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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – TCC 

Experimentação para o cientifica com alunos do


ensino de física como nível fundamental
forma de divulgação Laila C. F. Silva; Apiano F. Morais

Resumo

O presente trabalho analisa a realização de experimentos com materiais de baixo custo, como
uma forma de divulgação cientifica para alunos do ensino fundamental a fim de aproximar os
conteúdos de física com a realidade dos alunos além de dinamizar as aulas através da utilização
de estratégias didáticas. Para isso é necessário entender o que é a divulgação cientifica, quais os
meios e como ela pode ser trabalhada dentro do ambiente escolar.

Palavras-chave:

1. INTRODUÇÃO

Estamos rodeados de produtos que são oriundos de conhecimento científico, tais como
TV, celular, remédios e mesmo assim alguns não conseguem perceber essa relação. De que
forma os nossos jovens compreendem os fenômenos que os rodeiam? A importância de
popularizar a ciência está relacionada a necessidade de informar as pessoas para que elas
possam opinar sobre temas voltados a ciência e tecnologia garantindo o direito de
democratização do conhecimento.

Germano (2011) sublinha a importância que tem a popularização do acesso ao


conhecimento científico e tecnológico para uma maior apreciação estética do conhecimento. É
comum nas escolas perceber o desinteresse dos alunos com a disciplina de física, grande parte
não consegue enxergar essa disciplina sem fórmulas e cálculos e nunca fizeram uma experiência
cotidiana que pudesse associar a física e o mundo ao seu redor. O sistema de ensino tradicional
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acaba condicionando os alunos a estarem apenas interessados em notas dessa forma eles
acabam não desenvolvendo o raciocínio logico de maneira satisfatória.

As dificuldades para o ensino e aprendizagem de Física não são recentes, talvez porque
alguns professores privilegiem uma aprendizagem puramente mecânica por muitas vezes não
ter opção de escolha. Ver teorias assumirem suas formas através de experimentos pode ser
essencial no processo de aprendizagem dos alunos, Moreira (2018) enfatiza que quase não
existem aulas de laboratório nas escolas, que os professores de física quem tem são obrigados a
treinar os alunos para provas e testes e isso acaba tirando a identidade da física porque a
interdisciplinaridade e transdisciplinaridade se confundem com a não disciplinaridade. Um
grande obstáculo para essa prática é a falta de estrutura, essa deficiência se repete em grande
parcela das escolas que não dispõe de um espaço físico, ou equipamentos adequados para a
realização dessas atividades experimentais. De acordo com o Censo Escolar de 2017, apenas
11,5% das escolas de Ensino Fundamental dispõem de laboratório de ciências, enquanto nas
escolas de Ensino Médio essa porcentagem é de 45,4%.

É preciso entender como a ciência funciona e seus desdobramentos no meio que nos
rodeia, por isso é importante inserir a divulgação cientifica dentro da sala de aula, conforme
destacam Chaves e Shellard (2005) o obrigatório e básico método de pesquisa científica é um
dispositivo para abordagem dos desafios e na busca de soluções rotineiras para os problemas
sociais e econômicos, ou seja, é importante instigar as nossas crianças a entender o universo a
sua volta, para com isso desenvolver um senso crítico sobre assuntos cotidianos. O professor
deve optar por diferentes abordagens que visem demostrar, por meio de experimentos simples,
os fenômenos que nos cercam e suas funcionalidades, fomentando com isso a curiosidade
desde as séries iniciais.

Temos que alicerçar a curiosidade. Isso significa investir na formação de nossas crianças
desde muito cedo. As habilidades cognitivas desenvolvidas na primeira infância são essenciais
para que o aluno consiga acompanhar os conhecimentos mais complexos que lhe serão
apresentados mais tarde. Estudos mostram que, quando isso não ocorre, a probabilidade de se
compensar essa deficiência por meio de investimentos em níveis mais avançados de
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escolaridade é muito baixa. (IVANISSEVICH, 2009).

