MARTINHO GILSON CARDOSO CHINGULO

Introdução ao Ensino de Ciências

O ensino de ciências deve reconstruir a relação entre humano/natureza, de modo a desenvolver uma
consciência planetária e social dos alunos. Assim, o ensino deve transmitir ensinamentos sobre vida e
conhecimentos relativos a natureza como tal, isso, os ajudará a se munir e defender questões que sejam
benéficas para o meio ambiente e outros.

A confusão que muitos professores tiveram em relação a metodologia cientifica com a metodologia do
Ensino de ciências é pelo fato de terem dado muita ênfase no método cientifico. Disso, seguiu-se com uma
tendencia de cunho mais empirista/indutivista, bem como, o fato de que o simples experimentar não
garante a aquisição do conhecimento cientifico. No ensino fundamental, busca-se a compreensão de que o
homem é parte como individuo transformador.

Não se tem educação cientifica sem conteúdo científicos, esses são interdependentes, assim, em A
Educação em Ciências é o campo compartilhado com os conteúdos de ciências e os indivíduos que não são
tradicionalmente considerados parte da comunidade científica William Sharp, foi o primeiro professor
contratado em escola pública para lecionar ciências e estabeleceu o ensino de ciências no currículo.

O próximo passo veio quando a Academia Britânica para o Avanço da Ciência (BAAS) publicou um
relatório, em 1867, promovendo o Ensino da "Ciência Pura" e a formação do "hábito científico da mente. A
padronização do ensino de ciências, só se deu depois de um longo debate entre ideologias, as quais
podemos mencionar: ciência cidadã e formação pré-profissional.

Não obstante, apenas na conferência de 30 líderes, na florida é que foram nomeadas os comitês de três
conferencias para a ciência, as quais, nomeia-se: física, astronomia e química. Os comitês, história natural e
geografia. “De acordo com o Comitê dos Dez, o objetivo da escola era preparar todos os alunos para a vida
em sociedade, contribuindo para o seu bem-estar e para o bem da sociedade. Outro objetivo era preparar
alguns alunos para ter sucesso na faculdade.”.

Conteúdo e Metodologia do Ensino de Ciências

O Ensino de ciências tem aproximadamente 40 anos de história. Não obstante, no que se refere ao processo
de produção da ciência como tal, os professores têm sido afastados, transformando-os em meros
aplicadores ou transmissores.

No brasil, verifica-se uma certa distância entre o que está legitimado no currículo e do mundo, é diante
disso que pesquisadores apontam alguns pontos que podem dar-nos pistas para pensarmos as possibilidades
do ensino de ciência no brasil, os quais, se destacam:

• O Ensino das Ciências começa demasiado tarde e termina demasiado cedo, não se inserindo numa
perspectiva de aprendizagem ao longo da vida;
• O Ensino das Ciências é fortemente marcado por uma visão positivista da Ciência e, em boa parte por isso
mesmo, supervalorizando contextos acadêmicos (Ciência como retórica de conclusões) onde são quase
sempre ignoradas articulações essenciais C/T/S/A (Ciência/Tecnologia, Ciência/Sociedade,
Ciência/Ambiente) ou, ainda, Ciência/Ética ajudando a situar culturalmente a Ciência no quadro de uma
educação para uma cidadania responsável;
• o Ensino das Ciências quase só tem lugar em ambientes formais (escola) não explorando sinergismos com
a comunidade científica, trabalho de campo, clubes de Ciência, visitas a centros de investigação,
instalações industriais, centros de Ciência, museus de Ciência, entre outros lugares de relevância científica;

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• o Ensino das Ciências subvaloriza (de fato) o desenvolvimento de competências e atitudes científicas (por
exemplo, quando se passa dos programas propostos à avaliação das aprendizagens, muitas são
simplesmente ignoradas em prol da avaliação do “corpo de conhecimentos”);
• a prática de Ensino das Ciências de forma não experimental [...];
• o Ensino das Ciências onde o uso pelos alunos das novas tecnologias da informação E comunicação como
recurso didático é praticamente simbólico;
• o Ensino das Ciências onde a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade estão ausentes;
• o Ensino das Ciências onde o caráter transmissivo asfixia o investigativo;
• o Ensino das Ciências onde se burocratizaram as funções do professor, a começar pela ritualização da
avaliação da aprendizagem;
• o Ensino das Ciências privilegiando a extensão e não a profundidade nas abordagens
programáticas (confusão entre “cumprir” o programa e promover a excelência das aprendizagens).

