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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS - CCNE


DEPARTAMENTO DE FÍSICA

EXPERIMENTO II
Pêndulo Simples

SANTA MARIA -RS


2018
Sumário

1 Experimento: Pêndulo Simples………………………………………………………….3


1.1 Objetivos do Experimento………………………………………………………...3
1.2 Fundamentação Teórica………………….………………………..………………3
1.3 Materiais Utilizados……………………………………………………...………..5
1.4 Procedimento……...……………………………………………………………….5
1.5 Resultados……………………..…………………………………………….……..7
1.6 Discussão dos Resultados………………………………………………………….10
2. Referências………………………………………………………………………………...11
ANEXOS
1. Experimento: Pêndulo Simples

1.1 Objetivos do Experimento

 Verificar o movimento periódico do pêndulo simples é um MHS para pequenas oscilações.


 Determinar o período de oscilação de um pêndulo simples e verificar sua dependência com o
comprimento do fio, com a massa e com a amplitude de oscilação.
 Estimar o valor de g ( aceleração da gravidade ).

1.2 Fundamentação Teórica

Os movimentos periódicos ou oscilatórios são aqueles que se repetem em intervalos regulares ou


indefinidamente. Em nosso dia-a-dia estamos cercados destes movimentos: barcos oscilando no
cais, movimento dos pistões nos motores dos carros, vibrações sonoras produzidas por um clarinete,
por exemplo, entre outros. E é por, isso que as oscilações desempenham um papel fundamental em
todos os ramos da física (mecânica, óptica, acústica, etc.)
Um tipo importante desses movimentos é o pêndulo simples que consiste numa massa pontual m
presa numa extremidade uma haste reta, de comprimento L, inextensível e sem massa, cuja outra
extremidade está presa num ponto fixo. Se ele estiver submetido a um campo gravitacional cuja
aceleração correspondente é g e deslocado de um ângulo θ da vertical (a direção para onde o campo
puxa os corpos), é possível mostrar através de argumentos físicos e geométricos que a força
resultante sobre ele age sempre no sentido de fazer o pêndulo retornar à posição θ=0 e, se θ for
suficientemente pequeno, tem módulo dado por
F R=mgθ (1)
Esse tipo de força, de módulo proporcional ao deslocamento em relação a uma posição de
equilíbrio e contrária a este deslocamento, é típico de um movimento conhecido como “Movimento
Harmônico Simples” (MHS); a principal característica desse movimento é que ele é periódico. Uma
comparação com o Movimento Circular Uniforme (MCU) é capaz de fornecer o período do MHS;
no caso do pêndulo com ângulos pequenos, ele é dado pela expressão

T =2 π
√ L
g
(2)

Assim, conhecendo L e medindo T, é possível estimar g.


A base matemática da comparação com o MCU reside no fato de que este é uma combinação de
dois MHS, um na direção horizontal e outro na direção vertical . Assim, precisamos resolver a
equação do MHS. Sabendo que a aceleração equivale à taxa de variação da velocidade, a equação
do MHS é

dv
m =−ks (3)
dt
onde k é a constante de proporcionalidade entre a força e o deslocamento em relação ao equilíbrio s
e v é a taxa de variação de s. Um dos resultados dessa equação é que o MHS tem um período dado
por

T =2 π
√ m
k
(4)

De posse dessa fórmula, basta adapta-la à situação do pêndulo para se obter a expressão do período
apresentada acima.

Figura 1: Pêndulo simples e as


forças que agem sobre ele
Na figura 1 está representado um pêndulo simples e as forças que agem sobre o peso, que são: a
força gravitacional F g e a tensão T do fio. A componente tangencial −mgsenθ da força
gravitacional é a força restauradora que tende a levar o pêndulo de volta a posição de equilibrio.

