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Ariovaldo Carboni
Orientador:
Dr. Sérgio Dias Campos
Sorocaba
Dezembro de 2016
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
Carboni, Ariovaldo
iii
Dedico esta dissertação a minha família que me apoiou em todos os
momentos.
iv
Agradecimentos
v
RESUMO
ASTRONOMIA NO ENSINO MÉDIO:
UMA PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Ariovaldo Carboni
Orientador:
Dr. Sérgio Dias Campos
Sorocaba
Dezembro de 2016
vi
ABSTRACT
ASTRONOMY IN MIDDLE SCHOOL:
A PROPOSAL FOR DIDACTIC SEQUENCE
Ariovaldo Carboni
Supervisor:
Dr. Sérgio Dias Campos
Astronomy classes in the high school, are usually used only to elucidate
some physical issues when they could be addressed in a way to make students
learn physics using astronomy. Astronomy is no longer a curricular subject for a
long time, but belongs of the physics curriculum and can be taught to high
school students through the structuring theme Universe, Earth and life. This
work developed a didactic sequence that addresses the theme the Solar
System and Stellar Evolution, to be applied in high school initial series. Our
intention is to provide the teacher a study that it is possible to make the
astronomy classes attractive to students, boosters and able to keep students
intrested in physics. The proposed activities are based on many teaching
methodologies that fit according to the content to be worked making more
relaxed classes, where the student is no longer mere supporting and becomes
an essential part of the process. In the project development was revealed that
several students who at first were reluctant, yielded to the methodology
proposed by the didactic sequence, spontaneously started to participate. We
also noted, after the analyses of the results with qualitative data, that students
were more engaged in the learning process, facilitating the development of the
proposed abilities, ensuring the skills needed to finish the process.
Sorocaba
December of 2016
vii
Sumário
Capítulo 1 Introdução geral .............................................................................. 1
1.1 Parâmetros curriculares Nacionais PCN .............................................. 1
1. 2 Cadernos do currículo do estado de São Paulo .................................. 2
1.3 BNCC ................................................................................................... 4
1.4 Status Quo da área de ensino de Astronomia no ensino médio .......... 5
1.4.1 O ensino de Astronomia no Brasil ................................................. 5
1.4.2 O ensino de Astronomia no ensino médio ..................................... 6
1.5 Proposta de sequência didática ........................................................... 8
Capítulo 2 Metodologias utilizadas ................................................................. 10
2.1 Introdução .......................................................................................... 10
2.2 História da Ciência ............................................................................. 12
2.3 Experimentação .................................................................................. 12
2.4 Física Moderna e Contemporânea (FMC) ........................................... 13
2.5 Interdisciplinaridade ............................................................................ 14
2.6 Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) ............................. 14
2.7 Cinema ............................................................................................... 15
2.8 ReSoluções de problemas de lápis e papel ....................................... 16
2.9 Teatro e literatura ............................................................................... 17
2.10 Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e Ciência, Tecnologia,
Sociedde e Ambiente (CTSA) ................................................................... 18
Capítulo 3 Aspectos Físicos abordados no produto ........................................ 20
3.1 Introdução ........................................................................................... 20
3.2 Leis de Kepler e Gravitação Newtoniana ........................................... 21
3.2.1 Leis de Kepler .............................................................................. 21
3.2.2 Gravitação Newtoniana ............................................................... 25
3.3 Equilíbrio Hidrostático ......................................................................... 29
3.4 Gases Ideais ...................................................................................... 32
3.5 Clusters e Evolução na Sequência Principal ....................................... 33
3.6 Estágios Finais ................................................................................... 36
Capítulo 4 Proposta de sequência didática ..................................................... 40
4.1 Introdução ........................................................................................... 40
4.2 A Sequência didática.......................................................................... 41
Capítulo 5 Análise dos resultados de aplicação da sequência didática .......... 52
5.1 Introdução ........................................................................................... 52
5.2 Resultados das atividades propostas .................................................. 52
5.3 Análise da avaliação final .................................................................... 73
5.3.1 Análise das questões propostas .................................................. 76
5.4 Análise da proposta pelos alunos ....................................................... 88
Capítulo 6 Conclusões finais ............................................................................ 93
Referências Bibliográficas ................................................................................ 98
Apêndice A Produto Proposta de Sequência Didática para o Ensino Médio 103
Apêndice B Avaliação Final do Projeto ........................................................ 137
Apêndice C Apresentação de Slides – Berçário de Estrelas ........................ 140
Anexo A Texto de apoio – As Estrelas gigantes e supergigantes ................ 144
Anexo B Artigo Científico – Astronomia – A Lua e suas fases ..................... 153
Anexo C Apresentação de Seminário desenvolvido por alunos ................... 162
viii
Capítulo 1
Introdução geral
2
É possível perceber na figura 1 a inclinação do eixo do planeta, podendo
levar o estudante à ideia que mais perto é mais quente e mais longe é mais
frio, porém a órbita elíptica do planeta não tem relação com as estações do
ano, fazendo com que fenômeno possa ser interpretado de maneira incorreta.
FIGURA 1 – Figura utilizada na página 27 do caderno do aluno, com
demonstração de órbita elíptica.
3
Tais figuras podem atrapalhar a interpretação dos fenômenos pelos
estudantes, impedindo que cheguem a desenvolver as habilidades necessárias
para o efetivo aprendizado.
Dentre os diversos erros conceituais em Astronomia
encontrados nos livros analisados, os mais comuns, relativos a
conteúdos sobre estações do ano; Lua e suas fases; movimentos e
inclinação da Terra; representação de constelações; estrelas;
dimensões dos astros no Sistema Solar; número de satélites e anéis
em alguns planetas; pontos cardeais; características planetárias;
aspectos de ordem histórica e filosófica relacionados com
Astronomia. (LANGHI; NARDI, 2007).
1.3 BNCC
4
Como a base Nacional curricular comum ainda não foi implantada faz-se
necessário o desenvolvimento de um ensino com significado, centrado no
aluno e que aumente sua vontade de aprender estimulando sua curiosidade e
seu desejo de conhecer coisas novas.
Nosso produto tem como finalidade desenvolver uma sequência que
seja capaz de resgatar a vontade e o interesse de aprender, mostrando que o
conhecimento é fundamental e acima de tudo muito agradável e sempre tem
um propósito. Uma possibilidade visível em nosso produto é a demonstração
de como o mundo tecnológico em que vivem pode ser utilizado como
importante ferramenta para tornar o ensino muito mais atrativo e significativo.
5
curriculares nacionais (BRASIL, 1999) a Astronomia é parte integrante do
currículo de ciências não sendo abordado em outros cursos superiores de
graduação (LANGHI; NARDI, 2009), fazendo com que a formação de
profissionais na área seja bem deficitária.
Existem alguns cursos de formação continuada para profissionais que já
trabalham em sala de aula, mas tais cursos também precisam de apoio para
preparar professores, não só ensinando Astronomia, mas ensinando a dar aula
de Astronomia (LANGHI; NARDI, 2009).
1
Entende-se geração Y por pessoas que nasceram após 1978 e geração Z pessoas que
nasceram após 1989 (XAVIER, 2011).
6
de profundidade necessário o que está sendo exposto, apresentando, ainda,
muita dificuldade para trabalhar em grupo (SANTOS; SCARABOTTO; MATOS,
2011).
A Astronomia é uma ciência que possui um enorme potencial de
envolvimento com os alunos desde que seja abordada de uma maneira que
faça sentido para eles, pois as gerações Y e Z que estão nas escolas estão
habituadas a uma velocidade de apresentação das informações muito grande,
porém quase sempre de modo superficial. Desta forma, estas gerações
acabam tendo uma tendência a perder o foco de concentração muito facilmente
sendo, portanto, altamente necessário que o professor desenvolva uma
metodologia que motive esse aluno, tornando o ensino mais significativo
(MARTINS; GIRAFFA, 2008).
Pela rápida exposição anterior percebe-se, então, a necessidade de um
ensino que seja capaz de motivar os estudantes, que consiga transmitir o
conhecimento necessário para o entendimento dos fenômenos físicos e
astronômicos que ocorrem a todo o momento ao redor dos alunos. Partindo
dessa necessidade, os professores devem continuamente buscar capacitações
que envolvam técnicas de ensino-aprendizagem que lhes tragam uma nova
visão sobre o ensino de física e que possam perceber que não é mais possível
uma aula de física nos moldes tradicionais (MARTINS; GIRAFFA, 2008).
A aula de Astronomia deve ser vista como algo conexo com o mundo
dos estudantes, o mundo tecnológico de hoje, com internet e celulares
multifunções (ALMEIDA, 2009) fazendo parte da vida do aluno. Cabe ao
professor fornecer os meios necessários para que esse aluno perceba que a
física faz parte de toda a evolução tecnológica que está acontecendo, que
participa da realidade do estudante e está em todos os lugares, não
simplesmente em sala de aula e isolada do mundo (ÉVORA, 2001).
A própria física passou por uma série de mudanças no último século,
muito do que se conhecia de física foi reformulado, reorganizado e
transformado numa nova física chamada de física moderna e contemporânea.
A física clássica de Isaac Newton e Galileu Galilei, ainda hoje é ensinada em
sala de aula como a física mais importante de todas, mas está muito distante
da realidade dos alunos (SIQUEIRA, 2012). Por exemplo, a cinemática é vista
como algo dificílimo devido à necessidade que os alunos veem de decorar
7
tantas fórmulas e resoluções extensas, onde as situações colocadas pelos
professores também não conseguem chamar atenção, pois o tema não faz
parte da realidade dos alunos.
Num cenário hipotético, imaginemos que em uma aula o professor
abordasse o celular, seu funcionamento, como foi desenvolvido, quais os
avanços tecnológicos necessários para se chegar a esse aparelho que tem
tantas funções e cabe na palma da mão. Nesse momento o professor teria com
certeza toda a atenção dos alunos, pois o celular faz parte da vida deles e
provavelmente, jamais pensaram em uma ligação do celular com a física
(DÍAZ, 2004).
Esse é um dos possíveis caminhos que o professor tem que criar e
trilhar nas salas de aula, pois assim a física ganha sentido na visão do aluno e
faz com que surja a possibilidade de desenvolver o conteúdo com outros
olhares, um olhar investigativo, curioso, por ter uma relação com a realidade do
estudante (ÉVORA, 2001).
De acordo com Bruner (1965) pode-se ensinar qualquer conteúdo a
qualquer estudante, desde que seja respeitado seu estado de desenvolvimento
cognitivo, mas de uma maneira coerente e verdadeira. O aprendizado em
espiral proposto por Bruner, diz que o tema será novamente abordado, mas em
um nível acima, aprofundando o conhecimento do estudante, respeitando uma
ordem e não para explicar algo que não fora explicado anteriormente.
8
do universo que os cerca, tornando o ensino de física significativo (MOREIRA,
2005).
A sequência didática por nós desenvolvida teve como tema principal a
Astronomia abordando o Sistema Solar e Evolução Estelar. As atividades
desenvolvidas tinham o intuito de dar um sentido a novos conhecimentos
(MOREIRA, 2016), organizando as ideias e explorando o conhecimento prévio
do aluno.
As atividades ou situações-problema foram selecionadas de maneira a
tornar o ensino significativo para o estudante, estimulando a busca por
respostas.
Nossa sequência didática utilizou metodologias cuidadosamente
escolhidas de maneira a explorar as transposições didáticas facilitando o
entendimento do estudante e consolidando o novo conhecimento adquirido. A
cada atividade o grau de complexidade aumentava levando o aluno a buscar as
respostas, não por obrigação, mas por vontade de conhecer mais.
Ao final do trabalho espera-se que o aluno tenha adquirido um
conhecimento significativo e crítico e que o leve para a vida.
Tendo em vista o propósito deste trabalho, apresentamos a sequência
de desenvolvimento como se segue. No capítulo 1 apresentamos as
metodologias utilizadas por nós como forma de abordagem e entendimento do
problema, dando ênfase à Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) e
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). No capítulo 2 é colocada a
proposta didática, com as atividades aplicadas deixando claras as vantagens
da utilização de uma metodologia diversificada, criando uma atmosfera de
interesse e participação dos estudantes. No capítulo 3 temos a análise dos
resultados de aplicação da sequência didática, onde é possível perceber a
diferença de resultados entre uma metodologia de giz e lousa utilizada no
grupo de controle e as metodologias utilizadas neste projeto. No capítulo 4,
serão apresentadas as conclusões e comentários críticos, demonstrando a
importância da diversificação no ensino de física.
9
Capítulo 2
Metodologias utilizadas
2.1 Introdução
10
Astronomia de fato surgiu no país, com o objetivo de manter uma hora oficial
para a navegação2.
Mas foi no período da República que o ensino de Astronomia começou a
ser um curso regular (MORAES, 1984). Em 1958 foi criado o primeiro curso de
graduação em Astronomia do Brasil, na antiga Universidade do Brasil
(BRETONES, 1999). Nas décadas de 60 e 70 do século XX, a Astronomia foi
deixando de ser uma disciplina regular e passou a compor, como parte
optativa, a grade de outros cursos de graduação.
Hoje, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
(BRASIL, 1999), a Astronomia está inserida nas disciplinas de Ciências do
ensino fundamental e Física do ensino médio.
No âmbito da educação básica, as escolas de educação
infantil, ensino fundamental e ensino médio atuam de modo formal no
papel de instituições que promovem o processo de
ensino/aprendizagem de conteúdos de Astronomia, embora de modo
reduzido, e muita vez até nulo, como mostram os resultados das
pesquisas da área de educação em Astronomia. Sejam estes
conteúdos sugeridos por órgãos e documentos sociais (Secretarias
de Educação, Ministérios, Referenciais Curriculares para a Educação
Infantil, Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental e Médio Orientações Curriculares Nacionais, etc.),
sejam administrados por opção de professores comprometidos com
sua formação continuada individual, alguns elementos de Astronomia
podem vir a estar presentes nas aulas de ciências ou de física.
(LANGHI; NARDI, 2009)
2
Disponível em:http://www.cdcc.usp.br/cda/ser-astronomo/node1.htm. Acesso em 25 ago.
2015.
