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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DA ENGENHARIA MECÂNICA

MECÂNICA DOS FLUDOS E MÁQUINAS HIDRÁULICAS

PLACAS DE ORIFÍCIO

Estudante

Miguel Ernesto Focas

Docente

Eng. Nelson Inoque Envelope

Pemba, Maio de 2023


Índice
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 3

2. PLACAS DE ORIFÍCIO ......................................................................................................... 4

Exemplo: escoamento através de uma placa de orifício. ............................................................ 6

3. ORIFÍCIO DE BORDO DELGADO OU DIAFRAGMA .................................................... 10

3.1. Supondo Fluido Ideal, Considerando Nulo ............................................................. 11

3.2. Considerando Fluido Real .............................................................................................. 12

3.3. Caso Em Que Um Desses Orifícios Está Instalado Na Secção De Saída De Tudo De
Uma Secção Circular. ............................................................................................................... 13

3.4. Exemplo ......................................................................................................................... 16

4. Bibliografia ............................................................................................................................ 19

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1. INTRODUÇÃO
No seguinte trabalho irá se abordar a cerca das placas de orifício, também do orifício de bordo
delgado ou diafragma. Uma informação baseada principalmente nos manuais referenciados no
trabalho. Esse tema tem como principal objectivo estudar o medidor da vazão que é inserido no
tubo. Para o caso do orifício de bordo delgado, nas paredes onde o fluido escoa essas placas, que
influenciam na prática aquilo que é o escoamento do próprio fluido. Com apoio nas equações
usadas nos capítulos anteriores e, incluído algumas novas, que veremos ao longo do trabalho.

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2. PLACAS DE ORIFÍCIO
Segundo (Fox, McDonald, & Pritchard, 2006), placa de orifício é uma placa fina que pode ser
interposta entre flanges de tubos. Devido a sua geometria simples é de baixo custo e é de fácil
instalação e reposição. A borda viva do orifício não deve ficar incrustada com depósitos ou
matérias em suspensão.

E ainda segundo o (Munson, Young, & Okiishi, 2004), placa de orifício é um medidor de vazão
e tem como principio uma diminuição na secção transversal do escoamento provoca um aumento
da velocidade que é acompanhada por uma diminuição da pressão.

Para (Munson, Young, & Okiishi, 2004), a figura abaixo mostra uma placa de orifício típica. A
pressão no ponto (2), localizada dentro da vena contracta, é menor do que aquela no ponto (1).
As não idealidades são provocadas por dois fenómenos: o primeiro é que a área de secção
transversal da vena contracta, , é menor do que a área do orifício, (o valor desta diferença é
desconhecido). Assim é usual considerar , onde o é o coeficiente de contracção
( ). O segundo fenómeno é a perda de carga introduzida pelos escoamentos recirculativos
e pelos movimentos turbulentos na região próxima a placa. Assim o coeficiente de descarga, ,
é utilizado para levar em conta esses efeitos, isto é,

( )

( )

Onde é a área do orifício da placa. O valor de é uma função de e do

numero de Reynolds , onde .

Placa de orifício típica

Fonte: (Munson, Young, & Okiishi, 2004)

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As principais desvantagens do orifício são a sua capacidade limitada e elevada perda de carga
permanente decorrente na expansão não controlada e jusante do elemento medido. A figura a
seguir mostra a geometria do orifício e localização de tomadas de pressão.

Fonte: (Fox, McDonald, & Pritchard, 2006)

Como a localização das tomadas de pressão influencia o coeficiente de vazão empírico, valores
para C ou K consistentes com a localização das tomadas devem ser seleccionados de manuais ou
normas preferencialmente. A figura a seguir mostra os Coeficientes de vazão para orifícios
concêntricos com tomadas de canto.

Fonte: (Fox, McDonald, & Pritchard, 2006)

Figura

Ainda (Fox, McDonald, & Pritchard, 2006), diz que a equação de correlação recomendada para
um orifício concêntrico com tomadas de canto é:

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A equação acima prediz os coeficientes de descarga com precisão de para
e para .

Fonte: (Fox, McDonald, & Pritchard, 2006)

Exemplo: escoamento através de uma placa de orifício.


