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Heliocentrismo e Geocentrismo

As leis de Kepler
Lei da Gravitação Universal
Movimento de satélites
Variações da aceleração da gravidade

Professor Wagner Francisco


Introduçãã o
...“Perdoai-me. Eu me regozijo. Podeis
irarvos, e eu vos suportarei. Os dados foram
lançados. O livro está escrito. Não me
importa que seja lido agora ou apenas pela
posteridade. Ele pode esperar 100 anos
pelo seu leitor, se o próprio Deus esperou 6
mil anos para que um homem
contemplasse a sua obra”
Johannes Kepler (1571-1630), Harmonice
mundi, Livro V, cap. 10.
A CIÊNCIA E OS MODELOS PARA O UNIVERSO
O SISTEMA GEOCÊNTRICO – GEOCENTRISMO
Aristóteles (384 a.C.)
O cosmo aristotélico é apresentado como uma esfera gigantesca, porém finita, à
qual se prendiam as estrelas, e dentro da qual se verificava uma rigorosa
subordinação de outras esferas, que pertenciam aos planetas então conhecidos
e que giravam em torno da Terra, que se manteria imóvel no centro do sistema
(sistema geocêntrico).
“O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo que diz.”
Cláudio Ptolomeu (século II d.C.)
Explicou o movimento dos planetas através de uma combinação de
círculos: o planeta se move ao longo de um pequeno círculo
chamado epiciclo, cujo centro se move em um círculo maior
chamado deferente. A Terra ficaria numa posição um pouco
afastada do centro do deferente (portanto, o deferente é um
círculo excêntrico em relação à Terra).
O SISTEMA HELIOCÊNTRICO – HELIOCENTRISMO
Nicolau Copérnico (1.473 – 1543)
Foi astrônomo e matemático que desenvolveu a teoria Heliocêntrica do Sistema
solar. Foi também Cônego da Igreja Católica, governador e administrador,
jurista, astrólogo e médico.
Sua teoria colocou o Sol como o centro do Sistema Solar, contrariando a então
vigente Teoria Geocêntrica, é considerada como uma das mais importantes
hipóteses científicas de todos os tempos, tendo constituído o ponto de partida
da astronomia moderna.
TYCHO BRAHE E JOHANNES KEPLER
AS LEIS DE KEPLER
PRIMEIRA LEI DE KEPLER OU LEI DAS ÓRBITAS
Qualquer planeta gira em torno do Sol, descrevendo uma órbita
elíptica na qual o Sol ocupa um dos focos desta elipse.
Utilidade: Correção do sistema de Copérnico. Era o que os
astrônomos da época necessitavam para entender os erros entre
as previsões e observações das posições ocupadas pelos
planetas.
SEGUNDA LEI DE KEPLER OU LEI DAS ÁREAS
A reta que une um planeta ao Sol “varre” áreas iguais em tempos
iguais.
Utilidade: Preocupação com a velocidade dos planetas. Kepler
percebeu que estes se movem mais rapidamente quando mais
próximos do Sol.
TERCEIRA LEI DE KEPLER OU LEI DOS PERÍODOS
Estudando exaustivamente as tabelas com os dados
astronômicos herdados de Tycho Brahe, Kepler procurou
estabelecer relações entre os períodos de revolução dos
planetas e o raio de suas órbitas. Trata-se de uma lei diferente
pois relaciona um planeta a outro. Conseguiu encontrar um
padrão que se seguia entre todos os planetas depois de dez
longos anos.
Planeta Período revolução Raio da órbita
T (anos) r (u.a.)
Mercúrio 0,241 0,387 1,002
Terra 1,000 1,000* 1,000
Júpiter 11,86 5,204 0,997
Netuno 165,4 30,2 0,993

(*) 1 u.a.= 1 unidade astronômica = raio da órbita da Terra = 1,49 x 10 8 km.


Através de uma análise criteriosa da tabela Kepler formulou a
sua terceira lei.
Terceira lei de Kepler: Os quadrados dos períodos de revolução
dos planetas são proporcionais aos cubos dos raios de suas
órbitas.
VERIFIQUE O QUE APRENDEU 01
1. A figura abaixo representa um planeta em sua órbita elíptica em 
torno do Sol. Lembre-se das leis de Kepler e responda:
A) Em A, a aceleração tangencial 
do planeta tem o mesmo sentido 
ou sentido contrário à sua 
velocidade?

B) E em B?

C) A aceleração centrípeta 
em C é maior, menor do que 
sua aceleração centrípeta 
em D ou igual a ela? 
EXPLIQUE.
VERIFIQUE O QUE APRENDEU 02

A) Uma  pessoa  lhe  diz  que  foi  descoberto  um  planeta 


com período T = 8,0 anos e cuja distância ao Sol é    
R  =  4,0  u.a.  Se  isso  fosse  verdade,  esses  dados 
confirmariam a teoria de Kepler?

