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Fundação Técnico Educacional Souza Marques – FTESM

FACULDADE DE FILOSOFIA, CIENCIAS E LETRAS.

CURSO DE FÍSICA

A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE FÍSICA

FRANKLIN MARINHO DE CASTRO

RIO DE JANEIRO

2016
FRANKLIN MARINHO DE CASTRO

A IMPORTÂNCIA DA EXPERIMENTAÇÃO PARA O ENSINO DE FÍSICA

Monografia apresentada à FTESM como requisito


parcial para obtenção do título de Licenciatura em
Física.

Prof. Orientador: Marco Antonio Gonçalves Netto Marins

Rio de Janeiro

2016
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter completado mais uma fase das muitas que
ainda completarei em minha vida.

Agradeço aos meus avós Miracema Jaime da Costa e Joppert Barreto da costa pelo
apoio e ajuda na luta de ver concluída mais essa fase da minha vida.

A Coordenadora do Curso de Física da FTESM, Professora Simone Fernandes, pela


enorme paciência, em especial com a minha pessoa, além de todo apoio para concluirmos o
curso.

Ao Professor Marco Marins, por toda orientação durante a elaboração desta


monografia.

Aos meus colegas de turma que estiveram ao meu lado, me estimulando e dando
forças a prosseguir na jornada de estudos na FTESM.

Aos alunos, que gentilmente, aceitaram participar da pesquisa. Obrigado.

A todos os amigos que acreditaram no meu potencial e me incentivaram a realização


deste objetivo.
“Tudo aquilo que o homem ignora não existe
pra ele. Por isso o universo de cada um se
resume ao tamanho do seu saber”

Albert Einstein

RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar as contribuições das experiências para o
ensino-aprendizado das teorias físicas assim como da compreensão dos fenômenos físicos,
fazer a análise de grau de interesse de alunos do ensino médio por meio de pesquisas com
colégios que utilizam ou deveriam utilizar a introdução de experiências no auxílio das aulas
teóricas de acordo com o conteúdo programático da disciplina. Para atingir esses objetivos
foram utilizados questionários preenchidos, por alunos do ensino médio de colégios
particulares e públicos em que o professor utilize experiências para o ensino e que não use
experimentos, alunos que foram voluntários para participar da pesquisa preenchendo os
questionários. Essas perguntas visam determinar o conhecimento prévio dos alunos em
relação ao conteúdo a ser trabalhado, saber o interesse sobre o assunto, as dificuldades em
aprender física e relacionar os assuntos com o seu cotidiano. Serão utilizados questionamentos
também para verificar em quais pontos a pesquisa pode melhorar, quais os pontos positivos e
negativos e verificar por quais vertentes esse trabalho deve se seguir. Espera-se com esse
trabalho ajudar a verificar se a experiência e um dos caminhos para a solução do ensino da
Física.

Palavras Chave: Ensino; Física; Experiência.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 08
2 DESENVOLVIMENTO 10
2.1 História da Física 10
2.2 História da Física no Brasil 10
2.3 Leis 11
2.4 Embasamento teórico 12
3 DADOS 20
3.1 Dados obtidos 20
3.2 Analise de dados 20
3.2.1 Você gosta de estudar física? 20
3.2.2 Você acha o ensino de física importante? 22
3.2.3 você percebe uma relação entre a Física ensinada na escola, o cotidiano e as 25
nossas tecnologias?
3.2.4 Você já realizou algum experimento na disciplina física? 27
3.2.5 Qual a principal dificuldade você sente para aprender física? 30
3.2.6 Qual a importância de um laboratório de Física para a aprendizagem? 32
4 CONCLUSÃO 34
5 REFERENCIAS 36
8

1 INTRODUÇÃO

É notório que os mais recentes estudos sobre o ensino-aprendizado vêm se pautando


em como tornar esse processo mais estimulante e prazeroso para todos os envolvidos.

A avaliação do processo de ensino tornou-se uma necessidade na nossa atual sociedade


informatizada. O planejamento educacional vem acompanhado dessa mudança, nas propostas
educacionais as palavras interdisciplinaridade, habilidades, competências, tecnologias e
contextualização vêm sendo cada vez mais utilizadas.

Apesar da necessidade exposta, ainda é comum encontrar nas escolas o ensino de


física pautado em aulas meramente expositivas. Nessas aulas, os alunos são menos
participativos, a física acaba sendo vista por eles como uma disciplina difícil de ser
compreendida e com isso, na maioria das vezes, apresentam dificuldade no aprendizado dos
conteúdos, gerando desinteresse.

Muitos professores não conseguem trazer o ensino para próximo da realidade do


aluno, gerando total falta de prazer pelo trabalho escolar. Aos alunos apenas interessa a
pontuação e a aprovação, os assuntos estudados logo são esquecidos, sendo o raciocínio
lógico não desenvolvido, agravando o problema com o passar dos anos.

A busca de um ensino de física mais qualitativo ao invés de apenas resoluções


automáticas de equações desprovidas de significado conceitual é crescente. Tem-se um
aprendizado significativo se o educador desenvolver meios didáticos que estabeleçam
ligações para os fenômenos físicos e fornecer visão diferenciada do mundo que o cerca.

