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Máquinas
Ana Rita Villela Costa
Curitiba
2022
CDD 621.816
FAEL
Gabarito | 263
Referências | 293
Prezado(a) aluno(a),
Cada página desse livro foi pensada para que você, estu-
dante, possa compreender melhor os conceitos de elementos de
máquinas. Esses elementos são amplamente utilizados em boa
parte das máquinas e equipamentos que utilizamos na indústria e
em nosso dia a dia.
Podemos dividi-los em “famílias”, sendo elas: a de elemen-
tos de transmissão de potência, a de elementos elásticos, a de
elementos de fixação e a de elementos de apoio. Começamos a
nossa jornada conhecendo melhor os componentes de cada famí-
lia, com suas peculiaridades e suas principais aplicações e carac-
terísticas. Partimos então para os conceitos de cargas variáveis,
– 6 –
– 8 –
– 9 –
– 10 –
– 11 –
Sigla Descrição
AA Aluminunn Association
AGMA American Gear Manufacterers Association
AISC American Institute of Steel Construction
AISI American Iron and Steel Institute
ANSI American National Standard Institute
ASME American Society of Mechanical Engineers
ASTM American Society of Testing and Materials
AWS American Welding Society
ISO International Standards Organization
SAE Society of Automotive Engineers
Fonte: elaborado pela autora.
– 12 –
1.1.5 Custos
Os custos em um projeto são muito importantes, pois podem ser fato-
res decisivos para continuá-lo ou pará-lo. Os valores de mão de obra e
matérias-primas sofrem grandes variações ao longo do tempo, e quando
um projeto se estende os custos que foram estimados no início podem ter
tido fortes alterações quando ele for, finalmente, colocado em prática.
Uma maneira inteligente de manter os custos sob controle é pro-
curar otimizar a matéria-prima, selecionando materiais com tamanhos
padronizados. Por exemplo, caso um engenheiro que escolheu uma
barra de aço AISI 1020 laminada a quente, de seção transversal qua-
drada, com 52 milímetros de lado (fora de padrão), queira reduzir os
custos, pode trocá-la por uma barra padronizada de 50 milímetros ou
60 milímetros. Caso ele insista na barra de 52 milímetros, precisará
laminá-la e usiná-la a partir de uma barra de 60 milímetros, o que
aumentará o preço do produto.
– 13 –
– 14 –
P
�
Ao
Onde: σ = tensão [MPa]
P = força [N]
Ao = área [mm2]
A deformação específica, ou simplesmente deformação, é a razão
entre a mudança de comprimento e o comprimento inicial; ou seja:
l � lo
�
lo
Onde: lo = comprimento inicial
l = comprimento sob a força P
Note que a deformação será adimensional, já que divide uma medida
de comprimento por outra.
O módulo de elasticidade, ou módulo de Young, é a relação entre a
tensão e a deformação, representado por:
E �
Essa medida tem a mesma unidade da tensão e representa a rigidez do
material em sua região elástica.
Onde: E = módulo de elasticidade
σ = tensão
ε = deformação
O limite elástico separa a região elástica e plástica do material. Des-
tacamos que na região elástica o material volta à condição inicial após a
retirada da força, e na região plástica o material adquire uma nova condi-
ção mesmo após a retirada da força.
A Figura 1.4 apresenta os dados encontrados nas curvas de tensão-
-deformação do limite elástico (A), que é o ponto em que termina a fase
elástica; o limite de proporcionalidade (A’), que é a região onde ocorre o
– 15 –
– 16 –
– 17 –
– 18 –
– 19 –
Solução:
.d 2
Para a seção circular, a área é calculada por A
. Para o fator de
4
S S
segurança, temos nd . Colocando a tensão em evidência, temos �
nd
F
�
. Temos também que a equação da tensão é dada por A . Então, jun-
tando as equações, temos:
S 168 F 10 000 N
nd 3 A .d 2
4
Utilizando as partes da equação que contém números, temos
168 4 x 10.000
. Fazendo a multiplicação cruzada, temos
3 .d 2 12 x 10 000
.168.d 3 x 4 x 10.000 . Isolando o diâmetro, temos d 2
2
.
.168
120.000
Tirando a raiz, temos d . E então d = 15,07 mm. Escolhemos
.168
um diâmetro comercial de 16 mm, imediatamente superior, e com esse
valor recalculamos o fator de segurança, sendo:
.S .d 2
nd
4.F
Substituindo os valores, temos:
. 168 .162
nd 3, 37
4. 10.000
Observe que após a escolha do diâmetro da barra (com valor acima
do que foi calculado) o fator de projeto real (fator de segurança) ficou
maior (3,37) do que o fator de projeto inicial (3).
– 20 –
– 21 –
– 22 –
Solução:
Dados:
2 Força (F = 9.000 N)
2 Diâmetro da seção (d = 10 mm)
A tensão de tração deve ser calculada pela equação:
F
A
– 23 –
114 6 MPa
– 24 –
Solução:
Dados:
2 F = 9.000 N
2 d = 10 mm
2 comprimento inicial (L = 3.500 mm);
2 módulo de elasticidade (E = 207 GPa)
Utilizando a equação da deformação e o valor da tensão calculada no
exemplo 3 (σ = 114.6 MPa), temos:
– 25 –
Exemplo 5
Um eixo está fixado por uma chaveta em um cubo de uma roldana
que está ligada a outra semelhante por uma correia. Na Figura 1.10, (a)
mostra a vista da roldana, enquanto (b) mostra a vista ampliada do cubo
e do eixo. A força F é transmitida do eixo para o cubo da roldana através
de uma chaveta quadrada. O eixo tem diâmetro de 3 polegadas e transmite
um torque de 15.000 lb.pol. A chaveta tem lado de 0,5 polegada e com-
primento de 1,75 polegada. Calcule a força sobre a chaveta e a tensão de
cisalhamento causada por essa força.
Figura 1.10 – Roldana, eixo, cubo e chaveta
Solução:
Dados:
2 torque (T = 15.000 lb.pol)
2 dimensões da chaveta (0,5 x 0,5 x 1,75 pol)
2 diâmetro do eixo (D = 3 pol)
2 raio do eixo (r = D/2 = 3/2 = 1,5 pol)
O torque é T = F x r, então:
T 15 000 lb. pol
F 10 000 lb
r 1 5 pol
– 26 –
– 27 –
I
S � ou
� Z =�
c
A equação da flexão máxima pode ser escrita como:
M
máx
S � ou
� Z
Em muitos casos, é dada a flexão máxima e solicitado o módulo da
secção; dessa forma, temos:
M
S � ou
� Z �
máx
Exemplo 6
A Figura 1.11 apresenta uma viga com um tubo no centro. A carga
decorrente do tubo é de 54 kN. As distâncias a e b são 1,2 e 1,5 metro, res-
pectivamente. Determine o módulo da seção exigida para a viga, sabendo
que a tensão decorrente da flexão é de 200 MPa.
Figura 1.11 – Viga com tubo
Solução:
Dados:
2 F = 54 kN = 54.000 N
2 a = 1,2 m = 1.200 mm
2 b = 1,5 m = 1.500 mm
– 28 –
2 σmáx = 200
2 MPa = 200 N/mm2
O momento fletor máximo é definido por:
Fba 54 000 N . 1200mm . 1500mm
M máx R1 a 36.000.000 N mm
a b 1200 1500
Com esse valor, calculamos o módulo da secção, onde:
M 36.000.000 N mm
S 180 000 mm3 0 18 m 2
200 N mm 2
Caso seja necessário especificar a viga, devemos procurar em tabelas que
apresentem o módulo da secção e escolher o valor mais próximo, para maior.
Atividades
1. Por que a etapa de apresentação é tão importante no desenvolvi-
mento de um projeto?
2. Uma barra redonda com 15 mm de diâmetro está sujeita a
uma força de tração de 15.000 N. Calcule as tensões de tração
diretas na barra.
3. Um material pode ser dúctil ou frágil. No ensaio de tração,
como podemos reconhecer que um material é dúctil ou frágil
apenas visualmente?
4. Uma barra redonda com 12 mm de diâmetro e 3.200 mm de
comprimento está sujeita a uma força de tração de 14.000 N. A
barra é feita de aço e tem módulo de elasticidade de 207 GPa.
Nessas condições, calcule a deformação total.
– 29 –
Fonte: Stock.adobe.com/alexlmx
– 32 –
Fonte: Stock.adobe.com/westermak15
– 33 –
2.1.4 Correntes
As correntes se assemelham às correias em relação à funcionalidade
e ao encaixe, contudo apresentam maior precisão e são mais adequadas/
recomendadas quando se trabalha com engrenagens ou rodas dentadas.
Sua transmissão pode ser realizada tanto em sentido horário quanto anti-
-horário (COLLINS; BUSBY; STAAB, 2019). Um bom exemplo de apli-
cação de correntes é em bicicletas (Figura 2.4).
