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Conservação do momento linear

Arthur Fernandes, Lucca Castro e Lúcio Carvalho


Física Experimental I, Turma B

Visa-se, através desse experimento, comprovar e validar o princípio de conservação do momento linear. Para
isso foi feito um arranjo experimental simples que forneceu valores de medição os quais pudessem validar o
processo através da equação da mecânica clássica. O resultado foi satisfatório pois conclui-se que o princípio
é válido, visto que a análise entre os dois membros do modelo de medição foi compatível.

Introdução
O princípio da conservação do momento linear é proveniente da segunda lei de Newton ( ),
onde é possível observar que a força resultante em um corpo é igual a taxa de variação de seu
momento linear. Em um sistema isolado, após cálculos feitos com a equação citada anteriormente,
m2 ′
vale este modelo de medição: x1 = x1′ + x
m1 2
, que representa como os valores deste experimento se
relacionam, onde m1 diz respeito à massa de uma esfera de metal, m2 é a massa de uma esfera de
vidro maciço (bola de gude). Os demais valores serão tratados na seção de Metodologia
Experimental. O modelo de medição apresenta dois membros na equação, portanto o experimento foi
feito em duas partes, analisando cada um dos lados da equação. O primeiro membro representa um
sistema com apenas a esfera maior e o segundo um sistema onde elas se colidem, a fim de verificar
se a quantidade de movimento dos corpos se conserva. Apenas será calculado o valor de x1 para fins
de comparação com o valor mensurado experimentalmente.
Instrumentos
● Uma balança de bancada com resolução de 1 grama;
● Uma fita métrica com resolução de 1 milímetro;
Metodologia experimental
Inicialmente foi feita a medição da massa das duas esferas usando a balança. A esfera de maior
massa foi denotada como m1 no sistema. Foi montado em uma bancada um trilho curvo para soltar
as esferas. Tal trilho estava a uma certa altura do chão e, através de um prumo (para verificar a
verticalidade entre o fim do trilho e o início do sistema), obteve-se a origem do sistema no chão.
Como o objetivo do experimento é verificar a conservação do momento horizontalmente, foi usado
um nível de bolha simples para garantir que não houvesse uma componente de velocidade vertical
na saída das esferas do trilho, que afetaria os resultados consequentemente. Para encontrar os
valores de x1 , x′1 е x′2 foi colocado no chão folhas de papel sulfite sob folhas de papel carbono,
posteriormente fixadas com fita adesiva, e marcada a origem do sistema no papel. Com isso, quando
as esferas deixassem o trilho e caíssem no chão, o papel marcaria onde foi a posição de cada
queda. Assim, no primeiro membro do modelo de medição, x1 representa o alcance da esfera de
maior massa a partir da origem quando solta do topo do trilho, sem a participação da segunda esfera.
Já na segunda parte do experimento, foi colocada a esfera de menor massa equilibrada no final do
trilho, enquanto a de maior massa foi solta do topo do trilho para haver a colisão horizontal entre elas.
Desse modo, x′1 é o alcance horizontal da esfera maior após a colisão e x′2 é o alcance horizontal da
bola de gude após sofrer o impacto. Este experimento foi repetido 30 vezes, tanto na primeira quanto
na segunda parte dele. Os valores dos respectivos alcances foram medidos com a fita métrica, da
origem até o ponto marcado no papel, obtendo, portanto, 30 valores para cada um deles.
Análise de dados
Tendo em vista a primeira parte do procedimento experimental - o qual foram medidas as massas
das duas esferas utilizando-se de uma balança - e analisando a mesma, pode-se notar que essas
medições com incertezas do Tipo B, uma vez que a flutuação de dados obtidos é menor que a
resolução da balança. Já na análise da medida x1 a flutuação de dados é maior do que a resolução
da fita métrica utilizada, além do fato dos erros aleatórios serem mais importantes que os
sistemáticos, o que torna essa medida uma incerteza do Tipo A. Tal dado ( x1 ) serve de comparação
m2 ′
com um x1 teórico obtido indiretamente através da fórmula x1 = x1′ + x
m1 2
​o que dá a essa medição a
característica de incerteza do Tipo C. A comparação entre o x1 ​obtido experimentalmente e o x1
logrado através da fórmula foi possível após um teste de compatibilidade descrito pela equação
|A−B | ≤ k , onde k vale 1.
√μ²a +μ²b
Tanto as medições dos valores x′1 e x′2 tem seus erros aleatórios mais importantes que os
sistemáticos e a flutuação de seus dados é maior que a resolução da fita métrica utilizada para
medí-las, dando a ambas características de medições de incertezas do tipo A, tais valores foram
usados no cálculo do alcance teórico da esfera de maior massa a partir da origem quando solta do
topo do trilho ( x1 ).
Resultados
Após todos os procedimentos descritos acima, obtiveram-se estes resultados para cada uma das
variáveis no modelo de medição:
● m1 : (28 ± 0,58)g
● m2 : (9 ± 0,58)g
● x1 : (59,42 ± 0,15)cm
● x1 - através da equação: (61,6 ± 2,3)cm
● x′1 : (34,61 ± 0,11)cm
● x′2 : (84,05 ± 0,44)cm
Discussão
Com os resultados obtidos anteriormente foi realizado um teste de compatibilidade entre o lado
direito e o lado esquerdo do modelo de medição, que resultou em 0,988 ≤ k, através deste teste
entende-se que é válido o princípio da conservação do momento linear, uma vez que os valores para
x′1 , tanto o obtido experimentalmente quanto matematicamente, foram compatíveis.
Conclusão
O objetivo desse experimento era comprovar a validade do princípio da conservação do momento
linear. Para tal, utilizou-se dos aparatos descritos anteriormente e um teste de compatibilidade entre
o primeiro e segundo membro do modelo de medição. Acerca desses métodos, observa-se que
torna-se complicado garantir a perfeição do experimento devido às condições externas, seja pela
dificuldade ao ajustar o nivelamento da curva ou medir com exatidão todas as marcas provenientes
do lançamento das bolinhas. Todavia, foi de suma importância mensurar mais de um lançamento a
fim de conseguir mais resultados para obter-se a incerteza e garantir uma boa análise experimental.
Contudo, obtivemos um valor para o teste de compatibilidade,o resultado mais importante, pois prova
que o princípio é válido assim como esperávamos, porém foi interessante desvendar a validade
desse importante teorema físico.
Referências
● [1] Apostila didática oferecida para as turmas de Física experimental I no semestre
2019/2;

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