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Orientador:
Prof. Dr. Juan Lucas Nachez
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Juan Lucas Nachez (Orientador) - UFF
_____________________________________________
Prof. Dr. Marciano Alves Carneiro - UFF
_____________________________________________
Prof. Dra. Maria Carmem Morais - UFF
Enrico Fermi
RESUMO
∆𝑆 Variação de Espaço
µ Coeficiente de Atrito
≈ Aproximadamente
Raiz Quadrada
= Igual
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………..………….13
2 REFERENCIAL TEÓRICO……………………………………………………..……….15
3 METODOLOGIA……………………………………..…………………………………..32
3.6 AVALIAÇÃO……………………………………………………………………………37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………….……42
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………….43
APÊNDICE…………………………………………………………………………….……45
ANEXOS…………………………………………………………………………………….47
1 INTRODUÇÃO
13
Situações de acidentes de trânsito, análise de croqui esquemático e
velocidade crítica em curvas pode ser uma forma de discutir o ensino de física, pois
é algo que está no cotidiano dos discentes, e com o tema física forense pode-se
refletir sobre a conscientização da segurança de trânsito, como por exemplo a
importância do uso do cinto de segurança (Silva, 2019). Dessa forma, aumenta o
estímulo e senso-crítico, sendo um estudo com base na realidade, não só apenas
em fórmulas e cálculos, o mesmo estando em acordo com as competências dos
Parâmetros Curriculares Nacionais PCN, que são: representação, comunicação,
investigação, compreensão, contextualização sócio-cultural (MEC/SEB, 2006, p.52).
Dentre as aplicações percebe-se que na física forense há fortemente o uso do
método investigativo, o conhecimento trazido pelos estudantes são essenciais na
identificação de inúmeros problemas, alguns deles como o de acidente de trânsito
(Baeta, s.d).
Desta forma, o objetivo deste trabalho é preparar uma aula diversificada de
física, trabalhando a contextualização por meio de problemas de acidentes de
trânsito que acontecem no cotidiano. É usar a Física Forense como ferramenta de
aprendizagem, e assim deixar o conteúdo mais dinâmico e atraente para que os
estudantes possam participar. A metodologia aplicada foi uma aula realizada para o
1º ano do ensino médio do Centro Educacional Professor Ruy Azevedo - CEPRA.
No planejamento da aula foram inseridos vídeos, momento de discussão, revisão de
conceitos da física: colisão, quantidade de momento linear, velocidade crítica em
curva, atrito e entre outros. E foram colocados três questões para que os alunos
"brinquem de ser perito”, nas atividades são trabalhados concepções como
acidentes de trânsito, análise de um croqui esquemático e determinação da
velocidade crítica em uma curva.
14
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão abordados os tópicos que nortearam a construção do
estudo e entendimento do mesmo. Serão abordados os temas na seguinte
sequência: Ensino de Física, Ciência Forense, Física Forense, e Revisão dos
Conceitos da Física.
15
conceitos na própria vida, nos projetos de vida e no ambiente de trabalho,
promovendo a liderança dos alunos diante de questões como consumo, energia,
segurança, meio ambiente, saúde, trânsito entre outras (Brasil, 2018). Entretanto,
este trabalho está de acordo com o que a nova BNCC pede para trabalhar:
contextualização, interdisciplinaridade e protagonismo.
No contexto educacional da física se dá através do interesse de entender os
fenômenos físicos ou até mesmo estimular alguns acontecimentos. Assim a escola
se torna um vetor de transmissão dos conhecimentos físicos de forma a induzir,
incentivar e possibilitar conhecimentos pertinentes para a vida dos alunos (Silva,
2019).
Sabe-se a dificuldade dos discentes no processo ensino aprendizagem de
física, assim como todas as disciplinas da área de ciências exatas. Isso se deve pela
falta de introdução dos conteúdos estudados, ou seja, a ausência da
contextualização como a questão histórica e a aplicabilidade que poderiam tornar o
ensino de física mais rico e interessante (Lucena, 2014). E o ensino expositivo que o
aluno é o agente receptor, e o professor é o detentor da fala e de toda linha de
raciocínio. Isto não desenvolve a capacidade crítica do educando interpretar e de
interagir, sendo um processo sem relevância para os alunos (Carvalho et al., 2013).