Figura 2.4 – Aplicação de corrente
Fonte: Stock.adobe.com/Nomad_Soul
– 34 –
2.1.5 Eixos
Eixos mecânicos são fundamentais para a rotação e a transmissão de
movimento entre diferentes elementos, sendo normalmente fabricados de
ferro fundido maciço no formato de cilindro. Sua principal função é atuar
na passagem de energia rotativa entre máquinas. Alguns elementos, como
rolamentos e acoplamentos, devem ser adquiridos com base no diâmetro
do eixo, por isso é importante conhecer todos os elementos de máquinas
envolvidos no projeto (NORTON, 2013).
2.1.6 Engrenagens
Esse elemento de máquina é provavelmente um dos mais conhecidos.
São componentes rígidos que transmitem energia de forma contínua, uti-
lizados na geração e no controle de potência em um sistema de máquinas.
Diversos são os tipos de engrenagem existentes, podendo variar em tama-
nho, número e formato de dentes (NORTON, 2013); os mais conhecidos
são cilíndricos de dentes retos, cilíndricos de dentes helicoidais e cônicos.
As engrenagens podem ser encontradas de grandes máquinas até peque-
nos mecanismos, como o de um relógio (Figura 2.5).
Figura 2.5 – Engrenagens de um relógio
– 35 –
2.1.7 Rolamentos
Esse elemento apresenta como principais funcionalidades o apoio ao
movimento e o suporte de carga, fazendo parte dos chamados elementos
de apoio. Seu encaixe acontece no eixo do motor, mas existem diferentes
tipos de rolamento que devem ser aplicados de acordo com as condições
de trabalho. Várias são as classificações de rolamento para as mais diver-
sas aplicações, podendo atuar em ambientes severos (MOTT, 2015). Além
disso, sua forma construtiva pode assumir diferentes formas, como rola-
mentos de esfera, de rolo e de agulha.
Figura 2.6 – Rolamentos
Fonte: Stock.adobe.com/blacklionder
– 36 –
– 37 –
– 38 –
– 39 –
– 40 –
N
2
c log
F
1
m log N
3 F
– 41 –
c = constante dependente de σN e σF
m = constante dependente de σN e σF
Vamos ver alguns exemplos de aplicação?
Exemplo 1
Estime a curva σ-N para a flexão rotativa do aço SAE-4340, cuja
resistência à tração é de 1200 MPa.
Solução:
Para flexão a rotativa, fazemos:
N 0, 8. R
Onde: σR = 1200 MPa
Então a tensão alternante é dada por:
– 42 –
Exemplo 2
Para o aço SAE-4340, determine a resistência à fadiga de um corpo de
prova correspondente a uma vida de 50 x 103 ciclos de tensões alternadas.
Solução:
Dados: σN = 960 MPa
σF = 600 MPa
N = 50 x 103 ciclos
Para determinar o limite de tensão de fadiga de um corpo de prova,
utilizamos a equação:
F 10c xN m
c log
F
960
2
c log 3,186
600
1
m log N
3 F
1 960
m log 0 068
3 600
Substituindo na equação, temos:
F 103,186 x(50.000) 0,068
F 1534 6 x 0 479
F 735, 3 MPa
Exemplo 3
Qual é a resistência à fadiga de um corpo de prova rotativo feito
de aço (σR = 520 MPa) correspondente a uma vida de 75 x 104 ciclos
de tensões alternadas?
– 43 –
Solução:
σR = 520 MPa é a resistência à tração. A partir desse valor, encontra-
mos a tensão alternante e a tensão de limite à fadiga, onde:
N 0, 8. R
E:
N 0 8 x 520 MPa 416 MPa
c log
F
416
2
c log 2, 82
260
1
m log N
3 F
1 416
m log 0 068
3 260
F 660 69 x 0 598
F 263, 3 MPa
– 44 –
Esses cálculos são válidos apenas para corpos de prova que estão
sujeitos a cargas cíclicas com amplitudes constantes. Para peças mecâni-
cas reais, existem vários aspectos que influenciam os resultados obtidos
com os corpos de prova, como:
2 acabamento superficial;
2 tamanho;
2 confiabilidade;
2 temperatura;
2 geometria;
2 carga.
Para cada um desses parâmetros existem tabelas e gráficos que devem
ser consultados para a determinação do fator de modificação. Esses fatores são
nomeados por k e um coeficiente. O limite de resistência à fadiga da peça será:
– 45 –
– 46 –
– 47 –
– 48 –
Solução:
O primeiro passo é achar o valor do fator de concentração de tensão.
A condição dada é de placa plana em degraus em tensão.
Dados: w = 10,0 mm
t = 8,0 mm
r = 1,5 mm
b = 6,0 mm
Para encontrarmos o valor, utilizaremos o gráfico da Figura 2.10, no
qual na lateral direita está a família de curvas com as relações ( t ) e no
eixo horizontal a relação ( r ), então calculamos: w
t
t 8, 0
= = 0, 8
w 10, 0
r 1, 5
= = 0,187
t 8, 0
– 49 –
Agora calculamos a área para a seção pequena, cuja largura é de 8,0 mm:
A t.b 8, 0 mm 6 0 mm 48 mm
– 51 –
F 10 000 N N
o 138 888 139
A 72 mm 2 mm 2
A 40 8 .2 32 .2 64 mm 2
F 10 000 N
o 156 25 N / mm 2
A 64 mm 2
Utilizando os valores dos fatores de concentração de tensão e das
tensões nominais, encontramos a tensão máxima:
Para 4,0 mm:
máx ki. o 2, 5 x139 347 5 N / mm 2
Isso indica que uma fissura provável ocorrerá no furo com 8,0 mm de diâ-
metro, apesar de a concentração de tensões ser maior quando o furo tem 4,0 mm
de diâmetro. A tensão nominal cresce quando o furo tem 8,0 mm de diâmetro.
Atividades
1. Quais são as principais diferenças e semelhanças entre acopla-
mentos, freios e embreagens?
– 52 –
– 53 –
– 56 –
n 60. f
Como:
f
2
Então:
60.
n
2
Reduzindo, temos:
30.
n
– 57 –
– 58 –
Exemplo 1
Um motor elétrico tem rotação de 1800 rpm. Determine as seguintes
características do motor (MELCONIAN, 2019):
a) velocidade angular
b) período
c) frequência
Solução:
a) velocidade angular (𝜔)
Dado: n = 1.800 rpm
Para acharmos a velocidade angular, usaremos a equação da rotação:
30.
n
Substituindo os valores:
30.
1800
– 59 –
0, 0334 s
c) frequência (f)
A frequência é o inverso do período, então :
1
f
1
30
30 Hz
Conhecendo as relações entre frequência, período, rotação e veloci-
dade angular, saberemos as relações de transmissão de correias. Na Figura
3.3 são dadas as duas condições de transmissão por correia: redutora de
velocidade e ampliadora de velocidade.
Figura 3.3 – Relação de transmissão por correias
d1 2 f2 n2 MT 2
– 60 –
3.2 Torção
Você sabe quando uma peça está sob torção? O esforço de torção
ocorre quando uma peça sofre um torque em uma extremidade e um con-
tratorque na extremidade oposta, como mostrado na Figura 3.4.
Figura 3.4 – Peça sob a ação de torção simples
– 61 –
Exemplo 2
A transmissão por correia representada na Figura 3.5 é acionada
por um motor elétrico com potência P = 4,5 kW com rotação de 1.750
rpm. Sabendo-se que a polia 1 é a polia motora do sistema, que a polia
1 tem 100 mm de diâmetro e a polia 2 tem 250 mm de diâmetro, des-
prezando as perdas calcule o torque da polia 1 e a velocidade angular
da polia 2 (MELCONIAN 2019).
Figura 3.5 – Transmissão por correia com polia motora e movida
Solução:
O torque da polia 1 é calculado por:
P
MT
1
– 62 –
Transformando em rad/s:
1750
w .2 58, 33
60
Substituindo os valores:
4500
MT 24, 55
58, 33. N.m
Para a velocidade angular da polia 2:
d1 = 100 mm
d2 = 250 mm
d1 100
2 . 1 .58, 33. 23 33 rad / s
d2 250
Respostas: MT1 = 24,55 N.m e ω2 = 23,33π rad/s
– 63 –
Vantagens Desvantagens
Maiores dimensões e
1 Pouco ruído 1
maior força axial
Absorção e amortecimento Maior escorregamento na
2 2
de choques transmissão de força
Alongamento da correia que
3 Disposição simples 3
aumenta com o tempo de uso
Utilização múltipla (cruzada, Variação do alongamento com
4 4
inclinada, vários eixos etc.) temperatura e umidade
Variação do coeficiente de
Mais economia por
5 5 atrito com poeira, detritos,
conta da simplicidade
óleo e umidade
6 Desacoplamento fácil
Simples variação da
7
relação de multiplicação
Fonte: elaborado pela autora.
