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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

ARI RIBEIRO JUNIOR

Projeto de Docência e Investigação Didática (PDID)

A FÍSICA DO MOVIMENTO: UMA ABORDAGEM POR MEIO DE FILMES,


FOTOGRAFIAS E JOGOS COMO FORMA DE APROXIMAÇÃO COM O ALUNO

Relatório apresentado como requisito parcial para a


conclusão da disciplina de PRÁTICA DE DOCÊNCIA
EM ENSINO DE FÍSICA 2 que tem como finalidade
apresentar o Projeto de Docência e Investigação
Didática (PDID).

Orientadora: Profa.Dra. Ivanilda Higa, DTPEN

CURITIBA
2022
RESUMO

Tem sido cada vez mais difícil trazer os alunos para perto da ciência, atualmente
este excesso de informação das mídias também acaba divulgando uma falsa ciência
onde nem todos tem um pensamento crítico a respeito da sua veracidade, é
fundamental trazer a ciência para mais perto do aluno e discutir como e por que ela
é desenvolvida. O objetivo deste trabalho é verificar se a abordagem da Física do
movimento envolvida em filmes, séries, fotografia e jogos digitais são agentes
motivadores do conhecimento por estarem próximos dos alunos. Ao final se notou
que este tipo de abordagem possui muito potencial de aplicação no ensino de Física
mas deve ser bem planejado pois não é o suficiente para despertar o interesse e a
curiosidade do aluno.

Palavras-chaves: Ensino de Física; Movimento; Cotidiano do aluno


INTRODUÇÃO

Cada vez mais observamos uma desvalorização da ciência, mesmo no período


de pandemia do COVID-19 onde ficou mais explícito do que nunca a importância da
ciência, da pesquisa e da produção de conhecimento ainda se observou um
aumento de movimentos terraplanista e o negacionistas do aquecimento global,
além ainda da criação de outros como os antivacina e críticos as orientações da
Organização Mundial da Saúde (Willing, 2020).

Como futuros educadores devemos nos questionar sobre o que estamos fazendo
de errado e como garantir que as novas gerações não compactuem com esses
movimentos nem qualquer outro que questione a ciência. Temos que infelizmente
ainda não tem uma resposta definitiva para estes problemas mas é possível propor
um possível caminho para a valorização da ciência por meio da educação científica,
ensinar os conceitos, dominar diferentes métodos matemáticos e interpretar gráficos
é fundamental para a aprendizagem, mas tão importante quanto é conversar com os
alunos sobre o que é a ciência, devemos torná-la algo concreto, próximo, feito por
humanos como eles para que se sintam como parte da sua construção (Willing,
2020).

Devemos nos questionar sobre qual o retrato que estamos fazendo da ciência,
em como estamos caracterizando ela para os estudantes, se nossos alunos e
alunas conseguem se visualizar fazendo ciência, se eles sentem que ela faz parte
da sua vida e que podem fazer parte dela. “Precisamos urgentemente tornar a
ciência próxima das pessoas, parte da vida de todos, como estão a literatura, a
música, a arte em geral. Sobretudo, precisamos de um ensino capaz de encantar,
despertar interesse estético” (Willing, 2020, p. 1).

CAMPO DE ESTÁGIO

Nome da escola: Instituto Federal do Paraná - Campus Curitiba.


Endereço e telefone da Escola: R. João Negrão, 1285 - Rebouças, Curitiba - PR,
80230-150, Tel: (41) 3535-1600.
Características principais: O Instituto diferente de colégios regulares fornece um
curso técnico vinculado ao ensino médio com um processo seletivo para o ingresso,
assim como cursos de graduação, mestrado e especialização tornando o ambiente
muito próximo ao de uma universidade. Ele também possui uma estrutura
laboratorial muito boa, recentemente foram inaugurados (novembro 2020)
laboratórios de Desenho Técnico, de Petróleo e Gás, de Física, de Química e de
Processos Fotográficos.
Turma, horários e local das aulas: Processos Fotográficos 1° ano: quinta das
13h15 às 15h45 sala 109.