11
Cada uma das metodologias citadas acima não devem ser consideradas
como cartilhas a serem seguidas, mas como ampla gama de possibilidades de
desenvolvimento do seu trabalho. Determinados assuntos requerem uma
metodologia específica como, por exemplo, resolução de problemas em lápis e
papel, onde será muito difícil fugir da metodologia de resolução padrão. Mas
também existem outras atividades que podem ser desenvolvidas utilizando
simulações, cinema, debates, conforme a visão do professor.
A atitude do professor como educador é fundamental para o
desenvolvimento de uma boa metodologia de ensino, pois ao aluno devem ser
fornecidas ferramentas que o auxiliem a entender que a física está dentro e
fora da escola.
2.3 Experimentação
12
que uma aula de laboratório. Na verdade, é proporcionar ao estudante um
contato real com o Método Científico, isto é, com planejar, experimentar e
concluir algo sobre o que se está fazendo. Este é um aprendizado que será
levado para toda a vida, permitindo ao estudante uma postura mais crítica e
racional diante de problemas cotidianos. Essa talvez seja a contribuição mais
importante das aulas experimentais, mas para que seja possível é necessária
uma postura proativa, isto é, de buscar maneiras de ensino que realmente
cativem os estudantes.
2.4 FMC
13
MOREIRA, 2000), pois entrarão em contato com as ideias que revolucionaram
o século XX, causando a evolução tecnológica que ocorre a todo o momento.
2.5 Interdisciplinaridade
2.6 TIC
14
natural, pois nascem, crescem e se desenvolvem em um mundo tecnológico,
rodeados de informação e com muita facilidade de alcançá-la segundo Palfrey
e Gasser (2011). Cabe então ao professor utilizar e aplicar metodologias que
se encaixem nesse mundo tecnológico dos alunos e extrapolar para a realidade
da sala de aula e consequentemente para o mundo, criando uma relação entre
a física da sala de aula e o mundo tecnológico em que estão inseridos. De
acordo com Fiolhais e Trindade (2003), um exemplo de envolvimento
tecnológico, que pode fazer a conexão entre a física e a tecnologia, é a
disponibilização e uso de materiais didáticos na rede. Através da internet é
possível adaptar a tecnologia de informação com os conteúdos a serem
desenvolvidos com os alunos. Com essa poderosa ferramenta, (FIOLHAIS;
TRINDADE, 2003), o professor aumenta a possibilidade de ser capaz de unir a
física ao interesse dos alunos.
Dentre os recursos disponíveis na rede é possível utilizar simuladores,
que trazem modelos muito próximos da realidade, aquisição de dados, através
de computador e sensores de luz, áudio e movimento, entre outros.
O conjunto de recursos descritos acima constituem a hipermídia e são
excelentes alternativas para desenvolver as competências e habilidades
necessárias ao ensino da física, pois permitem que o aluno desenvolva a
capacidade de lidar com alternativas simultaneamente.
De acordo com a proposta de aprendizagem de Bruner (1973), lidar
com alternativas é um dos estágios de desenvolvimento cognitivo que leva ao
verdadeiro aprendizado.
2.7 Cinema
15
partes do filme. Em seguida são colocadas questões relacionadas aos
fenômenos que estão ocorrendo na tela, que depois serão retomadas em uma
roda de debate, onde os alunos discutirão tais fenômenos e produzirão um
conhecimento baseado em suas observações e considerações do grupo como
um todo.
16
problemas de lápis e papel, seu método de resolução deve ser um modelo a
ser seguido (PEDUZZI, 1997), pois se apresentar alguma deficiência no
desenvolvimento dos problemas, com certeza o reflexo será percebido nos
estudantes.
Em física, a resolução de problemas de lápis e papel é muito comum, como
por exemplo no desenvolvimento de um cálculo de ano-luz, passo a passo, o
estudante será capaz de relacionar o valor numérico do ano-luz com o
resultado calculado em quilômetros, entendendo a informação presente na
unidade ano-luz. Em seguida, Solicitar ao próprio aluno que calcule algumas
distâncias em anos-luz e transformando-as em km, fazendo com que o
conhecimento seja absorvido pelo aluno e com que a mecânica matemática
seja dominada, descrevendo, planejando, implementando e conferindo
(PEDUZZI, 1997).
17
2.10 CTS e CTSA
18
alunos. O sistema de ensino deve perceber a necessidade de envolver o
estudante, fazer com que se interesse por ciência e tecnologia por fazer parte
de seu mundo e não por querer que o estudante veja ciências como algo
distante que apenas mostre o pensamento dos cientistas. Os professores
devem notar que o método clássico de ensino de ciências não se adequa mais
às transformações que estão ocorrendo ao seu redor e torna-se necessário
mostrar as relações das ciências e tecnologias com o meio em que vivem, só
assim o ensino terá sentido (MELO; COSTA, 2012).
Alguns autores acreditam que, além de uma abordagem CTS é
necessária uma abordagem CTSA, que relacione a ciência e a tecnologia à
sociedade e seus impactos com o meio ambiente em que estão inseridos
(RICARDO, 2007), pois as questões ambientais não podem ser deixadas de
lado e devem ser levadas aos estudantes para que possam se posicionar e
trazer respostas aos problemas criados pela evolução tecnológica, participando
criticamente das questões sociais que possam surgir.
No presente trabalho várias atividades apresentam uma abordagem
CTSA, que trazem a física para a realidade do aluno, fazendo relacionar o
conteúdo aprendido com o seu redor, colocando de maneira coerente à sua
realidade os assuntos abordados. Desta maneira, o aluno percebe a relação
entre o seu dia a dia e a ciência que está sendo abordada, motivando e
fazendo com que seu interesse aumente com o decorrer das atividades
Percebendo que o seu aprendizado está sendo significativo e que está
aprendendo ciências para que possa aproveitar em diversas situações de sua
vida social, deixando de lado aquele mito de que a física não tem relação
nenhuma com a vida fora da escola.
No capítulo 4 são apresentadas as atividades desenvolvidas pelos
estudantes, juntamente com uma análise crítica-descritiva de cada uma.
19
Capítulo 3
Aspectos Físicos abordados no produto
3.1 Introdução
20
3.2 Leis de Kepler e Gravitação Newtoniana
21
Terceira Lei (Lei dos Períodos): O quadrado do período da
revolução de um planeta em torno do Sol é diretamente
proporcional ao cubo do raio médio de sua elipse orbital.
A Figura 3 mostra uma elipse com focos F1 e F2 e de origem O. O
semieixo maior tem tamanho 2a e o semieixo menor 2b. A distância entre os
focos é 2c. Admitindo-se que o Sol ocupa o foco F1, então tem-se que A é o
afélio e A’ é o periélio da órbita. Os raios d 1 e d2 definem o raio orbital médio
dado por
𝑑1 + 𝑑2 (1)
𝑅= .
2
A excentricidade de qualquer elípse é medida por:
𝑐
𝑒= , (2)
𝑎
e no caso de uma elípse 𝑐 ∈ 0,1 . Para os planetas do Sistema Solar os
valores de excentricidade são muito pequenos, o que explica o fato de sempre
se acreditar que as órbitas fossem círculos perfeitos. A Tabela 1 mostra os
valores calculados de excentricidade para os planetas do Sistema Solar.
Fonte: O autor.
22
Tabela1: Valores de excentricidade calculados para o Sistema Solar.
Planeta Excentricidade
Mercúrio 0,2056
Vênus 0,0068
Terra 0,0167
Marte 0,093
Júpiter 0,048
Saturno 0,056
Urano 0,046
Netuno 0,0097
Fonte: O autor.
23
FIGURA 4 : Segunda Lei:
Fonte : O autor
As áreas ∆𝐴𝑖 , 𝑖 = 1, 𝑛, são tomadas nos tempos ∆𝑡𝑖 . O que Kepler notou
é que se
∆𝑡1 = ∆𝑡2 = ⋯ = ∆𝑡𝑛 ,
então vale
∆𝐴1 = ∆𝐴2 = ⋯ = ∆𝐴𝑛 .
A Terceira Lei pode ser mais bem compreendida por meio da Tabela 2.
Considerando apenas os valores numéricos, isto é, tomando-os como
adimensionais, vemos que a diferença entre o quadrado do período P e o cubo
do raio médio R é bastante próxima de zero. Com isso, Kepler foi capaz de
deduzir que
𝑃 = 𝑘𝑅 3 , (4)
onde 𝑘 é uma constante a ser determinada.
Estas três leis, mostradas aqui de modo bastante simplificado, são
capazes de descrever o movimento dos planetas do Sistema Solar com grande
exatidão. Porém, não são capazes de dizer a causa do movimento, que
necessitaria ainda de quase meio século para ser enunciada por Isaac Newton,
em 1666. A cinemática do Sistema Solar estava pronta. No entanto, o que
causava esses movimentos? Que forças permitiam essa dança? Isto será visto
na próxima seção.
24
Tabela 2: Relações entre períodos e distâncias dos planetas do Sistema
Solar.
25
Com base nesse sistema de coordenadas especial, postula-se a
Primeira Lei de Newton, ou Lei da Inércia, que estabelece: todo corpo em
repouso tende a permanecer nesse estado com relação a um referencial
inercial, a menos que uma força externa mude seu estado de equilíbrio. Que
equivale a dizer que todo corpo em movimento retilíneo e uniforme tende a
permanecer nesse movimento a menos que uma força externa mude seu
estado de equilíbrio.
Note que neste postulado há a presença do termo força, sem definir-se
matematicamente a mesma. Apenas há a consideração de que algo pode
mudar o status de movimento de um objeto num referencial inercial, do repouso
para o movimento retilíneo e uniforme e vice-versa.
A Segunda Lei de Newton, que é a lei fundamental da dinâmica, afirma
que a força resultante sobre um corpo num referencial inercial é igual a taxa de
variação temporal do momento linear sentido por este corpo.
𝑑𝑝
𝐹= , (5)
𝑑𝑡
26
Percebendo que a Terra exerce uma atração sobre os objetos que estão
sobre sua superfície e que esta força se estendia até a Lua produzindo uma
aceleração centrípeta suficiente para manter a Lua em órbita, Newton
extrapolou a mesma para o Sol e os planetas. Ou seja, ele considerou a
existência de uma força de alcance infinito e instantânea que agiria em todos
os corpos do universo.
A Lei da Gravitação Universal possui uma história bastante rica e, claro,
controversa. A “lei de decrescimento da intensidade da força gravitacional com
o inverso do quadrado da distância entre os corpos” estava bastante em moda
nos anos de 1660. Notavelmente, Hooke já havia exposto a lei da gravitação
universal, figura 5, sem demonstrá-la corretamente. No entanto, pode-se ver a
contribuição de Hooke ao expor de forma apropriada a força centrípeta, que
Newton passaria a utilizar mais tarde.
3
Fonte: Echo
De modo bastante inocente e usando a Terceira Lei de Kepler, pode-se
deduzir ao menos a intensidade da força gravitacional dentro da Lei da
Gravitação Universal de Newton. Para tanto, considera-se um planeta numa
órbita circular em torno do Sol. Este planeta de massa 𝑚, localizado a uma
3
http://echo.mpiwg-berlin.mpg.de/ECHOdocuView?url=/permanent/library/XXTBUC3U/index.meta.
Acesso em: 20 jun. 2016
27
distância 𝑟 do Sol e movendo-se com velocidade 𝑣, sente uma força centrípeta
na direção de 𝑟 dada por:
𝑣2
𝐹=𝑚 𝑟. (9)
𝑟
Por outro lado, sendo o período T do planeta com órbita circular, tem-se
de imediato que
𝑇 2 = 𝑘. 𝑟 3 . (11)
Ou seja,
4𝜋 2 . 𝑟 2 4𝜋 2 1
𝑣2 = 3
= → 𝑣2 ∝ . (12)
𝑘. 𝑟 𝑘. 𝑟 𝑟
De acordo com a lei da ação e reação, o planeta exerce uma força igual,
porém de sentido contrário ao Sol. A força aplicada pelo planeta sobre o Sol,
de massa M é dada por:
𝑀 (13)
𝐹 ∝ 𝑟
𝑟2
Ou seja, a força gravitacional é proporcional ao inverso do quadrado da
distância entre os objetos.
O trabalho sobre-humano de Newton, e exclusivo dele, foi demonstrar,
sem qualquer recurso além do cálculo, que a força gravitacional é
dada por (14)
𝐺 . 𝑀. 𝑚
𝐹= 𝑟.
𝑟2
onde G é a constante gravitacional universal. Com base na expressão acima é
possível demonstrar as Leis de Kepler. Ou seja, pode-se enxergar dinâmica
onde antes só havia cinemática. De modo bastante simples, pode-se
demonstrar a Lei dos Períodos de Kepler. Para tanto, considere que ambos os
corpos de massa 𝑚1 e 𝑚2 , orbitam o centro de massa comum a esse sistema,
de onde cada corpo dista 𝑟1 e 𝑟2 , respectivamente. A força gravitacional será
escrita como
28
𝑚 1𝑚 2
𝐹=𝐺 𝑟. (15)
(𝑟1 +𝑟2 )2
𝑚 2 𝑣2 2
𝐹2 = 𝑟 (17)
𝑟2
29
ainda, que a densidade de matéria 𝜌 e a pressão P são apenas funções
dependentes de r: 0 ≤ 𝑟 ≤ 𝑅, 𝜌 𝑟 = 𝜌 e 𝑃 𝑟 = 𝑃.
A quantidade de matéria contida por uma casca esférica localizada a
uma distância r do centro dessa distribuição de matéria é dada por:
𝑟
𝑚 𝑟 = 0
4𝜋𝜌 𝑟 ′ 𝑟′2 𝑑𝑟′. (20)
e, portanto,
∆𝑃(𝑟) Δ𝑃(𝑟) Δ𝑚 (𝑟) (24)
∆𝑟∆𝐴 = .
∆𝑟 Δ𝑟 ρ(r)
30
𝑑𝑡 1 1
= [2𝐺𝑚0 (𝑟 − 𝑟 )]−1/2 ,
𝑑𝑟 0
pois
𝑀 𝑚 (𝑟) (31)
𝜖𝑝𝑔 = −𝐺 0
𝑑𝑚.
