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Série Metalmecânica - Metalurgia

TRAÇAGEM DE
CALDEIRARIA
Série Metalmecânica - Metalurgia

TRAÇAGEM DE
CALDEIRARIA
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

Robson Braga de Andrade


Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho Nacional

Robson Braga de Andrade


Presidente

SENAI – Departamento Nacional

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor Geral

Gustavo Leal Sales Filho


Diretor de Operações
Série Metalmecânica - Metalurgia

TRAÇAGEM DE
CALDEIRARIA
© 2018. SENAI – Departamento Nacional

© 2018. SENAI – Departamento Regional da Bahia

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mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autoriza-
ção, por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela Equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do


SENAI da Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada
por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional


Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia


Inovação e Tecnologias Educacionais – ITED

FICHA CATALOGRÁFICA

S491t
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.
Traçagem de caldeiraria / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial,
Departamento Nacional, Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI/
DN, 2018.
130 p.: il. - (Série Metalmecânica - Metalurgia).

ISBN 978-852018053-2

1. Traçado de caldeiraria. 2. Gestão da qualidade. 3. Gestão da


produção. 4. Segurança do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial. Departamento Regional da Bahia. II. Título. III. Série.

CDU: 669

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Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações
Figura 1 -  Relações no ambiente organizacional...................................................................................................17
Figura 2 -  Modelo de estrutura hierárquica.............................................................................................................19
Figura 3 -  Modelo de estrutura hierárquica linear................................................................................................20
Figura 4 -  Modelo de estrutura hierárquica funcional.........................................................................................20
Figura 5 -  Modelo de estrutura hierárquica linha-staff........................................................................................21
Figura 6 -  Modelo de estrutura hierárquica mista.................................................................................................21
Figura 7 -  Modelo de estrutura hierárquica matricial..........................................................................................22
Figura 8 -  Modelo de estrutura hierárquica em equipes....................................................................................22
Figura 9 -  Processo administrativo..............................................................................................................................24
Figura 10 -  Os seis passos do planejamento...........................................................................................................25
Figura 11 -  Trabalho em equipe...................................................................................................................................29
Figura 12 -  Compasso de ponta reta..........................................................................................................................36
Figura 13 -  Punção de bico............................................................................................................................................36
Figura 14 -  Régua de traçagem....................................................................................................................................37
Figura 15 -  Esquadro flexível.........................................................................................................................................37
Figura 16 -  Grampo tipo C ............................................................................................................................................38
Figura 17 -  Bigorna...........................................................................................................................................................38
Figura 18 -  Tesoura de bancada...................................................................................................................................39
Figura 19 -  Guilhotina elétrica......................................................................................................................................40
Figura 20 -  Oxicorte..........................................................................................................................................................41
Figura 21 -  Máquina de corte a plasma.....................................................................................................................41
Figura 22 -  Esmerilhadeira.............................................................................................................................................42
Figura 23 -  Calandras de três rolos..............................................................................................................................43
Figura 24 -  Rolos em formato de pirâmide..............................................................................................................43
Figura 25 -  Rolos em formação oblíqua....................................................................................................................43
Figura 26 -  Disco de desbaste.......................................................................................................................................44
Figura 27 -  Disco de corte .............................................................................................................................................45
Figura 28 -  Fixação do disco na esmerilhadeira.....................................................................................................45
Figura 29 -  Formato de ponta montada...................................................................................................................46
Figura 30 -  Escova rotativa.............................................................................................................................................46
Figura 31 -  Ordem de serviço.......................................................................................................................................48
Figura 32 -  Decapagem...................................................................................................................................................50
Figura 33 -  Lixamento......................................................................................................................................................50
Figura 34 -  Jateamento...................................................................................................................................................51
Figura 35 -  Hidrojateamento.........................................................................................................................................51
Figura 36 -  Galvanização................................................................................................................................................52
Figura 37 -  Pintura com utilização de pistola..........................................................................................................54
Figura 38 -  Linha horizontal..........................................................................................................................................58
Figura 39 -  Traçagem da linha perpendicular.........................................................................................................58
Figura 40 -  Circunferência dividida em 4 partes....................................................................................................59
Figura 41 -  Marcação dos pontos E e F......................................................................................................................59
Figura 42 -  Circunferência dividida em 12 partes..................................................................................................60
Figura 43 -  Divisão da semicircunferência em 6 partes iguais..........................................................................60
Figura 44 -  Linhas horizontais partindo de cada ponto da semicircunferência.........................................61
Figura 45 -  Posicionamento do esquadro................................................................................................................61
Figura 46 -  Linha horizontal dividida em 12 partes iguais.................................................................................62
Figura 47 -  Transferência das medidas do cilindro................................................................................................63
Figura 48 -  Cilindro planificado....................................................................................................................................63
Figura 49 -  Cilindro após conformação.....................................................................................................................64
Figura 50 -  Cotovelo a 90°..............................................................................................................................................65
Figura 51 -  Cálculo da altura do cotovelo.................................................................................................................65
Figura 52 -  Traçado do diâmetro maior do tronco de cone...............................................................................68
Figura 53 -  Traçado do diâmetro altura do tronco de cone...............................................................................69
Figura 54 -  Traçado do diâmetro menor do tronco de cone.............................................................................69
Figura 55 -  Formação do trapézio...............................................................................................................................69
Figura 56 -  Prolongamento da perpendicular........................................................................................................70
Figura 57 -  Fechamento do triângulo........................................................................................................................70
Figura 58 -  Traçado da circunferência menor.........................................................................................................71
Figura 59 -  Traçado da circunferência maior...........................................................................................................71
Figura 60 -  Divisão do arco da circunferência em 16 espaços..........................................................................72
Figura 61 -  Planta e verdadeira grandeza do quadrado para redondo concêntrico 1.............................76
Figura 62 -  Planta e verdadeira grandeza do quadrado para redondo concêntrico 2.............................82
Figura 63 -  Chapa cortada..............................................................................................................................................94
Figura 64 -  Vara de tubo..................................................................................................................................................95
Figura 65 -  Tubos cortados em 4 diferentes dimensões.....................................................................................96
Figura 66 -  Segundo tubo cortado em 4 diferentes dimensões......................................................................96
Figura 67 -  Cantoneira L..................................................................................................................................................97
Figura 68 -  Corte das cantoneiras com as dimensões solicitadas...................................................................98
Figura 69 -  Talha manual de corrente tipo alavanca......................................................................................... 102
Figura 70 -  Talha manual de corrente..................................................................................................................... 103
Figura 71 -  Talha elétrica.............................................................................................................................................. 103
Figura 72 -  Ponte rolante............................................................................................................................................. 104
Figura 73 -  Cinta de nylon . ........................................................................................................................................ 105
Figura 74 -  Esticador...................................................................................................................................................... 105
Figura 75 -  Manilha........................................................................................................................................................ 106
Figura 76 -  Lupa para inspeção visual ................................................................................................................... 110
Figura 77 -  Chapa com trinca visível....................................................................................................................... 111
Figura 78 -  Chapa com trinca visível apenas com a lupa................................................................................. 111
Figura 79 -  Ensaio de ultrassom................................................................................................................................ 112
Figura 80 -  Chapéu chinês com encaixe interno................................................................................................ 114
Figura 81 -  Chapéu chinês com encaixe externo................................................................................................ 115
Figura 82 -  Lista de verificação inicial..................................................................................................................... 118
Figura 83 -  Lista de verificação final........................................................................................................................ 119

Quadro 1 - Estilos de líder...............................................................................................................................................31


Quadro 2 - Desenvolvimento do gabarito da curva de gomo de 90° com duas soldas...........................67
Quadro 3 - Planta baixa da transição do quadrado para redondo concêntrico .........................................74
Quadro 4 - Determinação da verdadeira grandeza do quadrado para redondo concêntrico . ............75
Quadro 5 - Traçagem na chapa metálica...................................................................................................................76
Quadro 6 - Planificação da transição do quadrado para redondo concêntrico .........................................78
Quadro 7 - Finalização da planificação do quadrado para redondo concêntrico......................................79
Quadro 8 - Planta baixa da transição retângulo para redondo concêntrico................................................80
Quadro 9 - Verdadeira grandeza da transição retângulo para redondo concêntrico...............................81
Quadro 10 - Planificação do retângulo para redondo concêntrico.................................................................84
Quadro 11 - Planificação da derivação a 90° entre dois tubos com diâmetros iguais com bico...........86
Quadro 12 - Planificação de derivação a 90°com um diâmetro maior e um diâmetro menor..............88
Quadro 13 - Planificação de chapéu chinês..............................................................................................................90
Quadro 14 - Divisão das circunferências concêntricas ........................................................................................91
Quadro 15 - Planificação da ponta de tubo meio esférica..................................................................................93

Tabela 1 - Plano de corte das cantoneiras: dimensões das peças....................................................................97


Tabela 2 - Plano de corte da primeira cantoneira...................................................................................................98
Tabela 3 - Plano de corte da segunda cantoneira..................................................................................................98
Sumário
1 Introdução.........................................................................................................................................................................13

2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho......................................................................................17


2.1 Organização no trabalho . ........................................................................................................................18
2.1.1 Estruturas hierárquicas............................................................................................................19
2.1.2 Controle de atividades.............................................................................................................23
2.2 Planejamento, organização, direção e controle................................................................................24
2.2.1 Planejamento..............................................................................................................................25
2.2.2 Organização.................................................................................................................................26
2.2.3 Direção . ........................................................................................................................................26
2.2.4 Controle.........................................................................................................................................27
2.3 Comportamento e trabalho em equipe...............................................................................................29
2.4 Relações de trabalho e liderança............................................................................................................30

3 Traçado de caldeiraria ..................................................................................................................................................35


3.1 Ferramentas e acessórios para traçagem............................................................................................36
3.2 Máquinas e equipamentos de caldeiraria...........................................................................................39
3.2.1 Materiais de consumo..............................................................................................................44
3.3 Traçagem ........................................................................................................................................................47
3.3.1 Cuidados na traçagem.............................................................................................................47
3.3.2 Indicações da ordem de serviço...........................................................................................47
3.3.3 Recobrimentos superficial e acabamento superficial..................................................49

4 Técnicas de traçagem....................................................................................................................................................57
4.1 Técnicas de planificação.............................................................................................................................58
4.1.1 Cilindro de base inclinada 30°...............................................................................................60
4.1.2 Curvas.............................................................................................................................................64
4.1.3 Cones..............................................................................................................................................68
4.1.4 Transições.....................................................................................................................................73
4.1.5 Interseções...................................................................................................................................84
4.1.6 Tampos .........................................................................................................................................88
4.1.7 Otimização do traçado.............................................................................................................93
4.2 Traçagem assistida por computador.....................................................................................................99
4.3 Aspectos de segurança e meio ambiente aplicados à traçagem................................................99
4.3.1 Ergonomia................................................................................................................................. 100
4.3.2 Tratamento de resíduos........................................................................................................ 100
4.4 Equipamentos de movimentação de cargas . ................................................................................ 102

5 Qualidade na traçagem ............................................................................................................................................ 109


5.1 Inspeção visual do traçado.................................................................................................................... 110
5.2 Controle dimensional.............................................................................................................................. 113
5.3 Normas de codificação e padronização industrial (ISO, ABNT) aplicáveis à traçagem.... 116
5.4 Documentações de registro (lista de verificação)......................................................................... 117

Referências......................................................................................................................................................................... 123

Minicurrículo dos autores............................................................................................................................................ 125

Índice................................................................................................................................................................................... 127
Introdução

