Medição da aceleração da gravidade local
Bruno Moreira e Jéssica Fernanda, Lucca Castro
Física Experimental I, Turma B
Foi realizado um experimento visando obter o valor da aceleração gravitacional local a partir de medições do tempo
de oscilação e comprimento do fio de um pêndulo simples. Foram realizadas 30 medições de tempo para 5
comprimentos de fio, calculadas suas médias e incertezas, feito a comparação e os resultados compatíveis foram
combinados em uma média ponderada e esse valor foi comparado com a literatura.
Introdução
A força gravitacional ( g ) é a força de atração entre
corpos massivos existente a partir da interação mútua
entre eles. Nas proximidades da superfície terrestre, os
corpos estão sujeitos a uma aceleração de
aproximadamente 10 m/s², em direção ao centro da
Terra. Este valor é maior quanto mais próximo o corpo
está do centro da Terra, variando assim, de acordo com
a altitude. O valor da gravidade local varia também de
acordo com a latitude e a rotação terrestre. Em Goiânia,
o valor é de g = (9, 782028 ± 0, 000023) m/s² ,
estabelecido pelo IBGE.
A partir de um pêndulo simples, é possível obter o
valor da aceleração gravitacional local com base no
modelo de medição:
g (L, T ) = 4π 2 L2 (1)
T
Tal modelo foi obtido com base na segunda Lei de
Newton e é válido apenas para pequenos ângulos de
oscilação. L representa o comprimento do fio do
pêndulo e T o tempo de uma oscilação completa do
pêndulo. Assim, o objetivo deste experimento foi obter
um valor para a gravidade único, proveniente de uma
média ponderada de cinco valores de g calculados a
partir de 5 valores de L e seus respectivos 5 valores de
T e suas incertezas, e compará-lo com o valor
estabelecido pelo IBGE com um teste de
compatibilidade.
Materiais e métodos
● Cronômetro de resolução 0,01s;
● Trena métrica de resolução 0,1cm;
● Pêndulo simples de barbante;
● Transferidor de papel com resolução de 1°.
Para analisarmos as incertezas é necessário
classificá-las, para isso calculamos a flutuação (Δf ) ,
se Δf > Δr a incerteza é do tipo A ( σ x ), se Δf ≤ Δr
ou se a medição foi realizada apenas uma vez a
incerteza é do tipo B ( U x ), já para medições indiretas
a incerteza calculada é do tipo C ( U ρ ).
√
n
∑ (xi −x)2
X max −X min
i=1
Δf = σx = n−1
2 √n
√
n
Ux = Δr δρ 2
√3
Uρ = ∑ [ δxi ] σ i2 .
i=1
Para a comparação dos resultados é utilizado o teste
de compatibilidade:
X 1 −X ′2
2 2 ≤ K
√��X 1 +��X ′2
Onde k é o fator de abrangência e quando ele não é
conhecido é utilizado k=1
Primeiramente foi estabelecido um ângulo fixo para
todos os lançamentos do pêndulo, a fim de que não
houvesse discrepância entre os resultados obtidos e
considerando um pequeno ângulo, que em radianos
se aproximasse do valor de seu seno. Tal ângulo foi
fixado como 20°. Com a trena foi feita a medição do
comprimento do fio do pêndulo de seu ponto fixo até
o centro de massa do objeto. A partir disso foi
realizada a medição do período de oscilação do
mesmo usando o cronômetro. Tal medição de período
foi feita 30 vezes. Este método foi repetido 5 vezes
para valores diferentes de comprimento do fio, com o
objetivo de se obter um resultado mais confiável.
Para cada valor de L e de T foi calculado sua
flutuação (∆f) e comparado com a resolução (∆r) do
equipamento utilizado para fazer a medição, a fim de
estabelecer o tipo de incerteza de cada uma, em todos
os procedimentos foi constatado o erro do tipo A no
tempo, tipo B no comprimento L e como o cálculo da
gravidade foi uma medição indireta ela é considerada
do tipo C.
Por fim, foi calculada a média e incertezas de cada
grandeza, calculada a gravidade com sua incerteza e
comparada duas a duas com o teste de
compatibilidade e as quais eram compatíveis foram
combinadas em uma média ponderada como Discussão
mostrada na equação a seguir: Inicialmente observa-se que somente um resultado se
afasta muito dos outro valores, porém ao realizar o teste
n
∑ W iGi de compatibilidade, 2 valores ficam fora do parâmetro,
1 sendo assim, apenas 3 dos resultados foram adotados
Gm = i=1
n ; UG m = 1 ; Wi = U 2Gi
.

√ para a média da gravidade que, apesar de parecer

n
∑ Wi
i=1 ∑ Wi
i=1 próxima a da literatura, não foi compatível. Tal
discrepância de valores sugere uma certa limitação das
Resultados condições experimentais.
Os resultados dos cálculos estão apresentados a seguir:
Conclusão
Tabela 1: Comprimento do fio do pêndulo O modelo experimental utilizado para a realização do
experimento mostrou-se satisfatório para a determinação
da aceleração local da gravidade, apesar dos valores
obtidos serem próximos, há possível existência de erros
grosseiros, por exemplo, o tempo de reação do operador
do cronômetro na determinação do período do pêndulo,
além de condições impróprias para a realização do
experimento e o tamanho pequeno da amostra, o que
Tabela 2: Tempo de oscilação do pêndulo aumentou significantemente o valor da incerteza obtida
e a inexatidão do resultado, tendo em vista que o valor
da gravidade encontrado através da média ponderada foi
g m = (9,561 ± 0,029) m/s² , o que não é compatível com
o valor de referência, já que seu teste de
compatibilidade resultou em um número muito alto,
maior que o fator de abrangência adotado como
Tabela 3: Gravidade
parâmetro.

Referências

Instituto de física, Física experimental I: notas

Tabela 4: Testes de compatibilidade introdutórias, UFG, Goiânia-GO (2019).

Gravidade média final

Teste de compatibilidade da gravidade final com o

valor de referência