𝑟
31
relativístico e ultra relativístico. Ambos contribuem de modo diferente no cálculo
de 𝑃 .
32
Não há transferência de calor em uma transformação adiabática e a
energia interna do sistema é dada apenas pelo trabalho realizado. A energia
interna do sistema é 𝜖𝑖𝑛𝑡 e
𝑑𝜖𝑖𝑛𝑡 = −𝑃𝑑𝑉. (40)
33
4
Fonte: Nasa .
Para se formar uma estrela como o Sol é necessário que uma porção da
nuvem molecular com 25 massas Solares tenha em torno de 500 trilhões de
quilômetros e uma temperatura de apenas -200ºC. Como visto acima, a
gravidade é responsável pela compressão de toda a massa em direção ao seu
centro. Tamanha compressão faz com que aumentem as colisões entre as
partículas existentes no glóbulo, causando um aumento de temperatura
fazendo com que a ação gravitacional diminua, pois produz uma pressão de
dentro para fora, freando o colapso.
Num período de 100 mil anos o glóbulo se contrai fazendo com que
aquela imensa nuvem atinja um tamanho aproximado de 20 bilhões de
quilômetros se transformando numa Protoestrela. Se a massa do glóbulo for
superior a 0,08 massas Solares será possível então passar para o próximo
estágio na evolução da estrela (FIAÇA et al., 2003).A temperatura do centro
atinge 10.000.000 K onde se iniciam as fusões de hidrogênio criando uma
pressão capaz de sustentar a gravidade mantendo um equilíbrio hidrostático.
Ao iniciar a queima de hidrogênio a estrela inicia sua fase de vida adulta
na sequência principal, estágio esse que durará a maior parte de sua vida.
O tempo de vida de uma estrela está diretamente relacionado com a
energia disponível para queimar e a taxa com que ela gasta sua energia.
4
Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap061022.html.Acesso em 08 ago. 2015.
34
Quanto maior for a massa da estrela mais rápido vai queimar energia
disponível, consequentemente tendo uma vida muito mais curta. Pode-se
perceber que quanto maior for a massa da estrela maior será sua
luminosidade, pois (OLIVEIRA; SARAIVA, 2004)
𝐿 ∝ 𝑀3,5
𝑀 ≥ 3𝑀𝑆 , 𝐿 ∝ 𝑀3
(43)
3𝑀𝑆 ≥ 𝑀 ≥ 0,5 𝑀𝑆 , 𝐿 ∝ 𝑀4
𝑀 ≤ 0,5𝑀𝑆 , 𝐿 ∝ 𝑀2,5 .
Nas desigualdades diretamente ligadas à variação da massa, acima
tem-se que 𝐿 é a luminosidade aparente da estrela. Consequentemente as
estrelas mais luminosas possuem mais massa e uma vida mais curta.
Este é o estágio mais longo de sua evolução, as estrelas passam mais
de 90% de uma vida na Sequência Principal (SP), onde se dá início a queima
de hidrogênio para sustentar o equilíbrio e manter a estrela viva. Enquanto
houver combustível suficiente para manter constante a quantidade de energia
liberada5, a estrela segue sua vida de maneira constante, sem variações em
seu estágio evolutivo.
A queima do hidrogênio necessária para a formação do 4He ocorre em
um processo chamado de cadeia próton-próton (OLIVEIRA; SARAIVA, 2004):
𝑝 + 𝑝 → 𝑑 + 𝑒 + + 𝑣𝑒
𝑝 + 𝑑 → 32𝐻𝑒 + 𝛾
3
2𝐻𝑒 + 32𝐻𝑒 → 42𝐻𝑒 + 2𝑝 (44)
Enquanto houver hidrogênio suficiente para manter o processo
a estrela permanece na SP, pois as reações ocorrem à partir da quebra dos
átomos de hidrogênio (44).
O diagrama da figura 7 recebeu o nome de diagrama HR (Hertzsprung -
Russell), por ser desenvolvido simultaneamente pelo dinamarquês Ejnar
Hertzsprung (1873-1967), em 1911, e pelo americano Henry Norris Russell
(1877-1957), em 1913. O diagrama HR demonstra a relação existente entre a
luminosidade de uma estrela e sua temperatura superficial, mostrando a faixa
onde se encontram as estrelas na SP, como o nosso Sol.
5
Isso é chamado de Equilíbrio Energético: a quantidade de energia produzida é igual à
liberada.
35
FIGURA 7 – Diagrama HR
6
Fonte :UFRGS .
É possível notar no diagrama que as estrelas não se distribuem
igualmente e sim estão concentradas em algumas partes. A maior parte das
estrelas está na faixa central semelhante a um s, que recebe o nome de
Sequência Principal.
O que determina a posição das estrelas no diagrama é a sua massa e
percebe-se que grande parte se concentra acima da SP. Na região superior à
direita estão as chamadas estrelas gigantes, no topo do diagrama existem as
supergigantes que são muito mais luminosas. Algumas estrelas se encontram
no canto inferior esquerdo, e são chamadas de anãs brancas nos estágios
finais de suas vidas.
6
Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node2.htm. Acesso em 08 ago. 2015.
36
Quando a pressão interna não consegue mais manter o equilíbrio
termodinâmico da estrela, então ela inicia seu processo de contração.
Consequentemente, a contração permite o aumento da sua temperatura central
até o valor de 108 K (processo de reaquecimento). Neste momento a estrela
está pronta para iniciar a queima de hélio. Suas camadas mais externas, por
outro lado, expandem-se deixando a superfície mais fria. É o estágio de gigante
vermelha.
O processo de queima de hélio recebe o nome de ciclo carbono-
nitrogênio e é dado abaixo (OLIVEIRA; SARAIVA, 2004)
12 13
𝑝+ 6𝐶 → 7𝑁 +𝛾
13
6𝐶 + 𝑒 + + 𝑣𝑒
13 14
𝑝+ 6𝐶 → 7𝑁 +𝛾
14 15
𝑝+ 7𝑁 → 8𝑂 +𝛾
15
7𝑁 + 𝑒 + + 𝑣𝑒
15 12
𝑝+ 7𝑁 → 6𝐶 + 42𝐻𝑒 (45)
37
7
Fonte: Nasa .
7
Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap981101.html. Acesso em 08 ago. 2015.
38
Segundo o limite de Chandrasekhar (OLIVEIRA; SARAIVA, 2004), se a
estrela central de uma nebulosa planetária tem massa maior do que 1,4
massas Solares, então ela não consegue se estabilizar como uma anã branca.
Esta estrela, então, continua a contrair até que a matéria que a forma atinge a
densidade de 2.1010 kg/m3. Quando isto ocorre, os elétrons são capturados
pelos prótons dando origem a nêutrons. A matéria estelar fica cada vez mais
enriquecida de nêutrons. A estrela continua a contrair e quando sua densidade
chega a 3.1016 kg/m3 ela já está composta por um gás de nêutrons degenerado.
A estrela agora é uma típica estrela de nêutrons.
Se essa estrela residual tiver massa superior a 3 massas solares o
resultado será um buraco negro, um objeto celeste com uma força gravitacional
tão forte que nem mesmo a luz será capaz de escapar.
Na figura 9 é possível observar o ciclo de vida possível de uma estrela a
partir de sua massa inicial, que, por sua vez, determina seus estágios finais.
Cabe ressaltar que há diversos ciclos de formação de elementos químicos
cada vez mais pesados dentro de uma estrela. O elemento mais pesado
56
possível de ser formado é o 26 𝐹 𝑒 . A razão para isso é bastante simples: a partir
deste ponto é necessário injetar energia na reação, algo que só pode ser feito
mediante processos de liberação de energia pela estrela, isto é, quando ela
atinge o estágio de supernova.
39
8
Fonte: Astronomia, Astronáutica e Ciências Espaciais na Escola .
Capítulo 4
Proposta de sequência didática
4.1 Introdução
8
Disponível em: https://educacaoespacial.wordpress.com/recursos-2/multimidia/imagens/.
Acesso em 10 ago.2015.
40
O projeto foi desenvolvido com duas turmas de ensino médio com aulas
ministradas pelo autor deste trabalho e duas outras turmas que participaram do
projeto como grupo de controle sendo as aulas desenvolvidas por outro
professor que utilizou o método tradicional no decorrer do processo. No intuito
de possibilitar uma comparação ao final da aplicação da sequência didática as
avaliações foram as mesmas tanto para o grupo de teste quanto para o grupo
de controle.
As aulas de Astronomia tiveram início com uma introdução ao Sistema
Solar, onde os alunos tiveram contato com as relações entre os planetas, suas
semelhanças e diferenças, bem como as relações entre Sol, Terra e Lua e
conhecer os limites do Sistema Solar. A princípio essa introdução poderia ser
interpretada como muito simplista, porém se mostrou necessária devido ao
tema ser muito pouco explorado no ensino fundamental. Após essa introdução
inicial, a abordagem se deu sobre o tema evolução estelar onde os alunos
desenvolveram atividades relacionadas ao nascimento, desenvolvimento e
morte das estrelas levando-os a entender toda a mecânica por trás da vida das
estrelas.
Abaixo temos as atividades desenvolvidas durante o período,
relacionadas com a metodologia de ensino utilizada e em seguida uma análise
da sua importância para o desenvolvimento cognitivo do aluno levando em
consideração a matriz de referências do enem ( BRASIL, 2009).
41
Marte
Cinturão de Asteroides
Júpiter
Saturno
Urano
Netuno
Plutão
Cinturão de Kuiper
Nuvem de Oort
Fonte: o autor (2015)
42
que os componentes acharem melhor, tirando a ideia de ter que fazer do jeito
do professor. O que é muito importante para estudantes na faixa etária de 14 a
15 anos.
Utilizar um local amplo e livre de obstáculos também mostra-se
importante, pois dependendo da escala adotada, os grupos irão perceber que
se torna impossível a montagem de um modelo no espaço desejado, fazendo-
os repensar os procedimentos adotados. Este processo de adequação da
escala permitirá que desenvolvam um modelo aceitável de disposição dos
objetos de modo a ser representativo do objeto real de estudo, isto é, da
disposição dos objetos celestes no Sistema Solar.
O trabalho em grupo desta atividade faz com que os alunos investiguem
e discutam entre si para chegarem às melhores conclusões possíveis para o
desenvolvimento satisfatório da atividade.
Metodologias utilizadas: Experimentação e CTSA.
Atividade 3: Pesquisar:
Parsec;
Unidade astronômica.
Análise: O objetivo da atividade 3 é fazer com o estudante tenha contato
com mais unidades de distância utilizadas em Astronomia, ainda em uma
perspectiva CTS, trazendo o conteúdo estudado para a realidade do aluno,
fazendo com que as novas grandezas apresentadas tenham um significado e
não apenas preenchimento de conteúdo.
Metodologia utilizada: CTSA.
43
Atividade 5a: Pesquise as semelhanças e as diferenças que os quatro
planetas internos possuem e em seguida complete a tabela 2 abaixo:
Tabela 2: Planetas por diâmetro, composição atmosférica, sentido de rotação e
temperatura média.
Planetas Diâmetro Composição Número Sentido Temperatura
em km Atmosférica de Luas de média em °C
em % Rotação
Mercúrio
Vênus
Terra
Marte
Fonte: o autor (2015)
44
Atividade 6: Levar os alunos à sala de informática e pedir para que
procurem imagens dos planetas anões e suas localizações, bem como seus
diâmetros.
Análise: A intenção de levar os alunos à sala de informática é fazer com
que o professor auxilie no desenvolvimento de uma pesquisa científica, pois os
alunos tendem a procurar e finalizar suas pesquisas logo no primeiro resultado
encontrado. No entanto, ele precisa entender que este processo de pesquisa
precisa ser apurado e comparações com outras fontes de pesquisa são
necessárias para corroborar com sua veracidade. Nesse momento é que o
professor deve mediar a ação do estudante auxiliando e direcionando o
processo, levando à produção de uma pesquisa válida no processo ensino-
aprendizagem.
45
acima tem a função de apresentar aos estudantes um modo diferente de se
aprender ciências, pois o mais utilizado é o livro didático e nas escolas o
acesso a artigos científicos é praticamente nulo. Dessa forma, é possível
mostrar como os pesquisadores se comunicam e compartilham suas ideias. O
artigo escolhido é de fácil entendimento (nada impede que seja utilizado outro
artigo, este é somente um apoio para o professor) para que seja possível ao
estudante observar como é escrito e ter contato com um documento de
pesquisa científica.
Metodologia utilizada: Literatura.
46
representará o Sol e a pequena bola a Lua. Gire a bola em torno de sua
cabeça (evitando causar um eclipse bloqueando a luz com sua cabeça). Você
verá na bola fases exatamente como aquelas que são vistas na Lua.
Análise: Apesar de ser uma experiência muito simples, com ela é
possível observar a mudança na incidência dos raios Solares na bola, através
da mudança de ângulo entre o observador e o objeto que está recebendo a luz.
O que ficaria muito mais difícil de demonstrar em uma aula apenas descritiva. A
experimentação contribui efetivamente no processo ensino e aprendizagem,
assegurando um aprendizado significativo por parte do aluno (BATISTA;
FUSINATO; BLINI, 2009.).
Metodologia utilizada: Experimentação
9
Disponível em: http://www.sbfisica.org.br/v1/novopion/index.php/links/simulacoes-e-
animacoes Acesso: 07 out. 2015.
47
Análise: A apresentação tem como função fazer com que os alunos
desenvolvam um pequeno seminário, contribuindo com a nova visão que as
pesquisas levantadas trouxeram, esperando que cada grupo tenha visões
diferentes de possíveis interações entre os cometas e a Terra, fazendo com
que as indagações criem um debate crítico na sala de aula. O professor deverá
interagir apenas quando necessário para permitir a evolução do grupo como
um todo.
Metodologias utilizadas: TIC e CTSA.
48
Anotar e discutir as observações, relacionando com o texto fornecido no
início da aula.
Apresentar as conclusões na forma de relatório manuscrito por grupo.
49
bem clara o nascimento de uma estrela. O trecho também servirá de base
para a discussão sobre a evolução de uma estrela e a influência em seu
comportamento.
Metodologias utilizadas: Cinema e FMC.
