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DA ÓTICA
ótica
Orientador:
Coorientador:
CDD -
BANCA EXAMINADORA
Aos meus pais, irmãs, meu marido Guilherme Santos, que, com muito carinho e apoio,
não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.
AGRADECIMENTOS
processo de formação prossional, não somente por terem me ensinado, mas por
A todos que direta ou indiretamente zeram parte da minha formação, o meu muito
obrigado.
RESUMO
This work presents the production of an interferometer Michelson-Morley with low cost
materials, as a suggestion for the teaching of wave phenomena of light through an interdis-
ciplinary approach. Through this equipment were carried out two experiments in which
analyze physical concepts such as wavelength and refractive index, as well as mathemati-
cal concepts, obtaining qualitative and quantitative results. Emphasizing the importance
of observation, data collection, analysis of results and the comparison of these results with
reality, as highlighted in the process of teaching Libanio and signicant learning of David
Ausebel. In order to improve the quality of teaching physics in schools and attending the
requirements of the BNCC introducing experimentation as teaching methodology. The
results were satisfactory demonstrating that it is possible to construct an experimental
equipment with materials of easy access and with high level of precision.
em movimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 14 - Medida do raio do orifício onde passa o parafuso que prende a haste de
luz incidente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 24 - (a) Padrão de interferência com fonte de luz de Laser He-Ne, compri-
mento de onda 632,8 nm. (b) Padrão de interferência com fonte de luz
interferômetro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
refração. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
e desvio padrão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
utilizados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Tabela 6 - Resultados dos comprimentos de onda das duas fontes de luz desconhe-
cidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
equipamento comercial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2 METODOLOIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4 Aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
APÊNDICE A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
14
INTRODUÇÃO
Não é novidade que a disciplina de física é considerada complexa pelos alunos, princi-
palmente se abordada de forma tradicional. Trazer para sala de aula exemplos práticos
que demonstram situações vividas pelos alunos despertam maior interesse pelo conteúdo.
Através das atividades experimentais o aluno tem contato com o mundo cientíco que pro-
além de entender somente os fenômenos físicos, ele aprende a discutir, criar argumenta-
2015).
A prática experimental pode ser abordada tanto para introduzir um assunto como
para concluir, e se realizada em conjunto com professores de outras áreas, permite que o
aluno explore a autonomia do saber relacionando com as outras disciplinas, tendo uma
et al., 2012).
nascimento da Física, Galileu foi o primeiro a usar experimento para explicar fenômenos
naturais. Estudou o movimento dos corpos na Terra usando raciocínios teóricos e ob-
diversas áreas do saber, este trabalho traz uma sugestão de experimento que aborda as
disciplinas de física e história das ciências, em um assunto tanto quanto complexo, porém
excitante, pois além de permitir ao aluno observar o fenômeno, podem deduzir equações
que estão presentes nos livros didáticos e obter resultados coerentes com a realidade.
tos com os alunos, nem todas as escolas possuem laboratórios disponíveis. Por isso, faz-se
acesso, e com alta precisão, permitindo fazer medidas e que os resultados sejam tão satis-
15
chelson Morley, o qual foi criado no nal do século XIX. Neste século muitas teorias sobre
com as equações de Maxwell estava bem consolidado, haviam descoberto que a onda ele-
comprovando que a luz é uma onda eletromagnética. Foi então que o físico norte ame-
ricano Michelson criou o experimento, baseado nas recentes descobertas para provar a
rimento estava errado, pois não detectaram a presença do Éter. Somente com a teoria da
relatividade de Albert Einstein, alguns anos mais tarde, que cou provado a inexistência
física como um experimento que deu errado, mas hoje possui grande importância no meio
acadêmico e tecnológico.
Muitos livros didáticos do ensino médio apresentam este experimento como no livro
Gloria Martini (ANNA et al., 2011), para introduzir o assunto de relatividade, a teoria
teoria e prática, uma vez que, os fenômenos ondulatórios da luz não são intuitivos, o
experimento traz uma abordagem simples que facilita o entendimento do conteúdo. Com
Para o desenvolvimento deste trabalho foi feito um estudo dos mais diversos in-
Mínimo de Rio de Janeiro. Ainda neste capítulo será apresentado todo o conteúdo que o
professor deve lecionar antes de realizar o experimento, contendo desde conceitos físicos,
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
sociedade e sua forma de pensar e agir. A didática auxilia a organizar conteúdos e méto-
dos, procurando a melhor técnica para associar o ensino e aprendizagem, para que o aluno
de aula com o mundo a sua volta. Neste sentido o professor tem o papel de proporcionar
aos alunos meios para que eles possam adquirir pensamentos críticos, poder de observação
e análise de situações.
No livro de Libâneo (LIBANEO, 1990) ele relata que o professor não é apenas um
sua abordagem deve ser a mais criativa capaz de estimular e alimentar a curiosidade.
diferentes maneiras de ensinar desde que essas sejam capazes de instigar ao aluno o querer
saber. Para isso o professor deve conhecer e entender o meio onde a escola está inserida
positivos, dessa forma o aluno consegue compreender facilmente o porquê de estudar tal
abordagem prática pode ser mais interessante do que a tradicional. O ensino da física
porque o caminho natural da física é experimental. Todo trabalho cientíco possui uma
teoria, porém são os resultados experimentais que dizem se a teoria está correta. Inúmeras
conquistados através de experimentos então essa pode ser a melhor escolha para a didática
onde os resultados numéricos serão aplicados nas equações exposta nos livros didáticos,
associação com a teoria. Através dos resultados o aluno compreende que o experimento re-
acontece devido à interação da nova informação com conhecimentos prévios, segundo ele
o aluno tem mais interesse em um assunto quando este está associado com as vivências
do cotidiano, é necessário que o aluno encontre sentido no que ele está aprendendo.
