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Relatório de Física Geral I

Estudo do comportamento dinâmico de uma mola elástica


Soa Mendes, Mafalda Gomes, Ana Ramalho
nº55879, nº55890, nº54759 - Licenciatura em Matemática
26-04-2023

Objetivo
Esta experiência terá como objetivo estudar o movimento harmónico simples de um corpo preso
a uma mola e determinar a constante elástica da mola. Neste trabalho pretende-se tembém
vericar experimentalmente duas leis: a lei de Hooke e a lei do período de uma mola elástica.

Introdução
O Movimento Harmónico Simples (MHS) é um tipo de movimento periódico que pode
ser descrito pela oscilação de uma partícula em torno de uma posição de equilíbrio, quando essa
partícula é submetida a uma força restauradora proporcional à sua posição. Relacionar este
experimento à lei de Hooke será necessário pois esta lei verica a relação linear entre a força
aplicada de um sistema e sua elongação. [1]

Teoria
A deformação de uma mola ocorre quando esta é submetida a uma força. Se suspendermos um
corpo numa mola, quanto maior a massa do corpo mais deformações a mola sofre(Como pode-
mos ver na Fig.1), ou seja, assim conseguimos vericar que existe uma proporcionalidade entre
o alongamento da mola e o peso do corpo. Esta constante de proporcionalidade, é portanto a
força F executada no objeto:

F = −ky
em que k é a constante elástica e y é o alongamento da mola. Observamos também −ky tem
valor negativo pois a força e o deslocamento têm sentidos contrários. Esta ação é designada
por Lei de Hooke.
Para calcular essa força podemos utilizar a segunda lei de Newton, a qual tem equação:

d2 y
F =m×
dt2
1
E substituindo a primeira equação na anterior:

d2 y k
+ y=0
dt2 m
Que terá a solução:
r
k
y = y0 cos(
t + α)
m
q
Para o qual a frequência angular é dada por ω = m k
e assim obtemos no nal o periodo de
oscilação:
r
m 4π 2
T = 2π × ⇒ T2 = m
k k
Assim vericamos que existe uma relação de linearidade entre o tempo ao quadrado e a massa,
logo, podemos fazer uma regressão linear numa tabela (mi ,Ti2 ), em que i representa o número
2
de cada ensaio logo iremos obter uma equação do tipo y = ax + b, onde b = 0, a = 4πk e
2
k = 4πa .
Paraq determinar as respetivas incertezas associadas a a com n o número do ensaio calculamos:
(y−ax−b)2
P q 2
S= n−2
σ a = S × n P
(n x2 )−( xi )2
P , σk = 4π
a2 a
σ
i

Método
Para esta experiência foram necessários os seguintes materiais: uma mola elástica, um suporte
universal, dez peças com massas o mais diferentes possível, um cronómetro, uma balança e uma
régua ou ta métrica.
Com a mola colocada no cimo do suporte universal começamos então por medir a posição inicial
da mola elástica com o auxilio de uma ta métrica ou de uma régua. De seguida iremos medir
a massa, com a balança, cada um dos 10 objetos que escolhemos usar.
Depois de todas as massas medidas e anotadas, colocaremos cada objeto de forma crescente(pela
massa) na ponta da mola (semelhante à Fig.1) e puxamos ligeiramente o objeto no sentido verti-
cal de modo a que faça as 10 oscilações pretendidas nesta experiência enquanto cronometramos
e anotamos o tempo que cada objeto demora a fazê-las.

Figura 1: Esquema da Montagem Experimental

Nestas oscilações podemos observar o movimento harmónico simples. Cada vez que puxamos
o objeto devemos medir de novo a posição da mola. Temos que ter sempre em atenção que
se puxarmos demasiado o objeto ele vai ter um movimento caótico o que nos impossibilita de
medir o tempo.

2
Resultados
Após darmos por terminada a atividade laboratorial, obtivemos os valores correspondentes à
massa kg , ao tempo s, ao período s (que se calcula fazendo T = 10t ) e do período ao quadrado
s2 , também como as medições respetivas à amplitude A de cada objeto antes de o movimento
das ondas feitas pelo mesmo se torne caótico. Os dados referidos encontram-se na tabela a
seguir:

4π 2
Utilizando a equação da reta T 2 = k
m onde T 2 = y e m = x tem-se:

Figura 2: Gráco da Regressão Linear


2
Como se pode ver no gráco acima, a equação da reta Y = mx + b ⇔ T 2 = 4πk m e Y =
1, 314x + 0, 0237 , pondo em comparação com a equação referida anteriormente obtemos:

4π 2 4π 2
a= ⇔k=
k a
Logo,
k = 30, 044578419767 ⇔ k ≈ 30, 0445N/m
No caso de b = 0, 0237, foram claramente cometidos erros durante o procedimento, que serão
abordados no próximo tópico, pois b deveria ser igual a zero.
Como há presença de erros, calculemos os desvios padrão, utilizando as fórmulas referidas em
teoria: s
Pi=1 2
n=10 (y − ax − b)
S= = 0, 0954
n−2

3
s
n
σa = Pi=1 2
Pi=1 = 0, 272
(n n=10 xi )(n n=10 xi ) 2

4π 2
σk = σa = 6, 219
a2
Ou seja,
k = k ± σk ⇔ k = 30, 0445 ± 6, 219N/m

Discussão
Como podemos observar em resultados, o b = 0, 0237 deveria ser zero quando se compara a
2
equação da reta à equação T 2 = 4Tkπ m. Logo podemos armar que esta prática laboratorial foi
inuenciada por alguns erros, tais como o erro relativo da balança, possíveis erros de arredon-
damento, erros nas cronometrações dos tempos, visto que é praticamente impossível obtermos
um valor completamente correto pois as mesmas foram contadas a olho e por último as forças
que atuam no sistema objeto+mola não serão apenas a força da mola e a força do corpo de
massa. Mesmo com todos os erros mencionados, a prática foi feita de forma adequada.

Conclusão
Em suma, o valor obtido para a constante é de 30, 04456, 219N/m e comparando este valor ao
valor tabelado com massa 0, 07kg , o k é igual k = 11, 67N/m[2]. Conseguimos vericar que o
k que nos foi obtido é maior pois a massa também o é, ou seja, quanto maior a massa, maior
a constante da mola elástica e vice-versa. Sendo assim vericam-se a lei de Hooke e a lei do
período da mola elástica e do movimento harmónico simples.

Referências
[1] Carlos Eduardo Laburú and Chrystie Jacob Almeida. Lei de hooke: uma comparação entre
sistemas lineares. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 15(1):7181, 1998.

[2] https://cesad.ufs.br/ORBI/public/uploadCatalago/15153016022012Fisica _Basica _Expe-


rimental_aula _7.pdf

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