Quando não é utilizada uma aproximação dos pequenos ângulos, em vez de (2), teríamos obtido a
relação

T =2 π
√ L
g
1 θ
(1+ sen ²( )+...) (5)
4 2

1.3 Materiais Utilizados

Para realização do experimento foram utilizados os seguintes materiais:

 Uma esfera de massa m


 Um fio inextensível
 Um suporte com base
 Cronômetro
 Trena
 Transferidor de ângulo

1.4 Procedimentos

1. Regulamos o comprimento do fio para aproximadamente 10 cm. Em seguida, afastamos-o da


posição de equilíbrio em um ângulo de aproximadamente 12° e deixamos oscilar. Determinamos o
período de uma oscilação, dividindo o tempo necessário para o pêndulo executar dez períodos de
oscilação por dez, para se obter o período as oscilação.

2. Repetimos o processo para dez comprimentos diferentes de fio, alterando de 10 em 10 cm, e


sempre anotando o período e obtendo seu período médio.
3. Com os valores de perídodo e obtidos, foi possível contruir em papel milimetrado, e também
com uso de software, dois gráficos de T(s) em função de L(cm).
4. Elevando os períodos encontrados ao contrado, contruimos um gráfico de T² x L (cm) para
encontrar a aceleração da gravidade, utilizando a equação (2).
5. Para determinar a função T= f(L), foi contruído um gráfico log (T) x log ((L)
6. Por fim, foi selecionamos os valores obtidos com o comprimento L = 50 cm, para calcular os
resultados com ângulos grandes, para fim de comparação.

Figura 2: Pêndulo
semelhante ao utilizado em
aula prática
1.5 Resultados

L (cm) T1(s) T2(s) T3(s) T4(s) T5(s) T médio T²


10 0,58 0,53 0,56 0,55 0,55 0,55 0,3
20 0,79 0,78 0,78 0,84 0,79 0,8 0,64
30 0,92 0,96 0,93 0,95 0,99 0,95 0,9
40 1,22 1,1 1,08 1,2 1,2 1,16 1,35
50 1,31 1,35 1,37 1,39 1,35 1,35 1,82
60 1,48 1,53 1,49 1,48 1,49 1,5 2,25
70 1,61 1,6 1,6 1,62 1,62 1,61 2,59
80 1,73 1,73 1,74 1,72 1,73 1,73 2,99
90 1,89 1,85 1,85 1,86 1,85 1,86 3,46
100 1,96 1,99 1,97 1,95 1,95 1,96 3,84
Tabela 1: Valores de período, período médio e período ao quadrado obtidos a partir de 5 medições
de 10 oscilações para 10 comprimentos diferentes.

Com os valores obtidos na tabela, foi plotado os seguinte gráficos:

Gráfico 1: Período (s) x Comprimento (cm)

Gráfico 2: Período ao quadrado (s) x Comprimento (cm)


A partir do Gráfico 2, é possível determinar a aceleração da gravidade, utilizando a equação (2),

1
n 1
através da relação de potência, T =A L , se conhecemos n= , temos T =A L 2 .
2
Elevando ao quadrado ambos os lados, temos T ²= A ² L . Tomando A² = α , obtemos T ²=αL .
ΔT 2
Sabemos que α pode ser obtido através do gráfico da forma α = .
ΔL


2
L 4π 4 π2
Atribuindo à equação (2), T =2 π = T2= L . Logo g= .
g g α
Escolhendo os pontos no gráfico, e transformando as medidas de L para metros, determinamos
3,84−2.99 0,85
α= = =4,25 .
0.8−0.6 0,2
Então,
4 π2
g= =9,29 m/s ²
4,25

