Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Trajetória. O lugar geométrico das sucessivas posições ocupadas por uma partícula
móvel, em relação a um sistema de referência, denomina-se trajetória. O movimento da
partícula é caracterizado pela natureza da trajetória descrita pela mesma (por exemplo
movimento retilíneo, circunferencial). O movimento é chamado progressivo quando a
trajetória é descrita num único sentido; quando a trajetória é descrita ora num sentido, ora
noutro, o movimento é chamado alternativo.
O s = s (t )
s P
r = r ( t ) = (P ( t ) − O )
P
Z
x = x (t )
y = y (t )
z = z (t )
P
O
z Y
x
y
Z
∆s: trajetória percorrida P(t+∆t)
∆s
r(t+∆t)
∆r
P(t)
r
O
Y
∆ r dr
V = lim = (19.1)
∆t → 0 ∆t dt
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 191
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
P(t)
r
O
Y
Z
V(t+∆t)
r(t+∆t) V(t) ∆V
V(t)
r V(t+∆t)
O
Y
2
∆V d V d r
a = lim = = 2 (19.2)
∆t → 0 ∆t dt dt
Em geral, o vetor aceleração a não é tangente à trajetória e aponta para dentro da curva da
trajetória, conforme ilustrado na Fig. (19.3).
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 192
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
a V
P(t)
r
O
Y
P1=P(s+∆ s)
P=P(s) B
∆s
S
O
A
O limite
PP1 P ( s + ∆s ) − P ( s ) ∆P dP
lim = lim = lim = = ut (19.3)
∆s → 0 ∆S ∆s → 0 ∆s ∆s → 0 ∆ s ds
resulta num vetor unitário ut que é tangente à trajetória em P e tem o sentido dos arcos
crescentes ( ∆s > 0 se a partícula vai de P para P1). Ao vetor unitário com origem em P e
orientado para o centro de curvatura, denomina-se vetor unitário normal un . Ao vetor
definido pelo produto vetorial ut × un denomina-se vetor unitário binormal ub . Estes três
vetores unitários definem um triedro, que se chama Triedro de Frenet.
Primeira Fórmula de Frenet. A figura (19.5) representa o vetor ut nos pontos P e
P1 da trajetória. O ângulo ∆α definido por esses vetores é denominado de ângulo de
∆α
contingência. Empregando-se este ângulo, sabe-se que Cm = é a curvatura média do arco
∆s
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 193
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
∆ α dα
PP1, C = lim = é a curvatura no ponto P e 1 C = R é o raio de curvatura no ponto
∆s → 0 ∆s ds
P.
ut(P1)
ut(P)
P1
P
ut(P)
∆ ut
∆α
ut(P1)
dut dut dα dut
= ⋅ = ⋅C (19.4)
ds dα ds dα
dut ∆u t dut
Sabe-se que = lim , e que o vetor é normal a ut , o que pode ser demonstrado
d α ∆α → 0 ∆α dα
fazendo-se
d dut dut dut
(ut • ut ) = • ut + ut • = 2 ⋅ ut • (19.5)
dα dα dα dα
d dut dut
No entanto, como ut • ut = 1 tem-se (ut • ut ) = 0 , logo ut • = 0 , ou seja ut ⊥ .
dα dα dα
dut
Logo, concluí-se que o vetor está orientado para o centro de curvatura. Além disso,
dα
dut dut ∆ut
demonstra-se que tem módulo unitário fazendo-se = lim . Com este
dα dα ∆α → 0 ∆α
procedimento tem-se
∆α ∆α
2 ut sen sen
∆ut 2 = 2
= (19.6)
∆α ∆α ∆α
2
2 2
∆α
sen
dut 2 =1
= lim (19.7)
dα ∆α →0 ∆α
2
Desta expressão concluí-se que a velocidade de um ponto é um vetor que tem direção
tangente à trajetória.
Para se determinar a aceleração do ponto P faz-se
dV
= (V ut ) =
dV d dut
aP = ut + V (19.10)
dt dt dt dt
dut dut ds dut
Considerando-se ut = ut ( s ) pode-se escrever = ⋅ = V . Aplicando-se este
dt ds dt ds
resultado na (19.10) e considerando-se a expressão (19.8) tem-se
2
dV V
aP = ut + un (19.11)
dt R
dV
, em que ut é chamada de aceleração tangencial at , cujo sentido depende do sinal de
dt
2
dV V
, e un é chamada de aceleração centrípeta ou normal. Esta aceleração é sempre
dt R
2
V
orientada para o centro da curvatura já que > 0 . A Fig. (19.6) ilustra a orientação do
R
vetor aceleração.
