Nessa modalidade de fluxo de caixa a
premissa é a de que o projeto será totalmente executado com recursos próprios,
excluindo-se, dessa forma, o pagamento dos juros e as amortizações dos empréstimos
de curto e longo prazo contraídos.

Assim, a Geração de Caixa apresenta-se maior do que aquela verificada no Fluxo de


Caixa Livre a Disposição dos Sócios / Acionistas, pois, nesse caso, não são
consideradas as despesas financeiras inerentes aos empréstimos contraídos.

Na realização do projeto foi definida a utilização de recursos da ordem de $1.946.664


sendo $1.646.664 de recursos próprios e $300.000 provenientes de financiamentos de
curto e longo prazo.

Nota-se que, nesse caso, o valor informado na coluna “0”, marco inicial, considera
que o projeto não utilizará recursos de terceiros.

Registre-se que os saldos referentes ao Fluxo de Caixa do Projeto não são aqueles que
estarão a disposição dos sócios / acionistas.

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Fluxo de Caixa Livre à Disposição dos Sócios / Acionistas – FCS/A

Discriminação Data 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Resultado Líquido Exercício 372.403 328.475 328.522 347.795
(+) Depreciação 75.000 115.000 155.000 155.000
(=) GERAÇÃO DE CAIXA 447.403 443.475 483.522 502.795
(-) NLDCG 1.496.664 217.728 84.043 88.248
(+) RETORNO DA NLDCG 1.886.684
(-) COMPRAS IMOBILIZAÇÕES 450.000 200.000 200.000
(+) VENDA IMOBILIZAÇÕES 350.000
(-) AMORTIZAÇÃO EMPRÉSTIMOS CP 50.000 100.000
(-) AMORTIZAÇÃO EMPRÉSTIMOS LP 9.951 20.400 25.500 31.875
(-) PAGTO. EMPRÉSTIMO BALANÇO 182.274
(=) FLUXO A DISPOSIÇÃO DOS SÓCIOS I (1.646.664) 387.452 (94.653) 173.978 2.437.083
(+) EMPRÉSTIMOS CONTRATADOS 120.000
(=) FLUXO A DISPOSIÇÃO DOS SÓCIOS II (1.646.664) 387.452 25.347 173.978 2.437.083

A Geração de Caixa nessa modalidade de fluxo é menor, pois o resultado encontra-se


diminuído das despesas financeiras pelos financiamentos contratados. A partir do saldo
gerado, ajustes são procedidos referentes a subtração da variação da Necessidade de
Capital de Giro, das Imobilizações, dos pagamentos das amortizações dos empréstimos
de curto e longo prazo, bem como do saldo da dívida constante do balanço no último
ano, 4. Considera-se o retorno dos recursos destinados a necessidade de capital de giro e
também a entrada de recursos provenientes da venda das imobilizações.

Nota-se que o saldo intermediário apresentado pelo Fluxo a Disposição dos Sócios I,
no ano 2, é negativo, embora no Fluxo a Disposição dos Sócios II seja positivo visto a
contratação de novo empréstimo no montante de $120.000. Caso não houvesse a
contratação desse novo financiamento o saldo seria negativo, não representando, no
entanto, dificuldade de caixa conforme pode ser verificado no Fluxo de Caixa (Trânsito
dos Recursos). A interpretação é a de que nesse ano os sócios não teriam saldo a

disposição.

Na realidade, o financiamento de $120.000 foi contratado apenas para que o saldo de


caixa final fosse mantido em um nível julgado de segurança para o projeto. Vide Fluxo
de Caixa (Trânsito dos Recursos).

Análise da Viabilidade de Projetos


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No processo de análise de projetos deveremos avaliar os saldos dos três fluxos


mencionados, através das metodologias conhecidas, para chegarmos a uma conclusão de
sua viabilidade ou não.

Análise
Os saldos encontrados no Fluxo de Caixa (Trânsito das Contas) foram julgados satisfatórios
considerando-se o volume de negócios do projeto.

Aplicando-se a metodologia do Valor Presente Líquido – VPL e da Taxa Interna de


Retorno – TIR para os saldos verificados no Fluxo de Caixa do Projeto – FCP tem-se:

(=) FLUXO DE CAIXA DO PROJETO (1.946.664) 496.423 88.836 245.012 2.691.919

Obs:. Foi considerada uma taxa de remuneração desejada de 18% ao ano.

VPL (18% a.a.) = $75.417,83


TIR = 19,40% ao ano

Para o Fluxo de Caixa Livre a Disposição dos Sócios / Acionistas tem-se:

(=) FLUXO A DISPOSIÇÃO DOS SÓCIOS II (1.646.664) 387.452 25.347 173.978 2.437.083

VPL (18% a.a.) = $62.797,65


TIR = 19,33% ao ano

Nota-se que tanto o Fluxo do Projeto como o Fluxo para os Sócios apresentam VPL
positivo indicando geração de riquezas a uma taxa de desconto de 18% ao ano. A TIR
dos dois fluxos apresenta-se superior a taxa de remuneração desejada de 18% ao ano.
As duas metodologias empregadas recomendam a aceitação dos investimentos por parte
dos empreendedores.

Análise da Viabilidade de Projetos


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BALANÇOS
Ativo

Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Caixa e Bancos 505.053 516.528 690.521 1.079.279
Duplicatas a Receber 1.348.027 1.415.455 1.486.316 1.560.786
Estoques 1.162.442 1.220.538 1.281.588 1.345.746
ATIVO CIRCULANTE 3.015.521 3.152.521 3.458.425 3.985.812
ATIVO NÃO CIRCULANTE 375.000 460.000 505.000 350.000
IMOBILIZADO LÍQUIDO 375.000 460.000 505.000 350.000
Imobilizações 450.000 650.000 850.000 850.000
(-) Depreciação (75.000) (190.000) (345.000) (500.000)
TOTAL DO ATIVO 3.390.521 3.612.521 3.963.425 4.335.812

Passivo

Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4


Fornecedores à Pagar 1.013.804 921.600 969.468 1.019.848
Financiamentos 112.439 25.500 31.875 39.844
Imposto de Renda / CSSL 117.601 103.729 103.744 109.830
PASSIVO CIRCULANTE 1.243.844 1.050.829 1.105.087 1.169.522
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 127.610 214.149 182.274 142.430
Financiamentos Longo Prazo 127.610 214.149 182.274 142.430
Capital Social 1.646.664 1.646.664 1.646.664 1.646.664
Reservas 372.403 700.878 1.029.400 1.377.195
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 2.019.068 2.347.543 2.676.064 3.023.860
TOTAL DO PASSIVO 3.390.521 3.612.521 3.963.425 4.335.812

Análise da Viabilidade de Projetos


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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO – DRE


Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Receita Operacional Bruta 15.088.737 15.840.393 16.630.169 17.460.032
(-) Impostos sobre Vendas 4.111.681 4.316.507 4.531.721 4.757.859
(=) Receita Operacional Líquida 10.977.056 11.523.886 12.098.448 12.702.173
(-) Custo Mercadorias vendidas 6.974.649 7.323.226 7.689.530 8.074.477
(=) Lucro Bruto 4.002.407 4.200.660 4.408.918 4.627.696
(-) Despesas Administrativas 857.825 930.036 990.190 1.052.727
(-) Depreciação 75.000 115.000 155.000 155.000
(-) Despesas Comerciais/Vendas 2.515.077 2.640.407 2.771.550 2.908.807
(-) Despesas Financeiras 64.500 83.012 59.912 53.537
(=) Resultado Operacional Liquido 490.005 432.204 432.265 457.625
(-) IR / CSSL 117.601 103.729 103.744 109.830
(=) Resultado Líquido Exercício 372.403 328.475 328.522 347.795
Resultado Líquido Acumulado 372.403 700.878 1.029.400 1.377.195

Necessidade Líquida de Capital de Giro - NLDCG

Considerações:
A necessidade líquida de capital de giro é a diferença entre as contas do ativo e
passivo circulante, representativas de aplicações e fontes de recursos, relacionadas com
o nível de atividade da empresa.

As principias contas classificadas como “aplicações” e “fontes” de recursos são:

Aplicações:

Duplicatas a receber
Estoques
Despesas antecipadas

Fontes:

Fornecedores
Salários e encargos

Análise da Viabilidade de Projetos


17

Obrigações fiscais

Caso as aplicações sejam superiores às fontes, tem-se a indicação de que a organização


necessita de recursos para financiar o giro dos negócios.

Se as fontes forem superiores às aplicações, a empresa dispõe de fontes de recursos,


inclusive para financiar outras aplicações.

A necessidade líquida de capital de giro é função das duplicatas a receber, dos níveis de
estoques e dos compromissos a pagar aos fornecedores.

O montante das duplicatas a receber pode ser fortemente influenciado através dos
percentuais de vendas a prazo, prazos de vendas concedidos aos clientes e preços de
venda praticados.

O montante dos níveis de estoques é função dos prazos médios de rotação dos estoques
estabelecidos.

O valor dos estoques pode ser influenciado pelo preço de aquisição das mercadorias e
condições de pagamento, principalmente se as compras ocorrerem na modalidade a
prazo, com a elevação do preço final dos produtos pela prática de juros por parte dos
fornecedores.

Estoques elevados representam recursos empatados desnecessariamente. Nesse caso, a


pressão sobre a necessidade líquida de capital de giro aumentará.

O montante de contas a pagar aos fornecedores deriva do volume comprado a prazo,


dos percentuais de compras a prazo e dos prazos de pagamentos negociados.