Atividade 16: Mostrar a figura 3 com auxílio de projetor de slides e
em seguida utilizar o simulador de evolução estelar do diagrama
Hertzprung-Russell (HR)10
FIGURA 3 – Diagrama HR, demonstrando a sequência principal.
11
Fonte :UFRGS
10
Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br/mod/url/view.php?id=51911. Acesso em 25 jun.
2015.
11
Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node2.htm. Acesso em 29 ago. 2015
50
Atividade 17: Utilizar o esquema da figura 4 ou outro esquema completo
do ciclo de evolução como apresentação em slides, para uma visualização
global do processo.
12
Fonte:UFRGS.
12
Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node14.htm. Acesso em 29 ago. 2015
51
percepção sobre o que acabaram de ver, se pautando em concepções prévias
do conteúdo. O professor deverá intervir quando necessário para sanar as
dúvidas mais difíceis de esclarecer ou com questões para fomentar a
discussão.
Metodologias utilizadas: Cinema, FMC e CTSA.
Capítulo 5
Análise dos resultados de aplicação da sequência
didática
5.1 Introdução
52
Primeiramente será feita a análise das atividades desenvolvidas durante
o período para entendermos se a sequência escolhida facilitou o processo
ensino aprendizagem.
Atividades 1 e 2:
Após os alunos completarem a tabela, o segundo passo foi o
desenvolvimento de um modelo de Sistema Solar em escala onde a escolha da
escala ficou a critério de cada grupo.
FIGURA 10 – Montagem do modelo de Sistema Solar do grupo 1
53
Fonte: o autor (2015)
54
Fonte: o autor (2015
FIGURA 14 – Montagem do modelo de Sistema Solar do grupo 5
55
Fonte: o autor (2015)
56
Fonte: o autor (2015)
57
FIGURA 18 – Relatório relativo à montagem do modelo de Sistema Solar
do grupo 2.
58
O grupo 3 preferiu desenvolver uma tabela ao invés de fazer um
desenho, a tabela é uma maneira mais organizada de se agrupar informações
e tende a facilitar o trabalho do grupo na hora de desenvolver as maquetes.
59
FIGURA 21 – Relatório relativo à montagem do modelo de Sistema Solar
do grupo 5.
Atividade 3:
Se as primeiras duas atividades tinham como objetivo fornecer ao
estudante uma imagem das dimensões reais do Sistema Solar, esta atividade
tenciona mostrar que as unidades de medida usuais (metro, centímetro,
quilômetro, por exemplo), são inadequadas para tratar das distâncias entre
objetos no espaço sideral. A pesquisa de unidades astronômicas teve como
intenção fornecer uma abordagem inicial como introdução para o cálculo de
ano-luz (atividade 4). Como os alunos fizeram a pesquisa em casa, a maior
parte dos textos trouxeram as definições da Wikipédia.
Poucos foram os que procuraram fontes alternativas para um maior
aprofundamento.
Isso permite concluir que o aluno precisa de orientação quanto a
profundidade dos textos presentes na Internet, que pode conter textos indo da
mais superficial abordagem até aqueles fornecidos por fontes confiáveis, como
60
CERN (Conseil Europeen pour la Recherche Nucleaire) e Observatório
Nacional, que apresentam maior embasamento teórico.
Atividade 4:
O cálculo do ano-luz, mesmo com acompanhamento do professor, teve
uma porcentagem de aproveitamento muito baixa, pois os alunos de primeiro
ano de ensino médio em geral possuem uma defasagem matemática muito
grande, principalmente em relacionar grandezas, o que dificultou muito o
desenvolvimento da atividade. O trabalho com potências de base 10 se
mostrou bastante difícil. Pode-se dizer que a dificuldade matemática
obscureceu a física que se pretendia estudar confirmando as afirmações de
Pietrocola (2003), que considera a matemática como um obstáculo ao ensino
de física.
Foi possível notar que a maioria dos alunos chegaram ao ensino médio
sem o domínio das habilidades matemáticas necessárias para o
desenvolvimento da física, como, por exemplo, as habilidades abaixo que
foram retiradas da matriz curricular de matemática:
D20 – Resolver problema com números inteiros envolvendo as
operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).
D21 – Reconhecer as diferentes representações de um número racional.
D22 – Identificar fração como representação que pode estar associada a
diferentes significados.
D23 – Identificar frações equivalentes.
D24 – Reconhecer as representações decimais dos números racionais
como uma extensão do sistema de numeração decimal identificando a
existência de "ordens" como décimos, centésimos e milésimos.
D25 – Efetuar cálculos que envolvam operações com números racionais
(adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).
D26 – Resolver problema com números racionais que envolvam as
operações (adição, subtração, multiplicação, divisão e potenciação).
D27 – Efetuar cálculos simples com valores aproximados de radicais.
D28 – Resolver problema que envolva porcentagem.
D29 – Resolver problema que envolva variações proporcionais, diretas
ou inversas entre grandezas.
61
D30 – Calcular o valor numérico de uma expressão algébrica.
D31 – Resolver problema que envolva equação de segundo grau.
A deficiência nas habilidades apresentadas acima é muito preocupante
se levarmos em consideração a frequência com que tais habilidades são
requeridas nas aulas de física. Isto pode levar o professor a escolher entre dois
caminhos, fazer uma revisão matemática sempre que necessário ou abrir mão
da matematização da física e abordar apenas os fenômenos envolvidos sem se
preocupar com os cálculos que deveriam ser desenvolvidos.
Atividade 5a e 5b:
Pesquisa e preenchimento de tabelas comparativas pode ser uma boa
maneira de se relacionar objetos de estudo para conhecer suas semelhanças e
diferenças.
Na presente atividade, o estudo das tabelas permitiu aos alunos
perceber as relações entre os planetas telúricos, estabelecendo suas
semelhanças e os distinguindo dos jovianos por suas diferenças. Este se
mostrou um modo prático e nítido, facilitando a visualização da organização do
Sistema Solar. A organização dos planetas não deve ser vista como mero
método de organização administrativa. Os planetas estão assim dispostos por
suas características físicas, algo que deve ser ressaltado em sala de aula.
Atividade 6:
Levar os alunos à sala de informática é sempre algo desafiador porque
os computadores disponíveis estão sempre em menor quantidade que o
número de alunos. Dentro da nossa realidade escolar, não se pode descartar
que possivelmente sempre haverá um ou outro danificado. No entanto, a
despeito disso, os alunos ficaram entusiasmados com as novas descobertas
feitas sobre o planeta-anão Plutão, que ao contrário do que todos pensavam,
apresenta cinco satélites orbitando ao seu redor e que foram fotografados em
alta resolução pela sonda New Horizons, lançada pela agencia espacial NASA.
Imagens de baixa resolução obtidas pelo telescópio Hubble anos atrás
puderam ser comparadas com as atuais. Além disso, eles começaram a
pesquisar sobre outros planetas-anões e ficaram surpresos com a grande
variação nos períodos orbitais desses planetas-anões.
62
Os estudantes tinham poucas informações sobre Plutão, e sobre outros
planetas de um modo geral, apesar de disponíveis na Internet. Talvez isso
mostre como deixou de ser atrativo para estas gerações olhar para o céu.
Atividade 7:
Após pesquisa inicial, a atividade proposta aqui fez uso do software
Stellarium, que está disponível para download gratuito no site:
http://www.stellarium.org/pt/ (acesso em 02/07/2016) e permite que os alunos
tenham uma visualização muito boa do Sistema Solar e do espaço sideral em
geral, pois mostra informações referentes sobre planetas, estrelas, galáxias e
constelações, tudo com uma resolução gráfica muito boa. Foi uma aula mais
descontraída onde os alunos ficaram livres para explorar o software da maneira
que melhor lhes conviesse. No entanto, a atividade apesar de livre foi
direcionada, pois os alunos deveriam seguir o roteiro inicial dado pelo professor
e que incluía conhecer o Sistema Solar interno, o Sol, o Sistema Solar externo,
explorando as potencialidades do programa e percebendo as diferenças entre
o sistema geocêntrico e o sistema heliocêntrico. Foram estimulados a utilizar as
diferentes possibilidades de escolha de referenciais de observação, muito
embora não seja objeto de estudo aqui. Os alunos com maior facilidade foram
convidados a procurar o cometa Halley quando passou próximo à Terra.
Atividade 8:
Como esperado, os alunos mostraram certa dificuldade no entendimento
do texto científico, muito provavelmente porque não estão acostumados a esse
tipo de literatura. Os termos utilizados e a própria formatação do texto eram
novidades para a maioria. Vários alunos comentaram que era a primeira vez
que estavam tendo contato com um artigo científico e que nem sabiam do que
se tratava. Fez-se então necessário uma introdução sobre o que é um artigo,
qual sua função e como está sendo utilizado nas universidades para divulgação
científica e desenvolvimento tecnológico. Em seguida deu-se continuidade à
leitura do artigo, estando os alunos preparados com um dicionário ao lado para
que buscassem os significados das palavras desconhecidas evitando que o
texto perdesse o sentido.
63
Um fato que vale a pena ser mencionado foi a dificuldade apresentada
pelos alunos devido à falta de conhecimento de várias palavras, que a princípio
deveriam fazer parte de seus vocabulários. Termos como luz incidente, binário
e saciar tiveram que ser pesquisados no dicionário, o que tornou o
desenvolvimento do texto um pouco mais trabalhoso. No entanto, o fato de ter
sido trabalhado com leitura compartilhada atuou como facilitador para o
desenvolvimento do texto, obtendo um bom resultado com a compreensão dos
fenômenos abordados.
Atividade 9:
Assistirem ao vídeo de abertura da roda de debate foi importante para o
entendimento dos fenômenos relacionados, sendo o ponto alto a discussão
sobre as quatro teorias de possível formação da Lua, onde os alunos realmente
tentavam entender como uma ou outra teoria poderia realmente ter acontecido.
Houve, inclusive, demonstrações onde os próprios alunos tomavam as
posições dos planetas para teatralizar a teoria. A discussão foi muito
esclarecedora e significativa e ao final do debate, vários alunos agradeceram
pela possibilidade de socializar livremente seus pensamentos. Abaixo
fragmentos de alguns relatórios redigidos após o término do debate.
FIGURA 22 – Trecho do relatório desenvolvido pelo aluno 5, após o
debate.
64
FIGURA 23 – Trecho do relatório desenvolvido pelo aluno 6, após o
debate.
Atividade 10:
O experimento era bastante simples, porém fundamental para o
entendimento sobre as fases da Lua. Durante o desenvolvimento do
65
experimento, os alunos percebiam que realmente apenas uma parte da Lua era
iluminada devido à posição geométrica entre o ponto de luz (Sol), a cabeça do
aluno (Terra) e a laranja (Lua). Após o término do experimento nenhum aluno
tinha o conceito errôneo de que a Lua aumentava e diminuía de tamanho no
céu.
Atividade 11:
O simulador de eclipses demonstrado na figura 25, mostra de maneira
simples a diferença entre os eclipses Solares e lunares, muitas vezes
confundidos pelos alunos. Vale notar que havia alunos que desconheciam
como os fenômenos ocorriam. Ao utilizar o simulador foi possível perceber o
crescente interesse dos estudantes no fenômeno porque percebiam a variação
da sombra feita no corpo celeste, fazendo com que realmente fosse possível
perceber o fenômeno ocorrendo.
FIGURA 25 – Cópia da tela do computador no momento do
funcionamento do simulador.
13
Fonte: UFRGS.
13
Disponível em: http://www.sbfisica.org.br/v1/novopion/index.php/links/simulacoes-e-
animacoes . Aceso em 30 set.2015.
66
Atividade 12:
Por se tratar de uma apresentação que deveria ser feita para toda a
sala, poderia ser esperado um menor interesse por parte dos alunos, que em
geral não gostam de atividades onde tenham que se expor. No entanto, alguns
alunos realmente se destacaram e pesquisaram os asteroides mais
significativos, fazendo apresentações que indicavam interesse na exploração
de informações cientificas. No anexo B é possível encontrar uma das
apresentações desenvolvidas por um grupo desses alunos.
Atividade 13:
O experimento de produção de cometa foi encarado com muito
entusiasmo pelos estudantes, pois o fato de construir algo novo foi bastante
motivador. Provavelmente contribuiu para isso o fato de utilizarem gelo seco e
carvão que juntos produziam efeitos que eles não tinham contato no dia a dia.
Todos os grupos participaram e desenvolveram seus cometas, pois a intenção
era entender como era formado seu interior e de que maneira surge a cauda.
Após ter macerado o carvão e desenvolvido o corpo do cometa, todos
queriam levar ao ventilador para perceber a cauda surgindo, conforme ocorre
no vento Solar. Percebeu-se uma mistura de alegria e descoberta ao notar que
o funcionamento do cometa é possível de ser entendido a partir de um
experimento tão simples em sala de aula. Foi muito gratificante ver a satisfação
com que os alunos concluíram o experimento e entenderam os resultados
obtidos.
A seguir algumas imagens tiradas no dia do experimento, mostrando a
fase de produção de cometas.
67
FIGURA 26 – Produção do modelo de cometa pelo grupo 1.
68
imagens foram muito grandes, vários perguntavam ao mesmo tempo e às
vezes até se atrapalhando. As perguntas mais comuns foram: “Mas isso existe
mesmo?”, “Qual o tamanho dessa nuvem? ”, “Isso fica perto da gente? ”,
“Como uma estrela pode nascer disso aí? ” As perguntas demonstravam o alto
grau de curiosidade apresentado pelos alunos, ativada pela beleza do
desconhecido, cada imagem que aparecia na tela fazia com que suas cabeças
criassem várias dúvidas que foram sendo sanadas durante a apresentação da
maneira mais visual possível. Foram utilizadas imagens de alta definição com a
intenção de causar um impacto visual, como as figuras 28 e 29 mostradas
abaixo.
O objetivo da atividade era fazer com que os alunos tivessem
conhecimento das localidades do nosso universo onde existe a formação de
estrelas, que foi atingido, se não em sua totalidade, muito próximo a ela. Os
questionamentos dos alunos foram fundamentais para o que o processo ensino
e aprendizagem obtivesse êxito.
14
Fonte:Nasa.
