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Belo Horizonte
2013
Augusto Rodrigues Torres
Belo Horizonte
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
CDU: 53:373
Augusto Rodrigues Torres
______________________________________________________
Profª. Dra. Yassuko Hosoume Orientadora - PUC Minas
______________________________________________________
Profª. Dra. Adriana Gomes Dickman - PUC Minas
____________________________________________
Prof. Dr. Nilson Marcos Dias Garcia – UTFPR
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 13
REFERÊNCIAS................................................................................................ 81
ANEXOS ......................................................................................................... 84
I - A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO ACRE ........ 84
1 INTRODUÇÃO
Assim, retidas de um contexto mais amplo (e belo), “a física de nossa infância (ou
de nossa adolescência) torna-se algo árido e penoso, uma sucessão de regras pouco
claras e bem distantes do nosso dia-a-dia. Uma sucessão de planos inclinados, pêndulos,
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Ensinar física no Ensino Médio para a EJA é um desafio ainda maior, pois os
alunos são adultos que na sua maioria trabalham e que chegam às vezes tarde na escola,
cansados e com sono e querem sair mais cedo, isso quando eles vêm para a aula. Eles
acham que não são capazes de acompanhar os conteúdos ou que o programa não traz a
realidade para o seu cotidiano, são vários os motivos para evadirem. E como quase não
existe um material didático voltado para este público, os professores em sua grande
maioria adotam livros de ensino médio, onde seguem até as páginas intermediárias,
acreditando dar pouca matéria, mas com “substância” e outros que “pincelam” os
conteúdos de cada tópico, na idéia de proporcionarem um “pouco de tudo”. Por isso,
toda critica ao ensino regular, nesse sentido, se estabelece em proporções agravantes à
EJA nos moldes atuais que, ao negligenciar o seu propósito original, estabelece grandes
distanciamentos entre o conhecimento dos alunos e os conteúdos propostos.
Vencer o medo dos alunos com relação à Física é o maior desafio dos professores
dessa disciplina no Ensino Médio para a EJA. É necessário discutir o papel da Física no
ambiente escolar, procurando possibilitar uma melhor compreensão do mundo e uma
formação mais adequada, voltada à construção da cidadania. Na Educação de Jovens e
Adultos, como parte da educação básica, faz-se necessário uma visão diferenciada do
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como objetivo conhecer outro tipo de Usina Elétrica que pode ser construída na sua
cidade, a usina hidrelétrica. Na atividade 9: Como a energia elétrica é gerada nas
usinas? Fechamos os conteúdos mostrando que na geração de energia elétrica tem um
princípio físico parecido em todas as Usinas Elétricas existentes. Na última atividade:
Avaliação. Voltamos aos assuntos que chamaram mais a atenção dos alunos e fizemos
duas questões, uma voltada a explicação do funcionamento da usina hidrelétrica e os
impactos ambientais causados e a outra na “confecção” e cálculo de uma conta de
energia supostamente da residência dos alunos.
Portanto, com uma proposta totalmente voltada para o curso Técnico em Controle
Ambiental do IFAC, os alunos poderão ter um contato maior com problemas que serão
vivenciados no seu dia-a-dia como profissionais, o que a torna uma proposta de grande
relevância.
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Exige-se, hoje, uma educação que questione uma ação homogeneizadora que tem
ignorado ou calado, com frequência, as diferenças e as desigualdades dos seus alunos. É
preciso abolir essas práticas, valorizando a pluralidade cultural como possibilidade de
superar estereótipos, preconceitos e a hierarquização cultural. Numa perspectiva crítica,
questionam-se relações de poder estabelecidas no processo educativo que legitimam
valores, conhecimentos e práticas de certas culturas, em detrimento de outras.