Prezado aluno,

É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o
livro didático Traçagem de Caldeiraria.
Este livro tem como objetivo levar o aluno a desenvolver as competências necessárias para
realizar a atividade de traçagem de peças de caldeiraria, preservando os requisitos de qualida-
de de acordo com normas, padrões e especificações vigentes.
Discutiremos sobre as estruturas e funcionamento do ambiente de trabalho. Veremos as
relações de trabalho, convivência profissional, comportamento de trabalho em equipe e im-
portância do controle emocional.
Depois aprofundaremos o assunto de traçagem de caldeiraria ao vermos os principais ins-
trumentos, ferramentas e acessórios que são usados nas atividades de traçagem. Conhece-
remos os tipos, as aplicações, os cuidados no seu manuseio e quais materiais compõem sua
fabricação. Vamos estudar os cuidados que se deve ter na traçagem, a ordem de serviço e
acabamentos superficiais.
Aprenderemos sobre planificação de peças utilizando o método tradicional do uso do com-
passo, esquadro, régua e transferidor de grau. Falaremos sobre os cálculos para encontrar as
dimensões das chapas que vão ser dobradas.
Com o assunto planificação de peças você terá a oportunidade de conhecer sobre os prin-
cipais tipos de traçados de caldeiraria: peças cônicas, variantes do quadrado para redondo e
retângulo para redondo, as curvas em gomo e bifurcações, além de aprender a fazer as divisões
de circunferências em partes iguais.
A otimização do traçado, aspecto de segurança, meio ambiente e, por fim, os equipamentos
de movimentação de carga.
Analisaremos sobre qualidade na traçagem, o controle dimensional e as principais normas
e documento de registro na área de traçagem de peças de caldeiraria.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
14

Esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades técnicas, metodológicas e organiza-
tivas, queremos que você no final consiga obter os conhecimentos necessários para ser um profissional
qualificado para o mercado de trabalho.
Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:

CAPACIDADES SOCIAIS, ORGANIZATIVAS E METODOLÓGICAS

a) Posicionar-se com ética em relação a situações e contextos apresentados;


b) Propor alternativas para melhor organizar o ambiente e o desenvolvimento do trabalho;
c) Demonstrar organização nos próprios materiais e no desenvolvimento das atividades;
d) Aplicar os princípios da gestão da qualidade nas suas rotinas de trabalho.

CAPACIDADES TÉCNICAS

a) Analisar, com base nas especificações do projeto, o melhor aproveitamento da chapa, tubo ou
perfil, tendo em vista o atendimento dos princípios da economicidade;
b) Identificar, na ordem de serviço, a descrição das peças a serem traçadas (modelo, referências/
código);
c) Identificar, na ordem de serviço, as determinações quanto aos prazos, normas e procedimentos
a serem atendidos na operação;
d) Identificar, na ordem de serviço, ferramentas, instrumentos e dispositivos de fixação a serem uti-
lizados na traçagem de chapas, tubos e perfis;
e) Identificar, no projeto, a especificação técnica do material indicado para a construção do compo-
nente de caldeiraria;
f) Correlacionar o dimensional e as características de acabamento da peça traçada com as especifi-
cações do projeto, tendo em vista a avaliação qualitativa do processo de traçagem executado e,
se necessário, a realização de ajustes;
g) Interpretar os procedimentos de segurança aplicáveis à traçagem de peças de caldeiraria;
h) Reconhecer as características operacionais e finalidades de cada tipo de ferramenta empregada
na traçagem de componentes e peças de caldeiraria;
i) Reconhecer os diferentes acessórios/dispositivos auxiliares utilizados na traçagem de peças de
caldeiraria, suas características, finalidades, formas de uso e funcionamento;
j) Reconhecer os diferentes elementos de fixação utilizados na traçagem de peças de caldeiraria;
k) Reconhecer tipos, características e formas de uso das ferramentas, instrumentos e máquinas uti-
lizadas para a aplicação das codificações definidas pela empresa nas peças;
1 INTRODUÇÃO
15

l) Traçar chapas, tubos e perfis.

Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como:
a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida;
b) Não deixar as dúvidas para depois;
c) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente;
d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Bons estudos!
Estrutura e funcionamento
do ambiente de trabalho

Neste capítulo abordaremos questões referentes às relações de trabalho como a liderança,


que envolve o estilo e o papel de cada líder, além de apresentar sugestões sobre a melhor for-
ma de levar uma situação, problema ou crítica ao seu líder direto.
Também discutiremos sobre comportamento e trabalho em equipe, temas que envolvem
o conceito de homem como ser social, a importância das normas de convivência em grupo, de
maneira a compreender como os ambientes de trabalho influenciam o comportamento dos
indivíduos, além de estudar fatores ligados à satisfação do trabalhador no ambiente laboral.
O tema controle emocional também será abordado por ter bastante relevância no que diz
respeito ao fato de como os fatores internos e externos podem influenciar nosso dia a dia.
Aprenderemos também sobre como perceber e expressar nossos sentimentos pode influen-
ciar nosso comportamento no ambiente corporativo.
Organização, estruturas hierárquicas, controle de atividades, além dos conceitos de plane-
jamento, organização e controle também são temas que discutiremos aqui a fim de compreen-
dermos de forma global como se dá o processo de composição e organização de um ambiente
de trabalho saudável e produtivo.

Figura 1 -  Relações no ambiente organizacional


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
18

A figura anterior ilustra a ideia das relações que se constroem e são vitais para a saúde dos ambientes
organizacionais, pois para que uma organização se desenvolva, ela depende do envolvimento de todos
os colaboradores em todos os níveis, cada um exercendo seu papel para alcançar os resultados esperados
pela organização.

2.1 ORGANIZAÇÃO NO TRABALHO

A administração é a ciência responsável pelos princípios que regem um sistema organizacional. Nesse
sentido, o termo organização significa tanto o ato de organizar quanto pode ser usado no sentido de ins-
tituição, empresa. Sendo assim, uma organização pode ser uma empresa, um clube, uma associação, um
órgão público, um partido político, uma igreja, entre outras instituições da sociedade que tenham como
produto a combinação de esforços individuais visando a realização de propósitos coletivos.
Um dos principais teóricos da administração, Jules Henri Fayol, que foi um engenheiro de minas fran-
cês, define o ato de administrar ou organizar a partir de 5 ações: prever, organizar, comandar, coordenar e
controlar. Esses elementos são descritos da seguinte forma:
a) Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação;
b) Organizar: construir o organismo social e material da empresa;
c) Comandar: dirigir e orientar o pessoal;
d) Coordenar: ligar, unir e harmonizar todos os atos e esforços coletivos;
e) Controlar: certificar-se de que tudo aconteça de acordo com o planejado.

A partir dos estudos da administração enquanto ciência, é possível verificarmos como as instituições
são organizadas de acordo com suas necessidades. Cada empresa atua, juntamente com a força de traba-
lho dos seus colaboradores e o planejamento da equipe de gestão, em prol de um objetivo e para que ele
seja atingido com plenitude. Esses 5 elementos, trazidos por Fayol, com o passar do tempo foram comple-
mentados por outros estudiosos, que perceberam as mudanças vivenciadas pelas instituições.
Hoje, a ideia de organização perpassa por modelos formais e informais que levam em conta o perfil
social dos membros que fazem parte da organização, o perfil de cliente que deseja atender e até mesmo as
características sociais do local onde a instituição está instalada.
Para colocar em prática seus objetivos, as organizações contam com estruturas menores responsáveis
pelo cumprimento dos seus objetivos dentro da própria instituição. Essas estruturas são chamadas de es-
truturas hierárquicas, conforme veremos a seguir.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
19

2.1.1 ESTRUTURAS hierárquicas

A palavra hierarquia quer dizer, em seu sentido denotativo1, uma organização que se constrói a partir de
uma ordem de prioridade estabelecida através de uma relação de subordinação. São como blocos dentro
de uma estrutura maior, sendo que cada bloco é responsável por uma atividade sob o comando de pessoa
responsável pelo cumprimento das ações. Cada líder de cada bloco está interligado a um líder maior, res-
ponsável pela administração geral.
Esta estrutura varia muito conforme o tipo de organização. Em algumas empresas, a estrutura hierárqui-
ca é mais complexa e com muitos blocos; já em outras, esta estrutura pode ser mais simples. Veja a seguir
um modelo simplificado de estrutura hierárquica:

Figura 2 -  Modelo de estrutura hierárquica


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Além dos modelos mais conhecidos baseados em uma hierarquia de cima para baixo, existem, na mo-
derna gestão de pessoas, modelos em que há maior interação entre os blocos e a gestão é considerada
mais participativa. Nesses modelos, as lideranças estão organizadas de forma mais horizontal e não tão
verticalizada como mostrou a figura anterior. Cada empresa escolhe uma forma de estrutura baseada nas
suas necessidades e também da cultura geralmente ditada pela alta gestão, que é formada pelas lideran-
ças da instituição. São tipos de estrutura:

1 Denotativo: sentido literal, conceito do dicionário.


TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
20

a) Linear: é uma estrutura mais simples e antiga, parecida com a formação de antigos exércitos;
possui formato de pirâmide;

DIRETOR

GERÊNCIA A GERÊNCIA B

EXECUÇÃO A EXECUÇÃO B

Figura 3 -  Modelo de estrutura hierárquica linear


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Funcional: modelo baseado em funções, focado na especialização;

DIRETOR

GERÊNCIA A GERÊNCIA B

EXECUÇÃO A EXECUÇÃO B

Figura 4 -  Modelo de estrutura hierárquica funcional


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
21

c) Linha-staff: combina os modelos linear e funcional com predominância do modelo linear;

DIRETOR

STAFF GERÊNCIA B

ASSESSORIA EXECUÇÃO B

Figura 5 -  Modelo de estrutura hierárquica linha-staff


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

d) Mista: é mais frequente, em que cada departamento da empresa utiliza a estrutura que mais se
adéque à sua necessidade;

DIRETORIA

GERÊNCIA DE GERÊNCIA GERÊNCIA


PROJETOS FINANCEIRA COMERCIAL

PROJETO A REGIONAL NORTE REGIONAL SUL

PROJETO B

PROJETO C

Figura 6 -  Modelo de estrutura hierárquica mista


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
22

e) Matricial: estrutura mais desenvolvida com duas dimensões: gerência de funções e gerências de
projetos ou processos;

DIRETOR

Gerente de Gerente de Gerente Gerente de


Produção Vendas Financeiro RH

Gerência do
Produção A Vendas A Finanças A RH A
Produto A

Gerência do
Produção B Vendas B Finanças B RH B
Produto B

Gerência do
Produção C Vendas C Finanças C RH C
Produto C

Figura 7 -  Modelo de estrutura hierárquica matricial


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

f) Baseada em equipes: neste modelo são formadas equipes, onde se torna desnecessário um con-
trole rígido sobre cada funcionário. As equipes não se sobrepõem umas às outras. Esse modelo é
também conhecido como estrutura celular.

Qualidade Marketing

Recursos
Presidência Finanças
Humanos

Operações e
Engenharia
Logística

Figura 8 -  Modelo de estrutura hierárquica em equipes


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
23

Cada estrutura tem suas vantagens e desvantagens, cabendo aos administradores ou aos sócios da
organização definirem que estrutura melhor se adapta à sua realidade.
Uma das funções da estrutura hierárquica é facilitar o controle das atividades desenvolvidas na empre-
sa. Com uma estrutura bem organizada, em que todos os envolvidos sabem exatamente qual seu papel
na organização, fica mais fácil reconhecer possíveis falhas, sugerir melhorias e até mesmo estimular as
atividades que estão se desenvolvendo melhor. Veja a seguir.

2.1.2 Controle de atividades

Para que uma organização possa saber se está cumprindo com os objetivos esperados, é necessário ter
controle do que está sendo feito dia a dia para que possa tomar as devidas providências para sanar um
problema de atraso numa entrega de produto ou serviço, por exemplo.
Numa instituição com muitos ou poucos colaboradores, se o controle de atividades é feito de forma
eficaz pelas lideranças, esse controle é capaz de prever possíveis falhas no processo ou problemas que
podem ser solucionados antes de trazer maior impacto negativo.
O processo de controle de uma atividade, de forma geral, pode ser dividido em 6 etapas. São elas:
a) Estabelecimento de objetivos e metas: o que se pretende alcançar;
b) Definição de padrões de desempenho: estabelecer um padrão do que é correto;
c) Avaliação do desempenho atual: obter informações de como o trabalho está sendo executado;
d) Comparação: comprar o desempenho atual com os padrões estabelecidos;
e) Identificação de erros: verificar erros, problemas e desvios na atividade;
f) Ação corretiva: estabelecer ações e decisões para corrigir o processo que apresente problemas.