14
Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap150107.html. Acesso em: 08 out.2015
69
FIGURA 29 – Nebulosa Cabeça de Cavalo.
Fonte:Nasa. 15
Atividade 15:
Os primeiros sete minutos do documentário foram importantíssimos para
que os alunos entendessem o processo de formação de uma estrela, da
nebulosa à protoestrela, em seguida ao nascimento da estrela e sua entrada na
sequência principal.
Atividade 16:
Foi necessária novamente a utilização da apresentação de slides, para a
demonstração do diagrama HR que auxiliou em muito o entendimento pelos
alunos.
Antes da demonstração do professor, não houve um entendimento claro
do diagrama, tanto que alguns alunos acharam que a posição sete seria a
posição do Sol no universo.
15
Disponível em: http://apod.nasa.gov/apod/ap031007.html. Acesso em: 08 out.2015
70
FIGURA 30 – Diagrama HR, demonstrando a sequência principal.
16
Fonte :UFRGS.
17
Fonte: USP.
16
Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node2.htm. Acesso em 29 ago. 2015
17
Disponível em: http://disciplinas.stoa.usp.br/mod/url/view.php?id=51911. Acesso em 30
out.2015.
71
Atividade 17:
Para que a morte das estrelas fosse bem compreendida, a explicação da
imagem abaixo foi imprescindível para que entendessem os diferentes estágios
finais referentes a cada tipo de estrela.
18
Fonte: UFRGS.
Atividade 18:
O fechamento do tema com o restante do documentário para que os
alunos tivessem uma visão ampla dos fenômenos que ocorrem com uma
estrela, terminando com a entrega de um relatório, teve a intenção de indicar
como foi a evolução dos alunos e se as habilidades requeridas foram
absorvidas.
Nos recortes de relatórios abaixo é possível perceber que as habilidades
foram amplamente dominadas pelos alunos.
18
Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node14.htm. Acesso em 29 ago. 2015
72
FIGURA 33 – Recorte de relatório demonstrando os conceitos
absorvidos pelo aluno 1.
73
pela gravidade e que com sua contração podem formar estrelas como o nosso
Sol.
74
necessárias para averiguar se houve ou não evolução dos alunos e também
fazer um comparativo entre o aproveitamento dos grupos de alunos. As
questões foram tabuladas de maneira a facilitar o entendimento e a observação
dos resultados e logo em seguida foi feita uma análise de cada questão
avaliada. A questão 3 teve que ser tabulada separadamente devido à inúmera
quantidade de subitens que dificultariam a sua colocação na mesma tabela.
75
Tabela 5: Tabulação das questões por acertos, total de alunos e
aproveitamento percentual, referentes à questão 3.
76
5.3.1 Análise das questões propostas:
1- O verão ocorre quando a Terra está mais perto do Sol? Explique.
Habilidades a serem alcançadas:
Reconhecer características comuns aos movimentos e sistematizá-las
segundo trajetórias, variações de posição e outras variáveis;
Reconhecer a natureza cíclica de movimentos do Sol, Terra e Lua e
suas interações, associando-a a fenômenos naturais e ao calendário, e
suas influências na vida humana.
Espera-se que nesta questão, que o aluno seja capaz de explicar que a
variação da temperatura do planeta não tem nenhuma relação com a distância
entre a Terra e o Sol e sim com à inclinação do eixo terrestre em relação à
eclíptica.
A reposta abaixo mostra que o aluno 1 reconhece o fenômeno e
consegue explicá-lo.
77
FIGURA 37 – Recorte da questão demonstrando o entendimento do
aluno 2.
78
FIGURA 40 – Recorte da questão demonstrando o entendimento do
aluno 5.
79
Habilidades a serem alcançadas:
Reconhecer características comuns aos movimentos e sistematizá-
las segundo trajetórias, variações de velocidade e outras variáveis;
Reconhecer a natureza cíclica de movimentos do Sol, Terra e Lua e
suas interações, associando-a a fenômenos naturais e ao calendário,
e suas influências na vida humana.
O aluno 7 dominou as habilidades necessárias para responder à
questão, entendendo a natureza dos movimentos e as relações entre o Sol,
Terra e Lua.
FIGURA 42 – Recorte da questão demonstrando o entendimento do
aluno 7.
80
Talvez se o aluno tivesse iniciado a resposta dando ênfase a posição da
Lua em relação à Terra e o Sol, seria mais fácil explicar o fenômeno.
O aluno 9 alcançou as habilidades, mas explicou muito superficialmente
o fenômeno.
81
O grupo de controle obteve um aproveitamento de 21%, sendo que
vários alunos deixaram a resposta em branco e apenas 12 alunos
demonstraram ter as habilidades necessárias.
3- Responda rápido:
a) Qual é o maior planeta do Sistema Solar?
b) E o menor?
c) Qual é o mais distante do Sol?
d) Qual é o mais próximo?
e) Qual planeta tem mais satélites? Quantos?
f) Qual se parece mais com a Terra, em tamanho?
g) O planeta mais próximo do Sol é também o mais quente?
h) Todos os planetas têm satélites?
i) Quais não têm satélites?
j) Quais os planetas que têm anéis?
k) Que tipo de planeta possui superfície sólida: os grandes ou os
pequenos? Explique.
Habilidades a serem alcançadas:
82
FIGURA 46 – Recorte da questão 3 demonstrando o entendimento de
alunos do grupo de controle.
83
FIGURA 48 – Recorte da questão 4 demonstrando o entendimento do
aluno11.
O aluno não atingiu a habilidade esperada, mas sabe que a Lua tem
uma influência sobre o planeta, mantendo a inclinação do nosso planeta
estável.
84
FIGURA 51 – Recorte da questão 4 demonstrando o entendimento do aluno do
grupo de controle.
85
FIGURA 53 – Recorte da questão 5 demonstrando o entendimento do
aluno 8.
c) d)
86
maneira errônea a órbita da Terra em torno ao Sol. Esse raciocínio é bastante
difícil de ser abandonada pelos alunos.
7- Observe o esquema abaixo:
Nuvem
de Oort
Sol
direção da
estrela cometas
87
partículas de gás ficam cada vez mais próximas. Com isso aumentam os
processos de colisão entre as partículas do gás, o que provoca o aumento de
sua temperatura, o que causa um aumento de pressão e essa “luta” progride
até que a estrela se aqueça o suficiente para equilibrar forças com a
gravidade e entre num estágio de equilíbrio chamado de equilíbrio
hidrostático.
A figura abaixo demonstra o equilíbrio hidrostático.
9- Uma estrela tem seu ciclo de vida ligado a um fator muito importante. E
as “mortes” mais espetaculares do universo estão ligadas diretamente a
88
maneira com que as estrelas queimam seu combustível. Portanto,
respectivamente, qual o fator que define a “morte” de uma estrela e qual
a velocidade de queima do combustível?
a) O volume, quanto maior o volume, menor velocidade de queima do
combustível;
b) O tamanho, quanto menor o tamanho, maior a velocidade de queima
do combustível;
c) A massa, quanto maior a massa, maior a velocidade de queima do
combustível;
d) A gravidade, quanto maior a gravidade, menor a velocidade de
queima do combustível;
Habilidades a serem alcançadas:
Relacionar o tempo de vida de uma estrela à sua massa.
10- O nosso Sol é responsável por toda a vida no Sistema Solar, como fonte
principal de energia, mas o que é o nosso Sol?
a) Uma estrela de primeira geração, rica em elementos químicos;
b) Uma estrela de segunda geração, rica em elementos químicos;
c) Uma estrela de segunda geração, formada por H e He;
d) Uma estrela de primeira geração, formada por H e He.
Habilidades a serem alcançadas:
Reconhecer os modelos atuais propostos para a origem, evolução e
constituição do Universo, assim como do nosso Sistema Solar.
Reconhecer as características do Sol, fonte de toda a vida no planeta
Terra.
89
nascido de uma explosão de outra estrela, pois de acordo com o senso
comum, o Sol sempre esteve lá.
90
FIGURA 55 – Resposta do aluno 5 referente a avaliação do projeto.
“Com certeza, pois foram tudo muito bem explicada, do modo que todos
entendiam, as atividades foram explicativas, interessantes, elas
proporcionaram algo para mim” (SIC).
91
“Sim, pois quando nós praticamos as atividades, nós aprendemos melhor.
Fomos até o acessa, fizemos experimentos (com a orientação do professor),
isso nos ajuda muito. Então as atividades propostas foram ótimas” (SIC).
“Na minha opinião foi o trabalho dos planetas que tivemos de montar e
calcular distância e do cometa que também tivemos que montar” (SIC).
92
FIGURA 61 – Resposta do aluno 19 referente a avaliação do projeto.
“Para mim foi as pesquisas feitas em casa, por um lado foi bom, mas por
outro não. Eu particularmente prefiro trabalhos as invés de pesquisas na casa”
(SIC).
FIGURA 62 – Resposta do aluno 3 referente a avaliação do projeto.
“Em nada, foi muito top, arrasou. Ter mais procedimentos, como o do cometa”
(SIC).
O resultado foi acima do esperado, inclusive alunos que não
demonstraram muito interesse nas aulas escreveram que o modelo utilizado na
proposta é mais atraente aos estudos.
Os alunos que se destacaram nas aulas por apresentarem um volume
de respostas dentro do esperado maior do que a média, acharam a proposta
didática excelente e gostariam que continuasse no ano seguinte.
93
Capítulo 6
Conclusões finais
94
facilmente as novas informações. Havendo possibilidade, o professor pode
desenvolver duas aulas em seguida com a mesma turma, num total de 100
minutos.
É possível desenvolver a sequência didática de outra maneira, porém a
escolha das metodologias utilizadas para cada atividade foi feita de maneira a
obter o melhor resultado possível levando em conta a aceitação dos alunos e a
dinâmica do processo ensino-aprendizagem.
Dependendo do nível de proficiência em que os alunos se encontram é
possível substituir algumas atividades por outras de maior interatividade.
O protagonismo juvenil pode ser melhor explorado, diminuindo a
dependência do aluno em relação professor como, por exemplo, as atividades
expositivas (atividades 14 e 17) com utilização de projeção de slides. Que
foram escolhidas com a intenção de demonstrar os fenômenos de maneira a
fazer com que os alunos pudessem visualizar e compreende-los com uma
maior facilidade através do auxílio do professor, podem ser abordadas na
forma de seminários, desenvolvidos em pequenos grupos de alunos
Ao se comparar as turmas que participaram da pesquisa com o grupo de
controle, percebe-se que as dificuldades apresentadas foram notadamente
superiores às apresentadas pelos alunos participantes do projeto. De acordo
com a análise das tabelas 4, 5, 6 e 7, os alunos do grupo de controle
apresentaram dificuldades em todas as questões, o que demonstrou um
aproveitamento sempre inferior a 50%, indicando um possível baixo grau de
aprendizado desses alunos. Analisando a atividade 5, relativa às habilidades
matemáticas, foi possível perceber um baixo nível de aproveitamento de todos
os alunos, provavelmente devido à dificuldade de raciocínio matemático dos
alunos que já vem com uma defasagem crescente em matemática desde o
ensino fundamental.
Cabe ressaltar que a dinâmica desenvolvida pelo professor do grupo de
controle foi a tradicional, ou seja, aulas com o método de ensino utilizado há
várias décadas. Muitos alunos já não respondem a este tipo de abordagem, o
que dificulta muito o ensino de física. Por outro lado, a hipermídia faz com que
os alunos estejam sempre envoltos em algo diferente, aguçando sua
curiosidade e facilitando todo o processo de ensino.
95
É possível perceber que a física não pode mais ser ensinada dentro do
modelo tradicional, com o professor trabalhando apenas com giz e lousa. Este
modelo já não é mais algo admitido pelos alunos, que estão interessados em
aulas mais dinâmicas, que façam com que a física tenha algum sentido para
eles. No mundo imediatista que vivemos não é mais admitido que o professor
continue ministrando sua aula como o detentor de todo o saber, esperando que
os alunos achem interessante ou que se comportem como meros receptáculos
durante todo o período de cinquenta ou cem minutos.
Os alunos de hoje podem ter acesso a uma aprendizagem diferenciada,
com aulas interessantes e estimulantes, o que só será possível a partir de
metodologias que se aproximem de suas realidades e que façam com que as
aulas possam ser realmente aproveitadas do ponto de vista do ensino-
aprendizado. A tecnologia está aí para ser utilizada em prol de um maior
intercâmbio de saberes entre professor-aluno.
Dentro do contexto do presente trabalho, entendemos que o professor
deve buscar especialização em Astronomia, pois esta dificilmente lhe foi dada
em sua licenciatura. Mesmo o professor que busca se especializar em formas
mais dinâmicas de ensino-aprendizado encontra uma grande dificuldade em
conseguir uma instituição que possa suprir suas deficiências, pois o ensino
superior ainda ensina seus professores da mesma maneira com que
ensinavam décadas atrás. Sendo assim, esse profissional que busca melhorar
sua qualificação profissional fica sem opções e acaba desenvolvendo suas
aulas por tentativa e erro, prejudicando o principal interessado, o aluno.
Retornando ao capítulo onde abordamos a metodologia deste trabalho,
entendemos que as melhores ferramentas para a aplicação de metodologias
diversificados são a CTS/ CTSA e as TIC, pois se relacionam intimamente com
Ciências da Natureza, em particular a física. A abordagem CTS/CTSA permite
ao aluno perceber o significado das aulas de física, pois relaciona o conteúdo
com a sua realidade cotidiana fornecendo condições para a construção do seu
conhecimento. Desta forma, não vale apenas estudar física por estudar física,
mas estudar física para compreender o mundo ao seu redor, sentir-se parte do
assunto abordado pelo professor e conseguir entender as relações entre a
física a sociedade e o meio ambiente em que está inserido. Possibilitando ao
aluno desenvolver suas conclusões a partir de uma abordagem concreta dos
96
fenômenos e desenvolver uma criticidade que o transforme em um cidadão
capaz de tomar decisões importantes, não apenas para si, mas para a melhoria
de toda uma comunidade.