A organização do trabalho pedagógico na Educação de Jovens e Adultos
fundamenta-se na concepção de Educação enquanto processo que representa a própria
história individual e coletiva dos seres humanos, estando vinculada à fase vivida pela
sociedade em sua contínua evolução, num processo constitutivo dos sujeitos históricos
que dela fazem parte. (PROJETO, 2011)
Nesse sentido, as ações da EJA no Instituto Federal do Acre se pautam na
perspectiva crítica e progressista de Educação, fundamentadas no universo de princípios
filosóficos e pedagógicos desenvolvidos por Paulo Freire. Essa concepção progressista
aqui referida pressupõe uma concepção de pessoa humana, de sociedade e da relação
que se estabelece com o mundo em que vivemos. (FREIRE, 1997)
Segundo a Declaração de Hamburgo realizada em 1997, a educação de adultos
engloba todo o processo de aprendizagem formal ou informal, onde as pessoas
consideradas “adultas” pela sociedade desenvolvem suas habilidades, enriquecem seu
conhecimento e aperfeiçoam suas qualificações técnicas e profissionais, direcionando-as
para a satisfação de suas necessidades e as de sua sociedade. (PADILHA, 2001)
Para tanto, as práticas educativas propostas no IFAC devem valorizar e relacionar
os conteúdos escolares às experiências vivenciadas pelos educandos na família e na
comunidade, com o objetivo de fortalecer a identidade cultural do grupo e, assim,
propiciar condições para o exercício pleno da cidadania dentro de suas diversas
realidades, sem deixar de considerar a complexidade das relações sociais, econômicas,
políticas e culturais que interferem na vida da sociedade.
A Educação de Jovens e Adultos do IFAC possui grande contribuição do
pensamento pedagógico de Paulo Freire, sendo entendida como conscientização, isto é,
como desenvolvimento da capacidade crítica sobre a realidade e a elaboração de uma
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Para que a Educação de Jovens e Adultos possa cumprir sua principal função,
preparar o jovem e o adulto para o mundo do trabalho e para o exercício da cidadania é
necessário que seja pensada como um projeto pedagógico próprio, criando situações de
ensino-aprendizagem adequadas que atendam às necessidades e características
psicossociais dos educandos, que considerem a diversidade cultural e as diferentes
situações a que estão submetidos, além das habilidades e conhecimentos adquiridos ao
longo da vida.
Nessa perspectiva, a base teórica que fundamenta o processo de ensino e
aprendizagem das ações educativas desenvolvidas na educação de jovens e adultos
pressupõe: uma prática pedagógica que privilegie o ensino por resolução de problemas e
o desenvolvimento de projetos; o uso de diferentes estratégias metodológicas para a
aprendizagem de diferentes conteúdos; a aprendizagem partindo dos conhecimentos
prévios dos alunos; a interação entre sujeitos ativos envolvidos no processo visando à
troca de experiência e a construção de novos conhecimentos.
Portanto, se a interação entre o sujeito e o objeto os modifica, então, cada
interação entre sujeitos individuais irá modificar os sujeitos uns em relação aos outros.
Assim, o conhecimento, com as relações interpessoais é algo vivo, estando em
constante mudança. Para desenvolver o processo de ensino-aprendizagem na educação
de jovens e adultos é importante considerar que os alunos constroem conhecimentos na
interação com o contexto social, mesmo sem ter passado pelo processo de escolarização.
Valorizar esses conhecimentos e relacioná-los com novos conteúdos é
imprescindível para uma aprendizagem significativa e o planejamento de situações de
aprendizagem em que possam ampliá-los e/ou transformá-los, pois quanto maior a
profundidade e qualidade das relações melhor a aprendizagem se efetivará.
A abordagem de novos conteúdos deve ser planejada com cautela, uma vez que os
mesmos devem ser significativos, bem construídos e ter funcionalidade. Além disso, ao
selecionar os conteúdos o professor deve considerar as capacidades dos alunos, suas
possibilidades cognitivas e afetivas para que o processo de produção e resignificação
possa permitir ao aluno o confronto com os conhecimentos construídos pelos mesmos
em suas experiências de vida.
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ATIVIDADE CH OBJETIVOS
1 - Falta energia elétrica 2 h/a Reconhecer a presença e a importância da energia elétrica na vida
em sua casa? cotidiana através da identificação das coisas que param de
funcionar com a sua falta
2 - Tipos de Usinas 2 h/a Identificar os vários tipos de usinas elétricas, e uma breve e
Elétricas. superficial explicação de seus funcionamentos.
3 - De onde vem a 2 h/a Conhecer de onde vem a energia elétrica consumida na cidade de
energia elétrica de sua Cruzeiro de Sul e também no estado do Acre como um todo.
cidade?
4 - Como funciona a 2 h/a Saber como funciona a usina elétrica da sua cidade/região.
Usina Elétrica de sua
região?
5 - Quais os impactos 2 h/a Identificar os impactos ambientais que a usina elétrica de sua
ambientais de uma região gera.
Usina Termelétrica?
6 - Como entender sua 2 h/a Saber o quanto que se gasta de energia elétrica em cada
conta de luz? equipamento elétrico de uma residência, também como entender a
sua conta de energia, para quem sabe evitar gastos desnecessários.