Além do controle pela empresa, os próprios colaboradores podem estabelecer critérios de organização
e controle de suas atividades, a fim de manter um padrão de qualidade do seu desempenho. Exercer um
trabalho de forma organizada, além de poupar retrabalhos ocasionados para possíveis correções, transmi-
te uma imagem positiva do colaborador junto à instituição.

SAIBA Muitos aplicativos vêm sendo desenvolvidos para facilitar o controle de atividades, seja
de ordem pessoal ou profissional. Veja dicas sobre eles acessando o Portal da Revista
MAIS Exame usando o tópico: 10 apps para organizar sua vida.

Além do controle efetivo das atividades desenvolvidas por setor ou colaborador, as organizações preci-
sam estabelecer funções administrativas para gerenciar os negócios de forma eficiente e eficaz, otimizan-
do tempo e recursos e alcançando com sucesso seus objetivos. Essas funções, quando unificadas, formam
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
24

o que chamamos de processo administrativo, composto pelas etapas de Planejamento, Organização, Dire-
ção e Controle. Veremos sobre elas a seguir.

2.2 PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO E CONTROLE

Ao considerarmos uma organização como um todo integrado, com estruturas administrativas compos-
tas de vários elementos, cada um exercendo sua função para o sucesso da instituição, devemos levar em
conta que para tudo correr bem, 4 funções maiores são colocadas em prática. São elas: o planejamento,
a organização, a direção e o controle. Elas são chamadas de funções administrativas e formam a base de
gestão de toda administração e compõem o chamado ciclo administrativo em que cada função está in-
terligada e interage entre si. Veja a seguir o modelo de processo administrativo proposto pelo teórico da
administração, Idalberto Chiavenato (2012):

Planejamento

Controle Organização

Direção

Figura 9 -  Processo administrativo


Fonte: CHIAVENATO, 2012.

De acordo com o modelo proposto na figura anterior, as etapas do processo administrativo têm igual
importância e devem estar conectadas de forma interdependente. Dessa maneira, é possível compreender
que na administração de uma organização, é preciso que cada etapa do processo aconteça a partir de uma
interação dinâmica e intimamente relacionada para cumprir com os objetivos da organização.
Vamos entender a seguir como se dá cada etapa desse processo.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
25

2.2.1 PLANEJAMENTO

O planejamento é a função administrativa que define os objetivos da instituição e decide como, em


que tempo e com que recursos vai alcançá-los. Para que seja elaborado de forma eficiente e focada nos
resultados, o planejamento é constituído de 6 (seis) etapas:
a) Definir os objetivos;
b) Verificar qual a situação atual da instituição com relação aos objetivos traçados;
c) Prever condições futuras;
d) Analisar alternativas de ação;
e) Escolher um curso de ação dentre as alternativas propostas;
f) Implementar um plano e avaliar os resultados.

A figura a seguir ilustra, de forma bem didática2, cada passo para que o planejamento seja elaborado de
forma satisfatória:

Definição dos objetivos Para onde queremos ir?

Qual a situação atual? Onde estamos agora?

Quais as premissas
O que temos pela frente?
em relação ao futuro?

Quais as alternativas
Quais os caminhos possíveis?
de ação?

Qual a melhor
Qual o melhor caminho?
alternativa?

Implemente o plano
escolhido e avalie os Como iremos percorrê-lo?
resultados

Figura 10 -  Os seis passos do planejamento


Fonte: CHIAVENATO, 2012.

2 Didática: de forma clara e educativa.


TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
26

Para elaborar o planejamento, é fundamental conhecer o contexto em que a empresa está inserida,
qual sua missão e seus objetivos básicos:
a) Institucional: planejamento do tipo estratégico, de longo prazo que envolve toda a organização;
b) Intermediário: planejamento do tipo tático, de médio prazo que envolve cada unidade ou setor
organizacional separadamente;
c) Operacional: planejamento do tipo operacional, de curto prazo que aborda cada operação de
maneira separada.

O planejamento pode ser pautado em três níveis, como visto anteriormente, sendo que cada nível en-
globa um tipo de planejamento.

2.2.2 organização

A palavra organização, como já explicitado, pode ser usada no estudo da administração com dois sen-
tidos: como sinônimo de uma instituição ou como função administrativa ou ato de organizar. Neste tópico
abordaremos a palavra organização como elemento que compõe o processo administrativo e deve fazer
parte do ciclo de administração de toda instituição.
Nesse sentido, de acordo com Chiavenato (2012, p. 356), “organizar significa estruturar e integrar recur-
sos e órgãos e estabelecer relações entre eles e suas atribuições”.
É na organização que se definem os níveis estruturais e sua hierarquia. A organização também é respon-
sável pela divisão de trabalho, cadeia de comando3, atribuições, entre outros elementos que compõem a
administração.
Para fazer cumprir a organização, a administração deve lançar mão de outro elemento do processo
administrativo: a direção. Vejamos.

2.2.3 DIREÇÃO

A direção é a terceira função administrativa e diz respeito ao ato de interpretar as diretrizes da institui-
ção e direcionar todos as pessoas para o cumprimento das metas estabelecidas no planejamento.
Faz parte do processo de direção: a boa comunicação com os colaboradores, além da liderança e da
motivação que são elementos fundamentais para que os envolvidos compreendam seus papéis na organi-
zação e trabalhem para o resultado individual e coletivo.

3 Cadeia de comando: linha contínua de autoridade que liga todas as pessoas de uma organização e mostra quem é subordinado
a quem.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
27

FIQUE Numa empresa, tempo é dinheiro! Por isso, quando se trata de negócios, a má ou
morosa4 interpretação de planos pode provocar elevados custos, causando prejuízos
ALERTA à instituição. (Fonte: CHIAVENATO, 2012).

A moderna gestão de pessoas enfatiza hoje que as pessoas são o principal recurso de uma empresa
e são elas que fazem a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma instituição. Por isso, as empresas
buscam estratégias de direção muito mais focadas nas pessoas do que nos processos. Investimento em ca-
pacitação, foco nas habilidades e conhecimentos, confiança e comprometimento pessoal são habilidades
buscadas cada vez mais nos colaboradores a partir das ações de direção.
Fechando o ciclo, o último elemento do processo administrativo é o controle, o qual veremos a seguir.

2.2.4 controle

Quando falamos em controle, pode nos vir à mente a ideia de freio, manipulação ou autoridade. Toda-
via, no que diz respeito ao ciclo administrativo, o controle pode ser descrito sob três aspectos:
a) Controle como função restritiva: usado para coibir ou restringir atos indesejáveis;
b) Controle como um sistema de regulação: utilizado para manter automaticamente um fluxo de
funcionamento de um processo;
c) Controle como função administrativa: parte do processo administrativo.

No dia a dia de uma empresa podemos nos deparar com o controle sendo aplicado das três maneiras
explicitadas anteriormente, todavia, nosso foco aqui é compreender o controle como forma de atingir os
resultados estabelecidos no planejamento da instituição de forma a assegurar que os resultados sejam
alcançados com sucesso.
Os setores de auditoria e controle de qualidade vêm ganhando cada vez mais espaços nas organiza-
ções, pois podem contribuir efetivamente para que as metas estabelecidas na instituição sejam cumpridas.
Mesmo esta sendo uma atribuição da administração, cada colaborador, no desenvolvimento de suas fun-
ções, pode contribuir para o controle da instituição executando suas tarefas de forma organizada, cumpri-
dos prazos e fazendo suas entregas com qualidade.
Um outro tipo de controle, mais ligado ao relacionamento interpessoal do colaborador, mas que muito
diz respeito ao sucesso no ambiente de trabalho, é o controle emocional. A maioria das pessoas que cum-
pre uma jornada de trabalho regular, baseada em 40 h de trabalho, o caso mais comum no Brasil, passa
mais tempo no ambiente de trabalho do que em sua casa com os familiares. Isso faz com que muitas em-
presas, que já têm a visão de que seu principal recurso está nos colaboradores, promovam um ambiente de
trabalho cada vez mais focado na qualidade, tanto física quanto emocional do colaborador.

4 Morosa: lenta.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
28

CASOS E RELATOS

Controle emocional no trabalho


Ter equilíbrio emocional é muito importante para conseguirmos alcançar objetivos e metas, e re-
alizar tudo o que planejamos. O fato é que estamos sempre buscando algo e a maneira como nossa
mente está, com certeza, faz toda a diferença em como vamos lidar com cada situação que aparecer.
E é incrível como uma novidade muda nosso humor, pois se é uma boa nova, então, rapidamente,
nós ficamos felizes. O problema é quando recebemos uma notícia ruim, que por sua vez, nos deixa
instáveis para conseguir realizar nossas atividades.
Mas como fazer, então, para manter o controle emocional no trabalho, mesmo diante de momentos
complicados? Para responder a essa pergunta, separamos algumas dicas estratégicas para você.
Procure saber tudo sobre você, pois assim aprenderá mais sobre suas emoções e descobrirá a
melhor forma de administrá-las.
Aprenda a lidar com sentimentos negativos. Quando você começa a se organizar, conduzir e gerir
seus anseios, percebe o que pode te deixar mal e, assim, ajuda a manter maior controle emocional e
evita o aparecimento de qualquer sentimento ruim, como ódio, raiva, rancor, inveja e impaciência.
Respeite os seus limites. Isto quer dizer que você deve saber o que é melhor para si e até onde deve
ir diante de determinada ocasião. Preocupe-se com as suas emoções e o que sentirá perante o ocor-
rido. Para conseguir esse feito, é preciso antes dominar todos os dois ensinamentos anteriores.
Faça exercícios físicos. Durante a prática de atividade física, o nosso organismo libera diversas
substância que promovem o bem-estar e satisfação, como a endorfina, uma das responsáveis por
nos manter motivados e dispostos.
Leia. Essa é uma técnica que pode ser utilizada por você, a qualquer momento. Ler pode aprimorar
seus conhecimentos e desenvolver, claro, uma mente mais saudável e evoluída.
Essas técnicas podem te ajudar a fazer dos imprevistos do dia a dia, momentos passageiros e acon-
tecimentos fáceis de lidar.
Fonte: MARQUES, 2016. (Adaptado).

Além da empresa, é papel também do colaborador contribuir com sua saúde emocional e de seus cole-
gas, desenvolvendo ações efetivas e pessoais como a cooperação, a interação e a colaboração. Uma forma
eficaz de trabalhar essas características é através do trabalho em equipe, conforme veremos a seguir.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
29

2.3 COMPORTAMENTO E TRABALHO EM EQUIPE

Estudiosos da administração garantem que o trabalho em equipe apresenta resultados superiores ao


somatório do trabalho individual. Isso leva a crer que trabalhar em equipe, além de promover habilidades
como cooperação e interação entre os indivíduos, contribui para a manutenção de um ambiente de traba-
lho mais saudável e favorece a saúde emocional dos colaboradores, melhorando seu comportamento em
relação aos colegas e à instituição.

Figura 11 -  Trabalho em equipe


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Se o trabalho em equipe é estimulado e bem planejado, nenhum colaborador ficará sobrecarregado e


a instituição terá resultados mais eficazes do que se cada um fizesse sua parte sozinho.
Além de uma entrega mais eficaz, trabalhar em equipe faz com que a troca de experiências e críticas
construtivas promovam o crescimento de todos os membros envolvidos. Nesse sentido, o trabalho em
equipe deve ser estimulado como uma atividade em que o resultado pertence a todos, portanto, tanto os
fracassos como as vitórias são responsabilidades de todos.
Dentre as ações necessárias para um bom desenvolvimento do trabalho em equipe, listamos as seguin-
tes:
a) Cooperar: apoiar decisões da equipe e fazer sua parte no trabalho;
b) Compartilhar de informações: manter as pessoas informadas e atualizadas sobre o processo
do grupo;
c) Expressar expectativas positivas: esperar o melhor das capacidades dos colegas;
d) Estar disposto a aprender: valorizar as experiências do outro;
e) Encorajar os outros: dar crédito aos colegas que tiveram bom desempenho dentro ou fora da
equipe;
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
30

f) Construir um espírito de equipe: promover um clima amigável;


g) Resolver conflitos: tentar resolver os problemas da forma mais rápida possível.