Nos dias de hoje com toda a iluminação das cidades é quase impossível
se observar o céu noturno. É provável que isso afete a curiosidade dos alunos,
afinal ter curiosidade sobre o que não se vê é bastante difícil. Nas cidades
pequenas ainda é possível encontrar locais e alunos com interesses em
observar o céu, porque este é mais limpo e livre de poluição.
O não poder ver o céu é um dos fatores principais para a falta de
interesse nas aulas de Astronomia, pois antigamente a beleza noturna fazia
com que muitas pessoas indagassem sobre o passado e o futuro, que
fenômenos estariam acontecendo no longínquo espaço. Mas hoje não há a
possibilidade de visualização desse céu noturno e consequentemente toda a
curiosidade inerente à observação desaparece e os alunos chegam à escola
sem interesse nenhum pela Astronomia. Ou seja, a Astronomia passa a ser
vista como algo que existe apenas em livros didáticos. Outro ponto que
também agrega ao desinteresse é o fato das aulas de Astronomia serem
ministradas por professores de ciências, cuja formação geralmente não é física,
que não tiveram a disciplina de Astronomia em seu curso de formação e que
dificilmente procuraram especializações, passando rapidamente pelo tema
apenas por obrigação.
Como uma crítica construtiva, uma alternativa seria o desenvolvimento
de aulas noturnas observacionais. No entanto, infelizmente esbarramos em
vários problemas práticos. O telescópio, ferramenta indispensável, só está lá se
for de propriedade do docente. Caso não possua, então a escola também não
o terá, na maioria das vezes. Isto acaba restringindo ao mínimo a quantidade
de profissionais que terão o material suficiente para desenvolver a aula
noturna, sem mencionar que ficamos a mercê do clima, que pode impossibilitar
o desenvolvimento das aulas. Uma opção válida para tornar o tema mais
atraente seria promover excursões a observatórios existentes na região, como
o de Valinhos.
Tendo em vista essas dificuldades surge a necessidade de fazer com
que as aulas de Astronomia se tornem interessantes e motivadoras. Lançar
97
mão de novas metodologias é a melhor alternativa para o desenvolvimento de
aulas com qualidade que despertem no estudante o gosto pela Astronomia.
As atividades que utilizaram a metodologia CTSA tiveram como objetivo
relacionar a Astronomia com o cotidiano dos alunos, aproximar os fenômenos
astronômicos da realidade, estreitando a distância existente entre a teoria e
aplicação. Os modelos astronômicos desenvolvidos auxiliaram os alunos a
entenderem a imensidão do nosso Sistema Solar e compreender as posições
relativas dos astros.
O desenvolvimento de experimentos foi importantíssimo neste trabalho,
para a demonstração das relações Sol-Terra-Lua onde os alunos se sentiam
dentro do Sistema Solar, portanto, fazendo parte dos fenômenos apresentados.
A produção do modelo de cometa foi essencial para o entendimento da
composição e formação desses corpos celestes que orbitam as estrelas com
períodos de tempo muito maiores que o da Terra. O fato dos alunos colocarem
“a mão na massa” e criarem os modelos proporciona ao processo ensino e
aprendizagem uma possibilidade de desenvolvimento de habilidades e
competências que dificilmente seriam alcançadas pelo método tradicional. Isso
comprova o diferencial deste projeto, que por característica é mais desafiador e
motivador aos estudantes.
As TIC em Astronomia são uma ferramenta imprescindível à
demonstração de fenômenos. O uso de simuladores possibilita a visualização
de fenômenos que ocorrem a anos-luz de distância, impossíveis de observar
sem instrumentos. Por sua dinâmica de funcionamento, é possível perceber a
evolução de uma estrela, o desenvolvimento de um eclipse em questão de
segundos, calcular e visualizar a aproximação de um cometa do planeta Terra,
entre outras inúmeras possibilidades que transformam o ensino de Astronomia
em uma descoberta. Os simuladores utilizados foram desenvolvidos com a
intenção de proporcionar fácil interação e manuseio entre estudante e máquina.
Como resultado, alunos curiosos e críticos com opiniões formadas e abertos a
novos desafios que proporcionem o desenvolvimento pessoal no caminho para
a construção do conhecimento.
98
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103
APÊNDICE A – PRODUTO –
PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO
DE FÍSICA
EVOLUÇÃO ESTELAR
Sorocaba 2016
104
Sumário
105
1 INTRODUÇÃO
106
2 O SISTEMA SOLAR
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-a-origem-do-nome-dos-planetas-do-
sistema-Solar
19
Planeta: do grego, errante; corpo celeste que orbita entorno a uma estrela, como por
exemplo, o Sol.
107
O Sistema Solar é muito mais do que apenas os planetas e seus
respectivos satélites. Podemos definir o Sistema Solar como sendo o conjunto
de todos os corpos celestes, independente de tamanho, estado físico ou
propriedades, que estão gravitacionalmente ligados ao Sol, atraídos pela sua
enorme gravidade e que descrevem órbitas em torno dele. Assim, o Sol é o
centro de referência em torno do qual todos os objetos pertencentes ao
Sistema Solar descrevem suas órbitas. Entre esses objetos estão incluídos os
planetas, satélites, asteroides, cometas, e partículas de gás e poeira
interplanetárias que se espalham pelo espaço existente entre os moradores
desse Sistema.
Para melhor descrever o Sistema Solar os astrônomos preferem dividi-lo
em algumas partes que abrigam corpos possuidores de características
semelhantes. Além do Sol, planetas terrestres e jupterianos e seus satélites,
existem três regiões no Sistema Solar que, ao invés de abrigarem apenas um
corpo celeste, são a moradia de milhares ou milhões de pequenos objetos que
também descrevem órbitas em torno do Sol. Essas regiões são:
Cinturão de Asteroides: Localizado entre os planetas Marte e Júpiter, o
Cinturão dos Asteroides é o local onde estão distribuídos a maioria dos
asteroides que conhecemos.
Cinturão Trans-Netuniano, também conhecido como Cinturão de Kuiper
Esta região em forma de disco, com milhões de objetos, está localizado a partir
da órbita do planeta Netuno. Ela é o local de origem de vários cometas que
cruzam o Sistema Solar.
Nuvem de Oort: Com possivelmente milhões de objetos, que seriam restos da
formação do Sistema Solar, esta é a região mais longínqua do Sistema Solar,
situada muitíssimo depois do planeta anão Plutão. A Nuvem de Oort tem a
forma de uma imensa esfera que envolve todo o Sistema Solar.
108
FIGURA 2 – Esquematização da Nuvem da Oort
Fonte: http://www.portaldoastronomo.org/tema_pag.php?id=4&pag=3
Fonte: http://Astronomiacapixaba.blogspot.com.br/2010_03_01_archive.html
109
Em geral, a primeira divisão que fazemos para estudar o Sistema Solar
leva em consideração as distâncias relativas entre o Sol e os diversos corpos
pertencentes a esse Sistema.
Atividade 1: Pesquisar as distâncias médias (em km) dos corpos
celestes abaixo, em relação ao Sol e completar a tabela 1, abaixo:
110
astrônomos preferem usar duas outras unidades de medida, o parsec e
a unidade astronômica.
Atividade 3:
Pesquisar:
Parsec;
Unidade astronômica.
É a distância que a luz, que pode ser chamada de fóton, viaja em um ano no
espaço. Sua abreviação é a.l..
Qual é o valor de um ano-luz?
Para obter este valor basta calcular o número de segundos que existem
em um ano e multiplicar o resultado pelo valor exato da velocidade da luz no
vácuo, que é 299.792.458 metros por segundo.
O valor exato do ano-luz é 9.460.528.410.545.436,2688 metros ou
9.460.528.410.545,4362688 km.
Usando a notação científica e técnicas de arredondamento podemos
escrever que 1 a.l. = 9,46053 x 1012 km, ou 9,5x 1012 km.
Atividade 4: Calcular com os alunos a distância da Terra a estrela mais
próxima, em km, A Próxima Centauri, utilizando como dados a distâncias de
4,5 a.l. e a velocidade da luz 3x105 km.
Sugestão de resolução:
1 ano-luz é equivalente a se deslocar por um ano na velocidade da luz.
Portanto é necessário fazer a transformação de anos em segundos.
Temos então:
1 x 365 x 24 x 60 x 60 = 31.536.000 segundos
31.536.000 x 4,5, pois são 4,5 a.l. = 141.912.000 segundos;
Temos então o tempo e a velocidade. Basta encontrar a distância
percorrida;
v = ∆S/∆t 3 x 105 = ∆S/141.912.000;
300.000 x 141.912.000 = ∆S, portanto:
∆S = 42.573.600.000.000 km, transpondo em notação cientifica:
∆S = 4,3 x 1013 km.
111
2.3 O SOL
FIGURA 4 – O Sol
Fonte: http://www.astropt.org/2015/02/10/um-filamento-extremamente-longo-sobre-o-Sol-apod/
20
Estrela: astr corpo celeste produtor e emissor de energia, com luz própria, e cujo
deslocamento na esfera celeste é quase imperceptível ao observador na Terra; estela.
112
2.4 Divisão dos Planetas no Sistema Solar
Fonte: https://ukladsloneczny.wordpress.com/
Nota: modificado pelo autor
113
FIGURA 6 – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
Fonte: https://ukladsloneczny.wordpress.com/
Nota: modificado pelo autor
114
Atualmente são cinco os planetas considerados anões pela União
Astronômica Internacional (UAI): Plutão, Ceres, Éris, Haumea e
Makemake.
Atividade 6: Levar os alunos à sala de informática e pedir para que
procurem imagens dos planetas anões e suas localizações, bem como seus
diâmetros.
Atividade 7: Utilizando o programa Stellarium, mostrar com o recurso 3D,
o Sistema Solar, enfatizando os Planetas e suas peculiaridades.
Por definição, são corpos menores que orbitam corpos maiores, com
maior gravidade, geralmente planetas, mas também ocorrem com planetas
anões e asteroides.
Atualmente os planetas possuem, de acordo com The Satellite and
Moon Page, acessado dia 15 de abril de 2015, tabela 4:
Mercúrio 0 Júpiter 67
Vênus 0 Saturno 62
Terra 1 Urano 27
Marte 2 Netuno 14
Plutão 5
Fonte: http://home.dtm.ciw.edu/users/sheppard/satellites/
115
2.6 A Lua
FIGURA 7 – A Lua.
Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap120901.html.
21
Acesso em 09/07/2015
116
2.6.1 Fases da Lua
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/como-explicar-movimentos-Lua-
sala-aula-646418.shtml
117
A Lua é chamada de nova quando se encontra na mesma direção que o
Sol no céu (posição 1). Neste ponto sua face iluminada está na direção oposta
à Terra enquanto sua face escura está voltada para a Terra. Nesta fase,
portanto, a Lua não visível da Terra. Já que a Lua nova está na mesma parte
do céu do que o Sol então se levanta ao amanhecer e se põe ao pôr do Sol.
Mas a Lua não permanece nesta fase por um longo tempo já que se
move cerca de 12 graus na direção leste a cada dia. Logo, um dia ou dois
depois da Lua nova, um pequeno crescente pode ser visto à medida que uma
pequena parte da Lua começa a ficar iluminada. Este crescente aumenta de
tamanho a cada dia à medida que a Lua se afasta cada vez mais da direção do
Sol. Como a Lua se move na direção leste se afastando do Sol, ela então
nasce cada dia mais tarde.
Após cerca de uma semana a Lua estará a um quarto do caminho em
torno de sua órbita e sua fase passa a ser chamada de quarto crescente. Agora
cerca de metade da face iluminada da Lua é visível da Terra. Devido ao seu
movimento a Lua estará deslocada de cerca de um quarto do dia atrás do Sol,
ou seja, se levanta perto do meio-dia e se põe por volta da meia-noite.
Na semana após o quarto crescente veremos uma porção cada vez
maior do hemisfério iluminado da Lua até chegarmos a ver todo ele quando,
então, estaremos na Lua cheia. Neste ponto a Lua e o Sol estão em posições
diametralmente opostas. Isto também implica que estarão no céu em intervalos
de tempo bem distintos, ou seja, a Lua vai se levantar ao anoitecer e
desaparecer ao amanhecer. A meia-noite exatamente a Lua vai estar no ponto
mais alto do céu, fato este que inspirou tantos romances e filmes de horror.
Nas duas semanas seguintes à fase cheia a Lua passa pelas mesmas
fases anteriores chegando ao quarto minguante no qual apenas metade do
hemisfério iluminado pelo Sol é visível da Terra. Finalmente, após cerca de
29,5 dias a Lua retorna a mesma posição inicial, ou seja, na fase nova.
Pelo descrito acima, então, é errôneo dizer que temos o Sol de dia e a Lua de
noite. Isto somente é verdade na fase de Lua cheia. No restante do mês a Lua
é visível na luz diurna durante toda a manhã (quarto minguante) ou tarde
(quarto crescente).
Note que a figura acima pode levar a uma interpretação errada. Por esta
figura, na posição da Lua na fase cheia, se tem a impressão de que a
118
iluminação pelo Sol estaria sendo bloqueada pela própria Terra, quando então
veríamos apenas a sombra da Terra na superfície da Lua. Na realidade a Lua
não está tão perto da Terra, assim como as órbitas do Sol e da Lua não são tão
similares. Na realidade a sombra da Terra não esconde a Lua na maioria dos
meses e quando isto ocorre temos um eclipse lunar, a ser discutido mais
adiante.
2.6.2 Eclipses
119
O eclipse Solar é o mais difícil de ser visto devido a grande diferença de
tamanho e distância entre a Lua é o Sol, fazendo com que só seja possível ver
um eclipse total estando em uma posição privilegiada do planeta como mostra
a figura abaixo. A região da umbra (sombra total) onde podemos observar o
eclipse total, na posição A.
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/eclipse.htm
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/eclipse.htm
120
Consequentemente, na maioria dos meses a Lua é está situada
suficientemente acima ou abaixo da orbita do Sol de modo que não consegue
criar o eclipse.
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/eclipse.htm
Fonte: http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/eclipse.htm
121
2.7 Cinturão de Asteroides
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cintura_de_asteroides
122
2.8 Cometas
Texto introdutório
Durante muito tempo os cientistas não sabiam responder a perguntas
bastante básicas sobre os cometas. Afinal, qual seria a verdadeira estrutura de
um cometa? E a sua forma real? E o seu interior? Poderiam os cometas ser
uma aglomeração fofa de neve e gelo? Ou eles seriam totalmente sólidos,
como "icebergs" encrustado com material orgânico negro?
