Você está na página 1de 84

EFEITO FOTOELÉTRICO NO ENSINO MÉDIO POR MEIO DE EXPERIMENTOS

Gildo Sandro da Silva

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação Mestrado Nacional
Profissional em Ensino de Física (MNPEF),
como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Mestre em Ensino de
Física.

Orientador
Prof. Dr. Jeferson de Oliveira

Cuiabá - MT
Maio de 2020
FICHA CATALOGRÁFICA

S586e Silva, Gildo Sandro

EFEITO FOTOELÉTRICO NO ENSINO MÉDIO POR MEIO


DE EXPERIMENTOS / Gildo Sandro da Silva – 2020
lxxxii, 82 f.: il.color. ; 30cm.

Orientador: Jeferson de Oliveira

Dissertação (mestrado profissional) – Universidade Federal


de Mato Grosso, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Programa de
Pós-Graduação em Ensino de Física , Cuiabá, 2020.
Inclui bibliografia.

1. Efeito fotoelétrico. 2. Corrente elétrica. 3. Circuitos. 4.


Experimentos. 5. Física Moderna. I. Título.
Dedico esta dissertação primeiramente a
Deus pela vida, e a minha família pelo apoio.
AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Dr. Jeferson de Oliveira, pelas orientações fundamentais à


realização deste trabalho.

À minha esposa, Artiana Cristina Silva Lemes e Silva e aos meus filhos, pelo apoio.

Aos meus pais, Gonçalo Vicente da Silva e Carmem Maria de Souza e Silva, pela
oportunidade da vida e assistência recebida durante a mesma.

A CAPES pela oportunidade recebida.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de


Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
RESUMO

O efeito fotoelétrico, bem como outros temas voltados para a física moderna,
geralmente são menos explorados e demonstrados experimentalmente em sala de
aula de forma significativa, pelo fato da grade curricular do ensino da física clássica
ser extensa na 3ª série do ensino médio. Dessa forma, é insuficiente o tempo
necessário para aplicação da matéria em questão, além disso, o custo de aquisição
dos aparelhos para um laboratório de física moderna, frequentemente é muito
oneroso. O objetivo deste trabalho foi de planejar e realizar uma aula de Física
Moderna propondo uma metodologia de ensino-aprendizagem de maneira
significativa, com a aplicação dos experimentos simples para o estudo do efeito
fotoelétrico em sala de aula. Dessa forma, foram utilizados materiais de baixo custo
e de fácil acesso aos professores e alunos do ensino médio. Portanto, os
experimentos demonstraram como o fenômeno ocorre, um deles, permitiram à
percepção do efeito, por meio da incidência de luz, com cores diferentes no sensor
LDR e a sua relação com a corrente elétrica produzida no circuito. O outro
experimento explorou como a corrente elétrica ocorre no circuito, a partir do efeito
fotoelétrico produzido pela incidência de luz em uma placa fotovoltaica. Um circuito
emissor de luz também foi estruturado para a interação experimental entre os dois
circuitos, já citados. Neste trabalho, foi utilizado a Teoria de David Paul Ausubel e
Marco Antonio Moreira, dando ênfase à aprendizagem significativa. A metodologia
foi aplicada em uma turma do 3ª ano de uma Escola em Várzea Grande-MT. Os
conteúdos foram trabalhados, por meio do produto educacional, tendo sua
sequência de ensino-aprendizagem com reduzidas aulas na perspectiva
investigativa. A sua aplicação, foi submetida a uma avaliação quantitativa por meio
da comparação dos resultados entre, o pré-teste e o pós-teste. Portanto, observou-
se que os estudantes melhoraram seu rendimento de forma significativa e eficiente
do tópico efeito fotoelétrico, onde se concebe dos resultados analíticos alcançados
neste trabalho.

Palavras-chave: Efeito fotoelétrico, Corrente elétrica, Circuitos, Experimentos,


Física Moderna.
ABSTRACT

The photoelectric effect, as well as other themes focused on modern physics, are
generally less explored and demonstrated experimentally in the classroom in a
significant way, because the curriculum of classical physics teaching is extensive in
the 3rd grade of high school. Thus, the time required to apply the material in question
is insufficient, in addition, the cost of acquiring the devices for a modern physics
laboratory is often very expensive. The objective of this work was to plan and carry
out a Modern Physics class, proposing a teaching-learning methodology in a
meaningful way, with the application of simple experiments to study the photoelectric
effect in the classroom. Thus, low-cost materials with easy access to high school
teachers and students were used. Therefore, the experiments demonstrated how the
phenomenon occurs, one of them, allowed the perception of the effect, through the
incidence of light, with different colors in the LDR sensor and its relationship with the
electric current produced in the circuit. The other experiment explored how electrical
current occurs in the circuit, based on the photoelectric effect produced by the
incidence of light on a photovoltaic plate. A light emitting circuit was also structured
for the experimental interaction between the two circuits already mentioned. In this
work, the Theory of David Paul Ausubel and Marco Antonio Moreira was used,
emphasizing meaningful learning. The methodology was applied to a 3rd year class
at a school in Várzea Grande-MT. The contents were worked through the educational
product, with its teaching-learning sequence with reduced classes in the investigative
perspective. Its application was subjected to a quantitative assessment by comparing
the results between, the pre-test and the post-test. Therefore, it was observed that
students improved their performance significantly and efficiently from the topic
photoelectric effect, where it is conceived of the analytical results achieved in this
work.

Keywords: Photoelectric effect, Electric current, Circuits, Experiments, Modern


Physics.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Balança de torção para medida da força entre duas cargas q 1 e q2......... 15
Figura 2 - Forças coulombianas para um par de cargas. ......................................... 16
Figura 3 - Fluxo de corrente. .................................................................................... 18
Figura 4 - Cilindro de Carga. .................................................................................... 19
Figura 5 - Trecho de fio condutor. ............................................................................ 20
Figura 6 - Fio de secção constante. ......................................................................... 20
Figura 7 - Circuito equivalente de uma bateria. ........................................................ 23
Figura 8 – Resistor. .................................................................................................. 25
Figura 9 – Capacitor. ................................................................................................ 26
Figura 10 – Indutor. .................................................................................................. 27
Figura 11 – Gerador. ................................................................................................ 28
Figura 12 - Aparelho usado para estudar o efeito fotoelétrico .................................. 30
Figura 13 - Gráfico da corrente i em função da voltagem V ..................................... 31
Figura 14 - Efeito fotoelétrico.................................................................................... 32
Figura 15 - Foto da parte do vídeo que mostra o circuito emissor de luz de LED a
partir de uma placa solar fotovoltaica (modelo do aluno). ......................................... 39
Figura 18 - Foto do Simulador virtual chamado Balancing/PHET. ............................ 40
Figura 19 - Fotografia dos alunos do grupo 1. .......................................................... 42
Figura 20 - Fotografia dos alunos do grupo 2. .......................................................... 42
Figura 21 - Fotografia dos alunos do grupo 3. .......................................................... 42
Figura 22 - Fotografia dos alunos do grupo 4. .......................................................... 43
Figura 23 - Fotografia dos alunos do grupo 5. .......................................................... 43
Figura 24 - Fotografia dos alunos do grupo 6. .......................................................... 43
Figura 27 - Gráfico Analítico de resultados dos alunos do 3º ANO quanto ao pré-
teste........................................................................................................................... 45
Figura 28 - Gráfico Analítico de resultados dos alunos do 3º ANO quanto ao pós-
teste........................................................................................................................... 46
Figura 29 - Gráfico Analítico de resultados dos alunos do 3º ANO quanto ao pré-
teste e ao pós-teste. .................................................................................................. 48
Figura 30 - Gráfico analítico de resultados corretos quanto às questões de nº 7 e 8
dos testes. ................................................................................................................. 49
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Etapas da UEPS. ................................................................................... 35


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de frequência de corte para algumas substâncias. ..................... 33


Tabela 2 - Aplicação de cada aula de metodologia e sequência de ensino-
aprendizagem. ........................................................................................................... 38
Tabela 3 - Faixas do espectro visível. ....................................................................... 41
Tabela 4 - Relação dos alunos do 3º ANO do ensino médio quanto às notas do pré-
teste........................................................................................................................... 44
Tabela 5 - Relação dos alunos do 3º ANO do ensino médio quanto às notas do pós-
teste........................................................................................................................... 46
Tabela 6 - Relação dos alunos do 3º ANO do ensino médio das notas do pré-teste e
pós-teste.................................................................................................................... 47
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 13
2.1 CARGA ELÉTRICA......................................................................................... 13
2.2 CONDUTORES E ISOLANTES ...................................................................... 13
2.3 LEI DE COULOMB ......................................................................................... 14
2.4 A CARGA ELEMENTAR ................................................................................. 16
2.5 CORRENTE ELÉTRICAS ............................................................................... 17
2.6 LEI DE OHM ................................................................................................... 19
2.7 O EFEITO JOULE........................................................................................... 21
2.8 FORÇA ELETROMOTRIZ .............................................................................. 22
2.9 A LEI DE AMPÉRE ......................................................................................... 24
2.10 ELEMENTOS DE CIRCUITO ......................................................................... 25
2.11 EFEITO FOTOELÉTRICO .............................................................................. 28
3 METODOLOGIA ................................................................................................... 34
3.1 ENSINO-APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DAVID PAUL AUSUBEL .... 34
3.2 APLICAÇÕES DA SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM .................. 37
4 RESULTADOS ..................................................................................................... 44
4.1 ANÁLISE DO CONHECIMENTO PRÉVIO DA TURMA NO PRÉ-TESTE POR
ALUNO ........................................................................................................... 44
4.2 ANÁLISE DO CONHECIMENTO PRÉVIO DA TURMA NO PÓS-TESTE POR
ALUNO ........................................................................................................... 45
4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA APLICADA
AO TÉRMINO DA SEQUÊNCIA DE ENSINO APRENDIZAGEM. .................. 47
4.4 ANÁLISES DOS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES QUANTO ÀS
QUESTÕES DE Nº 7 E Nº8 DA PROVA REFERENTE AO PRÉ-TESTE E O
PÓS-TESTE ................................................................................................... 48
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 49
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50
APÊNDICE A - PRODUTO EDUCACIONAL ............................................................ 52
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................ 53
2 PRODUTO EDUCACIONAL ................................................................................. 54
2.1 DESCRIÇÕES DOS MÓDULOS EXPERIMENTAIS ...................................... 54
2.2 CIRCUITO DO SENSOR LDR ........................................................................ 56
2.2.1 Especificações ........................................................................................... 56
2.3 CIRCUITO EMISSOR DE LUZ DE LED ......................................................... 63
2.3.1 Especificações ........................................................................................... 63
2.4 CIRCUITO EMISSOR DE LUZ DE LED A PARTIR DE UMA PLACA SOLAR
FOTOVOLTAICA ............................................................................................ 65
2.4.1 Especificações ........................................................................................... 65
2.5 MONTAGENS DOS EXPERIMENTOS........................................................... 68
2.5.1 Montagem do circuito do sensor LDR com o circuito emissor de luz... 68
2.5.2 Medições e a Física Envolvida .................................................................. 70
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 72
APÊNDICE B – PRÉ-TESTE .................................................................................... 73
APÊNDICE C – PÓS-TESTE .................................................................................... 75
APÊNDICE D – MODELO DE PRÉ-TESTE.............................................................. 77
APÊNDICE E – MODELO DE PÓS-TESTE.............................................................. 80
11

1 INTRODUÇÃO

A proposta inicial deste trabalho é a de mostrar um desenvolvimento


progressivo quanto à assimilação do conhecimento sobre o efeito fotoelétrico por
meio de experimentos. Ansiava-se por uma prática motivadora de ensino, que
tivesse importância para o aluno com conteúdos relevantes da Física Moderna a
serem trabalhados, e tendo espaço na grade curricular no ensino médio para
aplicação da mesmos em sala de aula.
No Brasil, o ensino da Física aponta ser notório, necessitando de ações
menos tradicionalistas, e mais contemporâneas. De acordo com Nogueira (2007, p.
25-26) afirma-se "se não repensarmos a nossa didática, as formas alternativas de
trabalhar com os alunos, a mediação de processos de interação que os tirem da
passividade, continuaremos com alunos desmotivados e desinteressados dentro da
sala de aula".
Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo o planejamento de uma aula de
Física Moderna com o uso de experimentos direcionados ao efeito fotoelétrico. Por
consequência, ocorreu uma melhor compreensão dos conceitos físicos com o auxílio
da aprendizagem significativa, em busca de motivar e interessar os alunos, fazendo-
os entender progressivamente sobre a importância da exploração dos aspectos
conceituais do efeito fotoelétrico por meio de atividades experimentais com materiais
de baixo custo e de fácil acesso. Contudo, proporcionando-se ao educador
instrumentos para uma práxis1 que possa potencializar o seu trabalho na disciplina
de física no ensino médio.
A partir, dos pensamentos como teóricos David Paul Ausubel e Antonio
Marcos Moreira, este trabalho foi desenvolvido partindo de conceitos iniciais sobre a
eletricidade, tendo em vista, que estes conceitos são importantes e relevantes para
a construção cognitiva e compreensão do tema central deste trabalho. Os teóricos
citados propõe uma explicação teórica, para o processo de aprendizagem.