Além do trabalho em equipe, outro fator de impacto na qualidade das instituições são as relações de
trabalho construídas a partir dos estilos de liderança de cada organização.
Vejamos no tópico a seguir.

2.4 RELAÇÕES DE TRABALHO E LIDERANÇA

Liderança é capacidade de influenciar, persuadir e convencer um indivíduo de forma espontânea nas


relações entre líder e liderado. Em uma organização, o líder é aquele que conduz um grupo transforman-
do-o em uma equipe de trabalho focada nos resultados planejados.

Líder é diferente de chefe. O chefe é encarregado por uma determinada


tarefa, exercendo autoridade de mandar e exigir obediência. O líder mo-
CURIOSIDADES tiva e influencia os liderados de forma ética e positiva para que contri-
buam voluntariamente com os resultados esperados. (Fonte: CARRANZA,
2014).

Para que a liderança aconteça de forma efetiva, são necessários os seguintes comportamentos:
a) Comunicar-se de forma aberta e franca;
b) Envolver os colaboradores;
c) Desenvolver pessoal e profissionalmente os colaboradores;
d) Demonstrar reconhecimento;
e) Ser ético e imparcial;
f) Promover o bem-estar no ambiente de trabalho.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
31

Existem vários estilos de liderança, baseados na forma como decidem ou se comportam frente a seus
liderados. Dentre os estilos de líder, podemos listar os principais conforme quadro a seguir:

AUTOCRÁTICO DEMOCRÁTICO LIBERAL

O líder estimula a participação


O líder não permite a
dos funcionários na tomada Os colaboradores têm
participação dos funcionários.
de decisões. Há uma liberdade total na tomada de
Todas as decisões são tomadas
participação ativa do líder nos decisões.
apenas por ele.
processos.

O grupo de funcionários
A participação do líder no
debate entre si as melhores
debate é pequena,
O líder decide o que deverá soluções para os problemas, o
esclarecendo que poderia
ser feito em todas as esferas. que deverá ser feito,
fornecer informações desde
solicitando a opinião do líder
que solicitado.
quando necessário.

Há total falta de participação


O grupo determina a tarefa de
do líder na escolha das
O líder determina a tarefa de cada indivíduo e tem a
equipes de trabalho. A divisão
cada funcionário e quem é liberdade de escolher seus
do trabalho e a escolha do
que vai trabalhar com quem. companheiros de trabalho em
companheiro é feita
determinada tarefa.
totalmente pelo grupo.

O líder não faz nenhuma


O líder procura ser um
tentativa de avaliar ou de
O líder é dominador e é membro normal do grupo,
regular o curso dos
pessoal nos elogios e nas sem encarregar-se muito de
acontecimentos. O líder
críticas ao trabalho de cada tarefas. O líder é objetivo e
somente faz comentários sore
colaborador. limita-se aos fatos em suas
as atividades dos membros
críticas e elogios.
quando perguntado.

Quadro 1 - Estilos de líder


Fonte: CARRANZA, 2014.

É importante conhecer o estilo de liderança sob o qual você está subordinado, sobretudo para saber
como melhor se reportar e estabelecer uma relação de confiança e harmonia no ambiente de trabalho.
Caso seja você a exercer a liderança, fique atento aos estilos de líder que melhor se adequam à sua equipe
e procure desenvolver sua liderança de forma ética e humanizada, mas sem deixar de observar os objetivos
e metas da sua instituição. Um bom líder é aquele que conduz a sua equipe a atingir os objetivos de forma
espontânea e com qualidade. Acima de tudo, a relação entre líder e liderada pode e deve ser uma relação
de parceria, pois o sucesso de um é o sucesso de ambos.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
32

RECAPITULANDO

Neste capítulo aprendemos sobre como se constituem os aspectos organizacionais de uma


instituição. Conhecemos as questões relacionadas às relações de trabalho como a liderança, bem
como alguns dos tipos de líder dentro de uma organização: o autocrático, o democrático e o liberal.
Também vimos sobre comportamento e trabalho em equipe, a importância das normas de con-
vivência em grupo e de que maneira a compreensão dos ambientes de trabalho influenciam o com-
portamento dos indivíduos.
Estudamos também sobre controle emocional e aprendemos sobre como perceber e expressar nos-
sos sentimentos no dia a dia no ambiente corporativo.
Organização, estruturas hierárquicas, controle de atividades, além dos conceitos de planejamento,
organização e controle, também foram temas que discutimos aqui a fim de compreendermos de
forma global como se dá o processo de composição e organização de um ambiente de trabalho
saudável e produtivo.
2 Estrutura e funcionamento do ambiente de trabalho
33
Traçado de caldeiraria

Neste capítulo você irá conhecer as principais finalidades de cada ferramenta, instrumen-
tos, máquinas de caldeiraria e materiais de consumo utilizados no processo de traçagem de
caldeiraria, além do desenho, desenvolvimento e planificação de várias peças de caldeiraria.
Em relação às ferramentas, vamos conhecer os tipos, as aplicações, os tipos de materiais de
construção que são fabricados e os cuidados no manuseio.
Já referente às máquinas, iremos ver os tipos mais usados, para que servem, como se opera,
os seus acessórios e suas aplicações. Vamos observar também que algumas destas máquinas
estão presentes em quase todas os processos operacionais de fabricação de peças de caldeira-
ria, principalmente quando se trata de elementos de formato cilíndrico e quadrado.
Vale ressaltar que essas máquinas têm grande importância, pois são utilizadas nos segmen-
tos da indústria química, petroquímica, siderurgia, metalurgia, petróleo e gás, etc.
Todo profissional que atua nesta área precisa ter bastante conhecimento sobre estes ativos
para ter um bom desempenho profissional.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
36

3.1 FERRAMENTAS E ACESSÓRIOS PARA TRAÇAGEM

Vamos conhecer agora um pouco sobre as ferramentas e acessórios utilizados na traçagem de peças de
caldeiraria.
a) Compasso: uma das ferramentas essenciais no desenvolvimento do traçado é o compasso, pois
ele é o responsável em traçar as circunferências, os arcos e transferir medidas;

Cabeça para girar

Porca de regulagem
abertura e fechamento

Ponta afinada Ponta afinada

Figura 12 -  Compasso de ponta reta


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

b) Punção de bico: é uma ferramenta que serve para marcar pontos sobre uma linha traçada, de
modo a deixá-la mais visível. Como os pontos não se apagam, as marcações ficam visíveis mesmo
que as linhas se apaguem, algo que não acontece se o traçado apresentar só o risco.
Existem dois tipos de punção de bico: punção de marcar, que possui o ângulo do bico de 30º a 60°; e a
punção de centrar, que possui o ângulo de 90° a 120°;

Figura 13 -  Punção de bico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
3 Traçado de caldeiraria
37

c) Réguas de traçagem: são utilizadas para traçar as linhas, sejam elas retas ou perpendiculares;

Figura 14 -  Régua de traçagem


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

d) Esquadros de aço flexível: são usados nos serviços que precisa traçar uma perpendicular e/ou
verificar a perpendicularidade da peça.

Figura 15 -  Esquadro flexível


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O cabo de alumínio do esquadro vem projetado para o uso a 90°e 45°;

FIQUE O esquadro é um instrumento para traçar e verificar ângulo. Não deve ser usado
ALERTA como chave de fenda, talhadeira, riscador, martelo ou espátula.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
38

e) Grampos tipo C: é uma ferramenta usada para trabalhos que necessitem a fixação rápida de
peças nas mais variadas aplicações. Estas fixações podem ser de peças na bancada ou em uma
estrutura metálica. Além disso, o uso dos grampos deve obedecer à capacidade de abertura dos
mesmos;

Figura 16 -  Grampo tipo C


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

f) Bigorna: é um bloco de aço, ferro fundido ou ferro forjado, de corpo central em forma de
paralelepípedo e extremidades afilando-se em cone ou pirâmide, que se apoia sobre um cepo
(estrutura de madeira), sobre o qual se forjam ou malham diferentes tipos de metais, a quente ou
a frio.

Figura 17 -  Bigorna
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Encerrar este tópico sobre as ferramentas foi mais um passo muito importante para atuar nas atividades
que exigem este conhecimento sobre ferramentas e acessórios com competência e habilidade exigida
para o profissional.
3 Traçado de caldeiraria
39

3.2 Máquinas e equipamentos de caldeiraria

As máquinas de caldeiraria são utilizadas nas oficinas para fabricação das peças, nos processos de corte
e conformação.
A escolha das máquinas para realizar o processo de corte e/ou conformação será definido conforme
a espessura, o tipo de material da chapa, tubo e perfis e a disponibilidade dos equipamentos na oficina,
sendo que o processo de corte poderá ser a frio ou a quente.
Então o profissional envolvido na escolha da máquina precisa ter domínio sobre materiais de constru-
ção mecânica e metrologia dimensional.
Veremos a seguir como ocorre o processo de corte a frio e a quente.

PROCESSO DE CORTE A FRIO

Podemos considerar como processo de corte a frio aquele realizado nas tesouras manuais, nas tesouras
de bancada e nas guilhotinas.
a) Tesoura de bancada: utilizada no processo de corte, fixadas em bancadas, quando há necessida-
de de aplicar um esforço maior devido à espessura da chapa ou ao tipo do material. É composta
de duas lâminas, uma fixa e outro móvel, e são fabricadas em ferro fundido nodular com lâminas
de aços especiais temperadas.

Figura 18 -  Tesoura de bancada


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
40

A sua capacidade de corte de chapa irá depender do tamanho da máquina e do tipo do material. Nor-
malmente, a tesoura de bancada pode cortar chapas de 1 a 3 mm de espessura.
b) Guilhotina: máquina usada para cortar chapas de metais, como alumínio, aço, latão, bronze,
cobre, entre outros. A lâmina de corte da guilhotina tem bordas quadradas para dar maior resis-
tência e durabilidade, além disso, há diferentes tipos de guilhotina para o corte de chapa, que
vão desde pequenas unidades portáteis até grandes dimensões. E ainda, para chapas metálicas, a
guilhotina pode ter o seu mecanismo de funcionamento pneumático ou elétrico.

Figura 19 -  Guilhotina elétrica


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Nos cortes na guilhotina, não há necessidade de traçar a peça, porque o equipamento possui uma ré-
gua graduada para delimitar o tamanho que a chapa vai ser cortada.

PROCESSO DE CORTE A QUENTE

O processo de corte a quente é realizado através de um conjunto oxicorte, conjunto plasma, máquina
policorte e/ou esmerilhadora elétrica e, normalmente, é realizado em chapas de média e grande espessura.
Vejamos a seguir como ocorre cada processo de corte a quente:
a) Processo de corte por conjunto de oxicorte: é o processo de separação de metais onde é utili-
zado o calor e uma violenta reação de oxidação com oxigênio puro. O conjunto oxicorte consiste
no controle dos gases oxigênio e acetileno (através dos reguladores de pressão) e os de mistura
(maçaricos e bicos de corte).
3 Traçado de caldeiraria
41

Figura 20 -  Oxicorte
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Este processo é amplamente aplicado a todos os aços ferrosos e pode ser feito manualmente ou meca-
nizado por máquinas portáteis ou de grande porte. É possível efetuar corte em aços de baixa, média e alta
liga com espessuras de 3 mm a 180 mm.
b) Processo de corte a plasma: é um processo que utiliza um gás em alta temperatura, eletrica-
mente condutor, para cortar qualquer material que possa conduzir eletricidade. Ele é adequado
para materiais ferrosos e não ferrosos. Em geral, ele corta materiais de espessuras de até 50 mm,
a depender do porte da máquina.