Uma vazão de ar de na condição padrão é esperada em um duto de 0.25 m de
diâmetro. Uma placa de orifício é usada para medir a vazão. O manómetro disponível
para a medição tem alcance máximo de 300 mm da água. Que diâmetro de orifício deve
ser empregado com tomadas de acanto? Analise a perda de carga para a área de
escoamento na vena centrada . Compare com os dados da figura 8.23 acima
citada.

Dados: Escoamento atraves de um duto com placa de orificio, conforme mostrado na fig.

Determinar:

a)

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b) A perda de carga entre as secções (1) e (3)
c) O grau de concordância com os dados da figura 8.23.

Solução:

A placa de orifício pode ser projectada usando a equação abaixo e os dados da Figura

̇ √ ( )

Considerações:

(1) Escoamento permanente


(2) Escoamento incompressível.
a) Como ⁄ ( )

̇ √ ( )

Ou

̇
√ √
√ ( ) √ ( ) ( )

* +
( )

ou eq. 1

Como K é uma função de na equação obtida acima e de na Figura , devemos


promover interacções para determinar . O número de Reynolds no duto é

⃗ ( )

Façamos . da Figura , K deve ser 0.72. Da eq.1,

7
( )

Assim nossa estimativa para é grande demais. Façamos da Figura , K


deve ser 0.67. Da eq. 1.

( )

Assim, a nossa estimativa para ainda é grande demais. Façamos da figura, K


deve ser 0.67. Da eq. 1

( )

Existe concordância satisfatória com e

( )

b) Para avaliar a perda de carga permanente aplicamos a equação de Bernoulli nas


secções (1) e (3).

( ) ( )

Considerações:

(3)
(4) desprezível

Então,
( )
eq. 2

A eq. 2 é a nossa aproximação: nós encontraremos fazendo


(máxima pressão diferencial permitida na placa) e obtendo um valor para
a partir da componente x da equação da quantidade de movimento para um
volume de controle entre as secções (2) e (3).

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Equação básica

∫ ∫ ⃗

Considerações:

(5)
(6) Escoamento uniforme nas secções (2) e (3).
(7) Pressão uniforme através do duto nas secções (2) e (3).
(8) Força de atrito desprezível sobre VC

Assim, simplificando e rearranjando,

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

Ou

( )

Mas ,e

Então,

[ ]

[ ]
( ) ( )

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A razão de diâmetros, , oi seleccionada para dar deflexão máxima no manómetro na
vazão máxima. Por conseguinte,

Substituindo na eq. 2, resulta em

( )

( )

c) Para comparação com a fig. 8.23, expresse a perda de carga permanente como uma
função do diferencial do medidor

( )

A fracção da fig. 8.23 é cerca de 0.57. Isto é uma concordância satisfatória!

Nota: o exercício exemplo acima foi tirado do livro (Fox, McDonald, & Pritchard, 2006).

3. ORIFÍCIO DE BORDO DELGADO OU DIAFRAGMA


Será examinado o fluido incompressível por orifício de bordo delgado instalado na parede lateral
de um reservatório de grandes dimensões, como mostrado na figura seguinte:

Figure 1: reservatório de grandes dimensões

Fonte: (Brunetti, 2008)

O orifício tem bordo delgado, ou aresta viva, para que o fluido tenha contacto apenas com aresta
do orifício, reduzindo o atrito, como mostrado na figura acima. (Brunetti, 2008)
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3.1. Supondo Fluido Ideal, Considerando Nulo
Suponha-se inicialmente que o fluido seja ideal de forma que na equação da energia seja
nulo.

Logo:

Ou

Como , , sendo que o fluido em estudo é ideal, pode se obter o valor de ,


que será indicado por = velocidade teórica.

√ ( )

Se, em particular

Que é a equação de Torricelli.

A equação de , pela hipótese de fluido ideal, não corresponde a realidade, de forma que a
velocidade real do orifício será menor que a calculada por causa das perdas; isto é:

Onde é a velocidade real do orifício.

Definisse coeficiente de velocidade como:

Logo se possível determinar tal coeficiente, obtida a velocidade teórica pela equação , a
velocidade real pode ser calculada:

√ ( )

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A vazão teórica no orifício será:

Onde é a área do orifício.