Princípios do ensino de ciências

A ciência é norteada por princípios, não é algo que se executa num vazio e na aleatoriedade, mas, está
submersa a um conjunto de princípios, dos quais, podemos nomear alguns, que são:

• a Ciência é para todos;

• aprender Ciência trata-se de um processo ativo;
• a Ciência ensinada nas escolas reflete as tradições intelectuais e culturais que caracterizam a prática da
ciência contemporânea;
• melhoria da educação científica faz parte de uma possível reforma do sistema educacional.

Isto não significa, que com esses princípios, não se encontrará entraves e dificuldades, mas, com eles é
possível certa facilidade.

ENSINO DE CIÊNCIAS: EDUCAÇÃO CIENTÍFICA Por que é que a Educação

Científica é importante?

Os desafios que se impõem a humanidade, tem feito com que a ciência se torna mais imprescindível, assim,
o ensino da ciência se torna de suma importância visto que “A compreensão da ciência permite o aumento
da capacidade de todos os alunos e a manutenção de empregos produtivos e significativos no futuro.

A comunidade empresarial precisa de trabalhadores de nível de entrada com a capacidade de aprender,

raciocinar, pensar criativamente, tomar decisões e resolver problemas.

Além disso, preocupações sobre a competitividade econômica salientam a importância central da educação
em ciência e em matemática, o que permitirá ao país manter um ritmo crescente em relação aos índices
globais”.

Os currículos devem desse modo, compreender e fornecer modelos que possam promover o
desenvolvimento pessoal, deste modo a educação cientifica tem como objetivo:

• experimentar a riqueza e a emoção de conhecer e compreender o mundo natural;

• usar processos científicos apropriados e princípios na tomada de decisões pessoais;
• participar inteligentemente no discurso público e debate sobre assuntos de interesse científico e
tecnológico;
• aumentar a sua produtividade econômica através do uso do conhecimento, compreensão e habilidades da
pessoa cientificamente alfabetizada em sua carreira profissional.

Estes objetivos criam a possibilidade de uma sociedade alfabetizada, “O conteúdo definido para os anos
escolares permite definir o perfil de uma pessoa cientificamente letrada”. Os conteúdos a serem ensinados,
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devem estabelecer padrões e expectativas para o desenvolvimento da compreensão e da capacidade dos
alunos ao longo de sua vida escolar.

Os conteúdos devem ser definidos com o intuito de sempre se incluir perguntas a respeito do assunto que
está sendo trabalhado, seja este referente à Terra, à vida, às ciências espaciais, conexões entre ciência e
tecnologia e até mesmo a abordagem da Ciência em perspectiva pessoal e social. Além disso, todos os
conteúdos devem ser complementados com informações sobre o desenvolvimento da compreensão do
aluno, e que incluem conceitos fundamentais subjacentes a cada conceito abordado.
Desse modo, os conteúdos devem buscar a relação de oportunidade para os alunos aprenderem e os
professores ensinarem ciência, promovendo também a interação entre pessoas da comunidade e entidades,
incluindo outros profissionais da educação que também são considerados pilares fundamentais da escola.

O Pensamento Científico

As crianças devem ser introduzidas ao ensino das ciências ao mundo das ciências numa participação ativa
de investigação. Assim, de modo ativo, as crianças devem ser envolvidas em problemas e fatos científicos,
esse envolvimento deve ser não apenas físico, mas, mental que os possibilitem a manipular elementos em
seu ambiente.