Figura 21 -  Máquina de corte a plasma


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
42

c) Processo de corte por esmerilhadeira: utiliza uma máquina rotativa (esmerilhadeira) que pode
cortar (utilizando o disco de corte) ou desbastar (utilizando o disco de desbaste) aço. Esses discos
são fabricados com grãos abrasivos e aglomerantes.

Figura 22 -  Esmerilhadeira
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Para serviços de desbastes com esmerilhadeira, é importante observar se a máquina está posicionada
em um ângulo de trabalho de 30°, e para a realização do corte, também verificar se a mesma está a 90° em
relação à peça ser cortada, visto que os discos foram projetados para trabalhar neste ângulo. Além disso, é
importante ter alguns cuidados, como:
-- Não utilizar discos que estejam molhados com óleo, graxa ou exposto a sol e chuva;

-- Utilizar discos conforme o RPM5 da máquina;

-- Quando for trocar o disco, retirar o plug da máquina da tomada;

-- Proteger com tapume ou cabana o local quando estiver esmerilhando ou cortando material;

-- Utilizar os EPI obrigatórios;

-- Não retirar a proteção da máquina.

d) Calandras: máquinas utilizadas para curvar chapas, perfis e tubos. São constituídas por um
conjunto de rolos ou cilindros com movimentos giratórios e pressão regulável e podem ser de
dois tipos: de quatro rolos e três rolos.

Quanto aos rolos, estes podem ser fixos ou móveis. Entretanto, o diâmetro mínimo que pode ser calan-
drado varia de 1,3 a 1,5 vezes o diâmetro do cilindro superior.
Vale destacar que as calandras mais utilizadas na área de produção são as de 3 rolos, que podem estar
dispostos em forma de pirâmide ou com dois rolos paralelos e o terceiro em posição oblíqua.

5 RPM: rotação por minuto.


3 Traçado de caldeiraria
43

Figura 23 -  Calandras de três rolos


Fonte: FACCIN, [20--].

-- Rolos em formato de pirâmide: a calandra com esses rolos em pirâmide apresenta dois rolos
fixos situados no mesmo plano horizontal e um terceiro rolo superior é móvel, responsável
pelo curvamento.

Figura 24 -  Rolos em formato de pirâmide


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

-- Rolos em formação oblíqua: apresenta dois rolos de arraste no mesmo plano vertical. Um de-
les é fixo e o outro móvel e giram em sentidos opostos.

Figura 25 -  Rolos em formação oblíqua


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
44

Conhecemos aqui as principais máquinas utilizadas no processo de corte, de materiais metálicos para
conformação de peças de caldeiraria. Veremos adiante os materiais de consumo utilizados na indústria.

FIQUE É importante, para a segurança do técnico, sempre checar se a máquina está desliga-
ALERTA da todas as vezes que for necessário aumentar a pressão do cilindro.

Agora, veremos o assunto materiais de consumo. Lembramos que, para ampliarmos nossos conheci-
mentos, é muito importante estudar literatura técnica.
As informações que adquirimos até aqui dará o suporte para continuidade dos estudos sobre os mate-
riais de consumo, visando a utilização dos processos de fabricação de peças em caldeiraria.

3.2.1 MATERIAIS DE CONSUMO

Os materiais de consumo são os elementos que cortam, desbastam, retiram rebarbas e fazem a limpeza,
conforme suas especificidades, juntamente com a máquina adequada. Os discos de corte e desbaste, as
pontas montadas e escovas rotativas são exemplos de materiais de consumo.
a) Disco de desbaste: são utilizados com a finalidade de fazer chanfros em tubos e chapas, limpeza
de superfície antes da solda, remoção de imperfeições em peças fundidas, retirar rebarbas de pe-
ças fundidas, além de preparação superficial para pintura ou revestimento. A posição correta de
trabalho deste disco deve ser no ângulo de 35° a 40°.

Figura 26 -  Disco de desbaste


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
3 Traçado de caldeiraria
45

b) Disco de corte: os discos abrasivos de corte são utilizados com a finalidade de realizar cortes em
materiais metálicos, onde a posição correta de trabalho para realizar o corte é o ângulo 90°, tanto
na horizontal quanto na vertical.

Disco de corte

Figura 27 -  Disco de corte


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para retirada dos disco de desbaste e de corte da esmerilhadeira, utilizamos uma chave radial, conforme
ilustra a imagem seguinte.

Figura 28 -  Fixação do disco na esmerilhadeira


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

É importante atentar para não misturar os discos que trabalham com material de aço-carbono, com os
discos que trabalham com material de aço inox.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
46

Você sabia que o formato da esmerilhadeira é semelhante ao da lixa-


deira angular? A diferença é que a rotação por minuto (RPM) e os discos
CURIOSIDADES utilizados são diferentes. A velocidade de trabalho da esmerilhadeira é
1500 RPM maior que a lixadeira.

c) Ponta montada: é um acessório utilizado nas retíficas para acabamentos em biséis em tubos ou
outros elementos cilíndricos. Tem diversas formas geométricas, como ilustra a figura seguinte.

Figura 29 -  Formato de ponta montada


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

d) Escova rotativa: usada na limpeza visual da superfície metálica que apresenta oxidação. Após o
processo de soldagem, é utilizada para fazer a limpeza visual para realização de ensaio não des-
trutivo.

Figura 30 -  Escova rotativa


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Agora que conhecemos vários tipos de material de consumo utilizados nos processos de traçagem e
confecção de peças de caldeiraria, vamos aprender sobre o que é traçagem, como desenhamos, desenvol-
vemos e planificamos vários tipos de peças de caldeiraria.
3 Traçado de caldeiraria
47

3.3 TRAÇAGEM

Dá-se o nome de traçagem ao conjunto de tarefas destinadas à criação de elementos básicos de cal-
deiraria, peças para tubulação que podem ser feitas em chapas, perfis e tubos, e equipamentos estáticos,
como tampos e cascos para vaso de pressão.
Para a realização do processo de traçagem de qualquer tipo peça, seja na chapa, no tubo ou em perfis,
o ponto de partida para a realização desta tarefa sempre parte de um desenho.
Nesse sentido, podemos dizer que em todo segmento industrial, seja químico, petroquímico, petróleo
e gás, metalurgia, siderurgia, agroindústria, usina de açúcar e álcool, naval, etc., há sempre o processo de
traçagem, corte e conformação de tubo, perfis e chapas, para a fabricação de peças, desde um simples dis-
co de chapa para tamponar um orifício, a outras peças mais complexas para equipamentos como reatores,
torres de fracionamento, trocadores de calor, caldeiras, fornos, etc.
Contudo, alguns cuidados precisam ser tomados na traçagem. E é sobre isso que trataremos a seguir.

3.3.1 CUIDADOS NA TRAÇAGEM

Antes de iniciar a traçagem, é importante observar qual é a solicitação do projeto, quanto às formas
geométricas, às tolerâncias, aos tipos de materiais, entre outras informações das peças a serem traçadas. A
este processo damos o nome de Minuta do Traçado.
São dados necessários que o profissional precisa obter, pois vai ter acesso a documentos que trazem no
seu bojo essas informações.

3.3.2 INDICAÇÕES DA ORDEM DE SERVIÇO

Ordem de serviço é o documento que descreve o que será realizado em uma determinada tarefa. Nela
pode constar desde os dados do cliente, a data que foi emitida, o local onde que foi feita ou será feita a
intervenção, os detalhes do que será feito, podendo contar também os recursos que serão utilizados nesta
tarefa.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
48

G&S CONSTRUÇÃO E MONTAGEM ORDEM DE SERVIÇO


Nº da Ordem de
TAG Serviço 16
PRIORIDADE NORMAL x URGENTE Data da Solicitação 08/01/2018
Data da Aprovação
SITUAÇÃO EM ANDAMENTO CONCLUÍDO Data da Entrega

EQUIPAMENTO
/ PEÇA

Descrição da solicitação do serviço/ atividade Cliente Contrato Áreas envolvidas


Projeto
Brasplast S/A 189/2018 Traçado x
Corte x
Conformação x
Soldagem

ALOCAÇÃO DE RECURSOS

QUANTIDADE DESCRIÇÃO DOS RECURSOS

CUIDADOS COM A SEGURANÇA

Supervisor/ Ass. Autorizado/ Ass.

Executado por
Data / / 2018

Figura 31 -  Ordem de serviço


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Na OS, encontramos informações como:


a) Número da ordem de serviço, que serve para o controle da área de programação do planejamen-
to, finanças e orçamento;
b) Nome do profissional responsável pela execução do serviço;
3 Traçado de caldeiraria
49

c) Descrição do serviço a ser executado; a prioridade de execução;


d) Nome da empresa solicitante;
e) Nome da empresa executante;
f) Cuidados com a segurança em relação ao serviço;
g) Prazo de execução do serviço;
h) Relação de materiais, máquinas, ferramentas, instrumentos se a ordem de serviço for interna para
execução de manutenção ou modificação de um equipamento com a colocação de novas peças.
Nesta ordem deve também constar o TAG6 do equipamento que vai ser instalado a nova peça.

O desenho técnico e a ordem de serviço são indispensáveis no processo de traçagem, mas as informa-
ções nelas encontradas só ajudarão se soubermos ler e interpretar o desenho, conhecermos as unidades
de medida e os elementos nelas descriminados.

3.3.3 RECOBRIMENTOS SUPERFICIAL E ACABAMENTO SUPERFICIAL

Você sabe o que é pré-tratamento de superfície? Então vamos saber a partir deste momento.
O pré-tratamento é quando fazemos a limpeza de uma peça antes de levar para a metalização ou pin-
tura. O objetivo da limpeza em uma superfície metálica é preparar para o acabamento, que pode ser uma
metalização ou pintura, assunto este que falaremos agora.
A retirada e remoção das impurezas das peças é feita para promover aderência adequada do revesti-
mento. Nas superfícies das peças metálicas, os tipos mais comuns de impureza encontradas são a oleosa,
proveniente do processo de laminação das chapas; as impurezas semissólidas, que é a mais difícil de remo-
ver e as que causam sérios problemas de aderência quando do acabamento.
A remoção destas impurezas se dá através de procedimento químico e mecânico.
No procedimento químico são utilizados detergentes químicos que visam a remoção de filmes e sujei-
ras aderidas na superfície. Os procedimentos mais comuns usados é a decapagem química por imersão e
o desengraxamento através da utilização de solventes.

6 TAG: é o registro de identificação do equipamento.


TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
50

Figura 32 -  Decapagem
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para cada tipo de material há uma forma diferente de remoção das impurezas, por exemplo, aplicação
dos solventes para remoção das impurezas. Essa aplicação se dá através de imersão das peças no solvente,
jateamento das peças com o solvente pelo vapor de solvente ou pela combinação de vapor e imersão do
solvente.
Já nos tratamentos mecânicos de superfície metálica, os procedimentos podem ser feitos através de
lixamento, jateamento, hidrojateamento, vibração e tambonamento.
No caso de traçado de peças, vamos falar a seguir sobre os três primeiros procedimentos que são os
mais comuns e utilizados na área de caldeiraria.
a) Lixamento: este tratamento de superfície envolve uso de ferramentas manuais como escova de
aço, espátula flexível e acessórios como folha de lixa e máquina, como lixadeira elétrica ou pneu-
mática.