Ausubel defende que os conhecimentos prévios que servem de apoio para a nova
(LIBANEO, 1990).
teúdo, é preciso formar cidadãos preparados para lidar com a sociedade, com mercado
19
opiniões e que saibam argumentar e defendê-las. Assim, uma dinâmica de ensino mais
elaborada em vez do tradicional pode ser uma solução dos problemas da educação.
1.2 Enfoque da LDB, dos PCN's de Ciências, da BNCC e o Currículo Mínimo do Estado
do Rio de Janeiro
com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB, 2017), com os Parâmetros Curriculares Nacionais
das Ciências (PCN, 2017) e atualmente com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC,
2018). A LDB 9394/96 é a lei que abrange desde a educação infantil ao ensino superior,
público ou privado, com o objetivo de apresentar aos cidadãos seus direitos e deveres. Esta
lei determina a carga horária mínima para cada nível de ensino, regulamenta os recursos
suporte para que o educando prossiga nos estudos, seja num ensino prossionalizante ou
trabalho.
(LDB, 2017).
nal do ensino médio espera-se que o aluno tenha adquirido conhecimentos básicos cien-
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tícos e tecnológicos, relacionando teoria e prática. Dessa forma os dois últimos itens do
rem a experimentação como uma didática de ensino. A física deve ser apresentada como
um conjunto de atributos que dão ao educando suporte para viver e entender o universo,
mesmo que este não tenha contato com o ensino da física posteriormente, porém possui
lidar com os impulsos da tecnologia (PCN, 2017). É importante que o aluno conheça a
no avanço das ciências e da tecnologia, alcançando uma ampla área de aplicação. Pen-
sando nisso, os PCN's sugerem uma abordagem prática e interdisciplinar onde o aluno
nhando espaço na escola. Segundo os PCN's uma das competências do ensino da física é
2017).
O experimento é uma forma do aluno associar a teoria com o mundo a sua volta,
além disso, os resultados auxiliam na compreensão, uma vez que, podem ser comparados
21
cientíca.
nanceiros e até mesmo aptidão dos professores. Como Libâneo arma, cabe ao professor
organizar suas aulas atribuindo a elas uma didática conforme o ambiente onde a escola
está inserida, tendo em vista inúmeras formas de se fazer pesquisas e experimentos, dando
um sentido as aulas.
base comum curricular (BNCC) (BNCC, 2018), que é o documento que descreve quais as
tudo que é essencial para que o aluno termine o ensino escolar obrigatório com capacidade
cognitiva e socioemocional para inserir-se numa sociedade ativa, seja no ensino superior
ou no mercado de trabalho.
opinião crítica, mas que saiba respeitar as diferenças sejam elas raciais, sociais, religiosas,
Para que possa atender as necessidades da sociedade atual a BNCC está compro-
metida em implantar o ensino integral nas escolas. Além de defender a educação com
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favor da educação. Neste sentido, alguns sistemas de ensino estão adaptando-se a essas
como é o caso do sitema Bernoulli, que é um sistema de ensino da rede privada. As apos-
tilas contêm códigos digitais que por meio do aplicativo o aluno tem acesso a exercícios,
Comum Curricular tendo a exibilidade de adequar-se a realidade local. Sendo assim será
natureza e suas tecnologias. Assim como os PCN's, a Base Nacional Comum Curricular
eciente, pois através da prática o aluno tem maior facilidade de interpretar os fenômenos,
1, titulado como energia e matéria. No qual uma das habilidades que se espera dos
inserido.
nimo com o objetivo de oferecer um apoio quanto à organização dos conteúdos a serem
mínimo. A teoria envolvida está presente no 2◦ Bimestre do terceiro ano do ensino mé-
pos magnéticos, foi nesse mesmo século que o físico James Clerk Maxwell chegou à con-
clusão que carga elétrica oscilando gera um campo magnético variável que por sua vez,
gera um campo elétrico variável e assim sucessivamente, ver Figura 1. Essa alternância
(BONJORNO; CLINTON, 2013). Alguns anos mais tarde, Heinrich Hertz realizou alguns
magnéticas com ondas transversais, pois possuem polarização o que não ocorre nas ondas
fração, reexão, propagam-se em alguns materiais como água, ar, vidro, entre outros.
propagam-se também no vácuo como a luz do Sol e das estrelas, por exemplo.
visível, como já citamos. Além desta existem outras as quais se diferenciam de acordo
primento de onda como a distância entre duas cristas da onda, como mostra na Figura 1,
(ARCIPRETE; GRANADO, 2012). Essas duas grandezas são as mais importantes para
caracterizar uma onda, mas além destas existe também a amplitude que representa o
módulo da altura da onda desde o ponto de equilíbrio até a altura máxima ou até a altura
mínima.
24
o raio de luz proveniente de uma fonte de luz primária incide em uma superfície, este é
São enunciadas duas leis para o estudo da reexão, a primeira lei diz que o raio
incidente, o raio reetido e a reta normal (N) estão no mesmo plano, observe a Figura 3.
A segunda lei diz que o ângulo de incidência (i) e ângulo reexão (r) são iguais.