– 64 –
– 65 –
Fonte: Stock.adobe.com/olly
– 66 –
– 67 –
3.4 Dimensionamento de
transmissão por correias
As transmissões por correia mais utilizadas podem ser de correias
planas ou em V. O dimensionamento da correia plana é um pouco mais
simples que o da correia em V, como veremos.
1 .r1 2 .r2
– 68 –
N1 T2 D2
= =
N 2 T1 D1
1 D d
d 2.sen
2C
– 69 –
– 70 –
D2 N1
=
D1 N 2
Substituindo os valores dados:
60 mm 1000 rpm
30 mm N2
Substituindo os valores:
1000 rpm T2
500 rpm 2000 N .m
2 4.000 N .m
Substituindo os valores:
P 2. .1000 rpm 2000 N m 2. .500 rpm 4 000 N .m
P = 12.566.370,61 W
Dividindo por 106, acharemos o valor em megawatts:
P = 12,6 MW
– 71 –
Substituindo os valores:
2
1000 500
L 2 x600 1 57 30 60
4 x600
– 72 –
– 73 –
– 74 –
– 75 –
Tipo de Transmissor
– 76 –
Tipo de Transmissor
Pp 7, 8 CV
b) Perfil da correia
Entramos no gráfico da Figura 3.12 com os valores da rotação
(N = 1.800 rpm) e da potência projetada encontrada antes (Pp = 7,8 CV).
Figura 3.12 – Gráfico do perfil da correia
– 77 –
– 78 –
D = 152,4 mm
d = 76,2 mm
d) Comprimento da correia
Utilizaremos a equação e substituiremos os valores encontrados
nas outras etapas:
2
D d
L 2C 1 57 D d
4C
2
152 4 76, 2
L 2 800 1, 57 152, 4 76 2
4 800
76, 2
2
L 1.600 1, 57 228, 6
3 x 200
L 1.600 358, 9 1, 81
1.960, 7 mm
Assim temos as respostas do problema resumidas:
a) potência projetada (Pp = 7,8 CV)
b) perfil da correia (Perfil A)
c) diâmetro das polias (D = 152,4 mm e d = 76,2 mm)
d) comprimento da correia (L = 1.960,7 mm)
– 79 –
Atividades
1. Um compressor de ar deve ser acionado por um motor elétrico.
A polia do motor tem 600 mm, enquanto a do compressor tem
900 mm de diâmetro. Sabe-se que a rotação do motor é de 1.800
rpm e o torque do motor é de 15 N.m. Considere a eficiência das
polias de 95%. Calcule o valor de rotação do compressor de ar,
a relação de redução, o torque no compressor e a potência dis-
ponível no sistema:
2. Um motor elétrico tem rotação de 1.600 rpm. Determine as
seguintes características do motor:
a) velocidade angular
b) período
c) frequência
3. Cite três vantagens e três desvantagens das correias em relação
às engrenagens e às correntes:
4. Uma correia de configuração reta liga duas polias, a menor com
20 mm de diâmetro e a maior com 50 mm de diâmetro. Sabendo
que a distância entre centros é de 100 mm, calcule os ângulos de
contato da polia maior e da menor e encontre o comprimento da
correia em função dos ângulos de contato, dos diâmetros e da
distância entre centros:
– 80 –
4.1 Introdução
Talvez os eixos sejam os elementos de transmissão mais
importantes, pois têm a função de suportar os demais elementos
(engrenagens, polias, entre outros), geralmente sendo longos e com
seção circular, podendo ser fixos ou rotativos. Quando são fixos,
não transmitem torque, servem apenas para suportar os demais ele-
mentos e podem ser tratados como uma viga estática. Quando são
rotativos, estão sujeitos a flexão, que veremos com detalhes mais
adiante. A Figura 4.1 apresenta o desenho de um eixo de trem.
EIXO
Fonte: adaptada de elements.envato.com/PixelSquid360
ÁRVORE
– 82 –
– 83 –
– 84 –
– 85 –
– 86 –
Exemplo 1
Calcule a potência média, em hp, de um eixo cujo torque médio é de
120 lb.ft e a velocidade angular média é de 20 rad/s.
– 87 –
Solução:
Calculamos a potência pela equação da potência média:
Pmédia 120 lb ft 20 rad / s
4 36 hp
Exemplo 2
Determine o torque de um motor de 25 hp que gira a 1.800 rpm.
Solução:
Fazemos a conversão de unidades:
25 hp x 745 7 18.642, 5Watts
2 rad rad
1800 rpm x 60 188, 49
60 s s
Substituindo os valores:
18.642, 5W T 188 49 rad / s
18642, 5
T=
188, 49
98, 9 N .m
– 88 –
– 89 –
E:
32.M m
m k fm .
.d 3
E:
16.Tm
m k fsm .
.d 3
– 90 –
Para a carga de tração axial (Fz), caso haja, haverá apenas a compo-
nente média, que pode ser encontrada por:
Fz 4.Fz
m axial k fm . k fm .
A .d 2
– 91 –
– 92 –
– 93 –
Diâmetro Ctamanho
d ≤ 7,6 mm 1,0
7,6 ≤ d ≤ 50 mm 0,85
d ≥ 50 mm 0,75
Fonte: adaptada de Budynas (2019).
– 94 –
Exemplo 3
Qual é o limite de resistência à fadiga de um eixo aço 1020 (Sy = 410
MPa), sujeito a flexão, com diâmetro de 55 mm e laminado a frio?
Solução:
Para o aço, o limite de resistência à fadiga do corpo de prova é:
S f 0 5 x Sy
Temos que:
S f 205 MPa
Csuperf 0, 91
Sf 139, 9 MPa
– 95 –
Exemplo 4
Calcule o diâmetro de um eixo usinado em SAE-1020 (Sy = 410 MPa)
que está conectado a um motor elétrico de 5 hp com rotação de 1.700 rpm e
sofre um momento de 30.000 N.mm. Considere coeficiente de segurança de
2,5, confiabilidade de 90% e fator de concentração de tensão de fadiga para
flexão alternada de 1,33.
Solução:
O diâmetro é encontrado pela equação:
1/ 3
M 2 3 T 2 1/ 2
32 N f
d k f a m
S f 4 S y
Dados: Nf = 2,5
Ma = 30.000 N.mm
Sy = 410 MPa
Kf = 1,33
Precisamos encontrar Sf e torque T.
Para o cálculo do Sf, temos que para o aço o limite de resistência à
fadiga do corpo de prova é:
S f 0 5 x Sy
E que:
S f 205 MPa
– 96 –
Csuperf 0, 91
Sf 142 23 MPa
O próximo passo é encontrar o torque:
Pmédia Tmédio .média
d 1, 33
142, 23 4 410
– 97 –
d 3 25 46 x 284
d 19 33 mm
Como já utilizamos o fator de tamanho para 7,6 ≤ d ≤ 50 mm, não é
preciso ajustar os cálculos, então o diâmetro calculado é:
19, 33 mm
Estamos supondo que esse é um eixo maciço e o diâmetro é onde há
maior solicitação de cargas. Se fôssemos comprar um aço para usinar o
eixo, precisaríamos encontrar o diâmetro comercial imediatamente superior.
Caso o momento não tenha sido informado, é preciso recorrer à resistência
dos materiais para o cálculo do momento fletor, que não veremos neste livro.
4.3.6 Chavetas
Chavetas são elementos de máquinas que podem ter duas funções: de
fixação e de transmissão de potência. Imagine que você está projetando
uma polia que vai trabalhar acoplada a um eixo. As chavetas são peças
metálicas em formato retangular ou semicircular e encaixadas em rasgos
chamados de rasgos de chaveta. A polia é fixada no eixo através de uma
chaveta. Mas há outra forma de fixar um elemento em um eixo, por meio
dos eixos estriados.
– 98 –
2 longitudinais;
2 transversais.
As chavetas em cunha longitudinais são aplicadas nas extensões
de eixos para unir roldanas, volantes, rodas etc. e podem ser de vários
tipos, como planas, encaixadas, meia-cana, embutidas e tangenciais.
Já as chavetas transversais são usadas em transmissão de movimento
rotativo e retilíneo alternativo.
Por outro lado, as chavetas paralelas têm as faces paralelas e não
têm cabeça, com suas extremidades podendo ser retas ou arredondadas
e, ainda, ter parafusos para ajudar na fixação. Há também a chaveta tipo
meia-lua, conhecida como woodruff, que é empregada, geralmente, em
eixos cônicos (MOTT, 2015).
Estrias podem ser caracterizadas como várias chavetas usinadas dire-
tamente no eixo. Uma das principais vantagens é que, devido às estrias
serem usinadas, não há o movimento relativo das peças durante a trans-
missão do movimento (MOTT, 2015).
– 99 –
– 100 –
– 101 –
Cisalhamento
O cálculo do comprimento, conforme o esforço de cisalhamento, é
realizado por:
FT
lc
b.