Figura 33 -  Lixamento
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
3 Traçado de caldeiraria
51

O lixamento manual é feito para correção de um defeito superficial, através do uso de lixas de granula-
ções adequadas. Este método não é adequado para remoção de óxido que esteja aderido à superfície em
local de difícil acesso para lixamento.
Já o lixamento através de uma lixadeira elétrica ou pneumática é utilizado quando o defeito da superfí-
cie é maior e mais profundo. Possui uma boa eficiência e é menos trabalhoso do que o lixamento manual.
No tratamento da superfície com as lixas devemos começar com as lixas de granulações mais grossas e
depois iremos reduzindo para lixas de granulações mais finas. Essa sequência é para retirar os riscos deixa-
dos pelas lixas de granulações mais grossas.
b) Jateamento: esta é outra forma de limpeza da superfície. Este procedimento é com uso de abra-
sivo e os principais usados no jateamento são: a escória de fundição, a granalha de aço e a bauxita
sinterizada.

Figura 34 -  Jateamento
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

c) Hidrojateamento: nos anos 90 surgiu mais este método de limpeza de superfície, que utiliza a
água com alta pressão para a remoção das impurezas da superfície, através de equipamento hi-
dráulico móvel, com bomba de alta pressão, acionada por motor elétrico ou diesel.

Figura 35 -  Hidrojateamento
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
52

Este método em relação aos demais tem a vantagem de não gerar pó ou faíscas, não gerar impacto
ambiental, não alterar a rugosidade superficial da peça. Porém, em muitas das vezes, isso pode ser consi-
derado como uma desvantagem, porque o aumento da rugosidade superficial proporciona um aumento
do contato entre o metal e a tinta aplicada, contribuindo para o aumento da aderência. Este procedimento
de limpeza, portanto, é mais adequado para superfícies já pintadas anteriormente, onde já existe o perfil
de rugosidade.
Ainda falando sobre acabamentos, podemos dizer que o principal meio de proteção e acabamento de
superfície é realizado através da metalização e pintura. Os materiais de caldeiraria que passam pelo proces-
so de metalização são os perfis metálicos, chapas planas e tubos.

SAIBA Para saber mais sobre o manuseio e operação de máquinas, consulte a Norma Regula-
MAIS mentadora nº 12 (NR 12), sobre Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.

No caso específico do traçador de caldeiraria, os materiais utilizados para fabricar as peças passaram ou
passarão pelo processo de galvanização, também conhecido por zincagem, para proteger a sua superfície.

Figura 36 -  Galvanização
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

Neste processo de recobrimento metálico por galvanização, o banho de zinco adere ao aço, fazendo
uma camada que protege a peça da corrosão.
3 Traçado de caldeiraria
53

CASOS E RELATOS

A qualificação profissional gera conhecimento


Na parada de manutenção na indústria de produtos químicos Maraú do Norte S/A, houve a necessi-
dade de realizar um tratamento de superfície e pinturas nas estruturas metálicas nos tetos, costado
e piso dos tanques do dique 3 da unidade industrial.
O pintor Renato Teles, contratado recentemente pela empresa Losango Pinturas S/A, resolveu
aproveitar as latas de tinta que tinham sobrado de outro serviço. Estas tintas estavam armazenadas
no depósito já havia bastante tempo, e o seu prazo de validade já estava vencido.
Renato, então, pegou as latas de tintas, colocou no carrinho plataforma e seguiu para o local de tra-
balho para realizar a pintura das estruturas metálicas e dos tanques.
Dois meses depois da pintura, foi solicitada uma inspeção para verificar o motivo pelo qual as tintas
estavam soltando tão facilmente da superfície pintada.
Para a surpresa do pessoal que estava envolvido na inspeção da pintura, nenhuma das superfícies
estava pintada conforme prevê a norma.
Então, ainda durante a inspeção, foi constatado na verificação de uma das latas de tinta utilizada
por Renato, que as mesmas estavam com seu prazo de validade vencido e que as tintas usadas para
pintura do costado e do teto não poderiam ser as mesmas para a pintura do piso do tanque.
Para evitar que esse caso ocorresse novamente, foi recomendado que as tintas que sobrassem de
qualquer obra de manutenção teriam que ser devolvidas imediatamente ao almoxarifado, para o
mesmo ter o controle quanto ao prazo de validade, como também que os pintores da Losango Pin-
turas S/A passassem por um curso de qualificação profissional.

Outro processo de acabamento muito utilizado é a pintura, que consiste em uma técnica de proteção
anticorrosiva, no qual se utiliza diferentes tipos de tintas:
a) Tintas à base de solvente, verniz e água: a pintura pode ser realizada por meio de pincel ou
rolo manualmente e utilizando equipamento quando se usa a pistola, com ar comprimido;
b) Através de rolo e pincel: a pintura com pincel ou rolo é uma atividade manual onde o pintor
deposita a tinta com pinceladas longas ou curtas, suaves e uniformes, iniciando da esquerda para
a direita ou vice versa, no sentido de comprimento. A tinta contida no pincel ou rolo deve ser a
quantidade suficiente para cobrir a superfície da pintura;
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
54

c) Através de pistola com compressor de ar: neste processo a tinta é atomizada7 dentro da pisto-
la. O pintor aperta o gatilho, a tinta passa por um orifício formando um leque de tinta, e é direcio-
nada para a superfície a ser pintada.

Durante a pintura tem que ser observado:


-- A distância entre a pistola e o objeto a ser pintado. Alguns fatores vão influenciar na determi-
nação desta distância, tipo de tinta, condições climáticas e temperatura da peça a ser pintada;
-- A posição para realização da pintura pode ser tanto na posição horizontal como na vertical,
pois não é recomendável mudar de posição durante a pintura.

É um tipo de aplicação de tinta de um bom acabamento liso, homogêneo e um aspecto visual superior
à pintura com rolo e pincel. Também e indicada para pintura de áreas de grande dimensão e geometria
muito complexa.

Figura 37 -  Pintura com utilização de pistola


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

A secagem da tinta pode ser ao ar livre (o tempo de secagem varia conforme as condições de atmosfé-
rica); ou por meio artificial, através de secadores em estufa.

7 Atomizada: reduzir a gotícula, produzir uma vaporização fina.


3 Traçado de caldeiraria
55

RECAPITULANDO

Até agora você teve a oportunidade de se apropriar dos conhecimentos sobre ferramentas utilizadas
no processo de traçagem de caldeiraria, os seus tipos e sua utilização.
Conheceram os instrumentos mais utilizados e suas aplicações, as máquinas de caldeiraria e seus
acessórios, os materiais de consumo mais utilizados nas atividades na marcação, de corte e desbaste
dos materiais. Além disso, aprendeu sobre o conceito de traçagem, os cuidados que são necessários
durante o processo de traçagem. Vimos também os itens que podem compor uma ordem de serviço
e a que são direcionados. Aprendemos também sobre recobrimento de materiais metálicos e aca-
bamento superficial de peças através da pintura, que é procedimento de proteção das peças contra
a corrosão.
Vimos sobre a importância do tratamento e acabamento de superfície para a conservação das peças
metálicas de caldeiraria, que em muitas das vezes fica exposto em um ambiente sem cobertura e
passível de corrosão. No próximo capítulo aprenderemos acerca das técnicas de desenvolver e plani-
ficar peças metálicas ou não metálicas de caldeiraria e tubulação.
Técnicas de traçagem

Neste capítulo você irá estudar sobre os traçados de caldeiraria. As peças fabricadas através
do traçado de caldeiraria ainda ocupam grande espaço no mercado. Apesar das conexões de
aço forjado estarem disponíveis comercialmente, elas não são encontradas em todas as di-
mensões.
No traçado podemos obter peças de dimensões maiores ou menores do que normalmente
são oferecidas comercialmente. Como exemplo, podemos citar a possibilidade de fabricarmos
peças com materiais mais leves, com formato, diâmetro, altura, largura e comprimento dife-
renciados dos existentes no mercado, com o objetivo de atender à demanda e à necessidade
dos segmentos da indústria química, petroquímica, siderurgia, metalurgia, petróleo e gás, etc.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
58

4.1 TÉCNICAS DE PLANIFICAÇÃO

Vamos dar mais um importante passo para que você se torne um excelente profissional com conheci-
mentos em Traçados de Caldeiraria. Você aprenderá como se faz para planificar peças utilizando o método
tradicional com o uso do compasso, do esquadro, da régua e do transferidor de grau para fazer os traçados,
mas antes aprenda como fazer as divisões de circunferências em 4 e em 12 partes iguais.

Divisão da circunferência em quatro partes iguais

Primeiro trace uma reta. No exemplo será usado 100 mm de comprimento do ponto A ao ponto B, con-
forme a figura a seguir.

A B
Figura 38 -  Linha horizontal
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

E agora, como construir a perpendicular8 em relação a esta linha? Vamos lá, siga o passo a passo e não
terá dificuldade na hora da traçagem.
Após traçar a linha horizontal, abra o compasso com uma abertura maior do que a metade do compri-
mento da linha. Por exemplo, já que a metade da linha horizontal é de 50 mm, abra o compasso até 70 mm.
Com a ponta seca do compasso no ponto A, trace dois arcos, um acima e um abaixo da linha. Em seguida,
troque a posição da ponta seca para o ponto B e traçe outros dois arcos, também acima e abaixo da linha,
marcando os pontos C e D. Por fim, pegue o esquadro e faça outra linha passando pelos pontos C e D,
conforme a figura a seguir.

Perpendicular

A B
0
Ponto médio

Figura 39 -  Traçagem da linha perpendicular


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

8 Perpendicular: linha que forma o ângulo de 90° com a linha de referência.


4 Técnicas de traçagem
59

A partir da linha horizontal e da perpendicular prontas, é só fixar a ponta seca do compasso no ponto
médio da reta, abrir o compasso até a ponta de marcação, tocar o ponto A ou B e girar a ponta de marcação
do compasso em 360°.

90º 90º

A 0
B

90º 90º

D
Figura 40 -  Circunferência dividida em 4 partes
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Pronto, a circunferência está pronta e dividida em quatro partes iguais. Agora você verá como dividir
uma circunferência em 12 partes iguais.

Divisão da circunferência em 12 partes iguais

Primeiro, trace a linha horizontal e a perpendicular com o diâmetro da circunferência desejada, confor-
me processo anterior.
Abra o compasso com a metade do diâmetro desejado. Esse tamanho é chamado de raio da circunfe-
rência. Coloque a ponta seca do compasso no centro e dê um giro de 360°. Com a mesma abertura do raio,
coloque a ponta seca no ponto A e marque os pontos E e F.

A B

D
Figura 41 -  Marcação dos pontos E e F
Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
60

Colocando a ponta seca nos outros pontos (B/C/D), repita o mesmo processo. No final as marcas ficarão
conforme a figura seguinte.

C
E G

J I

A B

L
K

F
H
D

Figura 42 -  Circunferência dividida em 12 partes


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Pronto! A circunferência está dividida em 12 partes iguais. Você precisa ter o domínio desta técnica. Este
conhecimento será utilizado para desenvolver a maioria dos traçados.

4.1.1 CILINDRO DE BASE INCLINADA 30°

Agora, vamos fazer o traçado do cilindro de base inclinada. Com os conhecimentos adquiridos anterior-
mente, será muito fácil executar esta tarefa. Veja as instruções e depois experimente fazendo!
Inicialmente, construa uma circunferência com o diâmetro desejado. No exemplo, a circunferência será
de 40 mm. Depois, divida a metade da circunferência (180°) em 6 partes iguais. É o mesmo processo da
divisão da circunferência em 12 partes, basta apenas marcar os pontos na semicircunferência, conforme
figura a seguir.

A A’

Figura 43 -  Divisão da semicircunferência em 6 partes iguais


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Técnicas de traçagem
61

Depois de dividir a metade da circunferência em seis partes, puxe linhas retas horizontais de cada ponto
da divisão e identifique com números de 1 a 7, conforme a figura a seguir:

120 mm

7
6

5 mm
4

2
1
Figura 44 -  Linhas horizontais partindo de cada ponto da semicircunferência
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A altura do cilindro é 120 mm, então essas linhas devem ter uma medida maior, já que existe uma
margem de distância de mais ou menos 30 mm, de onde você deverá começar a medir os 120 mm. Veja
novamente a figura anterior.
Agora vamos partir para mais uma etapa da construção, que é marcar a inclinação do cilindro. Faremos
o passo a passo para 30°. Essa operação serve também para os ângulos de 45° e 60°.
Coloque o esquadro conforme a figura seguinte. O lado C1 deve estar perpendicular às linhas de 1 a 7.
Achando o ângulo de 30°, trace uma linha inclinada partindo da linha 7 até a linha 1.

