Você está na página 1de 10

Relatório de Experimento do Pêndulo Simples

Erick Mayer Freitas1 ; Luiz Fernando da Silva2 ; Wilgner Guilherme Sebold3

Data de realização do Relatório: 28/02/2019 – 07/03/2019

Resumo
Este relatório consiste na elaboração de um experimento no Laboratório de Fı́sica 3,
com o intuito de descobrirmos a aceleração da gravidade atuante em sala de aula. Para
realização do experimento foi utilizado um pêndulo simples, onde medimos o perı́odo de
oscilação por um determinado comprimento do pêndulo e por meio de cálculos encon-
tramos a aceleração da gravidade. Nesse relatório será possı́vel observar a relevância de
mensuração, pois devido a erros obtido no momento da coleta de dados do experimento,
o resultado gerado é relativamente próximo ao da gravidade conhecida que é aproximada-
mente (9, 82 sm2 ).

Palavras-chaves: Aceleração Gravitacional, Pêndulo Simples, Experimento;

1.Introdução
Desde o século VI antes de cristo até aos tempos contemporâneos, tomou-se como ques-
tionamentos norteadores aos filósofos e cientistas, reflexões como, o que é esse “mundo”
em que vivemos? Do que ele é feito? Como ele funciona? Dessas reflexões, teorias no-
vas foram sendo criadas e descobrimentos como a constante gravitacional foram sendo
revelados.
Passando pelos filósofos gregos e chegando em Aristóteles, temos como tese predomi-
nante desde meados do século IV antes de cristo até a idade média a Fı́sica Aristotélica.
Teoria essa, em que na época explicava todos os questionamentos do mundo. Explicava
desde porque uma pedra caı́ e por que a fumaça sobe.
Aproximando de Galileu e a teoria Copernicana, teve-se as primeiras ideias fisicamente
explicadas sobre a queda dos corpos e o movimento acelerado. Rompendo tradições e
estabelecendo as bases da cinemática moderna. Obtém a lei da queda dos corpos, esta-
belecendo a proporcionalidade das distâncias percorridas com os quadrados dos tempos
envolvidos [1].
Posteriormente, com estudos aprofundados de Newton, chegou-se ao valor da Acel-
eração da Gravidade, que dominamos de g, partindo de um experimento com um pendulo
simples.
Para definirmos o pêndulo simples, considere um pêndulo composto por uma partı́cula
de massa m (chamada de peso do pêndulo) suspensa por uma das extremidades de um fio
inextensı́vel, de massa desprezı́vel e comprimento L, cuja outra extremidade está fixa. O
peso está livre para oscilar para a esquerda e para direita de uma reta vertical que passa
pelo ponto fixo do fio [2].

1
2.Fundamentação Teórica
Gravitação

Gravitação é a tendência dos corpos se atraı́rem. Ou seja, quando uma maçã caı́ de
uma árvore, observamos a maçã se deslocando em direção à terra, porém o contrário
também acontece, a terra também se desloca em direção a maçã. Entretanto, como a
diferença de massa da Terra para a massa da maçã é gigantesca, obviamente que a força
de atração da Terra é muito maior que a da maçã.

Campo Gravitacional

Segundo [2], devido a atração entre dois corpos, foi estabelecida uma lei, chamada de
Lei da gravitação de Newton, onde toda partı́cula do universo atrai as outras partı́culas
com uma força gravitacional definida por:
G·M ·m
F = (1)
r2
Onde:

• F - É a Força Gravitacional;
• G – É a Constante Gravitacional;
• M – É a Massa de um Corpo;
• m – É a Massa do Segundo Corpo;
• r 2 - É a Distância entre os Corpos;

Demonstração da Constante de Gravidade da Terra

Para que seja possivel determinar a constante de gravidade da terra, Parte-se dos
seguintes dados:

• Raio da Terra = R = 6, 37 · 106 m;


• Massa da Terra = 5, 98 · 1024 kg;
·m 2
• Constante Gravitacional = 6, 67 · 10−11 NKg 2 ;

Na superfı́cie da terra sabe-se que, r = R e a aceleração da gravidade é g, portanto


conforme a 2a Lei de Newton,

P = m · g, (2)

igualando (1) à (2), temos que:


G·M ·m
m·g = ,
R2
2
isolando g, obtemos:
G·M
g= , (3)
R2

substituindo os valores na equação (3):


6, 67 · 10−11 · 5, 98 · 1024
g= .
(6, 37 · 106 )2
Por fim, obtem-se que:
m
g ≈ 9, 82
s2

Demonstração da Constante de Gravidade da Terra por meio de um Pêndulo


Simples

imagens/pendulo.jpg

Figure 1: Representação de um Pêndulo Simples [3]

Em um pêndulo simples as forças atuantes sobre a esfera são a tração →



τ exercida pelo


fio e a força peso P , como na Figura 1. Observa-se que o fio possui um comprimento L,
que faz um ângulo θ com o seu ponto de equilibrio, ou seja , a vertical.


