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ENG 01156 – Mecânica - Aula 13 120

Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM

13. APLICAÇÕES DO CONCEITO DE CENTRÓIDE

13.1 TEOREMAS DE PAPPUS (III AC) – GULDIN (1577 – 1643)

Os teoremas de Pappus - Guldin são bastante úteis na determinação de áreas e volumes


de sólidos de revolução.
Uma superfície de revolução é gerada pela rotação de uma curva plana em relação a
um eixo fixo no plano da curva, e que não a intercepte. A Fig. (13.1a) ilustra a geração de
uma superfície cônica a partir da rotação de um segmento de reta (a base do cone não é
gerada). Um corpo de revolução é gerado pela rotação de uma área plana em torno de um eixo
fixo no plano da área e que não a intercepte. A Fig. (13.1b) ilustra a geração de um cone a
partir da rotação de uma área triangular em relação a um eixo.

b)
a)
Área Geratriz
Reta Geratriz

Figura 13.1 – Centro de gravidade de um conjunto de partículas.

Teorema I. A área de uma superfície de revolução é igual ao comprimento da curva


geratriz multiplicada pela distância percorrida pelo centróide da curva durante a geração da
superfície. Para a prova deste teorema ver HIBBELER (1998). Na equação (13.1), que
representa este teorema, r é a distância perpendicular entre o centróide da curva geratriz e o
eixo de rotação e L é o comprimento da curva geratriz.

A = 2π ⋅ r L (13.1)

Teorema II. O volume de um corpo de revolução é igual à área geratriz multiplicada


pela distância percorrida pelo centróide da área durante a geração do corpo. Para a prova deste
teorema ver HIBBELER (1998) página 365. Na equação (13.1), que representa este teorema,
r é a distância perpendicular entre o centróide da área geratriz e o eixo de rotação e A é a
área da geratriz.

V = 2π ⋅ r A (13.2)

Os teoremas de Pappus - Guldin oferecem um modo simples de calcular a área/volume


de corpos de revolução. Também podem ser utilizados inversamente para determinar o
centróide de uma curva plana/área plana quando a área da superfície ou o volume do corpo
gerado pela curva/área é conhecido.
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Exemplo 1. Determinar os centróides de uma semi circunferência e de um semi


círculo através dos teoremas de Pappus – Guldin.
4 3 2
Solução: sabe-se que o volume de uma esfera vale πR e que a área da sua superfície vale 4πR . Aplicando
3
as expressões (13.1) e (13.2) tem-se
2
4 3 πR 4R
πR = 2π ⋅ r ⋅ → r= (ver ilustração da aula
3 2 3π
anterior)
R
2 2R
2R 4πR = 2π ⋅ r ⋅ πR → r =
π π

Exemplo 2. Determinar a área da superfície de um toro.


Solução: A superfície de um toro é gerada pela rotação de uma circunferência em torno de um eixo. Logo, o
centróide da área geratriz é R.
2
A = 2π ⋅ R ⋅ 2πr = 4π R r

R
r

Exemplo 3. Um tanque de armazenamento de água é formado por uma casca de


revolução. Este tanque deve ser pintado com duas demãos de tinta com razão de
aproveitamento de 16 m2/l. Sabe-se que a linha curva ABC tem um comprimento de 10 m e
seu centróide dista 2,5 m da linha de centro do tanque. Quantos litros de tinta serão
necessários para pintar o tanque e a coluna vertical cilíndrica que tem 6 m de comprimento?

Solução: Aplicar-se diretamente o primeiro teorema de Pappus – Guldin.


A
2
Casca: A = 2π ⋅ r L = 2π ⋅ 2,5 ⋅ 10 = 157,1 m
2
Coluna: A = 2π ⋅ r L = 2π ⋅ 1,25 ⋅ 6 = 47,1 m 2,5
2
Área total: 204,2 m
B
Aplica-se uma regra de 3 simples para se obter o volume de tinta para uma demão.

2
1 l ⋅ 16 m l
v= = 12,76 l . Para duas demãos necessita-se de 25,5 litros de tinta.
2
204,2 m C

1,25
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13.2 FORÇAS DISTRIBUÍDAS

O conceito do centróide de um corpo também pode ser utilizado para encontrar a força
resultante de um carregamento distribuído.

