Você está na página 1de 19

Experimento 2:

Medida de Força.

Disciplina: BC1707 - Métodos Experimentais em Engenharia.

Discentes:
Fernando Henrique Gomes Zucatelli
Manuela Petagna
Raian Bolonha Castilho Spinelli

Turma: A/Diurno

Prof ª. Dra. Léia Bernardi Bagesteiro.

Santo André, 13 de Junho 2011


Sumário

1. RESUMO ........................................................................................................................... 2
2. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 4
4. PARTE EXPERIMENTAL ................................................................................................ 4
4.1. Materiais ...................................................................................................................... 4
4.1.1. Determinação da constante da mola de compressão ............................................ 5
4.1.2. Determinação da constante da mola de tração...................................................... 5
4.1.3. Determinação da constante da mola utilizando o MHS. ...................................... 5
4.1.4. Confecção da balança. .......................................................................................... 5
4.2. Métodos ....................................................................................................................... 5
4.2.1. Determinação da constante da mola de compressão ............................................ 5
4.2.2. Determinação da constante da mola de tração...................................................... 6
4.2.3. Determinação da constante da mola utilizando o MHS. ...................................... 7
4.2.4. Confecção da balança. .......................................................................................... 7
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 9
5.1. Determinação da constante da mola de compressão .................................................... 9
5.2. Determinação da constante da mola de tração. .......................................................... 11
5.3. Determinação da constante da mola utilizando o MHS ............................................. 12
5.4. Confecção da balança. ............................................................................................... 13
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 13
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 14
8. APÊNDICES .................................................................................................................... 15
8.1. Elasticidade e ligações químicas................................................................................ 15
8.2. Aplicações em engenharia. ........................................................................................ 15
8.3. Ajuste linear com mínimos quadrados ....................................................................... 16
8.4. Comparação de resultados com outras balanças. ....................................................... 16
2

1. RESUMO
O instrumento de medida, balança, pode ser construído de diversas formas
diferentes, e uma dessas formas é a partir de molas. As molas obedecem, dentro de
certo intervalo de confiança, à lei de Hooke que determina a força exercida que uma
mola pode suportar dependendo de sua deformação. Para a construção da balança
foram determinadas as constantes elásticas, k, de duas molas a partir de um
dinamômetro e do Movimento Harmônico Simples (MHS). A balança foi montada a
partir das molas de k conhecido e um peso para que o sistema fosse confiável para
o uso lei de Hooke. A partir da deformação da mola foram determinadas as massas
de alguns objetos disponíveis. Chegando a resultados com erro maior de 3,97% e
menor de 0,04%, tendo uma balança de boa precisão em comparativo com outras
que tinham disponíveis os mesmos materiais.
3

2. INTRODUÇÃO
De acordo com o minidicionário Aurélio [1], uma balança é “Instrumento com
que se determina a massa ou o peso dos corpos”. Existem várias maneiras
diferentes de se determinar a massa de um corpo, e a balança é um instrumento de
medida que se utiliza de uma dessas diversas maneiras. Há diferentes tipos de
balanças analíticas e digitais e um dos métodos que pode ser utilizado, nos dois
subtipos de balanças existentes, para se determinar a massa ou o peso de um
corpo, é o uso de molas [2].
A partir da Lei de Hooke (equação (1)) é possível determinar a constante
elástica da mola, sendo a constante elástica dada em N/m, ou seja, qual a força que
deve ser exercida sobre a mola para ela se deslocar em um determinado
comprimento dentro da região de linearidade da mola (detalhes no apêndice 8.1).