– 102 –
r d / 2
r 25 / 2
r 12 5 mm
– 103 –
FT 1324, 8 N
4º passo: dimensionamento do comprimento da chaveta
Cisalhamento
FT
lc
b.
lc 2, 76 mm
Esmagamento
FT
le
d h t1
le 4, 4 mm
O comprimento mínimo da chaveta será de 4,4 mm pois le > lc.
Acima de 4,4 mm, qualquer valor pode ser utilizado, mas costuma-se ado-
tar o comprimento da chaveta igual ao comprimento do cubo.
– 104 –
Atividades
1. Calcule a potência média de um eixo cujo torque médio é de 40 N.m
e a rotação é de 1.800 rpm:
2. Qual é o limite de resistência à fadiga de um eixo de aço 1030
(Sy = 525 MPa), sujeito a flexão, com diâmetro de 47 mm e
laminado a quente?
3. Calcule o diâmetro de um eixo usinado em SAE-1030
(Sy = 525 MPa) que está conectado a um motor elétrico de 3 hp
com rotação de 1.740 rpm e sofre um momento de 30.000 N.mm.
Considere coeficiente de segurança de 2,4, confiabilidade de
90% e fator de concentração de tensão de fadiga para flexão
alternada de 2,2.
4. O eixo-árvore de uma máquina encontra-se chavetado a uma
engrenagem para transmitir um torque de 10 kW (13,4 CV)
girando com rotação de 1.500 rpm. O diâmetro do eixo é 30 mm.
Determine o comprimento mínimo da chaveta. Dados do mate-
rial: σd = 100 N/mm2 e τ = 60 N/mm2.
– 105 –
– 108 –
– 109 –
– 110 –
– 111 –
dp
m=
Z
Onde: m = módulo
dp = diâmetro primitivo
Z = número de dentes
Com o módulo e o número de dentes é possível determinar a ferra-
menta que será utilizada no processo de fresamento da engrenagem. Além
disso, o módulo auxilia nos cálculos que veremos a seguir.
Vamos determinar a equação para o cálculo do diâmetro externo.
Para isso, necessitamos do diâmetro primitivo mais duas vezes a altura da
cabeça do dente, que será numericamente igual ao módulo. O cálculo do
diâmetro externo é apresentado na equação:
de dp m
Portanto:
h ≅ 2, 2.m
– 112 –
1
b 1m m
6
Portanto:
7
b= m
6 e b 1,167. m
di dp 2 33 m
Colocando m em evidência:
di m Z 2 33
– 113 –
dp.
p
Z
Como Z Z 1:
p m.
Onde: p = passo
m = módulo
π = Pi (3,1415…)
Sabendo que uma engrenagem jamais trabalhará sozinha, uma infor-
mação importante que devemos obter é a distância entre eixos, medida
que se baseia no ponto de contato entre as engrenagens. A distância entre
os centros (d) é igual à metade do diâmetro primitivo da primeira engrena-
gem mais a metade do diâmetro primitivo da segunda engrenagem:
dp1 dp2
d
2
– 114 –
Exemplo 1
Imagine que você trabalha em uma empresa em que máquinas antigas
estão em pleno funcionamento na área operacional. Um dia, a engrenagem
de uma dessas máquinas antigas quebra e você deve ser capaz de deter-
minar os dados para substituí-la corretamente. Para isso, você junta os
fragmentos da engrenagem e conta o número de dentes: 60. Depois, mede
o diâmetro externo e obtém 124 mm. Com base na situação apresentada
e nos dados fornecidos, calcule o módulo, o diâmetro interno, o passo e o
diâmetro primitivo da engrenagem.
Solução:
Dados: Z = 60
– 115 –
de = 124 mm
Utilizamos inicialmente a equação do diâmetro externo:
de dp 2 m
Substituindo de e Z:
124 m 60 2
m2
Com o módulo calculado, podemos obter o diâmetro interno:
di m Z 2 33
di 2 60 – 2 33
di 115 34 mm
p 2 3 14 6 28 mm
– 116 –
Exemplo 2
Durante uma parada programada, um operador percebe que uma
engrenagem está com os dentes danificados e precisa trocá-la. Ele verifica
que a engrenagem tem 60 dentes e que a altura dos dentes é de 8,8 mm.
Com base nesses dados o operador deseja obter:
a) módulo (m)
b) diâmetro primitivo da engrenagem (dp)
c) passo da engrenagem (p)
d) diâmetro interno da engrenagem (di)
e) diâmetro externo da engrenagem (de)
Solução:
Dados: Z = 60 dentes
h = 8,8 mm
a) Módulo (m)
Utilizamos a equação:
h = 2, 2.m
Onde: h = 8,8 mm
Substituindo:
8, 8 = 2, 2.m
8, 8
m
2, 2
m� = � 4
– 117 –
Isolando dp:
dp 60 x 4
240 mm
Fazendo π = 3,14:
p 4.3,14
12, 56 mm
– 118 –
di 4 57, 67
di 230, 68 mm
de 240 8
de 248 mm
– 119 –
– 120 –
– 121 –
Ou:
Dp.
Pa
cos
Onde: Pa = passo aparente
Pr = passo real
Dp = diâmetro primitivo
α = ângulo de inclinação do dente da roda
Enquanto, para o passo real, temos:
Pr Pa cos
Ou:
Pr m
Onde: m = módulo
ma = módulo aparente
α = ângulo de inclinação do dente da roda
O cálculo do diâmetro primitivo é:
Dp = N .ma
Ou:
N .Pa
Dp
– 122 –
– 123 –
Substituindo os valores:
5 5
ma 5 77 6
cos 30 o
0, 866
Substituindo os valores:
50 2, 33 5 .cos30o
N
5
N 10 67 11
Com as informações obtidas, temos que o diâmetro primitivo é igual a:
Dp = N .ma
– 124 –
De 66 10 76 mm
A altura do dente é:
h = 2,167.m
Para m = 5:
h 2 167 x5 11 mm
O passo aparente é:
Pr
Pa �
cos
– 125 –
– 126 –
Isolando N:
Di 2, 33m .cos
N
m
N 15 dentes
O diâmetro externo é:
De Dp 2m
De 34, 5 4 38, 5 mm
A altura do dente é:
h = 2, 2.m
Para m = 5:
h 2, 2.2 4 4 mm
– 127 –
O passo aparente é:
Pr
Pa �
cos
– 128 –
tg 14, 5º
tgt 0, 3657
cos 45º
– 129 –
– 130 –
pd
pnd
cos
O módulo, em unidades métricas, é dado por:
d
m=
N
Ainda assim, não temos o valor de pd. Podemos buscar alguma equa-
ção que relacione pd com pnd. Dessa forma:
– 131 –
N 48 48
d 5, 657 "
pd pnd cos 12 cos 45º
– 132 –
Atividades
1. Um operador de uma fábrica está diante de algumas engrena-
gens de dentes retos cuja avaliação foi solicitada pelo chefe. Ele
pega uma engrenagem aleatoriamente e percebe que ela tem 90
dentes e diâmetro externo de 272 mm. O chefe quer saber qual é
o módulo e qual é o diâmetro primitivo da engrenagem:
2. A engrenagem de uma máquina antiga quebra e você deve ser
capaz de determinar os dados dela para substituí-la corretamente.
Para isso, você junta os fragmentos da engrenagem e conta o
número de dentes: 52. Depois, você mede o eixo e obtém 100
mm. Com base na situação apresentada e nos dados fornecidos,
calcule os valores aproximados do módulo, do passo e do diâ-
metro primitivo:
3. Um operador de uma fábrica nota que a engrenagem helicoi-
dal de uma máquina muito importante quebrou. Comunicado,
o chefe pede que ele calcule a engrenagem a ser substituída.
O operador então observa que a máquina tem rotação média
e a engrenagem tem diâmetro externo de 44 mm e módulo 2.
Baseando-se nos dados que o operador tem, a engrenagem sele-
cionada tem quantos dentes?
4. Em um dia agradável, um motorista passeia de carro quando de
repente o veículo quebra. O homem abre o capô e descobre que
uma engrenagem helicoidal está com os dentes danificados e a
ponto de quebrar. Então, ele para em uma oficina e o mecânico
diz que é preciso trocar a engrenagem por uma nova, com 15
dentes e diâmetro primitivo de 50 mm. Para que funcione em
alta rotação, o valor do módulo deve ser igual a quanto? Utilize
duas casas decimais nos cálculos.
– 133 –
– 136 –
– 137 –
cas mais utilizadas podem ser retos, espirais e hipoides. A Tabela 6.1 apresenta
as principais características das engrenagens cônicas pelo tipo de dente.
Tabela 6.1 – Características das engrenagens cônicas por tipo de dente
– 138 –
– 139 –
– 140 –
Onde: M = módulo
Z = número de dentes da engrenagem
δ = ângulo primitivo
Exemplo 1
Um projetista deseja obter as informações para a construção de uma
engrenagem cônica. Ele sabe que a engrenagem tem diâmetro externo de
63,88 mm, deve ter 30 dentes e ser acoplada a outra engrenagem com 120
dentes. Nessas condições, encontre o módulo da engrenagem a ser construída.