Para ser desenvolvida de forma apropriada e estar em conformidade com as diretrizes nacionais para o
ensino da ciência, a educação científica no pré-escolar e ensino primário deve ser "uma empresa ativa, pois
a melhor maneira de aprender a ciência é fazer ciência”, portanto, o Ensino de Ciências para as crianças
deve fazer com que elas sejam envolvidas a realizar perguntas, de modo que também investiguem possíveis
respostas, além da realização de investigações e coleta de dados.

isso faz com que a ciência como tal não se dê, por meio de um processo de memorização de fatos, mas, um
exercício constante de pensar e compreender o mundo, isso, ajudará as crianças a se envolverem na
natureza bem como num processo de investigação do pensamento científico.

Aprender a descobrir

O processo de ensino deve ser o de dar as crianças instrumentos que lhes possibilitem a criatividade bem
como a criatividade, isso abrirá caminhos para construir e descobrir novas ideias. Assim, novas ideias só
são possíveis por meio de um processo ativo de investigação que esteja centrada na criança, ajudando-a na
arte de fazer perguntas.

Enquanto a criança realiza algumas perguntas, consequentemente está envolvendo uma série de atividades
e habilidades relacionadas com a ciência. Sendo assim, o foco é sobre a busca ativa de conhecimento ou
compreensão para satisfazer a curiosidade dos alunos. Saber a resposta certa, então, não é um dos
principais objetivos do Ensino de Ciências no currículo da primeira infância. Um objetivo muito mais
importante é ajudar as crianças a perceberem que respostas sobre o mundo podem ser descobertas através
de suas próprias investigações

Assim, nesse processo de descoberta, a criança poderá desenvolver e ampliar sua aprendizagem. Ora, isto
posto, o ensino de ciências deve cumprir algumas metas, dentre elas, menciona-se, ajudar as crianças a
adquirir, conteúdo, conhecer os processos e, atitudes.

Alfabetização científica

Com alfabetização cientifica, pretende-se pensar na compreensão que se tem a respeito dos elementos que
constituem o processo científico bem como os conteúdos imprescindíveis que possibilitem a produção e
execução.

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Para a alfabetização científica, uma pessoa pode pedir, encontrar ou determinar respostas às perguntas
derivadas de curiosidades advindas de experiências do cotidiano.

Isso significa que uma pessoa tem a capacidade de descrever, explicar e prever fenômenos naturais. A
alfabetização científica implica em ser capaz de ler e compreender artigos sobre ciência publicados pela
imprensa e se envolver em discussões sociais de caráter científico. Enseja também que uma pessoa possa
identificar questões científicas subjacentes a decisões nacionais e locais, além de expressar posições
científicas e tecnologicamente informadas.

Assim, diante do exposto, podemos dizer que alguém, minimante alfabetizado cientificamente, deve ser
capaz, não só de avaliar, mas, sobretudo, apresentar os argumentos que evidenciem os processos. Por meio
da utilização de termos técnicos e conhecimentos mínimos é possível se desenvolver uma mentalidade
cientifica.

O processo ativo para aprender ciência

É necessário que se atentemos ao fato de que se tratando do ensino de ciências, existe um processo ativo
que deve ser levado em consideração. Assim: Aprender a ciência é algo que as crianças fazem, não é algo
feito para elas.
No Ensino de Ciências, os alunos descrevem objetos e eventos, fazem perguntas, adquirem conhecimento,
constroem explicações para fenômenos naturais, testam essas explicações de muitas maneiras diferentes e
comunicam as suas ideias uns para os outros.
Isso significa que os alunos deveram ser envolvidos num processo de investigação orientada, de modo, a
possibilitar uma interação que estabelecerá o conhecimento do mundo e o conhecimento científico.
Assim, “Dentro de um sistema maior de educação, pode-se ver a educação científica como um subsistema
com componentes compartilhados e únicos. Estes componentes incluem alunos e professores; escolas com
diretores e conselhos escolares; programas de formação continuada de professores em faculdades e
universidades; livros didáticos; pais e familiares dos alunos; diversos profissionais de diferentes ramos da
sociedade, como médicos, dentistas, engenheiros e até mesmo os políticos representantes daquele
município ou estado. Todos esses componentes devem estar entrelaçados com o propósito de melhorar a
educação para todos os alunos com devida consciência das mudanças que se fazem necessárias em longo
prazo em relação ao contexto social que esta unidade escolar está inserida.”