Decompondo P , encontramos P x = −m · g · senθ e P y = m · g · cosθ. Onde P x é
a componente tangencial a trajetória que produz uma força restauradora, sempre agindo
em oposição ao movimento de forma a sempre tender ao ponto de equilı́brio(θ = 0).
Considerando o senθ quase igual ao θ em radianos e dividindo o deslocamento s pelo
comprimento do fio L , obtemos:
−m · g · s
Px = , (4)
L
onde,
s
θ= .
L
Partindo da Lei de Hooke
F = −k · x, (5)
é possivel assimilar com a equação (4), considerando P x = F , x = s (deslocamento) e k
podendo-se igualar a m·gL
.
Conhecendo o Perı́odo de Oscilação Linear por:
r
m
T =2·π· , (6)
k
m·g
substituido k = L
em (6), obtem-se que,
m
r
T = 2 · π · m·g ,
L

3
simplificando, encontra-se a o perı́odo para um pêndulo simples.
s
L
T =2·π· . (7)
g
Extraindo g de (7), obtem-se que:

4 · π2 · L
g= , (8)
T2
portanto, para determinar o valor da constante de gravidade ou aceleração gravita-
cional, a partir de um pêndulo simples, é nescessário conhecer o comprimento L do fio e
o valor do perı́odo do pêndulo. Sengundo [2], perı́odo é todo movimento que se repete a
intervalos regulares. Por exemplo, um relógio de pêndulo é determinado pela repetição de
ida e volta do ponteiro do pêndulo, sempre se repetindo. Medido no Sistema Internacional
(SI) em segundos (s).

3.Procedimento Experimentais
Ao iniciarmos o experimento do pêndulo simples, onde tinhamos o objetivo de desco-
brir o valor da aceleração gravitacional, procuramos desde o inı́cio realizar as etapas de
maneira minuciosa,para obter um resultado com um resultado relativamente aceitável.
Começando pelo fato de optarmos por utilizar 10 oscilações do pendulo, para determi-
nar um perı́odo médio por meio de média aritimética, assim porporcionando mais uma
casa de precisão no resultado. Porem todavia, ficou claro que, pelo fato de nossa baixa
experiência, obtivemos inúmeros erros na hora de confeccionar o experimento. A seguir
veremos ilustrações feitas dos equipamentos usados para obtenção dos dados.

Materiais Utilizados:

• Suporte de Fixação para o Pêndulo;

imagens/suporte_pendulo.jpg

Figure 2: Produzida pelos autores, ilustração do suporte de pêndulo utilizado

• Barbante para o Pêndulo;

imagens/rolo_fio.jpg

Figure 3: Produzida pelos autores, ilustração do rolo de barbante utilizado

4
imagens/peso.jpg

Figure 4: Produzida pelos autores, ilustração do Peso Utilizado no Pêndulo

• Peso para o Pêndulo;

• Trena Métrica;

imagens/trena.jpg

Figure 5: Produzida pelos autores, ilustração datTrena métrica utilizada

• Roldana Fixada ao Suporte do Pêndulo;

imagens/roldana.jpg

Figure 6: Produzida pelos autores, ilustração da idroldana fixada ao suporte do pêndulo

• Cronometros Digitais: Foram utilizados smathphones com aplicativos de crônometros


digitais;