Segundo o MEC/SEF (1998) a apresentação de conceitos, leis e fórmulas de
forma desconexa, distanciando-os do mundo vivido pelos alunos e professores,
resultando em vazios sem sentido, é uma característica comum no ensino de física.
Privilegia a teoria e a abstração desde o início, em detrimento de um
desenvolvimento gradual da abstração que, no mínimo, se baseia na prática e em
exemplos concretos. Enfatiza o uso de fórmulas em situações artificiais,
desvinculando a linguagem matemática que essas fórmulas representam de seu
significado físico. Insiste na utilização de exercícios repetitivos, alegando que a
aprendizagem ocorre por meio da automatização ou memorização e não da
construção do conhecimento por meio de habilidades adquiridas.
O estudante visualiza a física como um aglomerado de fórmulas e cálculos
para desenvolver. A física é profundamente mais do que apenas fórmulas e cálculos
é uma ciência que descreve os fenômenos da natureza, fazendo uso da principal
16
ferramenta a matemática, e toda descoberta é um avanço no conhecimento e traz
também novas perguntas, assim sendo a ciência nunca para de evoluir, e com isso
os sistemas tecnológicos vão se modernizando. Por isso, a visão da física tem que
ser construída para a formação de um cidadão atuante e crítico que possa entender,
intervir e participar efetivamente dos compromissos diários (Silva, 2019).
A Física se trata de uma ciência fundamental e importante para compreensão
dos fenômenos que acontecem na natureza, permitindo analisar, conceituar,
mensurar, aplicar e desenvolver (Silva, 2019). É uma das ciências da natureza que é
responsável pelo estudo da mecânica, a qual é um segmento muito importante para
compreender como os corpos se movimentam, as causas dos movimentos,
quantidade de energia, quantidade de movimento e colisões entre objetos
(Cavalheiro, 2018).
A escolha do fenômeno ou da área a ser estudada deve ser do universo
vivencial do aluno, e é de extrema importância para o processo de ensino
aprendizagem contextualizado, o fato de usar situações problemas que estejam
presentes na vida do aluno propicia soluções mais criativas que são mais
significativas e motivadora do que problemas artificiais. A problematização não é
apenas uma maneira de causar interesse, mas um momento em que se procura
fazer ligações do conteúdo com a realidade dos alunos (Lucena, 2014).
A mecânica área da física permite ampliar o conhecimento a partir de
situações práticas e vivenciais da vida do aluno, pelo fato da mecânica trabalhar
com fenômenos na escala do macroscópico, com situações do cotidiano e fáceis de
serem observadas pelos estudantes (Lucena, 2014). Conforme o MEC/SEF:
“... mecânica passa a ser associada às competências que permitem, por
exemplo, lidar com os movimentos de coisas que observamos, identificando
seus “motores” ou as causas desses movimentos, sejam carros, aviões,
animais, objetos que caem, ou até mesmo as águas do rio ou o movimento
do ar. Nessa abordagem, a Mecânica permite desenvolver competências
para lidar com aspectos práticos, concretos, macroscópicos e mais
facilmente perceptíveis, ao mesmo tempo que propicia a compreensão de
leis e princípios de regularidade, expressos nos princípios de conservação”
(MEC/SEF, 2007, p.17).
17
prática e experiencial, evitando as modelagens mais abstratas do mundo
microscópico. Isso implicaria olhar para a relação entre forças e movimentos com
base em cenários do mundo real, debatendo tanto a quantidade de movimento
quanto as causas da variação no próprio movimento. Além disso, é na Mecânica que
se expressa mais claramente a existência de princípios gerais, expressos em leis de
conservação, tanto em termos de quantidade de movimento como de quantidade de
energia, que são conceptualmente essenciais ao desenvolvimento de toda a física.