A correta administração dos prazos de pagamentos aos fornecedores mostra-se


importante para que o caixa não seja pressionado.

Análise da Viabilidade de Projetos


18

Exemplo:
$
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Duplicatas a Receber 1.349 1.416 1.486 1.561
(+) Estoques 1.162 1.221 1.282 1.346
(=) TOTAL 2.511 2.637 2.768 2.907
Fornecedores 1.014 922 969 1.020
(=) TOTAL 1.014 922 969 1.020
NLDCG 1.497 1.715 1.799 1.887
Variação da NLDCG 218 84 88

Obs.: Os dados referem-se aos demonstrativos anteriormente informados.

Decisões que Afetam as Necessidades Líquidas de Capital de Giro (NLDCG)


Decisões NLDCG
Diminuição Prazo Médio Recebimento Vendas Diminui
Aumento Prazo Médio Recebimento Vendas Aumenta
Diminuição Prazo Médio Rotação Estoques Diminui
Aumento Prazo Médio Rotação Estoques Aumenta
Diminuição Prazo Médio Pagamento Fornecedores Aumenta
Aumento Prazo Médio Pagamento Fornecedores Diminui

OBS.: A variação do montante dos negócios de uma organização (Receita Operacional Bruta) também
influi no aumento ou diminuição das NLDCG .

Elaboração de um Projeto

Partindo-se da Demonstração de Resultado do Exercício - DRE e dos dados informados,


montar o Fluxo de Caixa do Projeto e o Fluxo de Caixa a Disposição dos Sócios.
Calcular o VPL, TIR, IL e o Payback do projeto. A TMA requerida pelos investidores
para a remuneração dos seus recursos é de 20,00% ao ano. O valor do projeto é de
$1.948 mil assim discriminados: NLDCG de $1.498 mil e Imobilizações no valor de
$450 mil. Os sócios investirão $1.648 complementando o saldo com um financiamento
de curto prazo no valor de $150 mil e outro de longo prazo no valor de $150 mil.
Adiante estão indicados os modelos dos dois fluxos solicitados.

DRE
$ Mil
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Receita Operacional Bruta 15.109 15.861 16.652 17.483
(-) Impostos 4.117 4.322 4.538 4.764
(=) Receita Operacional Líquida 10.992 11.539 12.114 12.719
(-) Custo Mercadorias Vendidas 6.984 7.333 7.700 8.035
(=) Lucro Bruto 4.008 4.206 4.414 4.684
(-) Despesas Administrativas 933 1.045 1.145 1.208
(-) Despesas Comerciais 2.518 2.644 2.775 2.912
(-) Despesas Financeiras 65 83 60 54

Análise da Viabilidade de Projetos


19

(=) Resultado Operacional Líquido 492 434 434 510


(-) Imposto Renda e CSLL 118 104 104 122
(=) Resultado Líquido do Exercício 374 330 330 388

Outros Dados:

1 – Depreciação: (contida nas Despesas Administrativas)


$ Mil
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Depreciação 75 115 155 155

2 – Necessidade Líquida de Capital de Giro:


$ Mil
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Saldo de Duplicatas a Receber 1.350 1.417 1.488 1.563
(+) Saldo de Estoques 1.164 1.222 1.283 1.348
(-) Saldo a Pagar Fornecedores 1.015 923 971 1.022
(=) NLDCG 1.499 1.716 1.800 1.889
Variação da NLDCG 217 84 89

3 – Amortização dos financiamentos e pagamento do saldo do balanço no ano 4:


$ Mil
Discriminação Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Financiamento Curto Prazo 50 100
(+) Financiamento Longo Prazo 10 20 26 32
(=) Total 60 120 26 32
Pagamento Saldo Financiamento 182

4 – Venda das imobilizações, saldo do balanço, ano 4: $350 mil.


5 – Imposto de Renda e CSSL: 24%
6 – Modelos dos fluxos de caixa a serem utilizados:
Fluxo de Caixa do Projeto - FCP
$ Mil
Discriminação 0 Ano1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Receita Operacional Bruta 15.109 15.861 16.652 17.483
(-) Impostos 4.117 4.322 4.538 4.764
(=) Receita Operacional Líquida 10.992 11.539 12.114 12.719
(-) Custo Mercadorias Vendidas 6.984 7.333 7.700 8.085
(=) Lucro Bruto 4.008 4.206 4.414 4.634
(-) Despesas Administrativas 933 1.045 1.145 1.208
(-) Despesas Comerciais 2.518 2.644 2.775 2.912
(-) Despesas Financeiras
(=) Resultado Operacional Líquido 557 517 494 514
(-) Imposto Renda e CSLL 134 124 119 123
(=) Resultado Líquido do Exercício 423 393 375 391
(+) Depreciação
(=) Geração de Caixa
(-) NLDCG
(+) Retorno da NLDCG
(-) Imobilizações
(+) Venda das Imobilizações
(=) Fluxo de Caixa do Projeto

Obs.: No Fluxo de Caixa do Projeto não foram consideradas as Despesas Financeiras nem as Amortizações dos Financiamentos.

Análise da Viabilidade de Projetos


20

Fluxo de Caixa a Disposição dos Sócios – FCS


$ Mil
Discriminação 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
Receita Operacional Bruta 15.109 15.861 16.652 17.483
(-) Impostos 4.117 4.322 4.538 4.764
(=) Receita Operacional Líquida 10.992 11.539 12.114 12.719
(-) Custo Mercadorias Vendidas 6.984 7.333 7.700 8.035
(=) Lucro Bruto 4.008 4.206 4.414 4.684
(-) Despesas Administrativas 933 1.045 1.145 1.208
(-) Despesas Comerciais 2.518 2.644 2.775 2.912
(-) Despesas Financeiras 65 83 60 54
(=) Resultado Operacional Líquido 492 434 434 510
(-) Imposto Renda e CSLL 118 104 104 122
(=) Resultado Líquido do Exercício 374 330 330 388
(+) Depreciação
(=) Geração de Caixa
(-) NLDCG
(+) Retorno da NLDCG
(-) Imobilizações
(+) Venda das Imobilizações
(-) Amortização Financiamentos
(-) Pagamento Saldo Financiamento
(=) Fluxo a Disposição Sócios

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE PROJETOS

Taxa Mínima de Atratividade – TMA

A Taxa Mínima de Atratividade pode ser entendida como a melhor taxa, com baixo
grau de risco, à disposição do empreendedor, para aplicação de seu capital.
Assim, podemos perceber que a decisão de investir terá duas alternativas, ou seja:
investir na TMA ou no projeto.
Os recursos para o investimento ficam aplicados à TMA e não no caixa.
Nesse caso, considerando essa premissa, pode-se dizer que a riqueza gerada refere-se
apenas ao valor que exceder o que se pode conseguir numa aplicação na TMA.
Em alguns casos pode-se entender a TMA como a taxa que motiva a realização do
investimento. Cada investidor possui a sua TMA, bem como cada segmento uma TMA
média para remuneração dos recursos próprios aplicados.

Análise da Viabilidade de Projetos


21

Payback Simples - PBS


Este método considera o tempo de retorno do capital investido. É estabelecido um prazo
máximo para a recuperação do investimento, que servirá de padrão para a análise de
viabilidade do projeto.
O valor aplicado é adicionado, período a período, aos fluxos de caixa líquidos gerados,
para que se obtenha o tempo de recuperação do investimento inicial.

EXEMPLO:
Considere que uma empresa pretende realizar um projeto, conforme fluxo de caixa
adiante informado, com seis anos de duração e que o prazo máximo que ela suporta para
o payback é de quatro anos. Qual o período de recuperação do investimento inicial?

ANO 0 1 2 3 4 5 6
F. CAIXA (400) 80 90 120 130 100 70
V. ACUM. (400) (320) (230) (110) 20 120 190

SOLUÇÃO:
Nesse caso, o período em que o valor acumulado se torna positivo é antes do quarto
ano. No quarto ano o valor já é positivo.
PB = 110 / 130 = 0,846154 x 365 dias = 309 dias
PB = 3 anos e 309 dias

No cálculo do payback simples alguns problemas devem ser considerados:


 Não leva em consideração o valor do dinheiro no tempo.
 Não leva em conta a distribuição do fluxo de caixa dentro do período de
recuperação do investimento.
 Não considera os fluxos de caixa após o período de recuperação. Isso pode levar
à rejeição de projetos com maior duração e, no entanto, melhor rentabilidade.

 Não pode ser comparado com um padrão de rentabilidade, como o custo de


capital.

Análise da Viabilidade de Projetos


22

Exercícios:
1 – Verificar qual dos dois projetos abaixo se apresenta mais interessante levando-se em
conta o tempo de retorno do capital.

Projetos 0 1 2 3 4 5
A (5.500) 1.900 2.300 2.000 500 500
B (7.500) 1.000 2.000 4.000 2.000 3.000

1 - Verificar qual dos dois projetos abaixo se apresenta mais interessante levando-se
em conta o tempo de retorno do capital.

Projetos 0 1 2 3 4 5
A (8.500) 3.000 2.700 2.500 1.500 1.500
B (10.500) 7.000 500 500 500 6.500

3 - Verificar qual dos dois projetos abaixo se apresenta mais interessante levando-se em
conta o tempo de retorno do capital.

Projetos 0 1 2 3 4
A (15.000) 1.000 7.000 20.000
B (15.000) 3.000 (1.000) (1.000) 25.000

Payback Descontado - PBD


No método do payback descontado introduz-se a taxa de desconto e a idéia do valor do
dinheiro no tempo.
Ele é medido pelo tempo decorrido entre a data inicial do fluxo de caixa (ponto zero) e a
data futura mais próxima até a qual o valor do investimento inicial é coberto pela soma
dos valores presentes das parcelas positivas do fluxo de caixa.