7 - Visita técnica a uma 4 h/a Saber na prática como funciona a Usina Elétrica da sua cidade.
Usina Termelétrica.
8 - Existe a necessidade 2 h/a Conhecer outro tipo de Usina Elétrica que pode ser construída na
de novas Usinas sua cidade.
Elétricas?
9 - Como a energia 2 h/a Identificar que a geração de energia elétrica tem um princípio
elétrica é gerada nas físico parecido em todas as Usinas Elétricas existentes.
usinas?
10 – Avaliação 2 h/a Avaliação da proposta.
OBS: Ramal é uma estrada de terra que dá acesso a um vilarejo, sendo de difícil acesso
o trânsito por elas, já que nessa região chove quase todos os dias.
Neste ponto, o objetivo é que os alunos aprendam a ler artigos de jornal, material
de informação e divulgação para se situar no mundo e dele participar de forma ativa.
Para tal, o professor deve montar grupos pequenos de no máximo cinco alunos, onde
eles irão ler os textos e anotar suas dúvidas.
Após a leitura dos textos, durante a explicação das dúvidas dos alunos, o professor deve
verificar que termos eles desconhecem/ não sabem seus significados – pedir para eles
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Comentários:
Abrindo essa discussão o professor traz para a sala de aula fatos do cotidiano, da
realidade dos alunos, tais como:
Falta de energia elétrica (Apagões).
Prejuízos que essa falta de energia acarreta.
E são estes questionamentos que no futuro abrirão portas para novos pontos
relacionados com o tema energia. A utilização de veículos de comunicação da própria
cidade facilita a compreensão do que se pretende abordar em sala de aula, como:
energia, fontes de energia, usinas elétricas, impactos ambientais causados pela
construção e funcionamento dessas usinas elétricas, entre outros, que serão vistos nas
próximas atividades. Também chama e prende a atenção dos alunos por serem fatos do
seu cotidiano. Com a leitura destes textos e uma discussão em grupo na sala de aula
vimos que é comum em Cruzeiro do Sul esse problema de falta de energia,
principalmente em finais de semana. Durante a leitura verificamos, em alguns alunos,
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um sério problema com a leitura, porém rapidamente contornado, onde outros alunos do
grupo leram em voz alta para esses outros alunos.
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Central nuclear ou usina nuclear tem como objetivo produzir eletricidade a partir de
energia nuclear, que se caracteriza pelo uso de materiais radioativos que através de uma
reação nuclear produzem calor. As centrais nucleares usam este calor para gerar vapor,
que é usado para girar turbinas e produzir energia elétrica.
O professor após uma explicação superficial de cada uma dessas usinas deve
mostrar para seus alunos que, excetuando a Maré Motriz, todas as outras usinas elétricas
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podem ser construídas, podendo umas serem mais viáveis que outras, comparado com
seu poder energético. Porém a explicação mais aprofundada dessas viabilidades será
abordada na Atividade 9.
Nesta etapa o professor também deve pedir aos alunos, após o conhecimento
prévio de todas as usinas, para citar dentre elas, as possíveis existentes em sua região,
qual ou quais existem em sua cidade. Fazendo também um levantamento de quantos
alunos citaram cada fonte de energia. Por exemplo:
Comentários:
Hidrelétrica, termelétrica, eólica, nuclear, solar, maré motriz, etc. Neste primeiro
momento é importante que o professor somente faça esta distinção entre realidade e
imaginário dos alunos com relação às possíveis fontes de energia existentes na região.
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Estes exemplos de usinas devem surgir nos “pré-conceitos” formados pelos alunos,
configurando uma existência ou não destas usinas de energia, que serve como uma
explicação física do funcionamento de cada uma delas, enfatizando as que realmente
são utilizadas na região onde moram.
Nesta atividade por mais que o professor deva somente explicar superficialmente
os esquemas físicos das usinas elétricas, provavelmente surgirão perguntas mais
profundas sobre o assunto, e devem ser respondidas de forma mais simples possível. Na
turma de Controle Ambiental 01/2011, tivemos um interesse muito grande na Usina
Maré Motriz, principalmente porque todos os alunos nunca tinham ouvido falar de uma
usina dessa e também o interesse pelo mar, já que ninguém na turma conhece uma praia.
Também tivemos um grande interesse, com inúmeras perguntas, sobre a Usina
Termonuclear. Mais já tivemos alunos indo ao quadro e mostrando para a turma, antes
mesmo de o professor comentar, que todas as usinas tinham em comum: Girar as
Turbinas do gerador, mudando apenas a forma.