Em outras palavras o raio de luz se propaga em linha reta até atingir a superfície
que por esta é reetido, com uma abertura angular igual à de incidência, referente a uma
reta perpendicular a superfície que é chamada de reta normal. Quanto mais polida a
Todos os tipos de espelhos promovem uma reexão nítida, porém neste trabalho
vamos estudar apenas os espelhos planos que apresentam uma simetria entre objeto e
25
a imagem. Nestes espelhos as imagens são sempre virtuais, pois se formam atrás dos
sendo o tamanho da imagem igual ao tamanho do objeto e com mesmo sentido (GASPAR,
2007).
Figura 4, quando espelho se desloca a uma distância (d) o raio percorre duas vezes essa
disância, o incidênte e o reetido, então a imagem produzida por este, se desloca a uma
mento de onda ao passar de um meio para outro sem alterar sua frequência, devido à
mudança na velocidade, o raio refratado sofre um desvio. Dessa forma quando o raio de
luz incide em uma superfície de vidro, por exemplo, parte da luz é reetida e parte é
Assim como na reexão, a refração possui duas leis que regem seu comportamento,
a primeira lei diz que os raios incidentes e refratados estão no mesmo plano, a segunda
é conhecida como Lei de Snell que é utilizada para calcular o desvio do raio refratado,
por sua vez relaciona com o índice de refração através da Equação n1 sin θ1 = n2 sin θ2 .
esta passa de um meio para outro, se o raio de luz passa do vácuo para qualquer outro meio
chamamos de índice de refração absoluto isso porque no vácuo a luz atinge sua velocidade
vácuo, por isso consideramos que a velocidade da luz nesses dois meios são iguais, na
ordem de 3, 0 × 108 m/s (GASPAR, 2007). Assim dizemos que o índice de refração é dado
c
n= (1.1)
V
onde n é o índice de refração, c velocidade da luz no vácuo e V é a velocidade da luz no
edades dielétricas do meio material. Como podemos perceber na Equação (1.1), o índice
Um dos fenômenos que caracteriza a luz como uma onda é a interferência, esse
vamos analisar a interferência de duas ondas que se propagam no mesmo sentido e que
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as ondas estão defasadas em 180◦ , que equivale a 0,5 comprimento de onda (Figura 6 (b)),
a interferência é destrutiva. Se as ondas estão defasadas, por exemplo a 120◦ , tem-se a
Nos três tipos de interferência as amplitudes das ondas se somam, sendo assim
Figura 6: Interferência de onda (a) destrutiva e (b) construtiva (c) intermediária (HAL-
LIDAY; RESNICK; WALKER, 2009a).
duas ondas eletromagnéticas interferem entre si existem pontos que a interferência será
antepano será observado pontos claros e escuros. Os pontos claros são chamados de pontos
O físico Thomas Young realizou um experimento onde foi possível identicar a luz
como uma onda, no qual uma fonte de luz é decomposta em duas, de modo que a luz
proveniente da fonte primária passa por duas fendas que dão origem a duas frentes de
ondas secundárias que por sua vez interferem entre si, assim foi possível visualizar a gura
magnéticas, um valor absoluto. Com isso, alguns esforços foram realizados com o intuito
e a mecânica de Newton, no qual diziam que os movimentos dos corpos são descritos pelas
mesmas leis em qualquer referencial inercial, logo, o movimento e o repouso são relativos.
Assim a velocidade pode ter valores diferentes em diferentes referenciais (UFSC, 2019).
Desse modo, o valor da velocidade da luz encontrado por Maxwell teria que ser em
relação a um referencial, podendo variar esse valor, portanto não poderia existir um valor
absoluto para velocidade. Tendo isso em vista, para solucionar essa discordância entre
Éter Luminífero que preenchia todo o espaço o qual suportaria a propagação de ondas
a velocidade da luz determinada por Maxwell era constante referente a ele. Então provar
2006). Outra questão que surgiu é que se o Éter existe qual é a velocidade da Terra em
Foi então que em 1881 o físico Albert Abraham Michelson pensou em um experi-
mento que iria provar a existência do Éter. No entanto os resultados foram negativos, a
princípio eles acharam que esses resultados eram devido ao equipamento não ser preciso o
Seis anos mais tarde, em 1887, Michelson e o cientista Edward Williams Morley
rezeram o mesmo experimento, mas com uma maior precisão. O equipamento ganhou
raio de luz monocromática que passa por um espelho semi-reetor onde parte da luz é
reetida e parte é refratada, formando dois raios de luz perpendiculares entre si. Os dois
raios se propagam até incidirem em espelhos planos sendo por eles reetidos voltando a
Figura 7, logo uma gura de interferência pode ser observada no anteparo (SILVA et al.,
2017).
o equipamento com o raio incidente no mesmo sentido de rotação da Terra que também
Terra era um pouco quanto complicado eles realizaram o mesmo experimento em todas as
direções. O que eles esperavam é que se o Éter existisse então os dois raios perpendiculares
teriam velocidades diferentes em relação a ele, assim o tempo de percurso seria diferente.