Solução:
O primeiro passo é calcular o ângulo primitivo da engrenagem:
Z
tag �
Za
Dados: Z = 30
Za = 120
30
tag 0 25
120
E:
tg 1
0 25 14, 03o
– 141 –
63, 88
M
30 2. 0, 97
63, 88 63, 88
M 2
30 1, 94 31, 94
M� = � 2
Vamos definir, agora, os ângulos da cabeça e do pé do dente. A Figura 6.4
apresenta a configuração da cabeça e pé do dente com os respectivos ângulos.
Figura 6.4 – Ângulos da cabeça e do pé do dente
1 2.sen
tg
Z
Onde: γ = ângulo da cabeça do dente
δ = ângulo primitivo
Z = número de dentes da engrenagem
– 142 –
ψ tg 1 2.33.sen
Z
1 2. 0, 2424
tg
30
– 143 –
1
tg 0 01616
0, 920
2.33.sen 14, 03
ψ tg 1
30
2.33. 0, 2424
ψ tg 1
30
ψ tg 1
0, 01883
ψ 1 08o
– 144 –
– 145 –
Onde: m = módulo
Np = número de dentes do pinhão
E para a engrenagem (coroa):
Ng
dg m Ng
pd
– 146 –
dg m Ng 3 mm 60 180 mm
– 147 –
– 148 –
Onde: Ph = avanço
Ne = número de entradas do parafuso
P = passo
O módulo é outra informação bastante importante em casos que
envolvem o dimensionamento do parafuso com rosca sem-fim e coroa.
Para o cálculo do passo, utilizamos a seguinte equação:
de De 2.E
M
4
Onde: de = diâmetro externo do parafuso
De = diâmetro externo da coroa
E = distância entre os centros do parafuso e da coroa
– 149 –
– 150 –
D 2 De 2.R 1 cos
De Dp 2.M
Dp dp
E
2
M .Zc
Dp
cos
Dp De 2.M
dp de 2.M
De
RE
2
dp
cos �
de
M .Z
cos
Dp
h ab
Onde: a=M
b = depende do ângulo de pressão
Para ângulo de pressão igual a 14,5º ou 15º:
b = 1,167.M
h = 2,167.M
– 151 –
h = 2, 25.M
Exemplo 3
Considere, em um sistema coroa e parafuso sem-fim, que você pre-
cisa encontrar o número de dentes do parafuso, o passo da coroa, o diâ-
metro primitivo da coroa e o diâmetro primitivo do parafuso a partir dos
seguintes dados:
2 a rotação da coroa é igual a 1.000 rpm;
2 o número de entradas do parafuso sem-fim deve ser igual a 1;
2 a rotação esperada do parafuso deve ser igual a 10.000 rpm;
2 o módulo-padrão é igual a 6;
2 o diâmetro externo da coroa é igual a 300 mm;
2 o diâmetro externo do parafuso é de 30 mm;
2 a distância entre eixos é igual a 450 mm.
Solução:
Primeiro encontramos o número de dentes da coroa:
Np.Ne
Nc
Zc
Dados: Ne = 1
Nc = 1.000 rpm
Np = 10.000 rpm
Substituindo na equação:
10.000.1
1000
Zc
10.000
Zc 10
1.000
– 152 –
ZC 10
O passo da coroa é encontrado pela equação:
P M .
Dado: M=6
Substituindo:
P 6.
P 18 85 mm
Dados: De = 300 mm
M=6
Substituindo os valores:
Dp 300 2 x6 300 12 288 mm
Dados: dp = 30 mm
M = 6 mm
Substituindo os valores:
dp 30 2 x6
dp 30 12
dp = 18 mm
Com as informações encontradas, é possível realizar o esboço de um
projeto mecânico de um conjunto que contém uma coroa e um parafuso
– 153 –
Substituindo os valores:
Dp 200 2 x3 200 6 194 mm
Dp 194 mm
– 154 –
Substituindo:
P 3.
9, 42 mm
h 2,167. 3 6 5 mm
6, 5 mm
– 155 –
Onde:
3000W
0 96
P motriz
3000W
P.motriz
0, 96
Exemplo 6
Supondo que um elemento tenha rendimento de 95% e a potência
motriz seja de 180 hp, qual é a potência útil do elemento?
– 156 –
Solução:
Utilizando a equação:
P.útil
Ef
P motriz
Substituindo os valores:
P.útil
0, 95 =
180hp
Então:
Pútil 180 x 0, 95
Pútil 171 hp
– 157 –
Atividades
1. Sabendo que uma engrenagem cônica tem módulo 4, trabalha
com eixos a 90º, tem 54 dentes, a engrenagem que será acoplada
tem 180 dentes e o ângulo de pressão é 20º, calcule o ângulo da
cabeça do dente:
2. Um projetista deseja obter as informações para a construção de
uma engrenagem cônica. Ele sabe que a engrenagem tem diâme-
tro externo de 115 mm, deve ter 54 dentes com ângulo de hélice
de 10º e ser acoplada a outra engrenagem com 180 dentes. Nes-
sas condições, encontre o diâmetro primitivo da engrenagem:
3. Considere um conjunto de coroa e parafuso sem-fim em que a
coroa tem 50 dentes e o parafuso rosca sem-fim é de uma entrada
com diâmetro externo do parafuso de 28 mm, diâmetro externo
da coroa de 104,4 mm, espaço entre centros de 62,2 mm e ângulo
de pressão de 20º. Nessas condições, calcule o diâmetro primi-
tivo da coroa e do parafuso:
4. Supondo que um elemento exerça uma potência motriz de 180 hp
e uma potência útil de 100 kW, qual é a eficiência do elemento?
– 158 –
Fonte: Stock.adobe.com/eshma
Esse tipo de porta tem um sistema de molas que dá a força para osci-
lar ao ser empurrada e mantém o movimento basculante até que toda a
força seja anulada pelo atrito entre o material e o ar.
– 160 –
– 161 –
– 162 –
– 163 –
Essa equação serve para fio reto, quando o fator de curvatura é levado
em consideração, então temos o fator de Whal (KW) dado por:
4C 1 0, 615
KW
4C 4 C
– 164 –
Colocando em função de C:
8.F .C 3 .N a
y
d .G
– 165 –
OD �� Dm DW
ID �� Dm DW
Figura 7.7 – Diâmetros da mola helicoidal
– 166 –
– 167 –
– 168 –
y 0 05 m
5 x 10 5 m / N
P 1000 N
– 169 –
D
C�=
d
4C 1 0, 615
KW
4C 4 C
y 8.F .C 3
=
Na dxG
– 170 –
Em ponta
N = Na 0 l = p..Na + d ls = d(Na +1)
Em ponta
N = Na 0 l = p..Na ls = d.Na
esmerilhada
N = Na
Em esquadro 2 l = p.Na + 3d ls = d(Na + 3)
+2
Em esquadro N = Na
2 l = p.Na + 2d ls = d(Na + 2)
e esmerilhada +2
– 171 –
– 172 –
F = força (N)
y = deflexão da mola (mm)
9º passo: ângulo de inclinação da espira
Segundo Mott (2015), o ângulo de inclinação da espira não deve
ultrapassar 12º, senão pode causar tensões de compressão indesejáveis no
fio da mola. O ângulo deve ser calculado por:
P
arctg
.D
– 173 –
4 10 1 0, 615
KW
4 10 4 10
– 174 –
kW 1,1445
353,15 N / mm 2
Substituindo os valores:
8 x 380 x 10
3
y
Na 5, 6 x 78.400
y
= 6, 92
Na
Substituindo os valores:
p 5 6 6 92 0,15. 6, 92
13, 56 mm
– 175 –
Na N – 2
Na 18 – 2 16
Substituindo os valores:
l 13, 56 . 16 3. 5, 6
233, 76 mm
Substituindo os valores:
ls 5, 6 x 16 3
ls 106, 4 mm
máx 127, 36 mm
– 176 –
– 177 –
– 178 –
– 179 –
C1 é calculado por:
2r1
C1 =
d
C2 é calculado por:
2r2
C2 =
d
– 180 –
– 181 –
um intervalo preferido de tensão torcional, que pode ser obtido pela tensão
de torção não corrigida e é dado por:
231 C 3
i 6.9. 4
exp 0,105C 6, 5
– 182 –
8 5 5, 4
( i não corrigida 3
0, 8
231 6, 75 3
i 6.9. 4 –
exp 0,105 6, 75 6, 5
i 113 23, 61
– 183 –
Solução:
Começamos calculando C:
5, 4
C
= = 6, 75
0, 8
Agora calculamos k:
d 4G 0, 84. 79000
k 2 05 N / mm
5.D 3 .N a 8.5, 43 12, 49
Lo 2 6 75 –1 12,1 0, 8
Lo 19 68 mm
L �� Lo� ymáx
L 19 68 9 75 29, 4 mm
As molas podem ser de vários tipos, de acordo com a força que atua
nelas e com a aplicação de cada uma. Aprendemos a dimensionar uma
mola helicoidal de compressão, podendo calcular a tensão e a deflexão e
determinar o passo e o ângulo das espiras. Com esses dados, é possível
escolher no mercado a mola que mais se adequa à aplicação ou planejar a
fabricação de uma mola especialmente para determinado uso.