F = − k .x

(1)
Sendo ‘F’ a força exercida na mola, ‘k’ a constante elástica da mola e ‘x’ a
variação do comprimento da mola.
A partir da equação (1) pode-se notar que para uma mesma força exercida,
duas molas diferentes podem ter uma variação de comprimento diferente de acordo
com a sua constante elástica, assim na construção de balanças é necessário ter tal
conhecimento para determinar o menor e o maior valor que é possível ser
determinado pela balança construída.
Para métodos experimentais é possível fazer associações de molas para evitar
problemas com fundos de escala de balanças: molas em série são utilizadas para
massas menores e molas em paralelo, maiores, de acordo com as equações (2) e
(3) respectivamente.
1 1 1
= + (2)
keq k1 k2

keq = k1 + k2 (3)

Sendo keq, a constante elástica equivalente, e k1 e k2 as constantes elásticas


das molas da associação
Para um determinado caso, em que a mola está na vertical e o peso pendurado
pela mola, sofrendo apenas a força da gravidade é possível transformar a equação
(1) na equação (4).
4

m.g = k .x (4)
Neste caso a força F, foi substituída pela relação de Newton que diz que a
força é igual à massa, m, multiplicada pela aceleração, no caso, g, a gravidade.
Organizando as variáveis é possível determinar, a partir do pré-conhecimento
das constantes elásticas, a massa de um corpo (equação (5)).
k
m =  .x
g (5)

3. OBJETIVOS
O objetivo deste experimento é medir a constante elástica de diferentes molas
utilizando diferentes procedimentos de forma a avaliar a contribuição das grandezas
de influência nos diversos procedimentos, determinar os coeficientes de
sensibilidade e calcular a incerteza combinada em cada caso. Comparar os
resultados obtidos em cada procedimento.
Em seguida, de posse dos dados das medições, desenvolver uma metodologia
e confeccionar uma balança utilizando os mesmo materiais para a determinação das
constantes elásticas.

4. PARTE EXPERIMENTAL
4.1. Materiais
Na Tabela 1 encontram-se as especificações dos instrumentos utilizados
durante o procedimento experimental.

Tabela 1 – Especificações dos Instrumentos utilizados.

Menor divisão de
Marca Modelo Valor de Fundo escala Incerteza
Balança Digital Shimadzu BL3200H 3200 g 0,5 g 0,01 g
Dinamômetro Homis 2100 980 N 0,2 N 0,5%+2D
Paquímetro Pantec Pantec 150 mm 0,02 mm 0,01 mm
Cronômetro Cronobio SW2018 9:99 99 00:00 01 0,005 s
Régua Bandeirante 1006 600 mm 1 mm 0,5 mm
5

4.1.1. Determinação da constante da mola de compressão


Foram utilizadas 1 mola de compressão. 2 peças cilíndricas de Al. 1 peça
cilíndrica de Cu. Tubo guia de plástico com escala milimetrada. Balança digital.

4.1.2. Determinação da constante da mola de tração.


Foram utilizadas 2 molas de tração. 1 Dinamômetro com célula de força. 2
conjuntos compostos por 2 peças de aço unidas com fita. Régua milimétrica. 1
sargento de fixação.

4.1.3. Determinação da constante da mola utilizando o MHS.


Foram utilizadas 2 molas de tração. 2 conjuntos compostos por 2 peças de aço
unidas com fita. Balança digital. 1 sargento de fixação. Cronômetro. Célula de força
(apenas como suporte).

4.1.4. Confecção da balança.


Foram utilizadas 2 conjuntos compostos por 2 peças de aço (cada) com fita.
Sargento de fixação. Célula de força (apenas como suporte). Cronômetro. Régua
milimétrica. Planilha de cálculos em Microsoft Excel 2007®.