2 ESTRATEGIAS DIDATICAS PARA O ENSINO DE FISICA

Políticas públicas que incentivam a pesquisa são essenciais para o avanço econômico e cientifico
de um país, mas ainda assim é muito difícil ensinar ciências por mais perto que ela esteja da
gente pois faltam recursos e com os recentes cortes nas áreas de pesquisa o governo brasileiro
nos conduz, de forma trágica ao retrocesso e dependência. Se aprofundar a existência das
limitações, entendemos que existem situações em que o professor pode se deparar com
situações cotidianas em que ele pode apresentar conceitos que os alunos não estejam
familiarizados e um simples experimento pode demonstrar aquele fenômeno. Estratégias
voltadas a aproximar os conteúdos de física com a realidade dos alunos na tentativa de
dinamizar aulas facilitando o entendimento e objetivando uma participação ativa deles.
Experimentos de baixo custo pode ser feitos na própria escola com poucos materiais, que sejam
acessíveis e pode aproximar os alunos de temas cotidianos.

2.1 IMPORTANCIA DA DIVULGAÇÃO CIENTIFICA DENTRO DA SALA DE AULA

Em determinado momento da história do mundo se fez necessário entender fenômenos e


explicar como eles aconteciam, nem tudo podia ser explicado usando deuses ou qualquer oura
coisa. Conforme a Sarita Albagli (1996) cita: A própria sociedade amplia seu interesse e
preocupação em melhor conhecer - e também controlar - o que se faz em ciência e o que dela
resulta. Nesse contexto, torna-se crucial o modo pelo qual a sociedade percebe a atividade
científica e absorve seus resultados, bem como os tipos e canais de informação científica a que
tem acesso.

É importante saber que quando falamos em divulgar ciência podemos citar diversos
meios: jornais, revistas, museus, centros de cultura, blogs, perfis de Instagram e etc. A utilização
de experimentos com materiais de baixo custo estão se tornando, cada vez mais comuns pois,
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segundo Wisniewski (1990), apresentam as seguintes características: são simples, baratos e de


fácil aquisição. É muito mais fácil o aluno perceber a ciência quando eles conseguem ver a teoria
assumindo formas.

Na educação deve-se levar em consideração fatores e ações que facilitem uma


aprendizagem real. Considerando esses fatores, nesta pesquisa buscamos instigar o aluno de
forma que ele perceba que a física está no dia a dia onde podemos trabalhar questões simples,
como: Por que o céu é azul? Como enxergamos? O que é luz? É preciso argumentar os usos
dessas atividades como alternativa para o ensino e divulgação de ciências e também incentivar
o professor a utilizar metodologias alternativas para o ensino de ciências. Para isso traçamos
alguns objetivos específicos:

● Buscar uma discussão sobre ciência dentro da sala de aula;

● Utilizar experimentação como uma abordagem metodológica.

3 EXPERIMENTO

A proposta desse trabalho aborda uma forma de trabalho dinâmica e interativa que
oportuniza os alunos a serem ativos na construção do conhecimento avançando para além dos
métodos tradicionais de ensino, de forma que ele fique mais “próximo” da ciência.

O experimento que fizemos é simples e de baixo custo é conhecido como câmara escura
que basicamente é formada pelos princípios da óptica geométrica, essa área estuda os raios de
luz que se propagam em linha reta. Nela, todos os raios de luz que são emitidos pelo objeto a
ser projetado, passam através de um pequeno orifício e atinge o outro lado do interior dela.
Dessa forma, os raios de luz que partem do ponto mais alto objeto (A) e passam pelo orifício
projetam na parede oposta uma imagem invertida daquele objeto (B). Como pode ser visto na
figura abaixo:

Figura 01 -
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Fonte:

Os materiais utilizados foram:

● uma caixa de papelão de medidas;


● tinta spray preta para pintar o interior da caixa;
● fita gomada para lacrar a caixa e impedir a entrada de luz;
● tinta guache colorida;
● pinceis;
● prego para fazer o orifício

Para facilitar a intervenção levamos as caixas pintadas a fim de agilizar o processo.