Contudo, o experimento mostrou que os dois raios de luz chegavam ao mesmo tempo, então
que o experimento não foi satisfatório, somente em 1905 com a teoria da relatividade de
Albert Einstein cou provado que o Éter não existia, a velocidade da luz é constante e
o que se observa é uma dilatação do tempo que foi demonstrada matematicamente por
usado na óptica como demonstração dos fenômenos ondulatórios da luz. Podemos de-
terminar o índice de refração de alguns meios como vidro, assim como determinar o
reetor, são chamados de braços do interferômetro e devem ter a mesma distância. Como
formando novamente um único raio que se propaga até o anteparo onde pode ser observada
a gura de interferência.
seja, os dois raios reetidos pelos espelhos têm que incidir precisamente no mesmo ponto
espelho semi-reetor ca 45◦ de cada espelho plano e da fonte de luz incidente (SILVA et
al., 2017).
em torno de um eixo e através de uma escala em graus é possível determinar o ângulo que
o vidro foi rotacionado. Dessa forma o raio passa duas vezes pelo vidro, o raio incidente
e o reetido, ao incidir no vidro o raio é refratado e sofre um desvio, quando este passa
óptico (4S ) entre o raio que passa pelo vidro (T) e o raio que não passa pelo vidro (T'),
varia de acordo com o índice de refração, segundo a Equação (1.1) devemos multiplicar
onde n é o índice de refração do vidro e nar é o índice de refração do ar. O fator 2 signica
que o raio percorre duas vezes o mesmo caminho, o raio incidente e o reetido.
L
cos θ0 =
T
L
T = (1.3)
cos θ0
T0
cos(θ − θ0 ) =
T
Substituindo o valor de T e isolando T':
31
L cos(θ − θ0 )
0
T = (1.4)
cos θ0
Substituindo as Equações (1.3) e (1.4) na Equação (1.2), considerando nar = 1,
temos:
L L cos(θ − θ0 )
4S = 2n − 2
cos θ0 cos θ0
Reorganizando:
2L
4S = [n − cos(θ − θ0 )] (1.5)
cos θ0
Quando o vidro é posicionado perpendicularmente ao feixe os ângulos θ = θ0 = 0,
à medida que se rotaciona o vidro, vai variando o valor dos ângulos, com isso há uma
mudança no padrão de interferência. As franjas vão se deslocando, onde havia uma franja
clara passa ser escura e a escura passa a ser clara, dessa forma é possível contar o número
de franjas que vão se deslocando. A diferença entre o caminho óptico com certa angulação
(4S) e o caminho óptico com angulação zero (4S 0 ) é igual ao um número inteiro de franjas
trasladada (N) vezes o comprimento de onda (λ) (SILVA, 2006).
2L
4S − 4S 0 = 0
[n − cos(θ − θ0 )] − 2L(n − 1) = N λ (1.6)
cos θ
Isolando N na Equação (1.6):
2L n − cos(θ − θ0 )
N= −n+1 (1.7)
λ cos θ0
exposto no Apêndice A.
2 2
(1 − cos θ)(2L − N λ) + N4Lλ2
n= (1.8)
2L(1 − cos θ) − N λ
cos. Como é notório na dedução da equação, é necessário que o aluno tenha conhecimentos
de geometria, pois assim ca simples de compreender como se comporta do raio de luz
dentro do vidro e como, por meio da rotação do vidro, fazendo uma diferença de caminho
ótico é possível determinar o índice de refração do vidro. Além disso, se estudado junto
metro. Neste experimento um dos espelhos planos se desloca causando uma diferença
de caminho óptico e então provoca uma diferença de fase, os dois raios reetidos pelos
cia pode ser observada no anteparo. À medida que o espelho se desloca lentamente e de
havia uma franja clara passa a ser escura e onde havia uma franja escura passa a ser clara
e assim sucessivamente.
33
Como o raio passa duas vezes no mesmo caminho, incidente e reetido, então o
produto de duas vezes a diferença de caminho óptico é igual ao número inteiro de franja
2d = N λ (1.9)
2d
λ= (1.10)
N
onde (d) é a distância que o espelho plano se moveu em função do número de franjas
um sistema de alavanca. A distância que o espelho se move é uma escala muito pequena,
na ordem de µm, por isso a alavanca é necessária. Na Figura 9 está representado o sistema
pelho, este ca em uma extremidade da alavanca enquanto o espelho ca na outra ex-
tremidade. Desse modo a distância marcada no micrometro (D) não é a distância que o
espelho se move (d). Para determinar essa distância, utilizamos conceitos matemáticos,
pois todos os ângulos são congruentes, medidas iguais (DANTE, 2009). Dessa forma a
razão dos lados (a,b) é igual a razão dos lados (D,d), que é igual a uma constante de
proporcionalidade (R).
34
D a
= =R (1.11)
d b
a
Da Equação (1.11), a constante de proporcionalidade pode ser escrita como
b
= R,
assim a distância que o espelho se move é dado pela Equação (1.12).
D
d= (1.12)
R
A partir da determinação da constante de proporcionalidade é possível desenvolver
nal depender desses parâmetros. Esse experimento assim como o experimento de índice
aplicada garante uma maior compreensão dos fenômenos físicos relacionando teoria e
prática.
cada escola. Segundo Libâneo o papel do professor vai além de passar conteúdo, é preciso
2 METODOLOIA
Michelson Morley para auxiliar nos estudos dos fenômenos ondulatório da luz. Todo o
aparato experimental foi montado com materiais de baixo custo, de fácil acesso e com um
8. Uma mola;
9. Papel emborrachado;
11. Micrômetro;
Para a fabricação dos suportes foi utilizado madeira doada pela Madeireira Santo
Antônio. Para os suportes da lente e do laser, foi feito um orifício no centro dos dois
blocos, um foi encaixado a lente e o outro foi encaixado o laser onde é xado por um
parafuso. Para o suporte dos espelhos foi feito uma fresta para que os espelhos possam
ser encaixados. O suporte de um dos espelhos, denominado espelho móvel, foi parafusado.