4.2. Métodos
4.2.1. Determinação da constante da mola de compressão
Para se determinar a constante da mola de compressão foi colocada a mola
dentro do tubo guia de plástico com escala milimetrada e foi marcado o ponto 0 da
mola na escala, que caracteriza a força 0. As massas de Al e Cu foram medidas na
balança digital e depois foram colocadas de 5 formas diferentes dentro do tubo( 1
peça de Cu, 1 peça de alumínio, 2 peças de alumínio, 1 peça de cobre e 1 de
alumínio, 1 peça de cobre e 2 de alumínio), sobre a mola, anotando na escala
milimetrada a variação causada pela compressão da mola, para determinar a
constante elástica a partir da graficação dos dados. Cada intervalo teve seu k
calculado de acordo com a equação (6)
∆F F − F0
k= = (6)
∆x x − x0
E a incerteza associada de acordo com a equação (7)
6

∂k k ∂k k ∂k −k
k = mg .x −1 ⇒ = gx −1 = ; = mx −1 = ; = − mgx −2 =
∂m m ∂g g ∂x x
2 2 2 2 2 2
2  ∂k   ∂k   ∂k   k  k   −k 
u =
k .um  +  .u g  +  .u x  =  .um  +  .u g  +  .u x  (7)
 ∂m   ∂g   ∂x   m   g   x 
 u  2  u  2  u  2   u  2  u   ux  
2 2

uk2 = k 2  m  +   +  x   ∴ uk = k  m  +  g  +   
g

 m   g   x  
  m   g   x  
  

4.2.2. Determinação da constante da mola de tração.


Para determinar a constante elástica associada a cada mola de tração foi
utilizado um dinamômetro. Ao dinamômetro foi associado de cada vez um das molas
junto com um conjunto de pesos para que o movimento de oscilação esteja dentro
da lei de Hooke. O conjunto anterior foi preso à bancada por um sargento de fixação.
O dinamômetro foi zerado para que esse conjunto fosse associado à força 0 e foi
medido o comprimento inicial da mola para um x inicial. Foi colocado o segundo
conjunto de pesos que fez com que a mola se esticasse e foi possível medir o
comprimento final da mola para depois ser possível calcular o deslocamento. As
massas dos conjuntos de pesos foi medida na balança digital. As constantes
elásticas foram obtidas com uso da equação (8)
∆F
ki = ; ∀i = {1, 2}
∆X (8)
A incerteza associada é descrita pelo resultado da equação (9)
∂k k ∂k −k
k = F . x −1 ⇒ = x −1 = ; = − Fx −2 =
∂F F ∂x x
2 2 2 2
 ∂k   ∂k   k   −k 
uk2 =  .u F  +  .u x  =  .u F  +  .u x  (9)
 ∂F   ∂x   F   x 
 u  2  u  2   u  2  u  2 
2 2
u = k  F  +  x   ∴ u k = k
k  F  +  x  
 F   x    F   x  

Para associação de molas seguindo as equações (2) e (3) as incertezas são


dadas por (10) na série e (11) para o paralelo:
2 2
 uk1   uk2 
u Keq =   +   (10)
 (1 + k k −1 )2   ( k k −1 + 1)2 
 1 2   2 1 
7

2 2
u Keq = (1.u ) + (1.u )
k1 k2 (11)

4.2.3. Determinação da constante da mola utilizando o MHS.


Para se tomar o tempo de oscilação com o mínimo de erro possível, a mola foi
presa ao sargento de forma que tivesse a parte superior de seu gancho presa,
porém uma pessoa mantinha seu gancho na mesma posição simplesmente
pressionando-o com o sargento para evitar que a mola oscilasse lateralmente como
um pêndulo. Uma segunda pessoa comprimia a mola com a massa até a posição
limite de compressão e disparava o cronômetro quando ela mesma soltava o
sistema, isso reduz o erro inerente à reação do ser humano para realizar a ação
“disparar cronômetro” ao ver outra pessoa liberar o sistema. Em seguida o
cronômetro era passado para uma terceira pessoa que tinha como função contar o
número de oscilações e parar o cronômetro após n oscilações, isso também reduz o
erro de reação em parar o cronômetro.
Os valores das constantes elásticas com uso da equação (12)
2
4π 2 m N 
ki = 2
= 4π2 m  i  ; ∀i = {1, 2} (12)
Ti  ∆ti 
A incerteza associada é descrita pelo resultado da equação (13)
2
2 N
k = 4π m  
 ∆t 
2
∂k 2 N k ∂k N k ∂k N k
= 4.π . 2 = ; = 8.π 2 .m. 2 = 2 ; = −8.π 2 .m. 3 = −2
∂m ∆t m ∂N ∆t N ∂∆t ∆t ∆t
2 2 2 2 2 2 (13)
 ∂k   ∂k   ∂k  k   k   k 
uk2 =  .um  +  .u N  +  .u∆t  =  .um  +  2 .u N  +  −2 .u∆t 
 ∂m   ∂N   ∂∆t  m   N   ∆t 
 u  2  u  2  u  2   u  2  u  2  u  2 
2 2
u = k  m  +  2 ∆t  +  2 N   ∴ uk = k
k  m  +  2 ∆t  +  2 N  
 m   ∆t   N    m   ∆t   N  