Utilizamos quatro caixas de papelão com as seguintes dimensões: 40 cm de largura e 109 cm de
altura. Pintamos as caixas com tinta spray preta, como pode ser observado nas fotos abaixo:

Figura 02 -
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Fonte:

Figura 03 -

Fonte:

4 DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
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A intervenção aconteceu no Colégio Esperança localizado na Rua José Esmeraldo Pinheiro,


300 - São José, Juazeiro do Norte – CE, no dia 06 de junho de 2019, às 08:30 da manhã com a turma do 7°

ano do ensino fundamental e um total de 13 alunos. Este projeto visa analisar e comprovar que
atividades experimentais são uma ferramenta útil no ensino de física, além de ser uma
excelente forma de divulgar ciência, proporcionando ao estudante a busca ativa pelo
conhecimento, despertando interesse pelas aplicações relacionadas. Para isso fizemos a
intervenção em dois momentos:

1° momento: Iniciamos a intervenção com as seguintes indagações: O que é Óptica? O que é


Luz? O que vocês entendem por Física?

Figura 03 -

2° momento: construção do experimento

Figura 04 -
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4.1 ANÁLISE DOS QUESTIONAMNETOS DISPOSTOS NA LOUSA

De volta a sala de aula fizemos as seguintes perguntas:

1º Através do experimento o que vocês entenderam?

Aluno A: APRENDI A FAZER UMA CAMERA ESSCURA E A PARTIR DELA APRENDI UMA MANEIRA
DE USAR A LUZ DO SOL, APRENDI TAMBÉM COMO A LUZ SE COMPORTA.

Aluno B: UMA COISA TÃO SIMPLES DE FAZER SE TORNA ALGO TÃO INTERESSANTE, A CAMARA
ESCURA FOI O PRIMEIRO EXPERIMENTO QUE EU FIZ E EU NUNCA ME INTERESSEI POR FISICA,
MAS AGORA VOU ESTUDAR MAIS, PRINCIPALMENTE SOBRE A PROPAGAÇÃO DA LUZ.

Aluno C: EU ENTENDI QUE TUDO TEM UMA RESPOSTA.


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2º Vocês acham que assim é mais fácil de aprender?

A resposta para essa foi unânime. Todos os alunos disseram que era mais fácil entender o
conteúdo vendo o fenômeno acontecer.

3º Relate o que vocês viram.

Aluno A: CONSEGUI VER AS PLANTAS DE CABEÇA PARA BAIXO.

Aluno B: PUDE VER MEUS AMIGOS, A PROFESSORA E A MÃO DE LAILA E TUDO ISSO DE CABEÇA
PARA BAIXO. FOI DIVERTIDO!

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do desenvolvimento do trabalho podemos perceber o quanto é importante procurar


ferramentas que possa facilitar o aprendizado aluno e tornar a aula mais prazerosa. O trabalho
com experimentos de baixo custo podem trazer um novo olhar dos alunos para a disciplina de
física pois permite que eles estejam mais próximos do fenômeno e possam observar isto em seu
cotidiano.

Outra vantagem que podemos observar é a aproximação entre o professor e o aluno, o trabalho
em equipe demonstrando que a física não precisa ser abstrata ou restrita apenas a contas
matemáticas, mas que pode ser facilmente observada de forma lúdica e dinâmica.

REFERÊNCIAS
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ALAOR CHAVES, R. C. S. PENSANDO O FUTURO: O desenvolvimento da física e sua da física e sua


inserção navida social eeconômica do país. [S.l.]: [s.n.], 2005.

GERMANO, M. G. Uma nova Ciência para um novo senso comum. Campina Grande: Editora da
Universidade Estadual da Paraíba, 2011.

IVANISSEVICH, A. A missão de divulgar ciência no brasil. Sociedade Brasileira para o Progresso


da Ciência, v. 61, n. 1, 2009. Disponivel em:
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252009000100002.
Acesso em: 6 abril 2019.

MOREIRA, M. A. Uma análise crítica do ensino de Física. Estudos Avançados , 2018.

WISNIEWSKI, Gerônimo. Utilização de Materiais de Baixo Custo no Ensino de Química


Conjugados aos Recursos Locais Disponíveis. Florianópolis, SC: Dissertação de Mestrado -
Universidade Federal de Santa Catarina, 1990.

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