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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA

FACULDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E URBANISMO

RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIA

Amanda de S. D. Mella, 17.6080-0, Eng. Civil


Caroline P. dos Santos, 17.6273-1, Eng. Química
Gabriella C. R. da Silva, 17.2829-4, Eng. Química

Santa Bárbara d’Oeste


Novembro de 2017
Resumo
Este relatório tem como objetivo principal documentar e relatar as atividades práticas
feitas em um Laboratório de Física da Universidade Metodista de Piracicaba, em que
realizamos um experimento de colisão unidimensional entre duas esferas metálicas. Na parte
de Introdução está o básico do experimento, quais eram seus objetivos. Seguindo, na área de
Fundamentação Teórica tem-se a parte da teoria que fornece a base para o experimento, que
no final será verificada se condiz com a prática.
Em Materiais e Método tem-se todos os equipamentos e materiais utilizados, seguido da
metodologia ou procedimento para a realização do mesmo. Após a realização do experimento
todos os seus dados foram anotados para realizar os cálculos, em que está relatado na parte
de Dados, Resultados e Discussão. Para a finalização do relatório, tem-se as considerações
finais, em que fizemos uma breve síntese do conteúdo e analisamos com a parte teórica, com
uma comparação.
Sumário

Introdução...................................................................................................................................................4
Fundamentação Teórica..............................................................................................................................5
Colisão.....................................................................................................................................................5
Aplicando a teoria...................................................................................................................................5
Desvio Padrão..........................................................................................................................................7
Propagação dos Erros..............................................................................................................................7
Materiais e Método.....................................................................................................................................9
Dados, Resultados, Discussão....................................................................................................................11
Dados iniciais.........................................................................................................................................11
Resultados obtidos nas repetições........................................................................................................11
Considerações Finais.................................................................................................................................13
Referências Bibliográficas..........................................................................................................................14
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Introdução
Este experimento realizado no laboratório de física tem como objetivo a representação
vetorial do momento de dois corpos e análise de colisões elásticas em duas dimensões tenta-
se verificar a conservação da energia cinética e do momento linear de ambos os corpos que
colidem. Na linguagem do dia a dia, uma colisão ocorre quando objetos sofrem um impacto
contra o outro. Em nossa experiência diária as coisas que colidem podem ser bolas de bilhar,
um martelo e um prego, uma bola de beisebol e um bastão e até mesmo automóveis.
Pode-se dizer que uma pedra largada ou atirada a terra colide com ela. Quando existe
uma colisão dois corpos exercem forças de grande intensidade um sobre o outro, por um
intervalo de tempo relativamente curto. Tais forças são internas ao sistema de dois corpos e
são significativamente maiores do que qualquer força externa durante a colisão. As leis de
conservação de energia e do momento linear, aplicadas imediatamente antes e depois de uma
colisão, permitem-nos predizer o resultado da colisão e entender as interações entre corpos em
colisão.
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Fundamentação Teórica
Colisão
¹Pela 3ª Lei de Newton, sabemos que quando ocorre à interação entre as massas m A e
m B , as forças que neles atuam uma devida à outra, são, em cada instante, iguais e opostas.
¹Por tanto se define o momento linear, ou quantidade de movimento linear (P) de um
corpo, como sendo o produto da massa do mesmo pela sua velocidade.

¹Temos então que, se m A e m B são as velocidades dos corpos antes da interação e v A e


v B são as velocidades dos corpos após a interação então: A primeira providência é considerar
a conservação da quantidade de movimento do sistema:

¹Quando ocorre uma colisão perfeitamente inelástica, a quantidade de movimento linear


(P) se conserva, porém, o mesmo não acontece para as energias cinéticas.
²Isaac Newton, no entanto, descobriu, através de seus experimentos, uma relação entre
as velocidades dos corpos antes e depois da colisão. Sua relação foi a seguinte:
V af
e=
V ap
²Onde Vaf é a velocidade de afastamento e Vap é a velocidade de aproximação. Newton
chamou a letra e de coeficiente de restituição.
²Para analisarmos se uma colisão é elástica, ou perfeitamente inelástica analisamos por
tanto esse coeficiente de restituição, no nosso caso o coeficiente e=0, não há velocidade
relativa de afastamento, portanto caímos num caso de colisão perfeitamente inelástica.
Utilizamos a propagação de erro para conferir o máximo de erros de todas as medições,
utilizando as derivadas de todas as variáveis obtidas.

