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Desvio da luz pela gravidade: método

newtoniano e a 1ª tentativa de Einstein


Iniciação Cientı́fica-IC

1 Joalisson Pereira Diniz


1 Faculdadede Educação, Ciências e Letras de Iguatu-FECLI
Universidade Estadual do Ceará-UECE
Prof. Celio Rodrigues Muniz

13, Abril 2023

Joalisson (UECE) About Beamer 1 / 21


Tópicos de apresentação

1 Entendimento newtoniano sobre da natureza da luz;

2 Gravidade newtoniana;

3 Equações de movimento;

4 Conservação do momentum angular;

5 Discussão das trajetórias: análise energética;

6 Desvio newtoniano;

7 Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa.

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Entendimento newtoniano sobre a natureza da luz

Em curso, segue o entendimento da natureza da luz. Assim, Newton teve


grande influência das concepções dos atomistas gregos, seguramente, no
qual o modelo sobre a luz consiste num fluxo de partı́culas muito peque-
nas - microscópicas - que são emitidas por fontes luminosas. Essa ideia
cinético-mecânica, por certo, agradou-lhe bastante com a ideia determin-
ista, visto que o modelo de corpos material possibilitaria a determinação de
várias grandezas ao mesmo tempo. Assim mesmo, ele - Newton - conseguiu
explicar fenômenos fı́sicos como a reflexão e a refração.

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Gravidade newtoniana

Já com respeito à gravidade de Newton, nesse caso, o estudo é feito em


torno de uma força central, especialmente, uma força cuja magnitude é
inversamente proporcional ao quadrado da distância ao centro atrativo.
Com isso, discutem-se aspectos no que diz respeito a alguns detalhes de
trajetórias do movimento.
K
F⃗ (r ) = − 2 rˆ (1)
r
onde k = GMm.

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Equações de movimento
Para a construção da equação de movimento da partı́cula de luz vinda de
uma estrela e passando pelo sol, para tanto, tomei posse do formalismo
lagrangeano, o qual fornece com riqueza de detalhe, uma equação que de-
screva o movimento e a trajetória de movimento da partı́cula.
d 2 u(θ) mK
2
+ u(θ) = − (2)
dθ L⃗2
Sendo a equação de movimento uma equação diferencial ordinária linear de
segunda ordem não homogênia, o objetivo é solucioná-la. particular.
mK
u(θ) = − + Acos(ϕ + ωt) (3)
L⃗2
Após descobrir o valor de A pelas condições iniciais e fazendo as devidas
substituição, temos
L2 1
⃗r (θ) = (4)
mK 1 + εcos(θ)
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Conservação do momentum angular

Por conseguinte, há uma consequência muito importante, isto é, a con-
servação do momentum angular. Dessarte, em movimentos de uma partic-
ula em torno da ação de uma força central qualquer, a saber, a quantidade
de movimento angular é conservada. Essa constância de ⃗L exsurge resultado
imediato bastante significativo: a trajetória da particula fica inteiramente
contida em plano perpendicular a ⃗L
d
(mr 2 θ̇) = 0 (5)
dt
Portanto, de forma imediata, diz-se,
⃗L = mr 2 θ̇ (6)

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Discussão das trajetórias: análise energética

O elemento ϵ na função posição anterior, é denominado excentricidade,


parâmetro associado a qualquer cônica, que mede o seu desvio em relação
a uma circunferência, ou seja, seu valor defini o modelo da curva. Para o
caso, ϵ foi tomado por, r
2L2 E
ε= 1+ (7)
mK 2
Por meio desse parâmetro, estuda-se as trajetórias das partı́culas analisando
a sua energia: positiva, negativa, zero ou igual ao potencial efeitivo. Para
tanto, vamos analisar gráfico.
Energia positiva-Ramos de um hipérbole, ϵ > 1;
Enegia negativa-Elipse, 0 < ϵ < 1;
Energia zero- Parabóla, ϵ = 1;
Energia igual ao potencial efetivo- Circunferência, ϵ = 0.

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Discussão das trajetórias: análise energética

Figure: Energia potencial efetiva versus posição

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Desvio newtoniano
A partir de agora vamos tratar da trajetória da luz, para isso temos que faz
uma análise da energia mecânica da luz vinda de uma estrela que viaja pela
vizinhança do sol (ou qualquer corpo com gravidade expressiva). Partindo do
pensamento newtoniano a respeito da luz, como sendo corpusculos, vamos
definir a enegia cinética da luz e a energia potencial,

E m = Ec + Ep (8)

Usando a massa do sol, velocidade da luz e o raio do sol, a E > 0


 2 
c GM
Em = m − (9)
2 r
A energia mecânica será positiva;
A trajetória da luz é um ramo de uma hipérbole;
Estado não ligado;
A luz por ter uma energia cinética muito elevada não fica confinada no
potencial e rapidamente escapa.
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Desvio newtoniano

Figure: Desvio de um raio de luz

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Desvio newtoniano

O desvio newtoniano δn , pode ser obitido como sendo o suplementar de


2β e δn , assim escrevemos
δn = π − 2β (10)
Por definição, a excentricidade ϵ é a razão entre semi-distância focal e o
semi-eixo maior.. Tomando o cosseno de β, temos
1
cosβ = (11)
ϵ
Nosso objetivo é encontrar β e logo em seguida o desvio newtoniano. Com
isso, determina-se ϵ. Sendo ϵ e ⃗L
r
2L2 E
ε= 1+ (12)
mK 2

|⃗L| = m · c · Rs (13)