13.2.1 Carga Distribuída Sobre uma Superfície


Considere a placa ilustrada na Fig. (13.2) submetido a um carregamento descrito pela
função p ( x, y ) , que representa uma taxa de carga por unidade de área ou seja N/m2.

p
p = p ( x, y )
dF
F
y y
dV x x

dA =

y y
x x

Figura (13.2) – Cálculo da força equivalente a uma carga distribuída sobre uma superfície.

A partir da função p ( x, y ) determina-se a força dF atuante na área dA da placa, localizada


num ponto arbitrário de coordenadas (x, y). O módulo desta força é dado por
dF = p ( x, y ) ⋅ dA . É importante salientar que todas as forças dF são paralelas. Logo, calcula-
se o módulo da força equivalente ao carregamento distribuído através de um somatório das
forças dF que atuam sobre a área A da placa. Este somatório é representado pela integral:

F = ∫ p ( x, y ) dA = ∫ dV (13.3)
A V

É importante salientar que o produto p( x, y ) ⋅ dA define um volume infinitesimal dV, logo


pode-se dizer que o módulo da força equivalente ao carregamento distribuído sobre uma placa
é igual ao volume total sob o diagrama da diagrama distribuída.

Para se localizar o ponto de aplicação, que tem coordenadas ( x , y ) , da força


equivalente F deve-se igualar os momentos desta força em relação aos eixos x e y, aos
momentos de todas as forças dF em relação aos eixos x e y, ou seja

F x = ∫ x p ( x, y ) dA , F y = ∫ y p ( x, y ) dA (13.4)
A A

que pode ser rescrita como

x=
∫A x p( x, y ) dA = ∫V x dV , y=
∫A y p( x, y ) dA = ∫V y dV (13.5)
∫A p( x, y ) dA ∫V dV ∫A p( x, y ) dA ∫V dV
Pela expressão (13.5) conclui-se que a força equivalente é aplicada no centróide do volume
sob o diagrama da carga distribuída.
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13.2.2 Carga Distribuída Sobre uma Linha


Considere a viga ilustrada na Fig. (13.3) submetida a um carregamento distribuído
descrito pela função p(x ) , que representa uma taxa de carga por unidade de comprimento ou
seja N/m.

p dF
dA p = p(x ) p A
F

=
x
x
x dx x
L
L

Figura 13.3 – Cálculo de força equivalente a uma carga distribuída.


Conhecendo-se a função p(x ) determina-se a força dF atuante no comprimento infinitesimal
dx da viga, localizado numa coordenada arbitrário x. O módulo desta força é dado por
dF = p ( x ) dx = dA . É importante salientar que todas as forças dF são paralelas, e que o
produto p( x ) dx define uma área infinitesimal dA. Logo, calcula-se o módulo da força
equivalente ao carregamento distribuído através de um somatório das forças dF que atuam
sobre o comprimento l da viga. Este somatório é representado pela integral:

F = ∫ p (x )dx = ∫ dA = A (13.6)
L A

Pela expressão (13.6) nota-se que a força equivalente é igual à área sob o diagrama da carga
distribuída.
Para se localizar o ponto de aplicação da força equivalente iguala-se o momento da
força resultante equivalente em relação à origem dos eixos ilustrados na Fig. (13.3), com o
momento de todas as forças dF em relação ao mesmo, ou seja:
x F = ∫ x p ( x ) dx (13.7)
L

A expressão (13.7) pode ser rescrita como:

x=
∫L x p(x )dx ∫L x p(x )dx = ∫A x dA (13.8)
F ∫L p(x )dx ∫AdA
Pela expressão (13.8) conclui-se que a força resultante equivalente à carga distribuída sobre a
viga está aplicada no centróide da área sob o diagrama da carga distribuída.

Exemplo 4. Calcule as reações nos vínculos A e B da viga submetida a um


carregamento uniforme, conforme ilustrado na próxima página.