No entanto, o uso de metodologias ativas é fundamental para o processo de
ensino-aprendizagem dos alunos e bem como a atuação eficaz e responsável do
docente em ministrar o conteúdo. Muitas ações podem ser investidas na sala de
aula, como por exemplo, aulas experimentais no ensino de física têm sido
destacadas por autores por ser essencial no processo de aprendizagem, e o uso das
ciências forenses como ferramenta para aprender a física, além de mostrar como a
física está no cotidiano dos alunos, e isso promove um interesse em como elucidar
problemas envolvendo acidentes de trânsito, análise de crimes e interpretação de
problemas (Silva, 2019).
Com isso, é necessário buscar alternativas pedagógicas e curriculares que
melhorem o ensino de ciências, em particular o de Física, inserindo o conceito de
interdisciplinaridade como ferramenta de articulação de diferentes saberes
disciplinares na escola e na vida. Essa interdisciplinaridade não nega a organização
disciplinar, mas estabelece condições para que as disciplinas estabeleçam relações
dinâmicas (Souza, 2016).
18
Não se tem a plena certeza do começo da ciência forense, mas julga-se que
os médicos foram os primeiros peritos criminais no cenário de crime de homicídio. O
autor destaca, a análise do papiro Abbout datada no ano 130 da era cristã, em que o
médico elabora um laudo a respeito de lesões em um cadáver exatamente como
realizam as perícias forenses atualmente, contendo todas as informações
necessárias no relatório (Lucena, 2014).
A ciência forense ou também chamada de criminalística é estabelecida como
a ciência responsável pela descrição e elucidação de crimes, estudando as provas,
depoimentos e pistas que acontecem no local do delito, assim elaborando uma
ligação entre os fatos ocorridos, para determinar uma solução técnica para o
problema. (Tonietto et al., 2013). Para a eficácia dessas investigações, é necessário
que o cientista forense tenha formação acadêmica, ou pelo menos, conhecimentos
básicos na área de física obtidos durante um nível incipiente de formação no nível
técnico, como evidenciado pela importância dessas questões no ambiente escolar,
permitindo aos estudantes a construção de ideias e conceitos mais significativos
(Lucena, 2014). A ciência forense, por mais complexa que pareça, é um assunto do
cotidiano do aluno, pois são vários temas relacionados que se fazem presentes na
vida das pessoas (Souza et al., 2017).
No Brasil, o cientista forense é o perito criminal é o profissional da área
pública, seu trabalho é contribuir para a justiça, e para isso, investiga, examina, e
interpreta vestígios, conectando a infração penal, esclarecendo assim informações a
respeito da violação. O procedimento pericial envolve muitos campos do
conhecimento, como Física, Química, Biologia, Odontologia, Engenharia, Medicina,
etc. O documento final é um arquivo técnico que apresenta a elucidação do delito,
por exemplo, mostrando assim os culpados e os inocentes (Tonietto et al., 2013).
A mídia traz muitos filmes e séries a respeito de ciências forenses, que mostra
um perito criminal resolvendo um determinado problema como um acidente de carro
ou a morte de alguma pessoa, e com isso é utilizada a física para resolver esses
problemas, e temas relacionados a perícia criminal passam quase que diariamente
nos jornais, revistas, filmes e séries, casos que chamam a atenção dos jovens, isso
pode ser chamado de “efeito CSI” (Silva, 2019).
19
Contudo, os seriados televisivos falseiam a realidade da profissão, que muitas
vezes mostra que o perito criminal faz todo o processo, desde a busca por pistas e
provas até a condenação/prisão do criminoso. Entretanto, isso não condiz com a
prática real do dia-a-dia do trabalho de um perito criminal, pois para elucidação de
um delito envolve uma equipe, em que cada profissional é responsável por uma
etapa do processo, mas o conteúdo instiga principalmente nos adolescentes a
curiosidade e a necessidade do trabalho do perito criminal e como o mesmo utiliza
da ciência para resolver o crime (Tonietto et al., 2013).