Análise da Viabilidade de Projetos


23

Exemplo:
Considere o investimento representado pelo fluxo de caixa abaixo para o qual se deseja
calcular o payback descontado, levando-se em conta um custo de capital de 10% ao ano.
ANO 0 1 2 3 4 5 6
F. CAIXA (400) 80 90 120 130 100 70
V.PRESENTE (400) 72,73 74,38 90,16 88,79 62,09 39,51
V. ACUM. (400) (327,27) (252,89) (162,73) (73,93) (11,85) 27,66

Solução:
Adiciona-se uma linha para os valores presentes dos fluxos de caixa do projeto, à taxa
de 10% ao ano. Após correlaciona-se os valores presentes com o investimento inicial.
PBD = 11,85 / 39,51 = 0,299924 x 365 dias = 109 dias
PB = 5anos e 109 dias

Exercícios:
1 - Verificar qual o tempo de retorno do capital investido, considerando-se uma TMA
de 18% ao ano para o projeto que apresenta os fluxos de caixa abaixo:

Projetos 0 1 2 3 4
A (10.000) 3.953 3.528 3.446 5.344

2 - Qual dos dois projetos adiante informados apresenta-se mais interessante


considerando-se uma TMA de 10% ao ano?

Projetos 0 1 2 3 4 5
A (5.500) 1.900 2.300 2.000 500 500
B (7.500) 1.000 2.000 4.000 2.000 3.000

Valor Presente – VP
Consiste na técnica de trazer valores futuros para a data presente (data 0) mediante a
utilização de uma taxa de desconto.
Assim, por exemplo, uma dívida de $120.000,00 que tenha o vencimento, da data de
hoje, em 90 dias poderá ser liquidada hoje mediante seu desconto a uma determinada
taxa de desconto acertada entre devedor e credor. Suponhamos a taxa de 2% ao mês.

Análise da Viabilidade de Projetos


24

Fluxo de Caixa:
Data 0 Data 1 (30 dias) Data 2 (60 dias) Data 3 (90 dias)
? 90.000,00

Fórmula:
n
VP = FV / (1 + i )
Donde:
3
VP = 90.000,00 / (1,02) = $84.809, 01
Exercícios:
1 – Achar o Valor Presente dos fluxos abaixo discriminados. Considerar a taxa de
desconto de 17% ao ano.
A
1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

VP(17%) = $

B
1.000 2.000 3.000

VP(17%) = $

C
1.000 (1.500) 2.000 (2.500) 3.000

VP(17%) = $

D
1.000 1.800 2.000 2.300 3.000
(1.500) (2.500)

VP(17%) = $

Valor Presente Líquido – VPL


O valor presente líquido para análise de projetos é calculado pela diferença entre o valor
dos fluxos de caixa previstos, e o valor presente dos investimentos.
Fórmula:
CFj
VPL = - CF0 + ∑ -------------
j
(1 + i )

Análise da Viabilidade de Projetos


25

O valor de qualquer projeto de investimento deve ser função de quatro variáveis:


 Quanto foi investido.
 Quanto ele gera de fluxo de caixa.
 Quando o fluxo de caixa deve ocorrer.
 Qual o risco associado a esse fluxo de caixa.

O método do Valor Presente Líquido (VPL) é a técnica mais conhecida e também a


mais utilizada na avaliação de investimentos.
Através dessa metodologia concentram-se todos os valores futuros esperados do fluxo
de caixa na data zero. A TMA deve ser a taxa utilizada como a taxa de desconto dos
fluxos futuros.
A decisão de investimento com base no método do VPL é simples e pode ser resumida
da seguinte forma:
 VPL > 0, o projeto deve ser aceito.
 VPL = 0, é indiferente aceitar ou não.
 VPL < 0, o projeto deve ser rejeitado.

Sendo o VPL positivo, teremos que na data zero o valor presente de todos os fluxos de
caixa, descontados à taxa “i”, é maior do que o capital investido.
Temos que:
 O capital investido é recuperado.
 A remuneração do investimento supera a taxa de atratividade da empresa, “i”.
 O projeto gera um ganho de riqueza que, na data zero, a valor presente, é
representado pelo VPL.

Exercícios:
1 – Para os fluxos adiante informados calcular o VPL considerando as taxas
discriminadas:

A (20% a.a.)
(6.000) 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

VPL =

Análise da Viabilidade de Projetos


26

B (15% a.a.)
(6.000) 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

VPL =

C (16,40% a.a.)
(6.000) 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000

VPL =

2 – Suponha que uma empresa dispõe de duas alternativas de investimento


representadas pelos fluxos de caixa adiante informados. Considerando-se uma TMA de
18% ao ano, qual dos dois investimentos deverá ser aceito?

Alternativa A
Investimento 1 2 3 4
(15.500) 1.000 2.000 10.000 15.500

Alternativa B
Investimento 1 2 3 4
(15.500) 2.000 3.000 9.000 14.000

SOLUÇÃO:
VPL (A) (18%) =
VPL (B) (18%) =

2 – Qual das alternativas abaixo deverá ser aceita se o custo do capital for de 12,5%
ao ano?

Alternativa A
Investimento 1 2 3 4
(15.000) 1.000 7.000 20.000

VPL (A) (12,5%) =

Análise da Viabilidade de Projetos


27

Alternativa B
Investimento 1 2 3 4
(15.000) 3.000 (1.000) (1.000) 25.000

VPL (B) (12,5%) =

4 – Uma empresa dispõe de duas alternativas de investimento. O custo do capital é de


19,0% ao ano. Avaliar os fluxos de caixa abaixo e informar qual delas deverá ser aceita.

Alternativa A
Investimento 1 2 3 4
(25.000) 50.000

VPL (A) (19%) =

Alternativa B
Investimento 1 2 3 4
(25.000) (3.000) 54.200

VPL (B) (19%) =

5 – Informar qual das duas alternativas de investimento deverá ser aceita se a TMA for
de 16% ao ano.
Alternativa A
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(13.000) 9.900 100 9.500 6.663,2

VPL (A) (16%) =


Alternativa B
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(13.000) 3.400 6.700 7.800 9.900

VPL (B) (16%) =

Análise da Viabilidade de Projetos


28

Taxa Interna de Retorno – TIR


A taxa interna de retorno é a taxa de juros (de desconto) que iguala, em um determinado
momento do tempo, o valor presente das entradas (fluxos à disposição dos sócios,
acionistas, investidores) com o das saídas (investimentos, aportes de recursos) previstas
de caixa.
O momento zero é adotado como o início da operação, embora, no caso de um projeto,
os investimentos ocorram antes do marco zero.
Adota-se que o momento zero é a “data focal” de comparação dos fluxos de caixa.
A taxa interna de retorno é identificada da seguinte forma:
FC1 FC 2 FC n
FC O    ... 
(1  i ) 1
(1  i ) 2
(1  i ) n
Deduzindo-se que:

n FC j
FC o  
J 1 (1  i ) j

Onde:
FC0 = valor do fluxo de caixa no momento zero;

FCj = fluxos previstos de entradas ou saídas de caixa em cada período de tempo;


i = taxa de desconto que iguala, em determinada data, as entradas com as saídas
previstas de caixa.
Trata-se da taxa interna de retorno.
Por exemplo, admita que uma instituição financeira tenha emprestado a uma empresa o
valor de $50.000,00 para ser liquidado em duas prestações mensais e sucessivas de
$26.130,54 cada.
Graficamente, tem-se a seguinte representação:

26.130,54 26.130,54

0 1 2
(50.000,00)

Análise da Viabilidade de Projetos


29

Resolvendo a expressão com o auxílio de uma calculadora, tem-se o custo efetivo


mensal de: 3,0% ao mês.

26.130,54 26.130,54
50.000,00  
(1,03) (1,03) 2

A taxa de 3,0% ao mês, representa, diante das características do método da TIR, a taxa
de juros que iguala, em determinada data, a entrada de caixa com as saídas de caixa.
A data focal para o cálculo da TIR pode ser definida livremente, sem que isso interfira
no seu resultado.
No exemplo anterior, ao fixar a data focal ao fim do segundo mês, verifica-se que a taxa
não se altera, permanecendo em 3% ao mês.

50.000,00 (1+i)2 = 26.130,54 (1+i)1 + 26.130,54


50.000,00 (1,03)2 = 26.130,54 (1,03) + 26.130,54
53.045,00 = 26.914,46 + 26.130,54

53.045,00 = 53.045,00

Pode-se verificar que o VPL será igual a zero quando as grandezas futuras, descontadas
com uma determinada taxa, produzir um valor presente para o fluxo de caixa que seja
igual ao investimento inicial (desembolso) colocado no ponto zero da escala de tempo.

Decisão de investimento considerando a TIR:


 Custo de capital < TIR, projeto deve ser aceito (VPL > 0)
 Custo de capital = TIR, indiferente aceitar ou não (VPL = 0)
 Custo de capital > TIR, projeto deve ser rejeitado (VPL <0)

Percebe-se facilmente que o método da TIR apresenta, segundo o processo decisório


apresentado, os mesmos resultados que o VPL. No entanto, pode apresentar problemas
tais como:
 Seu cálculo é complexo e demanda a utilização de calculadoras financeiras ou
planilhas eletrônicas.