4.2.4. Confecção da balança.


Para a confecção da balança partiu-se da premissa de que o uso do
dinamômetro por si só já constituía uma balança, de tal forma seu uso era uma
solução trivial para o problema e não agregaria valor ao método escolhido para a
confecção da balança. Dessa forma, avaliando-se a possibilidade de que as massas
8

medidas fosse maiores que o tubo usado na mola de compressão restou a


possibilidade de se usar as molas de compressão.
Assim partiu-se para a determinação da constante elástica de cada mola
utilizando-se os procedimentos descritos na seção 4.2.3 sobre o uso do MHS.
Para agilizar o processo de cálculo foi desenvolvida uma planilha em Microsoft
Excel 2007®, de forma que os fosse necessário inserir apenas os dados coletados
para se obter a massa mensurada.
Os valores das constantes elásticas foram novamente mensurados, tendo
como base uma massa de referência e a média de duas medições do tempo de
oscilação para 44 ciclos (valor fixo) para cada uma das 2 molas.
Os valores das constantes elásticas foram calculados pela planilha com uso da
equação (12).
Como era possível que a massa a ser medida fosse menor ou maior que os
valores dentro da região linear das molas, preparou-se também espaço para calcular
a massa com uso das constantes para as associações em série (massa menores
que o limite inferior equação (3)) e paralelos (massas maiores que o limite superior
equação (2)), essas constantes não foram obtidas experimentalmente.
Por fim, para realizar garantir que as medidas fossem tomadas na região linear
da mola, adicionou uma massa de Cobre de referência de 1,89 Kg, sendo denotado
por X0 o comprimento da mola com esta massa e marcado os pontos de referência
para as próximas medições com a régua.
Portanto a medição da massa desejada passou a ser realizada com uso da
medição do comprimento da mola após adicionar tal massa à balança, este
comprimento foi denotado por Xlido. Sendo assim a partir das equações (4) e (5)
chega-se a equação (14) que fornece a massa medida nesta balança.
k ( xlido − x0 )
F = mg = k ∆x = k ( xlido − x0 ) ⇒ m = (14)
g
O cálculo da incerteza associada à massa está descrito no conjunto de
equações (15), sendo a incerteza sobre k é foi calculada de acordo com a equação
(13) para o MHS. O valor da incerteza sobre a gravidade foi usada conforme
encontrado em [3].
9

F = mg = kx ⇒ m = kxg −1
∂m m ∂m m ∂m m
= xg −1 = ; = kg −1 = ; = − kxg −2 =
∂k k ∂x x ∂g g
2 2 2 2 2 2
2  ∂m   ∂m   ∂m   m   m   m  (15)
u =
m .uk  +  .u x  +  .u g  =  .uk  +  .u x  +  .u g 
 ∂k   ∂x   ∂g  k  x  g 
 u  2  u  2  u 
2
  u  2  u  2  u  2 
u = m  k  +  x  +   ∴ um = m  k  +  x  +  g  
2 2 g
 
 k   x   g  
m
 k x g 
        

A Figura 1 apresenta o layout da planilha confeccionada para os cálculos. A


célula com o valor “F0” é apenas uma referência da massa usada, este valor não é
considerado nos cálculos. No “Caso 1”, escolheu-se usar a mola nº2 ao invés da
mola nº1 por razões arbitrárias.