Relacionar a física forense com o ensino de física, visto que trata de uma
ferramenta para chamar a atenção, ou seja, para contextualizar e fazer sentido para
os alunos (Silva, 2019, p.16). O ensino da ciência forense pode ser aplicado para
qualquer idade, por se tratar de um tema transversal na educação, permitindo que
os educandos sejam motivados a arquitetar um pensamento crítico e explicar
situações do cotidiano relacionadas à ciência, de forma agradável (Teodoro, 2018).
20
familiares. Fazendo essas conexões entre as leis físicas e a vida cotidiana,
entendendo esses princípios e como eles se aplicam ao transporte, pode-se
perceber a importância de viajar respeitando as normas de segurança estabelecidas
pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que" é a instituição basilar de trânsito do
país ele estão contidas as normas, definições, regras, procedimentos, e tudo mais
que regular o trânsito” (Lucena, 2014).
O país, em 2020, teve 187.888 internações de pessoas envolvidas em
acidentes de trânsito. Em 2021 o número aumentou mesmo com restrição de
circulação, teve um aumento de 10% em comparação com o ano anterior
(Czerwonka, 2022). Nos países desenvolvidos, o excesso de velocidade é
responsável por 30% dos acidentes e mortes no trânsito, enquanto nos países em
desenvolvimento, o excesso de velocidade é responsável por 50% dos acidentes e
mortes no trânsito. Com isso, o grande desafio central na perícia forense de
acidentes de trânsito consiste em determinar as velocidades de veículos envolvidos
em colisões (Gurgel et al., 2015).
O foco principal deste trabalho é o destaque da física forense na investigação
de acidentes de trânsito, contextualizando com os conteúdos de mecânica previstos
pelas DCEs, nos planos de trabalho docente (Carvalheiro, 2018). Ou seja, a física
forense como ferramenta de aprendizagem, tornando assim um ensino mais
dinâmico e contextualizado em situações do cotidiano.
Procura-se relacionar o tema física forense com temas que são tradicionais
em sala de aula, em que muitas vezes são lecionados de forma repetitiva e pouco
atrativa. A ênfase é aplicar os conceitos da mecânica em questões práticas de
acidente de trânsito, o que promove implicações de investigação, e assim,
colaborando dessa forma para um ensino mais atraente e com essência no cotidiano
do discente (Carvalheiro, 2018)
A física utilizada nas pesquisas forenses é o segmento da ciência que tem por
objetivo investigar, analisar e elucidar os fenômenos físicos naturais, cuja
interpretação é de interesse do poder judiciário (Souza et al., 2015). Compete ao
perito forense, dentre outras, a investigação de acidentes de trânsito, determinar o
tipo de veículo a que podem pertencer os fragmentos encontrados de lanternas e
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parachoques no local da colisão, determinar a trajetória dos projéteis, a distância a
que em que foi realizado o disparo, e os orifícios de entrada e saída, entre outras
coisas. Além disso, os mínimos detalhes, por mais insignificantes ou grotescos que
pareçam ao leitor, são na grande maioria dos casos, o elo de conexão entre a teoria
e o evento, que é de fundamental importância na resolução dos delitos (Souza et al.,
2017).
A física forense na sala de aula é uma ferramenta potencial estratégica em
questão didática para o ensino de conceitos da física e assuntos pertinentes com o
uso da física forense contextualizando o conteúdo, ou seja, o estudante observará a
física em acidentes de trânsito, por exemplo. O ensino de física forense deve ser
ministrado de forma lúdica e dinâmica, fazendo com que o estudante “brinque de ser
Perito”, com a autonomia para relacionar conceitos físicos em situações fictícias
elaboradas pelo docente e que permitem evoluções em seus padrões
argumentativos (Souza et al., 2017).