B) Seria possível existir um planeta a uma distância       
R  =  10  u.a.  do  Sol  com  período  T  =  10  anos? 
EXPLIQUE. 
VERIFIQUE O QUE APRENDEU 03

A) Suponha que tenha sido descoberto um pequeno planeta


X, cuja distância ao Sol fosse R = 9,0 u.a. Usando a
teoria de Kepler, DETERMINE qual seria o período de
revolução desse planeta.

B) Seria possível, com os dados fornecidos em (A),


determinar o período de rotação do planeta X? Se sim,
explique como. Se não cite qual(is) dado(s) seria(m)
necessário(s).
Se interessar pode verificar na tabela 6-1, p. 224 do seu
livro texto, entre quais planetas estaria localizada a
órbita do planeta X.
VERIFIQUE O QUE APRENDEU 04

A tabela baixo mostra dados reais sobre as quatro maiores luas


de Júpiter.
Lua de Período Raio da T2/R3
Júpiter T(s) órbita R(m) (s2/m3)
Io 1,53x105 4,2x108 A
Europa 3,07x105 6,7x108 B
Ganymede 6,18x105 1,1x109 C
Callisto 1,44x106 1,9x109 D

Preencha a última coluna da tabela. Compare os valores de A, B,


C e D.
VERIFIQUE O QUE APRENDEU 05
Dois planetas nunca podem ser vistos à meia noite.
A) DETERMINE quais são eles e FORNEÇA uma explicação
razoável para tal acontecimento.
B) E possível considerar isto como uma evidência em favor de
qual teoria: Geocêntrica ou Heliocêntrica?

Exercícios do livro:
p. 222, números 1 ao 4
p. 225, números 5 ao 10
p. 246, números 1 ao 6
GRAVITAÇÃO UNIVERSAL

A força de atração
do Sol proporciona
a força centrípeta
que mantém o
planeta em sua
órbita.

“No mesmo ano (1665), comecei a pensar na gravidade


estendendo-se até a órbita da Lua... E havendo, portanto,
comparado a força necessária para manter a Lua e, sua órbita com
a força da gravidade na superfície da Terra, descobri que as
respostas eram bastante próximas.” Isaac Newton (1642 – 1727)
GRAVITAÇÃO UNIVERSAL – A FORÇA ENTRE O SOL
E OS PLANETAS
Baseando-se nas leis de Kepler, Isaac Newton conseguiu, através de
algumas conclusões, uma relação matemática poderosa para o
cálculo daquilo que ele próprio chamaria de força de atração
gravitacional (Fgrav.):
Conclusão I: Fgrav é diretamente proporcional à massa m do planeta.
Quanto maior a massa do planeta maior é a interação entre os
astros.
Fgrav α m

Conclusão II: Fgrav é diretamente proporcional à massa M do Sol.

Fgrav α M
Esta expressão pode ser escrita sob a forma de uma
igualdade pela introdução de uma constante de
proporcionalidade, que é representada por G (G
maiúsculo, favor não confundir com g da
aceleração da gravidade!!!):

Onde: G = constante de gravitação universal


m= massa do planeta
M= massa do Sol
r = distância entre o planeta e o Sol
Isaac Newton percebeu que a força que mantinha a Lua
em órbita é da mesma natureza da força que atrai os corpos na
superfície terrestre, por exemplo, como na queda uma maçã.
A partir de uma imaginação e abstração sem
precedentes, Newton unificou a mecânica celeste e terrestre
através da mesma lei.
Simplesmente incrível como a mesma lei pode ser
aplicada igualmente em situações tão distintas.
Entenda a “famosa” história da maçã:

Poderia a força responsável por


puxar a maçã alcançar a Lua?
http://www.physicsclassroom.com/Class/circles/U6L3b.html
A aceleração diminui da superfície Terrestre para
a Lua, como vimos, de 9,8m/s2 para 0,0027m/s2.
Se a aceleração diminui, a força gravitacional
também decresce com o aumento da distância.
Mas a que taxa a força gravitacional decresce?
Newton resolve o impasse de maneira magistral...
A razão entre a aceleração
da maçã e a da Lua vale,
aproximadamente, 3600.

Newton calculou, então, a


razão entre as distâncias da
Lua e da maçã em relação
ao centro da Terra.
Ao mesmo tempo percebeu
que a razão entre as
distâncias ao quadrado
poderia lhe fornecer o que
precisava... A força
gravitacional decai com o
inverso do quadrado das
distâncias!!!