O presente trabalho tem por objetivo analisar os impactos positivos que os


experimentos provocam em uma aula de física, demonstrando essa diferença no ensino,
observando as opiniões dos alunos envolvidos, fazendo um comparativo dos alunos que
obtiveram esse contato com experiências e os que não obtiveram. Esse trabalho teve grande
inspiração na primeira parte da monografia da Neyla Lima Carneiro 1.

1
Neyla Lima Carneiro é graduada em Física pela UECE e engenharia civil na UNIFOR - Universidade de
Fortaleza.
9

O método bibliográfico de pesquisa foi adotado neste estudo, uma vez que ele é o tipo
de investigação em que se recuperam as informações dos conteúdos científicos a respeito da
importância da experimentação para o ensino de Física.
10

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 História da Física

A sociedade, desde a antiguidade, tem noção da regularidade da natureza. Desta


regularidade, surge a consciência de que objetos, sem algum suporte, caem e que o ciclo lunar
possui 28 dias. A princípio tentou-se explicar essa regularidade da natureza de forma mística
atribuindo essa regularidade a deuses. O início da Física deu-se como uma tentativa de se
explicar as regularidades da natureza e seus fenômenos naturais com racionalidade utilizando-
as em seu benefício.

Diferentes povos da Terra desenvolveram a ciência, como filosofia natural, mas os


primeiros ocidentais a tentarem explicar o mundo de forma racional foram os filósofos gregos
tendo como um dos principais destaques Arquimedes. (LIMA, 2011)

Após essa ascensão, o estudo das ciências e filosofias teve um grande declínio, assim
como a educação em geral e durante a idade media, após a queda do império romano, viveu
um período chamado “idade das trevas” que durou até o renascimento onde vários
acontecimentos mudaram a maneira de pensar da sociedade europeia. Havendo um grande
avanço das ciências e tecnologias. Fazendo uma grande revolução no mundo da ciência e na
forma de ensinar, que perdura ate hoje.

2.2 História da Física no Brasil

A história da educação no Brasil teve inicio em 1549 com a vinda do primeiro


governador-geral do Brasil Tomé de Souza e dos Padres jesuítas. Os jesuítas que aqui
aportaram com as caravelas foram os responsáveis pela educação e evangelização de todos.
Os alunos eram divididos em classes de acordo com o nível de conhecimento que
apresentavam.

Neste período, foram instaladas algumas características que hoje podem ser
observadas na educação moderna, tais como: os espaços especializados para o ensino (salas
de aula) e o aprendizado seriado.
11

Durante duzentos anos, a instrução do povo brasileiro esteve entregue aos padres da
companhia de Jesus. Em 1759 com a expulsão dos mesmos, pelo Marquês de pombal, a
educação do Brasil sofreu uma desestruturada e sofreu um período de caos. Com falta de
professores só melhorando esse quadro com a vinda da família real para o Brasil. (ROSA;
ROSA, 2012)

Em virtude de como foi feita a colonização, o início dos estudos teve grande influência
das ciências humanas. Entretanto, as invasões holandesas no Nordeste influenciaram a
promoção do avanço e consolidação do ensino das ciências físicas no Brasil, pois elas
trouxeram homens da ciência que instalaram várias frentes de estudo, onde podemos ver ainda
hoje grandes núcleos de pesquisa e pós-graduação em universidades do Nordeste.
(RODRIGUES, 2004)

Outro fator que influenciou o ensino de ciências no Brasil foi a chegada da família real
e a abertura dos portos às nações estrangeiras. Além disso, D. João VI criou inúmeras
instituições de estudo de ciências que conjuntamente com a criação das primeiras escolas de
ensino superior – Academias Médico Cirúrgica (Rio de Janeiro e Bahia), ajudaram a
impulsionar os estudos científicos e atender as necessidades da Corte Portuguesa.

No Brasil império, após a proclamação da república, iniciou-se uma nova orientação


no âmbito educacional, principalmente no que se refere ao desenvolvimento cientifico
impulsionado pela revolução francesa.

A criação do colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, serviu de modelo para as demais
escolas e introduziu os estudos seriados que contemplava as ciências físicas e naturais.

2.3 Leis

A proclamação da república contribuiu para a disseminação da educação e em especial


da educação em ciências. Isso fica evidenciado nas reformas Benjamim Constant – 1890 que
rompia com a tradição humanista e priorizava uma educação secundaria pautada nas ciências
exatas e da natureza, com vistas ao ingresso no ensino superior e na reforma Capanema, em
1942, em que foram criados os cursos clássicos e científicos. O ensino de física passa a ser
distribuído nas três series do curso cientifico. Curso este que dava a maior ênfase a formação
em ciências exatas e da natureza. (RODRIGUES, 2004)
12

Na segunda metade do século XX, a Lei 4.024/61 que mantém o ensino de física nas
três séries da escola secundária e a Lei 5.692/71 que trata das influências das teorias de Jean
Piaget no ensino de física, demonstram uma preocupação da sociedade com os problemas
ambientais e as implicações sociais do desenvolvimento científico. A visão de Ciência/Física
também está associada aos problemas ambientais influenciados pelo contexto econômico,
político e social. (RODRIGUES, 2004).