Análise da Viabilidade de Projetos


30

 Os fluxos de caixa intermediários devem ser reinvestidos à taxa interna de


retorno.
 O método da TIR pode gerar taxas múltiplas de retorno se o fluxo de caixa mudar
de sinal mais de uma vez.
 O método da TIR ignora as diferenças de escala, na hora da comparação de dois
projetos mutuamente excludentes.

Exercícios:
1 – Verificar qual dos dois projetos, cujos fluxos de caixa encontram-se informados,
deverá ser aceito se a remuneração desejada pelo investidor for de 19,5% ao ano.
$
Datas 0 1 2 3 4
A (87.000) 32.000 34.000 40.000 42.000
B (87.000) 27.000 35.000 39.950 50.000

TIR (A) =
TIR (B) =

2 - Verificar qual dos dois projetos, cujos fluxos de caixa encontram-se informados,
deverá ser aceito se a remuneração desejada pelo investidor for de 16,5% ao ano.
$
Datas 0 1 2 3 4
A (55.000) 21.000 26.000 35.000
B (55.000) 23.000 27.000 33.000

TIR (A) =
TIR (B) =

3 - Verificar qual dos dois projetos, cujos fluxos de caixa encontram-se informados,
deverá ser aceito se a remuneração desejada pelo investidor for de 25,5% ao ano.
$
Datas 0 1 2 3 4
A (125.000) 35.000 45.000 65.000 95.000
B (80.000) 20.000 35.000 45.000 67.000

Análise da Viabilidade de Projetos


31

TIR (A) =
TIR (B) =

Índice de Lucratividade – IL
O índice de lucratividade é uma medida relativa entre o valor presente dos fluxos de
caixa recebidos e o investimento inicial: IL = VP / I ou IL = (VPL + I) / I, sendo o valor
do investimento colocado em módulo, ou seja, sempre positivo.

Decisões a partir do índice de lucratividade:


 IL > 1 - para cada unidade de investimento, o valor presente dos futuros fluxos
de caixa é maior do que 1. O investimento será recuperado, remunerado ao
menos à taxa exigida e haverá ainda um aumento de riqueza. É equivalente a
dizer que o VPL > 0.
 IL = 1 - para cada unidade de investimento, o valor presente dos futuros fluxos
de caixa é igual a 1. O investimento será recuperado, remunerado exatamente à
taxa exigida, ou seja que o VPL = 0.
 IL < 1 - para cada unidade de investimento, o valor presente dos futuros fluxos
de caixa é menor do que 1. O investimento não será recuperado, ou seja, não
será remunerado à taxa exigida, destruindo valor, VPL < 0.

O critério de decisão é muito simples, o investimento deverá ser aceito se ao menos o IL


for igual a 1.
Exercícios:

1 – Seu diretor está estudando a possibilidade de realizar um investimento em


determinado projeto que propiciará à empresa o fluxo de caixa abaixo:
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(25.000) 1.000 1.000 500 50.000

Sabendo-se que o WACC (Weighted Average Cost of Capital) é de 19% ao ano, opine
sobre a viabilidade do projeto.

Análise da Viabilidade de Projetos


32

2– Através do método do IL verificar se o projeto, cujo fluxo de caixa encontra-se


abaixo informado, deverá ser aceito. A TMA é de 13% ao ano.
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(26.000) 1.000 (2.000) 500 49.000

3 – Em relação ao problema anterior, considere uma taxa de 18% e opine sobre a


viabilidade do projeto.

4 – Sua empresa está estudando a viabilidade de aplicar no projeto A ou no projeto B.


A TMA requerida é de 18% ao ano. Avaliar qual das alternativas deverá ser aceita.

Projeto A
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(30.000) 3.500 (200) 5.500 55.000

Projeto B
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(25.000) 1.500 1.000 1.000 50.000

Taxa de Rentabilidade - TR
A Taxa de Rentabilidade – TR consiste na relação entre o valor presente (VP),
determinado a partir da taxa de atratividade, e o valor presente dos desembolsos de
capital.

FÓRMULA:
TR = ((Valor Presente -VP) / (Desembolsos de Capital)) – 1) x 100
ou,
TR = (Valor Presente Líquido / Desembolsos de Capital) x 100

Exercícios:

Análise da Viabilidade de Projetos


33

1 – Uma empresa está estudando investir num dos projetos cujos fluxos de caixa
encontram-se informados.
A TMA é de 21% ao ano. Avaliar qual deles deverá ser aceito utilizando o método da
Taxa de Rentabilidade.
Projeto A
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(100.000) 50.000 150.000

Projeto B
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(100.000) 70.000 10.000 1.000 100.000

2 – Adotar o método da Taxa de Rentabilidade para escolher qual dos dois projetos
abaixo indicados deverá ser aceito. Considerar uma TMA de 25% ao ano.

Projeto A
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(45.000) 10.000 10.000 35.000 25.000

Projeto B
$ mil
Investimento 1 2 3 4
(45.000) 35.000 10.000 10.000 25.000

3 – Determinar a taxa de rentabilidade para o investimento inicial de R$ 22 milhões o


qual gera os fluxos de caixa abaixo informados. Considerar a taxa de atratividade de
20% ao ano.
$
DATA 1 DATA 2 DATA 3 DATA 4
8.000.000 6.000.000 10.000.000 16.000.000

Análise da Viabilidade de Projetos


34

Projetos Mutuamente Excludentes

São aqueles em que a escolha por um deles elimina os demais ou todos. No caso de dois
projetos A e B, podemos aceitar A ou B ou rejeitar ambos. Não se pode aceitar A e B ao
mesmo tempo. Os métodos da TIR e do IL ignoram as diferenças de escala, na hora de
comparação de dois projetos mutuamente excludentes.

Exemplo:
1 – Vamos considerar um investimento na realização de um projeto imobiliário. Uma
construtora possui um terreno e deseja verificar duas opções de investimento: construir
uma residência com investimento total de R$ 1 milhão ou um edifício com investimento
total de R$ 10 milhões.
Os projetos são mutuamente excludentes: se construir a residência não construirá o
edifício e vice-versa. O horizonte de ambos os projetos é de um ano e o custo do capital
em ambos os casos é de 15% ao ano. Decidir qual dos dois investimentos é o melhor.
$
Projetos Data 0 Data 1 TIR IL VPL
Residência (1.000.000) 1.600.000 60% 1,39 391.304,35
Edifício (10.000.000) 13.000.000 30% 1,13 1.304.347,83

A riqueza aumenta mais no caso do edifício (VPL), apesar da taxa interna de retorno e
do índice de lucratividade serem maiores no projeto da residência.
Esse é o problema de escala que ocorre com a análise da TIR e do IL.
O que é melhor: ganhar mais sobre pouco ou menos sobre muito? O método do VPL
pode resolver esse problema. Esse exemplo adaptado de Ross e colaboradores,
apresenta um método simples que soluciona essas questões.
Podemos adotar tanto a TIR incremental, VPL incremental ou IL incremental.
Os fluxos incrementais são calculados através da diferença entre os fluxos dos dois
projetos:
$
Projetos Data 0 Data 1 TIR IL VPL
Edifício (10.000.000) 13.000.000
Residência (1.000.000) 1.600.000
F. CX. Increm. (9.000.000) 11.400.000 26,66% 1,10 913.043,48

Análise da Viabilidade de Projetos


35

CONCLUSÃO:
1 – O VPL do projeto de maior escala, edifício, é maior do que o da residência.
2 – O VPL incremental é positivo e, nesse caso, devemos escolher o projeto de maior
escala.
3 – O cálculo o IL incremental é maior do que 1 e, nesse caso, o projeto do edifício,
maior escala, é o indicado.
4 – A TIR incremental, 26,66% é superior ao custo do capital, 15%, indicando que a
aceitação deve recair sobre o projeto de maior escala. Essa taxa representa a taxa de
juros que torna os dois investimentos em termos de atratividade econômica, produzindo
o mesmo valor presente líquido. Essa taxa é conhecida como Intersecção de Fischer.

13.000.000
VPL (Edifício) = -10.000.000 + --------------------- = R$ 263.155,19
(1,266667)

1.600.000
VPL (Residência) = -1.000.000 + --------------------- = R$ 263.157,5
(1,266667)

Exercícios:

1 – Seja um projeto imobiliário para o qual a construtora possua um terreno e esteja


estudando duas opções de investimento:
 Construir uma grande residência com investimento total de $ 1.500.000,00
podendo ser vendida por $ 2.500.000,00;
 Construir um edifício com investimento total de $ 11.000.000,00 e vendido por
$ 14.500.000,00.

Os projetos são mutuamente excludentes, pois se construir a residência não construirá o


edifício e vice-versa. A maturação é de um ano.
O custo de capital em ambos os casos é de 15% ao ano.
Decidir qual dos dois projetos deverá ser implementado.

Análise da Viabilidade de Projetos


36

2 – O projeto de um espetáculo pode ser realizado de duas maneiras: com investimento


menor ou mais expressivo. O custo do capital para os projetos é de 22% ao ano. Os
fluxos de caixa são:
$
Projetos 0 1 TIR VPL IL
Menor Escala (10.000.000) 38.000.000
Maior Escala (20.000.000) 60.000.000
Fluxo Increm.

3 – Um investidor dispõe de dois projetos mutuamente excludentes conforme fluxos


abaixo. A TMA é de 27% ao ano. Um investimento num CDB rende líquido no ano
12%.
Avaliar o melhor projeto.
Fluxos:
$ mil
Projetos 0 1 2 3 TIR VPL IL
A (1.000) 1.200 1.200 1.200
B (5.000) 3.553 3.553 3.553
F Increm.