Figura 1 – Layout da planilha de cálculos usada na medição das massas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Determinação da constante da mola de compressão
Na Tabela 2 encontram-se os valores das massas dos objetos medidos na
balança digital.
Tabela 2 – Valores das massas dos 3 objetos obtidos na balança digital.
Peça cilíndrica de alumínio 1 Peça cilíndrica de alumínio 2 Peça cilíndrica de cobre
Massa (g) 219,93 222,39 713,53
Erro (g) ±0,01 ±0,01 ±0,01
10

Na Tabela 3 encontram-se os valores de posição e força medidos com a régua


e multiplicando a massa medida na balança pela aceleração da gravidade,
respectivamente.
Tabela 3 – Valores medidos da força e posição.

Posição (mm) Força (10-3N) k ± uk (N/m)


Sem peça 44 0,00 -----
1 peça de Al 41 2157,51 719,2 ± 8,8
2 peças de Al 38 4339,16 723,2 ± 9,5
1 peça de Cu 33 6999,73 636,3 ± 9,6
1 peça de Al + 1 peça de Cu 30 9157,24 654,1 ± 10,9
2 peças de Al + 1 peça de Cu 27 11338,89 667,0 ± 12,4
média 680,0 ± 10,2
Os valores de força mostrados na Tabela 3 são os valores da força peso de
cada conjunto de peças considerado o valor da aceleração da gravidade como 9,81
m/s².
As incertezas dos valores de posição medidos com o auxílio de um papel
milimetrado estão relacionadas ao olhar do operador, a instabilidade do sistema
massa-mola e deformações na superfície de apoio da mola causando uma
inclinação no sistema.
A Figura 2 mostra o gráfico usado para o cálculo da constante elástica da mola
de compressão através do coeficiente angular da reta.

Figura 2 – Gráfico de força em função do deslocamento.

De acordo com o ajuste linear realizado pelo software Excel ® 2007, o valor da
constante elástica k da mola de compressão é de 650,7 N/m.
11

Para verificar a veracidade do valor obtido com o software, aplicou-se o


método de ajuste de reta (disponível no anexo 8.3) e encontrou-se o valor de 650
N/m da constante elástica a partir dos valores da Tabela 9 também no anexo 8.3.

5.2. Determinação da constante da mola de tração.


Na Tabela 4 encontram-se os valores de posição e força para a mola 1
medidos com a régua e dinamômetro, respectivamente. Na Tabela 5 encontram-se
os valores a mola 2. Sendo que k1 e k2 foram calculados com uso de (8) e a
incerteza com (9).

Tabela 4 – Medida de posição e força utilizando a mola 1 para os dois conjuntos de peças.

Posição (mm) Força (N)


Sem 2º Conjunto de peças 122 0
Com 2º Conjunto de peças 191 17,4
k1 ± uk1 252,2 ± 3,4 N/m

Tabela 5 – Medida de posição e força utilizando a mola 2 para os dois conjuntos de peças.

Posição (mm) Força (N)


Sem 2º Conjunto de peças 103 0
Com 2º Conjunto de peças 172 18
k2 ± uk2 260,9 2 ± 3,5 N/m

As incertezas dos valores de posição medidos com a régua estão relacionadas


ao olhar do operador, ao posicionamento da régua no sistema montado, oscilação
da mola durante a realização das medidas causando uma dificuldade ao zerar o
dinamômetro e ao fato do sistema não estar totalmente paralelo a bancada.
Os erros percentuais são:
uk1 u k2
(uk1 %) = = 0, 014; (uk2 %) = = 0, 013 (16)
k1 k2
Aplicando-se as equações (2) e (3) para calcular as combinações em série e
paralelo das molas 1 e 2 e (10) e (11) para as incertezas tem-se:
keq PARALELO = 513,1 N/m; ukeqPARALELO = ±4,8 N/m
(17)
keq SÉRIE = 128, 2 N/m; ukeqSÉRIE = ±1, 2 N/m;
12

