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FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

DISCIPLINA: LEQ-IIII

APLICAÇÃO DA EQUAÇÃO DE
BERNOULLI (IDEAL)
AOS MEDIDORES DE VAZÃO

Parte I
1. DEFINIÇÕES:
VAZÃO (volumétrica ou mássica)
É uma das grandezas mais utilizadas
na indústria.

APLICAÇÕES: medição de vazão de


fluidos, ocorre em praticamente todos os
processos industriais, estações de
tratamento de água, residências, postos de
combustíveis, entre outros.
1.1 DEFINIÇÕES DE VAZÃO
❑ REGIME PERMANENTE E FLUIDO
INCOMPRESSÌVEIS

Vazão mássica: Vazão volumétrica:


𝑄𝑚 = ത
𝐯A 𝑄 = 𝐯ҧA
Onde: , é a massa específica do Onde: v, é a velocidade média do
fluido (kg)/m3); v, é a velocidade escoamento do fluido (m/s); A, área da
média do escoamento do fluido seção transversal do conduto (m2).
(m/s); A, área da seção
transversal do conduto (m2).
2- MEDIDORES DE VAZÃO (MV)
Se classificam de acordo com o método
de medição:
➢ PRESSÃO DIFERENCIAL (p) (placas de
orifício; V-cone, tubos Venturi, bicos ou
bocais; tubos pitot e medidores de área
variável - rotâmetro)
➢ DESLOCAMENTO POSITIVO (medidor de
disco nutante, é usado em residências para
medir fluxo de água).
➢ MEDIDORES TIPO TURBINA (movimento de
hélices);
➢ OSCILATÓRIO (medidores tipo vórtex).
2- MEDIDORES DE VAZÃO (cont.)
Se classificam de acordo com o método
de medição:
➢ ELECTROMAGNÉTICOS (medidores tipo
magnético);
➢ ULTRASÔNICO (medidores de Trânsito e
Doppler);
➢ MEDIDOR DE FLUXO DE MASSA (medidor por
efeito Coriolis).
➢ MEDIDORES PARA CANAIS ABERTOS (calha
Parshall, vertedores);
➢ Entre outros.
2- MEDIDORES DE VAZÃO (cont.)

Fig 1a- Medidor tipo placa de orifício (instalação industrial).


2- MEDIDORES DE VAZÃO (cont.)

Fig 1b- Medidor Eletromagnético


(instalação industrial).

Fig 1c- Medição de vazão volumétrica por


Calha Parshall (estação de trat.
de água).
2.1 SELEÇÃO DO MEDIDOR.

▪ O engenheiro de instrumentação, na escolha do


medidor adequado, tem no mercado, uma grande
variedade de tipos e estilos, que abrangem diversas
aplicações;

▪ Estima-se que existam, no mínimo,100 tipos de


medidores de vazão sendo comercializados;

▪ Os medidores são escolhidos com base no custo de


aquisição e de instalação, tamanho da linha, perda de
carga permanente; precisão requerida, fluído a ser
medido, seu estado (gás, vapor ou líquido) e faixa do
medidor;
2.1 SELEÇÃO DO MEDIDOR (cont.).

▪ Os geradores de pressão diferencial são os mais


escolhidos pelo longo histórico de uso em muitas
aplicações. Quando outros estilos são selecionados,
o motivo está na necessidade da alta, precisão
pontual maior, que não obstrua ou razões sanitárias;

▪ Como regra geral, pode-se afirmar que outros estilos


de medidores não serão competitivos em aplicações,
onde os medidores por pressão diferencial forem
aplicáveis.
3- APLICAÇÃO DE BERNOULLI (IDEAL)
❑ Medidores de Vazão por Pressão Diferencial.

Baseiam-se na utilização
de algum tipo de
restrição (constrição)
São na área de escoamento,
medidores que causa a elevação da
amplamente velocidade e
utilizados. consequente redução da
pressão de escoamento.
3- APLICAÇÃO DE BERNOULLI (IDEAL)
❑ Medidores de Vazão por Pressão Diferencial.
-Placa de orifício;
São -Tubo Venturi;
medidores - Bocais;
amplamente
-Tubos pitot;
utilizados. - Medidior tipo V-cone;
- Medidor tipo cunha;
- Medidor cotovelo;
- Calha Parshall;
- Vertedores.
3- APLICAÇÃO DE BERNOULLI (IDEAL)
❑ Medidores de Vazão por Pressão Diferencial.