Isto porque este suporte é xado na alavanca, assim na realização do experimento o espelho
Na ponta do parafuso foi xado uma pequena esfera de (1,155 ± 0,005)mm de diâmetro.
A função dessa esfera é diminuir a área de contato entre o parafuso e a alavanca evitando
um parafuso de ajuste foi colocado na parte superior do suporte assim o micrômetro pôde
ser encaixado com rmeza. O suporte foi xado na placa base. Na Figura 13 está exposto
o suporte do micrômetro.
A construção da alavanca foi o processo que solicitou maior rigor, pois como men-
cionado na seção 1.7 do capítulo 1 tem alguns conceitos matemáticos que precisam ser
equipamento, por isso é usado semelhança de triângulo para determinar o fator de pro-
porcionalidade do equipamento desenvolvido. Para isso foi feito um orifício em uma das
extremidades da haste de madeira, para passar o parafuso que a prende no suporte, com
Figura 14: Medida do raio do orifício onde passa o parafuso que prende a haste de madeira
no suporte da alavanca.
38
marcação feita do raio do orifício, como mostra na Figura 15. Essa é a medida da base
madeira registrando essa distância, pois exatamente nesta marcação que o micrômetro
do meio do orifício onde passa o parafuso que prende a haste de madeira no suporte e
feito uma marcação nesse ponto, observar Figura 16. Essa medida é a base do triângulo
As medidas das bases dos triângulos são usadas na determinação do fator de pro-
madeira foi encaixada dentro de um bloco e xados por um parafuso na placa base, como
mostra na Figura 17. Uma mola foi xada no suporte da alavanca e na haste de madeira,
desse modo à haste ca presa com maior estabilidade, à medida que o micrômetro é girado
a haste se movimenta com menor vibração possível. O suporte do micrômetro foi xado
forma que a marcação na haste do triângulo retângulo maior que diretamente no centro
micrômetro.
uma escala em graus, usando um transferidor e régua, ver Figura 18, a menor divisão da
escala construída é 1◦ assim sua incerteza é de ±0, 5◦ . A escala foi xada na placa entre
espelho móvel foi xado na alavanca, dessa forma à medida que gira o micrômetro a ala-
cação feita na haste de madeira da base do triângulo menor, a distância (1,50 ± 0,01)
distância de (120,0 ± 0,5) mm do espelho semi-reetor, onde este é posicionado a 45◦ dos
espelhos planos. Para obter maior precisão nessas medidas a placa base foi coberta com
papel milimetrado com incerteza ±0, 5mm. O espelho móvel foi colocado de frente para
Na parte de baixo da placa base foi xado um papel borracha com a nalidade de
dos experimentos
Ao realizar as medidas não posicionar o laser na direção dos olhos, não olhar para o
laser por grande intervalo de tempo. Cuidados ao manusear os espelhos e o vidro evitando
que os quebrem. Sobrepor o equipamento em local que este que estável e que não deslize.
41
papel toalha e álcool 70%, de modo a tirar quaisquer impureza. Cuidado ao manusear o
Realizar o experimento em local com menores vibrações externas como, por exem-
plo, ondas sonoras. O local deve ser escuro para melhor visualização do padrão de in-
terferência, sem uso de ventiladores, o ambiente deve ser mantido a mesma temperatura
meiro tira-se o espelho semi-reetor e liga o laser, o raio de luz incide no espelho móvel,
movimenta-se o espelho para que o raio seja reetido com ângulo de 0◦ , tendo a certeza
que o espelho está perpendicular à placa base. Em seguida o espelho semi-reetor é po-
Para que haja interferência os dois pontos no anteparo devem sobrepor, ou seja,
sicionado, dessa forma o ponto no anteparo produzido pela reexão deste não se mexe,
é movimentado então somente o espelho xo, até que o ponto produzido pela reexão
desse espelho que exatamente sobreposto ao ponto de reexão do espelho móvel. Nova-
o número de máximos ou mínimos que são deslocados num padrão de interferência, o qual
Para isso é necessário saber com precisão o comprimento de onda do laser utili-
realizado duas vezes, sendo um com comprimento de onda na faixa do vermelho e outro
o índice de refração, a medida foi realizada três vezes, calculado a média e o desvio padrão.
escala em graus.
7. Essa medida foi realizada três vezes, calculado a média e seu desvio padrão.
literatura.
e compare com a velocidade desta no ar onde nar = 1. O que se pode concluir com os
resultados.
de luz desconhecida. Para isto, foi contando o número de máximos ou mínimos que são
um dos espelhos planos é movimentado numa escala de µm, para obter essa medida com
(Figura 23). O experimento foi realizado duas vezes cada uma com uma fonte de luz de
6. Esse procedimento foi realizado três vezes e calculado a média e o desvio padrão.
45
proporcionalidade do equipamento, que uma vez determinado foi possível conhecer a dis-
tância efetiva que o espelho se movimentou e então com a Equação (1.10) foi determinado
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
índice de refração foi realizado duas vezes, cada uma com fontes de luz de comprimentos
de onda distintos. Foi utilizado um laser de He-Ne no qual seu comprimento de onda
632,8 nm e um laser de diodo com comprimento de onda 532,0 nm. Após a calibração dos
Figura 24.