120 mm

7
6 30º

5 mm
4
C1
3

2
1

C2

Figura 45 -  Posicionamento do esquadro


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
62

Para a planificação do cilindro, faça uma linha horizontal e divida-a em doze partes iguais. Para saber
o comprimento da linha, faça o cálculo: diâmetro do cilindro x 3,1416. Essa medida é o comprimento do
círculo da base inferior do cilindro.
O diâmetro usado no exemplo é 40 mm, portanto: 40 x 3,1416 = 125,6 mm, que pode ser arredondado
para 126 mm.

SAIBA Para saber sobre as regras de arredondamento, pesquise através do site do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a Resolução nº 886, de 26 de outubro de
MAIS 1966 - Normas de Apresentação Tabular.

A linha vertical do centro deverá ser identificada com o número 7. Depois, numere as divisões da es-
querda para o centro de 1 a 6 e da direita para o centro também de 1 a 6. Depois, levante linhas verticais
com tamanho de 120 mm, que é a altura do cilindro, conforme a figura a seguir.

1 2 3 4 5 6 7 6 5 4 3 2 1

Figura 46 -  Linha horizontal dividida em 12 partes iguais


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Agora, com a utilização do compasso, transfira para a figura planificada as medidas encontradas no
traçado da semicircunferência que você fez na figura “Posicionamento do esquadro”.
Observe a figura a seguir. Com a medida do compasso na linha número (1) da semicircunferência, trans-
fira esta medida para as linhas (1) da planificação. Depois, transfira a medida da linha número (2) da semi-
circunferência para as linhas (2) da planificação, e assim sucessivamente, para todas as outras linhas.
4 Técnicas de traçagem
63

1 2 3 4 5 6 7 6 5 4 3 2 1

Figura 47 -  Transferência das medidas do cilindro


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Depois de ter transferido todas as medidas, vamos ligar os pontos finais das linhas conforme a figura
seguinte. Está pronta a planificação do cilindro de base inclinada de 30°.

6 7 6

5 5
4 4
3 3
1 2 2 1

A 1 2 3 4 5 6 7 6 5 4 3 2 1 B

DM x 3,14

Figura 48 -  Cilindro planificado


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
64

Veja a imagem de como será o cilindro após a conformação.

Figura 49 -  Cilindro após conformação


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Sentiu alguma dificuldade? Se você seguir atentamente todos passos para a traçagem do cilindro, per-
ceberá que é uma atividade simples. Procure exercitar, repetindo o traçado com cilindros de outros diâ-
metros.

4.1.2 curvas

As curvas são conexões utilizadas para mudança de direção em uma tubulação. Normalmente as curvas
de gomos são usadas quando o traçado das linhas não comporta uma conexão forjada. Ela é confecciona-
da nas dimensões desejadas e todo o seu traçado é feito no papelão, que chamamos de gabarito. Depois
do gabarito pronto, é colocado na parte externa do tubo para marcação e corte no ângulo desejado.

DERIVAÇÃO SOLDADA A 90° (CONHECIDA COMO COTOVELO NO TUBO)

A derivação soldada a 90 graus é um tipo de curva utilizada para mudança de direção, como o nome já
diz, em 90° em uma tubulação.
Observe a figura a seguir. Note que o cotovelo a 90° é formado por dois cilindros de base inclinada. A
inclinação das bases dos dois cilindros é de 45º, basta dividir o ângulo de 90° por dois. Após fabricar as duas
partes, faz a união por soldagem.
4 Técnicas de traçagem
65

7
6
5
4
3
2
1
Figura 50 -  Cotovelo a 90°
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para traçar a planificação do cotovelo de uma tubulação a 90°, será necessário calcular o comprimento
do círculo da base e altura mínima do cilindro. Normalmente, a informação que você terá à disposição é o
diâmetro da tubulação.
Para fazer a planificação do cotovelo de 90°, utiliza-se um gabarito, onde o diâmetro externo do tubo
deve ser somado à espessura do papelão e seu resultado multiplicado por Pi (3,1416).
Comprimento = (Ø externo do tubo + espessura do papelão) x 3,1416.
Portanto, se o diâmetro do tubo é de 60 mm e a espessura do papelão é 1/16’’ (1,58 mm), sua soma dará
61,58 mm. Multiplicando este valor por Pi, temos: 61,58 x 3,1416 = 193,46 mm. Arredonde o número para
193 mm. Essa dimensão é o comprimento do cotovelo planificado.
O cálculo da altura é bastante simples, como o triângulo é retângulo, use as relações trigonométricas.
Observe a figura seguinte, como o ângulo é conhecido fica fácil.

45º
7
6
5

60 mm
4
3

45º
2
1

Figura 51 -  Cálculo da altura do cotovelo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
66

A tangente é a divisão entre os dois catetos do triângulo. Sabendo que a tangente de 45° vale 1, então
podemos fazer a conta: Tg (45°) = cateto oposto / cateto adjacente. Substituindo os valores, conforme a
figura anterior, ficamos com: 1 = 60 / x. Onde x = 60 mm.
Portanto, a altura mínima do cilindro será de 60 mm. É recomendável aumentar a altura do cilindro em
pelo menos 10 mm para ter espaço para conectar o cotovelo à tubulação.

Em um cotovelo a 90º com duas peças soldadas, a altura mínima de cada


CURIOSIDADES cilindro é igual ao diâmetro da tubulação.

Concluímos o desenvolvimento do cotovelo de 90°. Esperamos ter ajudado no aprendizado de mais um


traçado.
Vamos desenvolver mais um traçado muito importante, por isso, falaremos sobre outro tipo de curva
com raios maiores, chamadas curvas de gomo.

CURVA DE GOMO A 90° COM 2 SOLDAS EM TUBOS

São peças confeccionadas em tubos, utilizadas em tubulação para mudança de direção. A curva de
gomo a 90° se diferencia do cotovelo por ter uma curva mais suave, resultando em um raio maior.
Acompanhe os passos a serem seguidos para traçar a planificação dos elementos que compõem a curva
de gomos a 90° com um gomo de 45° e dois semigomos de 22°30’, em um gabarito de papelão, para ao
final transferir o formato do gabarito para os tubos.

1º Trace uma semicircunferência com Ø 60 mm


no lado esquerdo e divida em 6 partes iguais. A

2° Prolongue a linha CD de Ø 60 mm por mais


30 mm (raio da circunferência), ficando um
comprimento final de 90mm. D

30 mm

3° Trace o ângulo de 45° com uso do C


7
6
transferidor (coloque a linha de referência do
5
transferidor na linha de centro da
circunferência, no ponto O). A 4D

4° Trace uma linha inclinada com o ângulo 3

encontrado. 1
2

5° Trace linhas horizontais ligando as divisões D

30 mm
da circunferência até a linha inclinada e marque
os pontos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. 0

6º Calcule o perímetro da circunferência


6
transferidor (coloque a linha de referência do
5
transferidor na linha de centro da
4 Técnicas de traçagem
circunferência, no ponto O). A 4D
67
4° Trace uma linha inclinada com o ângulo 3

encontrado. 1
2

5° Trace linhas horizontais ligando as divisões D

30 mm
da circunferência até a linha inclinada e marque
os pontos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. 0

6º Calcule o perímetro da circunferência


utilizando o cálculo: Comprimento = (Ø externo
do tubo + espessura do papelão) x 3,1416.
7
Portanto se o diâmetro do tubo é de 60mm e a
espessura do papelão é 1/16’’ (1,58mm), sua
45º
soma vai dar 61,58mm. Multiplicando este valor
por Pi, temos: 61,58 x 3,1416 = 193,46mm. 1 2 3 4 5 6 6 5 4 3 2 1
Arredonde o número para 193 mm.
7° Divida o comprimento de 193 mm em 12
partes iguais e numere conforme figura ao lado.

C
7
6

8º Transfira a medida encontrada da linha CD 5

até o ponto 1 do 5° passo para o ponto 1 da A 4


7

figura do 7° passo, para cima e para baixo. 45 º


3
Conforme figura ao lado. 2

Depois repita o mesmo procedimento para os


1 1 2 3 4 5 6 6 5 4 3 2 1
D

pontos 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

11º Ligue a mão livre ou com uma régua


flexível as extremidades das linhas conforme 1 2 3 4 5 6 7 6 5 4 3 2 1

desenho ao lado. 1 2
3 3
2 1
4 4
5 5
6 6

12º Faça mais um gabarito igual ao anterior, e 7

dividir ao meio, conforme desenho ao lado.


Ficando com dois gabaritos, um inteiro (45°) e o 22 30º

outro pela metade (22°30’).

A C

13º Agora, após a conformação, a curva de


gomos ficará conforme a figura ao lado. 22,5º
D
45
º
22,5º

Quadro 2 - Desenvolvimento do gabarito da curva de gomo de 90° com duas soldas


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
68

SAIBA Para saber sobre cálculo de linha média para dobrar e curvar chapas, consulte o livro:
FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO. Cálculo técnico: aulas: 01 a 08. São Paulo: Fundação
MAIS Roberto Marinho, 2001.

As curvas de gomos a 90° podem ser produzidas com uma quantidade maior de elementos. Quanto
mais elementos, a curva será mais suave. Por exemplo, para fazer uma curva com quatro pedaços, construa
quatro semigomos de 22°30’.
Quando for solicitado para fazer uma curva de gomos, observe a quantidade de gomos e a quantidade
de solda que são solicitadas para traçar o ângulo corretamente.

4.1.3 Cones

Os cones são sólidos geométricos que possuem uma base circular. As linhas laterais se encontram em
único ponto chamado vértice. São formatos conhecidos por ser utilizados nas sinalizações de segurança e
para organização de trânsito.
Você entenderá a importância desse formato nas mudanças de diâmetro em tubulações e escoamen-
to de líquidos. Continue acompanhando atentamente os traçados que darão origem a essas construções
geométricas.

TRONCO DE CONE

Dando continuidade à traçagem de peças de caldeiraria, você agora vai aprender o passo a passo de
como se desenvolve a traçagem de um tronco de cone na chapa. O tronco do cone também é chamado de
redução concêntrica.
Primeiro construa uma linha com o diâmetro maior do cone. No exemplo será usado o diâmetro de 100
mm. Neste caso, faça uma linha horizontal com 100 mm de comprimento e identifique como sendo ponto
(A e B), conforme o modelo a seguir.

A B
100 mm

Figura 52 -  Traçado do diâmetro maior do tronco de cone


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Técnicas de traçagem
69

Depois, deve-se dividir a linha ao meio (50 mm). Nesta divisão, deve-se traçar uma perpendicular, com
comprimento de 60 mm, conforme figura seguinte, identificando como ponto (2a).

2a

A B

Figura 53 -  Traçado do diâmetro altura do tronco de cone


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

No próximo passo trace uma nova linha, paralela à reta AB, com o ponto médio em (2a) e com compri-
mento de 60 mm. Identifique a extremidade com os pontos (C e D).

C D
2a

A B

Figura 54 -  Traçado do diâmetro menor do tronco de cone


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Depois, faça a ligação entre os pontos (A e C) e (B e D), formando um trapézio, assim como demonstra
a figura a seguir.

C D
2a

A B

Figura 55 -  Formação do trapézio


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
70

Logo em seguida, prolongue a perpendicular, partindo do ponto 2a com mais 60 mm de comprimento


e identifique-a como ponto (E).

60

30 30

C D
2a

A B
50 50

Figura 56 -  Prolongamento da perpendicular


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Feita a perpendicular, ligue o ponto E aos pontos C e D, formando assim um triângulo.