Fig 1d- Medidores de fluxo por medida de pressão diferencial


3- APLICAÇÃO DE BERNOULLI (IDEAL)
❑ Medidores de Vazão por Pressão Diferencial.

(b)
(a)
Fig 1e- Medidores de fluxo por medida de pressão diferencial:
a) medidor tipo cunha; b) Medidor tipo V-cone.
3- APLICAÇÃO DE BERNOULLI (IDEAL)
❑ Medidores de Vazão por Pressão Diferencial.

Fig 1f- Fluxo através de uma placa de orifício


3- APLICAÇÃO DE BERNOULLI (IDEAL)
❑ Medidores de Vazão por Pressão Diferencial.
LIMITAÇÃO:
(Fiq.02), eles criam
uma PERDA DE
PRESSÃO
PERMANENTE
(perda de carga),
que depende do tipo
de medidor.

Fig 2- “Perda de carga” em medidores de vazão(head loss).


3- APLICAÇÃO DE BERNOULLI (IDEAL)
❑ Medidores de Vazão por Pressão Diferencial.

Fig. 3- Percentuais de perda de carga permanente para várias técnicas de medição de vazão. A
placa de orifício produz , O VALOR MAIS SIGNIFICATIVO, comparativamente aos outros tipos de
medidores (http://www.fluidictechniques.com/venturi_bro/venturi_broch.htm).
3.1 EQUAÇÃO GERAL: para MV que medem
por constrição.
DEFINIÇÃO DE TERMOS BÁSICO

V1 V2
P1 P2

Fig. 4- Desenho esquemático geral de medidores que medem por


constrição do escoamento (placa de orifício, bocais, tubo venturi.
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
CONSIDERAÇÃO: A Equação de Bernoulli (IDEAL)
aplicada a um trecho reto de um conduto
(horizontal) contendo (constrição ou barreira física).
Então z1=z2=0.
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
+ + 𝑧1 = + + 𝑧2 (01)
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
Rearranjando a Eq. 01
𝑝1 𝑣12 𝑝2 𝑣22
+ = + (02)
𝜌𝑔 2𝑔 𝜌𝑔 2𝑔
𝑝1 − 𝑝2 𝑣22 − 𝑣12 𝑣22 𝑣12
= = − (03)
𝜌𝑔 2𝑔 2𝑔 2𝑔
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
2
2(𝑝1 − 𝑝2 )
𝑣2 = + 𝑣12 (04)
𝜌
A Eq. da continuidade para fluidos incompressíveis, entre os
pontos 1 e 2 (Fig. 04):
Q= 𝑣𝐴 (05)
𝑣1 . 𝐴1 = 𝐴2 . 𝑣2 (06)

Explicitando v1 tem-se:
𝑣1 = 𝑣2 . (𝐴2 /𝐴1 ) (07)

Onde: v é a velocidade média do escoamento; A é a área da


seção transversal; Q (m3/s) é a vazão volumétrica; Qm (kg/s)
é a vazão mássica.
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
Substituindo a Eq. 07 em 04, e rearranjando os termos
tem-se a Eq. 08, que é a equação de velocidade na seção 2
(Fig.2) ou Eq. 09, a equação para o cálculo da vazão
volumétrica no dispositivo de medição a partir da Equação de
Bernoulli (ideal).
2 p1 − p2 )
v2 = (08)
 A22 
ρ1 − 2 
 A1 

2(𝑝1 − 𝑝2 )
𝑄(𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎) = 𝐴2
𝐴22 (09)
𝜌 1− 2
𝐴1
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
Substituindo A1 (D12/4) e A2(D22/4), na Eq.09, e fazendo
as simplificações necessárias, tem-se.

2(𝑝1 − 𝑝2 )
𝑄(𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎) = 𝐴2 (10)
(𝐷24 /4)
𝜌 1−
(𝐷14 /4)

2(𝑝1 − 𝑝2 ) 2(𝑝1 − 𝑝2 )
𝑄 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎 = 𝐴2 = (11a)
𝐷24 𝜌 1 − 𝛽4
𝜌 1− 4
𝐷1

𝑄 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝐶𝑑 . 𝑄(𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑎) (11b)


3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
A Equação para o cálculo de Q real (vazão real), é
corrigida pela multiplicação da Eq. 11 por fatores
empíricos:
2(𝑝1 − 𝑝2 )
𝑄(𝑟𝑒𝑎𝑙) = 𝐶𝑑 . 𝑌. 𝐸𝑣 . 𝐴2
𝑓 (12a)