Na investigação e identificação das causas dos acidentes de trânsito, os
princípios básicos da mecânica são aplicados de forma extensiva na investigação e
identificação das causas dos acidentes de trânsito, sendo os saberes da física
forenses de suma importância, ajudando o judiciário a explicar e identificar os
acontecimentos (Lucena, 2014). Conforme enfatiza Brasil (2018):
[…] a dimensão investigativa das Ciências da Natureza deve ser enfatizada
no Ensino Médio, aproximando os estudantes dos procedimentos e
instrumentos de investigação, tais como: identificar problemas, formular
questões, identificar informações ou variáveis relevantes, propor e testar
hipóteses, elaborar argumentos e explicações, escolher e utilizar
instrumentos de medida, planejar e realizar atividades experimentais e
pesquisas de campo, relatar, avaliar e comunicar conclusões e desenvolver
ações de intervenção, a partir da análise de dados e informações sobre as
temáticas da área (Brasil, 2018, p.550).
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Reconhecer a imensa relação entre física e o trânsito, e utilizá-los como
problemática para o ensino-aprendizagem de física no ensino médio é uma forma de
tornar a aula mais interessante e voltada para a aplicação científica, ou seja,
desenvolvendo-se tópicos da mecânica direcionados para a realidade, a fim de
conscientizá-los em relação a segurança no trânsito (Lucena, 2014).
Por fim, as aplicações relacionadas à física forense podem auxiliar no ensino
do nível médio ao permitir que os alunos construam relações entre o conteúdo e o
contexto social, bem como desenvolvam habilidades investigativas, geração de
hipóteses e respostas coerentes com os problemas discorridos (Baeta, s.d).
23
Figura 1 - a) Choque perfeitamente elástico. b) choque perfeitamente inelástico. Fonte:
https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/colisoes-elasticas-inelasticas.htm
Mesmo que as forças que agem durante a colisão não sejam conhecidas,
podemos obter os movimentos das partículas após a colisão, através do
conhecimento de seus movimentos antes da colisão, desde que o choque seja
completamente inelástico, ou se a colisão for perfeitamente elástica (Resnick,
Halliday, 1983).
A quantidade de movimento ou momento linear é uma grandeza vetorial que
relaciona massa com velocidade através da seguinte equação,
𝑃 = 𝑚𝑣 (1)
em que m é a massa, v é a velocidade e P é o momento linear. Pode-se
generalizar para quando tem mais de uma partícula, ou seja, um sistema com n
partículas. E as partículas podem interagir umas com as outras e as forças externas
podem, também, atuar sobre elas. Como cada partícula tem velocidade e momento
a representação matemática é
𝑃 = 𝑃1 + 𝑃2 +... + 𝑃𝑛 (2)
ou
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𝑃 = 𝑀𝑣𝑐𝑚 (4)
𝑃𝑖 = 𝑃𝑓 (5)
Dividindo-se a equação (9) pela equação (7) e supondo que 𝑣2𝑓≠ 𝑣2𝑖 e
e
𝑣2𝑓 = (2𝑚1/𝑚1 + 𝑚2) 𝑣1𝑖 + (𝑚2 − 𝑚1/𝑚1 + 𝑚2)𝑣2𝑖 (11)
25
O princípio da conservação da quantidade de movimento garante que a
quantidade de movimento resultante da soma vetorial dos dois veículos após a
colisão resultará em quantidade de movimento resultante igual à quantidade de
movimento inicial antes da colisão. Assim sendo, 𝑃𝑖 = 𝑃𝑓, é esta a aplicação do
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propriamente dita, ou seja, determina a velocidade dos veículos imediatamente após
a colisão. Para realizar os cálculos usa-se a equação de Torricelli.
Fase 2: Determinada a velocidade e sabendo os ângulos de saída de ambos
os automóveis, neste procedimento é necessário saber a direção e o sentido que os
carros tomaram logo após a colisão, e calcula-se a quantidade de momento linear
referente a cada veículo, e como se trata de um vetor realiza-se a soma vetorial para
saber a quantidade de movimento total final.
