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Universidade Federal do Ceará – UFC

Centro de Ciências
Departamento de Física
Disciplina de Física Experimental para Engenharia
Semestre 2019.1

PRÁTICA 03
PÊNDULO SIMPLES

Aluno: Maurício Júnior Rodrigues da Silva


Curso: Engenharia Civil
Matricula: 478145
Turma: 06A
Professor: Matheus Nilthon
Data de realização da prática: 30 de Abril de 2019
Horário de realização da prática: 8 horas

13 de abril de 2019
1. Objetivos
- Verificar as leis do pêndulo;
- Determinar a aceleração da gravidade local;

2. Material
- Pedestal de suporte
- Massas aferidas m1 e m2;
- Cronômetro (alternativamente pode ser usado a função cronômetro do celular);
- Fita métrica;
- Fio (linha zero);
3. Introdução

Antes de tudo, é necessário definirmos o que é pêndulo simples. Que nada mais é,
do que um sistema constituído por uma massa puntiforme, presa a um fio
inextensível e de massa desprezível, que oscila em torno de um ponto fixo, tendo
capacidade de se mover sem atrito, num plano vertical.

Figura 3.1. Pêndulo simples. Disponível em < http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAA


Ae8cEAD-0.jpg>.
Quando a massa é retirada da sua posição de repouso, o pêndulo começa a oscilar de
maneira periódica. Analisando a figura 3.1., as forças que atuam sobre a massa,
quando esta se afasta um determinado ângulo θ, são o Peso (𝑃 = 𝑚 ∗ 𝑔) e a Tração
no fio (T). Ao decompor o peso, como foi feito na imagem acima, observa-se que a
componente 𝑃 ∗ cos 𝜃 se anulara com a força de tração do fio, ressaltando que a
resultante dessas duas forças é a responsável por produzir a aceleração centrípeta.
Dessa forma a única força responsável pelo movimento oscilatório é 𝑃 ∗ 𝑠𝑒𝑛 𝜃.
Assim:
𝐹 = −𝑃𝑠𝑒𝑛 𝜃 (3.1)

É necessário que a força restauradora seja proporcional ao deslocamento e dirigido no


sentido oposto, para que o movimento seja harmônico simples. Pode-se substituir
𝑠𝑒𝑛 𝜃 por θ, caso θ seja pequeno. Esta aproximação é valida para
𝜋 x
𝜃 < 12 𝑟𝑎𝑑 (𝜃 < 15º). Ainda com relação à figura 3.1., θ = L. Logo,

𝑥
𝐹 = − 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛 𝜃 = − 𝑚𝑔𝑠𝑒𝑛(𝑥/𝐿) = − 𝑚𝑔 𝐿 (3.2)

Dessa forma, na situação de pequenas oscilações, a força restauradora é proporcional


e também de sentido oposto a elongação medida sobre o arco considerado retilíneo.
Sendo essa, exatamente, a característica do movimento harmônico simples. Como m,
g e L são constantes, pode-se expressá-las por:
g
K = mL (3.3)
Temos então:

F = −Kx (3.4)

Como o período T, d um movimento harmônico simples é dado por:

𝑚
𝑇 = 2𝜋√ 𝑘 (3.5)

Ao substituir o valor de K, na equação acima, tem-se que:


𝐿
𝑇 = 2𝜋√𝑔 (3.6)

Sendo está, a equação do período do pêndulo simples, para pequenas amplitudes.


Podemos ainda, concluir, que o período de um pêndulo simples depende apenas do
comprimento do pêndulo e do valor da aceleração da gravidade.

Agora, para determinarmos experimentalmente a aceleração da gravidade, g:


Eleva-se ao quadrado a equação 3.6, vem:
4𝜋2 𝐿
𝑇2 = (3.7)
𝑔
ou seja,
4𝜋2
𝑇2 = ( )∗𝐿 (3.8)
𝑔
A equação acima é do tipo 𝑦 = 𝑘𝑥, então, fazendo-se o gráfico de T² versus L,
devemos obter uma reta cujo coeficiente angular é dada por:
∆(𝑇 2) 4𝜋 2
= (3.9)
∆𝐿 𝑔
ou
4𝜋²
𝑔= ∆(𝑇2 )
(3.10)
( )
∆𝐿

∆(𝑇 2)
A partir do gráfico de T² versus L poderemos obter , e assim determinar a
∆𝐿
aceleração da gravidade.
4. Procedimento
4.1. Anote a massa dos corpos:
m1 (massa menor) = 50 g
m2 (massa maior) = 100 g

4.2. Ajuste o comprimento do pêndulo de modo que tenha 20 cm do ponto de


suspensão até o centro de gravidade do corpo;

4.3. Desloque o corpo da posição de equilíbrio (deslocamento angular igual a 15°) e


determine o tempo necessário para o pêndulo executar 10 (dez) oscilações completas.
Para minimizar os erros, é recomendável que o operado do cronometro seja o mesmo
que larga o pêndulo a oscilar.
OBS: O tempo de reação humano é de alguns décimos de segundo, embora o
cronômetro registre até os centésimos de segundo, só faz sentido anotar o tempo
obtido manualmente, até os décimos de segundo.