– 184 –
Atividades
1. Encontre os valores de flexibilidade e rigidez de uma mola que
apresenta força de 600 N aplicada sobre ela, sendo que passou
de um estado inicial de 300 mm para um estado final de 290 mm:
2. Uma mola helicoidal tem diâmetro de arame de 5,4 mm, 20 espi-
ras, passo de 6 mm e extremidade em esquadro. Calcule o com-
primento livre e o comprimento sólido da mola que está sujeita
a compressão:
3. Uma mola helicoidal é confeccionada em aço, tem extremidade
em esquadro e esmerilhada, diâmetro médio de 54 mm e diâme-
tro do aro de 5,4 mm. O número total de espiras é 20. A carga
axial que atua na mola é de 420 N (Gaço = 78.400 N/mm2). Deter-
mine o comprimento livre da mola:
4. Uma mola de tração de aço estirado a frio tem 0,7 mm de diâme-
tro e diâmetro médio de 6,4 mm. O número de voltas do corpo
– 185 –
– 186 –
– 188 –
8.2 Embreagens
Desde o início da civilização, estamos criando e descobrindo dis-
positivos para facilitar a vida. Uma das mais importantes criações foi a
roda, que serviu para transportar grandes cargas que o homem não tinha
capacidade de carregar ou empurrar sozinho. Até aí, tudo bem, mas como
fazê-las parar? Para isso foram criados os freios, que têm a função de
igualar as velocidades angulares de dois corpos, sendo que no freio uma
das partes tem velocidade nula. As embreagens têm atuação semelhante,
diferenciando que ambos os corpos têm alguma velocidade angular.
– 189 –
– 190 –
Fonte: Stock.adobe.com/norikko
– 191 –
– 192 –
8.3 Freios
Para a correta seleção e o dimensionamento de freios e embreagens,
deve-se levar em consideração alguns parâmetros. Segundo Mott (2015),
os seguintes pontos devem ser observados em um projeto:
2 torque para acelerar ou desacelerar o sistema;
2 tempo para realizar a alteração na velocidade;
2 número de ciclos por unidade de tempo (liga/desliga);
2 inércia rotacional ou translacional das peças;
2 dados do ambiente (temperatura, refrigeração etc.);
– 193 –
– 194 –
– 195 –
2 F = força de frenagem
2 N = força normal
2 f.N = força de atrito
2 f = coeficiente de atrito da sapata
2 Rx = reação no pivô na direção do eixo x
2 Ry = reação no pivô na direção do eixo y
2 A = ponto no centro do pivô
Definiremos outros parâmetros:
2 Pa = pressão máxima
2 P = pressão em um ponto qualquer
Considerando que o ponto qualquer coincida com o ponto de pressão
máxima, temos que:
P =� Pa
E:
N = Pa . A
– 196 –
– 197 –
– 198 –
Os gráficos da Figura 8.13 mostram que, por ser uma função senoi-
dal, a pressão máxima ocorre a 90º do centro do pivô se a sapata ultrapas-
sar os 90º ou no ponto onde a sapata termina.
Figura 8.13 – Gráfico da pressão máxima
– 199 –
dN P.r.b.d
Isolando a força:
Mn M f
F �
c
– 200 –
Pa .b.r.a 2 2
sen a 1
Mn . sen .d
Então:
M f f .dN . r a.cos
Substituindo dN:
f .Pa .b.r 2 . cos 1 cos 2
T
sen a
Exemplo 1
O freio mostrado na Figura 8.14 tem 300 mm de diâmetro e é acio-
nado por um mecanismo que exerce a mesma força F em cada sapata. As
sapatas são idênticas e têm largura de face de 32 mm. O forro tem coefi-
ciente de atrito de 0,32 e pressão máxima de 1.000 kPa. Calcule:
a) força acionadora
b) capacidade de frenagem
– 201 –
Solução:
Dados: b = 32 mm
f = 0,32
Pa = 1.000 kPa
D = 300
r = 150 mm
c = 110 + 112 = 212 mm
a) Força acionadora
Há duas sapatas idênticas, que chamaremos de direita e esquerda. Se
analisarmos a força de atrito na sapata da direita e na sapata da esquerda,
como mostrado em vermelho na Figura 8.15, e considerarmos a sapata
da direita, ela gera um momento no sentido horário, o que gera o auto-
acionamento (a componente da força de atrito em verde está ajudando a
frenagem); já na sapata da esquerda a componente da força de atrito está
tendendo a descolar a sapata do tambor, então podemos concluir que a
pressão máxima não vai ser igual para ambos os lados, pois a sapata da
direita terá maior contribuição na força.
– 202 –
2 126º
a 90º
– 203 –
Onde:
Pa 1000 kPa x103 Pa
sen a 1
Mn . sen 2 126 .d
1 0
sen 2 d sen 2
1
2 4 1
Mn 788 N .m
– 204 –
f .Pa .b.r 2
. sen . r a.cos .d
sen a 0
Mf
Resolvendo a integral:
2
1 2
f .Pa .b.r a
Mf . r rcos 2 .sen 2 2
sen a 2
Substituindo os valores:
0, 32 .1000 x103 x 0 032 . 0,150 0,1227
Mf x 0,150 0,150 .cos 126 .sen 2 126
1 2
Mf 304 N .m
b) Capacidade de frenagem
A capacidade de frenagem é a soma do torque da sapata direita com a
sapata esquerda, porém como vimos a pressão máxima não será a mesma
para as duas sapatas, mas a força sim. Utilizamos a pressão máxima para
o cálculo do torque da sapata direita:
f .Pa .b.r 2 . cos1 cos 2
TD
sen a
Substituindo os valores:
2
0, 32 .1000 x103 . 0, 032 . 0,150 cos 0 cos126
TD
1
TD 366 N .m
– 205 –
788
MnE = .PaE
1000
PaE kPa
TE 162 N .m
– 206 –
8.4 Acoplamentos
oplamentos são elementos empregados na transmissão de movimento
entre eixos ou eixos-árvore. Além de unir dois eixos de equipamentos ou
máquinas, têm as seguintes funções:
2 absorver choques;
2 compensar desalinhamentos entre eixos;
2 transmitir torque;
2 reduzir vibrações;
2 não forçar os rolamentos de motores ou mancais;
2 permitir a manutenção no eixo motriz ou no eixo movido
individualmente;
2 absorver dilatações de eixos do motor e do sistema.
Quanto ao tipo, os acoplamentos podem ser fixos, elásticos,
móveis ou hidráulicos.
– 207 –
Fonte: Stock.adobe.com/HENADZY
– 208 –
– 209 –
Atividades
1. Um freio a tambor com sapatas internas está instalado em um
tambor de 240 mm de diâmetro. A distância entre o pivô da
sapata e o centro do tambor é de 100 mm, a largura de face
da sapata é igual a 30 mm, a pressão máxima é de 1.000 kPa.
A sapata está localizada indo do ângulo de 0º a 80º, sendo nessa
extremidade que a força está sendo aplicada. O coeficiente de
atrito é 0,32. Nessas condições, calcule a capacidade de frena-
gem do sistema:
2. Um freio duplo com sapatas idênticas, uma na direita e outra
na esquerda, está sujeito a forças iguais nas extremidades das
– 210 –
– 211 –
– 214 –
– 215 –
– 216 –
– 217 –
– 218 –
– 219 –
– 220 –
– 221 –
a 0 75 600 MPa
a 450 MPa
13 500 N
At
450 MPa
At 30 mm
Na tabela 19.5 (MOTT, 2015, p. 737), verificamos que a rosca M8 x
1,25 (a indicação significa M de métrica; o primeiro número é o diâmetro
em mm depois do x é o valor do passo) tem a área de tensão requerida
(36,6 mm2 > 30 mm2). O torque de aperto exigido é:
T = KDC p
16, 2 N .m
– 222 –
Cabeça escareada
chata larga Empregados em
uniões que não
Cabeça escareada admitem saliências
chata estreita
Cabeça escareada
com calota Empregados em
uniões que admitem
Cabeça tipo panela pequenas saliências
Usados em uniões de
Cabeça cilíndrica chapas com espessura
máxima de 7 mm
Fonte: Telecurso (2000, p. 18).
– 223 –
– 224 –
7, 5 mm
2º passo: cálculo do diâmetro do furo
O diâmetro do furo é dado pelo produto do diâmetro do rebite por
uma constante:
d F d . 1, 06
Exemplo 3
Qual deve ser o diâmetro do furo para um rebite com diâmetro de 7,5 mm?