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Desvio newtoniano
s
c 2 GM
  
2m
ϵ= 1+ − m2 c 2 Rs2 (14)
mG M 2 m2
2 2 r
Simplificando, r
c 4 Rs2
ϵ= 1+ (15)
G 2M 2
Se efetuarmos as substituições vemos que o segundo termo do radical é
muito maior que 1, conclui-se que,
r
c 4 Rs2
ϵ≈ (16)
G 2M 2
1 GM
cosβ = = (17)
ϵ Rs c 2
Então β o arco cosseno de ϵ,
 
GM
β = arccos (18)
Rs c 2
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Desvio newtoniano
O cosseno de beta é extremamente pequeno, com isso, podemos expandir
o cosseno em série de Taylor, a expanssão do arc cosseno é
π x3
arccos(x) = −x − + ... (19)
2 6
Como o argumento é pequeno, podemos desconsiderar os termos cúbicos.
 
GM π GM
β = arccos ≈ − (20)
Rs c 2 2 Rs c 2
Multiplicando por dois em ambos os membros, temos
2GM
2β = π − (21)
Rs c 2
Com isso, obtemos o desvio para a luz roçando a superficie do sol que
ficou conhecido como o valor newtoniano para a deflexão.
2GM
δn = (22)
Rs c 2
O valor do desvio da luz pela gravidade do sol foi 0,875” arcos segundos.
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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa

O ângulo de deflexão pode ser obtido da diferença entre a distância percor-


rida pelas frentes de ondas emitidas em P1 e P2 .

(c1 − c2 )dt
dθ = (23)
∆r

Figure:

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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa

Se entendermos ∆⃗r como sendo o vetor deslocamento entre os dois pontos


na direção n⃗, no qual é a direção perpendicular à frente de onda, pode-se
avaliar os limites, por exemplo, quando o vetor deslocamento seja ∆⃗r → 0.
Sendo assim, aplicando o limite, em
c1 − c2 dc ∂c
lim = lim · n⃗ = ∇c · n⃗ = (24)
∆r →0 ∆r ∆r →0 d⃗
r ∂n
Portanto,
∂c
dθ =dt (25)
∂n
Relacionando o elemento dt com a distância percorrida pela luz,
1 ∂c
dθ = ds (26)
c ∂n

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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa
Sabendo que a derivada direcional de c pode ser escrita como o gradiente,
tem-se a seguinte relação,
1
dθ = ∇c · n⃗ds (27)
c
Levando em conta o princı́pio de equivalência, obtem-se uma relação
muito importante, uma vez considerado um caso limite, quando ∆r → 0 ,
c(r ) − c0 (r ) ϕ(r )
= 2 (28)
c0 (r ) c
Tomado esse limite, obtem-se,
1 dc(r ) 1 dϕ(r )
· n⃗ = 2 · n⃗ (29)
c0 (r ) dr c dr
Pode-se relacionar as derividas direcionais de c e do potencial com o
gradiente,
1 1
∇c · n⃗ = 2 ∇ϕ · n⃗ (30)
c0 (r ) c
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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa

Portanto, obtem-se uma expressão para o ângulo de deflexão,

1 ∂ϕ(r )
dθ = ds (31)
c 2 ∂⃗
n
Com isso, precisa-se de alguns elementos, tais como a derivada direcional
em função do potencial newtoniano e o comprimento percorrido pela luz.

∂ϕ(r ) GM GM
= ∇ϕ · n⃗ = − 2 rˆ · n⃗ = − 2 cosθ (32)
∂⃗
n r r
Vejamos a imagem abaixo que ilustra uma raio de luz sendo defletido por
uma estrela de raio ∆.

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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa

Figure:

Destaco o ângulo θ como sendo a diferença entre o ângulo ϕ e π2 . Assim,


a tangente do ângulo pode ser relacionada da seguinte forma,
 π ∆
tg ϕ − = (33)
2 s
Sendo s a distância percorrida pela luz e ∆ o raio da estrela, obtemos uma
relação para a distância desenvolvida pela luz,

s= (34)
tg ϕ − π2


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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa
Para obter o ds, fazemos
 π
ds = ∆dcotg ϕ − (35)
2
ds = ∆d(−tg ϕ) = −∆sec 2 ϕdϕ (36)
Portanto,

ds = − (37)
cos 2 ϕ
Percebe-se também que a distância que localiza a frente de onda é r , pode
ser expressa da seguinte forma,
 π ∆
Sen ϕ − = (38)
2 r
Sendo r a distância que localiza a frente de onda e ∆ o raio da estrela,
tem-se

r= (39)
Sen ϕ − π2


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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa
usando a propriedade do seno da subtração de arcos, temos

r= (40)
cosϕ
A partir disso, agora poder calcular a deflexão da luz diante de um campo
gravitacional,
Z π
2 1 GM
θ= − 2 2 cosϕds (41)
−2 π c r
Z π
2 1 GM ∆
θ= 2 2
cosϕ dϕ (42)
−π c cos 2 ϕ
 
2

cosϕ
Z π
2 1 GM
θ= cosϕdϕ (43)
− π2 c2 ∆
Aplicando os limites de integração, temos
2GM
θ= 2 (44)
c ∆
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Desvio previsto por Einstein- 1 tentativa

Portanto, esse é o ângulo de deflexão da luz quando passar junto a uma


estrela, por exemplo, o sol. Com isso, Einstein apresentou esse resultado
que a luz sofreria uma deflexão de 4 · 10−6 = 0, 83 segundos de arco.

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