A seguir, como solicitado no roteiro, foi plotado o gráfico log(T)xLog(L) com o objetivo de
encontrar a função T=f(L). Para isso foram aplicadas as propriedades logarítmicas

n n
T =AL →log T =log A+ log L
t =log T
log T =log A +n log L onde, a=log A assim, T =a+nL .
nl=n log L

log T 2−log T 1 1
Se a=logA , 10a=log A→ A=10 a ; e n= ≈
log l 2−log l 1 2
2 2 0,3 2
a=T inicial=0,3 s , então A=10 =1,99≈2 s .
1
2π 2 2π 2π
Partindo da equação T =AL n
temos que T = L logo, A= → √ g=
g √g A
2π 2
g=( ) =9,87 m/s2
2

1
Voltando, a equação T =a+nl obtemos a função T = f(L) igual à T =2 L 2 cujo gráfico plotado
fica,
Gráfico 3: Log T x Log L

Em seguida, para fins de comparação, foi atribuído ao comprimento de L = 50 cm, à um ângulo de


60°, utilizando a equação (5)

T =2 π
√ L
g
1 θ
(1+ sen ²( )+...)→T =2 π
4 2 √
0,5
9,81
1 60
(1+ sen ²( )+...)=1,43 s
4 2

1.6 Discussão dos Resultados

O valor obtido para a aceleração da gravidade apresentou um desvio de 5,1% em comparação


com o valor habitualmente utilizado (9,81 m/s²). Provavelmente o desvio apresentado deve-se ao
fato de que o ar aplica uma força de arrasto ao objeto, de sentido oposto ao movimento, retardando-
o, e assim impedindo que o experimento tenha total precisão.
Com a construção do gráfico Log T x Log L foi possível estudar a dependência do período das
oscilações do pêndulo com o comprimento da linha de suspensão. Como resultado da análise pode
ser tirada a conclusão de que somente com comprimento muito maior que o raio da massa, a função
T = ƒ( L ) aproxima-se da função T ∼√ L .
Comparando o período medido para um ângulo pequeno, de aproximadamente 12°, com um de
60°, ocorreu um desvio de 5,9%. Quando se deduz a conhecida expressão para o período do
pêndulo simples ou mesmo do pêndulo físico diversas idealizações são feitas. Assim, durante a
dedução, se considera que a amplitude angular de oscilação seja pequena, próxima de zero, tal que
valha a conhecida aproximação do seno da amplitude angular pela própria amplitude angular (em
radianos). Por exemplo, 10° graus equivalem a 0,1745 rad e o seno de 10° é 0,1736, portanto a
aproximação é válida com um erro percentual de cerca de 0,5%. Se o ângulo aumentar o erro
percentual na aproximação também aumenta.
A implicação prática desta discussão é que usualmente nos experimentos que realizamos em
laboratório com pêndulos, existem fontes de erro e de incerteza.
Finalmente é importante notar que estas considerações são válidas também para pêndulos
físicos pelo fato de que para um dado pêndulo físico sempre existe um pêndulo simples que lhe
equivale.
2. Referências

HALLIDAY, D avid. RESNICK, Robert. WA LKER, J earl. Fundamentos de


Física, Volume 2, 8ª edição. Rio de Janeiro, LTC 2009.

H. MOYSÉS NUSSENGZVEIG. Curso de Física Básica: Fluidos, Oscilações, Ondas


e Calor. 4ª edição – . São Paulo, Blucher 2002.

SOUZA, M., GUERRINI, I. – “Experimento 6 – Pêndulo simples e a medição da aceleração da


gravidade” – Disponível em: http://educar.sc.usp.br/sam/pendulo.html. Acesso em: 27/10/2018.

LANG, Fernando. Determinando a aceleração gravitacional. 1995. Disponível em:


<http://www.if.ufrgs.br/~lang/Textos/GRAVIDADE.pdf>. Acesso em 27/10/2018.

ROQUE, Antônio. Movimento harmônico simples: exemplos. Disponível em:


<http://sisne.org/Disciplinas/Grad/Fisica2FisMed/aula4.pdf>. Acesso em 27/10/2018.

WIKIPEDIA. Pêndulo. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%AAndulo> . Acesso


em 27/10/2018.
ANEXOS

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