Aplicando a teoria

Figura 1 - Esquema da teoria

Considerando os pontos A e B da Figura 1 acima, sem atrito com o ar, podemos aplicar
a seguinte fórmula:
m. g .h m .V ²
=
2 2
Já que há a conservação da energia, antes potencial, transformada em cinética,
isolando o V das seguintes equações chegamos em V =[2. g . h]12. Para eliminar o h da
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fórmula da velocidade é necessário aplicar Pitágoras no fio, conforme o desenho e a seguinte


fórmula: L² = L² -2Lh +h² +d², sabemos que L é muito maior que h (L>>h), temos assim que h²
será equivalente a zero.

Assim chegamos em: 0 = -2Lh +d² isolando h temos: h = . Assim podemos substituir
2L
1
g 2
esse valor de h em, resultando na fórmula final da velocidade: V=
L []
⋅ d que será utilizada
para calcular a velocidade da esfera 1 antes de atingir a esfera 2, a velocidade final da esfera 1
e a velocidade final da esfera 2.

Figura 2 - Teoria inicial e final


De acordo com a Figura 2, estabelecemos o momento linear com a seguinte equação:
Pi=P f
m1 . V 1 i=m1 . V 1 f + m2 . V 2 f
Com isso conseguiremos comprovar futuramente algumas propriedades desse
experimento. Definimos também que na situação inicial a esfera 1 se aproximava da esfera 2, e
na situação final, a esfera 2 se afastava da esfera 1, assim conseguimos definir o coeficiente
de restituição como:
V 2 f −V 1 f
e=
V 1i
Já a energia cinética é dada pela fórmula:
m .V ²
K=
2
Sendo Ki = Kf quando se tratar de uma colisão elástica, e Ki > Kf quando for inelástica.
Após o desenvolvimento da parte teórica, chegamos às fórmulas finais elaborando a
seguinte tabela:
Tabela 1 - Fórmulas utilizadas para os cálculos
Tipo de fórmula Fórmula Desenvolvida
Velocidade g 2
1
V= []
L
⋅d

Momento Linear P=m⋅V


Momento Linear Inicial P I =m 1 ⋅V 1 i
Momento Linear Final P F=m1 ⋅ V 1 f +m 2 ⋅V 2 f
Energia Cinética m ⋅V 2
K=
2
Energia Cinética Inicial m 1 ⋅V 1 i ²
K I=
2
Energia Cinética Final m 1 ⋅ V 1 f ² m2 ⋅V 2 f ²
K F= +
2 2
Coeficiente de V 2 f −V 1 f
Restituição e=
V 1i
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Desvio Padrão

³Em probabilidade, o desvio padrão é uma medida de dispersão em torno da média


populacional de uma variável aleatória. Indica uma medida de dispersão dos dados em torno
de média amostral. Um baixo desvio padrão indica que os pontos dos dados tendem a estar
próximos da média ou do valor esperado. Um alto desvio padrão indica que os pontos dos
dados estão espalhados por uma ampla gama de valores. A equação que determina o valor do
desvio padrão é:

Onde:
∑ = Somatória;
x = Valor médio;
x́ = Valor;
n = Número de Termos

Propagação dos Erros

A incerteza da velocidade, por exemplo, depende das incertezas das grandezas


medidas diretamente, ou seja, das incertezas das posições iniciais/finais e da altura de L, então
é necessário aplicar a propagação de erros, para verificar a quantidade de erro envolvida no
cálculo. Para cada fórmula desenvolvida aplicaremos a seguinte fórmula do erro de uma
determinada função G:
G=f ( x , y , z … σx , σy , σz)
1/ 2
∂G 2 ∂G 2 ∂G 2
σG= [( )
∂x
2
⋅ ( σx ) +
∂y ( ) 2
⋅ ( σy ) +
∂z ( )
⋅ ( σy )
2
]
Onde:
∂G
=Derivada parcial da função ;
∂x
σx=E rro referente ao instrumento de medição
Para cada fórmula utilizada, fizemos a sua respectiva fórmula referente ao erro,
elaborando a seguinte tabela:
Tabela 2 - Fórmulas das Propagações dos erros
Tipo de Propagação do Erro
Fórmula
Velocidade g 2 g
1/2
σV = [ 4 ⋅L³
2
⋅d ² ⋅ ( σL ) + ⋅ ( σd )
L ]
Momento 2 2 1/2
σ P= [V ² ⋅ ( σm ) +m ²⋅ ( σV ) ]
Momento Inicial 2 2 1/ 2
σ Pi =[ V 1 i ² ⋅ ( σ m1 ) + m1 ² ⋅ ( σ V 1 i ) ]
Momento Final 2 2 2 2 1/2
σ Pf =[ V 21 f ⋅ ( σ m1 ) + m21 ⋅ ( σ V 1 f ) + V 22 f ⋅ ( σ m2 ) +m2 ² ⋅ ( σ V 2 f ) ]
Energia Cinética V4
1/2