Figura 24: (a) Padrão de interferência com fonte de luz de Laser He-Ne, comprimento de
onda 632,8 nm. (b) Padrão de interferência com fonte de luz Laser de diodo, comprimento
de onda 532,0 nm.
Para determinar o índice de refração do vidro foi necessário saber com precisão a
sua espessura. Para isso mediu-se três vezes a espessura do vidro e calculou-se a média.
Para maior conabilidade do resultado nal do experimento, foi usado teoria de erros em
todas as medidas. O desvio padrão da média foi calculado através da Equação (3.1).
N
X (xi − x)2
4x = (3.1)
i=1
N (N − 1)
onde x é a medida e N é o número de vezes que realizou a medida.
torno da média que causa uma imprecisão para mais ou para menos (VUOLO, 1996).
foi registrado o valor do deslocamento angular, o mesmo procedimento foi realizado três
47
vezes. Na Tabela 2 estão expostas essas medidas e a média com algarismos signicativos
instumento de medida, nos dois comprimentos de onda, por isso foi adotado o valor da
O cálculo do índice de refração foi feito para os dois comprimentos de onda. Com
(1.8) foi determinado o índice de refração do vidro usando laser de He-Ne, comprimento
n = 1, 619787765
da medida de outras grandezas, e cada uma dessas grandezas possui uma incerteza, para
maior credibilidade nas medidas foi utilizada análise estatística rigorosa. A equação uti-
lizada para determinar a incerteza da medida do índice de refração está de acordo com
divisão (VUOLO, 1996). Para fazer essa análise é necessário saber a incerteza e a medida
calculado com a Equação (3.2). No Apêndice A pode ser observado o cálculo para obtenção
do resultado.
s 2 2 2
4n 4θ 4L 4N
= + + (3.2)
n θ L N
4n = 0, 100238445
532,0 nm.
n = 1, 645569488
4n = 0, 110778169
Tabela 3: Índice de refração do vidro calculado para os dois comprimentos de onda utili-
zados.
Índice de refração com sua in- Índice de refração com sua in-
certeza e algarismos signicativos certeza e algarismos signicativos
corretos usando comprimento de corretos usando comprimento de
onda de 632,8 nm. onda de 532,0 nm.
1,6 ± 0,1 1,6 ± 0,1
A Tabela 3 mostra que o índice de refração é exatamente igual nos dois compri-
mentos de onda utilizados. O que já era esperado, uma vez que, o índice de refração
depende do material e no experimento realizado o material nos dois casos foi o mesmo.
o índice de refração foi bem sucedido, as medidas estão de acordo com a teoria.
é o vidro int médio. No entanto como são valores muito próximos e considerando a
incerteza da medida não é possível denir o vidro usado no experimento como int médio,
tem uma estrutura cognitiva para entender tais fenômenos, pois o estudo da ótica não é
trivial.
sua vez é possível determinar a velocidade da luz no interior do vidro usando a Equação
(1.1).
3 × 108 m/s
V = = 1, 875 × 108 m/s
1, 6
Considerando que o índice de refração do ar é nar = 1, a velocidade encontrada
da luz no vácuo dividido pelo índice de refração do vidro, assim o comprimento de onda
632, 8nm
λn = = 395, 5nm
1, 6
O comprimento de onda no interior do vidro com fonte de luz laser de diodo
λ = 532, 0nm é:
50
532, 0nm
λn = = 332, 5nm
1, 6
A frequência da onda luminosa no interior do vidro permanece a mesma, manipu-
V c/n
fn = = =f
λn λ/n
onde fn é frequência no interior do vidro e f é a frequência no vácuo.
ângulo de incidência fazendo uma análise geométrica, observar Figura 25, onde o vidro
180◦ = 90◦ + 5◦ + β
β = 85◦
Como a reta normal faz ângulo de 90◦ com a superfície do vidro, o ângulo de
Para determinar o ângulo de refração (θ2 ) é utilizado a lei de Snell, com a Equação
1. sin 5◦ = 1, 6 sin θ2
sin 5◦
sin θ2 =
1, 6
51
0, 087
θ2 = arcsin
1, 6
◦
θ2 = 3, 1
Dessa forma usando conceitos físicos e matemáticos foi possível determinar os ân-
pois relaciona grande parte da teoria de ótica e revisa conceitos aprendidos em séries an-
teriores.
a
=R
b
onde (a) é a medida da base do triângulo retângulo maior e (b) é a medida da base do
(441, 2 ± 0, 5)mm
R= = 294, 13333 (3.3)
(1, 50 ± 0, 01)mm
Calculado a incerteza da constante de proporcionalidade do equipamento desen-
4R = 1, 989018918
é adimensional. O fato de a incerteza ser pouco maior em relação à medida é devido aos
paquímetro.
metro que estão apresentadas na Tabela 5, para as duas fontes de luz monocromática.