1
Significado de Práxis: Utilização de uma teoria ou conhecimento de maneira prática.
12

Segundo o ponto de vista cognitivista, o uso de organizadores prévios é uma


estratégia proposta por Ausubel para deliberadamente, manipular a estrutura
cognitiva do estudante, com a finalidade de facilitar a aprendizagem significativa. Os
organizadores prévios podem servir de âncora para a nova aprendizagem, que
levarão ao desenvolvimento de subsunçores que facilitem a aprendizagem
subsequente (MOREIRA, 1999).
Portanto, os organizadores prévios servem como ponte de aprendizagem aos
alunos, do que eles têm como conhecimento prévio e do que se deve aprender, com
o propósito de assimilar de maneira significativa aquilo que ainda não se aprendeu.
Para um melhor entendimento, da divisão dos capítulos da presente
dissertação, foi dividida em seis capítulos. Na fundamentação teórica, destacam-se
pontos relevantes, quanto aos conceitos fundamentais da eletricidade, do efeito
fotoelétrico e da teoria de David Paul Ausubel e Antonio Marcos Moreira. Na
sequência, o capítulo três apresenta-se o Produto Educacional, destacando os
aspectos dos experimentos e as partes que os compõem. Na metodologia, são
demonstrados os materiais utilizados, como estes foram estruturados, e como foram
aplicados em sala de aula.
No capítulo seguinte, apresentam-se, por meio de tabelas e gráficos os
resultados referentes aos dados colhidos em sala de aula, como foi possível analisa-
los e compará-los quanto à percepção da motivação dos alunos, a interação deles
em relação aos experimentos, e a dedicação das apresentações dos grupos
formados, pelos estudantes. Na finalização, apresenta-se a conclusão onde é
apresentado o progresso dos alunos, destacado a contribuição do produto
educacional na aprendizagem significativa.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, faz-se uma revisão acerca dos conceitos fundamentais para a
compreensão do efeito fotoelétrico. Entre eles, está a carga elétrica, condutores e
isolantes, lei de Coulomb, a carga elementar, corrente elétrica, lei de Ohm, o efeito
Joule, força eletromotriz, a lei de Ampère, elementos de circuito, além de uma
discussão mais detalhada sobre o efeito fotoelétrico. Em adição, revisa-se a Teoria
de ensino-aprendizagem na perspectiva de David Paul Ausubel que será utilizada
como parte da metodologia.

2.1 CARGA ELÉTRICA

Em 600 a.C, Tales de Mileto já tinha o conhecimento que o âmbar amarelo


(uma resina amarelada, seiva de árvore solidificada ao longo de séculos), após ser
atritado contra substâncias secas, adquiria a propriedade de atrair corpos leves.
Aproximadamente, no século XVI descobriram que pelo atrito outras substâncias
adquiriam a mesma propriedade do âmbar (CALÇADA; SAMPAIO, 2012).
No tratado De magnete, publicado por William Gilbert em 1600, são
mencionados outros corpos que se eletrizam por atrito, tais como o vidro, o enxofre
e o lacre (NUSSENZVEIG, 1997). A matéria possui cargas elétricas de dois tipos,
convencionalmente nomeadas de positivas e negativas. Na natureza, entre duas
cargas elétricas existem uma força que denominamos de força elétrica.
Do contrário da força gravitacional que é sempre atrativa, ás forças elétricas
por sua vez podem ser tanto atrativas como repulsivas. Como exemplo simplório, no
que se refere à atração de corpos eletrizados, cita-se o seguinte, através de
substâncias diferentes pode-se produzir um desequilíbrio na distribuição das cargas
através do atrito.

2.2 CONDUTORES E ISOLANTES

“Cargas elétricas podem ser transmitidas através de diferentes materiais, que


foram chamados de condutores, ao passo que podem permanecer retidas em
outros, chamados de isolantes” (GRAY apud NUSSENZVEIG, 1997, p.4).
14

Portanto, os metais, a água contendo ácidos, bases ou sais em solução, o


corpo humano e a terra são bons condutores. Em muitas localidades brasileiras é
difícil realizar experiências envolvendo a eletrostática, especialmente durante o
verão, devido à grande humidade do ar, tornando-o condutor, e nos países mais
frios, no inverno o ar fica seco. Assim, é comum que o corpo fique eletrizado ao
caminhar sobre o tapete espesso, chegando ao ponto de faiscar quando se toca no
objeto metálico.
Também, pode-se encostar às mãos num objeto carregado, a carga se
desloca para a terra através de nosso corpo. Um bom isolante pode permanecer por
muitas horas ou dias carregado, porém, já o deslocamento da carga através de um
bom condutor é extremamente rápido, por outro lado, um bom isolante poderá
permanecer por muitos dias carregados. (NUSSENZVEIG, 1997).

2.3 LEI DE COULOMB

O equilíbrio estático, em relação a um referencial inercial é considerado na


eletrostática somente com cargas em repouso, ou seja, nada varia com o tempo.
Nesse sentido, a interação eletrostática básica é aquela entre duas cargas
puntiformes, em repouso no vácuo.
A lei de forças foi descoberta, em 1785, por Charles Augustin de Coulomb
através da investigação experimental com o auxílio de um instrumento designado
balança de torção, inventado por ele conforme podemos observar na Figura 1. A
balança consiste de uma haste isolante, com pequenas esferas metálicas nas
pontas servindo uma delas de contrapeso, suspensa por uma fibra fina T ligada a
um ponteiro P com uma escala graduada. (NUSSENZVEIG, 1997).
15

Figura 1 - Balança de torção para medida da força entre duas cargas q1 e q2.
Fonte: Jaborandi, 2008. Disponível: < http://eletricidadejaborandi.blogspot.com/2008/>.
Através de uma força de interação é possível obter o cálculo em termos do
ângulo de rotação do ponteiro, sendo assim o resultado obtido por Coulomb se
exprime por:

𝑞1 𝑞2 ^
𝑭2(1) = 𝑘 = − 𝑭1(2) (2.3.1)
(𝑟12 )² 𝑟

Onde, 𝑟12 é a distância entre as duas partículas carregadas e ȓ𝟏𝟐 = 𝐫12 /𝑟12 é o
vetor unitário da direção da carga q1 até a carga q2, conforme se visualiza na Figura
2. A constante de proporcionalidade k depende da escolha da unidade de carga
elétrica (NUSSENZVEIG, 1997).
No SI, a constante de proporcionalidade k da (2.3.1) é escrita da seguinte
forma:

1
𝑘 ≡ = 10−7 𝑐 2 𝑁. 𝑚2 / 𝐶 2 ≌ 8,98755𝑥109 𝑁. 𝑚2 /𝐶 2 (2.3.2)
4𝜋Ɛ0

c é o valor numérico da velocidade da luz no vácuo, definido exatamente como 299


792 458 (m/s). A constante Ɛ0 é denominada permissividade do espaço livre, o fator
4π é colocado no denominador para simplificar fórmulas subsequentes.
Sendo assim, com o valor de k dado pela (2.3.2), as cargas medidas em
coulombs e as distâncias em metros, as forças de interação são obtidas em Newton
(N) (NUSSENZVEIG,1997).
Portanto, a força é proporcional ao produto das cargas e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separam. No caso, a constante k é
16

positiva: se q1 e q2 têm o mesmo sinal, como na Figura 2, a força é repulsiva. Têm-


se sinais opostos, a força é atrativa.

Figura 2 - Forças coulombianas para um par de cargas.

2.4 A CARGA ELEMENTAR

Na natureza, há uma existência de valor de carga elementar mínimo e: sendo


a carga do elétron –e e a do próton +e. Na escala macroscópica o valor de e é muito
menor sendo, assim:

𝑒 = 1,602177𝑥10−19 𝐶

Portanto, quando temos um fio com uma corrente de 1 ampère, a carga total
que atravessa sua secção transversal por segundo equivale à carga de 6,24𝑥1018
elétrons, o que ilustra bem o valor microscópico de e. As partículas que
denominamos de elementares carregadas, observadas até hoje, têm cargas que são
múltiplos inteiros pequenos de e, em geral ± e.
Pelo fato de nenhum experimento ter revelado a existência de um corpo que
tenha carga menor que a de um elétron, então, a carga elétrica é quantizada, isto é,
existe em quanta2 (NUSSENZVEIG, 1997).
A natureza quântica da corrente elétrica é conhecida desde o advento da
eletrônica, onde foi constatado que flutuações de intensidade da corrente
elétrica em função do tempo eram associadas com a quantização da carga
elétrica (Ludke; Gomes, 2010, p. 4501).

Desta forma, no eletromagnetismo clássico, é evidente perceber este aspecto


da carga elementar, e entender o seu fundamento. A resposta tem a ver com outro
aspecto fundamental da compreensão dos fenômenos físicos: as ordens de
grandeza. Considerando, que um determinado corpo esteja carregado eletricamente,

2
Quantum (plural: quanta) menor valor que determinadas grandezas físicas podem apresentar.
17

positiva ou negativamente o valor da carga Q será um múltiplo inteiro da carga de


um elétron, onde:

𝑄 = 𝑛. 𝑒, 𝑛 = 0, ±1, ±2 ± 3

Sendo assim, faz sentido o tratamento de distribuições de cargas


macroscópicas como se fossem contínuas, sendo carga do próton igual e contrária à
do elétron com erro relativo inferior a uma parte em 1021 . “A experiência clássica de
Millikan para a determinação da carga do elétron é muito interessante do ponto de
vista de estudos estatísticos de medidas experimentais” (VEISSID; PEREIRA;
PEÑA, 2014, p.1302).
Robert Andrews Millikam demonstrou a existência da carga elementar em
suas experiências com gotículas de óleo, estas eram borrifadas eletrizando-se por
atrito no espaço entre duas placas e eram iluminadas, permitindo assim observá-las
pela luz espalhada. Uma gotícula caia com as placas descarregadas, atingindo uma
velocidade terminal uniforme a resistência do ar equilibrava o seu peso
(NUSSENZVEIG, 1997).
As placas estando carregada, a força eletrostática exercida por elas permitia
equilibrar a força gravitacional mantendo a gotícula suspensa. Comparando os
resultados obtidos nas duas situações, permitia medir a carga da gotícula. Eram
sempre múltiplos inteiros de e os valores obtidos.
Também ao utilizar um agente ionizante, era possível produzir variações de
carga em uma gotícula gerando uma fonte radioativa. As variações observadas
também eram sempre múltiplas inteiras de e. Diz-se que a carga é quantizada em
unidades da carga elementar e. Atualmente, todas as partículas elementares
carregadas observadas têm cargas que são múltiplos inteiros de e, em geral ± e.
(NUSSENZVEIG, 1997).

2.5 CORRENTE ELÉTRICAS

Quando um fio metálico é ligado às placas de um capacitor carregado, não


haverá equilíbrio eletrostático, por razão das extremidades destes estar ligados com
potenciais diferentes. Quando uma conexão é feita, uma corrente elétrica passa
18

através do fio. O resultado disso é que: a corrente resulta do movimento de elétrons


livres, que se deslocam da placa negativa à positiva através do fio.
Portanto, é convencionado por razões históricas que o sentido da corrente é
aquele que corresponde ao ato de deslocamento de cargas positivas, que é o
inverso à do movimento dos elétrons. A intensidade i da corrente através de uma
determinada secção do fio condutor é definida, como a quantidade de carga que
atravessa esta secção por unidade de tempo, assim:

𝑑𝑞
𝑖 = (2.5.1)
𝑑𝑡

No SI a unidade de corrente é o ampère (A). Em uma corrente de 1A, a


secção do fio é atravessada a cada segundo por 1C de carga, assim:

1𝐶 1𝐶
= ≈ 6,2𝑥1018 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑜𝑛𝑠
𝑒 1,6𝑥10−19 𝐶

Como referência temos um elemento de área dS cujo versor da normal 𝑛


^
define essa orientação, a corrente di que o atravessa pode ser considerada como o
fluxo através de dS de um vetor j (Figura 3).

𝑑𝑖 = 𝑗. 𝑛
^𝑑𝑆 (2.5.2)

Figura 3 - Fluxo de corrente.

Onde j tem a direção e o sentido que corresponderiam ao movimento das


cargas positivas. O vetor denomina-se densidade de corrente: associado à corrente
por unidade de área, e suas unidades são A/m2.
São vários os tipos de portadores de corrente, de acordo com a natureza do
meio em que passará a corrente. Por exemplo, no metal são os elétrons, em uma
lâmpada fluorescente, os portadores são tanto elétrons como íons positivos do gás,
19

que se deslocam em sentidos opostos sob a ação do campo da descarga. Numa


solução, por exemplo, de HCL, temos o eletrólito e os portadores são os íons
positivos H+ e negativos CL (NUSSENZVEIG, 1997).
Para simplificar, suponha-se que os portadores sejam todos com natureza
igual e se desloquem à mesma velocidade v. Nesse caso, a carga total que
atravessará dS durante um intervalo de tempo dt é a carga contida num cilindro de
base dS e geratrizes vdt , cujo volume é ilustrado na Figura 4.