As incertezas associadas ao experimento podem fazer com que o fato de o k


das suas molas terem sido diferentes ser na verdade errôneo e elas serem iguais. A
partir das incertezas de k1 e k2 calculadas, pode-se observar que o valor de k1 não
pertence ao intervalo de k2, pois a partir da Tabela 4 e da Tabela 5 têm-se que k1
varia entre 248,7 e 255,6 e que k2 varia entre 257,4 e 264,3, assim observa-se que
assim observa-se que um intervalo não intersecciona o outro, logo o contrário
também é verdade, portanto a incerteza resultante permitiu afirmar que os k’s das
molas utilizadas são distintos.

5.3. Determinação da constante da mola utilizando o MHS


Na Tabela 7 encontra-se o número de oscilações, o tempo decorrido, variáveis
de um movimento harmônico simples e o cálculo da constante elástica com a
equação (12) e as incertezas com (13), para as três medições foram usadas ambas
as massas da Tabela 6.
Tabela 6 – Massas usadas no cálculo de k pelo MHS.

Primeiro Conjunto de Peças (Al) Segundo Conjunto de peças (Cu)


Massa (g) 995,30 ±0,01 1826,33 ±0,01

Tabela 7 – Medidas de tempo e número de oscilações para diferentes combinações de molas.

Oscilações Tempo (s) k ± uk (N/m) (uk%)


Uma mola 44 29,62 245,81 ± 0,08 0,00033
molas em série 44 41,53 125,04 ± 0,03 ----
molas em paralelo 44 20,28 524,36 ± 0,26 ----

As incertezas das medidas de tempo estão relacionadas à oscilação do


sistema massa-mola, tempo de retardo na contagem do operador do cronômetro e
ao problema de fixação da mola na bancada.
Comparando-se com os resultados de (17) onde a associação em paralelo
calculada é de 513,1 N/m e a série é de 128,2 N/m com os da Tabela 7 e nota-se
que a diferença é de 3,2 N/m e 11,2 N/m para a associação em série e paralelo,
respectivamente.
As diferenças são justificadas pelas incertezas, pois se levarmos em
consideração a faixa de erro encontrada para determinar que uma mola é diferente
da outra, consegue-se uma faixa de valores em que há um ponto em que as duas
13

medições feitas, tanto na parte 2, quanto na parte 3, se coincidem, revelando uma


coerência entre os métodos.

5.4. Confecção da balança.


A Tabela 8 apresenta os resultados das medições com a balança
confeccionada. Os valores de “xlido” foram inseridos na planilha e assim foram
obtidos os valores da coluna “medição (g)” referentes à massa dos objetos medidos
( equação (14)) e as incertezas na coluna “± umedição (g)” (equação (15)), para efeitos
comparativos a Tabela 8 também possui a coluna “Massa (g)” referentes às massas
lidas na balança digital de referência sendo que as diferenças foram calculadas com
uso de (18).
M ref − mmedida
diferença ( g ) = M ref − mmedida ; diferença (%) = .100 (18)
M ref
Tabela 8 – Medições realizadas com a balança confeccionada e comparação dos resultados com
uma balança de referência.