A reformulação da Constituição Federal (1988) favoreceu a nova estrutura da


educação brasileira, a partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDBEN/96 – Lei nº 9.394/96 com o objetivo da educação formar um cidadão cada
vez mais crítico. Passa-se a conviver entre dois paradigmas o construtivismo (Piaget) e o
sócio-interacionismo-historico-cultural (Vygostky). (RODRIGUES, 2004).

Então em 1999 surgem os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs. Que de todas as


normas é a que mais se assemelha a teoria de Vygotsky, de que a física deve ser ministrada em
um parâmetro de aplicação social e cultural para que os alunos tenham o conhecimento
aproveitado na vida como convivência na sociedade.

2.4 – Embasamento teórico

De acordo com Lev Vygotsky cada ser humano tem a capacidade de aprender por
intermédio do seu contexto histórico/cultural, ou seja, quando o aluno visualiza algum objeto,
fenômeno, o mesmo deve ser capaz de relacionar o conhecimento adquirido com os fatos
vivenciados em seu cotidiano.

Para Vygotsky o processo de aprendizagem acontece através de três intermediações:


reflexão, mediação e evolução. Para formar o conceito o indivíduo deve vivenciar o fato. Em
um primeiro momento o educando se depara com a temática e surgem as dúvidas. Cabe ao
educador mediar esses conflitos que começam a surgir na mente do aluno, tentar sanar esses
questionamentos para proporcionar a evolução no conhecimento. O professor deverá
direcionar e controlar essa evolução para o aluno atingir todo o seu potencial sobre o tema
abordado.

A partir do desafio da experiência o adolescente pode demonstrar seu conhecimento. O


uso experimental irá permitir além de adquirir o conhecimento em física, trabalhar a atividade
13

em equipe com grupos trabalhando na mesma experiência, a habilidade manual com a


construção dos experimentos, a escrita em relatórios cobrados no laboratório, sempre
procurando promover a interdisciplinaridade e a experimentação também promove a evolução
da Zona de desenvolvimento proximal, onde através dela o adolescente obtém suas aquisições
sobre o assunto abordado. O aluno consegue visualizar melhor o fenômeno físico através do
experimento e associa-o com o seu mundo, com a sua realidade, com o mundo que vê na
televisão, passeios que ele realiza, nas ruas, ou seja, no seu cotidiano.

Aos poucos o ensino de física conquista seu espaço e altera o conceito de ensino de
física, procurando valorizar o educando em todos os aspectos: físicos, psíquicos, social e
cultural. Com os experimentos servindo como suporte para a ação didática, visando à
aquisição de conhecimento.

A partir da visão experimental, o indivíduo relaciona o fenômeno ocorrido com a


cultura em que está inserido, com o mundo que vive, construindo assim sua aprendizagem.
Desta forma, a escola (em especifico o professor de ciências) tem a função de facilitar o
aprendizado utilizando-se das atividades experimentais e criando um ambiente cientifico
alfabetizador e favorável no processo de aquisição da autonomia da própria aprendizagem.

O experimento coloca o estudante numa situação de reflexão, ou seja, tudo que existe
na natureza, nas relações humanas e no cotidiano são associadas ao fato ocorrido, assim
ocorrem alguns processos de interação entre a aprendizagem e a sociogênese de cada
indivíduo.

Sociogênese é a história da cultura onde o sujeito está inserido (...). É a parte da


psicologia que demonstra a capacidade de cada ser humano se potencializar (...) a
maneira de cada indivíduo se organizar o desenvolvimento da aprendizagem
(OLIVEIRA, 2010, p.25-26).

Para Vygotsky, o modo mais favorável para que o aprendizado seja ativado é
comparando a disciplina a ser ministrada com o contexto histórico em que o indivíduo vive,
facilitando assim a interpretação do fato e ativando a função cerebral da assimilação. Em
outras palavras, a sociogênese é a maneira do individuo observar a sua importância em que
está inserido no mundo social.
14

É importante ressaltar que na escola, o jovem permanece muito tempo sentado em


cadeiras desconfortáveis, salas pouco atrativas, observando horários e, o que é mais triste para
um adolescente, impossibilitado de locomover-se livremente. Nota-se a importância da
diversificação no ambiente escolar, para que o estudante não tenha empatia da disciplina
condicionando-se perda rendimento na aprendizagem.

Ao inserir as experiências em sala de aula os alunos interagem, onde os mesmos vão


promover a ação. No ensino de física o uso da experimentação permite ainda que o estudante
amplie a sua criatividade, a aprendizagem cientifica e a socialização, dentre outros aspectos
importantes no desenvolvimento do conhecimento científico.

Outro relevante ponto que pode ser levado em conta é a demonstração fenomenológica
e que o mesmo proporcionará o surgimento do sentido investigativo e abrirá oportunidades
para novas conclusões na área, pois a física é uma ciência indefinida formada por teoria e
teses algumas ainda não inteiramente comprovadas.

O experimento é visto como a maneira que proporcionará ao indivíduo a expansão


científica sobre os fenômenos abordados, explorando a sua competência física, intelectual e
moral, além de construir a perspectiva individual de cada fato descrevendo a formação do
caráter e da personalidade de cada indivíduo, buscando desenvolve-lo na ciência e na vida
social.

