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por e, sendo a menor unidade de carga elétrica conhecida na natureza, com valor igual a
Este processo foi o primeiro de que se tem conhecimento. Foi descoberto por volta do século
VI a.C. pelo matemático grego Tales de Mileto, que concluiu que o atrito entre certos materiais
era capaz de atrair pequenos pedaços de palha e penas.
Posteriormente o estudo de Tales foi expandido, sendo possı́vel comprovar que dois corpos
neutros feitos de materiais distintos, quando são atritados entre si, um deles fica eletrizado
negativamente (ganha elétrons) e outro positivamente (perde elétrons). Quando há eletrização
por atrito, os dois corpos ficam com cargas de módulo igual, porém com sinais opostos.
Por exemplo, ao se atritar uma barra de vidro num pano de lã, elétrons passam do vidro para a
lã. Em consequência, a barra de vidro adquire carga elétrica positiva (perde elétrons) e o pano
de lã adquire carga elétrica negativa (recebe elétrons). Se, em vez da barra de vidro, atritarmos
com a lã uma barra de resina, haverá a transferência de elétrons da lã para a resina. Então, a
barra de resina adquire carga elétrica negativa (recebe elétrons) e o pano de lã adquire carga
elétrica positiva (perde elétrons).
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2 Corpos Eletrizados e Processos de Eletrizacão Prof. Elvis Soares
2. O próximo passo é ligar o induzido à Terra por um fio condutor, ainda na presença do
indutor.
3. Desliga-se o induzido da Terra, fazendo com que sua carga seja de sinal oposto àquela do
indutor.
Terra
Por fim, retira-se o indutor das proximidades do induzido que fica eletrizado com sinal oposto
à carga do indutor, e com a carga distribuı́da por todo o corpo.
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Prof. Elvis Soares 3 Lei de Coulomb
3 Lei de Coulomb
A partir de alguns experimentos, Coulomb pode generalizar as seguintes propriedades da força
elétrica entre duas cargas puntiformes em repouso. A força elétrica
• é atrativa se as cargas são de sinais opostos e repulsiva se as cargas tem o mesmo sinal.
A lei expressa na forma vetorial para a força elétrica exercida por uma carga q1 numa outra
~ 2(1) , é
carga q2 , dita F
~ 2(1) = k q1 q2 r̂ = −F
F ~ 1(2) (2)
r2
r F2(1)
+ –
q2 q2
+ r̂ F2(1)
q1 F1(2)
F1(2) +
q1
Como a força elétrica obedece à Terceira Lei de Newton, a força elétrica exercida pela carga q2
em q1 é igual em intensidade a força exercida por q1 em q2 , na mesma direção mas em sentido
oposto, de modo que F ~ 1(2) = −F
~ 2(1)
Quando mais que duas cargas estão presentes, a força entre qualquer par delas é dada pela Lei
de Coulomb. Portanto, a resultante das forças sobre qualquer uma delas é igual a soma vetorial
das forças exercidas pelas outras cargas.
X X qi qj
~i =
F ~ i(j) =
F k 2 rˆj (4)
i6=j i6=j
rj
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3 Lei de Coulomb Prof. Elvis Soares
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Prof. Elvis Soares 3 Lei de Coulomb
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4 Campo Elétrico Prof. Elvis Soares
4 Campo Elétrico
O conceito de campo foi desenvolvido por Michael Faraday no contexto de forças elétricas.
Nesse contexto, um campo elétrico existe na região do espaço ao redor de um objeto carregado,
a carga fonte. Quando outro objeto carregado, a carga teste, entra nesse campo elétrico, uma
força elétrica age sobre ele.
Sendo assim, o campo elétrico produzido pela carga fonte é definido como a força elétrica por
unidade de carga situado num dado ponto do espaço
~
~ = F e = k q1 r̂
E (5)
q2 r2
~ e = qE
F ~ (6)
E
P E
P
q r̂ r q r
+ – r̂
O campo elétrico num ponto P devido a um conjunto de cargas puntiformes pode ser ob-
tido, através do princı́pio da superposição, como a soma vetorial dos campos elétricos devido,
individualmente, a cada carga do conjunto no mesmo ponto P .
X X qi
~ =
E ~i =
E k 2 r̂ i (7)
i i
ri
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Prof. Elvis Soares 4 Campo Elétrico
Um dipolo elétrico é definido como uma carga positiva q e uma negativa −q separadas por uma
distância 2a. Vamos obter o campo elétrico E~ devido ao dipolo num ponto P situado a uma
distância y do centro do dipolo.
r E2
y ~ é um vetor paralelo ao eixo x escrito na
Portanto, E
forma
θ θ 2qa
+ – x
~ =k
E x̂
a a (y 2 + a2 )3/2
q –q
No limite em que o ponto P está muito distante do dipolo, dito y a, podemos desprezar a2
comparado com y 2 no denominador e escrever
~ ≈ k 2qa x̂
E
y3
Obs: Em alguns livros é comum aparecer o vetor momento de dipolo elétrico definido como
d~ = −2qax̂, que é um vetor de intensidade igual a carga positiva q vezes a distância entre as
cargas 2a e aponta na direção da carga negativa para a positiva, de modo que
~
~ ≈ −k d
E
y3
Então, muito distante do dipolo elétrico, o campo elétrico varia com ∼ 1/r3 que cai mais
rapidamente que o campo de uma carga que varia com ∼ 1/r2 . Isso se deve ao fato que os
campos das cargas positiva e negativa vão se anulando ao longo da distância, diminuindo a
intensidade do campo elétrico total.