Objetos Massa ref. (g) xlido(mm) medição (g) ± umedição (g) diferença (g) diferença (%)
*Carteira 267,87 148 269,3 14,5 -1,43 -0,53%
*Estojo 174,88 144,5 175,1 13,9 -0,22 -0,13%
*Porta caneta de Latão 431,35 154 430,9 16,1 0,45 0,10%
Pasta de Dente 105,09 142 107,7 13,6 -2,61 -2,48%
Cofrinho 1562,79 196 1562,1 34,6 0,69 0,04%
Guarda-chuva 219,57 146 215,5 14,2 4,07 1,85%
Calculadora Cássio fx-82MS 154,23 143,5 148,1 13,8 6,13 3,97%
Livro "A batalha do Apocalipse" 913,87 172 915,7 23,0 -1,83 -0,20%
Caixa de óculos c/ peça de Cu 756,01 166 754,1 20,5 1,91 0,25%
Estojo verde (com grifo) 1712,58 202 1723,7 37,7 -11,12 -0,65%
*Medidas realizadas preliminarmente para conferir os resultados da balança confeccionada.

6. CONCLUSÃO
A constante elástica, k, de uma mola pode ser determinada por métodos
diferentes afirmando assim a coerência entre os valores obtidos e a certeza de ter o
valor correto de k para outros fins experimentais e comerciais. A partir do
conhecimento de k de uma ou mais molas é possível, com baixo erro, desenvolver
uma balança artesanal para que objetos de tamanhos e formas distintos tenham
suas massas a suas massas aferidas.
14

No experimento feito a balança artesanal foi desenvolvida com êxito tendo um


erro percentual entre 3,97% e 0,04%, tendo assim uma balança de valores
confiáveis.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, 1910-1989. Minidicionário da língua


portuguesa; coordenação Marina Baird Ferreria, margarida dos Anjos; equipe Elza
Tavares Ferreira. 3ª Ed. – Rio de Janieiro: Nova Fronteira, 1993
[2] AFONSO, Júlio Carlos and SILVA, Raquel Medeiros da. A evolução da balança
analítica. Quím. Nova [online]. 2004, vol.27, n.6, pp. 1021-1027. ISSN 0100-4042
[3] LIMA Junior, P.; da Silveira F. L;. Silva, M. T. X.. Medições indiretas e
propagação da incerteza. Disponível em
<http://www.if.ufrgs.br/~lang/semderivadas.pdf>. Acesso em 26 de Jun. de 2011
[4] CALLISTER JR., William D. Ciência e Engenharia de Materiais uma
introdução. 7.ed. Rio de Janeiro, LTC,2008
15

8. APÊNDICES
8.1. Elasticidade e ligações químicas
A deformação elástica de um corpo tem relação com o fato de este se deformar
e depois, quando deixar de ser tracionado, voltar a sua configuração inicial.
Materiais constituintes de molas devem poder se deformar elasticamente, tendo
como coeficiente de medida dessa deformação a sua constante elástica.
Após uma determinada deformação, os materiais deixam de ser elásticos e
passam a ser inelásticos, ou seja, perdem a propriedade de voltar a seu estado
original e assim, no caso de uma mola, perde sua utilidade, para isso é necessário
conhecer a constante elástica de uma mola e impedir que a força exercida sobre ela
ultrapasse para a região inelástica da deformação, causando uma deformação
plástica permanente ou uma ruptura. Materiais elásticos possuem ligações
intermoleculares fortes para que as ligações não sejam rompidas, no caso dos
metais, estas ligações são bastante fortes e sua estrutura cristalina, na maior parte
das vezes CFC (cúbica de face centrada) permite uma maior mobilidade das
moléculas sem perder sua estabilidade interna [4].

8.2. Aplicações em engenharia.


A área de Engenharia de Materiais é importante no desenvolvimento de
projetos que necessitam cada vez mais de materiais resistentes e flexíveis para
diversas condições físicas e químicas que certo material é submetido. Para se
determinar qual o melhor material que se aplica às especificações de um projeto,
diversos materiais disponíveis são submetidos a um ensaio de tração que consiste
na aplicação de uma força para alongar ou esticar o material até sua ruptura e assim
determinar as etapas de deformação que o material passa durante o teste. Portanto
os resultados auxiliam na escolha do material que suporta forças menores ou iguais
à força no momento de ruptura, sendo estas forças exercidas por outros
componentes do sistema desenvolvido no projeto.
O sistema mola/amortecedor presentes nos veículos é essencial para a
estabilidade e dirigibilidade do mesmo e problemas envolvendo algum destes
componentes podem causar acidentes. Assim, surgiu a necessidade de testes de
força semelhantes às forças geradas das condições físicas da superfície por onde o
carro trafega para determinar o melhor material para a mola e também as condições
16