Ao comprovar a ação experimental, o aluno sem perceber, assimila, reorganiza e


enfrenta os desafios, os enigmas e as imposições encontradas nas atividades aplicadas (na
maioria das vezes em forma de problemas) na disciplina, ocorrendo assim uma evolução no
conhecimento e desenvolvendo-se a aprendizagem.

Sabe-se que o aprendizado é uma forma de adaptação ao ambiente. Desde o


nascimento, o indivíduo tem a predisposição de aprender, mas só ocorre com a experiência. O
ensino da física deverá possibilitar diversas maneiras de aprendizado, a mais importante é
quanto à participação da ciência na sua vida, para que seja realizada a interação entre o saber
científico e o conhecimento, onde se criem esquemas que possibilitem a associação entre a
física e o contexto do seu cotidiano; obedecendo a orientação expressa segundo os PCN`S
para o ensino da física:
15

Espera-se que o ensino de Física, na escola média, contribua para a formação de


uma cultura científica efetiva, que permita ao indivíduo a interpretação dos fatos,
fenômenos e processos naturais, situando e dimensionando a interação do ser
humano com a natureza como parte da própria natureza em transformação. Para
tanto, é essencial que o conhecimento físico seja explicitado como um processo
histórico, objeto de contínua transformação e associado às outras formas de
expressão e produção humanas. É necessário também que essa cultura em Física
inclua a compreensão do conjunto de equipamentos e procedimentos, técnicos ou
tecnológicos, do cotidiano doméstico, social e profissional (PCN. Ensino Médio
Parte III. 1998 p.24).

Conforme o Parâmetro Curricular Nacional, a física deve ser ministrada em um


critério de aplicação cultural e social para que os Estudantes no processo ensino-
aprendizagem tenham o conhecimento aproveitado na vida como convivência na sociedade.

Por meio da participação no experimento, o aluno pode demonstrar capacidades


cognitivas, intelectuais e emocionais; tais como: a memória, a atenção, a imaginação, a
percepção, a motivação, entre outras.

A prática experimental levará a uma mudança vultosa na consciência científica do


cidadão que demonstrará uma interpretação mais aproximada da existência da ciência no
mundo, pois é através da prática que a pessoa consegue a interpretação e interação do
fenômeno, o que de certa forma é uma maneira de comunicação que gera a aprendizagem.

Vygotsky afirma que o indivíduo fundamenta o aprendizado a partir do momento que


o mesmo se comunica, não só falando, mas como tudo o que o cerca: placas, revistas, outdoor,
entre outros; é através dessas diversificadas linguagens que o sujeito pratica a memorização,
onde imagens ficam guardadas no cérebro e são associadas com objetos, é por meio dessa
associação que conseguimos gerar a aprendizagem. Todo este processo é definido por
Vygotsky como o processo de mediação.

O conceito de mediação é o conceito mesmo de intermediar: ter uma coisa interposta


entre uma e outra coisa. No caso do ser humano, a ideia básica do Vygotsky é que a conexão
do homem com o mundo não é uma conexão direta, mas é uma conexão mediada. A mediação
pode ser feita através de instrumentos e de signos (OLIVEIRA, 2010).

Por meio da experiência, o aluno pode reparar a ação de maneira que ele passa a criar
um raciocínio lógico da natureza, onde a capacidade de interpretar a ciências (em específico a
16

disciplina) será potencializada. Na aprendizagem o experimento irá trazer benefícios no ponto


de vista social, didático e intelectual.

A vantagem social ao inserir o experimento em sala é que o indivíduo passa a associar


a existência do fenômeno, em diversos lugares do seu cotidiano, enfatizando a importância de
possuir o conhecimento.

A vantagem didática é que os experimentos modificam conteúdos entediantes em


atividades muito interessantes, mostrando facilidades através da aplicação experimental.
Outro beneficio didático é o disciplinar, quando há interesse pelo que está sendo apresentado,
se faz necessário uma maior participação do aluno e automaticamente a disciplina é mais
facilmente alcançada.

Como vantagem intelectual, o experimento dará a capacidade ao aluno de questionar,


de averiguar o fenômeno, proporcionando a capacidade de interpretar.

Levando esses fatores em consideração, o uso de experimentos em sala de aula é um


método didático excessivamente importante, mais que uma recreação, é o meio
imprescindível para conseguir o aprendizado disciplinar, facilitar o trabalho do professor, e
alcançar comportamentos básicos, necessário à formação de sua personalidade.

Constatar as relações entre o ponto de vista experimental e o desenvolvimento humano


é uma tarefa difícil, para facilitar o estudo classificou-se o desenvolvimento em três aspectos
distintos: aspectos psicomotores, aspectos cognitivos e aspectos afetivos.