3 – Os fluxos abaixo se referem a três projetos mutuamente excludentes. Verificar


qual deles deverá ser aceito se a TMA for de 10% ao ano.

Projeto A
$ mil
Investimento 1 2 3 4 5
(42.000) 8.000 9.500 10.500 14.500 16.500

Projeto B
$ mil
Investimento 1 2 3 4 5
(50.000) 20.000 10.000 10.000 15.000 15.000

Projeto C
$ mil
Investimento 1 2 3 4 5
(20.000) 8.000 6.000 6.000 4.000 4.000

Análise da Viabilidade de Projetos


37

Projetos Mutuamente Excludentes com Horizontes de Planejamento


Diferentes
Quando nos deparamos com projetos mutuamente excludentes com horizontes de
planejamento diferentes somos obrigados a efetuar alguns ajustes e autores, como Souza
e co-autor (1977) ou Ross e colaboradores (2002) sugerem três maneiras distintas com
decisões convergentes:
 Calcula-se o VPL de cada projeto e transforma-se o resultado encontrado em
uma PMT ou VPL anualizado. A escolha recairá por aquele que apresentar
maior PMT.
 Igualemos as durações dos empreendimentos usando o mínimo múltiplo
comum e a decisão poderá ser tomada quer pelo maior VPL ou maior PMT
dos projetos expandidos.
 Ante a incerteza inerente ao ramo de atividade, Souza e co-autor (1977)
sugerem reduzir a duração do projeto maior para o tempo do menor e ajustar
o valor residual.

Exemplo:
1 – Sejam dois projetos mutuamente excludentes com custo de capital igual a 10% ao
ano. Qual é o mais atraente?
$ mil
PROJETOS 0 1 2 3
A (100) 70 80 90
B (200) 170 120

1ª Solução:
Calcula-se o VPL dos projetos A e B encontrando-se respectivamente $ 97,37 e $
53,71. Anualizando (PMT) dos dois VPLs encontrados, temos: $ 39,15 para o projeto
A e $ 30,95 para o projeto B.
A decisão será pelo projeto que apresentar a maior PMT, projeto A.

2ª solução:
Uma outra solução é a de expandir, igualar, o projeto B para o mesmo período do
projeto de maior duração, A.

Análise da Viabilidade de Projetos


38

Projeto A
$ mil
0 1 2 3 4 5 6
(100) 70 80 90
(100) 70 80 90
(100) 70 80 (10) 70 80 90

Projeto B
$ mil
0 1 2 3 4 5 6
(200) 170 120
(200) 170 120
(200) 170 120
(200) 170 (80) 170 (80) 170 120

Encontra-se o VPL e a PMT de cada projeto:

Projeto A
VPL (10% a.a.) = $ 170,52
PMT (10% a.a.) (6n) = $ 39,15

Projeto B
VPL (10% a.a.) = $ 134,80
PMT (10% a.a.) (6n) = $ 30,95

A decisão será pelo projeto que apresentar o maior VPL ou PMT, projeto A.

Exercícios:

1 – Avaliar os dois projetos cujos fluxos de caixa encontram-se discriminados abaixo e


decidir sobre o mais interessante considerando uma TMA de 17,5% ao ano.

$ mil
Projetos 0 1 2 3
A (200) 350
B (400) 300 250 650

Análise da Viabilidade de Projetos


39

2 – Avaliar os dois projetos cujos fluxos de caixa que se encontram adiante


discriminados escolhendo o mais interessante. Considere uma TMA de 20% ao ano.

$ mil
Projetos 0 1 2 3
A (100) 70 70
B (150) 80 60 90

3 – Qual o projeto mais interessante considerando-se os dados abaixo? A TMA


requerida é de 15% ao ano.
$
Discriminação A B
Investimento Inicial 80.000,00 60.000,00
Custo Operacional Anual 16.000,00 24.000,00
Custo Manutenção Anual 4.000,00 2.400,00
Valor Residual do Projeto 10.000,00 6.000,00
Vida Útil 5 ANOS 4 ANOS

Projetos Independentes
São aqueles cuja aceitação não depende da dos outros projetos. Uma alternativa de
investimento de capital, quando tratada individualmente, é considerada como
economicamente atraente ao apresentar um VPL positivo, ou uma TIR superior (no
mínimo, igual) à taxa mínima de retorno requerida ou um IL maior (ou igual) a 1.

Projetos Dependentes
São aqueles que, ao serem escolhidos, alteram a decisão em relação aos demais do
orçamento ou carteira de projetos. Racionamento de capital, restrição orçamentária ou
orçamento de capital limitado a um valor, expressões de mesmo significado, tem a
característica de tornar os projetos financeiramente dependentes entre si.
Segundo Ross e colaboradores (2002), não se pode classificar os projetos pelo VPL.
Os projetos devem ser priorizados pelo índice de lucratividade, IL.

Análise da Viabilidade de Projetos


40

Exemplo:
1 – Seja uma empresa que está considerando o investimento em três projetos. A
empresa tem disponível R$ 200 milhões. O custo de capital é de 12,2% ao ano. Os
fluxos são:
$ milhões
PROJETOS 0 1 2
A (200) 700 100
B (100) 150 400
C (100) (50) 600

No caso de racionamento de capital devemos calcular os índices de lucratividade. Para


comparar os métodos calculamos o VPL e a TIR de cada um deles.

PROJETOS IL VPL TIR


A 3,517 503,32 263,75%
B 4,514 351,43 188,60%
C 4,320 332,05 121,22%

Visto que o investimento máximo é de R$ 200 milhões, a empresa deve optar entre o
projeto A e os projetos B e C em conjunto. O projeto A é o que tem o maior VPL e TIR
e seria escolhido por esse critério.

No entanto, a soma dos VPLs dos projetos B e C (R$ 683,48) é maior do que o de A
(R$ 503,32), direcionando a escolha para os projetos B e C.

Pelo critério do índice de lucratividade, B e C seriam classificados antes de A.


Dessa forma, para situações desse tipo, devemos utilizar o método do IL para
decisão.

Exercícios:
1 – Uma empresa está considerando o investimento em três projetos. A empresa tem
disponível o montante de $ 600.000,00 para investir. O custo de capital da empresa é de
15,5% ao ano.

Análise da Viabilidade de Projetos


41

Aos dados dos fluxos de caixa são:


$
Projetos 0 1 2
A (600.000) 450.000 500.000
B (300.000) 400.000 120.000
C (300.000) 500.000 100.000

2 - Uma empresa tem $26.000 milhões para investir. Deseja que seus recursos próprios
sejam remunerados a taxa de 8% ao ano.
Diversos projetos foram apresentados conforme os fluxos de caixa adiante informados:

$ milhões
Projetos Investimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
A (5.000) 580 1.600 2.000 3.000
B (10.000) 3.000 4.000 6.000
C (10.000) 4.000 4.000 4.000 4.000
D (12.000) 5.000 5.000 5.000
E (8.000) 6.000 6.000
F (5.000) 1.000 4.500
G (6.000) 2.000 2.000 3.000 3.000

CUSTO DO CAPITAL

Custo de Oportunidade do Capital


O custo do capital é o custo de oportunidade de uso do fator de produção capital
ajustado ao risco do empreendimento.
É a taxa esperada de rentabilidade oferecida nos mercados de capitais para
empreendimentos na mesma classe de risco.
É necessário distinguir entre o custo de capital da empresa, o custo de capital do
acionista (custo do capital próprio) e o custo do capital apropriado para avaliação
econômica de um projeto de investimento (custo ajustado do capital).

Análise da Viabilidade de Projetos


42

Resumo:
Custo do Capital da Empresa: reflete a atual estrutura de capital da empresa e a
rentabilidade dos ativos atuais da empresa.

Custo do Capital do Acionista: Representa o retorno esperado pelo capital próprio


(dos acionistas) colocado na empresa.

Custo do Capital Apropriado para Avaliação Econômica de um Projeto: É a taxa


mínima de atratividade do empreendimento com o ajuste necessário para o risco do
projeto.

Custo Médio Ponderado do Capital – CMPC


O CMPC parte do princípio de que a empresa é financiada simultaneamente por capitais
próprios e de terceiros.
A rentabilidade mínima aceitável será igual a rentabilidade média ponderada de uma
carteira formada pelas fontes de recursos que financiam o ativo da empresa.

Fórmula: (% CP x CCP) + ((% CT x CCT x (1 – IR))

O CMPC é correto somente para projetos idênticos à empresa patrocinadora. Não é


correto para projetos que alterem o risco e a estrutura de capital da empresa.

Exercícios:

1 – Uma empresa está estudando a viabilidade de realizar um projeto no valor de $


14.000.000,00. Pretende financiar o projeto com $ 9.000.000,00 de capital próprio e $
5.000.000,00 de um financiamento bancário que tem o custo de 25% ao ano e que será
amortizado totalmente no período de 4 anos. O custo do capital próprio é de 18% ao
ano. Calcular a viabilidade do empreendimento utilizando o custo médio ponderado do
capital. O Imposto de renda é de 30% e o fluxo de caixa líquido para os acionistas está
assim discriminado:

Análise da Viabilidade de Projetos


43

$
Data 0 Data 1 Data 3 Data 4
(9.000.000) 5.600.000 3.000.000 2.200.000 3.400.000

2 – Um projeto no valor de $25.000.000,00 vai ser financiado com as seguintes fontes


de financiamento: $9.000.000,00 de recursos próprios, $3.000.000,00 de empréstimos
de curto prazo a um custo de 36% ao ano e $13.000.000,00 de empréstimos a longo
prazo a um custo de 25% ao ano. O custo do capital próprio é de 18% ao ano. Calcular o
custo médio ponderado de capital.