Fase 3: Essa fase corresponde ao espaço de tempo imediatamente antes da
colisão. Pelo teorema da conservação da quantidade de momento linear, o vetor
momento linear final é igual ao vetor momento linear inicial 𝑃𝑖 = 𝑃𝑓 então fazendo o
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de alinhamentos existentes na via, tais como as guias do meio-fio, um muro ou uma
parede de uma edificação no trajeto, linha divisória das faixas de uma via.
As medidas devem ser de acordo com a referência adotada, e destaca-se que
os pontos necessários para se obter uma levantamento eficiente, são: os ângulos de
cada carro colidente em sua posição de repouso final; a posição do sítio de colisão
na via, incluindo a área; início, comprimento e finalização das marcas pneumáticas
(frenagem, derrapagem), de fricção e de sulcagem de cada automóvel (Almeida,
2007). A Figura 3 mostra um tipo de croqui que representa a situação de uma
colisão.
28
sobre o tempo. Muito importante para nosso trabalho de acidentes de trânsito
(Resnick, Halliday, 1983).
O Atrito está presente em tudo, quando um objeto se desloca sobre uma
superfície existe uma força chamada de atrito que tem o sentido oposto ao do
movimento da partícula. O Atrito se caracteriza como uma força dissipativa no
sistema, porém sem o atrito não conseguiríamos caminhar, não poderíamos segurar
a caneta, não seria possível o transporte sobre rodas (Resnick, Halliday, 1983).
Por outro lado, o atrito é uma força dissipativa, ou seja, que atua no sistema para
retirar energia convertendo em forma de calor, por exemplo (Resnick, Halliday,
1983).
Existem dois tipos de atrito: o estático e o cinético. Para cada situação, tem-se
os coeficientes. No caso do coeficiente estático, é quando a partícula está parada
mas está sendo aplicada uma força para poder colocá-la em movimento. A partir do
momento que o objeto entra em movimento o coeficiente de atrito passa a ser
cinético (Resnick, Halliday, 1983).
A equação abaixo é para a força de atrito máxima com coeficiente estático.
𝑓𝑒 = µ𝑒𝑁 (13)
sendo que, 𝑓𝑒a força de atrito estático, µ𝑒 coeficiente de atrito estático, 𝑁 é a força
normal.
Na equação que segue, tem a força de atrito com coeficiente cinético,
𝑓𝑐 = µ𝑐𝑁 (14)
normal.
Neste trabalho, o conhecimento sobre a força de atrito é fundamental para o
entendimento dos acidentes de trânsito, para entender como é o atrito em diferentes
tipos de carro, carro com tração traseira, ou dianteira ou em ambos.
30
Figura 5 - Determinando o raio da curva [Gurgel et al, 2015].
Escrever R como uma função de D e d é evidente, pois é muito mais fácil medir
essas duas grandezas do que diretamente o raio em uma curva (Gurgel et al., 2015).
31
3 METODOLOGIA
Neste capítulo dispomos os processos metodológicos que orientaram o
desenvolvimento deste estudo.
32
com contexto e que permita a reflexão com os temas científicos e sociais. O ensino
de ciências pode extrapolar a dimensão dos sistemas conservativos ideais e chegar
ao cotidiano dos alunos, de uma maneira palpável e útil para estimular o debate e a
participação dos estudantes.
33
3.3 PÚBLICO ALVO
O presente trabalho foi desenvolvido com 28 alunos do 1º ano do ensino
médio do Centro Educacional Professor Ruy Azevedo - CEPRA. Na turma contém
19 meninos e 9 meninas, e a média de idade corresponde a 15,4 anos.
34
Atividade 1:
A pesquisa constituiu-se na inserção de uma situação problema baseada na
simulação de uma perícia em um local onde ocorreu um acidente de trânsito. Nesse
contexto, o aluno incorpora o papel do perito criminal que recebe questionamentos
do juiz responsável pelo julgamento do caso. Para levar a questão para os
estudantes, utiliza um croqui esquemático que foi feito por Souza et al (2015) em
seu trabalho, que se caracteriza por um desenho esquemático demonstrando os
vestígios existentes na região do acidente, tais como marcas de frenagem,
sinalizações, veículos envolvidos, etc. A Figura 7 mostra o croqui esquemático do
acidente de trânsito.