Nos aspectos psicomotores encontram-se as habilidades musculares e motoras, da


manipulação de objetos, na escrita e na percepção fenomenológica do experimento. Os
aspectos cognitivos dependerão de como a aprendizagem e a maturação vão reagir, podem
variar desde uma simples lembrança até mesmo da formulação e combinação de ideias,
proporem soluções e delimitarem problemas. Nos aspectos afetivos incluem sentimentos,
emoções, aptidões de ocultação e rejeição de aproximação ou de afastamento. O fato é que
esses três aspectos interdependem um do outro, ou seja, o estudante necessita dos três
aspectos para se tornar um indivíduo preparado.
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Em relação às categorias psicomotoras, cognitivas e afetivas devem-se levar em


consideração diversos aspectos primordiais: a interação entre experimento e aluno, deixando-
o livre para que a percepção do fenômeno contido no experimento seja a sua interpretação; a
criatividade para que o educando possa moldar o seu conhecimento em respeito a sua
capacidade cognitiva; curiosidade para que o estudante possa pesquisar teoricamente o
fenômeno observado no experimento.

As experiências realizadas possibilitam ao aluno o desenvolvimento, alcançando


objetivos como a linguagem, a atenção, a motricidade e a inteligência. O educador de física
precisa planejar bem as aulas experimentais para que os experimentos seja suporte eficiente
no processo de aprendizagem-ensino.

Ao defrontar-se pela primeira vez com o estudo da física, espera-se que o aluno faça
equivalência com as experiências construídas a partir de suas vivências, na maioria dos casos
conquistada através de diversas ocasiões vividas em seu cotidiano, por isso é fundamental que
o licenciado em física, ao assumir uma sala, tenha noção do conhecimento científico que cada
educando possui, para que possa fazer interação entre o ambiente científico e sócio cultural,
propondo assim uma formulação da sua proposta pedagógica.

O educador deve partir de atividades experimentais surpreendentes e simples para


incentivar a motricidade e as habilidades conquistadas na vivência de cada aluno, para depois
progressivamente aumentar o nível, pouco a pouco, propiciando a construção do
conhecimento e resultando assim o melhor aproveitamento do conteúdo.

Os professores podem executar junto com os aprendizes disponibilizando-o material


apropriando para o uso do experimento, porém o essencial é que o aluno entenda que o
principal construtor dos experimentos é ele por este motivo o próprio deve ser capaz de
refazer as experiências propostas, sendo permitindo que o aluno anote e crie sozinho o
fenômeno, isso contribui para que ele nunca se esqueça do que construiu.

De acordo com a análise do Dr. Alberto Gaspar e Dra. Isabel Monteiro (2005) no
artigo sobre atividades experimentais de demonstrações em sala de aula, o professor tem
papel crucial para o desenvolvimento do aluno como o meio ensino-aprendizagem; em
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específico no uso do experimento, cabe ao educador intermediar e conduzir o conhecimento


teórico e pratico demonstrando o fundamento do conteúdo ministrado.

O destaque dado por Vygotsky ao professor, a nosso ver, valoriza também a


atividade de demonstração em sala de aula na medida em que ela é um instrumento
que serve prioritariamente ao professor, agente do processo e parceiro mais capaz a
ser imitado. Cabe a ele fazer, demonstrar, destacar o que deve ser observado e,
sobretudo, explicar, ou seja, apresentar aos alunos o modelo teórico que possibilita a
compreensão do que é observado, estabelecido cultural e cientificamente.
(GASPAR; MONTEIRO, 2005, p.8)

Para Vygotsky quando o indivíduo atinge a autonomia de desenvolver e criar, o mesmo


interage esse conhecimento adquirido com outros indivíduos, levando assim a relação a uma
aprendizagem. Quando o educador introduz o conhecimento científico somente de maneira
abstrata, o mesmo estará tirando a oportunidade de tal interação minimizando assim a ação do
aprender.

[...] Nas nossas experiências, põe-se o problema ao indivíduo sujeito a observação


logo de início; o problema não se altera durante toda a experiência, mas as chaves
para a sua resolução são introduzidas pouco a pouco, de cada vez que a criança volta
um bloco. Decidimo-nos por esta sequencia porque julgamos que, para que o
processo se desencadeie, é necessário pôr a criança perante o problema. A
introdução gradual dos meios necessários à resolução do problema permite-nos
estudar o processo total da formação dos conceitos em todas as suas fases dinâmicas.
A formação do conceito é seguida pela sua transferência para outros objetos; o
indivíduo observado é induzido a utilizar os novos termos para falar dos objetos
diferentes dos blocos experimentais e a definir o seu significado duma forma
generalizada. [...] (VYGOTSKY, p. 60).

Vygotsky analisa que é por meio da experiência que o indivíduo aprende, mas além do
uso das experiências o orientador do experimento tem que usar como recurso situações
problema para despertar visões investigativas no ato da experiência, onde sejam inseridos
conceitos definindo, demonstrando o significado do estudo, tornando o aparato eficaz.

É considerável observar que a idealização do papel do educador no processo de ensino


tem modificado a educação atual. Além de inserir o conhecimento mútuo da disciplina, o
professor deve formar cidadãos, diversificar meios de encaixar o indivíduo no meio da
sociedade. No caso do ensino da física, em específico, demonstrar ao educando situações
próximas da existência do conteúdo em nosso cotidiano, envolvendo diversos fatores que
comprovam a importância do saber científico e físico em nossas vidas.
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Independente da forma que é compreendido, o experimento no ensino da física, deve


ser utilizado pelo professor de modo programado, planejado para que seja associado o prazer
e a curiosidade com a aprendizagem.
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3 DADOS

3.1 Dados obtidos

Foram entrevistados 25 alunos do terceiro ano do ensino médio para cada instituição
analisada, totalizando assim, 100 alunos.