Solução:
Usando a equação citada, em que d = 7,5 mm, temos:
– 225 –
d 7, 5 . 1 06 7 95 mm
Exemplo 4
Calcule o comprimento útil de um rebite de cabeça redonda com diâ-
metro de 6,5 mm para rebitar duas chapas com 5 mm de espessura e 7 mm
de espessura.
Solução:
Como a cabeça é redonda, temos que:
y = 1, 5
L yd S
L 1, 5 6, 5 12
21, 75 mm
– 226 –
– 227 –
– 228 –
Exemplo 5
Você está trabalhando em um novo projeto e precisa rebitar duas cha-
pas, sendo uma com espessura de 6 mm e outra com espessura de 3 mm.
No almoxarifado só há rebites de cabeça escareada. Calcule o diâmetro do
rebite, o diâmetro do furo e o comprimento útil do rebite.
Solução:
Para o diâmetro do rebite, temos que:
d 1, 5. s
d 4, 5 . 1 06 4 77 4, 8 mm
9.3.4 Soldas
Uma simples definição encontrada em literaturas mais antigas
defende que o termo “soldagem” se refere ao “processo de união de metais
por fusão” (MARQUES, 2009, p. 18). No entanto, é preciso ressaltar que,
atualmente, os metais não são soldáveis apenas por fusão, uma vez que
existem processos de soldagem por pressão.
É importante ter ciência de que a maioria dos processos de soldagem
pode ser separado em duas categorias:
– 229 –
– 230 –
– 231 –
– 232 –
Q = V �� x l �� x t
Q 110 x 80 x 8
Q 70 400 J
O calor para a produção de uma peça é de 70.400 J. Já o calor para 50
processos diários é igual a:
Q 70 400 J x 50 peças 3 520 000 J
– 233 –
Atividades
1. A área de tensão de tração nos parafusos representa a área real
cortada por um plano transversal. Suponha que você tenha em
mãos um parafuso métrico cuja nomenclatura de rosca é M8 x 2,5.
Calcule a área de tensão de tração desse parafuso.
2. Um parafuso-máquina com código métrico (M4 x 0,5) e classe
métrica 9,8 (tensão de prova = 650 MPa) está fixado a uma
chapa, e um operador deseja saber a força de prova de tração
nesse parafuso. Calcule a força de prova de tração em kN.
– 234 –
– 235 –
– 238 –
Vantagens Desvantagens
Menor atrito e aquecimento Maior sensibilidade a choques
Baixa exigência de lubrificação Maiores custos de fabricação
Tolerância pequena para
Intercambiabilidade internacional
carcaça e alojamento do eixo
Não suporta cargas tão elevadas
Não há desgaste do eixo durante a vida útil, como os
mancais de deslizamento
Ocupa maior espaço radial
Fonte: adaptado de Franceschi e Antonello (2014, p. 44-45).
– 240 –
– 241 –
– 242 –
A falha por fadiga pode ocorrer por mal dimensionamento onde o rola-
mento excede a vida útil calculada. As falhas mecânicas geralmente ocorrem
por erros na montagem ou mal uso do rolamento (TELECURSO, 2000).
– 243 –
– 244 –
Quando o rolamento atua com rotação maior que 10 rpm, deve ser
dimensionado pela capacidade de carga dinâmica:
fe
C .P
fn
– 245 –
Fa Fr 0 6 P 0 96 Fr 0 33.Fa
Fa Fr 0 7 P 0 96 Fr 0 22.Fa
Rolamentos de esfera
Fa Fr 0 8 P 0, 4.Fr 0, 8.Fa
fn (Esfera) fn (Rolos)
N (rpm) fn N (rpm) fn
50 0,874 50 0,885
100 0,693 100 0,719
200 0,55 200 0,584
400 0,437 400 0,475
500 0,405 500 0,444
1200 0,303 1200 0,341
– 246 –
fn (Esfera) fn (Rolos)
N (rpm) fn N (rpm) fn
1600 0,275 1600 0,313
Fonte: adaptada de Melconian (2019).
– 247 –
Exemplo 1
Um eixo de transmissão (máquina média fe = 3,0 e temperatura
< 150 ºC) gira a 1.600 rpm e deve trabalhar com um rolamento de rolos
cilíndricos que está sujeito a 25 kN de carga radial e 15 kN de carga
axial. Calcule a capacidade de carga dinâmica equivalente do rola-
mento (C). Calcule também a vida útil desse rolamento (Lna) sabendo
que a probabilidade de falha é de 10%, o rolamento é fabricado em aço,
a vida nominal é de 50.000 h e a condição de serviço é severa.
Solução:
Dados: Fr = 25 kN
Fa = 15 kN
– 248 –
fe = 3,0
n = 1.600 rpm
Lh = 50.000 h
Como o rolamento está sujeito a carga radial e axial, devemos definir
a proporção da carga:
Fa Fr 15 25 0, 6
Então:
P 0 96 25 kN 0 33 15 kN
P 28 95 kN
3
C .28, 95 kN
0, 313
277, 46 kN
– 249 –
Lna 0, 21 . 1, 0 . 0, 6 . 50 000 h
Lna 6.300 h
Exemplo 2
Um rolamento de esfera, trabalhando em um equipamento de médio
porte (fe = 3,0), funciona com rotação de 500 rpm e está sujeito a uma
carga radial de 30 kN e temperatura de trabalho < 150 ºC. Nessas condi-
ções, calcule o valor da capacidade de carga dinâmica do rolamento.
Solução:
Pela Tabela 10.2, encontramos, para um rolamento de esfera com
400 rpm, fn = 0,405. Para uma temperatura menor que 150 ºC, temos que
ft = 1,0. Como a carga é apenas radial:
P Fr 30 kN
Logo:
fe
C P
fn
Substituindo os valores:
3, 0
C 30 kN
0, 405
222, 22 kN
– 250 –
10.2.3.1 Lubrificação
Sabemos que praticamente todo equipamento mecânico que tem
movimento precisa ser lubrificado para evitar o contato metal-metal
e reduzir o desgaste. A lubrificação nos rolamentos tem as seguintes
funções (MOTT, 2015):
2 fornecer uma película de baixa fricção entre os elementos rolan-
tes e as pistas do rolamento e em importantes pontos de contato;
2 fornecer proteção contra a corrosão dos componentes do rolamento;
2 ajudar a dissipar o calor da unidade;
2 ajudar a eliminar os contaminantes e a umidade do rolamento.
Os rolamentos podem ser lubrificados com graxa ou óleo. Os óleos
geralmente são minerais, puros e estáveis. As graxas são misturas de óleos
lubrificantes e agentes espessantes como lítio e bário. A escolha do tipo cor-
reto de lubrificante leva em consideração muitos fatores, por isso é impor-
tante consultar o fabricante do rolamento para tomar a melhor decisão.
Alguns rolamentos feitos totalmente de cerâmica podem trabalhar sem lubri-
ficação, o que é muito interessante para a aplicação na indústria alimentícia,
em dispositivos aeroespaciais ou em instalações a alto vácuo (MOTT, 2015).
Para rolamentos que trabalham a altas velocidades e com serviço
pesado, é fundamental que uma película de óleo seja mantida na super-
fície dos elementos rolantes. Embora essa película seja de apenas alguns
micrômetros, a insuficiência de lubrificação é uma das principais causas
de falha prematura em rolamentos de contato angular (MOTT, 2015).
Os dados para avaliar a espessura da película em rolamentos de esfera
dependem de alguns fatores, como:
2 geométricos (diâmetro da esfera, número de esferas);
2 de materiais do rolamento (módulo de elasticidade das esferas
e da pista);
2 do lubrificante (viscosidade);
– 251 –
– 252 –
– 253 –
– 254 –
– 255 –
Solução:
a) velocidade periférica da árvore (v)
A velocidade periférica da árvore é encontrada usando a equação:
.r.n
v
30
.0, 03.2000
v
30
6, 28 m / s
b) pressão admissível (p)
A pressão admissível é dada por:
pv máx
p ��
v
O valor de (pv)máx é encontrado na Tabela 10.5.
Tabela 10.5 – Características do bronze
(pv)máx (N/
v (m/s) p (N/mm2) Observação
mm2.m/s)
8 - 30 Lubrificação forçada
Lubrificação com
3,5 - 2,0 a 3,0
anel de óleo
0,9 - 2,0 a 3,0 Lubrificação a graxa
0,5 - 1,5 a 2,0 Utilização em rodas
Utilização em
0,3 - 1,5 a 2,0
tambores e polias
– 256 –
(pv)máx (N/
v (m/s) p (N/mm2) Observação
mm2.m/s)
0,05 15,0 - Utilização em articulações
Utilização em
- 40,0 -
máquinas manuais
Fonte: Melconian (2019, p. 335).