Negligência do ensino de ciências na educação infantil.

Devido ao entendimento da ciência como algo estritamente abstrata, negligenciou-se o ensino da ciência na
educação infantil, ou motivo que fez com que se negligencia-se o ensino da ciência, foi devido ao equívoco
de que a abordagem construtivista era compatível com o ensino de ciências.

A abordagem construtivista de educação é baseada no entendimento de que o conhecimento é construído

por crianças, a ser dado ou transmitido a elas. Nesta abordagem, as crianças são vistas como "exploradores
intelectuais" e "construtores".

Esta abordagem assume que o modo como as crianças interagem com o mundo ao seu redor permitirá que
elas desenvolvam o seu próprio complexo, variando teorias sobre o mundo natural

Como se nota, nessa abordagem, os professores fornecem meios e ferramentas que possibilitem aos alunos
construírem seis próprios entendimentos, não obstante, a “A abordagem construtivista coloca a criança no
centro do processo educativo”.

Um olhar para as disciplinas curriculares

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O currículo que foi aprovado para o ensino de ciências, tinha como objetivo o preparo para o vestibular.

• a ciência elementar deve se concentrar em fenômenos naturais simples (estudo da natureza) por meio de
experimentos realizados em campo;
• a ciência secundária deve se concentrar no trabalho de laboratório e listas preparadas pelo comitê de
experimentos específicos;
• ensino de fatos e princípios;
• preparação para a faculdade. Não obstante, deve-se salientar que, “O construtivismo na educação
científica foi sempre amparado por um extenso programa de investigação sobre o pensamento dos alunos e
aprendizagem em ciência, e, em particular, investigação sobre como os professores podem facilitar a
mudança conceitual para o
pensamento científico.
O construtivismo enfatiza o papel ativo do aluno, bem como a importância do conhecimento e da
compreensão atual na mediação da aprendizagem, além da importância que o ensino tem em fornecer um
nível ótimo de orientação aos alunos.”.

O ensino de ciências não deve ser descontextualizado, visto que isso seria concordar que a ciência nasceu
num vazio. Mas, isso não é verdade. Mas, no ensino, devem não apenas desenvolver habilidades
computacionais, mas, também conhecer a história das ciências.
A ciência oferece inúmeras informações, como, por exemplo:

• as principais doenças que são transportadas por microrganismos invisíveis a

olho nu;
• os traços hereditários que são transportados por um código químico;
• todas as espécies evoluíram a partir de organismos mais simples;
• todas as substâncias que são feitas de partículas pequenas são mantidas juntas por forças de natureza
elétrica;
• muitas das substâncias vistas são a reunião de diferentes rearranjos químicos dos mesmos tipos de
partículas;
• vive-se em uma bola rochosa com um interior quente que circunda o sol; o universo teve sua origem em
uma grande explosão, o Big Bang.

Na ciência, como atividade humana deve ter um modo de ver, explorar e compreender a realidade.
A ciência não é homogenia, ela se dá por meio de uma multiplicidade de disciplinas não obstante, no
ensino os alunos devem conquistar:

• conhecimento e compreensão de alguns conceitos científicos;

• um entendimento de que pressupostos científicos são pautados a partir de atividades humanas sociais,
envolvendo juízos de valor e contextos culturais;
• uma compreensão dos processos (e habilidades) envolvidos na conduta e raciocínio sobre a ciência;
• alfabetização científica para que eles possam ter alguma compreensão e conhecimento dos termos
científicos, de modo a conseguirem seguir com discussões nos meios de comunicação relacionados à
ciência;
• relacionar Ciência e Tecnologia.

E educação cientifica tem como objetivo, desempenhar a criação de uma população cientificamente
alfabetizada. “deve-se utilizar uma educação científica ampla e adequada para a criança, mas sem
especializá-la em Ciências”.