Figura 4 - Cilindro de Carga.

𝑑𝑣 = 𝑣𝑑𝑡. 𝑛
^𝑑𝑆 (2.5.3)

Se ρ é a densidade volumétrica de carga associada aos portadores, a carga


total contida em dv é dq = ρ d v. Portanto, a contribuição à corrente será, conforme
mostra na fórmula, em seguida:

𝑑𝑖 = 𝜌𝑣. 𝑛
^𝑑𝑆 (2.5.4)

Assim a soma se estendendo a todos os grupos de portadores de cargas.

2.6 LEI DE OHM

Dentro de um meio material, a corrente é resultante das partículas carregadas


deste meio às forças a elas aplicadas. O que é interessante é a resposta a um
campo elétrico.
A relação é dada pela Lei de Ohm (formulada em 1826, por analogia com a lei
de condução do calor): para uma grande variedade de materiais isotrópicos líquidos
e sólidos, temos:
j=σE (2.6.1)

No qual, a constante σ, característica do material denomina-se condutividade


elétrica do material. Conforme, a Figura 5 num trecho dl de um fio condutor,
20

considere-se a secção transversal S sobre o qual a corrente j é longitudinal e


homogênea (a mesma em qualquer ponto da secção S). Pela lei de Ohm, o mesmo
acontece com o campo.

Figura 5 - Trecho de fio condutor.

A diferença de potencial dV entre as secções iniciais A e final B é


apresentada, logo abaixo:

𝐵
𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ≡ 𝑑𝑉 = ∫𝐴 𝐸. 𝑑𝑙 = 𝐸𝑑𝑙 (2.6.2)

O E é uniforme e paralelo de dl (esta é a queda de potencial no sentido da


corrente). Por definição, a intensidade de corrente que atravessa esse trecho do fio
é apresentada:

𝑖 = ∫𝑆 𝑗. 𝑛
^ 𝑑𝑆 = 𝑗. 𝑆 = 𝜎𝐸𝑆 (2.6.3)

E quando o fio tem secção constante, obtemos em um comprimento l de fio,


entre os pontos A e B conforme, demonstrado na Figura 6.

Figura 6 - Fio de secção constante.


𝑉𝐴 − 𝑉𝐵 ≡ 𝑉 = 𝑅 𝑖 (2.6.4)

𝑙 𝑙
𝑅= ≡ 𝜌𝑆 (2.6.5)
𝜎𝑆

Entre os pontos A e B denominamos resistência do fio condutor, onde ρ ≡ 1/σ


é a resistividade do material. A resistência de uma porção do fio é diretamente
proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à área da secção
21

transversal do fio, tendo como a unidade de medida da resistência denominado de


ohm e representado pelo símbolo Ω:

1𝑉
1𝛺 = 1𝐴 (2.6.6)

Pra cada resistência de 1Ω, uma corrente de 1A, produz uma queda de
potencial de 1V. Como [ρ] = [R] [L], a unidade de medida de ρ é 1Ω-m (ohm-metro).

𝜌 = 𝜌0 [1 + 𝛼(𝑇 − 𝑇0 )] (2.6.7)

Dessa forma, podemos visualizar que: ρ é a resistividade à temperatura T e ρ0


é a resistividade à temperatura T0. Designa-se de coeficiente de temperatura da
resistividade a constante α, sendo geralmente positiva para metais quando ρ
aumenta com T, mas permite valores negativos para materiais semicondutores
(NUSSENZVEIG, 1997).

2.7 O EFEITO JOULE

O transporte de uma determinada carga dq por uma diferença de potencial V,


através de um eletrodo a outro da bateria, é necessário o fornecimento de uma
energia (dq) V. No entanto, para conter uma corrente i = dq/dt durante um intervalo
de tempo dt através de V é necessário o fornecimento de uma energia.

𝑑𝑊 = (𝑖𝑑𝑡) 𝑉 (2.7.1)

Correspondente a uma potência (energia por unidade de tempo), defina-se:

𝑑𝑊
≡ 𝑃 = 𝑖𝑉 (2.7.2)
𝑑𝑡

Sendo para 𝑖 = 1𝐴 e 𝑉 = 1𝑉, o resultando da potência3 𝑃 = 1𝑊 (Watt).

3
A potência é a quantidade de energia transferida ou consumida por unidade de tempo;
equivalentemente, a potência é a taxa de trabalho realizado. Em linguagem padrão, o watt é a
potência que em um segundo, produz 1 joule de energia. Exemplo: 1watt = 1joule / segundo (Khan
Academy, 2020).
.
22

Em certa parte dl de um condutor de secção S, sendo a queda de potencial


igual a dV, defina-se:

𝑑𝑉
𝑑𝑃 = 𝑖 𝑑𝑙 = 𝑖𝑑𝑙 𝐸 = 𝑗 𝑆 𝑑𝑙 . 𝐸 = 𝒋 . 𝑬 𝑑𝑣 (2.7.3)
𝑑𝑙

Nesse sentido, 𝑑𝑣 = 𝑆𝑑𝑙 é o volume do elemento de condutor considerado, e j


é paralelo a E. Portanto a potência por unidade de volume é definida, conforme se
apresenta:

𝑑𝑃
= 𝒋. 𝑬 (2.7.4)
𝑑𝑣

Tendo assim um condutor ôhmico j = σ E, igual a:

𝑑𝑃 𝒋2
𝝈𝑬2 = (2.7.5)
𝑑𝑣 𝝈

Essa potência, como em outros processos onde há atrito, ela dissipará sob a
forma de calor, (por exemplo, num aquecedor de cabelos), com a possibilidade de
gerar radiação térmica visível e a resistência R do condutor sendo definida por:

𝑉2
𝑃 = 𝑖 2𝑅 = (2.7.6)
𝑅

Portando a conversão de energia elétrica em calor é conhecida como efeito


Joule (NUSSENZVEIG, 1997).

2.8 FORÇA ELETROMOTRIZ

Uma corrente 𝑖 através de uma tensão V gera, por unidade de tempo, uma
energia 𝑖𝑉. Podendo essa energia elétrica ser convertida em outras formas de
energia, por exemplo: a mecânica, caso seja usada para alimentar um motor de
corrente contínua e a térmica, caso seja usada para aquecimento através do efeito
Joule, entre outras. As companhias de fornecimento de eletricidade registram o
trabalho fornecido em kWh.
O efeito não-eletrostático, que ocorre dentro da bateria, pode ser
representado generalizando a lei de Ohm para:
23

𝒋 = 𝝈(𝑬 + 𝑬𝒆 ) (2.8.1)

O símbolo 𝑬𝒆 correspondente a um “campo elétrico equivalente” que no


exemplo só existe no interior da bateria. Então 𝑬𝒆 representa força por unidade de
carga, que é impressa sobre os portadores de corrente, assim originando a não-
eletrostática. A corrente, fora da bateria tem o sentido da queda de potencial (de V1
para V2 < V1), sendo dentro dela o inverso: a corrente vai de V2 para V1, e as cargas
recebem energia, devido ao campo impresso (gradiente de concentração).
Como E(e)=-E dentro de uma determinada solução, conforme mostra, a seguir:

1
Ɛ = − ∫2 𝑬. 𝒅𝒍 = 𝑉1− 𝑉2 (2.8.2)

Sendo Ɛ igual à diferença de potencial em um circuito aberto entre os pontos


1 e 2 em uma determinada bateria de 1,5, tem-se Ɛ = 1,5V. Considerando a parte
externa à solução do circuito C por um fio condutor de condutividade σ, passará por
ele uma corrente j = σ E ≠ 0, resultando assim numa intensidade de corrente i dada
por:

Ɛ = 𝑉1 − 𝑉2 = 𝑉 = 𝑅𝑖 (2.8.3)

Sendo R é a resistência do fio condutor. A dissipação dentro da própria


bateria, correspondente a uma resistência interna equivalente r não pode ser
desprezada. Abaixo se apresenta um diagrama de circuito, conforme a Figura 7.

Ɛ
𝑖= (2.8.4)
𝑅+𝑟

Figura 7 - Circuito equivalente de uma bateria.


24

Como exemplificado, o sistema pode ser comparado como sendo um


escoamento de água em uma canalização fechada (circuito). Onde o fluxo de água
se mantém por bombeamento, tendo a bateria desempenhando um papel análogo
ao da bomba.
Existem outros modelos de fem (força eletromotriz). As causas que produzem
o campo e a fem associada, podem originar-se de reações químicas denominados
eletrodos. Como exemplo, se tem as pilhas de lanterna e baterias de automóveis,
sendo a conversão de energia térmica em elétrica, a de energia da radiação como
numa célula solar, etc. (NUSSENZVEIG, 1997).

2.9 A LEI DE AMPÉRE

As linhas de força magnéticas são fechadas no infinito, sendo B = 0, tendo


como exemplo as linhas de forças circulares em torno de um fio retilíneo com
corrente, portanto a circulação de B por uma determinada linha de força fechada é
necessariamente ≠ 0, isso podendo ser positiva ou negativa conforme a orientação
que se exprimi ao elemento de linha dl para uma curva fechada C, ilustrada a seguir:

∮𝑪 𝑩. 𝑑𝑙 > 0 (2.9.1)

No Sistema Internacional de Medidas (SI), designa-se:

∮𝑪 𝑩. 𝑑𝑙 = µ0 𝑖 (2.9.2)

Onde se caracteriza pela lei de Ampère para correntes estacionárias e a


constante µ0 nomeia-se permeabilidade magnética do vácuo, onde:

𝑁
µ0 ≡ 4𝜋 𝑥 10−7 (2.9.3)
𝐴2

Sendo útil esta lei de Ampère, para o cálculo de B somente quando a


distribuição de correntes é particularmente simétrica, e que a magnitude |B| esteja
também simetricamente distribuída (NUSSENZVEIG, 1997).
25

2.10 ELEMENTOS DE CIRCUITO

A utilização do eletromagnetismo em circuitos elétricos é uma das práticas de


maior importância, tanto de corrente contínua (DC) como alternada (AC). Alguns
elementos de circuito são: O Resistor (ôhmico) – é um elemento de circuito,
representado conforme Figura 8, onde obedece à lei de Ohm, ou seja, quando
atravessado por uma corrente I, tem uma queda de potencial no sentido da corrente:
𝑉 ≡ 𝑉1 − 𝑉2 através dos seus extremos 1 e 2 apresentada:

𝑉 = 𝑅𝐼 (2.10.1)

Figura 8 – Resistor.

Em um determinado resistor, estabelece uma conversão de energia elétrica


em energia térmica, onde é denominado de efeito Joule. A potência dissipada é:

𝑃 = 𝐼2𝑅 (2.10.2)

O Capacitor – em um capacitor existente nas duas placas (armaduras),


conforme ilustrado na Figura 9, uma tendo carga 𝑄, e outra −𝑄, podendo estas
variar com o tempo, considerando que seja de forma quase estacionária, e a queda
de potencial 𝑉 ≡ 𝑉1 − 𝑉2 entre as placas conforme, mostradas por:

𝑄
𝑉= (2.10.3)
𝐶
26

Figura 9 – Capacitor.

1 𝑄2
𝑈= 𝐶𝑉 2 = (2.10.4)
2 2𝐶

Conseguinte, nos capacitores é armazenada energia elétrica, sendo a energia


total armazenada representada pela Equação (2.10.4) (NUSSENZVEIG, 1997).
O Indutor4 – representado conforme a Figura 10 é idealizado no interior, no
qual o campo magnético supõe-se totalmente delimitado, igual a um solenoide
infinito, de resistência insignificante. Pode-se então resultar que E=0 ao longo do
solenoide, considerando um condutor perfeito.
Avançando o circuito fechado 1234, onde três e quatro são arbitrariamente
próximos de um e dois, então temos:

4
Indutores – conhecidos também como bobina ou solenoide, são dispositivos eletrônicos capazes de
armazenar energia em forma de campo magnético.
27

Figura 10 – Indutor.

𝑑𝑙 4
Ɛ ≡ ∮1234 𝑬. 𝒅𝒍 = −𝐿 𝑑𝑡 ≌ ∫3 𝑬. 𝒅𝒍 = −(𝑉4 − 𝑉3 ) ≌ −(𝑉1 − 𝑉2 ) ≡ −𝑉 (2.10.5)

Resulta-se, na seguinte equação, ilustrada em seguida:

𝑑𝑙
𝑉 = 𝐿 𝑑𝑡 (2.10.6)

Tomada no sentido da corrente, será a queda do potencial através dos limites


do indutor, havendo no mesmo o armazenamento de energia, na forma de energia
magnética. Contudo, essa será a energia armazenada (Ɛ) (NUSSENZVEIG, 1997).