σ K=
4 [ 2
⋅ ( σm ) +m ²⋅V ² ⋅ ( σV )
2
]
Energia Cinética V 41i
1/2

Inicial σ Ki = [4
⋅ ( σ m 1) 2+ m1 ² ⋅ V 1 ²⋅ ( σ V 1i ) 2 ]
8

Energia Cinética V 41 f 4 1/2


2 V 2f
Final σ Kf =
4 [ 2 2 2
⋅ ( σ m1 ) + m1 ⋅V 1 f ⋅ ( σ V 1 f ) +
4
⋅ ( σ m2 )2 +m22 ⋅V 22 f ⋅ ( σ V 2 f )2 ]
Coeficiente de 1/2
( V 1 f −V 2 f ) ²
Restituição σ e=
[
V 1i ²
1 1
⋅ ( σ V 2 f ) + 2 ⋅ ( σ V 1 f )2 +
2

V 1i 4
V 1i
⋅ ( σ V 1 i )2
]
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Materiais e Método
 Balança analítica;
 Duas esferas metálicas de massas diferentes;
 Fio;
 Régua milimetrada e
 Trena.

Fio

d1i
Esfera 2

Régua Milimetrada
Esfera 1

Trena

Figura 3 - Arranjo experimental

Figura 4 - Determinação do comprimento do fio (L)

 De acordo com a Figura 4, primeiramente medimos os seguintes valores: distancia da


esfera até o tampo da mesa (y), distância do tampo da mesa até o chão (h) e por último
temos a altura do chão até a haste de metal, o qual se prende o fio de prumo na esfera
(H), para podermos calcular em breve o comprimento do fio (L).
 Com o arranjo pronto e as duas esferas com massas distintas, posicionamos a esfera 1
a uma distância d1i = ±200mm da esfera 2, soltamos ela e observamos a distância final
“d1f e d2f” das esferas, conforme o esquema abaixo na Figura 5 e 6.
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Figura 5 - Esquema inicial do experimento

Figura 6 - Esquema final do experimento

 Repetimos este experimento 10 vezes, para diminuir sua margem de erro na execução;
 Desmontamos o arranjo e pesamos as esferas em uma balança analítica de precisão de
0,01g;
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Dados, Resultados, Discussão


Dados iniciais
Como não tínhamos a medida do comprimento do fio (L) que prendia as esferas, mas
tínhamos a medida do chão até a haste de metal que prendia as esferas, calculamos o fio (L)
através da seguinte fórmula:
Equação 1 - Comprimento do fio (L)
L=H − y−h
Onde:
L = comprimento final do fio (m);
H = altura do chão até a haste de metal em que foi prendido o fio (m);
y = altura do meio da bolinha até o tampo da mesa (m);
h = altura do tampo da mesa até o chão (m).
Chegando ao resultado de L = 2,72m e o erro associado a essa medida foi calculado
1 /²
através da propagação do erro, chego ao resultado de σL= [ 3× 10−6 ] m.
Em todas as repetições utilizamos a mesma medida inicial da bolinha 1, chamada de
d1i, em que vale 0,20m e o erro associado a ela é de σd 1i=2 ×10−3 m previamente
estabelecido pelo professor.
Com o auxílio de uma balança analítica medimos a massa das duas esferas (m1 e m2), o
erro expresso na balança é de 0,01g transformando isso para quilogramas temos
σm=1 ×10−5 kg para ambas as massas:
m1=0,11512 ±1 ×10−5 kg ;
m 2=0,06405 ±1 ×10−5 kg .