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5 Campo Elétrico de uma Distribuição de Cargas Prof. Elvis Soares
e a integral aparece porque o corpo é modelado como uma distribuição contı́nua de carga.
De fato, podemos associar sempre a uma distribuição de cargas o conceito de densidade de
carga.
• No caso de uma carga distribuı́da ao longo de uma área tem-se dq = σdA, onde σ é a
densidade superficial de cargas.
• No caso de uma carga distribuı́da ao longo de uma linha tem-se dq = λdl, onde λ é a
densidade linear de cargas.
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Prof. Elvis Soares 5 Campo Elétrico de uma Distribuição de Cargas
O campo elétrico total produzido pelo fio no ponto P é então calculado como a soma sobre
todos os elementos de carga que compõem o fio, indo de x = −L/2 até x = L/2, e assim tem-se
Z L/2
~ a, 0) = kλdx
E(0, (−xx̂ + aŷ).
−L/2 (x2 + a2 )3/2
*Mostre que: As integrais necessárias resultam em
Z L/2
xdx
= 0,
−L/2 (x2 + a2 )3/2
Z L/2
dx L
= ,
−L/2 (x2 2
+a ) 3/2
[(L/2)2 + a2 ]1/2
e com esses resultados encontramos que
~ a, 0) = kQ
E(0, ŷ
a [(L/2)2 + a2 ]1/2
~ a, 0) = kQ ŷ
lim E(0,
aL a2
que é o campo de uma carga puntiforme a uma distância a do ponto P .
Obs2: No caso em que o fio é muito grande, ou o ponto P está muito próximo do fio tem-se
~ a, 0) = 2kλ ŷ
lim E(0,
La a
que cai lentamente com a distância a do ponto P .
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5 Campo Elétrico de uma Distribuição de Cargas Prof. Elvis Soares
Consideremos um aro de raio R carregado uniformemente com uma carga positiva Q. Vamos
determinar o campo elétrico num ponto P situado a uma distância a do centro do aro e ao
longo do eixo perpendicular ao plano do mesmo, conforme a figura.
Sabemos que o campo resultante no ponto P deve estar ao longo do eixo x pois a compo-
nente perpendicular de todos os elementos de carga somados é zero. Isto é, a componente
perpendicular do campo criado por qualquer elemento de carga é cancelada pela componente
perpendicular criada por um elemento de carga no lado oposto do anel (diga-se diametralmente
oposto).
~ )=k Qa
E(P x̂
(a2 + R2 )3/2
Obs1: No caso em que o aro é muito pequeno, ou o ponto P está muito distante desse aro
tem-se
Q ~ )=k
x̂ lim E(P
aR a2
que é o campo de uma carga puntiforme a uma distância a do ponto P .
Obs2: No caso em que o aro é muito grande, ou o ponto P está muito próximo dele tem-se
~ ) = k Qa x̂
lim E(P
Ra R3
que passa a ser um campo linear com a distância a do ponto P .
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Prof. Elvis Soares 5 Campo Elétrico de uma Distribuição de Cargas
dq
Se considerarmos o disco como um conjunto de
R aros concêntricos, podemos usar o resultado do
exemplo anterior (o campo de um aro carregado
r P
a
uniformemente) e somamos as contribuições de
todos aros formando o disco.
dr
O aro de raio r e espessura dr, conforme a figura, tem área igual a 2πr dr. A carga dq desse
aro é igual a dq = 2πσr dr. Usando o resultado do aro carregado, temos que o campo elétrico
no ponto P devido a um elemento de carga dq desse aro é dado por
a
dEx = k (2πσr dr).
(a2 + r2 )3/2
Então, integrando esse resultado sobre os limites r = 0 até r = R, notando que a é constante,
obtemos
Z R Z R
2r dr
Ex = kaπσ 2 + r 2 )3/2
= kaπσ (a2 + r2 )−3/2 d(r2 ),
0 (a 0
de modo que
R
(a2 + r2 )−1/2
a
Ex = kaπσ = 2πkσ 1 − .
−1/2 0 (a + R2 )1/2
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Sendo assim o campo elétrico total produzido por este disco no ponto P é então escrito na
forma vetorial como
~ a
E(P ) = 2πkσ 1 − 2 x̂
(a + R2 )1/2
Obs1: No caso em que o disco é muito pequeno, ou o ponto P está muito distante tem-se
Q~ )=k
lim E(P
x̂,
aR a2
que é o campo de uma carga puntiforme a uma distância a do ponto P .
Obs2: No caso em que o disco é muito grande, ou o ponto P está muito próximo dele tem-se
σ
~ ) = 2πkσ x̂ =
lim E(P x̂,
Ra 20
que é um campo constante nas proximidades do disco, sendo 0 a permissividade elétrica do
vácuo.
Desta forma, um plano infinito tem módulo do campo elétrico igual a E = σ/20 nas suas
proximidades.
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7 Movimento num Campo Elétrico Uniforme Prof. Elvis Soares
q –q
+ –
+ – + +
~ = qE
F ~ = m~
a (9)
~ é uniforme (isso é, constante na intensidade e direção), então a aceleração
Se o campo elétrico E
também é constante.
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Prof. Elvis Soares 7 Movimento num Campo Elétrico Uniforme
1 eE 2
~ r 0 + v0 tx̂ −
r=~ t ŷ
2m
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