Exercícios Diversos
PAYBACK SIMPLES

1 - Uma empresa considera a realização de um projeto de investimentos com seis anos


de duração. O prazo que ela suporta para o payback do projeto é de quatro anos.
A tabela abaixo apresenta os valores para os fluxos de caixa anuais do projeto. Qual o
período de recuperação do investimento inicial (payback)? O projeto deve ser aceito?
$
ANO 0 1 2 3 4 5 6
F. Caixa (400.000) 80.000 90.000 120.000 130.000 100.000 70.000

2 – Verificar qual dos dois projetos deverá ser aceito se o período de payback máximo
desejado for de 3 anos e meio.

Projeto A
$
ANO 0 1 2 3 4
F. Caixa (100.000) 30.000 50.000 30.000 70.000

Projeto B
$
0 1 2 3 4
F. Caixa (100.000) 80.000 50.000 40.000 30.000

Análise da Viabilidade de Projetos


44

PAYBACK DESCONTADO

1 - Um investidor está estudando as alternativas abaixo para aplicar seus recursos


disponíveis. A taxa mínima que aceita para realizar o investimento é de 19,5% ao ano.
Informar e justificar qual dela deverá ser aceita se o período de payback for de 3 anos e
meio.

Fluxo A
$
0 1 2 3 4
(98.000) 20.000 37.000 65.000 70.000

Fluxo B
$
0 1 2 3 4
(98.000) 11.000 43.025 56.000 90.000

2 – Calcular o Payback Descontado do fluxo de caixa abaixo considerando uma taxa de


17% ao ano. O prazo máximo para que os recursos investidos fiquem aplicados é de 3
anos.
$
0 1 2 3 4
(50.000) 15.000 30.000 25.000 15.000

VALOR PRESENTE – VP

1 – Uma empresa dispondo de caixa deseja liquidar antecipadamente uma dívida


escalonada conforme fluxo abaixo. Para tanto negociou com o credor uma taxa de 2%
ao mês. Calcular o valor do pagamento.
$
Pagamento Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4
5.000 7.000 2.000 12.000

2 – Quanto deverá ser investido na data 0 para uma aplicação que paga mensalmente
valores conforme o fluxo de caixa abaixo se o investidor desejar ganhar uma taxa de
1,5% ao mês.
$
Investimento Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4
5.000 5.500 6.000 7.000

Análise da Viabilidade de Projetos


45

VALOR PRESENTE LÍQUIDO – VPL

1 – Utilizando a metodologia do Valor Presente Líquido decidir qual dos dois


investimentos deverá ser aceito se a taxa de remuneração desejada para os recursos
próprios for de 23 % ao ano.

Fluxo A
$ mil
0 1 2 3 4 5
(1.000) 300 350 400 400 455

Fluxo B
$ mil
0 1 2 3 4 5
(1.000) 200 250 300 649 715

2 – Qual dos dois projetos, cujos fluxos de caixa estão adiante informados, deverá ser
aceito se a taxa desejada para remuneração dos recursos próprios aplicados for de 25 %
ao ano? .

Fluxo A
$ mil
0 1 2 3 4 5
(12.000) 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000

Fluxo B
$ mil
0 1 2 3 4 5
(12.000) 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000

TAXA INTERNA DE RETORNO – TIR

1 – Através da metodologia da Taxa Interna de Retorno – TIR verificar qual dos dois
projetos deverá ser aceito se a taxa de remuneração desejada para os recursos próprios
for de 25 % ao ano.

Fluxo A
$ mil
0 1 2 3 4 5
(49.000) 10.000 15.000 20.000 25.000 35.000

Análise da Viabilidade de Projetos


46

Fluxo B
$ mil
0 1 2 3 4 5
(49.000) 25.000 20.000 15.000 10.000 14.671

2 – Através da metodologia da Taxa Interna de Retorno – TIR verificar qual dos dois
projetos deverá ser aceito se a taxa de remuneração desejada para os recursos próprios
for de 20 % ao ano.

Fluxo A
$ mil
0 1 2 3 4 5
(90.000) 5.000 10.000 55.000 60.000 70.000

Fluxo B
$ mil
0 1 2 3 4 5
(49.000) 70.000 40.000 3.000 5.000 5.000

ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE – IL

1 – Através da metodologia do Índice de Lucratividade – IL verificar qual dos dois


projetos deverá ser aceito se a taxa de remuneração desejada para os recursos próprios
for de 22 % ao ano.

Fluxo A
$ mil
0 1 2 3 4 5
(4.000) 500 1.500 2.000 2.500 3.000

Fluxo B
$ mil
0 1 2 3 4 5
(4.000) 2.000 2.000 1.000 1.500 2.000

TAXA DE RENTABILIDADE – TR

1 – Através da metodologia da Taxa de Rentabilidade – TR verificar qual dos dois


projetos deverá ser aceito se a taxa de remuneração desejada para os recursos próprios
for de 28 % ao ano.

Análise da Viabilidade de Projetos


47

Fluxo A
$ mil
0 1 2 3 4 5
(5.000) 2.000 2.500 1.000 2.500 3.000

Fluxo B
$ mil
0 1 2 3 4 5
(5.000) 1.000 2.000 2.500 3.000 3.500

PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES -FICHER

1 - Uma construtora dispõe de um terreno e está estudando a viabilidade de construir


uma grande residência com investimento de R$ 1 milhão ou um edifício com
investimento de R$ 10 milhões. Os projetos são mutuamente excludentes, pois se
construir a residência não fará o edifício e vice-versa, já que o terreno é o mesmo.
O custo de capital em ambos os casos é de 15% ao ano. O preço de venda é de R$
1.600.000,00 para a residência e de R$ 13.000.000,00 para o edifício.

2 - Vamos considerar os fluxos de caixa, referentes a dois projetos. O custo de capital é


de 22% para ambos.
$
Projeto Data 0 Data 1
A (10.000.000) 38.000.000
B (20.000.000) 60.000.000

Qual dos dois representa a melhor solução?

PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES COM HORIZONTES DIFERENTES

1 - Os projetos abaixo são mutuamente excludentes e possuem horizontes diferentes.


Qual dos dois apresenta-se mais interessante se o custo de capital for de 10% ao ano?
$ mil
ANOS 0 1 2 3
PROJETO A -200 140 160 180
PROJETO B -400 340 240

Análise da Viabilidade de Projetos


48

2 - Os projetos abaixo são mutuamente excludentes e possuem horizontes diferentes.


Qual dos dois apresenta-se mais interessante se o custo de capital for de 20 % ao ano?
$ mil
Anos 0 1 2
Projeto A (700) 486 486
Projeto B (1.300) 1.690

PROJETOS DEPENDENTES

1 – Um investidor está avaliando os projetos cujos fluxos encontram-se adiante


informados. Os recursos disponíveis são de $ 800 milhões. Verificar quais deverão ser
aceitos. O custo dos recursos próprios do investidor é de 26 % ao ano.

Fluxo A
$ milhões
0 1 2 TIR VPL IL
(790) 670 700

Fluxo B
$ milhões
0 1 2 TIR VPL IL
(395) 395 350

Fluxo C
$ milhões
0 1 2 TIR VPL IL
(395) 350 300

2 - Uma empresa tem $40.000 milhões para investir. Deseja que seus recursos próprios
sejam remunerados a taxa de 15% ao ano.
Diversos projetos foram apresentados conforme os fluxos de caixa adiante informados:

$ mil
Projetos Investimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
A (1.000) 300 400 500 600
B (6.000) 2.000 3.500 4.000
C (10.000) 6.500 7.500
D (3.000) 3.700
E (6.000) 1.800 2.500 3.500 4.000

Análise da Viabilidade de Projetos


49

F (10.000) 2.000 3.000 7.000


G (2.000) 500 500 600 600

CUSTO MÉDIO PONDERADO DO CAPITAL - CMPC

1 – Um projeto no valor de $ 3.000 milhões vai ser executado com $ 1.800 milhões de
capital próprio e $ 1.200 milhões de um empréstimo de longo prazo. O custo do capital
próprio foi estabelecido em 19,5 % ao ano e o custo do financiamento em 25 % ao ano.
O Imposto de Renda é de 15 %. Calcular o Custo Médio Ponderado do Capital.

2 – Uma empresa pretende financiar seu projeto de expansão com 30% de recursos
provenientes de um empréstimo bancário, cujo custo é de 25% ao ano. O capital próprio
tem um custo de 20% ao ano. O Imposto de Renda é de 15%. Calcular o Custo Médio
Ponderado de Capital.

Análise da Viabilidade de Projetos


50

MBA em Projetos

Análise de Viabilidade
em Projetos

Professora: Vanessa Janni Epelbaum

Agenda
Introdução

Matemática Financeira??!!

Roteiro de Informações para Elaboração e Apresentação de Projetos de


Viabilidade Técnica, Econômica e Financeira.

Planejamento Financeiro – Fontes de Financiamento.

Fundamentos para Elaboração dos Fluxos de Caixa de Projetos.

Necessidade Líquida de Capital de Giro – NLDCG.

Elaboração de um Projeto.

Técnicas de Análise de Projetos: TMA, Payback Simples, Payback


Descontado, Valor Presente – VP, Valor Presente Líquido – VPL, Taxa
Interna de Retorno –TIR, Índice de Lucratividade – IL, Taxa de
Rentabilidade – TR.

Análise da Viabilidade de Projetos


51

Agenda

Projetos Mutuamente Excludentes.