4, 8 N / mm
c) largura do mancal (b)
Foi dado no problema que a relação entre a largura do mancal e o
diâmetro é b/d = 0,5. Se d = 60 mm:
b 60.0, 5
30 mm
d) diâmetro externo da bucha (De)
O diâmetro externo da bucha é calculado por:
De 1, 5.d
De 1, 5.60 mm
De 90mm
e) espessura relativa de fenda do lubrificante (hr)
A espessura relativa da fenda do lubrificante é calculada pela razão
entre a espessura da película lubrificante (h) pela folga do mancal (𝜑)
multiplicada pelo raio:
h
hr
.r
– 257 –
hr 0, 08 adimensional
314 W
– 258 –
– 259 –
pm 11 1 N / mm
Agora 𝛥t:
pm
t
11,1. 6
t
1, 65
t 40 C
– 260 –
tf 40 C 50 C
t f 90 C
Atividades
1. Calcule a carga dinâmica do rolamento de esfera, que trabalha
em equipamento de médio porte sujeito a uma força radial igual
a 30 kN e rotação de 200 rpm. Temperatura de trabalho máxima
é de 150 ºC (considere fe = 3,0):
– 261 –
– 262 –
– 264 –
123 79 MPa
E:
N 0 8 x 760 MPa 608 MPa
– 265 –
F 10c xN m
c log
F
608
2
c log 2, 988
380
1
m log N
3 F
1 608
m lo 0 068
3 380
F 972 74 x 0 404
F 392, 98 MPa
– 266 –
r = 1,4 mm
b = 5,0 mm
Para encontrarmos o valor, utilizaremos o gráfico da Figura 2.10, em
que na lateral direita está a família de curvas com as relações ( t ) e no
r w
eixo horizontal a relação ( ), então calculamos:
t
t 11, 4
0 76
w 15, 0
r 1, 4
0 122
t 11, 4
Entrando no gráfico, encontramos um valor aproximado de Ki = 2, 0.
Calculamos a área para a seção pequena, cuja largura é de 11,4 mm:
A tb 11 4 mm 5 0 mm 57 mm
i� =1� , 5� :1
– 267 –
T 15 x1 5 x 0 95
21, 37 N .m
0, 6m
N 2 = 1800.
0, 9m
2 1.200 rpm
161,1 kW
2. Solução:
a) velocidade angular (𝜔)
Dado: rotação n = 1.600 rpm
Para acharmos a velocidade angular, usaremos a equação
da rotação:
30.
n
Substituindo os valores:
30.
1 600
– 268 –
b) período (T)
O período é definido por:
2
T
0, 0375 s
c) frequência (f)
A frequência é o inverso do período, então :
1
f
1
26, 65
26, 65 Hz
– 269 –
1 D d
D 2.sen
2C
Substituindo os valores:
1 50 20
D 2.sen
2 x100
D 20, 4o
1 D d
d 2.sen
2C
Substituindo os valores:
50 20
2 · sen 1
2 · 100
d
d 14,110
Para encontrarmos o comprimento, utilizamos a equação:
2 1 2 1
L 4C 2 D d D. D d. d
2
Substituindo os valores:
2 1 2 1
L 4 x1002 50 20 50 20, 4 20 14,11
2
L 197 7 370
567, 7 mm
2 rad
Pmédia 40 N m 1800 rpm x
60 s
– 270 –
Pmédia 7540W 7 5 kW
S f 0 5 x 525 262, 5
Csuperf 0, 64
Sf 142, 8 MPa
– 271 –
Csuperf 0, 64
f 128 MPa
– 272 –
d 3 24 44 x 516,15
d 23 3 mm
– 273 –
MT
FT =
r
F 4244 N
Cisalhamento:
FT
lc
bx
lc 8, 84 mm
Esmagamento:
FT
le
d h t1
le 14,14 mm
– 274 –
272 90 m 2 90 m 272 – 2
m 270 / 90
m� = 3
dp 3 x 90
270 mm
Substituindo os valores:
100 m 52 – 2 33
– 275 –
m 100 52 – 2 33 2, 01
m� = � 2
Para o passo:
p = m.
p 2.3,14
p� = � 6, 28
52 dp / 2
dp 52 x 2 104
104 mm
N Dp ma
Já temos o valor de ma e precisamos achar o valor do diâmetro
primitivo (Dp) pela equação do diâmetro externo (De). Onde:
De Dp 2m
Dp De 2 m
– 276 –
Dp 44 – 4
Dp 40 mm
Substituindo:
N Dp / ma
N 40 2, 3
N 17 39 17
17 dentes
4. Para que a rotação seja alta, o ângulo dos dentes deve ser 45º
e cos(45º) = 0,707 (para duas casas decimais = 0,71). Temos,
como dados, o diâmetro primitivo e o número de dentes, então
encontramos o módulo aparente (ma) por:
N Dp / ma
E:
ma Dp N
Substituindo os valores:
ma 50 mm / 15
ma 3, 33
m ma.cos
Em que:
m 3, 33.0, 71
m� = � 2, 36
– 277 –
16, 69o
Substituindo os valores:
2.sen 16, 69
tg
54
tg 0, 016
1
tg 0 016
0, 60º
– 278 –
2. Dados: Z = 54
Za = 180
De = 115 mm
β = 10º
Iniciamos pelo cálculo do ângulo primitivo:
Z
tg �
Za
Substituindo os valores:
54
tg
180
tg 0, 3
1
tg 03
16, 69o
Porém, não temos o valor do módulo, que deve ser calculado por:
De
M
Z 2.cos
Substituindo os valores:
115
M
54 2.cos 10
115
M
54 2. 0, 95
– 279 –
115
M 2
55, 9
108
Dp
0, 98
Dp 110, 2 mm
3. Dados: Z = 50
De = 104,4 mm
de = 28 mm
E = 62,2
Iniciamos calculando o módulo:
de De 2.E
M
4
Substituindo os valores:
28 104, 4 2. 62, 2
M
4
132, 4 124, 4
M
4
8
M= = 2
4
– 280 –
Colocando Dp em evidência:
Dp De 2 M
Substituindo os valores:
Dp 104, 4 2 x 2
Dp 104 4 – 4
Dp 100, 4 mm
Para o cálculo do diâmetro primitivo do parafuso, usamos um racio-
cínio semelhante, mas com o diâmetro externo do parafuso:
de dp 2 M
Colocando dp em evidência:
dp de 2 M
Substituindo os valores:
dp 28 2 x 2
dp 28 – 4
24 mm
4. Dados: potência motriz = 180 hp
potência útil = 100 kW
Para calcular a eficiência, as potências devem estar na mesma uni-
dade. Utilizamos, então, a conversão de unidades, em que 1 kW = 1,34 hp:
100 x1 341 134 1 hp
74, 5%
– 281 –
Como N = 20:
Na 20 – 2 18
Substituindo os valores:
l 6 18 3 5, 4
l 108 16, 2
124, 2
Substituindo os valores:
– 282 –
ls 5 4 18 3
ls 5, 4 21
ls 113, 4 mm
3. Precisamos encontrar C:
D 54
C 10 mm
da 5, 4
Substituindo os valores:
8. 420 . 10
3
y
Na 5, 4 . 78.400
y
= 7, 93
Na
Substituindo os valores:
p 5 4 7 93 0,15. 7, 93
p 14 51 mm
– 283 –
Substituindo os valores:
l 14, 51 . 18 2. 5, 4
l 261 18 10 8
271, 98 mm
4. Começamos calculando C:
6, 4
C
= = 9,14
0, 7
Agora calculamos k:
d 4G 0, 7 4. 79000
k 0 94 N / mm
5.D 3 .N a 8 x6, 23 10, 59
Lo 2 9 14 –1 10, 2 0, 7
Lo 19 24 mm
– 284 –
L �� Lo� ymáx
L 19 24 22 34 41, 58 mm
largura da sapata = 30 mm
b 30 mm 1000 0 030 m
1 0º
f = 0,32
Encontrar a capacidade de frenagem é o mesmo que calcular o torque:
Substituindo os valores:
2
0, 32 . 1000 x103 . 0, 030 . 0,120 . cos 00 cos 800
T
sen 800
T 115 99 116 N m
– 285 –
Substituindo os valores:
800 Mf
3000
0,150
Isolando Mf:
Mf 800 3000 x 0,150
Mf 350 N .m
– 286 –
Tmáx 731, 06 N .m
9. Elementos de fixação
1. Dados: D = 8 mm
p = 2,5 mm
– 287 –
Substituindo os valores de D e p:
2
At 0, 7854 . 8 0, 9382 .2, 5
At 25,1 mm
At 9 79 mm
a 0 75 650 487 5
Cp 4772
N 4, 77 kN
3. Para o diâmetro do rebite, temos que:
d 1, 5. s
– 288 –
dF 7, 5 . 1 06 7 95 8, 0 mm
– 289 –
Co P x fe / fn. ft
Substituindo os valores:
Co 30 x 3 / 0, 55 x1
Co 163, 63
Onde:
r d 2 80 2 40 mm 0 04 m
– 290 –
v4 6m / s
0, 65 N / mm
b 80. 0, 75 60
Substituindo os valores:
6000
pm
80.60
pm 1, 25 N / mm
– 291 –
– 294 –
– 295 –
– 296 –