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Relatório de Física Geral I - 22/03/2023

Universidade de Évora

Estudo do Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado


Soa Mendes, Mafalda Gomes, Ana Ramalho
nº55879, nº55890, nº54759 - Licenciatura em Matemática

Objetivo
Nesta atividade laboratorial tem-se como objetivo analisar o Movimento Retilíneo Uni-
formememte Acelerado (onde a aceleração escalar é uma constante diferente de zero e a
velocidade escalar varia uniformemente com o tempo), calculando o seu valor médio da acele-
ração da gravidade e vericando a validade das suas equações.

Introdução
A queda livre é um exemplo bastante conhecido de um movimento retilíneo uniformemente
acelerado e, portanto para cumprir o objetivo da experiência, usámos uma esfera metálica
onde a largamos verticalmente por cima de duas células fotoelétricas (photogates), A e B. Foi
determinado a distância entre cada uma das células ao longo da experiência e estas por sua
vez registam o tempo que a esfera passa entre elas. Após toda a análise teremos que conseguir
encontrar o valor da aceleração.

Teoria
Dene-se a equação das posições do movimento uniformemente acelerado unidimensional (de-
vido ao campo gravítico) como sendo:

1
x(t) = x0 + vx0 t + ax t2
2

Mas nesta atividade, como o movimento de queda livre ocorre na direção vertical y , é conveni-
ente substituir x por y , cando assim:

1
y(t) = y0 + vy0 t + ay t2
2

E como a orientação do eixo vertical y é de cima para baixo então concluimos que é a mesma

1
orientação do vetor aceleração gravitica, então, substituindo ay por g obtemos:
1 1
y(t) = y0 + vy0 t + gt2 ⇔ y(t) = vy0 t + gt2
2 2
, onde:
-y é a distância entre os photogates A e B;
-y0 a posição da esfera a passar o photogate A, ou seja, 0 em t = 0;
-vy0 é a velocidade detetada do photogate A;
-y(t) é a posição da esfera em função do tempo.1

Podemos dividir ambas as parcelas por t de forma a vericarmos que a relação entre as duas
gradezas é linear:
y(t) 1
= vy0 + gt
t 2
Assim, logo, podemos fazer uma regressão linear numa tabela (ti , Yi /ti ) = (ti , Vi ), em que i
representa o número de cada ensaio logo iremos obter uma equação do tipo y = ax + b, onde
a = 12 g e b = V0 , onde g = 2a. Para determinar as respetivas incertezas associadas a a e b
qP q P 2
(yi −axi −b)2
q x
calculamos: S = n−2
σ a = S × P 2
n P
(n x )−( xi ) 2 , σ b = S × P 2 iP
(n x )−( xi )2
, σg = 2σa
i i
e σV0 = σb , onde n é o número do ensaio.

Método
Para calcular a aceleração gravítica utilizámos as duas células fotoelétricas (S1 e S2 de acordo
com a Figura 1) colocadas num suporte digital. Necessitámos também de um eletroíman no
topo do suporte que mantém a esfera metálica encostada quando este está ligado a uma fonte
de energia. Essa mesma fonte de energia também é indispensável para o cronometro digital,
que igualmente está conectado aos photogates. Uma régua e um o também são materiais
necessários.
Começámos por alinhar as células fotoelétricas e o eletroíman no suporte universal, com a ajuda
do o. O eletroíman deve estar a uma distância de 20 cm do photogate S1 (de acordo com a
Fig. 1) para que VS1 = constante. Depois de tudo alinhado podemos ligar a fonte elétrica e
colocamos a esfera metálica encostada ao eletroíman, de seguida desligamos a fonte elétrica e
o cronómetro começa a contar no instante em que a bola passa no primeiro photogate até ao
segundo. Por m a bola cai no cesto e podemos ler o valor da aceleração na distância S (Fig.1).

Figura 1: Materiais Necessários e Esquema da Montagem Experimental

1 Retirado do Manual de Apoio às Aulas Práticas

2
Resultado
De maneira a poder determinar V0 (velocidade no momento em que a esfera passa pelo photo-
gate A) e a constante da aceleração gravítica, utilizámos uma pequena esfera de metal, que em
queda livre, passa pelos photogates, onde o nosso cronómetro aponta o tempo, em segundos,
que demora a esfera a percorrer a distância do photogate A ao B, como já referido no Método.
Reconhece-se que a distância entre o photogate A e o pé do suporte é de 61.5cm, dividindo-se a
mesma por dez partes iguais. Estas medições serão utilizadas para calcular o tempo de queda
entre A e B (mesmo que o photogate A esteja xo, podemos obter várias distâncias movimen-
tando apenas o photogate B). Começámos por distanciar os photogates 6.15cm e medimos o
tempo de queda da esfera. A partir daí, fomos adicionando sucessivamente e fazendo a respetiva
medição mais nove vezes. Os resultados atingidos estão apresentados na tabela seguinte:

Para calcular a regressão linear, escolhemos dos dez pares, cinco que se apresentam abaixo:

Y (t)
Utilizando a equação t
= V0 + 21 gt e os valores descritos acima obtivemos o seguinte gráco:

Como podemos observar na gura, a equação da reta é y = 571, 003x + 192, 802. Comparando
as duas equações constata-se que V0 = b e a = 12 g ⇔ g = 2a ou seja g = 2 × 571, 003 ⇔
g = 1142, 006cm/s2 ≈ 11, 42m/s2 e V0 = 192, 802cm/s ≈ 1, 92m/s

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Utilizando as expressões matemáticas apresentadas em teoria, calculemos σa , σb , σV0 , σgexp
e S:
σa = 52, 6cm/s ≈ 0, 526m/s
σb = σV0 = 7, 45cm/s ≈ 0, 0745m/s
σgexp = 2σa = 152cm/s2 ≈ 1, 52m/s2
S = 5, 767cm/s ≈ 0, 0576m/s
Tendo em consideração os cálculos acima temos que:

V0 = V0 ± σV0 = 1, 92802 ± 0, 0745m/s

gexp = g ± σgexp = 11, 42 ± 1, 52m/s2

Discussão
Como qualquer atividade laboratorial podem ocorrer erros durante o decorrer destas e apesar
do nosso valor experimental gexp = 11.42 ± 1.52m/s2 não estar muito diferente da constante de
aceleração gravítica à superfície gT erra ≈ 9, 8m/s2 [1] esta diferença pode ter ocorrido devido a,
por exemplo, erros humanos ao alinhar o o com os photogates, erro do cronómetro ao registar
a aceleração ou mesmo um erro de medição com a régua.
No último gráco apresentado conseguimos ainda ter uma maior noção das variações que houve
ao logo da experiência e que essas variações não foram muito problemáticas para a resolução
do relatório.

Conclusão
Podemos concluir que V0 = 1, 92802 ± 0, 0745m/s e que a constante experimental da aceleração
da gravítica à superfície da terra é igual a gexp = 11.42 ± 1.52m/s2 . Sabendo que o valor da
constante de aceleração gravítica à superfície é gT erra ≈ 9, 8m/s2 [1] podemos constatar que o
resultado experimental cou próximo da realidade o que nos faz concluir que a velocidade de
qualquer corpo sofre a mesma velocidade em queda livre. Ou seja, conseguimos averiguar a
validade das equações do Movimento Retilíneo Uniformemente Acelerado.

Referências
[1] Domingos Savio de Lima Soares. Por que a lua não cai na terra? Revista Valore, 4:145154,
2019.

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