Tabela 4.1
Resultados experimentais para o pêndulo simples.
L(cm) θ(graus) m(gramas) 10 T (s) T(s) T²(s²)
L1=20 θ1=15 m1=50 10T1=9,1 10T1=9,1 10T1 = 9,1 T1=0,91 T1=0,81
L2=40 θ1=15 m1=50 10T2=10,4 10T2 =10,2 10T2 =10,3 T2=1,03 T2=1,06
L3=60 θ1=15 m1=50 10T3 =14,6 10T3 =14,9 10T3 =14,7 T3=1,47 T3=2,16
L4=80 θ1=15 m1=50 10T4 =17,8 10T4 =17,7 10T4 =17,7 T4=1,77 T4=3,13
L5=100 θ1=15 m1=50 10T5 =19,1 10T5 =19,2 10T5 =19,2 T5=1,92 T5=3,69
L6=120 θ1=15 m1=50 10T6 =21,5 10T6 =21,0 10T6 =21,0 T6=2,12 T6=4,49
L7=150 θ1 =15 m1=50 10T7 =24,2 10T7 =24,2 10T7 =24,1 T7=2,42 T7=5,86

Tabela 4.2. Resultados experimentais para o estudo da influência da amplitude sobre o


período do pêndulo simples.
L(cm) θ (graus) m (gramas) 10 T (s) T (s)
L = 140 θ1 = 15 m1 = 50 10T8=23,4 10T8=23,0 10T8=23,2 T8=2,32
L = 140 θ2 = 10 m2 = 50 10T9=23,5 10T9=23,2 10T9=23,3 T9=2,33

Tabela 4.3. Resultados experimentais para o estudo da influência da massa sobre o


período do pêndulo simples.
L(cm) θ (graus) m (gramas) 10 T (s) T (s)
L = 140 θ1 = 10 m1 = 50 10T8=23,5 10T8=23,2 10T8=23,3 T8=2,33
L = 140 θ2 = 10 m2 = 100 10T9=23,2 10T9=23,4 10T9=23,3 T9=2,33
10∗T1 + 10∗T2 + 10∗T3
OBS: T(s) = 30
5. Gráficos
5.1. Trace o gráfico de T em função de L (para os dados experimentais da tabela 4.1)

5.2 Trace o gráfico de T² em função de L(para os dados experimentais da tabela 4.1)

Gráfico 2 ( T²xL)
7
6
5
(Período)²(s²)

4
3
2
1
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Comprimento (cm)
6. Questionário
6.1. Dos resultados experimentais é possível concluir-se que os períodos independem
das massas? Justifique.

Sim, porque de acordo com os dados obtidos na tabela 4.3., o período (T) de oscilação
para as diferentes massas (m1=50 g e m2=100 g) foi de aproximadamente 2,33
segundos. Ou seja, conclui-se que o período de oscilação de um pêndulo simples
independe de sua massa.

6.2. Dos resultados experimentais o que se pode concluir sobre os períodos quando a
amplitude passa de 10° para 15°? Justifique.

O período (T) para as diferentes amplitudes de 10º e 15º foram de 2,33 s e 2,32 s
respectivamente, a partir disso concluímos que na prática a amplitude para esses dois
ângulos quase não interfere no período. Isso se comprova ao analisar a Tabela 4.2.

6.3. Qual é a representação gráfica que se obtém quando se representa T x L?


Explique.

A relação entre T e L resultará em um gráfico do tipo função potência, de acordo com


a fórmula 3.6:
𝐿
𝑇 = 2𝜋√𝑔

6.4. Idem para T² x L. Explique.

A relação entre T² x L resultará em um gráfico do tipo função do primeiro grau, uma


4𝜋2
vez que de acordo com a fórmula, 𝑇 2 = ( ) ∗ 𝐿 , o que está entre parênteses vira
𝑔

constante k, que representa as constantes. Assim, o comportamento de T² e L será


uma reta que tem como fórmula geral, tomando T² como y e k como m e L como x:
𝑌 = 𝑚. 𝑥
6.5. Determine o valor de “g” a partir do gráfico T² x L.(indique os valores numéricos
utilizados nos cálculos)