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Acre/Rondônia, também é abastecido por uma linha de transmissão em que liga Rio
Branco à cidade de Abunã, em Rondônia, onde existe a hidrelétrica UHE Samuel,
esquema observado na figura 14:
Figura 14 - Distribuição de energia elétrica no estado de Rondônia
Comentários:
Após apresentadas as usinas e seus respectivos esquemas físico de funcionamento
para os alunos na atividade 2, o professor deve fazer questionamentos a fim de saber se
eles já conheciam a usina de sua região? Como ela funciona? Como a energia produzida
lá chega à suas casas, entre outros. Porém sem muito aprofundamento, já que isso será
realizado em uma etapa futura. Com essa atividade o professor, após ter mostrado e
comentado um pouco sobre o funcionamento de cada usina, mesmo que
superficialmente, destacando somente os pontos principais, ele já dá um pequeno passo
para o entendimento do aluno sobre o assunto e o leva agora ao próximo passo onde
serão explicados como funciona a Usina existente na sua região, como exemplo utilizará
a Usina Termelétrica a diesel, já que é a única existente em Cruzeiro do Sul. Também
mostra aos alunos a realidade energética do Estado do Acre, onde atualmente só existem
usinas Termelétricas, e parte da energia que abastece a capital Rio Branco e outras
cidades próximas vem de outro estado, Rondônia.
O mapa energético foi muito bem aceito pelos alunos onde alguns, mais
experientes e vividos, podem explicar para outros, os aspectos das Usinas Termelétricas
das cidades acreanas vizinhas à Cruzeiro do Sul. Ocorreu também um interesse enorme
pela produção de energia vinda da Hidrelétrica de Samuel em Rondônia, e como na sala
de aula há um aluno que trabalha neste ramo, houve uma discussão sobre a construção
de uma linha de transmissão interligando a capital à Cruzeiro do sul, no interior, vinda
desde essa Usina de Samuel, bem como o porquê de não criar uma hidrelétrica no
estado do Acre.
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revestem suas paredes. A função do vapor é movimentar as pás de uma turbina (3), cujo
rotor gira juntamente com o eixo de um gerador (4) que produz a energia elétrica. Essa
energia é transportada por linhas de alta tensão (5) aos centros de consumo (6). O vapor
é resfriado em um condensador (7) e convertido outra vez em água (8), que volta aos
tubos da caldeira, dando início a um novo ciclo. A água em circulação que esfria o
condensador expulsa o calor extraído da atmosfera pelas torres de refrigeração, grandes
estruturas que identificam essas centrais. Parte do calor (10) extraído passa para um rio
próximo ou para o mar (11). Para minimizar os efeitos contaminantes da combustão
sobre as redondezas, a central dispõe de uma chaminé de grande altura (9) (algumas
chegam a 300 m) e de alguns precipitadores que retêm as cinzas e outros resíduos
voláteis da combustão. As cinzas são recuperadas para aproveitamento em processos de
metalurgia e no campo da construção, onde são misturadas com o cimento. A potência
mecânica obtida pela passagem do vapor através da turbina - fazendo com que esta gire
- e no gerador - que também gira acoplado mecanicamente à turbina - é que transforma
a potência mecânica em potência elétrica. A energia assim gerada é levada através de
cabos, dos terminais do gerador até o transformador elevador de tensão elétrica (12),
onde tem sua tensão elevada para adequada condução, através de linhas de transmissão
(13), até os centros de consumo. Daí, através de transformadores abaixadores de tensão
elétrica (14), a energia tem sua tensão levada a níveis adequados para utilização pelos
consumidores. Em Cruzeiro do Sul, a operação da Usina Termelétrica teve início sua
operação em fevereiro de 1999, e em 2012 atende a uma população de
aproximadamente 122 mil habitantes.
Comentários:
Neste capítulo o professor pode perceber se está existindo uma evolução no
aprendizado dos seus alunos, já que na parte 1 retomamos atividades anteriores visando
justamente fixar este assunto, onde vários alunos desenharam como imaginavam que era
o funcionamento de uma Usina Termelétrica. Logo em seguida, na parte 2, será
explicado como funciona uma Usina Termelétrica a Diesel, usina mais utilizada no
estado do Acre e única na cidade de Cruzeiro do Sul. O professor deve se preparar para
entrar em assuntos diferenciados, por exemplo: quando explicava o motivo das
chaminés serem tão altas, tivemos que discutir sobre a diferença de densidade do ar
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Efeito Estufa: Do total de raios solares que atingem o planeta, quase 50% ficam
retidos na atmosfera; o restante, que alcança a superfície terrestre e não volta para o
espaço, aquece e irradia calor. Esse processo é chamado de efeito estufa. Apesar de o
efeito estufa ser figurado como algo ruim, é um evento natural que permite a existência
da vida no planeta Terra. O efeito estufa tem como finalidade impedir que a Terra esfrie
demais, pois se a Terra tivesse a temperatura muito baixa, certamente não teríamos
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que, em virtude da ação das correntes atmosféricas, também pode ser desencadeada em
locais distantes de onde os poluentes foram emitidos.