1
𝑈= 𝐿𝐼 2 (2.10.7)
2

O Gerador – é uma fonte de fem conforme podendo ser tratada de forma


semelhante ao de uma bateria (gerador DC) ou para um (gerador AC), demonstrado
na Figura 11.
Um gerador é um elemento ativo que fornece energia no circuito, diferente
dos outros (passivos) já citados anteriormente. Para a bateria, o gerador é
atravessado pela corrente no sentido inverso ao da queda de potencial, conforme
representado, logo abaixo:
28

𝑉1 − 𝑉2 ≡ 𝑉 = −Ɛ (2.10.8)

Figura 11 – Gerador.

A queda de potencial é onde o gerador fornece energia à taxa Ɛ𝐼


(NUSSENZVELG, 1997).

2.11 EFEITO FOTOELÉTRICO

Amplamente conhecido desde o século XVIII, os primeiros experimentos


foram realizados pelos físicos Becquerel e Hertz. A montagem do experimento era
geralmente a mesma, que possuía grandes tubos de vidro, com placas metálicas no
interior.
Essas placas metálicas eram ligadas com uma diferença de potencial e como
os eletrodos tinham entre eles uma grande distância, apesar deles estarem ligados
em um circuito elétrico, não obtinha transmissão de corrente, ou seja, não tinha uma
corrente circulando dentro do circuito. Iluminavam uma dessas placas metálicas com
luz, e quando umas dessas placas eram iluminadas, era possível perceber a
circulação de corrente elétrica dentro do circuito (R. EISBERG; R. RESNICK, 1979).
29

É um desses fatos paradoxais e fascinantes na história da ciência que Hertz


tenha notado, no decorrer de suas experiências, o efeito que Einstein mais
tarde usou para contradizer outros aspectos da teoria eletromagnética
clássica. Hertz descobriu que uma descarga elétrica entre dois eletrodos
ocorre mais facilmente quando se faz incidir sobre um deles luz ultravioleta,
Lenard5, seguindo alguns experimentos de Hallwachs, mostrou logo em
seguida que a luz ultravioleta facilita a descarga ao fazer com que elétrons
sejam emitidos da superfície do catodo. A emissão de elétrons de uma
superfície, devida à incidência de luz sobre essa superfície, é chamada
efeito fotoelétrico (R. EISBERG; R. RESNICK, 1979, p. 51).

O efeito fotoelétrico estava bem conhecido, porém havia várias questões no


decorrer desse processo que não era muito delineado. Este experimento, e o
experimento da radiação de um corpo negro, permaneceram até a virada do século
sem resposta.
As ondas eletromagnéticas na faixa ultravioleta também podem produzir
efeitos de ressonância, desta vez com os elétrons dos átomos. Os elétrons
absorvem a radiação e saltam para outros níveis quânticos. A absorção
quantizada da luz nessas duas faixas de frequência nos obriga a tratar,
nesses casos, a luz como pacotes de energia (fótons e esses fenômenos
são estudados pela teoria quântica) (SCARINCI; MARIENELI, 2014, p.
1309-6).

“Em 1923, Arthur Compton, da Washington University, em Saint Louis,


executou um experimento que confirmou a previsão de que os fótons possuem
energia e momento”. (HALLIDAY; RESNICK; WALKER 2007, p. 185).
A Figura 12 demonstra um aparelho utilizado na época para estudar o efeito
fotoelétrico. Feito de um invólucro de vidro no aparelho em um ambiente, no qual
acontece o vácuo. Incide luz monocromática, por meio de uma janela de quartzo, cai
sobre a placa de metal A liberando elétrons, denominados fotoelétrons. Podendo ser
os elétrons detectados sob a forma de uma corrente se forem atraídos para o coletor
metálico B por meio de uma diferença de potencial V estabelecida entre A e B. O
amperímetro G serve para medir a corrente fotoelétrica (R. EISBERG; R. RESNICK,
1979).

5
Em 1903, o assistente de Hertz, Philipp Lenard, desenvolveu uma série de experimentos com o
intuito de estabelecer uma relação entre a intensidade da luz e a energia dos elétrons emitidos.
30

Figura 12 - Aparelho usado para estudar o efeito fotoelétrico


Fonte: (R. EISBERG; R. RESNICK, 1979, p.52)

Conforme a Figura 13 é demonstrado abaixo por meio de um gráfico da


corrente elétrica i sendo ela em função da voltagem V, conforme dados coletados do
aparelho da Figura 12, mostra que a diferença de potencial aplicada por V é
considerada positiva quando o coletor B está com um potencial maior em relação à
superfície fotoelétrica A. A intensidade da luz incidente da curva b, foi reduzida à
metade da curva a. V0 é o potencial limite independente da intensidade da luz, sendo
que as correntes de saturação Ia e Ib são diretamente proporcionais a ela (R.
EISBERG; R. RESNICK, 1979).
31

Figura 13 - Gráfico da corrente i em função da voltagem V


Fonte: (R. EISBERG; R. RESNICK, 1979, p.52)

Um dos principais problemas que existia, era o fato de que ao iluminar essas
placas metálicas com luz de diversas frequências, partindo da vermelha até a azul, a
corrente elétrica só surgia a partir de uma dada frequência, independentemente da
intensidade da luz emitida.
Não se tinha nenhuma uma explicação muito satisfatória, para esse
comportamento observado. A teoria luminosa da época previa que para qualquer
comprimento de onda, ou seja, luz de qualquer cor que incidisse nas placas deveria
dar origem à corrente no circuito ao atingir uma dada intensidade luminosa.
Outra problemática que havia é que, ao incidir luz azul com pouca intensidade
gerava o efeito fotoelétrico, em compensação, ao incidir uma luz vermelha com alta
intensidade não apresentava o efeito fotoelétrico. Portanto, tinham vários
questionamentos desse experimento que não eram convincentemente explicadas
pelas teorias existentes até aquela época. Neste contexto, esse tipo de experimento,
tem uma importância histórica dentro da física (EISBERG, R. RESNICK, 1979).
A explicação para o efeito fotoelétrico fica evidente no início do século com
Einstein (1905), que se propõe a formular uma explicação para o efeito. Portanto, ele
se utiliza da ideia de Planck, que foi o físico que conseguiu explicar o
comportamento observado da radiação de um corpo negro, onde o mesmo prevê
que a energia é quantizada. Planck propõe que a energia cumpra de alguma
32

maneira, uma lei de quantização através da equação E=h.f, consistindo na


frequência da radiação que é incidida no meio, E é a Energia dos elétrons, h a
Constante de Planck e f a Frequência da luz.
"Albert Einstein introduz a quantização da radiação eletromagnética, o que
permite explicar características sutis do efeito fotoelétrico: elétrons são ejetados por
um metal quando um feixe de luz incide sobre ele" (DAVIDOVICH, 2015, p. 4205-2).
A figura 14 demonstra um material ao ser submetido à luz ejeta elétrons com
frequência a um limiar maior que depende do material. Cada elétron tem uma
energia que depende diretamente da frequência da luz incidente e o número de
elétrons ejetados sendo proporcionalmente à intensidade da luz.

Figura 14 - Efeito fotoelétrico.


Fonte: (DAVIDOVICH, 2015, p. 4205-2).

Neste sentido, na ideia da quantização aplicada para o efeito fotoelétrico,


Einstein propõe que a energia dos fótons (partículas de luz) que vão iluminar uma
placa metálica, com certo comprimento de onda de luz pode ser descrita também
pela equação de Planck E=hv. A energia que chega é representada pela função
(h.f), e a função trabalho (W) (DAVIDOVICH, 2015).
A função trabalho é uma função intrínseca da placa de metal, assim para
cada um dos metais tem uma função trabalho (W) diferente. Alguns metais, por
exemplo, tem função trabalho (W) da ordem de 5 a 6 eV, em compensação outros
metais tem função trabalho na ordem de 1 a 2 eV. A explicação do Einstein é propor
uma equação da seguinte forma:

E = h.f – W

Onde a Função trabalho aparece, sendo representado por W. Estes


pressupostos resolvem as duas problemáticas, que havia na descoberta do efeito
33

fotoelétrico até a virada do século. A primeira questão é que, nem todas as cores
(frequências) originam o efeito fotoelétrico.
Portanto, a equação descreve que a função trabalho (W) como um limite
mínimo, pois se deve incidir luz num certo comprimento de onda com uma
frequência suficiente para anular a função trabalho, ou seja, deve-se fazer que com
essa energia (E) torne-se positiva, com a premissa que essa energia só será positiva
se o fóton (energia do fóton) for maior que a função trabalho (W), então de alguma
maneira deve-se ajustar o comprimento de onda para que seja superior a função
trabalho (W) e consequentemente possuir efeito fotoelétrico (DAVIDOVICH, 2015).
A segunda problemática que se tinha consistia na intensidade com a energia
dos elétrons. Quando se observa a equação do Einstein, percebe-se que em
nenhum momento aparece a intensidade do fóton, só uma característica intrínseca
da luz que é a frequência. Uma luz muito intensa ou uma luz pouco intensa, não
altera sua frequência ou comprimento de onda, ou seja, a intensidade não está
ligada a energia. Portanto, não há uma justificativa plausível que afirme que a
variação na intensidade de luz incidida, modifique o efeito fotoelétrico, isto é, caso
incida uma luz muito intensa, ocorre maior expulsão de elétrons com a mesma
energia.
Contudo, se incidir uma luz vermelha, a mesma não promoverá efeito
fotoelétrico, mesmo que tenha baixa ou alta intensidade. É importante ressaltar que
para cada metal 6 utilizado, o efeito fotoelétrico só ocorre quando a frequência da
radiação é maior ou igual a um valor fc, intitulado frequência de corte, que não
depende da intensidade da radiação. Na Tabela 1, contém os valores de fc para
algumas substâncias (metais alcalinos, metais não ferrosos. O Carbono é um não
metal conforme tabela periódica, mas, é um elemento de alta condutibilidade elétrica
e térmica).

Tabela 1 - Valores de frequência de corte para algumas substâncias.

6
“O termo "metal" (palavra oriunda do grego metalon) refere-se a uma das quatro classificações
propostas para os elementos químicos da Tabela Periódica (sendo as outras: ametais, gases e
hidrogênio). São metais 94 dos 118 elementos existentes na Tabela” (DIAS, 2020).
34

Substância fc (1014 Hz) Região do espectro eletromagnético

Sódio (Na) 5,5 Visível

Potássio (K) 5,3 Visível

Rubídio (Rb) 5,1 Visível

Césio (Cs) 5,2 Visível

Carbono ( C ) 11,6 ultravioleta

Alumínio (Al) 9,8 ultravioleta

Cobre (Cu) 11,4 ultravioleta


(Dados retirados do livro: ELETRICIDADE E FÍSICA MODERNA - Física Clássica, 3 volume Ensino
Médio – Caio Sérgio Calçada e José Luiz Sampaio – Atual Editora ).

3 METODOLOGIA

3.1 ENSINO-APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DAVID PAUL AUSUBEL

Nesta subseção, trazem-se partes da teoria de ensino-aprendizagem na


perspectiva de David Paul Ausubel, onde sua atenção é constantemente voltada
para a aprendizagem, tal como ela ocorre na sala de aula, no cotidiano da grande
maioria das escolas.
Novas ideias e informações podem ser aprendidas e retidas, na medida em
que conceitos relevantes e inclusivos estejam adequadamente concisos, disponíveis
e que funcionem na estrutura cognitiva do indivíduo, dessa forma, como ponto de
ancoragem às novas ideias e conceitos (MOREIRA, 1999). Assim sendo, o propósito
deste trabalho é trazer essa aprendizagem por meio de um Produto Educacional que
envolve a prática de experimentos, seguindo uma sistemática conforme uma
sequência de ensino-aprendizagem.
A proposta teórica metodológica, que envolve uma sequência didática de
atividades no ensino de ciências a serem testadas e trabalhadas, convencionou-se
35

denominar de sequência de ensino-aprendizagem, que na língua inglesa é tida pela


sigla TLS que significa Teaching and Learning Sequences (conforme Tabela 2).
Para o entendimento do efeito fotoelétrico direcionado na Teoria da
Aprendizagem Significativa, fundamentando-se em dois princípios: a diferenciação
progressiva e a reconciliação integrativa. Desde o início dos conceitos mais gerais
da matéria, a diferenciação progressiva de um determinado conteúdo deverá ser
apresentada. A reconciliação integrativa ocorre com a aplicação do conteúdo, assim
os conceitos vão sendo explorados, diferenciados e relacionados com os
conhecimentos prévios, assim como realizando a reconciliação entre as
inconsistências reais com as aparentes (MOREIRA, 2006).
As Unidades de Ensino Potencialmente Significativas (UEPS), são
sequências didáticas que se baseiam na Teoria de Aprendizagem Significativa (TAS)
de Ausubel (1980). No Quadro 1 mostra as características de cada etapa da UEPS.

Quadro 1 – Etapas da UEPS.

ETAPAS DA UEPS

Inicialmente deve-se escolher o conteúdo a ser abordado da sequência


Definição de conteúdo
didática.

O professor ou pesquisador deve utilizar ferramentas para identificar os


conhecimentos prévios do aluno. Essas ferramentas podem ser
Conhecimentos Prévios
questionários, mapas mentais, mapas conceituais, discussão livre, entre
outras.