Solução: Em primeiro lugar deve-se trocar a carga distribuída por uma força equivalente. Como a figura da carga
uniforme é um retângulo, a posição do seu centróide sai diretamente por simetria.
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1/2
500 N/m
500 N

A = HA A
B
B

1m VA VB
1m

F = 500 N/m ⋅ 1 m = 500 N


∑ Fx = 0 → H A = 0

∑ Fy = 0 → V A + V B = 500

∑M A = 0
1
→ 1 ⋅ V B − 500 ⋅ = 0 → V B = 250 N → V A = 250 N
2
As reações podem ser obtidas diretamente, sem necessidade de cálculo, aplicando-se a condição de simetria do
problema.

Exemplo 5. Calcule as reações nos vínculos A e B da viga submetida a um


carregamento triangular .

500 N/m 1/3

250 N

A = HA A
B
B

1m VA VB
1m

Solução: Em primeiro lugar deve-se trocar a carga distribuída por uma força equivalente. Nesta questão aplica-se
diretamente o resultado obtido na aula anterior sobre a localização do centróide de um triângulo.
500 N/m ⋅ 1 m
F= = 250 N
2
∑ Fx = 0 → H A = 0

∑ Fy = 0 → V A + V B = 250

∑M A = 0
1
→ 1 ⋅ V B − 250 ⋅ = 0 → V B = 83,3 N → V A = 166,7 N
3

Exemplo 6. Calcular as reações nos vínculos A e B da viga submetida a um


carregamento trapeizoidal.

0,45
900 N/m 500 N/m 700 N

A = HA A
B
B

1m VA VB
1m
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Solução: Em primeiro lugar deve-se trocar a carga distribuída por uma força equivalente. Este problema pode ser
resolvido considerando-se a soma de um retângulo com um triângulo de modo a se obter um trapézio.

400 N/m ⋅ 1 m 500 ⋅ 0,5 + 200 ⋅ 1


F = 500 N/m ⋅ 1 m + = 700 N x= 3 = 0,45 m
2 500 + 200
∑ Fx = 0 → H A = 0 ∑
F y = 0 → V A + V B = 700

∑M A = 0 → 1 ⋅ V B − 700 ⋅ 0,45 = 0 → V B = 315 N → V A = 385 N

Exemplo 7. Calcular as reações nos vínculos A e B da viga submetida a um


carregamento parabólico descrito pela função p (x ) = −500 x + 1000 x .
2

0,625
500 N/m
333,3 N

A = HA A
B
B

1m VA VB
1m

Solução: Deve-se resolver as integrais (13.3) e (13.4).


1
1  − 500 x 3 1000 x 2 
F =  − 500 x 2 + 1000 x  dx = 
∫ +  = 333,33 N
0   3 2 
0

1
1 1  − 500 x 4 1000 x 3 
x dA = x  − 500 x + 1000 x  dx = 
208,3
∫ ∫
2
+  = 208,3 Nm x= = 0,625 m
0 0    4 3  333,3
 0
∑ Fx = 0 → H A = 0 ∑ Fy = 0 → V A + V B = 333,3

∑ M A = 0 → 1⋅VB − 333,3 ⋅ 0,625 = 0 → V B = 208,3 N → V A = 125 N

Exemplo 8. A pressão atuante sobre a placa ilustrada abaixo varia linearmente ao


longo de cada um dos seus bordos. Determine o módulo da força resultante equivalente e o
seu ponto de aplicação na placa.
p
Solução: O primeiro passo é determinar a
equação do plano que representa o diagrama 4 kN/m
de carga. Isto é feito considerando-se a 2 kN/m
equação geral de um plano
p( x, y ) = Ax + By + C , sendo que as y
constante A, B e C são determinadas pelas
condições de contorno.
3 kN/m 4m
p (0,0) = 4 → C = 4
−1
p ( 4,0) = 3 → 4 A + 4 = 3 → A = 1 kN/m
4
−2 5m
p (0,5) = 2 → 5B + 4 = 2 → B = x
5
− x −2 y
Logo tem-se p ( x, y ) = + +4
4 5
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O módulo da força resultante equivalente ao carregamento distribuído na superfície vale:


4
5 4  −
x − 2y   5 − x 2
− 2 yx  5 8 
V ∫ A ∫
F = dV = p( x, y ) dA =  
0 0  4

∫ ∫
+
5
+ 4 dx dy =
 
∫ 
0 8

+
5
+ 4 x  dy =

∫0 14 − 5 y dy
0

5
 4 
F = 14 y − y 2  = 50 kN
 5 0

Para se localizar o ponto de aplicação da carga deve-se resolver as integrais:


4
5 4  − x 2 − 2 yx   5 − x 3 − 2 yx 2
4 x 2 5 80 16 
∫VxdV = ∫A x p( x, y) dA = ∫0 ∫0  4
+
5
+ 4 x dx dy = 
 
 
0  12

∫ +
10
+
2 
 dy =  −
0
0 3 5 ∫ y dy


5
 80 8 
∫V
xdV =  y − y 2  = 93,33 kNm
3 5 0

4
5 4  −
xy − 2 y 2   5 − x 2 y − 2 y 2 x 
 
∫V A ∫
ydV = y p( x, y ) dA = 
∫ ∫
0 0  4
+
5  

+ 4 y dx dy = 
0 8
+
5 ∫
+ 4 yx  dyy

     0

5
5 8   8 
∫V ydV = ∫ 14 y − y 2  dy = 7 y 2 − y 3  = 108,33 kNm
0 5   15  0

93,33 108,33
Coordenadas de aplicação da carga: x = = 1,87 m e y = = 2,17 m
50 50

13.3 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1) Calcule as reações em A e B para o pórtico representado na figura abaixo.

1000 N/m Solução: O primeiro passo é transformar


as cargas distribuídas em cargas
500 N/m
concentradas equivalentes.
1
m

400 N
F1 = (3 − 2 ⋅ cos 50° ) ⋅ 1000 = 1714,4 N
1
m

500 ⋅ 3
50o F2 = = 750 N
2
3m

B
Representando-se um diagrama de corpo livre
com as cargas concentradas tem-se

A
0,857
1714,4 N
3m
400 N

750 N
50o
3m

RB
B
2m

HA
A

VA
3m
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O próximo passo é aplicar as equações de equilíbrio.

∑ Fx = 0 → H A + 750 − RB cos 50° − 400 cos 40° = 0 → H A − 0,643RB = −443,582 (1)


∑ Fy = 0 → V A − 1714,4 + RB sen 50° − 400 sen 40° = 0 → V A + 0,766RB = 1971,515 (2)
∑ M A = 0 → − 750 ⋅ 2 − 1714,4 ⋅ 0,857 − 400 sen 40°(3 − 1cos 50°) + 400 cos 40°(3 − 1sen 50°) +
3R B sen 50° + R B cos 50°(3 − 2 sen 50° ) = 0

3,242 R B = 2890,79 → R B = 891,7 N

Substituindo-se em (1) e (2) fica HA = 129,8 N e VA = 1288,5 N

Os resultados obtidos podem ser confirmados fazendo-se ∑M B = 0 .


2) Para a estrutura ilustrada abaixo determinar as reações nos vínculos A e D. (Exercício
extraído da lista de questões de prova de Mecânica Estrutural I – Prof. Bittencourt e Prof. Masuero).

10 kN/m 20 kN/m

30 kN/m
B C
80 kNm

2m
1m
HA A
D
HD
MA VA 4m 4m 2m
VD

Solução: O primeiro passo é representar as forças reativas correspondentes aos vínculos A e D. É importante
ressaltar que sendo o vínculo D um apoio duplo tem-se duas reações, que são equivalentes a uma força com
direção desconhecida. Logo, a inclinação representada no apoio não deve ser considerada. O próximo passo é
substituir as cargas distribuídas por forças concentradas equivalentes.

20 kN/m ⋅ 4 m 2 2
P1 = 10 kN/m ⋅ 4 m = 40 kN P2 = = 40 kN P3 = 30 kN/m ⋅ 2 + 2 = 84,85 kN
2

40 kN 40 kN
1,
41
4

B C
84,85 kN
2m

2m 2,67 m
80 kNm
1m

HA A
D
HD
MA VA 4m 4m 2m
VD

Escrevendo-se as equações de equilíbrio externo tem-se


∑ Fx = 0 → H A + H D − 84,85 ⋅ cos 45° = 0 → H A + H D = 59,998 (1)

∑ Fy = 0 → V A + V D − 40 − 40 − 84,85 ⋅ sen 45° = 0 → V A + V D = 139,998 (2)