do sistema hidráulico do amortecedor. Para isto, desenvolveu-se um modelo


matemático denominado “sistema massa/mola/amortecedor” semelhante a um
circuito RLC que, com valores medidos de forma mais simples, determina os valores
de k da mola presente no modelo real projetados para os veículos.

8.3. Ajuste linear com mínimos quadrados


O método dos mínimos quadrados para o ajuste linear de uma coleção de
dados é utilizado para obter os coeficientes linear e angular de uma função
f ( x) = a + bx :
Coeficiente linear

a=
∑x ∑ y −∑x y ∑x
2
i i i i i
(19)
2
N∑ x − (∑ x ) 2
i i

Coeficiente angular
N ∑ xi yi − ∑ xi ∑ yi
b= 2
(20)
N ∑ xi2 − ( ∑ xi )
Sendo N o número de amostras feitas
Os valores calculados na Tabela 9 foram usados na seção 5.1 para a mola de
compressão

Tabela 9 – Valores calculados para o ajuste linear.


x y x*y x² y²
Sem peça 0 0 0 0 0
1 peça de Al 0,003 2,1575133 0,006473 9E-06 4,654864
2 peças de Al 0,006 4,3391592 0,026035 0,000036 18,8283
1 peça de Cu 0,011 6,9997293 0,076997 0,000121 48,99621
1 peça de Al + 1 peça de
Cu 0,014 9,1572426 0,128201 0,000196 83,85509
2 peças de Al + 1 peça de
Cu 0,017 11,3388885 0,192761 0,000289 128,5704

8.4. Comparação de resultados com outras balanças.


A Tabela 10 exibe os valores de todas as medições realizadas por cada grupo
em sua respectiva balança de todos os objetos. Nota-se que alguns casos algumas
17

das balanças confeccionadas retornaram medições muito distantes da balança de


referência a da região de valores das outras balanças. Ressalta-se que a balança
confeccionada por este grupo se manteve sempre a diferença em relação a
referência dentro de 4,0% conforme Tabela 8, sendo que a maioria das medições
distam menos de 1,0% do valor de referência.
18

Tabela 10 – Medições dos grupos e massa da balança de referência. A 1ª linha de medições é a do grupo, as demais estão aleatoriamente distribuídas.
Massa balança (g) 431,35 105,09 1562,79 219,57 154,23 913,87 756,01 1712,58
Porta caneta de Pasta de Guarda- Calculadora Cássio Livro "A batalha do Caixa de óculos c/ Estojo verde (com
Peça Cofrinho (g)
Latão (g) Dente (g) chuva (g) fx-82MS (g) Apocalipse" (g) peça de Cu (g) grifo) (g)
Balança deste grupo 430 107 1560 215 148 915 753 1721
415,8 113,4 1572,63 253,90 150 1003,86 681,47 1677,00
Balanças dos demais 419,37 288,31 1625,51 192,86 165,31 900,57 736,83 1828,43
grupos. 409,35 54,58 1306 201,6 52,42 936,73 716,33 1735,71
Valores 413,23 110,2 960 224 138,6 896,2 717,3 1605
aleatoriamente 408 102 1419,08 397 109 932 734 1902
distribuídos 700 324 1549 292 163 897 630 1640
629 132 1621,17 163,74 231 916 1046 1621,7
média (g) 478,09 153,94 1451,67 242,51 144,67 924,67 751,87 1716,36
desvio padrão (g) 116,80 96,94 226,40 73,57 50,81 35,45 124,97 104,31

Você também pode gostar