Foram analisadas 4 instituições, sendo denominadas por letras A,B,C,D. A instituição


(A) pertence a rede privada de ensino e o colégio dispõe de laboratório para experiências. A
instituição (B) também é pertencente da rede privada, esta não tem laboratório. A instituição
(C) pertence a rede pública de ensino e possui laboratório. A instituição (D) também
pertence a rede pública de ensino e possui laboratório.

Vale ressaltar que à medida que se obteve acesso aos questionários dos alunos, foi
descoberto que as duas escolas da rede pública de ensino possuíam laboratórios, porém
nenhuma os utilizava. O que cabe uma nova pesquisa e um novo questionamento: por que os
professores não utilizam os laboratórios?

3.2 ANÁLISES DE DADOS

3.2.1 Você gosta de estudar física?

PERGUNTA SIM NÃO

Você gosta de estudar Física? 47% 53%

SIM Não

PERGUNTA:VOCÊ GOSTA DE Número Número Número Número


ESTUDAR FÍSICA? Real de Percentual Real de Percentual de
alunos de alunos alunos alunos
Colégio A 21 84% 4 16%

Colégio B 14 56% 11 44%

Colégio C 8 32% 17 68%

Colégio D 5 20% 20 80%


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Para a primeira questão do questionário: “Você gosta de estudar física?” 47% dos
alunos responderam sim e 53% não. Vale destacar que o colégio que mais contribuiu com esse
percentual de 47% foi o único em que o laboratório era realmente utilizado, com 20 respostas
positivas, totalizando 80% dos alunos apenas desse colégio.
22

Outro dado a se destacar, é que um dos colégios da rede pública de ensino obteve 14
respostas para o sim (ainda se tratando da primeira pergunta), taxa percentual de
aproximadamente 60%. Uma justificativa que foi muito repetida, foi o fato do desinteresse na
disciplina ser justificado pelos cálculos e as formulas envolvidas, 16% dos entrevistados
responderam essa explicação.

Entre as justificativas positivas merecedoras de destaque estão: “Sim, pois é uma


matéria que justifica muitas coisas do dia-a-dia e é uma matéria fácil de compreender”. “Sim,
devo ser uma das poucas pessoas que se interessam por essa matéria, pois não possuem
apenas cálculos e sim uma interpretação”. E por último: “Sim, por que são bem interessantes
pesquisas feitas em laboratório, análise de coisas, eu gosto de ver isso”.

Entre as respostas negativas, as justificativas que merecem destaque são: “A física que
mostram para mim parece ser chata, com isso vem à falta de interesse e é por isso que eu não
gosto de estudar física”. E outra justificativa é: “Tenho dificuldade em trabalhar com formulas
e o tempo semanal e insuficiente para que eu possa aprender”.

3.2.2 Você acha o ensino de física importante?

PERGUNTA SIM NÃO

Você acha o ensino de Física importante? 83% 17%

Pergunta:você acha o SIM Não


JUSTIFICATIVA: PERCENTUAL:
ensino de física
Concursos e vestibulares.
importante? Número real de Percentual Número 13%
de Percentual de
Alunos de Alunos Alunos Alunos
Outros. 87%
Colégio A 22 90% 3 10%

Colégio B 22 90% 3 10%

Colégio C 21 80% 4 20%

Colégio D 18 70% 7 30%


23

Para a segunda pergunta: “Você acha o ensino de física importante?” 83% dos
estudantes responderam que sim tendo 17% de respostas contrárias. Entre esses percentuais, o
colégio da rede particular com laboratório e um dos colégios da rede pública obtiveram os
mesmo percentuais 22 alunos consideravam importante o ensino de física, isso representa
90% dos alunos dessas escolas. Em todas as escolas, o percentual individual de cada escola
24

foi maior 70% dos perguntados acham o ensino importante. As justificativas que mais se
repetiram (13% do total de alunos) responderam que a importância era para concursos e
vestibulares.

Dentre as justificativas que merecem destaque: “Sim, Pois quero fazer engenharia”.
“Sim, por que diversas áreas da tecnologia são necessárias à física”. “Sim, desenvolve
raciocínio lógico para situações diárias”. “Sim, por conta principalmente de concursos e por
conta de explicar as coisas do cotidiano”. “Muito, alem de desenvolver as capacidades
cognitivas a física também mostra ao individuo como o universo funciona”.

A única justificativa negativa foi: “Não, já existe a matemática e ela já está ai para
isso”.

3.2.3 Você percebe uma relação entre a física ensinada na escola, o cotidiano e as
tecnologias?

PERGUNTA SIM NÃO

Você percebe uma relação entre a física


ensinada na escola, o cotidiano e as
tecnologias? 83% 17%

Pergunta: Você percebe uma SIM Não


relação entre a física ensinada na
escola, o cotidiano e as Número Percentual Número Percentual
tecnologias? Real de de Alunos Real de de Alunos
Alunos Alunos

Colégio A 23 90% 2 10%

Colégio B 21 80% 4 10%

Colégio C 20 80% 5 20%

Colégio D 19 70% 6 30%

JUSTIFICATIVA: PERCENTUAL:
25

Enxergam a física presente ao nosso redor, 60%


vem a física em tudo que fazemos.

