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ENE – UnB – Laboratório de Eletromagnetismo 2 Experiência 1

SUPERFÍCIES EQUIPOTENCIAIS E GRADIENTES DE


POTENCIAL
ALUNO: ____________________________________________ MATRÍCULA: ___________

1. Introdução Teórica
Esta experiência consiste na observação de campos elétricos em alguns tipos de superfícies. Pode-se
ter uma idéia da geometria dos campos elétricos e tirar algumas conclusões sobre a influência de alguns
materiais na presença desses campos.
Uma das melhores ferramentas para a determinação de campos elétricos é a equação de Laplace, que
não será discutida ainda. Um dos grandes problemas desta equação é que, geralmente, ela pode ser resolvida
analiticamente somente quando o problema apresenta tem simetria, caso contrário, a solução se torna muito
difícil ou até impossível. Já que muitas vezes encontram-se problemas com simetria, o objetivo neste
experimento será mapear as linhas equipotenciais para várias geometrias diferentes de uma maneira prática e
precisa.

1.1 Superfícies equipotenciais

O potencial absoluto, a uma distância r de uma carga isolada q é dado por:

q (1)
φ=
4πε 0 r
Qualquer ponto de uma esfera de raio r, concêntrica com a carga, tem o mesmo potencial. Chama-se
superfície equipotencial uma superfície na qual o potencial é constante. Sabe-se que para mover uma carga na
direção de um campo elétrico realiza-se trabalho. Se essa carga é movida em uma superfície equipotencial não
é realizado trabalho pois este é dado por
a ur uur
U = −q ∫ E ⋅ dl , (2)
b

ur uur
e como E é perpendicular a dl , tem-se que U é igual a zero.
A superfície de um condutor homogêneo em equilíbrio eletrostático é, necessariamente, uma
superfície equipotencial. Se não fosse desse modo, as cargas estariam se movendo de pontos de energia
potencial mais alta para pontos de energia potencial mais baixa e não haveria equilíbrio eletrostático. Conclui-
se que o campo elétrico, nas proximidades de um condutor em equilíbrio eletrostático, é normal à superfície
do condutor.

1.2 O Gradiente de Potencial


ur
Seja um campo elétrico E uniforme e considere dois pontos imersos neste campo, como mostrado na
Figura 1. O trabalho elementar para se deslocar uma carga q na direção contrária ao campo é
ur uur
dU = −qE ⋅ dl (3)

A relação entre trabalho e carga é definida como potencial, então

dU ur uur ur uur (4)


dφ = = − E ⋅ dl = − E dl cos (θ )
q

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uur
De onde se obtém a derivada direcional de φ na direção de dl como
dφ ur
= − E cos (θ ) (5)
dl

Figura 1 – Gradiente de potencial


uur ur
Se dl está na direção de E , tem-se que cos (θ ) = 1 e

dφ ur (6)
=− E
dl max
uur ur
e a função potencial φ diminui nessa direção. Se dl está na direção contrária de E , tem-se que
cos (θ ) = −1 , e
dφ ur (7)
= E
dl max
ur
As equações (6) e (7) indicam que o campo elétrico E tem o módulo igual ao gradiente máximo do
potencial no ponto, e a direção contrária à direção do gradiente.

2. Parte Experimental
2.1 Material Utilizado

• Eletrômetro
• Fonte de Alimentação (ajustada em 30VDC)
• Papel Condutor
• Tachas para fixação
• Cabos e Pinos de conexão
• Caneta de Tinta Condutiva
• Cortiça
• Papel milimetrado

2.2 Procedimento Experimental


1. Coloque o papel condutor com o desenho da Figura 2 sobre a cortiça, fixando-o com as tachinhas.

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Figura 2 – Desenho do papel condutor

2. Verifique se a condutividade das linhas do desenho e dos pinos de contato é suficiente usando os
instrumentos disponíveis na bancada. Se caso necessário, reforce o desenho com mais tinta, deixando
secar por alguns minutos.
3. Deixe o eletrômetro e a fonte de alimentação em um mesmo terra de referência.
4. Com o eletrômetro, meça o potencial em vários pontos em volta do desenho, procurando encontrar
equipotenciais. Através desses dados, plote em papel milimetrado as curvas equipotenciais referentes à
figura.
5. O gradiente local do potencial elétrico Φ(x,y), que é, por definição, a direção e magnitude do campo
elétrico, pode ser estimado com um simples procedimento. Retire a conexão entre o terra do eletrômetro e
o terra da fonte. Conecte uma segunda ponta de prova ao terminal de terra do eletrômetro. Junte as duas
pontas de prova como indicado na Figura 3, desta forma a distância entre elas é mantida em
aproximadamente 1 cm. Posicione a ponta de prova ligada ao terra em um ponto do papel e gire a outra
ponta de prova ( ligada ao terminal positivo do eletrômetro ) em relação ao terra. Deste modo deve ser
encontrada a direção onde é maior a leitura do eletrômetro.

Figura 3 – Posição das pontas de prova para medir o gradiente

3. Questões e Relatório
1. Esboce no papel graduado anexo o desenho e as curvas dos equipotenciais encontradas, juntamente com
setas indicativas da direção e respectivos valores dos gradientes.

2. Explique as curvas obtidas no desenho com base na teoria de campos eletrostáticos. Explique a simetria
das curvas e a relação entre as linhas equipotenciais e a direção do gradiente.

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3. Qual a relação entre o gradiente do potencial e a separação das linhas equipotenciais adjacentes em um
determinado ponto de medida.

4. Que efeito o tamanho finito do papel condutor tem sobre as linhas equipotenciais?

5. Faça conclusões sobre o experimento.

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