Você está na página 1de 17

ESPECALIZAÇÃO EM ORTODONTIA

DISCIPLINA DE TYPODONT I

Confecção dos Arcos


Ortodônticos

PROFESSOR: PEDRO CÉSAR FERNANDES DOS SANTOS

2007
Montagem da Má Oclusão

.: A montagem de Typodont deverá representar uma maloclusão Classe II divisão


1a, com as seguintes características(Figuras 1 a 3):
- Relação entre os molares e caninos superiores e inferiores de
Classe II de topo.
- Sobremordida moderada.
- Sobressaliência moderada.
- Apinhamento anterior suave e pequenas alterações individuais de
posição de dentes na arcada inferior sem diastemas.
- Curva de Spee suave.

Figura 1- Modelo de Estudo em norma frontal mostrando as características da leve


má oclusão de Classe II 1ª divisão.
B
A

Figura 2- Fotos dos modelos de estudo em norma lateral direita(A) e esquerda(B)


mostrando as características da leve má oclusão de Classe II 1ª divisão.

Figura 3- Fotos dos modelos de estudo em norma oclusal superior(A) e Inferior(B)


mostrando as características da leve má oclusão de Classe II 1ª divisão.
Determinação do Diagrama de Interlandi

Para que um arco exiba as proporções transversais e longitudinais do arco


ideal escolhido, é necessário um desenho do mesmo, de sorte que se possa testar
cada detalhe de construção.
O segmento anterior do arco inferior deve ter uma curva ligeiramente
achatada, com raios de curvatura que, segundo estudos realizados por Interlandi
em 189 casos, exibiram valores de 18 a 25mm. De acordo com esses dados,
foram construídos oito diagramas (Figura 4), com raios de curvatura de 19 a
26mm.

24mm

Figura 4- Diagrama de contorneamento, de Interlandi.

Esses diagramas podem ser impressos dois a dois, bem como na frente e
nas costas de um cartão de tamanho conveniente, perfazendo o conjunto, duas
peças para cada coleção, com oito diagramas impressos (que poderão ser
plastificados para não estragarem com o uso diário).
A fim de poder movimentar o arco sobre o diagrama, emprega-se uma folha
de plástico transparente, sobre a qual se coloca o arco que está sendo
contorneado, podendo assim, serem feitos facilmente, os pequenos movimentos
de adaptação do arco ao desenho.
Além dos desenhos dos oito diagramas, imprimiram-se numa folha de
plástico transparente, todas as curvas incisais identificadas com os números
correspondentes aos diversos raios de curvatura. Tem-se, portanto, os desenhos
da curvatura 18 a 26 (Figura 5).

Figura 5- Os raios de curvatura incisais, de 18 a 26mm, impressos em folha de


plástico transparente.

Para escolher-se o diagrama que será empregado durante todo o tempo de


tratamento de um determinado paciente (diagrama individualizado), procede-se da
seguinte forma: coloca-se sobre a arcada do modelo inferior, o plástico
transparente das curvas incisais, e escolhe-se por tentativa, a curvatura que
melhor se sobreponha ao desenho médio da curvatura incisal inferior (incluindo
adicionalmente, os caninos) (Figura 6A). Esta sobreposição deve relacionar a
curvatura escolhida às faces vestibulares dos dentes inferiores anteriores, do
modelo inferior, como se fosse um arco ortodôntico já adaptado(Figura 6B).