É necessário elaborar situações problema em nível introdutório com


Situações problemas
objetivo de prepará-lo para a introdução do conteúdo.

Conteúdo É apresentado o conteúdo de forma geral.

Aumentar a complexidade de Utilizando nível mais alto de complexidade retomar os aspectos mais
conteúdo gerais e propor em níveis crescentes de complexidade outras situações.
36

Avaliação somativa para registrar evidências de aprendizagens


Avaliação somativa significativas. No entanto, devem-se registrar evidências ao longo da
aplicação da UEPS de todas as atividades aplicadas.

Fonte: Moreira (2011)

Ausubel menciona que, no processo de aprendizagem, a nova informação


interage em comum à estrutura de conhecimento específico, que ele classifica de
conceito “subsunçor”. Ausubel é um representante do cognitivismo e, como tal,
propõe uma explicação teórica do processo de aprendizagem, segundo o ponto de
vista cognitivista, embora reconheça a importância da experiência afetiva.
Para Ausubel, aprendizagem significa organização e integração do material
na estrutura cognitiva. Ausubel baseia-se na premissa de que existe uma estrutura
no qual essa organização e integração se processam, é a estrutura cognitiva, que é
entendida como o conteúdo total de ideias de um determinado indivíduo e sua
organização, ou o conteúdo e organização de suas ideias em uma área particular de
conhecimentos. A estrutura cognitiva é o complexo resultante dos processos
cognitivos, ou seja, dos processos por meio dos quais se adquire e utiliza o
conhecimento. O trabalho científico educacional voltado para aprendizagem se
resume em que “o fator isolado mais importante que influencia a aprendizagem é
aquilo que o aprendiz já sabe. Averigue isso e ensine-o de acordo” (MOREIRA,
1999, p. 152).
Dessa forma, para melhor entendimento da inserção da teoria de Ausubel
neste trabalho, é tratar sobre o conceito central que é o de aprendizagem
significativa. Para Ausubel, aprendizagem significativa é um processo por meio, do
qual uma nova informação relaciona-se com um aspecto especificamente relevante
da estrutura de conhecimento do indivíduo, ou seja, este processo envolve a
interação da nova informação com uma estrutura de conhecimento específica, a qual
ele define como conceito subsunçor, ou simplesmente subsunçor existente na
estrutura cognitiva do indivíduo.
A aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em
conceitos ou proposições relevantes, preexistentes na estrutura cognitiva do
aprendiz. Ausubel observa o armazenamento de informações no cérebro humano,
organizado com a formação de uma hierarquia conceitual, no qual elementos mais
37

específicos de conhecimento são ligados (e assimilados) a conceitos mais gerais,


mais inclusivos. Portanto, estrutura cognitiva significa uma estrutura hierárquica de
conceitos que são representações de experiências sensoriais do indivíduo
(MOREIRA, 1999).
Nesse sentido, essa teoria contribui para este trabalho de ensino da Física, a
exemplo, se os conceitos de eletricidade e fóton já existem na estrutura cognitiva do
aluno, eles servirão de subsunçores para novas informações referentes a certos
tipos de eletricidade e fóton como, por exemplo, o efeito fotoelétrico.
Contudo, este processo de “ancoragem” da nova informação resulta, em
crescimento e modificação do conceito subsunçor. No exemplo dado, uma ideia
intuitiva de eletricidade e fóton serviria como subsunçor para novas informações
referentes ao efeito fotoelétrico. No entanto, conforme esses novos conceitos são
aprendidos de maneira significativa, assim resulta-se num crescimento e elaboração
dos conceitos subsunçores iniciais, isto é, os conceitos de eletricidade e fóton
ficariam mais elaborados, inclusivos e mais capazes de servir de subsunçores para
novas informações relativas à eletricidade e fóton, ou correlatas.
O produto educacional elaborado é um recurso para a aplicação de
experimentos, seguindo uma sistemática, conforme uma sequência de ensino-
aprendizagem para o entendimento do efeito fotoelétrico. Dentro dessa sistemática,
o intuito é o de trabalhar os subsunçores com o objetivo de uma aprendizagem
significativa.

3.2 APLICAÇÕES DA SEQUÊNCIA DE ENSINO-APRENDIZAGEM

O conhecimento prévio de cada aluno em relação aos assuntos relacionados


à eletricidade adentra-se neste trabalho, no qual foi desenvolvido, com o uso de uma
sequência de ensino-aprendizagem em sala de aula, direcionado para alunos da 3ª
Série do Ensino Médio, experimentos voltados para aplicação do efeito fotoelétrico
com o propósito de motivar os alunos ao conhecimento da Física Moderna.
Foi estabelecido grupos de alunos, onde estes realizaram todos os
experimentos. Tiveram aula teórica e expositiva a respeito do conteúdo, vídeos,
resoluções de exercícios e aplicação inicial e final de questionário quantitativo a
38

respeito do conteúdo abordado. Dessa forma, totalizando uma sequência de seis


aulas necessárias para a aplicação dos processos, sendo cada uma num tempo de
cinquenta minutos. A seguir, detalha-se por meio de uma planilha, a tabela 2 que
apresenta a aplicação de cada aula dentro de uma metodologia da sequência de
ensino-aprendizagem.

Tabela 2 - Aplicação de cada aula de metodologia e sequência de ensino-aprendizagem.


Sequência de Ensino-aprendizagem (TLS – TEACHING-LEARNING
SEQUENCES)

Etapas Atividades Descrição Produção Finalidade Tempo Aula


Vídeo em que explica o fenômeno
do Efeito Fotoelétrico, com o uso
Apresentação
de experimento (material do
realizada pelo
aluno). Neste vídeo, mostra-se
I Vídeo professor, por Motivação 5 min.
quando é incidida uma luz visível
meio de um
por uma lanterna, em uma placa
Datashow.
solar ligada a um LED dentro do
circuito, o LED acende.

Os alunos 1
Situação
Questionamentos Por que ocorreu? É “fake” o escrevem/ilustra
II Problema 5 min.
Debate* vídeo? m as suas
inicial
suposições

Avaliação escrita com questões


Levantamento
básicas que envolvem as relações
Avaliação Pré- de
III entre, eletricidade, fóton, efeito Teste 40 min
teste subsunçores e
fotoelétrico, tensão e resistência
pesquisa
elétrica.
Etapas Atividades Descrição Produção Finalidade Tempo Aula
Apresentação do simulador para Computador no
Simulação Organizador
IV os alunos, com uma interação do Laboratório de 20 min.
Balancing/PHET Prévio
mesmo. Informática
2
Apresentação de conceitos Apresentação
Diferenciação
V Aula Expositiva históricos da Física Moderna por Slide pelo 30 min.
Progressiva
(Quântica) e o efeito fotoelétrico. Professor

Etapas Atividades Descrição Produção Finalidade Tempo Aula

Apresentação dos módulos


experimentais, para contato dos
alunos com os experimentos. Tabelas com as Organizador
VI Aula Prática 20 min.
Demonstração dos materiais medições. Prévio
utilizados, por meio, dos
experimentos. 3

Fazer comparações de incidências


Apresentação
das luzes, mostrando o Diferenciação
VII Aula Expositiva por Slide pelo 30 min.
comprimento de onda, frequência Progressiva
professor.
de cada uma delas.
Etapas Atividades Descrição Produção Finalidade Tempo Aula

Exercícios relacionados ao tema, Resolução dos


Reconciliação
VIII Lista de exercícios referente ás demandas de exercícios, pelos 50 min. 4
Integradora
aprendizagem. alunos.

Etapas Atividades Descrição Produção Finalidade Tempo Aula


39

Criação de grupos dos alunos,


Questionamento e para debate com relação à Apresentação
IX Generalizando 10 min
Debate* apresentação dos módulos dos grupos
experimentais.
5
Os alunos divididos em grupos Apresentação
X Aula Expositiva explicam o funcionamento dos dos Generalizando 40 min
experimentos. experimentos
Etapas Atividades Descrição Produção Finalidade Tempo Aula
Avaliação escrita com questões
Avaliação Pós- básicas que envolvam as relações Consolidação,
XI Teste 50 min 6
teste entre eletricidade fóton, efeito Avaliação
fotoelétrico, tensão e resistência.

Na primeira etapa, da primeira aula em um tempo de cinco minutos, foi


apresentado um vídeo (Figura 15), onde é demonstrado o fenômeno do efeito
fotoelétrico com o uso de experimento (material do aluno). Neste vídeo, mostra que
quando incidida uma luz visível produzida por uma lanterna em uma placa ligada a
um LED dentro do circuito, o LED acende. A finalidade desta atividade, era de
motivar o estudante de como o fenômeno ocorre.

Figura 15 - Foto da parte do vídeo que mostra o circuito emissor de luz de LED a partir de uma placa
solar fotovoltaica (modelo do aluno).

Na segunda etapa da primeira aula, com um tempo cronológico de cinco


minutos, foi realizada uma atividade de questionários e debates onde os alunos
escreveram e desenharam fazendo indagações das suas suposições. A finalidade
era a de criar uma situação problemática inicial, entre eles.
Na terceira etapa, da primeira aula com duração de quarenta minutos, teve a
aplicação de uma avaliação pré-teste com questões envolvendo, eletricidade, fóton,
efeito fotoelétrico, tensão e resistência elétrica conforme ANEXO A. A finalidade
principal era o levantamento de subsunçores e pesquisa.
40

Na quarta etapa da segunda aula, com um tempo de vinte minutos, foi


aplicada uma atividade no laboratório de informática envolvendo um simulador
virtual chamado Balancing/PHET (Figura 18), em que o objetivo foi estimular a
interação dos próprios alunos, aplicando diretamente no simulador virtual, valores da
frequência para cada cor, onde puderam também ser realizadas simulações
mostrando apenas os elétrons mais energéticos, a variação da corrente versus a
Tensão da bateria, a corrente versus a intensidade da luz. Sendo assim, possível
perceber por meio desta atividade, o fenômeno do efeito fotoelétrico ocorrendo. A
principal finalidade de aprendizagem, foi o de trabalhar o organizador prévio do
aluno.

Figura 16 - Foto do Simulador virtual chamado Balancing/PHET.


Fonte: Disponível: <https://phet.colorado.edu/pt/simulation/legacy/photoelectric>.

Na quinta etapa, da segunda aula com um tempo de trinta minutos foi


apresentado no projetor, conceitos históricos primeiramente da física moderna e
posteriormente, conceitos a respeito do efeito fotoelétrico, tendo como finalidade
trabalhar a diferenciação progressiva.
41

Na sexta etapa, da terceira aula durante um período de vinte minutos teve


aula prática e demonstrativa dos módulos experimentais, onde os alunos entraram
em contato com os materiais (módulos) utilizados.
Para colher informações experimentais necessárias, foram utilizadas tabelas
com medidas e relatórios. Portanto, essa atividade teve como finalidade a de
trabalhar, o organizador prévio do aluno.
Na terceira aula, realizou-se como atividade na sétima etapa deste trabalho,
por trinta minutos, trazer por meio de aula expositiva no projetor comparações de
incidências das luzes, mostrando o comprimento de onda e a frequência entre elas
conforme a tabela 3. A finalidade foi de trabalhar afinco à diferenciação progressiva.

Tabela 3 - Faixas do espectro visível.


Cor Comprimento de onda (nm) Frequência (Hz)
Vermelho 625-740 480-405
Laranja 590-625 510-480
Amarelo 565-590 530-510
Verde 500-565 600-530
Ciano 485-500 620-600
Azul 440-485 680-620
Violeta 380-440 790-680

Na oitava etapa da aula, de número quatro por um tempo de cinquenta


minutos, foi aplicada para os alunos uma lista de exercícios como atividade, que em
geral responderam as demandas de aprendizagem. Obtendo-se, como principal
finalidade a reconciliação integradora.
Na nona etapa da aula cinco, em dez minutos foi efetuada a criação dos
grupos conforme o módulo experimental, onde a atividade principal nessa aula foi de
apresentação, questionamentos e debates e a finalidade foi a de generalizar.
Portanto, em quarenta minutos da aula cinco, etapa dez, foi realizada como
uma aula expositiva pelo projetor, onde os alunos explicaram o funcionamento dos
experimentos conforme as fotografias da Figura 19 a Figura 24. A finalidade nessa
etapa foi a de generalizar.
42

Figura 17 - Fotografia dos alunos do grupo 1.

Figura 18 - Fotografia dos alunos do grupo 2.

Figura 19 - Fotografia dos alunos do grupo 3.


43

Figura 20 - Fotografia dos alunos do grupo 4.

Figura 21 - Fotografia dos alunos do grupo 5.

Figura 22 - Fotografia dos alunos do grupo 6.


44

Na etapa onze da aula seis, em um tempo de cinquenta minutos, foi realizada


novamente uma avaliação de pós-teste conforme APÊNDICE B, com questões
básicas, que envolviam as relações entre eletricidade, fóton, efeito fotoelétrico,
tensão e resistência elétrica. A finalidade foi a de consolidar e avaliar como sendo
esta, a prova aplicada no início da sequência de ensino-aprendizagem.