Projetos Mutuamente Excludentes com Horizontes de Planejamento


Diferentes.

Projetos Independentes.

Projetos Dependentes.

Custo do Capital.

Custo Médio Ponderado do Capital.

Viabilidade de Projetos
Estudo que objetiva diagnosticar as condições de
existência e sustentação de empreendimento
temporário para possibilitar prognósticos sobre
seu desempenho futuro

Análise da Viabilidade de Projetos


52

PROJETO

ÁREAS DE CONHECIMENTO

Áreas de Conhecimento:

Recursos
Custo Humanos Escopo

Integração

Qualidade Risco Tempo

Análise da Viabilidade de Projetos


53

Áreas de Conhecimento:

- Custo: VPL, Payback, TMA


- Risco: Tecnológico, Externo, Governo
- RH: Competências, Motivações, Trabalho Conjunto
- Escopo: Conhecimento sobre o Negócio
- Tempo: Restrição de Prazo, Cronograma
- Qualidade: Expectativa do Cliente
- Comunicação: Distância Geográfica
- Aquisição: Disponibilidade de Insumos

Como surgem os projetos?

“O problema”

Empresa

Cliente

Análise da Viabilidade de Projetos


54

Como surgem os projetos?

 Obrigatoriedade Legal
 Necessidade de Negócio
 Pedido de um Cliente
Cliente
 Demanda de Mercado
 Avanço Tecnológico
 Necessidade Social
 Planejamento Estratégico

Roteiro de Informações para


Elaboração e Apresentação de Projetos
de Viabilidade Técnica, Econômica e
Financeira

Análise da Viabilidade de Projetos


55

Roteiro

I – Identificação do Proponente
II – Objetivo do Projeto
III – Estudo de Mercado
IV – Investimentos Previstos
V – Tecnologia e Processo Produtivo
VI – Impacto Ambiental
VII – Previsão de Faturamento
VIII – Projeção dos Custos e Despesas
IX – Projeção dos Resultados
X – Fontes de Financiamentos dos Investimentos
XI – Cronograma de Usos e Fontes
XII – Garantias Reais

Planejamento Financeiro – Fontes de


Financiamento

Análise da Viabilidade de Projetos


56

Planejamento Financeiro - Fontes de Financiamento

Planejamento financeiro dedica-se as interações de investimento e


financiamento disponíveis para a empresa.

Nesse processo estuda-se o melhor “mix” entre recursos próprios e de


terceiros para financiar os projetos.

As fontes de financiamentos, entre outras, podem ser:

•Financiamento interno, através da retenção de lucros;


•Financiamento externo via dívida com instituições financeiras;
•Financiamento externo via emissões de ações, IPO;
•Financiamento via fornecedores;
•Outras fontes.

Elaboracao de Projetos

A elaboração de um projeto de investimento deve prever através de


orçamentos detalhados, todas as etapas do mesmo, bem como a
consolidação dos diversos orçamentos em projeções dos
demonstrativos financeiros ao quais permitirão, com prudente
antecedência, a avaliação da viabilidade econômico-financeira do
empreendimento.

Análise da Viabilidade de Projetos


57

Fundamentos para Elaboração dos


Fluxos de Caixa de Projetos

Fluxos de Caixa dos Projetos

Sao três as modalidades de Fluxos de Caixa:

O Fluxo de Caixa representativo dos recursos que transitam pela conta


“caixa e bancos”; (1)

O Fluxo de Caixa do Projeto – FCP e,

O Fluxo de Caixa Livre a Disposição dos Sócios / Acionistas. (2)

Análise da Viabilidade de Projetos


58

Fluxos de Caixa dos Projetos

Analisando os Fluxos (1) e (2):

(1)

VPL (18% a.a.) = $75.417,83


TIR = 19,40% ao ano

(2)

VPL (18% a.a.) = $62.797,65


TIR = 19,33% ao ano

Nota-se que tanto o Fluxo do Projeto como o Fluxo para os Sócios


apresentam VPL positivo indicando geração de riquezas a uma taxa
de desconto de 18% ao ano. A TIR dos dois fluxos apresenta-se
superior a taxa de remuneração desejada de 18% ao ano. As duas
metodologias empregadas recomendam a aceitação dos
investimentos por parte dos empreendedores.

Necessidade Líquida de Capital de Giro - NLDCG

A necessidade líquida de capital de giro é a diferença entre as contas do


ativo e passivo circulante, representativas de aplicações e fontes de
recursos, relacionadas com o nível de atividade da empresa.

As principias contas classificadas como “aplicações” e “fontes” de


recursos são:

Aplicações: Duplicatas a receber, Estoques e Despesas antecipadas.

Fontes: Fornecedores, Salários e encargos e Obrigações fiscais.

Análise da Viabilidade de Projetos


59

Técnicas de Análise de Projetos

Técnicas de Análise de Projetos

Taxa Mínima de Atratividade – TMA

A Taxa Mínima de Atratividade pode ser entendida como a melhor taxa,


com baixo grau de risco, à disposição do empreendedor, para aplicação
de seu capital.

Payback Simples - PBS

Este método considera o tempo de retorno do capital investido. É


estabelecido um prazo máximo para a recuperação do investimento, que
servirá de padrão para a análise de viabilidade do projeto.

O valor aplicado é adicionado, período a período, aos fluxos de caixa


líquidos gerados, para que se obtenha o tempo de recuperação do
investimento inicial.

Análise da Viabilidade de Projetos


60

Técnicas de Análise de Projetos

Exemplo: Payback Simples - PBS

Considere que uma empresa pretende realizar um projeto, conforme


fluxo de caixa adiante informado, com seis anos de duração e que o
prazo máximo que ela suporta para o payback é de quatro anos. Qual o
período de recuperação do investimento inicial?

Nesse caso, o período em que o valor acumulado se torna positivo é


antes do quarto ano. No quarto ano o valor já é positivo.
PB = 110 / 130 = 0,846154 x 365 dias = 309 dias
PB = 3 anos e 309 dias

Técnicas de Análise de Projetos

Payback Descontado - PBD

No método do payback descontado introduz-se a taxa de desconto e a


idéia do valor do dinheiro no tempo.

Ele é medido pelo tempo decorrido entre a data inicial do fluxo de caixa
(ponto zero) e a data futura mais próxima até a qual o valor do
investimento inicial é coberto pela soma dos valores presentes das
parcelas positivas do fluxo de caixa.

Análise da Viabilidade de Projetos


61

Técnicas de Análise de Projetos

Exemplo: Payback Descontado - PBD

Considere o investimento representado pelo fluxo de caixa abaixo para


o qual se deseja calcular o payback descontado, levando-se em conta
um custo de capital de 10% ao ano.

Adiciona-se uma linha para os valores presentes dos fluxos de caixa do


projeto, à taxa de 10% ao ano. Após correlaciona-se os valores
presentes com o investimento inicial.
PBD = 11,85 / 39,51 = 0,299924 x 365 dias = 109 dias
PB = 5 anos e 109 dias

Técnicas de Análise de Projetos

Valor Presente – VP
Consiste na técnica de trazer valores futuros para a data presente (data
0) mediante a utilização de uma taxa de desconto.

Exemplo: Valor Presente – VP

Uma dívida de $120.000,00 que tenha o vencimento, da data de hoje,


em 90 dias poderá ser liquidada hoje mediante seu desconto a uma
determinada taxa de desconto acertada entre devedor e credor.
Suponhamos a taxa de 2% ao mês.

Fórmula: VP = FV / (1 + i )n
Donde: VP = 90.000,00 / (1,02)3 = $84.809, 01

Análise da Viabilidade de Projetos


62

Técnicas de Análise de Projetos

Valor Presente Líquido – VPL

O valor presente líquido para análise de projetos é calculado pela


diferença entre o valor dos fluxos de caixa previstos, e o valor presente
dos investimentos.

O valor de qualquer projeto de investimento deve ser função de quatro


variáveis:

Quanto foi investido.


Quanto ele gera de fluxo de caixa.
Quando o fluxo de caixa deve ocorrer.
Qual o risco associado a esse fluxo de caixa.

Técnicas de Análise de Projetos

Valor Presente Líquido – VPL (continuação)

A decisão de investimento com base no método do VPL é simples e


pode ser resumida da seguinte forma:

VPL > 0, o projeto deve ser aceito.


VPL = 0, é indiferente aceitar ou não.
VPL < 0, o projeto deve ser rejeitado.

Análise da Viabilidade de Projetos


63

Técnicas de Análise de Projetos

Taxa Interna de Retorno – TIR

A taxa interna de retorno é a taxa de juros (de desconto) que iguala, em


um determinado momento do tempo, o valor presente das entradas
(fluxos à disposição dos sócios, acionistas, investidores) com o das
saídas (investimentos, aportes de recursos) previstas de caixa.

Decisão de investimento considerando a TIR:

Custo de capital < TIR, projeto deve ser aceito (VPL > 0)
Custo de capital = TIR, indiferente aceitar ou não (VPL = 0)
Custo de capital > TIR, projeto deve ser rejeitado (VPL < 0)

Técnicas de Análise de Projetos

Índice de Lucratividade – IL

O índice de lucratividade é uma medida relativa entre o valor presente


dos fluxos de caixa recebidos e o investimento inicial: IL = VP / I ou IL =
(VPL + I) / I, sendo o valor do investimento colocado em módulo, ou
seja, sempre positivo.

Decisões a partir do índice de lucratividade:

IL > 1 - para cada unidade de investimento, o valor presente dos futuros


fluxos de caixa é maior do que 1. O investimento será recuperado,
remunerado ao menos à taxa exigida e haverá ainda um aumento de
riqueza. É equivalente a dizer que o VPL > 0.