A maior ocorrência de chuvas ácidas até os anos 1990 era nos Estados Unidos da
América (EUA). Contudo, esse fenômeno se intensificou nos países asiáticos,
principalmente na China, que consome mais carvão mineral do que os EUA e os países
europeus juntos. No Brasil, a chuva ácida é mais comum nos estados do Rio de Janeiro
e São Paulo.
Algumas ações são necessárias para reduzir esse problema, tais como a redução
no consumo de energia, sistema de tratamento de gases industriais, utilização de carvão
com menor teor de enxofre e a popularização de fontes energéticas limpas: energia
solar, eólica, biocombustíveis, entre outras.
Comentários:
E = P x Δt
Também deve explicar o que é o kilo watt hora (kwh), unidade de medida de
energia utilizada nas contas de energia elétrica.
Logo após a explicação o professor pode pegar um aluno como exemplo e que
esteja com a conta de luz em mãos.
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Foram usados como exemplo vários aparelhos domésticos que os próprios alunos
foram citando que possuíam em casa.
Foi explicado que as potências podem variar de aparelho para aparelho e que
como este é um exemplo, a ideia é somente ensinar como se faz os cálculos e não ser
“fiel” à realidade específica de uma casa em particular.
Esta tabela não foi lançada pronta no quadro, ela foi sendo preenchida item por
item calculando os consumos de cada aparelho doméstico. Após a soma de todos estes
aparelhos o total encontrado foi de 105,88 kwh. Foi explicado para os alunos que o
valor cobrado pelo kwh depende do consumo, quanto maior o consumo mais caro fica o
valor do kwh. Então para esse valor encontrado no exemplo um kwh custa R$ 0,526489
e fazendo o seguinte cálculo:
Comentários:
Com essa atividade os alunos podem ter um contato a mais com conceitos de
física, mesmo que superficialmente, o que já levou direto à utilização dos mesmos para
que eles entendessem a conta de energia de suas casas, bem como quais equipamentos
elétricos gastam mais energia, podendo assim até economizar energia nas suas
residências. Este cálculo do consumo de energia elétrica em cada aparelho doméstico
prendeu a atenção da turma de uma forma tal que todos participaram e discussões do
tipo:
Como economizar energia?
Quais aparelhos consomem mais energia?
Foram presentes todo o tempo, bem como o relato de alunos sobre programas de
governo onde têm-se descontos na conta de energia por receber a “Bolsa Família”.
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Porém na Usina o professor deve deixar os alunos à vontade para perguntar o que
quiserem para que possam ser o mais espontâneos possível.
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Comentários:
Estas duas aulas da Atividade 7 são muito importantes no que se refere ao ensino-
aprendizagem, já que após uma longa explicação de uma teoria o professor dá a
oportunidade de seus alunos vivenciarem um local da produção de energia elétrica que
chega a suas residências. A visita à Usina é uma experiência que eles levarão para toda
a vida. Já em sala de aula, com relação ao debate, essa foi uma oportunidade do
professor saber como está sendo construído este conceito sobre energia por seus alunos.
Caso a usina não seja suficiente para suprir as necessidades energéticas da cidade, abre
a oportunidade de se conhecer outra forma de geração de energia, que será apresentada
na próxima atividade, a Usina Hidrelétrica.
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Outra forma é utilizar uma animação em Flash, que pode ser obtida no site objetos
educacionais do MEC.
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Comentários:
Esta atividade interligou conteúdos e temas abordados em outras aulas anteriores,
acarretando um melhor aprendizado do aluno. Na primeira parte abordou a necessidade
de uma nova Usina Elétrica, que logo na segunda parte foi explicada seu funcionamento
físico com uma abordagem diferente e de mais fácil entendimento para os alunos,
fugindo do método tradicional de ensino. Foram utilizados um vídeo e uma animação
em Flash. Bem como a explicação física de tipos de energias como: cinética e potencial
gravitacional e como a energia é conservada. Já na terceira parte, o professor pode
explicar os vários impactos ambientais ocasionados pela construção de uma Usina
Hidrelétrica.