Com intuito de diminuir erros, foi realizado as medidas três vezes e calculado a média e
de medida e na faixa de luz do verde foi adotado o valor do desvio padrão, pois este é
em que o espelho móvel deslocou para contar os 20 máximos de interferência, para fonte
faixa do vermelho:
4d = 0, 044773609µm
Logo, a distância que o espelho se moveu, para fonte de luz na faixa do vermelho
Esse resultado mostra que a distância que o espelho móvel se movimenta é menor
milímetro. Por esse motivo que ao realizar o experimento os olhos humanos não conseguem
2d 2(6, 09 ± 0, 04)µm
λ= = = 609, 0nm (3.5)
N (20 ± 0, 5)
Incerteza do comprimento de onda da fonte luz na faixa do vermelho:
4λ = 15, 74168431nm
que o espelho móvel deslocou para contar os 20 máximos de interferência com a fonte de
faixa do verde:
4d = 0, 03695891µm
Logo, a distância que o espelho se moveu, para fonte de luz na faixa do verde é d
2d 2(5, 34 ± 0, 04)µm
λ= = = 534, 0nm (3.7)
N (20 ± 0, 5)
Incerteza do comprimento de onda da fonte de luz na faixa do verde:
4λ = 13, 93637327nm
Tabela 6: Resultados dos comprimentos de onda das duas fontes de luz desconhecidas.
Comprimento de onda da fonte de Comprimento de onda da fonte de
luz na faixa do vermelho em (nm). luz na faixa do verde em (nm).
(609 ± 16) (534 ± 14)
A Tabela 6 mostra o comprimento de onda de cada fonte de luz utilizada e sua res-
pectiva incerteza. As incertezas das medidas são altas em relação à medida, isso devido as
54
até o cálculo do comprimento de onda, cada medida inuencia no resultado nal, por isso
verde está dentro da faixa de comprimento de onda do verde assim como o vermelho,
Por isso a importância da estatística nos cálculos, pois nenhuma medida é exata.
pode ter ocorrido devido ao fato de o laser verde ter o suporte construído de acordo com
por isso não tem um alinhamento perfeito como o verde resultando em um maior erro.
Figura 26: (a) Interferômetro comercial e (b) O fator de proporcionalidade deste inter-
ferômetro.
fábrica como mostra na Figura 26 (b), pois como mencionamos cada aparato experimental
O experimento foi realizado da mesma forma que o experimento com aparato de-
xo contém um parafuso de ajuste no no qual permite alinhar os espelhos de forma pre-
cisa e com menor tempo. Após os espelhos ajustados é formado o padrão de interferência
mento comercial.
cia do equipamento comercial é mais nítido e possui mais franjas de interferência do que
o padrão de interferência formado pelo equipamento desenvolvido, isso pode ser causado
por inúmeros fatores como a lente que utilizamos e o equipamento desenvolvido ser mais
cado no micrômetro, que são apresentados na Tabela 8. Adotado o valor do desvio padrão
d = 6, 28603µm.
produzido, considerando a incerteza podemos dizer que os valores são iguais. Esse fato
Não foi possível calcular a incerteza da medida em que o espelho se moveu pois,
(1.10):
2d 2 × 6, 28603µm
λ= = = 628, 6nm (3.8)
N 20
Comparando o valor do comprimento de onda encontrado com a Tabela 7 perce-
3.4 Aplicação
vasto mercado, estando presente na indústria, comunicação, medicina. Como por exemplo,
a bra ótica que está em alta atualmente, pois substitui ecientemente os cabos metálicos,
pois transmitem a informação com menor perda. Isto porque o índice de refração da parte
externa da bra ótica é menor que a parte interna fazendo com que o raio penetrado no o
no qual gera uma interferência que é detectada formando um interferograma que por meio
de uma Transformada de Fourier pode então passar para o domínio da frequência (PENA;
VALLET, 2003).
2019) estudam uma técnica denominada "scattering scanning near eld optical micros-
Com essa técnica é possível controlar a luz no interior de alguns materiais, que futuramente
Raul Freitas Por meio dessa técnica é possível acessar interfaces desses dispositivos im-
pode associar o conteúdo aplicado em sala de aula com as aplicações tecnológicas. Assim
o aluno compreende a importância de estudar óptica e onde esses conteúdos são aplicados
no cotidiano. Uma vez que, segundo Ausebel, o aluno somente tem um bom aprendizado se
este souber interagir a prática e conhecimentos prévios com universo escolar (AUSEBEL;
teúdos de física distintos que são relevantes no processo de ensino e aprendizagem. Po-
dendo estudar ótica e relatividade, temas estes que não são intuitivos, logo o experimento
estuda os fenômenos ondulatórios da luz, pois é um tema que está ganhando espaço na
(BNCC, 2018).
marcante na história da ciência sendo considerado por Micheson um experimento que deu
errado, somente com a teoria da relatividade que foi provado a eciência do experimento.
onde os próprios alunos irão construir o aparato experimental. É importante que antes de
na história, para que os estudantes consigam entender melhor a física envolvida e tenham
Como o projeto é extenso, podem interagir com todos os alunos do terceiro ano,
uma vez que este conteúdo segundo o currículo mínimo do Rio de Janeiro é aplicado no
último bimestre do terceiro ano do ensino médio. Assim, o projeto pode ser a avaliação
nal antes dos estudantes concluírem o ensino básico. Após o estudo da teoria física,
ser feito, tirando quaisquer dúvidas por partes dos alunos. É importante que os professores
precisa para que o prossional da área recorte e faça os moldes dos suportes com base na
a evolução dos estudos dos fenômenos ondulatórios da luz e principalmente quais são as
terceiro ano ca responsável por um experimento e um laser com faixa de comprimento
distinto.