Hoje sabemos que os cometas são corpos de forma irregular, frágeis e
pequenos, em geral formados por uma mistura de grãos não voláteis e gases
congelados. Essas massas congeladas de gases, gelo, restos rochosos e
poeira descrevem órbitas altamente elípticas, bem definidas, que cruzam o
Sistema Solar.
Ao contrário do que algumas pessoas imaginam, os cometas não são
corpos celestes estranhos ao nosso ambiente. Eles são objetos que estão em
órbita em torno do Sol e que, portanto, pertencem ao Sistema Solar.
Calcula-se que existam trilhões de cometas no Sistema Solar,
localizados após as órbitas de Netuno e Plutão. No entanto, somente uma vez
a cada década, aproximadamente, é que um deles se aproxima bastante de
nós ficando então suficientemente brilhante de modo que pode ser visto
facilmente sem o uso de binóculos ou telescópios.
A gravidade na superfície de um cometa é muito fraca. Por exemplo, no
cometa Wild 2 a força gravitacional é apenas 0,0001 do valor que ela tem na
superfície da Terra.
Os cometas são formados por três partes: um núcleo, uma coma gasosa
e uma cauda.
Atividade 13: Construção de um Cometa, em grupo de 5 alunos.
Materiais:
250g de gelo seco;
500g de carvão;
Um martelo;
Um pano prato;
Uma fonte de luz;
Um ventilador:
123
Luvas de borracha;
Óculos de proteção.
Procedimentos:
Moer aproximadamente 200g de carvão, utilizando o martelo;
Esticar o pano de prato na bancada;
Colocar aproximadamente 100g de gelo seco sobre o pano;
Fechar o pano, cobrindo todo o gelo seco;
Martelar o gelo seco até ficar triturado;
Abrir o pano e adicionar o carvão moído;
Dobrar o pano ao meio e formar uma espécie de saco com o material
amontoado no meio;
Torcer o pano fortemente até formar uma bola, mais esférica possível e bem
rígida;
Retirar do pano, aproximar do ventilador e observar cuidadosamente o
fenômeno;
Aproximar da fonte de luz e observar cuidadosamente o fenômeno.
Anotar e discutir as observações, relacionando com o texto fornecido no início
da aula.
Apresentar as conclusões na forma de relatório manuscrito por grupo.
124
Mas como é um objeto situado na Nuvem de Oort perde sua estabilidade
entra em rota de colisão com Sol?
É devido a interação gravitacional com as estrelas vizinhas ao nosso
Sistema Solar. Pois a nuvem de Oort é a região mais externa do nosso Sistema
Solar, onde a proximidade de outra estrela pode causar a perturbação
necessária para fazer com que cometa se desloca em direção ao Sol.
Observe o esquema abaixo:
FIGURA 14 – Esquema da perturbação causada por uma estrela externa ao Sistema
Solar.
Nuvem
de Sol
Oort
Cometas
direção da
estrela
Fonte: desenvolvido pelo autor (2015)
Proposto por Gerard Kuiper o cinturão que leva o mesmo nome, seria
um local onde objetos residuais da formação do Sistema Solar deveriam estar
localizados após a órbita de netuno. Kuiper argumentou que seria muito
estranho se não encontrarmos nada nesta região. Até 1992 foi considerada
apenas uma teoria, mas com a evolução da tecnologia vários outros objetos
foram encontrados nessa região provando a existência de cinturão, hoje
sabemos os objetos encontrados nesta região recebem o nome de
trânsnetunianos, como por exemplo Plutão e Caronte, Sedna e Quaoar entre
outros.
125
FIGURA 15 – Demonstração da possível aparência do cinturão de Kuiper
Fonte: http://omundouniverso.blogspot.com.br/2012/10/cinturao-de-kuiper.html.
3 EVOLUÇÃO ESTELAR
126
FIGURA 16 – Nebulosa do Coração.
Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap130304.html
Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap150107.html
127
FIGURA18 – Nebulosa Cabeça de Cavalo
Fonte: http://apod.nasa.gov/apod/ap031007.html
128
Atividade 15: Para ilustrar o nascimento de uma estrela, passar para os
alunos os primeiros sete minutos do documentário: O universo, primeira
temporada, episódio 10. “Vida e morte das Estrelas”. The History Channel.
3.3 Protoestrela
Gravidade
Pressão Interna
129
3.4 Sequencia Principal
FIGURA 20 – Diagrama HR
Fonte : http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node2.htm
22
Isso é chamado de Equilíbrio Energético: a quantidade de energia produzida é igual à
liberada.
130
FIGURA 21 – Simulador de evolução estelar
Fonte: http://disciplinas.stoa.usp.br/mod/url/view.php?id=51911
131
camadas exteriores) e energia, fazendo com que o restante de massa entre em
colapso e transforme se numa estrela de nêutrons.
As maiores estrelas do universo com mais de 25 massas Solares terão o
final espetacular onde ocorrerá toda a produção de elementos pesados, até o
Fe e, em seguida, a estrela explodirá de maneira tão violenta que o próprio
núcleo entrará em colapso transformando-se em um buraco negro.
Observe a figura abaixo:
132
O tempo de vida de uma estrela também depende de sua massa.
Estrelas com massas semelhantes à do Sol vivem cerca de 10 bilhões de anos
enquanto estrelas mais massivas terão tempo de vida muito menor23 por conta
da densidade maior, o processo de queima é acelerado, pois a velocidade de
queima dos elementos químicos será muito maior, reduzindo drasticamente o
tempo de vida dessas estrelas. Observe na tabela abaixo variação do tempo de
vida das estrelas em relação às suas massas:
23
Para calcular o tempo de vida de uma estrela é necessário transformar toda sua massa em
2
energia: E=mc . Em seguida saber quando de energia ela emite por segundo, na área total.
Então é só dividir a energia total pelo tanto que ela gasta por segundo. Esse será o tempo total
que no caso do Sol dá algo como 100 bilhões de anos. Supondo uma eficiência de 10% na
queima e liberação de energia, obtém- se os 10 bilhões de anos de vida.
133
4 REFERÊNCIAS
134
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ZANETIC, J. Evolução dos Conceitos da Física. São Paulo: edusp, 2004.
137
APENDICE B – Avaliação Final do Projeto
Nome: nº: Ano:
1- O verão ocorre quando a Terra está mais perto do Sol? Explique.
2- As fases da Lua: Como sabemos, a Lua gira em torno da Terra e ela sempre aparece
diferente no céu. Às vezes vemos a Lua inteira, às vezes só metade, sem falar que às
vezes ela nem aparece ou então aparece de dia. Mas porque isto acontece?
3- Responda rápido:
a) Qual é o maior planeta do Sistema Solar?
b) E o menor?
4- Qual a importância da Lua para nosso Planeta? Por que a Lua está se afastando?
138
6- Qual desenho abaixo melhor representa a orbita da Terra em torno ao Sol?
a) b)
c) d)
Nuvem
de Oort
Sol
direção da
Cometas
cometas
estrela
O esquema está demonstrando um fenômeno que ocorre entre o Sol e estrelas próximas,
alguns anos luz, quando se aproxima da zona de maior aglomeração estelar em nossa
galáxia. Na figura podemos perceber que:
a) O Sol será atraído pela estrela e sairá de sua órbita;
b) Os cometas serão atraídos pela estrela e sairão da Nuvem de Oort;
c) Os cometas serão perturbados pela estrela e se deslocarão em direção ao Sol;
d) Nada acontecerá, pois as distâncias são tão grandes que não haverá interação
gravitacional.
139
pressão e essa “luta” progride até que a estrela se aqueça o suficiente para
equilibrar forças com a gravidade e entre num estágio de equilíbrio chamado de
equilíbrio hidrostático.
A figura abaixo demonstra o equilíbrio hidrostático.
140
APÊNDICE C – Apresentação de Slides – Berçário de Estrelas
141
Slide 3- Nebulosa da Pipa.
142
Slide 5 – Nebulosa Cabeça de Cavalo.
143
Slide 7 – Como nasce uma estrela.
144
ANEXO A – Texto de Apoio - As estrelas gigantes e supergigantes
PV = NRT
onde N é o número de partículas contidas no gás. Vemos, portanto, que a pressão é
proporcional ao número de partículas existentes no gás. Isto quer dizer que à medida
que as reações nucleares da cadeia p-p estão ocorrendo no interior da estrela, o número
de partículas está diminuindo na sua região central. Consequentemente, a pressão nesta
região também está caindo.
O resultado disso é que a região central da estrela já não consegue mais suportar
a força exercida pela gravidade e começa a ser, continuamente, esmagada.
Neste momento a temperatura na região central é ainda baixa demais para que
seja possível iniciar processos de fusão do hélio. No entanto, à medida que a contração
da região central continua a ocorrer, este processo de esmagamento libera energia
gravitacional. Nesta fase da evolução da estrela, as reações nucleares que ainda ocorrem
no seu interior, somadas com a energia potencial gravitacional que está sendo liberada
devido à contração do núcleo da estrela, estão produzindo uma quantidade de energia
que aumenta sua luminosidade total.
Este aumento na liberação de energia vence o puxão para dentro exercido pela força da
gravidade e empurra o envoltório da estrela para fora. Isto faz com que a atmosfera mais
externa da estrela se expanda. Nesta fase de sua evolução o núcleo da estrela se contrai
e o seu envoltório se expande. A temperatura da sua superfície diminui bastante.
Quando todo o hidrogênio foi transformado em hélio no interior da estrela
começa uma nova fase de sua vida. O núcleo de hélio, que ainda não pode produzir
energia por causa da temperatura baixa, não consegue aguentar o envoltório gasoso à
145
sua volta. A estrela começa a contrair e energia potencial gravitacional é continuamente
liberada. Esta é a única fonte de energia da estrela neste momento de sua evolução.
Com esta compressão total da estrela a temperatura fora da região nuclear
consegue se tornar bastante alta para fazer a ignição de uma fina concha de hidrogênio
residual que ainda existe em torno da região nuclear. A estrela tem de novo uma fonte
de luminosidade gerada por energia nuclear. À queima desta concha de hidrogênio que
envolve a região central da estrela damos o nome de "queima da concha de hidrogênio".
Com essa nova fonte de energia a estrela volta a se expandir.
Acontece agora um fato muito interessante. A estrela possui no seu interior
regiões ainda muito quentes. Em algumas delas a temperatura atinge 30000 Kelvins.
Isto é suficiente para que bolhas de gás muito quente se desloquem para a superfície da
estrela, tal como vimos acontecer no caso das estrelas pré-sequência principal, as
estrelas T-Tauri. Quando estes gases atingem a superfície da estrela, sua luminosidade
aumenta muito, mais de 1000 vezes. A temperatura da sua superfície é de, apenas, 4000
Kelvins. A estrela agora é vermelha, muito luminosa e muito grande, podendo ser mais
de 200 vezes maior do que o seu tamanho original.
Quando este processo ocorre, pelo qual a estrela se expande enormemente
mantendo a sua luminosidade e ficando fria, dizemos que foi criada uma estrela gigante
vermelha. Por que vermelha? Porque estrelas frias têm a cor vermelha. O vermelho é a
região espectral que corresponde a temperaturas de cerca de 3000 K.
146
A estranha região central de uma estrela gigante vermelha
147
estrela sai da sequência principal e se transforma em uma estrela gigante vermelha, e o
seu destino final, é fortemente dependente da massa que ela tinha quando ainda estava
na sequência principal.
O diagrama H-R abaixo nos mostra que o caminho seguido por uma estrela ao se tornar
uma gigante vermelha depende de sua massa.
Neste caso a contração muito lenta do núcleo continua e sua temperatura central
aumenta muito pouco. Sua superfície continua a expandir transformando-se
numa estrela supergigante. Devido à sua pequena massa, a luminosidade da estrela é
gerada pelo processo de convecção. Devido ao seu processo de expansão continua, a
estrela não consegue manter o seu envoltório e o ejeta no espaço. O destino deste tipo
de estrela é se transformar em uma nebulosa planetária.
148
a temperatura na região central dessas estrelas atingir T ~ 108 Kelvins, um novo tipo de
reação nuclear, desta vez envolvendo o hélio, irá ocorrer. Voltamos a lembrar que a
temperatura tem que ser suficientemente grande para que os núcleos de hélio superem a
barreira elétrica repulsiva que existe entre eles (lembre-se que eles têm a mesma carga
elétrica) e possam se fundir. O resultado desta fusão é um novo elemento químico, o
carbono.
A este processo nuclear que envolve o hélio damos o nome de processo triplo-
alpha.
4
He + 4He + 4He —> 12C + γ (7,5 eV)
Vejamos algumas características do processo triplo-alpha:
veja que esta reação nuclear envolve três núcleos de 4He. Isto nos mostra que
estas reações só podem ocorrer no interior das estrelas após a fase de reações
nucleares da cadeia p-p ou do ciclo CN que produz estes elementos.
por que o nome triplo-alpha? Por que "triplo" é óbvio: são três núcleos de 4He
que colidem para realizar a reação. O nome "alpha" vem do fato de que os
núcleos de hélio também são conhecidos como partículas alpha.
O processo triplo-alpha é muito sensível às variações de temperatura. A taxa de
produção de energia pelo processo triplo-alpha é dada por:
ε3α ~ T40
Como consequência desta sensibilidade à variação de temperatura, o processo
triplo-alpha provoca uma violenta explosão no interior da estrela. Já vimos que a região
central da estrela é formada por hélio sólido. Cada reação triplo-alpha libera 7,5 eV. Isto
faz com que a temperatura do núcleo aumente, aumentando enormemente a taxa de
produção nuclear (que depende da temperatura como T40!), que libera cada vez mais
energia de 7,5 eV, que aumenta ainda mais a temperatura do núcleo, que aumenta ainda
mais a taxa de produção de energia, etc. Algumas horas após o começo do processo
triplo-alpha há uma violenta explosão do núcleo, o processo conhecido como "flash do
hélio".