Resultados obtidos nas repetições


Para cada repetição feita do experimento, anotamos a distância final atingida pela
bolinha 1 e 2, respectivamente denominadas d1f e d2f ambas expressas no Sistema
Internacional de medidas – metro – e elaboramos a seguinte tabela, onde n é o número da
repetição:
Tabela 3 - Resultados das Repetições
n d1f (m) d2f (m)
1 0,065 0,20
2 0,080 0,21
3 0,090 0,22
4 0,070 0,23
5 0,080 0,24
6 0,070 0,235
7 0,075 0,23
8 0,080 0,20
9 0,090 0,22
10 0,090 0,22
Calculamos a média das repetições de d1f e d2f através da média aritmética:
Equação 2 - Fórmula Média Aritmética

( X 1 + X 2+ X 3 …+ X n )
M=
n

Ao calcularmos a média aritmética se faz necessário o cálculo do desvio padrão, para


considerar o erro envolvido no cálculo:
Equação 3 - Desvio Padrão
12

n 1 /2

[ ]
2
∑ ( X i −X m )
i=1
σdp=
( n−1 )

Temos então:
M ( d 1 f ) =0,079 ±0,0091 m
M ( d 2 f )=0,2205 ±0,0138 m
Com todos esses dados em mãos, podemos calcular todas as informações necessárias
para poder fazer a conclusão do experimento, para todos os cálculos adotamos g = 9,8 m/s²:
Tabela 4 - Resultados
Tipo de Resultado Resultado ± erro associado
Velocidade Inicial da Esfera 1 V 1 i=0,38 ± 3,79× 10−3 m/s
Velocidade Final da Esfera 1 V 1 f =0,15 ±1,72 ×10−2 m/s
Velocidade Final da Esfera 2 V 2 f =0,42 ±2,61 ×10−2 m/s
Momento Linear Inicial kg .m
P1 i=P I =0,043 ± 4,36 ×10−4
s
Momento Linear Final da Esfera 1 −2 −3 kg . m
P1 f =1,72× 10 ±1,98 ×10
s
Momento Linear Final da Esfera 2 −2 −3 kg .m
P2 f =2,69 ×10 ±1,67 × 10
s
Momento Linear Final kg . m
P F=0,044 ±2,59 ×10−3
s
Energia Cinética Inicial K 1 i=K I =8,31 ×10 ± 1,65 ×10−4 J
−3

Energia Cinética Final da Esfera 1 K 1 f =1,29 ×10−3 ± 2,98× 10−4 J


Energia Cinética Final da Esfera 2 K 2 f =5,65 ×10−3 ± 7,04 ×10−4 J
Energia Cinética Final K F=6,94 ×10−3 ± 7,64 ×10−4 J
Coeficiente de Restituição e=0,71 ± 8,28 ×10−2
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Considerações Finais
Comparando o resultado do momento linear inicial e final temos:
kg .m
P I =0,043 ± 4,36 ×10−4
s
kg . m
P F=0,044 ±2,59 ×10−3
s
Podemos dizer que houve conservação do momento linear inicial no momento linear
final, não houve perca significativa pelo atrito com o ar. Agora comparando a energia cinética
inicial e final temos:
K I =8,31 ×10−3 ± 1,65× 10−4 J
K F=6,94 ×10−3 ± 7,64 ×10−4 J
Percebemos que KI > KF, assim houve perca de energia cinética, associando com o
coeficiente de restituição que tem o valor de e=0,71 ± 8,28 ×10−2, entre 0 ≤ e ≤ 1, concluímos
que se trata de uma colisão inelástica, o corpo perde energia cinética durante a deformação na
colisão. Há uma perca de 29% do coeficiente de restituição e a perca da energia cinética inicial
para a energia cinética final é de 16% aproximadamente, considerando os erros envolvidos
chegamos à conclusão de que os resultados são satisfatórios.
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Referências Bibliográficas
1 - AKIRA, Edson. Colisões unidimensionais. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAmfUAC/colisoes-unidimensionais>. Acesso em: 06
nov. 2017.
2 - SILVA, Domiciano Correa Marques da. Colisões unidimensionais. Disponível em:
<http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/colisoes-unidimensionais.htm>. Acesso em: 06
nov. 2017.
3 - BLAND, J Martin; ALTMAN, Douglas G. Measurement error. Curso de Medicina,
Department Of Public Health Sciences, St George's Hospital Medical School, Londres, 1996.

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