4 RESULTADOS

4.1 ANÁLISE DO CONHECIMENTO PRÉVIO DA TURMA NO PRÉ-TESTE POR


ALUNO

A análise da turma do pré-teste por aluno, foi obtido basicamente por


avaliação da nota do aluno, onde são depositados todos os dados, primeiramente
em uma planilha e consequentemente, esses dados são direcionados para um
gráfico conforme tabela 4. Entre eles, temos os gráficos relacionados ao pré-teste,
pós-teste e o gráfico geral.
Tabela 4 - Relação dos alunos do 3º ANO do ensino médio quanto às notas do pré-teste.
ENVOLVEM AS RELAÇÕES ENTRE ELETRICIDADE, FÓTON, LUZ E
EFEITO FOTOELÉTRICO
3º ANO ENSINO MÉDIO DO SESI 2018 DATA: 12/11/2018
Nomes dos Alunos Pré-teste – P.1
ALUNO 1 6,0
ALUNO 2 4,0
ALUNO 3 4,0
ALUNO 4 7,0
ALUNO 5 6,0
ALUNO 6
ALUNO 7 5,0
ALUNO 8 5,0
ALUNO 9 8,0
ALUNO 10 5,0
ALUNO 11 7,0
ALUNO 12 6,0
ALUNO 13 5,0
ALUNO 14 8,0
ALUNO 15 3,0
ALUNO 16 6,0
ALUNO 17 8,0
45

Figura 23 - Gráfico Analítico de resultados dos alunos do 3º ANO quanto ao pré-teste.

Pela análise do gráfico da Figura 48, referente ao pré-teste com dados


coletados da tabela 4, é possível constatar que os alunos (aluno 9), (aluno 14) e o
(aluno 17), tinham um conhecimento prévio com relação aos conteúdos abordados,
considerando 8,0 a maior nota. O (aluno 6), não participou do pré-teste nessa
ocasião.

4.2 ANÁLISE DO CONHECIMENTO PRÉVIO DA TURMA NO PÓS-TESTE POR


ALUNO

A análise da turma do pós-teste por aluno, é obtido basicamente pela


avaliação posterior da nota do aluno, onde são lançados todos os dados
primeiramente numa planilha e consequentemente, esses dados são direcionados
para um gráfico, conforme a tabela 5.
46

Tabela 5 - Relação dos alunos do 3º ANO do ensino médio quanto às notas do pós-teste.
ENVOLVEM AS RELAÇÕES ENTRE ELETRICIDADE, FÓTON, LUZ E
EFEITO FOTO ELÉTRICO
3º ANO ENSINO MÉDIO DO SESI 2018 DATA: 10/12/2018
Nomes dos Alunos Pós-teste – P.2
ALUNO 1 7,0
ALUNO 2 8,0
ALUNO 3 9,0
ALUNO 4 8,0
ALUNO 5 8,0
ALUNO 6 7,0
ALUNO 7 8,0
ALUNO 8 7,0
ALUNO 9 9,0
ALUNO 10 7,0
ALUNO 11 8,0
ALUNO 12 8,0
ALUNO 13 8,0
ALUNO 14 10,0
ALUNO 15 7,0
ALUNO 16 8,0
ALUNO 17 10,0

Figura 24 - Gráfico Analítico de resultados dos alunos do 3º ANO quanto ao pós-teste.


47

A análise do gráfico da Figura 49 referente ao pós-teste com dados coletados


da tabela 5 é possível constatar que os alunos (Aluno 9), (Aluno14) e o (Aluno 17)
obtiveram maior rendimento e neste gráfico da Figura 49 desponta-se também o
(Aluno 3), com relação aos conteúdos abordados, considerando 9,0 e 10,0 as
maiores notas. O (Aluno 6), neste dia participou do pós-teste.

4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO QUANTITATIVA APLICADA


AO TÉRMINO DA SEQUÊNCIA DE ENSINO APRENDIZAGEM.

A aplicação da avaliação quantitativa, após o emprego do produto


educacional possibilitou verificar, se a assimilação na turma da 3ª Série do ensino
médio foi eficaz em virtude da estratégia didática de utilização dos experimentos, por
meio da Sequência de Ensino Aprendizagem.
Pôde ser observado pela tabela 6 e no gráfico da Figura 50, o resultado geral
obtido pela turma após a aplicação do produto educacional. A aplicação do pré-teste
Prova 1 (P.1) foi realizada no dia 12/11/2018 e a aplicação do pós-teste Prova 2
(P.2) foi realizada no dia 10/12/2018.

Tabela 6 - Relação dos alunos do 3º ANO do ensino médio das notas do pré-teste e pós-teste.
ENVOLVEM AS RELAÇÕES ENTRE ELETRICIDADE, FÓTON, LUZ E EFEITO
FOTO ELÉTRICO
3º ANO ENSINO MÉDIO DO SESI 2018 DATA: 12/11/2018 DATA: 10/12/2018
Nomes dos Alunos Pré-teste – P.1 Pós-teste – P.2
ALUNO 1 6,0 7,0
ALUNO 2 4,0 8,0
ALUNO 3 4,0 9,0
ALUNO 4 7,0 8,0
ALUNO 5 6,0 8,0
ALUNO 6 7,0
ALUNO 7 5,0 8,0
ALUNO 8 5,0 7,0
ALUNO 9 8,0 9,0
ALUNO 10 5,0 7,0
ALUNO 11 7,0 8,0
ALUNO 12 6,0 8,0
ALUNO 13 5,0 8,0
ALUNO 14 8,0 10,0
48

ALUNO 15 3,0 7,0


ALUNO 16 6,0 8,0
ALUNO 17 8,0 10,0

Figura 25 - Gráfico Analítico de resultados dos alunos do 3º ANO quanto ao pré-teste e ao pós-teste.

Observe-se que após a aplicação da TLS, com a utilização dos experimentos,


a turma melhorou seus resultados e ultrapassou o desempenho na avaliação
quantitativa do pós-teste em relação à avaliação do pré-teste, considerando a
aplicação destas questões na avaliação inicial, quanto na avaliação final.

4.4 ANÁLISES DOS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES QUANTO ÀS


QUESTÕES DE Nº 7 E Nº8 DA PROVA REFERENTE AO PRÉ-TESTE E O PÓS-
TESTE

De acordo com a análise, foi possível observar a média da somatória dos


pontos de cada aluno, dos testes que foram aplicados, por meio, de uma sequência
de ensino aprendizagem, que após as análises das questões de números 7 e 8 das
provas referentes ao pré-teste e pós-teste, as mesmas são voltadas à assuntos
relacionados com o efeito fotoelétrico e Física Moderna. Além disso, foi possível
verificar também conforme o gráfico da Figura 51, um avanço significativo do
rendimento ligado à assimilação dos alunos.
49

Figura 26 - Gráfico analítico de resultados corretos quanto às questões de nº 7 e 8 dos testes.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observou-se que houve um progresso no aproveitamento significativo, por


parte dos alunos nos resultados obtidos no pós-teste, após aplicação do produto
educacional. Nesse sentido, o aluno que apresentava o menor rendimento obteve os
melhores resultados, e os de maiores rendimento melhoram os resultados,
evidenciando que a aplicação do produto educacional possibilitou a inclusão dos
alunos no processo de ensino e de aprendizagem.
A razão e o benefício de se utilizar módulos experimentais (modelo do aluno e
do professor) proporcionou aos alunos compreender sua montagem, e investigar
detalhadamente suas características e funcionamento. Por razão disso, foi possível
a percepção da motivação e a participação ativa dos alunos na prática das
atividades propostas. A utilização do produto educacional como uma estratégia
didática, possibilitou uma melhor realização da mediação entre os alunos e o mundo
da física moderna, tendo uma assimilação mais eficiente do estudo voltado, ao efeito
fotoelétrico.
O trabalho tem como objetivo propor um material de potencial significativo,
baseado na Teoria da Aprendizagem Significativa de David Ausubel, onde este foi
aplicado numa sequência de ensino-aprendizagem (TLS) de seis aulas e tendo
como propósito de apresentar um produto educacional, que servisse de acréscimo
de um recurso para o estudo do efeito fotoelétrico no Ensino Médio.
50

REFERÊNCIAS

NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos Projetos: Uma jornada interdisciplinar


rumo ao desenvolvimento das múltiplas inteligências. 7. Ed. São Paulo: Érica, 2007.

MOREIRA, M. A. Teorias de aprendizagem. 2. ed, São Paulo, E. P. U, p. 155,


1999.

CALÇADA, C. S.; SAMPAIO, J. L. Física Clássica. v 3, 1 ed., São Paulo, p. 2012.

NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica – Eletromagnetismo. V 3 1 ed.,


São Paulo, p. 1997.

LÜDKE, L.; GOMES, C. A. Quantização da carga elementar pela análise de ruído


elétrico. Revista Brasileira de Ensino de Física, Universidade Federal de Santa
Maria, Rio Grande do Sul, v.32, n4, p. 4501, mar 2010. Disponível:
<http://www.scielo.br/pdf/rbef/v32n4/11.pdf>.

VEISSID, N.; PEREIRA, L. A.; PEÑA, A. F. V. Uma abordagem na diferente


estática do experimento Millikan. Revista Brasileira de Ensino de Física, São
Paulo, v 36, n.1, p. 1302, jan - mar 2014. Disponível: <
https://www.scielo.br/pdf/rbef/v36n1/02.pdf>.

_____,KHAN ACADEMY. Definindo as unidades elétricas padrão. 2020.


Disponível em:<https://pt.khanacademy.org/science/electrical-
engineering/introduction-to-ee/intro-to-ee/a/ee-standard-electrical-units> Acesso em:
02 de maio de 2020.

EISBERG, R.; RESNICK, R. Física Quântica, 24. ed, Rio de Janeiro, Elsevier,1979.

SCARINCI, A. L.; MARIENELI, F. O modelo ondulatório da luz como ferramenta


para explicar as causas da cor. Revista Brasileira de Ensino de Física,
Universidade Federal de Jataí, Goiás. Universidade de São Paulo, São Paulo, v.36,
n1, p.1309, jan - mar 2014. Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v36n1/09.pdf>.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física, v 4: óptica e


física moderna. 7.ed. Rio de Janeiro: L.T.C., 2007.

DAVIDOVICH, L. Os Quanta de luz e a ótica quântica. Revista Brasileira de Ensino


de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v.37, n4, p. 4205,
ago 2015. Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/rbef/v37n4/0102-4744-rbef-37-4-
4205.pdf>.

_____,DIAS, D. L. Metais. 2020. Disponível em:


<https://www.manualdaquimica.com/quimica-geral/metais.htm> Acesso em: 27 abril
de 2020.
51

MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa: da visão clássica à visão crítica. In:


ENCONTRO INTERNACIONAL SOBRE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA, 5.,
2006, Madrid. Anais... Madrid: EIAS, 2006.

MOREIRA, M. A. Unidades de Enseñanza Potencialmente Significativas – UEPS.


Aprendizagem Significativa em Revista/Meaningful Learning Review, Porto
Alegre: UFRGS, v.1, n.2, p.43-63, 2011.
52

APÊNDICE A - PRODUTO EDUCACIONAL

EFEITO FOTOELÉTRICO NO ENSINO MÉDIO POR MEIO DE EXPERIMENTOS

GILDO SANDRO DA SILVA

Orientador:
Prof. Dr. Jeferson de Oliveira

Cuiabá - MT
Fevereiro de 2020
53

1 APRESENTAÇÃO

Os experimentos são de suma importância como auxiliadores na


compreensão de conceitos voltados à aprendizagem significativa do aluno. Dessa
maneira, a proposta deste trabalho, é o de programar experimentos simples e de
baixo custo direcionados ao efeito fotoelétrico.
Segundo Ausubel, um material potencialmente significativo é todo material
que seja “passível de se relacionar com as ideias relevantes ancoradas
[subsunçores] na estrutura cognitiva do aprendiz.” (Ausubel, 2003, p. 57). Um
experimento que contém estas características é possível contribuir, com a
predisposição do aluno no processo de absorção do aprendizado, assim facilita a
aprendizagem significativa.
Especialmente, por proporcionar ao educador instrumentos para uma práxis
que possa potencializar o trabalho na disciplina de física, nas escolas de ensino
médio. Neste trabalho, uma das motivações para o aluno estudar o efeito fotoelétrico
é a preocupação em preservar o meio ambiente, na busca de gerar energia limpa
para o desenvolvimento da humanidade. Outra motivação seria o interesse e
envolvimento dos alunos com os experimentos. Dessa maneira, levando a
importância da atividade experimental que possam refletir conceitos científicos,
sobre o efeito fotoelétrico.
A abordagem da ciência por meio de experimentos didáticos tem uma
grande importância na aprendizagem dos estudantes, pois é, na prática,
motivado por sua curiosidade, que os alunos buscam novas descobertas,
questionam sobre diversos assuntos e, o mais importante, favorece uma
aprendizagem mais significativa. (MORAIS; JUNIOR, 2014, p. 62).