Embora seja uma explosão violenta, a estrela não é destruída. A explosão fica
confinada à região nuclear e, como consequência dela, o núcleo não é mais sólido. Ele
149
agora é apenas gás hélio. Como a temperatura abaixa muito, o processo triplo-alpha
termina.
A partir dai, a estrela contrai até que a temperatura no seu centro, de novo,
atinge 108 Kelvins. Mais uma vez tem início o processo triplo-alpha no interior da
estrela só que, desta vez, como um processo controlado, queimando hélio e o
transformando em carbono.
Do mesmo modo como aconteceu com a transformação de hidrogênio em hélio,
os resíduos da transformação de hélio ou seja, o carbono, vão se acumulando na região
central da estrela. Ela passa a ter, agora, um núcleo de carbono inerte pois o carbono só
consegue ter reações nucleares quando a temperatura é de 109 Kelvins.
Quando a estrela esgota o seu conteúdo de hélio acontece tudo exatamente igual
ao processo descrito anteriormente para a transformação de hidrogênio em hélio. A
estrela, com uma região central de carbono sólido, se transforma em uma estrela
supergigante e ejeta a maior parte do seu envoltório gasoso, transformando-se numa
nebulosa planetária.
Este é o destino do nosso SOL: daqui a 5 x 109 anos a superfície do Sol se
expandirá até a órbita da Terra. Logo em seguida o Sol ejetará a maior parte do seu
envoltório gasoso, transformando-se em uma nebulosa planetária.
150
Uma estrela situada neste intervalo de massa também realiza a queima do hélio
com a consequente formação de um núcleo de carbono. Só que, neste tipo de estrela, o
núcleo continua a contrair e a aquecer. Em algum momento a temperatura da região
central deverá atingir a temperatura de T ~ 109 Kelvins. Esta temperatura já é suficiente
para dar início a um novo conjunto de reações nucleares envolvendo o carbono.
A queima do carbono ocorre das seguintes maneiras:
12
C + 12C —> 24Mg
12
C + 12C —> 20Ne + α
12
C + α —> 16O
No entanto, do mesmo modo como ocorre com as estrelas que têm massa entre
0,8 e 3 massas Solares, as estrelas deste grupo formam, após a queima do hélio, um
núcleo sólido de carbono. A taxa de produção de energia das reações envolvendo
carbono varia com a temperatura de uma maneira espantosa:
ε ~T120
Pelas mesmas razões citadas no caso anterior, o núcleo de carbono explode, um
processo conhecido como "flash de carbono". No entanto, ao contrário do caso anterior,
muitas coisas podem acontecer neste momento:
a energia liberada pelo "flash do carbono" é tão grande que a estrela
é completamente destruída. A estrela explode de modo tão violento que nada
resta, a não ser o gás que ela lança no meio interestelar. Esta é a formação de
uma supernovaque, por não deixar nenhuma estrela residual, é classificada
como supernova tipo I.
interações de partículas elementares ocorrem no interior da estrela e o "flash de
carbono" é uma explosão moderada. A estrela explode mas deixa para trás uma
estrela residual, uma estrela de nêutrons.
Na verdade, os cientistas ainda não sabem com certeza qual é o destino de uma
estrela cuja massa se encontra neste intervalo.
se M > 10 MSol
Este caso é mais complicado ainda! Estrelas com tanta massa evoluem ao longo
de vários estágios de queima nuclear com a produção residual de vários elementos
químicos pesados.
151
Estas estrelas não passam por explosões violentas. Elas contraem, aquecendo
suavemente o núcleo até que uma reação particular começa. Quando este elemento é
esgotado a contração gravitacional transfere a queima nuclear para um anel em torno do
novo núcleo.
Uma outra contração do núcleo faz com que a temperatura nesta região aumente
e seja iniciado o próximo estágio de fusão nuclear. Detalhes deste processo dependem
da massa da estrela. Se a estrela tem uma massa entre 10 e 20 MSol a temperatura do
núcleo sobe até um valor bastante alto, da ordem de T ~2 x 109 Kelvins. Isto é suficiente
para iniciar a queima do oxigênio e do neônio, formando silício, enxofre e magnésio.
16
O + 16O —> 28Si + α
16
O + 16O —> 32S
20
Ne + α —> 24Mg
28 28 56
Si + Si —> Ni
56 56
Ni —> Co + e+ + ν
56 56
Co —> Fe + e+ + ν
12 13
C + p —> N + γ
13 13
N —> C + e+ + ν
13 16
C + α —> O + n
152
Todos os elementos pesados que existem no Universo foram fabricados no interior
de alguma estrela supergigante. Quando estas estrelas evoluem e explodem estes
elementos são lançados no meio interestelar, enriquecendo as nuvens de gás e
poeira que dão origem à geração seguinte de estrelas. Nosso corpo é formado por
carbono, um elemento pesado que foi fabricado no interior de uma estrela.
Existimos porque, em algum momento, uma estrela nesta vizinhança explodiu e
lançou este material pesado no gás que, mais tarde, daria origem ao Sol e ao
sistema planetário que o acompanha.
153
ANEXO B – Artigo Científico - Astronomia – A Lua, e suas
fases.
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Osório
Astronomia – A Lua, e suas fases.
Gustavo Cardoso Pereira
gustavopereira96@hotmail.com
Administração – Tarde
Introdução:
Afinal, o que é a Lua? A Lua é o único satélite natural da Terra, ela está situada a uma
distância de aproximadamente 384.405 km da Terra. Essa distância foi medida a partir
de radares e lasers emitidos de Primas Retro Refletores, elas refletem a luz na mesma
direção da luz incidente. O motivo de eu ter escolhido a Lua para este presente artigo,
não foi por ser um planeta lindo, romântico etc. Foi por que eu acho este planeta
fascinante e além de ter sido o primeiro planeta em que o homem botou os pés.
1.Formação da Lua:
Algumas delas foram abandonadas por terem sido demonstradas implausíveis, outras
são possíveis, mas não há conclusões definitivas. A origem da Lua é incerta, mas há
muitas similaridades no “teor” dos elementos encontrados tanto na Lua quanto no nosso
planeta. Isto indica que ambos os astros podem ter tido uma origem comum. Alguns
astrólogos e geólogos alegam que a Lua teria se desprendido de uma massa
incandescente de rocha liquefeita primordial através da Força Centrífuga.
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de rochas liquidas. Esses pequenos pedaços teriam se condensado num mesmo corpo, e
foi aprisionado ao campo gravitacional da Terra. Esta hipótese foi nomeada de
“Hipótese do Grande Impacto” ou Big Splash.
Ilustração 1: Representação do
Big Splash
2. Influência da Lua nas Marés Terrestres:
Marés altas não ocorrem exatamente pelo alinhamento entre os centros Terra/Lua, as
marés altas são levadas um pouco mais a frente pela rotação da Terra. Como resultado,
a força da atração entre a Terra e a Lua não se exerce exatamente na direção da linha
entre estes dois centros, isso gerará um binário sobre a Terra, que contraria a sua rotação
e uma força de atração da Lua, puxando ela para frente de sua órbita e levando-a para
uma órbita. Este fenômeno é chamado de Transferência Líquida de Energia da Terra
para a Lua.
- Binário: na Astronomia, ao sistema composto por dois corpos celestes próximas de tal
forma de que orbitam em torno de um centro de massa comum - fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bin %C3%A1rio
155
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O plano orbital da Lua em volta da Terra tem uma inclinação de 5º9’, em relação à
elíptica, ela está inclinada 23,5º em relação à linha do Equador. Apesar do ângulo do
plano orbital em relação à eclíptica continuar aproximadamente constante, o plano
orbital não é fixo, movendo-se de uma maneira em que seu eixo pareça um círculo
completo em torno do eixo da eclíptica num período de 18,6 anos. Esta rotação para
oeste do plano orbital da Lua ocorre pela força diferencial exercida pelo bojo equatorial
da Terra, isto é causado pela rotação da
Terra. E em relação à Linha do Equador da Lua, o seu plano orbital tem uma inclinação
de menos do que 1°. Representação da rotação da Lua em torno do Plano Orbital da
Terra:
http://astro.if.ufrgs.br/Lua/plano.gif (fonte: http://astro.if.ufrgs.br/Lua/Lua2.htm)
4. Fases da Lua:
Ao decorrer dos meses a Lua da a volta ao redor do Plano Orbital da Terra, durante esse
“caminho” a Lua parece variar de forma gradualmente. Um clico da Lua completo dura
aproximadamente 29,5 dias. Esse fenômeno é compreendido desde a Antiguidade.
Acredita-se que o filósofo grego Anaxágoras (+/- 430 a.C.), já teria conhecimento desta
causa, e o filósofo grego Aristóteles (384 – 322 a.C.) registrou a explicação do
fenômeno “as fases da Lua resultam do fato de que ela não é um corpo iluminado, e sim
um corpo iluminado pela luz do Sol”.
156
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157
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A Lua fica na forma de um semicírculo com a parte convexa voltada para o oeste. Após
o dia de Lua Quarto-Crescente dia, a fração iluminada da face visível continua a crescer
pelo lado voltado para o oeste, até que atinge a fase Cheia.
- Lua e Sol, vistos da Terra, estão em direções opostas, separados de 180°, ou 12h;
- a Lua nasce ≈ 18h e se põe ≈ 6h do dia seguinte.
Na fase cheia 100% da face visível está iluminada. A Lua está no céu durante toda a
noite, nasce quando o Sol se põe e se põe no nascer do Sol. o disco lunar vai dia a dia
perdendo um pedaço maior da sua borda voltada para o oeste. Aproximadamente sete
dias depois, a fração iluminada já se reduziu a 50%, e temos o Quarto-Minguante.
- a Lua está a oeste do Sol, que ilumina seu lado voltado para o leste;
- a Lua nasce ≈ meia-noite e se põe ≈ meio-dia.
A Lua está aproximadamente 90° a oeste do Sol, e tem a forma de um semicírculo com
a convexidade apontando para o leste.
- Curiosidade: O intervalo de tempo médio entre duas fases iguais consecutivas é de 29d
12h 44m 2.9s ( ≈ 29,5 dias). Esse período é chamado mês sinódico, ou lunação, ou
período sinódico da Lua.
5. O Lado Distante:
As pessoas se referem ao “lado escuro da Lua”, mas este lado escuro da Lua não existe,
por que, durante o movimento de rotação da Lua, o Sol iluminará todos os lados do
astro. Mas, existe o “lado distante da Lua”, que não é possível ser visto daqui da Terra.
Ao decorrer do tempo, as forças gravitacionais da Terra diminuíram a rotação da Lua
sobre seu eixo até que o período rotacional fosse exatamente igual, a sua órbita em torno
do planeta Terra.
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“Você pode simular este efeito usando dois objetos redondos, como bolas. Mantenha
uma das bolas estacionária, para representar a Terra. Mova a outra bolsa em volta da
"Terra" sem mover seu pulso. Você verá que pessoas na "Terra" veem todos os lados da
"Lua". Entretanto, se você girar a "Lua" na sua órbita em redor da "Terra", você pode
ver que você pode ajustar a rotação de modo que somente um lado da "Lua" é visto a
partir da "Terra". É por isto que as formas na face da Lua nunca mudam.”
6. Rotação da Lua:
Rotação Sincronizada da Lua
Na medida em que a Lua orbita em torno da Terra, completando o ciclo de fases, ela
sempre mantém sempre a mesma face voltada para a Terra. Isto indica que o período de
translação e o período de rotação em torno do seu próprio eixo, são iguais. Portando, a
Lua tem a translação e a rotação sincronizadas. Acredita-se que esta sincronização,
tenha acontecido mediante as grandes forças de maré exercidas pela Terra na Lua no
tempo em que ela era mais “Jovem” e mais elástica.
- Curiosidade: Atualmente a Lua continua afastando-se da Terra, a uma taxa de 4
cm/ano.
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Para descobrir que o Sol está mais longe da Terra que a Lua, bastou observar
atentamente cada uma das fases da Lua. Se fosse a Lua que estivesse mais longe da
Terra, por algumas análises de suas posições relativas ao Sol e a Terra. Isto ocorreria de
que a Lua sempre estaria iluminada pela luz do Sol quando observada do nosso planeta,
por tanto, não haveria mais Lua
Nova.
A hipótese contrária, que é a única que se diz compatível com as fases da Lua, em
relação à ocorrência da Lua Nova, é de que o Sol está mais distante de nós do que a
Lua. Outro fato, que afirma esta hipótese é a ocorrência de Eclipses Solares, que só é
possível, com a Lua estando mais perto da Terra que o Sol.
Aristarco de Samos foi um astrônomo grego, ele foi o primeiro cientista a propor a ideia
de que a Terra gira em torno do Sol, e que a Terra possui movimento de rotação. Por
tanto foi acusado, por esta afirmação, de impiedade por Cleanto, o Estóico. (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristarco_de_Samos)
Para descobrir quão distante que a Lua está do Sol, Aristarco de Samos, observou o
ciclo Lunar, e utilizou de métodos desenvolvidos por ele para comparar as distâncias
Terra/Lua e Terra/Sol.
Há duas posições da Lua em sua órbita, o Quarto Crescente e o Quarto Minguante,
quando a Lua encontra-se com metade iluminada e metade escura.
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Ao ocorrer disto, o triângulo Terra-Lua-Sol é retângulo, isto faz com que o ângulo reto
do vértice seja ocupado pela Lua. E este fato pode ser muito bem observado, ao nascer e
ao pôr do Sol, com a Lua em Quarto Crescente e em Quarto Minguante (Meia-Lua).
Imagens: http://www.mais.mat.br/recursos/images/c/c4/Medidas_astronomicas.pdf
8. Considerações Finais:
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Referências Bibliográficas:
- http://astro.if.ufrgs.br/Lua/Lua.htm
- http://astro.if.ufrgs.br/Lua/Lua2.htm
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Lua
- http://astro.if.ufrgs.br/moon/Lua.htm
- http://www.mais.mat.br/recursos/images/c/c4/Medidas_astronomicas.pdf
162
ANEXO C – Apresentação de Seminário desenvolvido por alunos.
Slide 1 – Cinturão de Asteroides.
163
Slide 3 – Asteroide Palas.
164
Slide 5 – Asteroide Hígia.
165