PERFIL DA TURMA E MOTIVAÇÃO

No final da primeira parte do estágio foi aplicado um questionário para a turma e


assim se ter uma ideia do seu perfil e concepção da Física. Os resultados mostram
uma turma majoritariamente de meninas (~90%), com idade entre 14 e 16 anos,
onde grande parte apenas estuda e pretende continuar estudando após terminar o
curso técnico ingressando em um curso superior. Durante o estudo exploratório se
observou uma afinidade da turma com a pintura então se teve a ideia de apresentar
a Física envolvida nas formas arte como pintura, filmes e séries, fotografia e jogos
digitais, mas esta característica logo se mostrou pontual com algumas alunas,
mesmo assim os resultados do questionário mostraram um grande interesse em
filmes, séries e fotografia, os jogos digitais apresentaram uma rejeição alta (66%)
possivelmente devido a turma ser de maior parte meninas, também se observava
que o próprio ambiente escolar favorece a expressão dos alunos, em vários
corredores haviam áreas para fazer pinturas, colocar recados criativos e divulgar a
cultura escolar em geral, em alguns dias se encontrava rodas de músicas nos
corredores durante os intervalos, com isso se fortaleceu ainda mais a ideia de
aplicar estas formas de arte para o ensino de Física. Após algumas pesquisas, se
encontrou o artigo “Física e arte brasileira: A ciência como parte da nossa cultura",
que fundamenta também a ideia de trazer a ciência para mais próximo do aluno
como a sua cultura, com isso essa obra se tornou a referência principal do trabalho.
Como a turma estava no início do curso na parte que envolvia movimento, o
planejamento das atividades foi desenvolvido para continuar com este tema e
auxiliar o professor nas suas aulas. O questionário também forneceu algumas
respostas preocupantes referentes à concepção da Física dos alunos, grande parte
não soube associar um fenômeno físico ao exemplos de arte mostrados e possuem
a ideia que a Física é o estudo do movimento pois estão vendo isso nas suas aulas,
sendo assim, as aulas também foram planejadas para tentar dialogar estas
questões com os alunos e mudar esta percepção.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é verificar se a abordagem da Física do movimento


envolvida em exemplos mais próximos do cotidiano do aluno (filmes, fotografias e
jogos digitais) é um agente motivador do conhecimento, será utilizado a metodologia
dos três momentos pedagógicos.

REVISÃO DE LITERATURA

OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS APLICADOS À FÍSICA (3 MPs)

Será utilizado a metodologia dos 3 momentos pedagógicos e a avaliação será por


meio de um comparativo das respostas dos alunos sobre os temas antes e depois
da abordagem.

A metodologia dos três momentos pedagógicos (3 MPs) é uma proposta


desenvolvida pelos autores, Delizoicov e Angotti que consiste em organizar as
atividades didáticas em três momentos:

1 - Problematização inicial
É o momento em que o professor inicia a discussão do tema podendo utilizar
exemplos do cotidiano do aluno para enriquecer a discussão, deve haver
questionamento com respostas imediatas a fim de se obter uma conversa produtiva
e um parâmetro geral dos conhecimentos da turma sobre o conteúdo abordado.

2 - Organização do conhecimento
Nesta parte o professor deve apresentar os conhecimentos de Física necessários
para a compreensão do tema e da própria problematização inicial, as discussões do
momento anterior darão embasamento para o preparo das aulas e conteúdos
necessários para que se possa obter o melhor desempenho de todos os alunos.

3 - Aplicação do conhecimento
Após o conhecimento da segunda parte ser incorporado pelos alunos eles devem
ser capazes de aplicá-lo em outras situações análogas a inicial apresentado pelo
professor, ou seja, devem buscar uma forma de a partir dos conhecimentos obtidos
nas etapas anteriores resolverem um novo problema demonstrando a real
compreensão dos fenômenos físicos envolvidos (Silva, 2020).

A FÍSICA NOS FILMES E SÉRIES

Infelizmente a maioria dos filmes e séries não possuem o foco na Física, ainda
assim conseguimos visualizar vários fenômenos Físicos já que a ciência se encontra
presente no nosso cotidiano e faria sentido também ser encontrada nestas
produções. Mas nem sempre tudo é ficção, ainda é possível encontrar casos em
que estas obras se preocupam com a sua veracidade ao ponto de buscarem
assessoria de comunicação com os melhores cientistas, para que as telas dos
cinemas e da televisão retratem a realidade científica (BRITO, 2011).