Outros. 40%
26

Na terceira indagação: “Você percebe uma relação entre a física ensinada na escola, o
cotidiano e as tecnologias?” 80% disseram que sim e 20% marcaram o não”. Nessa estatística,
as instituições de ensino com laboratório se sobressaíram também com mais que 90% de
alunos percebendo essa relação. No geral todos os colégios apresentaram índices maiores que
70 % identificando esta relação. Vale a resalva que mais de 40% de alunos enxergam a física
presente ao nosso redor, percebem a física em suas rotinas.

As Respostas que se destacaram são: “Sim, já que a física estuda todos (ou quase
todos) os fenômenos físicos do mundo, apesar da física ensinada nas escolas não ser precisa,
já que não leva em conta a resistência do ar”. “Sim. em jogos, por exemplo, a física e muito
importante para a realidade nos jogos”. “Sim, situações práticas que envolvem as leis da
física, como as leis de Newton, gravitação e trabalho”. “Sim, somente quando estou em um
dos trens que vão se encontrar a 203 e 107 quilômetros por hora, e preciso saber em que
momento eles se encontram” percebe-se uma ponta de ironia nessa resposta. Outras respostas:
27

“Intrinsecamente relacionadas. A física nada mais e que uma explicação de como a matéria
funciona”. “Percebo, existem alguns professores capazes de conciliar o nosso dia-a-dia com a
física”.

3.2.4 Você já realizou algum experimento na disciplina física?

PERGUNTA SIM NÃO

Você já realizou algum experimento na disciplina física? 37% 63%

Pergunta: SIM Não

Você já realizou algum


Número Real de Percentual Número Real Percentual de
experimento na
Alunos De Alunos de Alunos Alunos
disciplina física?

Colégio A 15 60% 10 40%

Colégio B 8 32% 17 68%

Colégio C 7 28% 18 72%

Colégio D 8 32% 17 68%

ALUNOS QUE NUNCA FIZERAM NENHUM EXPERIMENTO: 63%

JUSTIFICATIVA:

Falta de oportunidade e a ausência de pedido do professor 70%

Outros. 40%
28

Para o quarto questionamento: “Você já realizou algum experimento na disciplina


física?” 63% dos alunos nunca realizou uma experiência e 37% já. 60% dos alunos do único
colégio (A) que utiliza o laboratório fizeram experimentos. Nos outros 30% (B), 20% (C) e
30% (D). Aproximadamente 60% dos alunos da instituição (A), que utiliza o laboratório,
29

descreveram que a escola oferece esse tipo de atividade. A maior justificativa (70%) para a
não realização da experimentação foi a falta de oportunidade e a ausência de pedido do
professor.

As argumentações em evidência foram:“Sim, temos um laboratório no qual fazemos


experimentos toda semana”; “Sim, minha escola oferece esse tipo de atividade em seu
ensino”; “Não, o professor só sabe encher o quadro e ponto. Sem atividade em grupos e
nenhuma dinâmica”;“Nunca, por que é só sala de aula, quadro branco e a formula da
matéria”.

3.2.5 Qual a principal dificuldade que você sente para aprender física?

FORMULAS CALCULOS/ ENUNCIADO OUTROS

CONTAS

PERGUNTA

Qual a principal dificuldade que você 38% 20% 12% 30%


sente para aprender física?

Pergunta Fórmulas Cálculos Enunciado Outros


: qual a
30

principal Número Percentual Número de Percentual Número Percentual Número Percentual


dificulda de alunos de de
alunos
de que alunos alunos
você
sente
para
aprender
Física?

ColégioA 14 56% 4 16% 2 8% 5 20%

ColégioB 10 40% 5 20% 1 4% 9 36%

ColégioC 5 20% 9 36% 4 16% 7 28%

ColégioD 9 36% 2 8% 5 20% 9 36%

A quinta pergunta do questionário: “Qual a principal dificuldade que você sente para
aprender física?” não é uma pergunta que a resposta seria sim ou não, deixando bem aberto
para explorar o que pensam os alunos, e três tipos de justificativas merecem destaque por
mais se repetirem, respostas com as palavras: fórmulas, contas/cálculos/matemática e
enunciado. Tiveram um percentual de 38%, 20% e 12% respectivamente.

Argumentações de destaque: “Quando o professor é bom flui perfeito, mas como não é
o caso, muitas das vezes acabo entendendo, não por que ele explicou, mas sim por que eu
peguei em casa e me esforcei”. “Na física sou ótima, mas quando envolve trigonometria sinto
dificuldade”. “Não tenho dificuldade em física, odeio matemática e tenho dificuldade nessa
matéria”. “Nas transformações de grandezas”. “Em não ver nada da matéria em meu
cotidiano”. “Desenvolver os problemas com as respectivas formulas, que nem sempre estão
aparentes”. “Não consigo trabalhar com fórmulas e o tempo com o professor de física é
insuficiente”.