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Usina Marémotriz
As usinas marémotrizes têm esse nome por utilizarem as variações de nível entre
as marés alta e baixa. Para se aproveitar energia das marés constrói-se uma barragem
num local mais conveniente, onde seu comprimento seja o menor possível instalando
comportas e turbinas apropriadas. Quando a maré está subindo abrem-se as comportas e
a água é represada com o fechamento das mesmas quando a maré estiver num ponto
mais alto. Após o recuo da maré até um determinado nível, se solta a água represada
através das turbinas, gerando energia elétrica. Como o estado do Acre não é banhado
por nenhum oceano e este efeito de maré nos rios, por conta do volume de águas, pode
ser considerado desprezível isso inviabiliza a construção desse tipo de usina na região.
Figura 24 – Esquema Físico de funcionamento de uma Usina Maré Motriz
Usina Hidrelétrica
Nas usinas hidrelétricas, a água é represada por meio de barragens, que têm a
finalidade de propiciar um desnível de água capaz de movimentar enormes turbinas. As
turbinas são formadas por conjuntos de pás ligadas ao eixo do gerador de eletricidade,
que é posto a girar com a passagem da água. Nesse processo estão envolvidas as
transformações de energia já estudadas anteriormente, ou seja, transformação de energia
potencial da água em energia cinética que realiza o trabalho de movimentar as pás das
turbinas dando-as energia cinética de rotação. Essa energia cinética de rotação é
transformada em energia elétrica no gerador.
Figura 25 – Usina Hidrelétrica
Usina Termoelétrica
Uma usina termelétrica tem como finalidade a geração de energia elétrica através
de um processo que consiste em três etapas. A primeira etapa consiste na queima de um
combustível fóssil, como carvão, óleo ou gás, transformando a água em vapor com o
calor gerado na caldeira. A segunda consiste na utilização deste vapor, em alta pressão,
para girar a turbina, que por sua vez, aciona o gerador elétrico. Na terceira etapa, o
vapor é condensado, transferindo o resíduo de sua energia térmica para um circuito
independente de refrigeração, retornando a água à caldeira, completando o ciclo.
Usina Nuclear
A energia nuclear é proveniente da fissão do urânio em reator nuclear. Apesar da
complexidade de uma usina nuclear, seu princípio de funcionamento é similar ao de
uma termelétrica convencional, onde o calor gerado pela queima de um combustível
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produz vapor, que aciona uma turbina, acoplada a um gerador de corrente elétrica. Na
usina nuclear, o calor é produzido pela fissão do urânio no reator, cujo sistema mais
empregado é constituído de três circuitos, a saber: primário, secundário e de
refrigeração. No primeiro, a água é aquecida a uma temperatura de aproximadamente
320 oC. Em seguida, essa água passa por tubulações e vai até o gerador de vapor, onde
vaporiza a água do circuito secundário, sem que haja contato físico entre os dois
circuitos. O vapor gerado aciona uma turbina, que movimenta o gerador e produz
corrente elétrica.
terreno em que o lixo foi depositado. O vazamento desses materiais pode causar a morte
de animais, plantas e seres humanos.
Usina eólica
A energia é obtida pelo movimento do ar, pela força dos ventos. Neste tipo de
usina, a força dos ventos faz girar as hélices ligadas em um gerador (aerogerador).
Dessa forma, a energia cinética dos ventos se transforma em energia cinética de rotação
das hélices e depois em energia elétrica no gerador.
Impactos visuais – as pás das turbinas produzem sombras e/ou reflexos móveis
que são indesejáveis nas áreas residenciais.
Aves – em fazendas eólicas ocorre mortalidade de aves por impacto com as pás
das turbinas, por isso não é recomendável a sua instalação em áreas de migração
de aves, áreas de reprodução e áreas de proteção ambiental.
Usina Solar
O Sol representa uma fonte limpa e inesgotável de energia para o nosso planeta.
Essa energia pode ser captada por aquecedores solares, armazenada e convertida
posteriormente em trabalho útil. Uma usina termossolar utiliza concentradores solares
parabólicos que chegam a dezenas de quilômetros de extensão. Nesses coletores solares
parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica espelhada é focalizada em um
receptor em forma de cano e aquece o óleo contido em seu interior a 400 °C. O calor
desse óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em alta
pressão movimenta uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica.