A Física é detectada atualmente em várias categorias de filmes onde se


destacam quatro: ação, aventura, ficção científica e documentário. Em geral nos
documentários temos um cuidado maior na apresentação da Física envolvida pois
eles já possuem um aspecto mais didático, diferente das outras obras que tem o
foco na dramaturgia e a Física é mais um complemento do conjunto.
Temos que estas produções são poderosas difusoras de “conhecimento” pois as
experiências vivenciadas nelas compõem boa parte da visão que a opinião pública
tem sobre a ciência, com isso nota-se a importância e o cuidado ao abordá-las
como método de ensino. Os filmes e séries se apresentam como uma boa
ferramenta de aprendizagem, uma vez que conseguem unir o entretenimento com
conhecimentos científico, histórico e literário, nela podemos ter uma síntese entre a
cultura, a ciência e a educação, três importantes áreas que o Estado tem o dever de
difundir, segundo a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (Lobo,
2016).

A FÍSICA DA FOTOGRAFIA

Temos que cada vez mais o ensino de Física vem priorizando o formalismo
matemático o que dificulta os alunos compreenderem os conceitos qualitativos que
são apresentados de forma simbólica (Dias, 2009), em contrapartida as atividades
práticas permite que o aluno construa o conhecimento dos conceitos científicos
apresentados em sala de aula. Para se estudar a cinemática se faz necessário
realizar medidas de tempo e de posição, o que é um problema quando se quer
observar fenômenos com curtos intervalos de tempo, mas existe um método simples
e eficiente para registro dos dados do movimento de um corpo, a fotografia
estroboscópica digital (Paixão, 2011).

As fotografias revelam aspectos qualitativos do movimento dos corpos, ou de


um sistema de corpos que podem ser utilizadas para estudos quantitativos, apenas
uma imagem e uma régua graduada é possível coletar dados confiáveis de posição
e tempo para assim construir e analisar gráficos, interpretar equações e definir
grandezas físicas secundárias como velocidade e aceleração. Entretanto, não é
necessário o aluno aprender a produzir estas fotos pois isso não agrega ao ensino
de Física, mas é importante que ele pelo menos entenda como o processo de
produção (Paixão, 2011), assim, o professor tem a alternativa de levar a fotografia
estroboscópica pronta para ser analisada na sala de aula.

A FÍSICA DOS JOGOS DIGITAIS


Em um jogo existem quatro elementos fundamentais sendo estes
(Crawford,1982):

Representação que é quando o jogo apresenta uma representação simplificada e


subjetiva da realidade, tendo um conjunto de regras explícitas.

Interação onde o espectador é capaz de fazer alterações e verificar quais as suas


consequências nesta realidade.

Conflito pois ativamente pretende se atingir algum objetivo e existirão obstáculos


que impedirão.

Segurança, se tendo o conflito também pode se acabar criando um cenário de


perigo mas é possível se ter a experiência psicológica do conflito e do perigo sem os
danos físicos.

Temos que os aparelhos eletrônicos estão ganhando cada vez mais espaço em
nossas vidas, além de facilitar nossas tarefas do dia a dia também nos
proporcionam diversão e entretenimento onde os setores da indústria, transporte,
comunicação acompanham este processo de informatização. Com as atividades de
ensino não é diferente, é importante elas estarem vinculadas a estas mudanças
tecnológicas visto que, computadores e celulares ocupam a preferência dos jovens,
eles acompanham constantemente estas mudanças tecnológicas onde nesta fase
possuem uma tendência a predileção por jogos digitais. As escolas estão vivendo
um momento de disseminação das tecnologias, mais especificamente do
computador no processo educativo que tem sido um catalisador na mudança do
paradigma educacional. Com o emprego das TICs (Tecnologias de Informação e
Comunicação) como ferramentas educacionais temos um grande favorecimento na
aprendizagem ativa dos alunos, nesta abordagem o computador não detém o
conhecimento, mas facilita a sua construção, sendo utilizado como ferramenta que
permite ao aluno o desenvolvimento cognitivo (Felber, 2018).

Nesta perspectiva jogos digitais possuem um grande potencial para o ensino e


aprendizagem, Vygotsky ressaltam a importância do aprendizado por meio de
interações e jogos, o jogo permite a criação de impressões para a formação de uma
nova realidade que responda às exigências e inclinações dela mesma e não apenas
uma recordação do que foi vivenciado, ele pode ser um veículo para o
desenvolvimento social, emocional e intelectual dos alunos, e o professor deve
definir os objetivos que deseja alcançar com a utilização destes recursos (Vygotsky,
2003).