Ou
2(𝑝1 − 𝑝2 )
𝑄 𝑟𝑒𝑎𝑙 = . 𝑌. 𝐴2 (12b)
𝑓

Onde ( = Cd.Ev) é o coeficiente de fluxo (adm); f é a massa


específica do fluido em escoamento (kg/m3); Cd é o coeficiente
de descarga (adm); Ev é um coeficiente geométrico, denominado
de fator da velocidade de aproximação (adm); 𝑌é o fator de
expansão do gás (adm).
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
Onde:
1 1
𝐸𝑣 = = (13)
(1 − 𝐷2 /𝐷1 4 ) (1 −  4 )

𝐷2
𝛽= (14)
𝐷1

Cd =f , 𝑅𝑒𝐷1

Observações:
D1 = D (diâmetro do tubo onde está ocorrendo o escoamento).
D2 = d (diâmetro da constrição ou garganta ou orifício).
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
Cd (coeficiente de descarga), é um coeficiente definido
para escoamento de fluido incompressível e relaciona a
Q(real) e Q (teórica) medida pelo dispositivo.

Cd =f , 𝑅𝑒𝐷1

▪ As equações empregadas para calcular os valores de


Cd são baseadas em dados experimentais.
▪ A incerteza no valor de Cd pode ser reduzida,
mediante a calibração do dispositivo (tipo de medidor)
em laboratórios especializados em calibração.
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
Aplicação para o cálculo de Q de gases:

2. 𝑍. 𝑅𝑔 . 𝑇1 (𝑝1 − 𝑝2 ) (15)
𝑄(𝑟𝑒𝑎𝑙) = 𝐶𝑑 . 𝑌. 𝐸𝑣 . 𝐴2
𝑀𝑀. 𝑝1

Onde, Z é o fator de compressibilidade do gás a p1 (abs.) e


T1(abs.); Rg é a constante dos gases ideais; MM é a massa
molecular do gás; T1(abs) é a temperatura no ponto 1; 𝑌é o fator
de expansão do gás (adm).
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
𝒀 (fator de expansão) coeficiente que leva em
consideração a compressibilidade do fluido:

𝑌 = f P2/P1, 𝑘, ReD1

▪ Para líquidos (incompressíveis) Y =1;


▪ Para vapores e gases Y<1;
▪ Placas de orifício, este fator é calculado a partir de
dados experimentais (equação empírica), referenciada
pela norma ISO 5167-2 (2003);

(16)
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
Venturi e Bocais, são baseados em teoria termodinâmica
(equação da energia), segundo a ISO 5167- 4 (2003).

(17)

Onde: β é a razão de diâmetro (D1/D2); P1 e P2 são as


pressões na entrada e na constrição; k razão de calor
específico, cp/cv para o gás em escoamento;  é a
razão (P2/P1).
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
NORMAS TÉCNICAS: ASPECTOS CONSTRUTIVOS E
INSTALAÇÃO.
ISO 4006:1991, Measurement of fluid flow in closed conduits —
Vocabulary and symbols.

ISO 5167-1:2003 (ABNT NBR ISO 5167-1:2008), Measurement of


fluid flow by means of pressure differential devices inserted in
circular cross-section conduits running full — Part 1: General
principles and requirements.

ISO 5167-2:2003, Measurement of fluid flow by means of pressure


differential devices inserted in circular cross-section conduits
running full — Part 2: Orifice plates.

ISO 5167-3:2003, Measurement of fluid flow by means of pressure


differential devices inserted in circular cross-section conduits
running full — Part 3: Nozzles and Venturi nozzles.
3.1 EQUAÇÃO GERAL (cont.)
NORMAS TÉCNICAS: ASPECTOS CONSTRUTIVOS E
INSTALAÇÃO (cont.).

ISO 5167-4:2003, Measurement of fluid flow by means of pressure


differential devices inserted in circular cross-section conduits
running full — Part 4: Venturi tubes.

ISO 5167-5:2016, Measurement of fluid flow by means of pressure


differential devices inserted in circular cross-section conduits
running full — Part 5: Cone meters.

ISO 5167-6:2019, Measurement of fluid flow by means of pressure


differential devices inserted in circular cross-section conduits
running full — Part 6: Wedge meters.

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