35
c) Como aconteceu o acidente?
d) Qual era a velocidade limite da rua das Palmeiras, na região onde ocorreu o
acidente?
e) Qual era a velocidade estimada com que o veículo 1 trafegava antes do
acidente?
Atividade 2:
Nesta questão é trabalhado o método PCQM Gráfico do artigo do Lino
Almeida (2007), a teoria se encontra no referencial teórico deste trabalho.
Dois veículos (V1 e V2), em trajetórias perpendiculares entre si, colidem e a seguir
passam a se deslocar juntamente em uma mesma direção, com ângulo aproximado
de 40º em relação ao eixo X. O veículo V1 possui m1=800Kg e o veículo V2 possui
massa m2 = 1200Kg. Após a colisão ambos os veículos percorrem trecho de 5
metros acoplados, considerando para o trecho coeficiente de atrito µ𝑐 = 0, 8. O
36
Atividade 3:
Retirado do artigo Gurgel et al (2015) a questão refere-se a velocidade crítica
em curvas. A teoria para entender o problema se encontra no referencial teórico.
Determine a velocidade crítica da curva (velocidade máxima permitida)
expressa pela Figura 9 que foi tirada do Google Maps, para determinar o raio da
curva fazendo o uso da equação (17). E como aproximação considerar a pista sendo
plana, e o coeficiente de atrito sendo µ𝑐 = 0, 5
Determine a velocidade máxima para um curva qualquer. Para isso entre no Google
Maps e faça os procedimentos exigidos para determinar o raio da curva, e em
seguida efetue o cálculo para descobrir a velocidade crítica.
3.6 AVALIAÇÃO
A avaliação proposta nesta aula planejada é qualitativa, por isso o diálogo se
faz fundamental. Durante a aula foram apresentados 3 atividades que foram feitas
em conjunto, cada aluno participando e o professor orientando, deixando o
estudante assumir a responsabilidade de como resolver os determinados problemas
37
que são referentes à análise de croqui, acidente de trânsito e velocidade crítica
numa curva.
Foram identificadas as reações dos alunos diante do tema apresentado com
as reflexões elencadas e diagnosticados os conhecimentos prévios dos alunos ou
suas dificuldades no momento de elucidar os problemas propostos.
Foram ministradas perguntas bem após os vídeos expostos, questionando o
que cada aluno acha sobre colisão de automóveis e destacando a importância do
cinto de segurança. Também durante a revisão dos conceitos de física, nos quais se
utilizaram simuladores para discutir colisão, quantidade de movimento, soma vetorial
e entre outras.
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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo, encontram-se como foi a prática da aula de física forense na turma
do 1º ano do ensino médio, as discussões relevantes, o que a turma assimilou da
atividade com a física.
Aluno 1: Ah quando tem vídeo que mostra a colisão fica mais fácil para o
perito saber quem estava errado no momento da colisão.
Aluno 2: Já vi um perito numa rodovia fazendo uma análise de um acidente.
Aluno 3: (...) sei que atrito é importante para tudo, que está presente em
tudo (...).
Aluno 2: O vídeo mostrou um carro deslizando na neve, porque o contato do
pneu com a superfície é muito pequeno.
Aluno 4: Meu pai fala que ABS é mais seguro para o carro, mas não
entendo o porquê?
Aluno 5: Estava tão fácil sem ter a matemática… até em acidente de carro
tem matemática.
Aluno 2: Professor nessa pergunta, vamos ter que usar a equação de
Torriceli para saber essa velocidade inicial.
40
caminhão realizar a curva acima da velocidade permitida poderá derrapar, e assim
acontecer uma colisão.