Um outro exemplo é través de células fotovoltaicas. Quando a luz incide sobre
uma célula fotovoltaica, os fótons que a integram chocam contra os elétrons presentes
nas estruturas de silício, fornecendo-lhes energia. No interior de cada célula, gera-se
assim um fluxo de elétrons, e como as células estão ligadas em série, produz-se corrente
elétrica.
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Comentários:
Após uma explicação sobre como se produz a energia elétrica em cada tipo de
usina, pergunte aos alunos se ficou clara a semelhança entre elas: como a usina
termelétrica tem o mesmo princípio da nuclear, o que diferencia é somente a forma de
gerar o calor, e que todas elas têm como objetivo girar as turbinas no gerador para a
geração de energia elétrica.
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Atividade 10 – Avaliação
A avaliação do nosso produto foi dividida em duas partes, onde foram usadas as
atividades que mais prenderam a atenção dos alunos nas aulas: A explicação da Usina
Hidrelétrica e principalmente a atividade envolvendo a conta de luz do alunos.
Primeira Parte:
De acordo com o que foi abordado em sala de aula explique como é gerada a
energia em uma Usina Hidrelétrica e quais são seus impactos ambientais.
Segunda Parte:
Comentários:
Lembrando mais uma vez que essa avaliação foi aplicada em duas turmas de
PROEJA Técnico em Controle Ambiental do IFAC que possui 20 e 27 alunos
respectivamente.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CRUZ, Beth. Angra dos Reis - Praias, Ilhas e a Usina Nuclear. Disponível em: <
http://bethccruz.blogspot.com.br/2009/01/angra-dos-reis-praias-ilhas-e-usina.html>.
Acesso em: 12 jul. 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 44. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 8. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2000.
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São Paulo, 2005. Disponível em: < http://www.if.usp.br/gref/>. Acesso em 25 mar.
2012.
GUARDIAN, Eviron. Egito planeja Usina Solar para gerar 20% de toda sua
Energia até 2020. Disponível em:<http://www.dicasverdes.com/2010/07/egito-planeja-
usina-solar-para-gerar-20-de-toda-sua-energia-ate-2020/>. Acesso em 02 set.2012.
LUZ, Antônio Máximo Ribeiro da; ÁLVARES, Beatriz Alvarenga, FÍSICA. Vol. 1; 1ª
ed. São Paulo: Editora Scipione, 2006.
MENEZES, Luís Carlos de. Vale a pena ser físico? São Paulo: Moderna, 1988.
D0792934&lumI=Moderna.Plus.ManualProfessor.detManualProfessorRecomendado&i
temId=3BBD918A26E7FF1E0126FB3D2558426B>. Acesso em: 22 jul. 2012.
REDAÇÃO. Zona Rural de Cruzeiro do Sul vive transtornos com falta de energia
elétrica. Disponível em: <
http://www.rdnoticias.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=
9171:zona-rural-de-cruzeiro-do-sul-vive-transtornos-com-falta-de-energia-
elica&catid=1:timas&Itemid=72>. Acesso em 10 jul. 2012.
TREVISAN, Rita. O que é efeito estufa e quais são suas consequências? Disponível
em: <http://revistaescola.abril.com.br/geografia/fundamentos/quais-consequencias-
boas-efeito-estufa-488078.shtml>. Acesso em: 19 set. 2012.
85
UENO, Paulo. EJA – Física: Ensino Médio. Vol. Único. Editora Ática; 1º Edição; São
Paulo; 2009.
VILELA, Leonardo dos Reis. Site pessoal de Leonardo dos Reis Vilela. Disponível
em: < http://www.mundociencia.com.br/fisica/eletricidade/SCRUZ2.JPG>. Acesso: 15
jul. 2012.
ANEXOS
ANEXO I
Após essa definição, a Lei 4024/61, em seu artigo 99, autoriza aos maiores de 16
anos o direito de fazer os Exames de Madureza para conclusão do curso ginasial,
considerando, inclusive, estudos realizados fora do regime escolar. A referida Lei
assegura, ainda, aos maiores de 19 anos, obtenção de certificado a nível colegial.
Posteriormente, a Lei 5379/67 cria uma fundação denominada MOBRAL
(Movimento Brasileiro de Alfabetização), cujo objetivo era erradicar o analfabetismo.
Após alguns anos de funcionamento do MOBRAL, sentiu-se a necessidade de
proporcionar aos alunos a continuidade dos estudos, sendo criado para esse fim o PEI
(Programa de Educação Integrada) com equivalência de conteúdos de 1ª a 4ª série, o
qual era desenvolvido em um ano e sua avaliação era feita durante o processo.