A B

Figura 6- Fotografias mostrando os raios de curvatura incisais para a


determinação do diagrama(A) conforme o arco dentário inferior(B).
A escolha inadequada de um raio de curvatura implicará em expansões ou
contrações da arcada do pacientem com conseqüentes insucessos futuros.
A razão de se escolher o raio de curvatura do diagrama, a partir do arco
inferior, reside na relativa limitação de movimentos ortodônticos dos incisivos
inferiores, cuja área em torno do osso basal é bem menor que a da maxila. É de
aceitação geral, que a curva anterior da arcada inferior é estabilizada, e não deve
experimentar modificações, a não ser excepcionalmente.
O diagrama escolhido mostrará a curva incisal do arco superior do paciente;
portanto, após a medição do raio de curvatura incisal no modelo inferior,
acrescenta-se 1mm a este número (o arco ideal é maior que o inferior) e escolhe-
se o diagrama para o arco superior, cujo raio de curvatura está impresso no canto
superior direito. Se, para o caso a ser tratado, forem consideradas extrações de
pré-molares, a retração do segmento anterior implicará em alguma abertura da
curvatura incisal (num arco de característica parabólica, os caninos são
distalizados, afastando-se do plano sagital mediano); deve-se, portanto, aumentar
mais uma vez, 1mm ao raio da curvatura escolhido de início, para respeitar-se a
ampliação aludida. Com essa providência, seleciona-se para um determinado
paciente, porém ainda não individualizado quanto a uma importante dimensão que
também será respeitada durante todo o tratamento – a distância intermolares –
denominada distância interômegas. Ela será medida entre os limites mesiais das
faces vestibulares dos primeiros ou segundos molares, local onde estará o ômega
no arco (Figura 7).

Figura 7- Mede-se a distância da face vestibular do segundo molar direito ao


esquerdo, onde os ômegas ou parte distal do arco será introduzido(Exemplo=
62mm).
Essa distância é então dividida na metade (31mm), colocando-se então a
régua sobre o diagrama escolhido a partir da linha média vertical do diagrama,
verificando-se em qual barra vertical haverá coincidência com a distância (Figura
8).
24m

Figura 8- A distância entre os molares é dividida na metade e então, coloca-se a


régua com o marco zero na linha mediana do arco do diagrama e a distância pré-
determinada coincidirá com uma das barras verticais laterais (31mm coincidente
com a barra 8).
Essa medida deverá ser transferida para a área dos molares, nos
diagramas, onde coincidirá com uma das linhas verticais ali presentes, as quais
são identificadas numericamente, no extremo inferior.O número da linha vertical
escolhida será anotado juntamente com o número do diagrama (que corresponde
ao raio de curvatura) na ficha clínica do paciente, de forma a poder obter-se o
diagrama com rapidez em cada visita. Assim a anotação “24-8” indica, para um
determinado paciente, o diagrama sobre o qual será contorneado o arco, isto é, o
de número 24 e, terminado o contorneamento, os ômegas devem estar sobre a
linha vertical 8, de cada lado da linha mediana.
Em seu Typodont, determine a distância dos segundos molares em 74mm,
e a curvatura do arco inferior na curvatura 23, escolhendo-se então o diagrama 24,
obtendo-se a confecção do arco ideal no diagrama 24 barra 12 (Figura 9).
Figura 9 Arco ideal sobreposto no diagrama de Interlandi 24 barra vertical 12.

As vantagens na adoção dos diagramas acima descritos podem ser expressas em


cinco itens:
1) Possibilidade de obtenção imediata do diagrama individualizado.
2) Manuseio mais prático, uma vez que os diagramas estarão ao alcance do
ortodontista, guardando convenientemente dois a dois, um a um, em folha
de plástico.
3) Possibilidade de se construírem arcos superiores ou inferiores
isoladamente, com um erro de coordenação (COORa) bastante reduzido.
4) Economia de tempo, pois o número de coordenações interarcos pode ser
diminuído no decorrer de todo o tratamento.
5) Manuseio restringindo dos modelos de gesso, durante o tratamento.
Confecção dos Arcos Ideais

1-Material e Instrumental:

Para a confecção dos arcos ideais ortodônticos serão necessários os seguintes


materiais e instrumentais(Figura 10):

1) Alicates Nº 442
2) Alicate Ômega Loop
3) Alicate de corte de fio ortodôntico
4) Torre para cortornear fios ortodônticos
5) Conjunto de diagramas de arcos de Interlandi
6) Uma vareta de fio de aço inoxidável 0,019”X0,025”
7) Os modelos dos arcos superior e inferior
8) Uma caneta de retroprojetor
Figura 10- Material e Instrumental para a confecção dos arcos ideais
2-Confecção do Arco Superior

Primeiramente corte com o alicate de fio ortodôntico vareta de fio de aço


inoxidável 0,019”X0,025 aproximadamente ao meio (Figura 11):

Figura 11- Corte do da vareta ao meio com alicate de corte.