Na proposta de uso de games no ensino da Física, o papel do professor é de


mediador que orienta as interações do aluno preservando o equilíbrio entre o ato
pedagógico e o lúdico. O objetivo da interação com jogos é colocar o aprendiz em
situação de desafio proporcionando um envolvimento com a atividade e fazendo
com que este busque um entendimento maior do conteúdo. Em um processo
simples os alunos aprendem conceitos importantes para o aprendizado da Física.
Dentro do processo de construção/reconstrução do conhecimento, a utilização de
jogos nas aulas de Física pode auxiliar o aluno a interagir, refletir, visualizar, verificar
suas teorias e concepções alternativas, desenvolvendo habilidades e buscando a
autonomia na construção de conhecimentos. (Felber, 2018)

METODOLOGIA

PLANEJAMENTO DAS AULAS

As aulas foram separadas em 3 intervenções:

1° intervenção: A Física representada em filmes e séries: Algumas verdades e o


Flash (Plano de aula em anexo 1)

Tempo estimado: 1 aulas


Tipo de aula: Expositiva

Objetivos geral: Discutir sobre o papel da Física em filmes e séries, esclarecer como
ela é abordada e como isso se relaciona com a opinião pública sobre a ciência,
identificar casos onde a Física é verdadeira e onde é ficção e ilustrar o conceito de
relatividade do tempo em um exemplo.

Esta aula tinha um caráter mais expositivo, seria mais como um debate aberto com
os alunos onde se esperava uma grande interação com eles.

2° intervenção: Análise de um lançamento horizontal por meio da fotografia e


concepção da Física (Plano de aula em anexo 2)

Tempo estimado: 1 aula


Tipo de aula: Expositiva

Objetivos geral: Mostrar aos alunos como se faz a análise de um movimento


parabólico, como se obtém um parâmetro desconhecido a partir dele, discutir sobre
o que é a Física, como e por que ela é estudada.

Esta aula tinha o propósito de introduzir o movimento em duas dimensões aos


alunos utilizando a fotografia como exemplo para a análise deste movimento,
também seria expositiva mas por se tratar de fotografia também se esperava uma
grande interação com os alunos.

3° intervenção: Movimento em Duas Dimensões ou Movimento Oblíquo (Plano de


aula em anexo 2 e atividade em anexo 3)

Tempo estimado: 2 aulas


Tipo de aula: Expositiva e interativa

Objetivos geral: Mostrar aos alunos como se faz a análise de um lançamento


oblíquo, quais são as condições e como se obtém as expressões para a altura
máxima e alcance máximo, resolver exercícios de aplicação e conferir as respostas
em um simulador interativo.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

1° intervenção: A Física representada em filmes e séries: Algumas verdades e o


Flash

A turma se mostrou muito interessada no tema como esperado devido às


respostas do questionário, esta abordagem mais discursiva priorizando a interação
com os alunos fez com que a aula se parecesse com uma conversa descontraída e
assim se obteve a atenção de quase toda a turma. Apesar de parte da Física
discutida ainda não ter sido estudada na sua disciplina (como o atrito) ainda assim
alguns alunos tinham estas palavras chaves o que fez a aula caminhar muito bem,
mas devido ao grande interesse da turma no tema também houve momentos em
que o foco da aula acabou se perdeu com conversas relacionadas a filmes e séries
que utilizavam muita fantasia que não tinham uma Física de fato para ser explorada
na aula, com isso se perdeu muito tempo e o controle da turma algumas vezes. Mas
na parte final da aula onde se aborda um tópico de Física moderna (dilatação do
tempo) se notou uma turma mais passiva, a ideia de apresentar o fenômeno na
forma de um gráfico pode não ter sido a melhor abordagem para o tema. Um dos
objetivos da aula era verificar se houve a mudança da concepção de onde a Física
pode ser encontrada a partir da resposta de um formulário mas infelizmente não se
teve resposta o suficiente para fazer esta análise.

2° intervenção: Análise de um lançamento horizontal por meio da fotografia e


concepção da Física

A aula começou no laboratório de Física com o objetivo de trazer uma ideia de


aula mais experimental, já se sabia que a turma gostava muito de ir para o
laboratório. Infelizmente como ainda estão no 1° ano do curso de Processos
Fotográficos ninguém da turma conhecia o tipo de fotografia utilizado no exemplo de
lançamento horizontal abordado o que acabou dificultando um pouco a
compreensão de como o experimento foi realizado e quais dados poderiam ser
retirados dele. Novamente se utilizou uma análise gráfica do fenômeno o que deixou
a turma menos participativa, mesmo assim alguns alunos conseguiram dar algumas
palavras chave dos conceitos e assim dar um encaminhamento para a aula. Ao final
da aula quando se pretendia abrir uma discussão a respeito do que é a Física, como
e por que é construída a turma já estava meio “perdida” apenas aceitando os
argumentos propostos.