𝐿
Partindo da fórmula geral do período geral 𝑇 = 2𝜋. √𝑔, isola-se a gravidade para
conhecer os valores das outras grandezas, e determinar o seu valor.
4𝜋².
𝑔=
∆𝑇²
( ∆𝐿 )

A partir do gráfico de T²x L, pode-se obter ∆𝑇² e ∆𝐿 e assim determinar a


aceleração da gravidade.
Tomando ∆𝑇² = ∆𝑇2 ² − ∆𝑇1 ² e ∆𝐿 = 𝐿2 − 𝐿1 : OBS: π = 3,14
4𝜋². 39,5
𝑔= 1,06−0,81 = 1,25 = 31,60 𝑚⁄𝑠 ²
( )
0,40−0,20

Tomando ∆𝑇² = ∆𝑇3 ² − ∆𝑇2 ² e ∆𝐿 = 𝐿3 − 𝐿2 :


4𝜋². 39,47
𝑔= 2,16−1,06 = = 7,1 𝑚⁄𝑠 ²
( ) 5,5
0,60−0,40

Tomando ∆𝑇² = ∆𝑇4 ² − ∆𝑇3 ² e ∆𝐿 = 𝐿4 − 𝐿3 :


4𝜋². 39,47
𝑔= 3,13−2,16 = 4,85
= 8,14 𝑚⁄𝑠 ²
( )
0,80−0,60

Durante o experimento, com certeza ocorreram erros principalmente na primeira


medição uma vez que o valor foi bem distante do real. Sem levar em conta que os
matérias não eram ideais e continha já uma margem de erro. Dessa forma o valor mais
próximo encontrado foi g = 8,14 m/s².

6.6. Qual o peso de uma pessoa de massa 75,00 Kg no local onde foi realizada a
experiência?
𝑃 = 𝑚𝑔 = 75,00 ∗ 8,14 = 610,5 𝑁

6.7. Qual o peso de uma pessoa da questão anterior na lua?

OBS: g na lua = 1,62 m/s² 𝑃 = 𝑚𝑔 = 75,00 ∗ 1,62 = 121,5 𝑁


6.8. Compare o valor médio de T obtido experimentalmente para L = 120 cm com
𝐿
o seu valor calculado pela fórmula 𝑇 = 2𝜋. √𝑔, (use g=9,81m/s²). Comente.

𝐿
OBS: π =3,14 𝑇 = 2𝜋. √𝑔 = 2 ∗ 3,14 ∗ 0,12 = 0,77 𝑠

Além dos materiais não serem ideais, e acumulando com a falta de precisão e
exatidão na realização do experimento, erros como a medição errada do comprimento
do fio e no momento de manipular o cronômetro podem ter contribuído no erro do
período já que o período encontrado foi 2,1 s.

6.9. Discuta as transformações de energia que ocorrem durante o período do


pêndulo.

Quando o pêndulo é puxado para trás ou para frente e ele é solto, a sua energia
potencial (adquirida com a altura) vai sendo transformada em energia cinética, isso se
deve ao fato da massa puntiforme ir perdendo altura e ganhando velocidade.

6.10. De acordo com o valor de g encontrado experimentalmente nesta prática,


qual seria o comprimento para um período de 5 s?

𝐿 𝐿 𝐿
OBS: π = 3,14 𝑇 = 2𝜋. √
𝑔
; 5 = 2 ∗ 3,14 ∗ √8,14 ; 0,7972 = 8,14 ;

𝐿 = 0,0780 𝑚 𝑜𝑢 7,8 𝑐𝑚
7. Conclusão
A partir da realização da prática, pode-se perceber que qualquer descuido ou falta de
atenção nas medições, pode gerar um grande erro na hora de fazer os cálculos. Outro
ponto a ser ressaltado é a margem de erro que os objetos proporcionam, uma vez que
não são ideais acabam aumentando-a. Além disso, a prática foi bem proveitosa já que
com a sua realização conseguimos compreender nitidamente que os períodos
independem da massa(provado na tabela 4.3), como também a interferência quase
nula do período com a mudança de angulação de 10 para 15 graus(provado na tabela
4.2). E para que isso aconteça, ocorre as transformações de energia potencial para
cinética, quando ele é deslocado para uma altura h.
8. Bibliografia

1. DIAS, N. L. Roteiro de aulas Práticas de Física. Fortaleza: UFC, 2019.

2. Pêndulos Simples. Só Física. Disponível em< http://www.sofisica.com.br/conteudos/


Ondu latoria/MH S/pendulo.php>. Acesso em 13 de maio de 2019.

3. Pêndulo Simples. Info Escola. Disponível em< https://www.infoescola.com/fisica/


pendulo-simples/. Acesso em 13 de maio de 2019.

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