Dando continuidade ao atendimento oferecido aos alunos do PEI, em 1970, surgiu
o Projeto Minerva, cujo objetivo era de garantir o ensino aos concludentes do programa
anterior. Este novo curso tinha equivalência de conteúdos do 6o ao 9º ano do Ensino
Fundamental atual. Seu funcionamento era através do rádio, transmitido pela Rádio
Difusora Acreana, em fitas k7 enviadas pela Fundação Roberto Marinho. Em cada sala
de aula havia um rádio sintonizado na Difusora que, em um horário determinado pela
Secretaria de Educação, transmitia o curso para todos os municípios do Estado. Os
conteúdos eram organizados em 13 (treze) fascículos, sendo o de número 13 uma
revisão geral do curso. A avaliação era bimestral. A Fundação Roberto Marinho
elaborava as provas e encaminhava um modelo de cada disciplina para a coordenação
local reproduzir, fazer a distribuição e a aplicação.
Na década de 1980, tem-se o registro do Projeto João da Silva, com equivalência
ao ensino das quatro primeiras séries do ensino fundamental, paralelo ao PEI. Era
oferecido pela SUDHÉVEA (Superintendência de Desenvolvimento da Borracha) em
parceria com a Secretaria Estadual de Educação. O projeto era transmitido através da
emissora de televisão, TV Acre, para todos os municípios produtores de borracha. Em
cada sala de aula, havia um aparelho de televisão sintonizado no canal da TV Acre, em
horário estabelecido pela Secretaria de Educação.
O referido curso tinha duração de um ano letivo, não tinha seriação. A avaliação
final vinha da Fundação Padre Anchieta para a coordenação local, que se
responsabilizava pela aplicação e correção das provas.
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de acordo com suas cargas horárias e duração de 6 meses cada uma. A avaliação ocorria
no processo.
2ª - Recepção controlada: O aluno fazia sua matrícula na escola, estudava de
acordo com o seu tempo e só voltava nos dias agendados para fazer as provas, em cada
etapa.
3ª - Recepção livre: Nesse caso, os alunos não faziam matrícula na escola.
Assistiam as teleaulas em qualquer lugar e, quando a SEE oferecia os Exames de
Suplência Geral, esses alunos faziam suas inscrições e se submetiam às provas. Os
aprovados em todas as disciplinas recebiam certificado de conclusão do curso para o
qual haviam sido inscritos, enquanto os que conseguiam aprovação parcial eram
certificados apenas nas disciplinas em que estavam aprovados.
•Projeto Conquista - Correspondia a um Curso de Ensino Fundamental de 6º à
9º ano. Funcionava em 3 (três) etapas de 6 meses cada uma, com as disciplinas
trabalhadas de acordo com suas cargas horárias.
As aulas eram transmitidas via TV Acre, em horário estabelecido pela Secretaria
de Educação. A Fundação Roberto Marinho encaminhava as fitas à coordenação local
na SEE, que se encarregava de enviá-las à TV. Em cada sala de aula era instalado um
aparelho de televisão sintonizado no canal e no horário pré-estabelecido. Após
assistirem a teleaula, professor e alunos davam continuidade à discussão do conteúdo
abordado. A avaliação era feita durante cada etapa, bimestralmente. Os alunos
aprovados numa etapa, para ingressar na etapa seguinte, teriam que mostrar o
comprovante de aprovação ao fazerem nova matrícula.
•Educação de Jovens e Adultos - Fases I e II - Estes cursos eram oferecidos em
nível de 2º à 5º ano e de 6º a 9º ano, respectivamente. As matrizes curriculares eram
vindas do Paraná, em caráter experimental, para serem trabalhadas apenas na zona
urbana de Rio Branco, enquanto na zona rural e demais municípios do Estado,
continuaram sendo ofertados o PEB e SPG.
A Fase I compreendia um Curso com equivalência de 2º à 5º ano, dividia-se em
quatro etapas, cada uma com 300 (trezentas) horas, perfazendo um total de 1.200 (mil e
duzentas) horas. Cada etapa durava 100 (cem) dias letivos, com 3 (três) horas diárias.
No final de cada etapa, quem obtivesse nota e conhecimentos suficientes para
prosseguir na etapa seguinte, apresentaria o comprovante de aprovação da etapa anterior
e faria nova matrícula. A avaliação era bimestral e mais uma final, por etapa.
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Anexo II
Figura 30 - Usina Termelétrica Guascor de Cruzeiro do Sul