41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que, que o ensino de física em sala de aula, precisa ser olhado
com mais ênfase, para que os estudantes possam de fato aprender o conteúdo
ministrado. Então percebe-se que a utilização de aulas contextualizadas e
interdisciplinares podem ser empregados no ensino de física no nível médio.
Cabe ao professor buscar metodologias pedagógicas para chamar a atenção
dos discentes, entender que a física contribui para a formação do mesmo como
cidadão.
Contextualizar as ciências forenses no ensino de física é uma maneira eficaz
do educando perceber como a física está presente em várias situações do cotidiano.
Os estudantes se envolveram na atividade participando efetivamente, pois durante a
aula muitos falaram sobre o tema, de situações já vividas. E também durante as
questões propostas os alunos participaram dando contribuições de como elucidar os
problemas.
Vale destacar ainda que a proposta da aula despertou o interesse dos
estudantes sobre a educação vial, principalmente da conscientização sobre o uso do
cinto de segurança. Tudo se deve pela interdisciplinaridade por envolver diferentes
áreas e juntamente contextualizando com a física, isso propiciou um grande proveito
por partes dos alunos, mostrando que a atividade foi eficaz.
Portanto, espera-se que os dados deste trabalho contribuam e incentivam a
utilização de aulas cada vez mais contextualizadas e interdisciplinares, uma vez que
a participação dos estudantes como os próprios formadores de seus conhecimentos
confirmou-se muito grande a partir das análises realizadas. O que promoveu uma
grande construção do conhecimento, após a aula e as atividades propostas.
42
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Lino Leite. Método PCQM gráfico. 2. ed. Campinas: Millennium Editora,
2015.
43
SILVA, Alex José. O uso das ciências forenses com o tema trânsito como
metodologias ativas para o ensino de física no ensino médio e no ensino de
jovens e adultos. Ariquemes: FAEMA, 2019. Acesso em: 01 dez. 2020.
SOUZA, Éder Júnior et al. A perícia criminal vai à escola: uma proposta de
utilização de elementos de física forense no ensino de ciências. In: X Enpec:
Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Águas de Lindóia, 2015.
Acesso em: 01 dez. 2020.
SOUZA, Éder Júnior et al. O jogo do perito: uma proposta investigativa para o
ensino de ciências utilizando elementos de física forense. In: XI Enpec: Encontro
Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências, Florianópolis, 2017. Acesso em:
01 dez. 2020.
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APÊNDICE A – SUGESTÕES DE VÍDEOS
https://www.youtube.com/watch?v=lTkp_XxJijo
https://www.youtube.com/watch?v=Yx4_ckLbc68
https://www.youtube.com/watch?v=_RFRMQzSiHQ
https://www.youtube.com/watch?v=AVNSYgaPrX8
https://www.youtube.com/watch?v=ESh0TWk-z3s
https://www.youtube.com/watch?v=0lW4dkyK9xk
https://www.youtube.com/watch?v=E664H6ZMUe8
45
APÊNDICE B – ARQUIVOS FOTOGRÁFICOS
46
ANEXO A - QUESTÕES RESOLVIDAS
Atividade 1
O Caso da Rua Das Palmeiras
e)
47
Agora usando o teorema do momento linear para cada respectivo veículo.
48
Atividade 3 - Velocidade Crítica
A questão fornece uma curva, em que se pede para calcular usando a equação (16)
a velocidade crítica em uma curva plana, ou seja, sem inclinação. Primeiramente é
necessário obter o raio da curva, para isso é utilizado a equação (17).
2 2
𝑅 = (114, 21 + 85, 21 )/2. 85, 21
Logo,
𝑅 = 119, 14 𝑚
Com o valor do raio da curva calculado, e considerando que o coeficiente de atrito
seja 𝑘 = 0, 5, pode-se então determinar a velocidade,
𝑣 = 0, 5 . 119, 14 . 9, 8
Assim, ficando:
𝑣 ≈ 24, 161666 𝑚/𝑠
Passando o resultado para Km/h, fica
𝑣 ≈ 86, 9 𝐾𝑚/ℎ
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