Este trabalho foi desenvolvido partindo de conceitos iniciais sobre a


eletricidade, tendo em vista que estes são relevantes para a construção cognitiva e
compreensão que é o efeito fotoelétrico, tema central desse trabalho.
Segundo o ponto de vista cognitivista, o uso de organizadores prévios é uma
estratégia proposta por Ausubel para, deliberadamente, manipular a estrutura
cognitiva do estudante, a fim de facilitar a aprendizagem significativa. Os
organizadores prévios podem servir de âncora para a nova aprendizagem, que
levarão ao desenvolvimento de subsunçores que facilitem a aprendizagem
subsequente (MOREIRA, 1999).
54

O Produto Educacional destaca as características dos experimentos e as


partes que os compõem. Na metodologia são demonstrados os materiais utilizados,
como foram montados os experimentos, e como foram aplicados em sala de aula
utilizando como recurso, uma sequência de ensino-aprendizagem. No capítulo
seguinte apresenta-se por meio de tabelas e gráficos, os resultados referentes aos
dados colhidos em sala de aula.

2 PRODUTO EDUCACIONAL

A física envolvida neste Produto Educacional é, sobretudo, o efeito


fotoelétrico que está ligado à luz, no entanto, podemos perceber também a
eletricidade, sendo trabalhada conjuntamente, por meios dos experimentos.
Neste capítulo, descreve-se a respeito dos módulos experimentais, que são
as partes fundamentais do Produto Educacional, sendo os mesmos experimentos
apresentados tanto no modelo do aluno quanto do professor, são três os módulos
citados. Neste capítulo, também mostrará as especificações de cada um dos
experimentos, os materiais utilizados, montagem e os procedimentos que envolvem
o fenômeno físico que é o efeito fotoelétrico.

2.1 DESCRIÇÕES DOS MÓDULOS EXPERIMENTAIS

Os experimentos para o estudo do Efeito fotoelétrico, no Ensino de Física


Moderna voltado para o Ensino Médio, é constituído de forma modular dividido em
três partes:

 Circuito do Sensor LDR;


 Circuito Emissor de luz de LED;
 Circuito Emissor de luz de LED a partir de uma placa fotovoltaica.

O propósito é o de realizar experimentos simples, que possa contemplar o efeito


fotoelétrico. Os experimentos possuem duas versões conforme, Figura 1, sendo a
primeira caracterizada por um recurso ao professor de ensino médio em sala de aula
55

para demonstração do fenômeno, e a outra um material de interação individual ou


em grupo de alunos em aulas práticas de física moderna.

Figura 1 - foto geral dos módulos experimentais – modelo do professor.

LEGENDA (Figura 1):


1 - Conectores-banana;
2 - LDR;
3 – Multimetro Digital;
4 - Fio de cobre desencapado;
5 - Fio de cobre desencapado;
6 - Fio de cobre encapado cor vermelho;
7 - LED Verde;
8 - Suporte para conexão de LED’s;
9 - Interruptor liga-desliga;
56

10 - Suporte com pilhas AA;


11 - Fio de cobre encapado cor preta;
12 - Placa Solar fotovoltaica;
13 - Fio de cobre encapado cor preta;
14 – Conector de LED’s;
15 - Fio de cobre encapado cor vermelho;

2.2 CIRCUITO DO SENSOR LDR

2.2.1 Especificações

Nesta subseção, demonstra-se o funcionamento do Circuito do Sensor LDR


conforme, a Figura 2 (modelo do aluno) e a Figura 3 (modelo do professor),
juntamente com uma descrição dos principais conceitos de circuito. O objetivo
principal é o de relatar como este experimento demonstrou de forma simples, o
efeito fotoelétrico, podendo também ser utilizado para fins de assuntos voltados à
eletricidade.

Figura 2 - Circuito do Sensor LDR – modelo do aluno.


57

Figura 3 - Circuito do Sensor LDR – modelo do professor.


LEGENDA (Figura 3):
1 – Multimetro Digital;
2 - Fio de cobre desencapado;
3 – LDR;
4 - Fio de cobre desencapado;
5 - Conectores banana.

Os materiais utilizados para o experimento são:


- 1 resistor LDR (Figura 4).

Figura 4 – Estrutura Física do LDR, Fonte: Revista Brasileira de Física, Disponível:


<http://www.scielo.br/pdf/rbef/v40n4/1806-9126-RBEF-40-4-e5403.pdf>, Acesso: 29 Abril de 2020.
58

É um resistor dependente de luz ou foto-resistência, a sigla é inglesa que


significa LDR (Light Dependent Resistor), conforme a Figura 4. Um componente
eletrônico passivo do tipo resistor variável, sobretudo pode-se dizer que é um
resistor, no qual sua resistência varia conforme a intensidade da luz incidente sobre
ele.
São fabricados com materiais de alta resistência, como por exemplo, o Sulfeto
de Cádmio (CdS) ou o Sulfeto de Chumbo (PbS). Esses materiais possuem poucos
elétrons livres, quando colocados em ambiente escuro e liberam elétrons, quando há
incidência de luz sobre eles aumentando sua condutividade. Denominamos esse
efeito de Fotocondutividade. No geral, os LDRs possuem resistências entre 1 MΩ e
10MΩ quando em ambiente escuro, e resistências que podem chegar a menos de
100Ω quando iluminados.
Existe um tempo de recuperação para o LDR, isto é, a resistência dele não
varia, instantaneamente, quando suas condições luminosas variam existindo uma
latência (tempo) que decorre até que a sua resistência atinja um valor estável. Esse
tempo de recuperação é expresso em KΩ/s, sendo um valor típico cerca de 200KΩ/s
na passagem de um ambiente claro para um escuro, e muito mais rápido quando é
ao contrário (MACEDO; PEDROSO; COSTA, 2018, p. e5403-2).

Abaixo, listam-se algumas aplicações do componente eletrônico LDR.


 Acionamento de relés;
 Sistemas de iluminação noturna
 Controle remoto de dispositivos;
 Luz intermitente;
 Controle de flashes.

- 1 protobord.

Protoboard é uma placa de ensaio ou matriz de contato com furos de


conexões condutoras, para montagem de circuitos elétricos experimentais. A
principal vantagem da placa é a montagem de circuitos eletrônicos e a facilidade de
inserção de componentes, não sendo necessária a soldagem.
59

Os furos variam de 800 furos até 6000 furos, suas conexões são verticais e
horizontais, conforme a Figura 5.

Figura 5 – Protoboard.

1 Multímetro

O multímetro Figura 6, é um aparelho com a função de executar medições de


grandezas elétricas, também são conhecidos como multímetro ou multiteste
(multimeter ou DMM - digital multimeter em inglês). São dois os tipos de modelos
existentes, analógico (de ponteiro) e modelos com painel digital. Contém diversos
instrumentos de medidas elétricas em um único aparelho, como resistência,
voltímetro, amperímetro, ohmímetro e capacímetro, entre outros. É um aparelho
fundamental como parte deste trabalho.
60

Figura 6 – Multímetro.

O multímetro analógico consiste, basicamente de um galvanómetro7, ligado


por meio de uma chave seletora, uma bateria e com alguns resistores internos, seu
principal funcionamento é como, ohmímetro, amperímetro e voltímetro. Já os
multímetros digitais, possuem um painel digital de cristal líquido.

 Procedimento e montagem (modelo do aluno).

1. Primeiramente é feito a montagem do circuito do sensor, para isso utiliza-se


um multímetro, uma protoboard e um dispositivo LDR;
2. Configura-se o multímetro para a escala de resistência (Ω até 20kΩ);
3. Insira-se o LDR na protoboard conforme a Figura 2;
4. Conecte-se uma ponta de prova do multímetro em cada terminal do LDR;
 Após procedimentos dos itens anteriores observa-se que o efeito fotoelétrico
ocorre, pois ao cobrir com as mãos o dispositivo LDR no circuito eclipsando a
entrada da luz, visualiza-se que o valor da escala de resistência no multímetro
varia.

 Materiais utilizados (modelo do professor):

No modelo do professor, foi feito um módulo para demonstração inicial do


experimento em sala de aula.

Materiais utilizados

1. Base principal do módulo – circuito do sensor LDR (Figura 7):

7
Galvanômetro d'Ansorval - os primeiros instrumentos para medir correntes elétricas apareceram
ainda em 1820, ano em que “Oersted, físico dinamarquês, mostrou que elas podem provocar efeitos
magnéticos (IFSC, 2020)”.
61

Figura 7 – Base principal do módulo.

 Material:
MDF pintado com spray cor preto fosco;
 Medidas:
Comprimento = 17,5cm, Largura = 8,5cm;
2. Base superior

Figura 8 – Base superior.

 Material:
MDF pintado com spray cor preto fosco;
 Medidas:
Comprimento = 7,5cm, Largura = 2 cm.

3. Dois fios de cobre (desencapado) (Figura 9):


62

Figura 9 – Fios de cobre desencapados.

 Medidas:
Comprimento = 10 cm (cada)

4. Dispositivo LDR: Conforme a figura 4.


5. Dois conectores-banana (fêmea) (Figura 10):

Figura 10 – Conectores-banana.

6. Multímetro: Conforme a figura 6.

 Procedimento e montagem (modelo do professor):

1. Cortam-se as madeiras MDF conforme, medidas indicadas nos itens 1 e 2 dos


materiais utilizados conforme, Figura 7;
2. Pinta-se com spray de cor preto fosco ou como preferir (opcional);
3. Cola-se com cola quente a base superior, no centro da base inferior;
4. Se faz dois furos nas madeiras, de 0,1cm de diâmetro para instalação dos
conectores-banana (fêmea), com espaçamento de 2 cm entre elas na
extremidade da base superior;
63

5. Colam-se com cola quente, os dois fios de cobre dos lados da base superior;
6. Utiliza-se um ferro de solda de 40 W, 127 V, para soldar o dispositivo LDR em
cada ponta dos fios de cobre uma perna do mesmo;

Mediante este módulo do experimento, é notória a variação do valor da


resistência, devido à incidência da luz visível ou de variadas cores no dispositivo
LDR, percebe-se em cada uma delas, suas frequências e energia diferenciadas
quando incididas.

2.3 CIRCUITO EMISSOR DE LUZ DE LED

2.3.1 Especificações

Nesta subseção, demonstra-se o funcionamento do circuito emissor de luz de


LED que serve de experimento complementar para o módulo circuito do sensor LDR.
O objetivo principal, é descrever como este experimento contribuirá para demonstrar
de forma simples o efeito fotoelétrico. Este módulo é apresentado abaixo conforme a
figura 11 (modelo do aluno) e figura 12 (modelo do professor).

Figura 11 - Circuito emissor de luz de LED – modelo do aluno.


64

Figura 12 – Circuito emissor de luz de LED – modelo do professor.

LEGENDA (Figura 12):


1 – Suporte com pilhas AA;
2 – Interrupetor liga-desliga;
3 – Fio de cobre encapado cor vermelho;
4 – Fio de cobre encapado cor preta;
5 – Conector para LED’s;
6 – LED.

Os materiais utilizados, são um suporte para duas pilhas de 1,5 volts (Figura 13).

Figura 13 – Suporte para duas pilhas para o circuito do sistema emissor de luz de LED.

Conhecida como “pilha caneta” no Brasil, as pilhas AA é um padrão de pilha


seca. Composta de uma única célula eletroquímica, sua capacidade é determinada
pela tensão e é comumente utilizada em dispositivos elétricos.

- Uma protoboard;
(já especificado no subitem 3.2.1).
- Três LED´s de cores: azul, verde e vermelho (Figura 14).
65

Figura 14 – LED’s nas cores verde, vermelho e azul.

LED (Light-Emitting Diode) - diodo emissor de luz que quando submetida a


uma diferença de potencial, suficiente, emite luz em uma determinada frequência.

 Procedimento e montagem (modelo do aluno).

1. Primeiramente deve observar se o LED está ligado da forma correta. Os


LED´s possuem terminais de diferentes tamanhos;
2. O menor terminal deve ser ligado ao polo negativo das pilhas;
3. Insira-se um dos LED’s na protoboard conforme figura;
4. Conecta-se o fio vermelho, ao lado de maior terminal e o preto no menor;
5. Devem-se fazer três montagens desse tipo, uma para cada cor de LED;

2.4 CIRCUITO EMISSOR DE LUZ DE LED A PARTIR DE UMA PLACA SOLAR


FOTOVOLTAICA

2.4.1 Especificações

Nesta subseção, está demonstrado o funcionamento do circuito emissor de


luz de LED, a partir, de uma placa solar fotovoltaica que serve de experimento
66

complementar. Este módulo é apresentado abaixo conforme, a Figura 15 (modelo do


aluno) e a figura 16 (modelo do professor).

Figura 15 - Circuito emissor de luz de LED a partir de uma placa solar fotovoltaico modelo do aluno.

Figura 16 - Circuito emissor de luz de LED a partir de uma placa solar fotovoltaico – modelo do
professor.
67

LEGENDA (Figura 16):


1 – Placa Solar fotovoltaica;
2 – Fio de cobre encapado cor vermelho;
3 – Fio de cobre encapado cor preta;
4 – Conector para LED´s;
5 – LED azul.