3° intervenção: Movimento em Duas Dimensões ou Movimento Oblíquo

No começo desta última aula se tinha o objetivo de mostrar as características e


equações fundamentais de um lançamento oblíquo então já se esperava uma
interação menor com a turma, os cálculos e conceitos foram apresentados sem se
ter nenhum questionamento ou dúvida adicional por parte dos alunos assim como
na primeira parte da aula, então foi passado a atividade para resolverem. A
atividade acabou sendo diferente do planejamento inicial, a ideia era trazer algo
mais prático e tentar desvendar a Física de um jogo e assim aplicar os 3 MPs mas
não foi possível fazer esta abordagem, no lugar a turma tinha que resolver as
condições de alguns tipos de lançamento oblíquo e verificar a resposta utilizando
um simulador, apesar do pouco tempo restante e uma expectativa baixa devido a
reação da turma com a apresentação do conteúdo grande parte conseguiu fazer os
exercícios, eles não envolviam contas complicadas mas era a primeira vez que
tinham contato essa temática, foi disponibilizado um QR code para que pudesse
abrir o simulador no próprio celular e também tinha um notebook caso precisassem,
logo se notou um grande interesse da turma no simulador onde se podia ouvir as
reações de alguns grupos quando acertavam o alvo, acabou que este desafio de
acertar o alvo pode ser enquadrado como um tipo de jogo segundo a definição de
Crawford (1982). Infelizmente devido ao pouco tempo não foi possível fazer outros
lançamentos e testar as hipóteses dos alunos onde se esperaria um grande
desenvolvimento da turma.

CONCLUSÃO

A utilização da Física em filmes e séries se mostrou muito agradável para os


alunos mesmo discutindo conceitos ainda não estudados, se notou uma grande
interação mas atenção obtidos deve ser bem administrada para que a aula não
acabe sendo um grande debate sem sentido, começar a aula com esta abordagem
e encerrar com uma análise de um fenômeno mais quantitativa envolvendo gráfico
pode não ter sido uma boa escolha, possivelmente continuar com uma discussão
priorizando os conceitos teria sido mais construtivo.
Apesar de toda a turma gostar de fotografia isso não foi o suficiente para
despertar seu senso crítico de discussão ao apresentar qualquer fenômeno Físico,
iniciar a aula com gráficos e equações não foi uma abordagem interessante pois se
“perdeu” a turma logo no início onde também se queria discutir outros assuntos não
relacionados ao fenômeno, talvez começar com a discussão sobre como a ciência é
construída e sua importância teria sido uma alternativa melhor.

Na parte final da última intervenção a turma já estava muito cansada


possivelmente devido a esta aula ter sido logo em seguida dá aula sobre o
lançamento horizontal que já era bem conceitual, talvez a organização do conteúdo
tivesse sido passado de forma muito massante, quando se tem 3 aulas seguidas
pode ser interessante dar um pequeno intervalo entre elas para recuperar a atenção
da turma, mesmo assim ao final a turma surpreendeu as expectativas com os
exercícios, possivelmente o simulador digital por também acabar se enquadrando
um jogo digital despertou a um grande interesse nos alunos devido ao desafio de
acertar o alvo, mas isso depende do tipo de abordagem utilizada pelo professor.
Mesmo não podendo aproveitar ao máximo os recursos do simulador esta parte da
aula pode ter sido o melhor momento para encerrar pois pensando melhor seria um
excesso muito grande de conteúdo o que poderia estragar a experiência da turma.

No geral se observou um grande potencial de aplicação destas abordagem


para o ensino de Física, mas se deve ter cuidado pois o simples fato de o aluno
gostar desta temática não nos dá liberdade de apresentar o conteúdo de qualquer
maneira, o planejamento deve ser bem executado para que o aluno não tenha uma
experiência negativa com o conteúdo nem com a própria abordagem motivadora.