Análise da Viabilidade de Projetos


64

Técnicas de Análise de Projetos

Índice de Lucratividade – IL (continuação)

IL = 1 - para cada unidade de investimento, o valor presente dos futuros


fluxos de caixa é igual a 1. O investimento será recuperado, remunerado
exatamente à taxa exigida, ou seja que o VPL = 0.

IL < 1 - para cada unidade de investimento, o valor presente dos futuros


fluxos de caixa é menor do que 1. O investimento não será recuperado,
ou seja, não será remunerado à taxa exigida, destruindo valor, VPL < 0.

Técnicas de Análise de Projetos

Taxa de Rentabilidade - TR

A Taxa de Rentabilidade – TR consiste na relação entre o valor presente


(VP), determinado a partir da taxa de atratividade, e o valor presente
dos desembolsos de capital.

FÓRMULA:
TR = ((Valor Presente -VP) / (Desembolsos de Capital)) – 1) x 100
ou,
TR = (Valor Presente Líquido / Desembolsos de Capital) x 100

Análise da Viabilidade de Projetos


65

Projetos Mutuamente Excludentes

Projetos Mutuamente Excludentes

Projetos Mutuamente Excludentes

São aqueles em que a escolha por um deles elimina os demais ou


todos. No caso de dois projetos A e B, podemos aceitar A ou B ou
rejeitar ambos. Não se pode aceitar A e B ao mesmo tempo. Os
métodos da TIR e do IL ignoram as diferenças de escala, na hora de
comparação de dois projetos mutuamente excludentes.

Exemplo: Vamos considerar um investimento na realização de um


projeto imobiliário. Uma construtora possui um terreno e deseja verificar
duas opções de investimento: construir uma residência com
investimento total de R$ 1 milhão ou um edifício com investimento total
de R$ 10 milhões.
Os projetos são mutuamente excludentes: se construir a residência não
construirá o edifício e vice-versa. O horizonte de ambos os projetos é de
um ano e o custo do capital em ambos os casos é de 15% ao ano.
Decidir qual dos dois investimentos é o melhor.

Análise da Viabilidade de Projetos


66

Projetos Mutuamente Excludentes

Projetos Mutuamente Excludentes (continuação)

A riqueza aumenta mais no caso do edifício (VPL), apesar da taxa


interna de retorno e do índice de lucratividade serem maiores no projeto
da residência.
Esse é o problema de escala que ocorre com a análise da TIR e do IL.
O que é melhor: ganhar mais sobre pouco ou menos sobre muito? O
método do VPL pode resolver esse problema. Esse exemplo
adaptado de Ross e colaboradores, apresenta um método simples que
soluciona essas questões.
Podemos adotar tanto a TIR incremental, VPL incremental ou IL
incremental.

Projetos Mutuamente Excludentes

Projetos Mutuamente Excludentes (continuação)

Os fluxos incrementais são calculados através da diferença entre os


fluxos dos dois projetos:

CONCLUSÃO:
1 – O VPL do projeto de maior escala, edifício, é maior do que o da
residência.
2 – O VPL incremental é positivo e, nesse caso, devemos escolher o
projeto de maior escala.

Análise da Viabilidade de Projetos


67

Projetos Mutuamente Excludentes

Projetos Mutuamente Excludentes (continuação)

3 – O cálculo o IL incremental é maior do que 1 e, nesse caso, o projeto


do edifício, maior escala, é o indicado.
4 – A TIR incremental, 26,66% é superior ao custo do capital, 15%,
indicando que a aceitação deve recair sobre o projeto de maior escala.
Essa taxa representa a taxa de juros que torna os dois investimentos em
termos de atratividade econômica, produzindo o mesmo valor presente
líquido. Essa taxa é conhecida como Intersecção de Fischer.

Projetos Mutuamente Excludentes com


Horizontes de Planejamento Diferentes

Análise da Viabilidade de Projetos


68

Projetos Mutuamente Excludentes com Horizontes de Planejamento


Diversos

Exemplo: Projetos Mutuamente Excludentes com Horizontes de


Planejamento Diferentes

Sejam dois projetos mutuamente excludentes com custo de capital igual


a 10% ao ano. Qual é o mais atraente?

1ª Solução:
Calcula-se o VPL dos projetos A e B encontrando-se respectivamente $
97,37 e $ 53,71. Anualizando (PMT) dos dois VPLs encontrados, temos:
$ 39,15 para o projeto A e $ 30,95 para o projeto B.

A decisão será pelo projeto que apresentar a maior PMT, projeto A.

Projetos Mutuamente Excludentes com Horizontes de Planejamento


Diversos

Exemplo: Projetos Mutuamente Excludentes com Horizontes de


Planejamento Diferentes

2ª solução:
Uma outra solução é a de expandir, igualar, o projeto B para o mesmo
período do projeto de maior duração, A.

Projeto A

Análise da Viabilidade de Projetos


69

Projetos Mutuamente Excludentes com Horizontes de Planejamento


Diversos

Projeto B:

Encontra-se o VPL e a PMT de cada projeto:


Projeto A: VPL (10% a.a.) = $ 170,52 e PMT (10% a.a.) (6n) = $
39,15
Projeto B: VPL (10% a.a.) = $ 134,80 e PMT (10% a.a.) (6n) = $
30,95

A decisão será pelo projeto que apresentar o maior VPL ou PMT,


projeto A.

Projetos Independentes e Projetos


Dependentes

Análise da Viabilidade de Projetos


70

Projetos Independentes e Projetos Dependentes

Projetos Independentes

São aqueles cuja aceitação não depende da dos outros projetos. Uma
alternativa de investimento de capital, quando tratada individualmente, é
considerada como economicamente atraente ao apresentar um VPL
positivo, ou uma TIR superior (no mínimo, igual) à taxa mínima de
retorno requerida ou um IL maior (ou igual) a 1.

Projetos Dependentes

São aqueles que, ao serem escolhidos, alteram a decisão em relação


aos demais do orçamento ou carteira de projetos. Racionamento de
capital, restrição orçamentária ou orçamento de capital limitado a um
valor, expressões de mesmo significado, tem a característica de tornar
os projetos financeiramente dependentes entre si.

Projetos Independentes e Projetos Dependentes

Exemplo: Projetos Independentes e Projetos Dependentes

Seja uma empresa que está considerando o investimento em três


projetos. A empresa tem disponível R$ 200 milhões. O custo de capital é
de 12,2% ao ano. Os fluxos são:

No caso de racionamento de capital devemos calcular os índices de


lucratividade. Para comparar os métodos calculamos o VPL e a TIR de
cada um deles.

Análise da Viabilidade de Projetos


71

Projetos Independentes e Projetos Dependentes

Exemplo: Projetos Independentes e Projetos Dependentes

Visto que o investimento máximo é de R$ 200 milhões, a empresa deve


optar entre o projeto A e os projetos B e C em conjunto. O projeto A é o
que tem o maior VPL e TIR e seria escolhido por esse critério.
No entanto, a soma dos VPLs dos projetos B e C (R$ 683,48) é maior
do que o de A (R$ 503,32), direcionando a escolha para os projetos B e
C.
Pelo critério do índice de lucratividade, B e C seriam classificados antes
de A.

Dessa forma, para situações desse tipo, devemos utilizar o método


do IL para decisão.

Custo do Capital

Análise da Viabilidade de Projetos


72

Custo do Capital

Custo do Capital

O custo do capital é o custo de oportunidade de uso do fator de


produção capital ajustado ao risco do empreendimento.
É a taxa esperada de rentabilidade oferecida nos mercados de capitais
para empreendimentos na mesma classe de risco.

Custo do Capital da Empresa: reflete a atual estrutura de capital da


empresa e a rentabilidade dos ativos atuais da empresa.

Custo do Capital do Acionista: Representa o retorno esperado pelo


capital próprio (dos acionistas) colocado na empresa.

Custo do Capital Apropriado para Avaliação Econômica de um


Projeto: É a taxa mínima de atratividade do empreendimento com o
ajuste necessário para o risco do projeto.

Custo Médio Ponderado do Capital –


CMPC

Análise da Viabilidade de Projetos


73

Custo Médio Ponderado do Capital - CMPC

Custo Médio Ponderado do Capital – CMPC

O CMPC parte do princípio de que a empresa é financiada


simultaneamente por capitais próprios e de terceiros.
A rentabilidade mínima aceitável será igual a rentabilidade média
ponderada de uma carteira formada pelas fontes de recursos que
financiam o ativo da empresa.

Fórmula: (% CP x CCP) + ((% CT x CCT x (1 – IR))

O CMPC é correto somente para projetos idênticos à empresa


patrocinadora. Não é correto para projetos que alterem o risco e a
estrutura de capital da empresa.

Custo Médio Ponderado do Capital - CMPC

Exemplo: Custo Médio Ponderado do Capital – CMPC

Um projeto no valor de $ 3.000 milhões vai ser executado com $ 1.800


milhões de capital próprio e $ 1.200 milhões de um empréstimo de longo
prazo. O custo do capital próprio foi estabelecido em 19,5 % ao ano e o
custo do financiamento em 25 % ao ano.
O imposto de Renda é de 15 %. Calcular o Custo Médio Ponderado do
Capital.

Fórmula: (%CP x CCP) + (%CT x CCT x (1 – IR))


(0,60 x 0,1950) + (0,40 x 0,25 x (1 – 0,15)) = 20,20 % CMPC

Análise da Viabilidade de Projetos

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