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∑M A = 0 → M A + 10V D − 2 ⋅ 40 − 6,67 ⋅ 40 + 80 − 9 ⋅ 84,85 ⋅ sen 45° + 2 ⋅ 84,85 ⋅ cos 45° = 0

M A + 10V D = 686,786 (3)

∑MB
esq
= 0 → M A − 4V A + 3 H A + 2 ⋅ 40 = 0 → M A − 4V A + 3 H A = 80 (4)

∑MD
dir
= 0 → 2V D + 3 H D − 1,414 ⋅ 84,85 = 0 → 2V D + 3 H D = 119,996 (5)

Escrevendo-se o sistema de equações resultante em notação matricial obtém-se

1 0 0 1 0   H A   59,998 
     
0 1 0 0 1   V A   139,998 
0 0 1 0 10  ⋅  M A  =  686,786  Resolvendo-se o sistema de equações tem-se
     
3 − 4 1 0 0   H D   80 
0 0 3 2   V D   119,996 
 0

H A = 37,798 kN ≅ 37,8 kN V A = 113,3 kN M A = 419,806 kNm ≅ 419,8 kNm

H D = 22,2 kN V D = 26,698 kN ≅ 26,7 kN

3) Determine a força resultante da carga do solo que atua sobre um túnel.


Solução: O procedimento para o cálculo da força resultante F = 25 (5 − 2 cosθ ) N/m
é semelhante ao que foi empregado nos casos de uma carga
distribuída numa linha reta. Para se resolver o problema
toma-se um setor com ângulo dθ . O comprimento do arco
correspondente a este setor vale r dθ . Logo, o módulo da
força atuante neste setor do túnel vale dF = F (θ ) r dθ .
Neste ponto, é importante ressaltar que as forças dF não θ
têm a mesma direção, como nos problemas anteriores, logo 2m
o processo de integração deve ser vetorial e não escalar.
Levando-se em conta a forma como o ângulo θ varia pode-
se escrever:

dF = (sen θ , cos θ ) F (θ ) r dθ

Pela figura nota-se que o carregamento é simétrico, logo a componente da força resultante na direção x é nula.
Fazendo-se a integração apenas na direção y fica:
π 2 π 2 π 2
Fy = ∫0 cos θ ⋅ r ⋅ F (θ ) dθ = ∫0 cos θ ⋅ 2 ⋅ 25 (5 − 2 cos θ )dθ = 50 ∫0  5 cos θ − 2 cos 2 θ  dθ
 

F y = 50[5 sen θ − (θ + sen θ ⋅ cos θ ]0


π 2
= 171,46 N

Como o processo de integração foi realizado sobre metade da seção do túnel, a carga equivalente total vale
FTy = 2 F y = 2 ⋅ 171,46 = 343 N
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ENG 1156 – MECÂNICA – TRABALHO 5 – SEGUNDA ÁREA

Os trabalhos devem ser desenvolvidos em folha A4 branca a caneta e sem rasuras, ou


podem ser desenvolvidos em editor de texto. Neste caso, o trabalho pode ser entregue em
arquivo (formato .rtf, pdf ou .doc) ou impresso em folha A4 branca. Trabalhos fora destas
condições não serão avaliados.
1) Determinar a a posição do centróide da peça representada abaixo. Considere que as curvas
que fazem a ligação do retângulo de base 40 mm com o retângulo de base 24 mm são
parábolas. Considere o desenho apresentado em escala
40

24
(mm)
80 12 28

3) Calcular as reações nos 30 kN/m 30 kN/m


vínculos externos A, B e 8 kNm
E
C. Calcule também as
reações nas rótulas D e D
E. Considere que o
momento de 8 kNm está
4m

aplicado imediatamente a
esquerda da rótula E.

B C
3m 2m 2m 3m

4) Calcular as reações nos vínculos A e D.


50 kN/m

30 kN/m B
25 kN/m
C
200 kNm
3 2
q = 0,2 x + 0,269 x
4,9 m

A D

6m 6,5 m
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5) Determine a quantidade de tinta necessária para proteger a superfície da polia, cuja


geometria está detalhada na figura abaixo, da oxidação.

Corte A-A
25
A

(mm)
25
25
25

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