Os materiais utilizados são:

- Uma placa solar fotovoltaica (Figura 17).

Figura 17 – Placa fotovoltaica.

Existem diversos tipos de placas solares fotovoltaicas. A utilizada neste


trabalho consiste em uma placa de calculadora conhecida como Mini Célula Painel
Placa Energia Solar Fotovoltaico, sua capacidade é determinada pela tensão e bem
comum a sua utilização em dispositivos elétricos.

- Uma protoboard; (já especificado no subitem 3.2.1).

- Um LED de cor: azul; (já especificado no subitem 3.3.1).

- Uma lanterna;

 Procedimento e montagem (modelo do aluno):

1. Primeiramente deve observar se o LED está ligado de forma correta. Os


LED´s possuem terminais de diferentes tamanhos;
68

2. O menor terminal deve ser ligado, ao polo negativo da placa fotovoltaica e o


maior no polo positivo;
3. Insira-se um dos LED’s na protoboard conforme a Figura 15;
4. Deve-se fazer uma montagem desse tipo, sendo a cor de LED opcional, de
preferência uma cor mais escura, para melhor visualização;
5. Incida a luz da lanterna diretamente na placa solar fotovoltaico,
consequentemente, acenderá o LED que se encontra na extremidade da
placa protoboard onde é possível perceber o efeito fotoelétrico
acontecendo.

2.5 MONTAGENS DOS EXPERIMENTOS

2.5.1 Montagem do circuito do sensor LDR com o circuito emissor de luz.

Nesta subseção, é demonstrada a montagem do circuito sensor LDR em


conjunto com o circuito emissor de luz, onde o objetivo principal é apresentar como
este experimento contribuirá para demonstrar de forma simples o efeito fotoelétrico.
O experimento é apresentado abaixo conforme a Figura 18 (modelo do aluno) e a
Figura 19 (modelo do professor).

Figura 18 - Circuito do sensor LDR com o circuito emissor de luz (modelo do aluno).
69

Figura 19 – Circuito do sensor LDR com o circuito emissor de luz (modelo do professor).
LEGENDA (Figura 19):
1 – Múltimetro;
2 – Suporte com pilhas AA
3 – Fio de cobre encapado cor preta;
4 – Fio de cobre encapado cor vermelho;
5 – Interruptor liga-desliga;
6 – Conector para LED´s;
7 – LED aceso cor verde;
8 – LDR;
9 – Fio de cobre desencapado;
10 – Fio de cobre desencapado;
11 – Conectores banana.

 Procedimento e montagem conforme a figura 19 e a figura 20:

1. Coloque os módulos do circuito emissor de luz de LED na frente do circuito do


sensor LDR;
2. Incida a luz do LED diretamente no sensor LDR;
3. Faça as referidas medições configurando o multímetro para a escala de
resistência (Ω até 20kΩ);
4. Alterne as cores dos LED´s, sendo os mesmos de cores azul, verde e
vermelho;
70

2.5.2 Medições e a Física Envolvida

O procedimento para as referidas medições foram realizadas, com um total de


17 alunos em sala de aula, sendo divididos em quatro grupos. Três grupos eram
compostos por cinco alunos, e apenas um grupo com quatro alunos.
Através do experimento conforme a Figura 16, cada grupo realizou quatro
medições, chegando numa média satisfatória na escala de resistência do multímetro
conforme, é mostrado a seguir. Quando incidida a luz vermelha do LED no
dispositivo LDR, aparecia no visor do multímetro a seguinte marcação: ~ 0,95 Ω;
Medição com a luz verde – é feito o mesmo procedimento anterior, agora com a luz
verde: ~ 0,75 Ω; Medição com a luz azul – é feito o mesmo procedimento anterior,
agora com a luz azul: ~ 0,68 Ω;
De acordo com o espectro eletromagnético, tenha-se a seguinte ordem de
frequência luminosa. Conforme visto nos experimentos, o LDR tem a sua resistência,
variando de acordo com o feixe de luz incidente. Feixes mais energéticos, ou seja,
com frequência maior, irá introduzir mais elétrons no material que compõe o LDR,
executando com que sua resistência seja menor. Por exemplo: E=h.f

E azul > E verde > E vermelho

R azul < R verde < R vermelho

Como a energia é determinada por E=h.f onde h é a constante de Plack e f é


a frequência do de feixe de luz, defina-se: A energia do feixe azul é maior do que a
da verde e maior do que o vermelho. Desta forma a resistência, do LDR da luz azul
é menor do que para verde e menor do que o vermelho.

2.5.3 Montagem da placa solar fotovoltaica

O módulo do circuito da placa fotovoltaica quanto do professor, é formado


com a finalidade que o aluno perceba o efeito fotoelétrico se desenvolvendo.
Quando incidido a luz de LED do módulo emissor de luz na placa fotovoltaica doutro
71

módulo, pode-se entender que ocorre uma corrente elétrica no circuito


consequentemente acendendo um determinado LED (azul), conforme apresentado
na figura 21.

Figura 20 – Circuito emissor de luz e circuito emissor de luz de LED, a partir de uma placa solar
fotovoltaica – modelo professor.

LEGENDA (Figura 20):


1 – Suporte com pilhas AA;
2 – Fio de cobre encapado cor preta;
3 – Fio de cobre encapado cor vermelho;
4 – Interruptor botão liga-desliga;
5 – Conector para LED´s;
6 – LED acesso;
7 – Placa Solar fotovoltaica;
8 – Fio de cobre encapado cor vermelho;
9 – Fio de cobre encapado cor preta;
10 – LED acesso cor azul.
72

REFERÊNCIAS

AUSUBEL, D. P. (2003). Aquisição e retenção de conhecimentos: uma


perspectiva cognitiva. 1. Ed., Lisboa-PT, Plátano Edições Técnicas. 219p.

MORAIS, José Uibson Pereira. JUNIOR, Romualdo S. Silva. Experimentos


didáticos no ensino de física com foco na Aprendizagem significativa.
Meaningful Learning Review, Porto Alegre, v.4, n.3, p. 62, 2014. Disponível em:
<http://www.if.ufrgs.br/asr/artigos/Artigo_ID69/v4_n3_a2014.pdf>. Acesso em: 02
maio de 2020.

IFSC – INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS. Instrumentos de Medidas


Elétricas I: Voltímetros, Amperímetros e Ohmímetros. Laboratório de Eletricidade e
Magnetismo. Disponível:< http://www.ifsc.usp.br/~strontium/Teaching/Material2010-
2%20FFI0106%20LabFisicaIII/08-InstrumentosdeMedidasEletricas-I.pdf> Acesso
em: 14 Fev. 2020.

MACEDO, J. A.; PEDROSO, L. S.; COSTA, G. A. Aprimorando e validando um


fotogate de baixo custo. Revista Brasileira de Ensino de Física, Instituto Federal de
Minas Gerais, v.40, n4, p. e5403-2, abr 2018. Disponível:
<http://www.scielo.br/pdf/rbef/v40n4/1806-9126-RBEF-40-4-e5403.pdf>.
73

APÊNDICE B– PRÉ-TESTE

Pré-teste realizado com o (a) ALUNO(A)-17 (página 1).


74

Pré-teste realizado com o (a) ALUNO (A)-17 (página 2).


75

APÊNDICE C – PÓS-TESTE

Pós-teste realizado com o(a) ALUNO(A)-17 (página 1).


76

Pós-teste realizado com o(a) ALUNO(A)-17 (página 2.)


77

APÊNDICE D – MODELO DE PRÉ-TESTE

UNIDADE DE ENSINO
Aluno: ______________________________________________________

Responda:
01- O que é corrente elétrica e qual a sua unidade de medida?
a) ( ) Movimento desordenado de elétrons, medida em ampères;
b) ( ) Força que impulsiona os elétrons livres, medida em volts.
c) ( ) Movimento ordenado de elétrons, medida em volts;
d) ( ) Movimento ordenado de elétrons, medida em ampères;

02- O aparelho de medida da tensão elétrica chama-se?


a) ( ) Amperímetro;
b) ( ) Voltímetro;
c) ( ) Wattímetro;
d) ( ) Ohmímetro.

03- A oposição que os materiais oferecem à passagem da corrente elétrica chama-


se?
a) ( ) Potência elétrica;
b) ( ) Corrente elétrica;
c) ( ) Resistência elétrica;
d) ( ) Tensão elétrica.

04- O que acontece com a corrente elétrica quando, aplicando a mesma tensão,
diminuímos a resistência do circuito?
a) ( ) Torna-se alternada;
b) ( ) Aumenta;
c) ( ) Não se altera;
d) ( ) Diminui.
78

05- Dado a tensão V = 250 V e a resistência R = 25 ohns, qual a corrente elétrica ?


a) ( ) 10 A;
b) ( ) 10 mA;
c) ( ) 0,100 kA;
d) ( ) 0,1 A.

06- O que é potência elétrica e como é medida?


a) ( ) Capacidade de produzir trabalho, medida em ampères;
b) ( ) Movimento ordenado de elétrons, medido em volts;
c) ( ) A capacidade de produzir trabalho, medida em watts;
d) ( ) O trabalho realizado por um aparelho elétrico, medido em volts.

07 - Os raios X são produzidos em tubos de vidro a vácuo, nos quais elétrons sofrem
uma brusca desaceleração quando colidem contra um alvo feito de metal. Desta
forma podemos dizer que os raios X constituem um feixe de:
a) elétrons
b) fótons
c) prótons
d) nêutrons
e) pósitrons

8 - O efeito fotoelétrico consiste:


a) na existência de elétrons em uma onda eletromagnética que se propaga num
meio uniforme e contínuo.
b) na possibilidade de se obter uma foto do campo elétrico quando esse campo
interage com a matéria.
c) na emissão de elétrons quando uma onda eletromagnética incide em certas
superfícies. Ao incidir uma radiação eletromagnética em uma placa de metal como,
por exemplo, zinco, rubídio, etc., elétrons são arrancados dela.
d) no fato de que a corrente elétrica em metais é formada por fótons de determinada
energia.
79

e) na ideia de que a matéria é uma forma de energia, podendo transformar-se em


fótons ou em calor.

09 – O que você entende por Física Moderna?

10 – Escreva com suas palavras o que você entende por efeito fotoelétrico.
80

APÊNDICE E – MODELO PÓS-TESTE

UNIDADE DE ENSINO
Aluno: ______________________________________________________

Responda:
01- O que é corrente elétrica e qual a sua unidade de medida?
a) ( ) Movimento desordenado de elétrons, medida em ampères;
b) ( ) Força que impulsiona os elétrons livres, medida em volts.
c) ( ) Movimento ordenado de elétrons, medida em volts;
d) ( ) Movimento ordenado de elétrons, medida em ampères;

02- O aparelho de medida da tensão elétrica chama-se?


a) ( ) Amperímetro;
b) ( ) Voltímetro;
c) ( ) Wattímetro;
d) ( ) Ohmímetro.

03- A oposição que os materiais oferecem à passagem da corrente elétrica chama-


se?
a) ( ) Potência elétrica;
b) ( ) Corrente elétrica;
c) ( ) Resistência elétrica;
d) ( ) Tensão elétrica.

04- O que acontece com a corrente elétrica quando, aplicando a mesma tensão,
diminuímos a resistência do circuito?
a) ( ) Torna-se alternada;
b) ( ) Aumenta;
c) ( ) Não se altera;
d) ( ) Diminui.
81

05- Dado a tensão V = 250 V e a resistência R = 25 ohns, qual a corrente elétrica ?


a) ( ) 10 A;
b) ( ) 10 mA;
c) ( ) 0,100 kA;
d) ( ) 0,1 A.

06- O que é potência elétrica e como é medida?


a) ( ) Capacidade de produzir trabalho, medida em ampères;
b) ( ) Movimento ordenado de elétrons, medido em volts;
c) ( ) A capacidade de produzir trabalho, medida em watts;
d) ( ) O trabalho realizado por um aparelho elétrico, medido em volts.

07 - Os raios X são produzidos em tubos de vidro a vácuo, nos quais elétrons sofrem
uma brusca desaceleração quando colidem contra um alvo feito de metal. Desta
forma podemos dizer que os raios X constituem um feixe de:
a) elétrons
b) fótons
c) prótons
d) nêutrons
e) pósitrons

8 - O efeito fotoelétrico consiste:


a) na existência de elétrons em uma onda eletromagnética que se propaga num
meio uniforme e contínuo.
b) na possibilidade de se obter uma foto do campo elétrico quando esse campo
interage com a matéria.
c) na emissão de elétrons quando uma onda eletromagnética incide em certas
superfícies. Ao incidir uma radiação eletromagnética em uma placa de metal como,
por exemplo, zinco, rubídio, etc., elétrons são arrancados dela.
d) no fato de que a corrente elétrica em metais é formada por fótons de determinada
energia.
82

e) na ideia de que a matéria é uma forma de energia, podendo transformar-se em


fótons ou em calor.

Você também pode gostar