5
Procedimentos

Primeiramente começamos com a passagem do barbante no sistema do suporte uti-


lizado para a construção do pendulo, fazendo as primeiras medidas com o barbane fixado
somente através de um orifı́cio no centro na haste horizontal superior do equipamento
conforme figura 2, ao prendermos o barbante demonstrado na figura 3, no qual iriamos
variar 10 vezes o comprimento L, para obtermos uma aproximação mais fiel da aceleração
gravitacional no laboratório, começamos com comprimentos maiores e então sucessiva-
mente as 10 vezes fomos diminuindo-o, após fixarmos o peso da figura 4 ao outro extremo
do barbante, quase encostando no chão, fomos para as aferições de fato, mas por falta de
experiência e pouca atenção, usamos o auxı́lio de uma cadeira para ajudar na leitura do
comprimento do pêndulo medido com uma trena métrica da figura 5,a qual possuia uma
precisão de ± 0,05 cm, uma vez que, a aferição seria realizada horizontalmente com nosso
olhos, diminuindo assim a chance de uma leitura errônea, onde o efeito paralaxe pusesse
atrapalhar. As medições estavam sendo feitas do centro do peso, até a parte inferior da
barra na qual o barbante estava amarrado, obtendo os valores na unidade de cm.
Quando partimos para as aferição do tempo, optamos por aferir usar 3 cronômetros
digitais presente nos celulares dos integrantes, com o intuito de usar sempre o tempo
mediano entre os 3 se eles razoavelmente coincidissem, com isso, tivemos em alguns casos
especı́ficos que repetir a contagem devido as discordâncias dos marcadores, em contro-
versa, teve um caso especifico na medida 8 em que os 3 tempos marcados coincidiram
perfeitamente medindo 16,39 s, como os instrumentos eram digitais, por definição, usamos
a precisão do instrumento, não tento o palpite na medida. Para obtermos os perı́odos de
oscilações, foi puxado levemente o peso, de forma que o ângulo que ele foi descolado fosse
desprezı́vel, assim que posto o peso para oscilar, deixávamos ele completar algumas os-
cilações e começávamos a marcar o tempo de 10 ciclos completos, procurávamos iniciar a
contagem juntos, mesmo sabendo que se fosse separado não haveria uma alteração muito
significaiva devido ao pequeno ângulo em que posicionamos o peso.
Só depois de algumas medidas, o professor responsável nos aconselhou que adequasse-
mos a altura do aparelho, posicionando-o diretamente a barra fixada no suporte para que
ficasse em nivel com nossos olhos, evitando utilizar a cadeira ,e que passássemos o fio
por uma roldana na parte inferior do suporte, fazendo com que ganhássemos agilidade
na hora de variar o comprimento L, já que todas as vezes tı́nhamos que ficar cortando e
fazendo nó para fixar o peso. Seguindo os conselhos, depois de realizarmos as alterações,
vimos que a roldana da figura 5, estava com o parafuso central solto e não fixava suas
voltas, resolvemos realizar as medidas com um integrante da equipe travando a roldana
de forma que evitasse ao máximo provocar um torque evitando que ela rodasse para não
influenciar nas oscilações do nosso pendulo simples. Depois de tantos possı́veis erros nas
nossas medidas devido ao fato de alguém segurara roldana, o professor novamente nos
aconselha. Encontramos então uma maneira de enrolar o barbante em uma parte do su-
porte apresentado na figura 6, conseguimos dessa forma a tal agilidade na hora de fazer
as aferições. A figura 7 da tabela de dados a seguir, demonstra nossas medidas de com-
primento e e tempo de 10 oscilações.

Para a elaboração do gráfico em papel milı́metrado, foi necessária uma adaptação na


escala presente no mesmo, para que pudéssemos ter um melhor aproveitamento da área
do gráfico e encontrar um valor de conversão de milı́metros para centı́metros (eixo y) e
segundos (eixo x).

4.Resultados e Discussão
6
imagens/dados_coletados.png

Figure 7: Produzida pelos autores, tabela referente aos dados coletados no experimento

Após a elaboração do experimento em sala, nos reunimos para que de fato, pudessemos
analizar os dados para entao obtermos o valor da aceleração gravitacional na qual nós
estávamos sujeitos. Começamos com a confecção do gráfico de TxL, adicionando os pontos
com base na tabela presente na figura 7.
Posteriormente, foi produzido outra tabela presente na figura 8, com dados nescessários
para que pudessemos realizar o método de regressão linear, para assim obtermos a equação
geral para a reta de tendência do nosso gráfico.

imagens/dados_regressao.png

Figure 8: Produzida pelos autores, tabela referente aos dados para elaboração da regressão
linear

