Geodésicas na Relatividade Geral

Victor Felipe Cruz Vieira

Orientador: Rafael P. Bernar

September 8, 2023

2cm

Victor Felipe Cruz Vieira Orientador: Rafael P. Bernar Geodésicas na Relatividade Geral September 8, 2023 1 / 14
 Sumário

1 Introdução

2 Geodésicas
Geodésica pelo Transporte Paralelo
Geodésica pelo Cálculo Variacional

3 Curvatura
Tensor de Riemann pela comutatividade de derivadas covariantes
Tensor de Riemann e o desvio geodésico

4 Referências

5 Agradecimentos

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 Introdução

A teoria da Relatividade Geral, desenvolvida por Albert Einstein em 1915, apontou que a
gravidade é vista como uma manifestação da curvatura do espaço-tempo, a partir de um
ponto de vista geométrico.
As leis da fı́sica possuem a mesma forma em todos os referenciais inerciais;
A luz, no vácuo, se propaga com velocidade determinada, independente do estado
de movimento da fonte.

Figure: Albert Einstein

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 Geodésicas

Na Relatividade Restrita, as trajetórias de observadores inerciais e de raios de luz

são retas no espaço-tempo.
Na Relatividade Geral, as geodésicas são a ”generalização” do conceito de retas para
um espaço-tempo arbitrário.
Partı́culas sujeitas apenas á ação gravitacional seguem geodésicas no espaço-tempo.

Figure: Transporte paralelo de um vetor.

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 Geodésica pelo Transporte Paralelo

Dada uma curva parametrizada por λ, ela será definida como uma geodésica ao
transportar paralelamente o seu próprio vetor tangente. Assim, teremos

du µ
= u ν ∇ν u µ . (1)
dλ
Buscamos obter uma curva que mantenha sua direção constante, de maneira que

u ν ∇ν u µ = αu µ . (2)

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 É possı́vel mostrar que existe uma reparametrização λ → γ(λ), tal que o novo vetor
dx µ
tangente w µ = se mantenha constante ao longo da curva, ou seja,
dγ

w ν ∇ν w µ = 0 (3)

d 2x µ dx µ dx ν
∴ 2
+ Γβµν =0 (4)
dγ dγ dγ

onde Γβµν é a conexão usada na Relatividade Geral. Suas componentes são também
chamadas de Sı́mbolos de Christoffel.
Esta conexão é dada por
1 ρβ
Γβµν = g (∂ν gρµ + ∂µgνρ − ∂ρ gµν ) . (5)
2

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 Geodésica pelo Cálculo Variacional

Por meio do cálculo variacional, podemos considerar uma curva que extremiza a distância
entre dois pontos.
Seja essa curva parametrizada por λ, podemos definir dois pontos nessa curva localizados
em x µ e x µ + dx µ , respectivamente. O comprimento do arco entre esses dois pontos é
descrito pela integral de ds, que por sua vez é

Zλ2 p
J= gµν ẋ µ ẋ ν dλ (6)
λ1

onde L = gµν ẋ µ ẋ ν será a Lagrangiana.

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 A lagrangiana acima deve ser extremizada para obtermos a curva em questão.Para isto,
consideramos uma deformação da curva x µ (λ) tal que x µ (λ) → x µ (λ) + δx µ (λ).
Com esta deformação sendo nula nos extremos, de maneira que

δx µ (λ1 ) = δx µ (λ2 ) = 0. (7)

Temos, a partir da equação anterior, que a curva é o caminho de comprimento extremo,

portanto, vamos assumir que
Z
δ ds 2 = 0. (8)

Assim, a variação da ação será

ZP2 ZP2  
2 ∂L µ ∂L µ
δJ = δLdλ = δ ẋ + δx dλ = 0. (9)
∂ ẋ µ ∂x µ
P1 P1

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 Realizando uma integração por partes e observando que as derivadas em relação às
coordenadas generalizadas se anulam nos extremos, iremos obter a equação de
Euler-Lagrange para Geodésicas:
 
∂L d ∂L
− =0 (10)
∂x µ dλ ∂ ẋ µ
Agora, usamos a Lagrangiana do sistema, já citada anteriormente. Logo, substituindo L
em cada termo da Eq.(10), teremos

ẍ φ + Γφ µ ν
µν ẋ ẋ = 0. (11)

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 Curvatura

É utilizado um objeto chamado Tensor de Curvatura (ou Tensor de Riemann) para

quantificar a curvatura do espaço;

Figure: Circuito fechado definido por dois vetores.

ρ ρ ρ ρ λ ρ λ
Rσµν = ∂µ Γνσ − ∂ν Γµσ + Γµλ Γνσ − Γνλ Γµσ (12)

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 Tensor de Riemann pela comutatividade de derivadas covariantes

O comutador de duas derivadas covariantes mede a diferença entre o transporte paralelo

de um tensor em um sentido primário e o transporte do mesmo num sentido oposto.
Para um vetor arbitrário, temos

[∇µ , ∇ν ] V ρ = ∇µ ∇ν V ρ − ∇ν ∇µ V ρ (13)

Usando o fato de que a conexão é simétrica, obtemos

ρ ρ ρ λ ρ λ
= (∂µ Γνσ − ∂ν Γµσ + Γµλ Γνσ − Γνλ Γµσ )V σ (14)

ρ
= Rσµν V σ. (15)

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 Tensor de Riemann e o desvio geodésico

A curvatura pode ser visivelmente analisada quando tratamos como duas geodésicas
próximas são afetadas pela mesma, afastando-as ou aproximando-as.
Primeiramente, consideramos duas geodésicas γ e γ ′ e parametrizadas por λ.
γ → x α (λ) γ ′ → x α (λ) + χα (λ)

aα = −Rβγσ
α
u β δx γ u σ (16)

Figure: Afastamento de duas geodésicas.

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 Referências

1 ABBOTT, Benjamin P et al. Observation of gravitational waves from a binary black

hole merger. Physical review letters, APS, v. 116, 2016.
2 CARROLL, Sean M. An Introduction to General Relativity: Spacetime and
Geometry. Cambridge: Cambridge University Press, 2019.
3 EVENT HORIZON TELESCOPE COLLABORATION et al. First M87 event horizon
telescope results. IV. Imaging the central supermassive black hole. arXiv preprint
arXiv:1906.11241, 2019.
4 HOBSON, Michael P; EFSTATHIOU, George P; LASENBY, Anthony N. General
Relativity: An Introduction for Physicists. Cambridge: Cambridge University
Press, 2006.
5 LEMOS, Nivaldo A. Mecânica Analı́tica. São Paulo: Livraria da Fı́sica, 2007.

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 Agradecimentos

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