REFERÊNCIAS

Willig, N. “Física e arte brasileira: A ciência como parte da nossa cultura”. A


Física na Escola, v. 18, n. 2, 2020. Disponível em: LIMA 2020
https://www.researchgate.net/publication/344454440_Fisica_e_arte_brasileiras_a_ci
encia_como_parte_de_nossa_cultura

Lobo, A ; Barboza A ; Oliveira A ; Glasne C ; Dias M ; Amaral R. “A Física em cena:


estudo sobre conceitos físicos presentes (ou não) em filmes consagrados”,
Revista caderno de Estudos Pesquisa Educação Básica, Recife, v.2, n.1, p.303-314,
2016. LOBO 2016 Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/cadernoscap/article/view/14983/17818

BRITO, Carlos Eduardo C. “A Física dos filmes de Hollywood: Seria essa uma
fonte segura de conhecimento ? Pós-Graduação em Ciências Genômicas e
Biotecnologia – Universidade Católica de Brasília – UCB, 2011. COSTA2011

Dias, M. “PRODUÇÃO DE FOTOGRAFIAS ESTROBOSCÓPICAS SEM LÂMPADA


ESTROBOSCÓPICA” Cad. Bras. Ens. Fís., v. 26, n. 3: p.492-513, dez. 2009.
DIAZ2009

Paixão, A. “Conceitos básicos da cinemática utilizando a fotografia


estroboscópica digital (caderno para o professor)”, dissertação de mestrado,
Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2011. PAIXAO2011

Felber, D; Krause, J; Venquiaruto, L. “O uso de jogos digitais como ferramenta de


auxílio para o ensino de Física” Revista Insinare Scientia, Vol. 1, n. 2. Mai./Ago.
2018. DOI: 10.36661/2595-4520.2018v1i2.8152 Felber2018

VYGOTSKY, Lev. Psicologi na revista. Vygotsky2003

Silva, A; Domingues, G; Carvalho, A. “Lançamento de projéteis: uma proposta


baseada nos três momentos pedagógicos” Research, Society and Development,
v. 9, n. 7, e486974349, 2020. (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: Silva2020
http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4349

Crawford, C. (1982). The Art of Digital Game Design, Washington State University,
Vancouver, 1982 Crawford1982

RevistaCadernosdeEstudosePesquisanaEducaçãoBási
c a ,R e c i f e , v . 2 , n . 1 , p . 3 0 3 - 3 1 4 , U F P E

Revista Cadernos de Estudos e Pesquisa na Educação Básica, Recife, v.2, n.1,


p.303-314, UFPE

façam
ANEXO 1
PLANO DE AULA
(A Física representada em filmes e séries: Algumas verdades e o Flash)
Disciplina Professor Série Turma Curso Aulas Previstas
Processos
Física 1 Ari Junior 1° ANO 1 (50 min)
X Fotográficos
CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDO GERAL CONTEÚDO ESPECÍFICO
Momentum, 2ª Lei de Newton,
Movimento Energia, Princípio da Conservação Relatividade do tempo
da energia e Gravitação
OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Discutir sobre o papel da Física em Os alunos devem esclarecer a importância da Física em filmes e
filmes e séries, esclarecer como ela é séries pois está presente em todas elas, compreender como ela
abordada e como isso se relaciona com é apresentada nestas obras, analisar exemplos utilizando
a opinião pública sobre a ciência, conceitos físicos aprendidos anteriormente e discutir um as
identificar casos onde a Física é características de fenômeno físico a partir da sua definição.
verdadeira e onde é ficção e ilustrar o
conceito de relatividade do tempo em
um exemplo.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Início: Primeiramente será discutido como a Física é abordada nos filmes e séries onde geralmente não é o
foco da obra apesar de estar presente em todas elas, em seguida também será discutido que nem tudo é
falso onde ainda há uma preocupação com a sua veracidade.

Meio: Neste momento será apresentado alguns exemplos onde a Física é verdadeira abordando conceitos
já estudados de força, aceleração e movimento e também será discutido temas novos movimento circular e
astronomia, nestes exemplos também será abordado aplicações no cotidiano, motivações e problemas de
execução. Em seguida será discutido em quais obras a Física tende a ser mais desprezada e por que, onde
será utilizado uma obra como exemplo analisando suas discordâncias com a Física clássica.

Fim: Será discutido sobre como a Física moderna é aplicada em filmes e séries, qual a importância destas
obras na divulgação científica, em como não apenas em filmes e séries mas a população em geral se
apropria da ciência erroneamente usando como exemplo a palavra quântico e por fim será analisado um
exemplo de um filme onde é aplicado a relatividade do tempo.