Em outras palavras, a força com que a Terra atrai a maçã e


a Lua são regidas pela mesma relação que ele havia
utilizado anteriormente para descrever a atração entre o
Sol e os planetas. Temos, então, de maneira muito
elegante a unificação da mecânica celeste com a mecânica
terrestre.
Portanto:
Dois corpos quaisquer se atraem com uma força
proporcional ao produto de suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância
entre eles.

Onde:
G=constante
m1 e m2 = massas dos corpos que se atraem, em kg.
r = distância entre os corpos, em metros.
Gravitação universal – O efeito das massas na Fgrav.
Gravitação universal – O efeito da distância na Fgrav.
Balança de torção
O valor de G e a medida da massa da Terra
Com um aparato semelhante e em condições controladas,
Henry Cavendish pôde medir o valor da constante de
gravitação universal G.
O valor de G e a medida da massa da Terra
De posse do valor de G, Cavendish foi o primeiro a medir a
massa da Terra de forma definitiva. Primeiramente escolheu um
corpo qualquer na superfície para interagir com a Terra e
igualou a força gravitacional à força peso que atua sobre o
objeto(Fgrav. = P).
Movimento de satélites

altura

Raio Terrestre
Movimento de satélites – Cálculo da velocidade vt
Na equação acima, m representa a massa do satélite, M a
massa da Terra e r a distância entre o satélite e o centro
da Terra. Como é a única força (relevante) que atua sobre
o satélite, a atração gravitacional faz o papel de força
centrípeta e assim...
Movimento de satélites – Cálculo do período T (MCU)
Como o tempo que o satélite leva para efetuar uma volta é o
seu período T temos:

O satélite estacionário (h~36000 km, vt~10800 km/h)


Tipo de satélite muito usado em telecomunicações. Ele parece
estar parado em relação a um observador na Terra, por que ele
gira sobre um ponto do equador com um período de rotação
igual ao período de rotação da Terra(T=24h).Como se
compara a velocidade angular do satélite estacionário com
a da Terra?
Exercícios
1. Considere dois satélites, A
e B, cujas massas são tais
que, mA > mB. Os satélites
estão em uma mesma órbita
circular, em torno da Terra,
como mostra a figura ao lado.
a)A velocidade de A é maior,
menor que a de B ou igual a
ela?
b)O período de A é maior,
menor que o de B ou igual a
ele?
2. Observe o satélite C,
também mostrado na figura
ao lado.
a) A velocidade de C é maior,
menor que a de B ou igual a
ela?
b) O período de C é maior,
menor que o de B ou igual a
ele?
3. Suponha que Júpiter possuísse um satélite cuja órbita
tivesse um raio igual ao raio da órbita da Lua em torno da
Terra.
O período do movimento da Lua em torno da Terra, como
você já deve saber, é cerca de 27 dias.
DETERMINE se o período desse satélite Jupteriano é
maior, menor ou igual a 27 dias.
4. Imagine que um satélite artificial já em órbita
transporte uma bomba presa por uma garra à parte
externa do satélite. DESCREVA a movimentação que a
bomba adquire após a abertura da garra.
5. Até há pouco tempo (desde meados do século
passado), os astrônomos conheciam a massa de Júpiter
com maior precisão do que a da Lua. Atualmente, a massa
da Lua já é conhecida com bastante precisão. EXPLIQUE o
fato.
Movimento de satélites – Exercício

6. DETERMINE o valor da velocidade horizontal que


deve ser comunicado a um objeto para que ele entre em
órbita rasante à superfície da Terra? CALCULE o valor
aproximado, em horas, do tempo decorrido para uma
volta completa desse objeto (Problema suplementar 1).
Variações de g – Expressão matemática
m

Como o peso de um corpo é a P=F grav.


própria atração gravitacional que
atua sobre ele, podemos afirmar r
que:

M
Variações da aceleração da gravidade (g)

I – o valor da massa m não aparece na equação.


II – o valor de g obedece à lei do inverso do quadrado.
III – Utilizando a equação na superfície da Terra: r = R.
Como a Terra não é perfeitamente esférica, o valor de R no
equador não é igual a R nos pólos e:

REquador > Rpólos logo gEquador < gpólos


Se interessar, pode consultar as tabelas 6-2 e 6-3 de seu livro
texto. Elas mostram a variação de g com a altitude e a
latitude no nosso planeta.
Exercício – variação de g

Sabe-se que o Sol possui uma massa 300 000 vezes maior do
que a massa da Terra. Ao mesmo tempo o raio do Sol é
aproximadamente 100 vezes maior do que o terrestre.
A partir dessas informações, DETERMINE o valor de g na
superfície do Sol.

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