A seguir, com a torre de cortoneamento, segurando firmemente o fio no canal de


encaixe correspondente ao diâmetro 0,019”, realizar o contorno do fio(Figura 12).

A
B

Figura 12- Fotografias mostrando a escolha do canal de encaixe(A) e a fixação


com o polegar do fio contra a torre antes de girar o pino sobre o fio(B).
Marque o centro do arco conformado, usando como auxílio o diagrama de
Interlandi determinado para os arcos da má oclusão(Figura 13).

A
B

Figura 13- Fotografias mostrando a colocação do arco contornado sobre o


diagrama de Interlandi escolhido(A), marcando-se a linha média do arco conforme
a linha média do diagrama(B).

Pegue o arco contorneado e, colocando-o sobre o modelo superior, com


uma caneta de retroprojetor, realize as marcações entre os incisivos centrais e
laterais, entre os incisivos laterais e caninos, entre os segundos pré-molares e os
primeiros molares e entre os primeiros e segundos molares (Figura 14).

Figura 14- Marcações para a realização das dobras de primeira ordem, ou seja,
dos desvios de incisivos, caninos, molares e caudais.
Por meio do alicate 442, segurando firmemente rente às marcações, realizamos
as dobras de primeira ordem (Figura 15).

Figura 15- Alicate 442 usado na realização das dobras de primeira ordem.

Ao final, rente à entrada do tubo do segundo molar, usando um alicate


ômega-Loop, realizamos a dobra de segunda ordem conceituada da mesma forma
do alicate, ou seja, alça em ômega (Figura 16).

Figura 16- Confecção da alça em ômega por meio do alicate ômega-loop.

Realizamos então as dobras no hemi-arco, seguindo-se das dobras do


hemi-arco oposto (Figura 17).
A B C

Figura 17- As dobras de primeira e de segunda ordem são confeccionadas em um


hemi-arco(A), seguindo-se das dobras do hemi-arco oposto, com desvio de
incisivo lateral (B), seguindo-se do desvio de caninos e de molares (C).
Ao final, verificamos a simetria entre os hemi-arcos direito e esquerdo (Figura 18),
posteriormente, colocamos o arco sobre o diagrama (Figura 13) realizando as
retificações necessárias.

Figura 18 - Observamos ao colocar o arco sobre uma superfície plana, a


existência entre os lados direito e esquerdo.
3-Confecção do Arco Inferior
A outra metade da vareta do fio de aço inoxidável 0,019 X 0,025” deve então ser
contorneada, de forma a se ajustar na superfície interna do arco superior
previamente confeccionado (Figura 19).

Figura 19- O Arco inferior deve permanecer inicialmente justaposto internamente


na parte anterior do arco superior.

Realizamos então as marcações e as dobras de primeira ordem no arco inferior,


as quais estão localizadas entre os incisivos laterais e os caninos, entre os
segundos pré-molares e os primeiros molares e entre os primeiros molares e os
segundos molares (Figura 20)
B
A

Figura 20- Confecção dos desvios de caninos com as respectivas curvas (A),
seguindo-se dos desvios dos molares (B).

Após a confecção das dobras de segunda ordem na altura da entrada dos tubos
inferiores em ambos os lados, ou seja, das alças em ômega, ajustamos a
coordenação interarcos, procurando-se a justaposição entre a superfície interna
do arco superior com a externa do arco inferior (Figura 21).

Figura 21- Coordenação entre os arcos superior e inferior.

Você também pode gostar