além da fala em público nas apresentações. Também são importantes os resultados numé-
ricos que relaciona o experimento com a teoria. Sendo assim ca um trabalho completo e
CONCLUSÃO
visualização dos fenômenos físicos facilita o entendimento por parte dos estudantes. O
equipamento construído por ser de baixo custo apresenta facilidade de ser reproduzido nas
escolas. Além disso, o experimento representa um marco na história da física que propicia
a discussão entre alunos e professores em sala de aula, sendo assim o aluno compreende
uma atividade apropriada para se realizar num projeto interdisciplinar, pois na construção
mento experimental de baixo custo, mas com exatidão nas medidas, visto que foi possível
componentes mais complexos foram a construção da alavanca, que permite fazer medidas
de comprimento de onda com alta precisão, e a calibração dos espelhos que requer maior
tempo e habilidade no manuseio dos espelhos. Porém essas diculdades são válidas, pois
rios estes que foram possíveis de ser atendidos com os experimentos realizados através do
equipamento desenvolvido.
igual para os dois comprimentos de onda, do vermelhe e do verde, uma vez que o vidro
foi o mesmo nos dois casos. Porém através do experimento não foi possível identicar
qual o tipo de vidro, apenas que o índice de refração do material usado é próximo do
do experimento para determinar o comprimento de onda das duas fontes de luz mono-
experimento usando o equipamento comercial percebemos que são muito próximos, o que
comprado no site do Mercado Livre e o laser de diodo no valor de R$ 28,00 também com-
3B Scientic que no site da marca está custando R$ 17.348,00. Os materiais foram adqui-
importância nos cálculos das medidas, dando maior conabilidade dos resultados nais.
Uma vez que, as medidas do objetivo do trabalho são medidas indiretas e os instrumentos
possuem incertezas que devem ser levados em consideração, pois inuenciam nos resulta-
dos. Por isso a incerteza dos dois comprimentos de onda experimental teve um valor alto
em relação às medidas.
por exemplo, o ajuste dos espelhos. Todas as vezes que o aluno for manipular o equipa-
mento em todos os experimentos é necessário fazer esse ajuste que é feito manualmente.
Então uma sugestão para uma continuação deste trabalho é o aprimoramento deste ma-
nuseio tornando mais prático e consequentemente diminuindo o tempo gasto para esse
exercício, tendo em vista o tempo de duração da aula nas escolas. Na forma em que
o presente experimento foi construído são necessários dois tempos de aula consecutivos
para realização do experimento e a contagem das franjas. Também pode ser feito um
estudo por outros experimentos que sejam de baixo custo, mas que tenham resultados
precisos, podendo fazer medidas e não apenas observacionais, como por exemplo, o desen-
volvimento de um corpo negro para o estudo da física moderna, no qual os alunos podem
temperatura.
aprendizado.
tendo em vista que o equipamento foi desenvolvido com materiais de baixo custo e instru-
62
mentos de medidas com altas incertezas. Os experimentos tiveram resultados iguais aos
experimentos realizados com equipamentos caros e de alto nível. Sendo assim o aparato
experimental desenvolvido foi capaz de ensinar muito mais do que equações, foi uma su-
gestão de uma metodologia de ensino que possa incitar a curiosidade do aluno pelo mundo
cientíco.
63
APÊNDICE A
que está apresentado na Equação (1.7). Para deduzir a Equação do índice de refração
Nλ n − sin θ sin θ0
+ cos θ + n − 1 = p
2L 1 − sin2 θ0
2
Nλ n − sinn θ n
+ cos θ + n − 1 = q .
2L 1 − sinn2 θ n
2
Nλ n2 − sin2 θ
+ cos θ + n − 1 = p
2L n2 − sin2 θ
Racionalizando temos:
Nλ p
+ cos θ + n − 1 = n2 − sin2 θ (3.1)
2L
Elevando os dois lados da igualdade ao quadrado:
2
Nλ
+ cos θ + (n − 1) = n2 − sin2 θ
2L
64
N 2 λ2
2 2 Nλ Nλ
2
+ cos θ + n − 2n + 1 + 2 + cos θ + 2(n − 1) + cos θ = n2 − sin2 θ
4L 2L 2L
zando a Equação:
N 2 λ2
n[2L − 2L cos θ − N λ] = (1 − cos θ)(2L − N λ) +
4L2
Isolando o índice de refração tem-se a Equação (1.8) que foi apresentada no Capí-
tulo 2.
He-Ne.
s 2 2 2
4n 0, 3 0, 003 0, 5
= + +
1, 619787765 5, 3 3, 860 20
He-Ne.
s 2 2 2
4n 0, 3 0, 003 0, 5
= + +
1, 645569488 4, 8 3, 860 20
65
volvido.
s 2 2
4R 0, 5 0, 01
= +
294, 13333 441, 2 1, 50
Calculado a incerteza da distância em que o espelho móvel deslocou com uma fonte
s 2 2
4d 0, 005 2
= +
6, 088435374µm 1, 790 294
vermelho.
s 2 2
4λ 0, 04 0, 5
= +
609, 0nm 6, 09 20
Calculado a incerteza da distância em que o espelho móvel deslocou com uma fonte
s 2 2
4d 0, 02 2
= +
5, 340136054µm 1, 57 294
verde.
s 2 2
4λ 0, 04 0, 5
= +
534, 0nm 5, 34 20
66
REFERÊNCIAS
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HUGO, D. Y.; ROGER, A. F. Física IV: Ótica e Física Moderna. 1. ed. [S.l.: s.n.], 2008.
VUOLO, J. H. Fundamentos de teoria de erros. 1. ed. [S.l.]: São Paulo: Edgar Blucher,
1996.