3.2. Considerando Fluido Real


Na equação existem dois efeitos qua fazem com que a vazão que realmente escoa
pelo orifício seja diferente. O primeiro efeito é devido ao facto de qua não corresponda a
velocidade real; e o outro deve-se a contracção do jato na saída como mostra a figura seguinte:

Figure 2: veia contraida

Fonte: (Brunetti, 2008)

As partículas do fluido, devido a inércia do movimento, tendem a ocupar no jato uma secção
menor que a do orifício. O jato contrai-se e, a uma certa distância do orifício, apresenta-se uma
secção constante. É chamada ‘veia contraída’.

Define-se ‘coeficiente de contracção’ como sendo a relação entre a área do jato na veia
contraída e a área do orifício.

com

A vazão real no orifício será:

Ou

√ ( )

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Ou

Nota-se que o produto dos coeficientes de velocidade e de contracção dá origem ao coeficiente


que corrige a vazão. Este será denominado coeficiente de vazão ou descarga:

Por tanto, comparando as equações e , conclui-se que:

Logo:

√ ( )

3.3. Caso Em Que Um Desses Orifícios Está Instalado Na Secção De


Saída De Tudo De Uma Secção Circular.
Como ilustrado na figura a seguir:

Figure 3: Secção de saida circular

Fonte: (Brunetti, 2008)

Aplicando a equação de energia de entre (1) e (2) para um fluido ideal:

Ou a velocidade teórica do jato será:

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√ ( )

E a vazão:

√ ( ) √ ( )

A velocidade é chamada ‘velocidade de aproximação do orifício’. Nota-se que a equação

√ ( ) não serve para o calculo da vazão, pois depende de . A velocidade

de aproximação deve ser retirada do segundo membro da equação, após algumas transformações
algébricas tem-se:


√ ( )

Onde é o diâmetro do orifício.

Designando por:

√ ( )

Obtêm-se:

Onde K é um coeficiente adimensional que depende do número de Reynolds de aproximação,


quer dizer, calculado com a velocidade de aproximação e da relação .

Com os conceitos estabelecidos, será possível agora, estudar o caso mais prático no orifício
instalado no interior de uma tubulação para medir a vazão como mostrado na figura a seguir:

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Figure 4: fluido em movimento de translação

Fonte: (Brunetti, 2008)

Aplicando a equação de energia entre (1) e (2) e procedendo da mesma forma que no caso

anterior, verifica-se que é obtida uma equação idêntica à equação √ , excepto em

relação à existência de .

Logo:

Com K dado pela equação .


√ ( )

Tais orifícios são normalizados e a figura a seguir mostra o diagrama de K em função de Re e ,

obtido de literatura especializada, para orifícios do tipo daquele indicado na própria figura.

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Figure 5:

Fonte: (Brunetti, 2008)

3.4. Exemplo
No orifício da figura, está instalado um manómetro diferencial cujo fluido manométrico,
indica um desnível de 5cm. Sendo o diâmetro do tubo de 10cm e o de
orifício 5cm, determinar a vazão sabendo que o fluido que escoa é água. ( ;
).

Figure 6

Solução:

Aplicando a equação manométrica:

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Ou

( )h

Por tanto:

( )

O valor K deve ser obtido da figura 5 Como porem não se conhece a vazão, não é conhecido,
logo não se pode calcular Re. Nota-se porem que o K, a partir de um certo valor de Re torna-se
constante. o valor de K será adoptado e deverá ser verificado posteriormente.

Com , tem-se para .

Logo:

Agora devera ser feita a verificação:

, que é menor que adoptado ( )

Portanto, deve ser feita correcção, o novo K será obtido com o valor de e

; portanto .

Logo:

Verificação:

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Nota-se que o Re variou muito pouco; logo, a vazão obtida na segunda tentativa pode ser
adoptada como verdadeira. Assim:

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4. Bibliografia
Brunetti, F. (2008). Mecânica dos Fluidos (2 ed.). São Paulo, Brasil: Pearson Prentice Hall.

Fox, R. W., McDonald, A. T., & Pritchard, P. J. (2006). Introducao à Mecânica dos Fluidos (6
ed.). Rio de Janeiro, Brasil: LTC.

Giles, R. V. (s.d.). MECANICA DE LOS FLUIDOS E HIDRAULICA. Mc Graw Hill.

Munson, B. R., Young, D. F., & Okiishi, T. H. (2004). Fundamentos da Mecanica dos Fluidos (4
ed.). São Paulo, Brasil: Editora Edgard Blucher.

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