3.2.6 Qual a importância de um laboratório de física para a aprendizagem?


31

PERGUNTA Acham Não Acham Não Sei


Importante Importante Nunca Fui

Qual a importância de um laboratório de 87% 8% 5%


física para a aprendizagem?

Pergunta: qual a Acham importante Não sei/Nunca fui Em Branco


importância de um
laboratório de física Número Percentual Número Percentual Número Percentual
para o aprendizado? de de de
alunos
Alunos Alunos

Colégio A 25 100% 0 ------ 0 -------

Colégio B 20 80% 4 16% 1 4%

Colégio C 20 80% 4 16% 1 4%

Colégio D 22 88% 0 ------- 3 12%

Enfim para a última questão: “Qual a importância de um laboratório de física para a


aprendizagem?” obteve-se um alto percentual de alunos que consideram que um laboratório
na escola é muito importante e algumas respostas que se repetiram como: “não sei/nunca fui”

Destaca-se como comentários: “Não sei, na minha escola tem, porém nunca foi
usado”. “Verificar que na prática a teoria pode não se aplicar perfeitamente, por questões
humanas”. “Para quem quiser se formar em petróleo e gás é muito importante aprendermos a
Física e fazermos experimentos”. “Extrema, assim podemos conciliar Física e cotidiano”. “A
importância é que com o laboratório a física fica mais divertida, mas dinâmica, os alunos
ficam mais interessados com a matéria”. “O laboratório é importante para podermos ver na
prática, aquilo que aprendemos em teoria na sala. É importante para ver que as aulas não são
inúteis”.

4 CONCLUSÃO
32

O estudo realizado nas escolas, embora se caracterize como um estudo de caso,


representa de forma bastante precisa a situação da disciplina Física no Ensino Médio nas
escolas cariocas, pois outras experiências em salas de aula constatam o mesmo modo de
pensar dos alunos.

Todas as escolas entrevistadas obtiveram respostas e resultados muito parecidos, onde


a escola em que o laboratório é mais comumente utilizado obtece um destaque mais positivo
nas respostas do questionário em relação às outras.

Em relação ao apreço em estudar a disciplina, a esmagadora maioria possui um grande


desinteresse, em contraste deste pensamento, o colégio (A) que possui e utiliza seu laboratório
teve um resultado bem diferente, onde a maioria de alunos disse gostar de estudar a matéria.

Quanto à questão da importância da Física, um grupo preponderante de alunos disse


reconhecer a importância seja nas profissões que desejam exercer, seja em concursos e
vestibulares. A maior parte dos alunos consegue enxergar a Física no nosso cotidiano.

Um dado que deve ser levado em conta na pesquisa, é que 67 alunos nunca realizaram
nenhuma experiência na disciplina, seja em sala de aula, seja em uma feira de ciências, com
apenas 37 alunos de um total de 100, já tendo realizado qualquer experiência. Outro fator que
se deve levar em consideração, é que 10 alunos do colégio (A) que possui laboratório e o
utiliza regularmente, responderam que nunca realizaram experimentos.

Uma imensa quantidade de alunos acha que um laboratório de física é de suma


importância dentro de um colégio, para o aprendizado, mesmo os alunos que não fazem
nenhuma atividade prática, sabem de sua importância, enxergando-o como uma alternativa
que permite o melhor entendimento do conteúdo teórico, trabalhando como um método
facilitador do aprendizado.

Apesar dos PCN’s apresentarem uma proposta inovadora em relação ao ensino de


física, poucas mudanças vem acontecendo na prática docente, em sala de aula. Local onde o
ensino de física continua a ser ministrado de forma mais tradicional possível. Os professores
parecem se acostumar com as dificuldades estruturais e falta de estímulo para desenvolverem
as práticas, sem muita vontade de mudar a situação, sendo mais fácil apresentar aulas
33

meramente teóricas, com fórmulas prontas, conceitos e leis desarticuladas, longe da realidade
dos alunos.
Deve-se qualificar melhor os professores com as universidades incluindo mais
disciplinas que envolvam o uso de experiências nos curso de formação inicial, para melhor
preparar no uso deste recurso, espera-se que a utilização de atividades experimentais aliadas a
um reforço nas interpretações e leituras de textos, possa despertar um maior interesse e
consequentemente um melhor desempenho na disciplina, isso levaria os alunos a novas
descobertas e que as mesmas ajudem na sua inserção em um mundo cada vez globalizado que
precisa do entendimento e da aplicação desta ciência tão fascinante chamada física.
34

5 REFERÊNCIAS:

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Curriculares Nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC, 2000. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf. Acesso 10.06.2016.

_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96, de 20 de


dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm.
Acesso: 10.06.2016.

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Escolar de Escolas Particulares de Porto Alegre e Região Metropolitana. 2014. 124 f.
Dissertação de Mestrado da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Faculdade
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COELHO, Rafael Otto. O Que Leva o Aluno a Gostar (ou não) da Aula de Física?, 1999.
11f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Especialização em Educação) Universidade
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JÚNIOR, Osvaldo Lopes Soares. A Importância dos Experimentos no Estudo da Física


Para uma Aprendizagem Eficaz no Ensino Médio. 2011. 34 f. Monografia Apresentada
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35

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