RECURSOS DIDÁTICOS
Projetor, notebook.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Se o aluno esclareceu a importância da Física na dramaturgia, que ela está presente em todas as obras e
em como ela é abordada, analisou de forma correta os fenômenos envolvidos nos exemplos propostos e se
compreendeu como se caracteriza um fenômeno Físico.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Questão que será respondida via formulário online.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lobo A ; Barboza A ; Oliveira A ; Glasne C ; Dias M ; Amaral R. “A Física em cena: estudo sobre
conceitos físicos presentes (ou não) em filmes consagrados”, Revista caderno de Estudos Pesquisa
Educação Básica, Recife , v.2, n.1 , p.303-314, 2016. Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/cadernoscap/article/view/14983/17818

Willig N. “Física e arte brasileiras: a ciência como parte de nossa cultura”, A Física na Escola, v. 18, n.
2, 2020. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/344454440_Fisica_e_arte_brasileiras_a_ciencia_como_parte_de_
nossa_cultura

ANEXO 2
PLANO DE AULA
(Movimento em Duas Dimensões ou Movimento Oblíquo)
Disciplina Professor Série Turma Curso Aulas
Previstas
Física 1 Ari Junior Processos
1° ANO 3 (150 min)
X Fotográficos
CONTEÚDO ESTRUTURANTE CONTEÚDO GERAL CONTEÚDO ESPECÍFICO
Movimento Momentum Lançamento bidimensional
(MRU e MRUV)
OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Descrever os componentes do movimento Compreender a análise de um movimento bidimensional
bidimensional separadamente e em conjunto, utilizando a fotografia, esclarecer como se obtém as
discutir as condições necessárias para se características do movimento a partir dos dados
que se possa analisar o movimento, experimentais, debater sobre como a Física é construída e
esclarecer o que é a Física, como é qual a sua finalidade, aplicar as condições discutidas em
desenvolvida e por que é estudada, entender sala na resolução de exercícios, avaliar as respostas em um
como se obtém as expressões para a altura simulador interativo, investigar outras possibilidades de
máxima e alcance máximo em um movimento e a influência da resistência do ar no movimento.
lançamento parabólico e aplicá las em
exercícios.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
1,5 aula - No início será discutido sobre o potencial de se utilizar a fotografia na análise de movimentos onde
será utilizado como exemplo uma fotografia estroboscópica, a partir dela será discutido e caracterizado o
tipo de movimento onde se tem um MRU em X e MRUV em Y, em seguida será enfatizado a dependência
destes dos termos com o tempo para que se possa analisar o movimento como um todo, a partir dos dados
coletados da fotografia será feito a análise do comportamento teórico, em seguida será discutido sobre o
porquê de se modelar estes fenômenos onde não se aplicam apenas ao movimento, será discutido a
aplicação em lentes por exemplo, então será feito uma comparação com os dados experimentais para se
obter a aceleração do objeto em queda, por fim será discutido sobre o que é a Física, como ela é feita e
quais as suas aplicações.

0,5 aula - Serão discutidas as características do movimento oblíquo, na primeira parte onde a componente y
da velocidade diminui, na segunda parte onde ela é 0, na terceira onde acelera com mesmo sentido da
aceleração e quando chega ao mesmo nível do lançamento, então serão desenvolvidas no quadro as
equações e condições para se determinar a altura máxima e alcance máximo.
1 aula - Após a teoria ser discutida será passado uma lista com 3 lançamentos diferentes para a turma
resolver em grupos, será feito uma competição onde quem resolver primeiro poderá corrigir a respostas
utilizando o simulado do PheT de lançamento.

RECURSOS DIDÁTICOS
Projetor, notebook e acessórios, quadro, simulador e giz.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Se o aluno debateu sobre o papel da Física como ciência e qual a sua finalidade, aplicou os conhecimentos
teóricos obtidos na resolução de exercícios e avaliou as suas respostas no simulador interativo.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
Questionário impresso e online.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SEED-PR, Física: Vários autores, - Curitiba: SEED -PR, 2006, simulador PhET disponível: em
https://phet.colorado.edu/sims/html/projectile-motion/latest/projectile-motion_pt_BR.html

ANEXO 3 (Pág 1)
ANEXO 3 (Pág 2)

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