X
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 195
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
P(x,y,z)
k
O
i j Y
dr d ( P − O ) dP dO dx dy dz
V= = = − = i+ j+ k (19.12)
dt dt dt dt dt dt dt
2 2 2
dx dy dz
V = + + (19.13)
dt dt dt
2 2 2 2 2
d r d P dx dy dz
a= 2
= 2
= 2
i+ 2
j+ 2
k (19.14)
dt dt dt dt dt
cujo módulo é dado por
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 196
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
2 2 2
d 2x d 2 y d 2z
a = 2 + 2 + 2 (19.15)
dt dt dt
P(t) P(t+∆ t)
O
s ∆s
ds
Velocidade Instantânea. A velocidade instantânea é definida como VP = .
dt
a ⋅ ds = V ⋅ dV (19.16)
V t
∫V dV = a ∫ dt → V − V0 = a ⋅ t → V = V0 + a ⋅ t
0 0
(19.17)
2 2
(V0 + a ⋅ t )dt at at
s t0
∫s 0
ds = ∫
0
→ s − s0 = V0 ⋅ t +
2
→ s = s0 + V0 ⋅ t +
2
(19.18)
2 2
V −V0
= a (s − s0 ) → V = V 0 + 2a (s − s0 )
V s 2 2
∫V VdV = a ∫s ds
0 0
→
2
(19.19)
s t
∫s ds = V ∫0 dt
0
→ s − s0 = V ⋅ t → s = s0 + V ⋅ t (19.20)
P(t+∆t)
P(t)
∆θ
O
θ
x
Figura 19.9
∆θ
Ao escalar ω m = denomina-se velocidade angular média do vetor posição no
∆t
intervalo ∆t.
∆θ dθ
Ao escalar ω = lim = denomina-se velocidade angular do vetor posição no
∆t → 0 ∆t dt
instante t. É importante observar que esta velocidade depende da escolha do ponto fixo O.
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 198
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
ds ∆s
Lembrando-se a definição da velocidade escalar tem-se V = = lim . Como
dt ∆t → 0 ∆t
∆s = r ⋅ ∆θ tem-se
P(t+∆t)
∆s
∆θ dθ
V = lim r =r =ωr ∆θ P(t)
∆t → 0 ∆t dt r
s=s(t)
θ
Considerando-se a definição do vetor velocidade
no Triedro de Frenet tem-se O
x
VP = ω r ut (19.21)
Figura 19.10
d (ω r ) ω r
2 2 2
dV V dω dr 2
aP = ut + un = ut + un = r + ω ut + ω r un
dt r dt r dt dt
2
a P = α r ut + ω r un (19.22)
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 199
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
Vtr
90°
Vr
P
r
VR
utr ur R θ
90°
O x
d 2r 2 dr dω
a p = 2 − ω r u r + 2 ω + r utr (19.26)
dt dt dt
dr dur dz du z
VP = u r + r + uz + z (19.27)
dt dt dt dt
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 201
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
du z
Como a direção z não é função do tempo tem-se que = 0 , e aplicando-se o mesmo
dt
du r dθ
raciocínio do item anterior sabe-se que = uθ = ω uθ . Logo, a (19.27) pode ser rescrita
dt dt
como
dr dz
VP = ur + ω r uθ + u z (19.28)
dt dt
uz uθ
P
ur
rp
θ r
2 2
d r dr dur dω dr duθ d z dz du z
a P = 2 ur + + r uθ + ω uθ + ω r + 2 uz + (19.29)
dt dt dt dt dt dt dt dt dt
2 2
d r dr dr 2 d z
a P = 2 ur + ω uθ + α r uθ + ω uθ − ω r ur + 2 u z (19.30)
dt dt dt dt
d 2r 2 dr
2
d z
aP =
− ω r ur + 2 ω + α r uθ + 2 u z (19.31)
dt 2 dt dt
ENG 01156 – Mecânica - Aula 19 202
Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM
1) No instante em que o carro ilustrado na figura atinge o ponto A, ele tem uma velocidade
de 4 m/s, aumentando a uma taxa constante de 2 m/s2. Determine o tempo necessário para
o carro atingir o ponto B e os módulos de sua velocidade e aceleração neste ponto.
2 2
(
ω f = ω 0 + 2α θ f − θ 0 )
( ) 2 2
Pelo desenho nota-se que θ f − θ 0 = π , logo ω f = 0,04 + 2 ⋅ 0,02 ⋅ π → ω f = 0,357 rad/s
O tempo para atingir o ponto B é obtido fazendo-se ω f = ω 0 + α t → 0,357 = 0,04 + 0,02 ⋅ t → t = 15,8 s
Para se obter o módulo da velocidade em B faz-se VB = ω f r = 0,357 ⋅ 100 = 35,7 m/s , e para se obter o módulo
da aceleração em B deve-se calcular a aceleração centrípeta neste ponto, ou seja
2 2 2
an = ω f r = 0,357 ⋅ 100 = 12,74 m/s