A partir da equação linear obteriamos uma equação de reta, ou seja uma função afim,
com a seguinte estrutura:
y = a · x + b, (9)
onde y = L e x = T e que a e b, são dados pelas seguintes equações:
P 2 P P P
(x ) · y − xy · x
a= P P , (10)
n · (x2 ) − ( x)2
P P P
n · xy − x · y
b= P P , (11)
n · (x2 ) − ( x)2
onde n é o numero de medidas que obtivemos no experimento,.
Sendo a o coeficiente angular da reta, responsável por determina a inclinação dela em
relação ao eixo x, que nesse caso é o perı́odo T , sendo o valor da tangente do ângulo
formado entre a reta e o eixo T . Com tudo, podemos dizer que ele representa a relação
formada de quando subimos uma unidade em L, qual o aumento em T . Já o coeficiente
linear b, representa o valor do ponto no qual a reta cruzara o eixo de L quando o valor de
T e zero.
Substituindo nas equações (10) e (11) os valores presentes tabela da figura 8, obtivemos
como equação de reta:

L = 0, 0114 · T + 0, 758, (12)

Após finalizar o gráfico, partimos de fato, para a determinação de g a partir da


equação(7) do perı́odo do movimento harmônico simples de um pendulo fı́sico conforme
figura 9.

7
imagens/dados_aceleracao.png

Figure 9: Produzida pelos autores, tabela referente aos dados para determinar o valor de
g

No momento em que substituimos os valores obtido através da experimentação, real-


izamos uma média aritmética para encontramos o valor médio de apenas uma oscilação de
cada comprimento L e convertemos os comprimentos de cm para m, por padronização do
SI, conforme tabela presente na figura 9. Com isto, através da equação (8), realizamos os
cálculos para determinar os valores de g em cada comprimento L, para finalmente realizar
outra média aritmética dos valores de g e chegar no valor para aceleração gravitacional
de:
m
10, 36 2
s

5.Conclusão
Em nosso experimento obtivemos o valor da aceleração gravitacional como sendo
10, 36 sm2 a 339,88 m acima do nı́vel do mar. visto que o valor esperado era de 9, 82 sm2 ,
nosso erro foi aproximadamente 6%, mas para entendermos o porquê o resultado não
coincidiu primeiramente devemos entender que a terra não e perfeitamente esférica, re-
sultando em diferenças na aceleração sentida nos polos e próximo ao equador, com a
aceleração nos polos ligeiramente maior. Analizando a equação (1) Vimos que quando
não estamos na superfı́cie da terra, devemos adicionar a altura no qual nos distanciamos
do solo, sendo que o laboratório de encontra no segundo andar,porem esta diferença nao
atua de forma significativa, por se tratar de uma altura pequena quando comparado com
o raio do planeta.
Mas nosso erro pode ser melhor justificado através dos erros obtidos experimental-
mente, começando pela obtenção do comprimento L, onde algumas medidas nós fizemos a
leitura com a trena na parte da frete da barra no qual estava fixado o barbante, percebendo
isso alteramos as leituras para a parte de traz da barra horizontal, representado na figura
10.

imagens/barra_1.png
imagens/barra_2.png

Figure 10: Produzida pelos autores, ilustração explicativa

Outro grande erro que influênciou nossos resultados foi dos integrante do grupo pre-
cisou segurar a roldana da figura 6 manualmente, enquanto o pendulo oscilava, e in-
evitávelmente ele possa ter alterado a mesma enquanto contávamos o tempo, fato que
influênciou bastante no resultado como vimos na figura 9, nas medidas 6 e 7, onde ob-
tivemos os valores para g mais errôneos.

8
Considerando todos os fatores de influência em nosso experimento, acreditamos con-
seguir uma boa aproximação do resultado real. Visto que os erros experimentais cometi-
dos foi o que realmente teve significância na discordância do resultado, onde devı́amos ter
tomado mais cuidado com os pequenos detalhes da obtenção de dados e principalmente
se preocupado em facilitar o experimento para nós, buscando soluções que nos permitisse
agilidade e facilidade na confecção dos dados.

9
Referências
[1] Luiz O.Q. Peduzzi; Força e movimento: de Thales a Galileu; Florianópolis, 2008.
[2] Halliday, David; Fundamentos de Fı́sica; volume 2; LTC – Livros Técnicos e Cientı́ficos
Editora Ltda, Rio de Janeiro, 2012.
[3] O Pêndulo Simples - . Disponı́vel em http://www.cepa.if.usp.br/e-fisica/mecanica/
universitario/cap13/cap13_35.htm . Acesso em: 05, março de 2019.

10

Você também pode gostar