60

30 30
C D
2a

A B
50 50

Figura 57 -  Fechamento do triângulo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Técnicas de traçagem
71

Agora, trace uma circunferência com diâmetro de 60 mm. Para fazer a circunferência, coloque a ponta
seca do compasso em (E) abrindo até (D), fazer um giro 360°, formando assim a circunferência menor, con-
forme a figura a seguir.

C D

A B

Figura 58 -  Traçado da circunferência menor


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para fazer a circunferência maior, você deve colocar a ponta seca do compasso em (E) e a ponta de mar-
cação em (B) e fazer um giro 360°, formando assim a circunferência maior.

C D

A B

Figura 59 -  Traçado da circunferência maior


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
72

Por fim, com as duas circunferências prontas, encontre o perímetro da base maior do tronco de cone.
Calcule o perímetro (P) da circunferência maior utilizando a fórmula:
P = 3,1416 x diâmetro

Se o diâmetro da circunferência maior é 100 mm, então:


P = 3,1416 x 100
P = 314,16 mm

Podemos dividir o perímetro em uma quantidade qualquer de partes. Quanto maior o número de par-
tes, melhor, pois chegaremos mais próximo possível da medida calculada do perímetro do tronco de cone.
Nesse exemplo, dividiremos o perímetro por 16 partes, daí teremos a medida de abertura do compasso:

314,0
= 19,62 mm
16

12

16

C D

A B

Figura 60 -  Divisão do arco da circunferência em 16 espaços


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Dessa forma, cada espaço da circunferência será de 19,5 mm. Abra o compasso com essa medida. Inicie
a divisão escolhendo o lado de um dos pontos, A ou B, sobre a circunferência. No exemplo iniciamos a
divisão próximo ao ponto B, marcando 16 espaços conforme figura anterior. Fique atento, são 16 espaços
e não 16 traços!
4 Técnicas de traçagem
73

4.1.4 TRANSIÇÕES

Quando se fala em tubo, vem em nosso pensamento algo cilíndrico, não é? Entretanto, essa afirmação
não está 100% correta, visto que muitas tubulações podem ser construídas nas formas quadradas ou re-
tangulares.
Em algum momento estas peças cilíndricas e quadradas irão se encontrar. É aí que entra as chamadas
transições, que podem ser do quadrado para redondo e também do retângulo para redondo. As transições
de redondo para quadrado têm a mesma traçagem que de quadrado para redondo. Assim como, as de
redondo para retângulo têm a mesma traçagem que de retângulo para redondo.
Primeiro, vamos aprender como desenvolver um tipo de transição chamado de quadrado para redondo
concêntrico e, depois, aprenderemos como realizar essa transição do retângulo para redondo concêntrico.

Quadrado para redondo concêntrico

Inicialmente, iremos fazer um gabarito na cartolina ou papelão. Para a primeira transição, utilizaremos
as seguintes dimensões: 140 x 140 mm para o quadrado e Ø 80 mm e 100 mm de altura para o redondo.

C 140 D

1° Traçar um quadrado de 140 x140 mm 140 140

A 140 B

C 140 D

2° Identificar os vértices do quadrado como (A,


140 140
B, C e D)

A 140 B

C 140 D
3° Dividir o quadrado ao meio, tanto no sentido
vertical como no sentido horizontal, achando
140 E 140
assim o centro do quadrado, identificando
como ponto (E).
A 140 B

C 140 D
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA C 140 D
74
3° Dividir o quadrado ao meio, tanto no sentido
vertical como no sentido horizontal, achando
140 E 140
assim o centro do quadrado, identificando
como ponto (E).
A 140 B

C 140 D
4° A partir do centro deste quadrado, traçar
uma circunferência com diâmetro 80 mm.
Obs.: só para lembrar, a abertura do compasso 140 140
para traçar a circunferência é a metade do
diâmetro, ou seja, raio é 40 mm.
A 140 B

5° Dividir esta circunferência em 12 partes 140


iguais. Fazemos isso com a mesma abertura do
compasso para o traçado da circunferência (R = 80
40 mm). 140
Obs.: Lembre-se de que você já fez a divisão em
12 partes iguais.

140
C D

6° Traçar as linhas da divisão da circunferência 80


140
até os cantos do quadrado (pontos A, B, C e D).
A B

C 140 D
7° Depois numeramos as linhas dos quadrantes
de baixo de (1, 2, 3 e 4), e o outro quadrante da
circunferência, de (4, 3, 2 e 1).
Obs. 1: não há necessidade de numerar os 140
outros quadrantes pela peça ser simétrica, ou 80
G
F
seja, as medidas dos quadrantes inferior são as 1 1
mesmas do quadrante superior. 2
Obs. 2: o desenvolvimento acima é realizado 2
3 3
em um gabarito, que pode ser feito em 4 4
cartolina ou papelão.
A B

Quadro 3 - Planta baixa da transição do quadrado para redondo concêntrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Quadrante9

9 Quadrante: área do círculo ou quadrilátero dividida em 4 partes iguais.


4 Técnicas de traçagem
75

Ainda não acabou! O nosso próximo passo será construir a verdadeira grandeza10 do quadrado para
redondo, fazendo assim o seu segundo gabarito.
Vamos lá?

8° Vamos construir uma linha (horizontal) e uma A


perpendicular (vertical), com a altura e o lado da
peça (quadrado) no caso (100 x 140 mm).
Identificamos as linhas: horizontal como B, 100
vertical como A e o encontro das duas linhas
como 0. 0 B
140

9° Para encontrar a verdadeira grandeza do 1


ponto (1,4), veja a figura do 7° passo, coloque a 2
ponta seca do compasso no canto do quadrado
3
(A), abra as pernas até o ponto 1 ou 4 da 4
circunferência.
Com a medida encontrada, coloque a ponta A
seca do compasso em (0) e marque na linha (B) a
medida encontrada. Esta será a verdadeira
100
grandeza.
Depois ligue esta marcação até a ponta superior
da linha vertical (A), conforme a segunda figura B
0
(1,4)
ao lado.
10° Para encontrar a verdadeira grandeza do
ponto (2, 3), coloque a ponta seca do compasso A
no canto do quadrado até o ponto 2 ou 3 da Verdadeira grandeza
circunferência da figura do 7° passo. Com a
medida encontrada, coloque a ponta seca do 100
compasso em (0), e marque na linha (B) da
verdadeira grandeza. 0
B
Depois, ligue esta marcação até a ponta da linha (2,3) (1,4)
vertical (A), na figura ao lado.

A
11° Para encontrar a verdadeira grandeza do Verdadeira grandeza
ponto (d), coloque a ponta seca do compasso no
ponto (G) e a ponta de marcação no ponto (F). 100
Com a medida encontrada, marque na linha (B)
e depois ligue até a linha (A), conforme figura ao B
lado. 0
(d) (2,3) (1,4)

Quadro 4 - Determinação da verdadeira grandeza do quadrado para redondo concêntrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

10 Verdadeira grandeza: é o tamanho da peça no desenho exatamente igual ao real.


TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
76

Agora que os nossos gabaritos estão prontos, vamos ao passo a passo para planificar a peça na chapa.

12° Traçar uma linha horizontal na chapa com a


medida do quadrado (140 mm). Na verdadeira 1
grandeza, da figura do 11° passo, pegue com o
compasso a distância de A até o ponto (1,4).
Coloque a ponta seca do compasso em (A), trace
um semiarco passando no meio do outro
semiarco, feito anteriormente, do lado esquerdo.
A B
Faça o mesmo semiarco em (B), do lado direito.

13° Ligar o ponto 1 aos pontos A e B.

A B

Quadro 5 - Traçagem na chapa metálica


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Feito isso, vamos trabalhar com as medidas das circunferências e da verdadeira grandeza. Colocamos as
figuras dos 7° e 11° passos para facilitar a visualização da planificação do quadrado para redondo.

140
A
Verdadeira grandeza
140
80
100
1 1
2
3 2
3
4 4
0
(d) (2,3) (1,4) B

Figura 61 -  Planta e verdadeira grandeza do quadrado para redondo concêntrico 1


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Vamos utilizar as ilustrações como referência. Vamos dar continuidade à planificação.


Siga atento cada passo:
4 Técnicas de traçagem
77

1° Vamos achar os pontos (2A, 2B):


1-Na circunferência da figura do 7° passo, com o
compasso, meça a dimensão entre os pontos 1 a
2 da circunferência. Na figura ao lado, coloque a Interseção dos Semiarcos
ponta seca do compasso em 1 e trace um
semiarco para direita e outro para esquerda.
2-Na verdadeira grandeza, da figura do 11° 2 2
1
passo, pegue com o compasso a distância de A
até o ponto (2,3). Volte à figura ao lado e
coloque a ponta seca do compasso em (A), trace
um semiarco passando no meio do outro
semiarco, feito anteriormente, do lado esquerdo. A
140
B

Faça o mesmo semiarco em (B), do lado direito.


Nos pontos de intersecção, marque cada um
como (2A, 2B) conforme figura ao lado.

2° Agora encontre o ponto (3A,3B)


1-Na circunferência da figura do 7° passo, com o
compasso, meça a dimensão entre os pontos 2 a
3 da circunferência. Na figura ao lado, coloque a
ponta seca do compasso em 2A e 2B e trace um
semiarco para direita e outro para esquerda. 3 3

2-Na verdadeira grandeza, da figura do 11° 2


1
2

passo, pegue com o compasso a distância de A


até o ponto (2,3). Na figura ao lado, coloque a
ponta seca do compasso em 2 do lado A e trace
um semiarco para esquerda. Com a mesma
A B
abertura do compasso, coloque a ponta seca em 140
2 do lado B e trace um semiarco para direita.
Nos pontos de intersecção, marque como (3A,
3B) conforme figura ao lado.

3° Agora ache o ponto (4A, 4B)


3-Na circunferência da figura do 7° passo, com o
compasso, pegue a dimensão entre os pontos 3
a 4 da circunferência. Na figura ao lado, coloque
a ponta seca do compasso em 3A e trace um 4 4
semiarco para esquerda. Com a mesma abertura
3 3
do compasso, coloque a ponta seca em 3B e
2 2
trace um semiarco para direita. 1
4-Na verdadeira grandeza, da figura do 11°
passo, pegue com o compasso a distância de A
até o ponto (1,4). Volte à figura ao lado e
coloque a ponta seca do compasso em (A), trace
A B
um semiarco passando no meio do outro 140

semiarco, feito anteriormente, do lado esquerdo.


Faça o mesmo semiarco em (B), do lado direito.
Nos pontos de intersecção, marque como (4A,
4B) conforme figura ao lado.

4 4

4° Ligue os pontos (1, 2, 3 e 4) do lado A, e faça o 3 3

mesmo com os pontos (1, 2, 3 e 4) do lado B, 2


1
2

conforme figura ao lado.


Essa ligação pode ser feita à mão livre ou com
do compasso, coloque a ponta seca em 3B e
2 2
trace um semiarco para direita. 1
4-Na verdadeira grandeza, da figura do 11°
78 TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
passo, pegue com o compasso a distância de A
até o ponto (1,4). Volte à figura ao lado e
coloque a ponta seca do compasso em (A), trace
A B
um semiarco passando no meio do outro 140

semiarco, feito anteriormente, do lado esquerdo.


Faça o mesmo semiarco em (B), do lado direito.
Nos pontos de intersecção, marque como (4A,
4B) conforme figura ao lado.

4 4

4° Ligue os pontos (1, 2, 3 e 4) do lado A, e faça o 3 3

mesmo com os pontos (1, 2, 3 e 4) do lado B, 2


1
2

conforme figura ao lado.


Essa ligação pode ser feita à mão livre ou com
régua flexível.
A B
140

4 4

3 3

5° Agora, ligue os pontos (2, 3 e 4) até A. Faça a 2


1
2

mesma sequência do lado B, conforme figura ao


lado.

A B
140

Quadro 6 - Planificação da transição do quadrado para redondo concêntrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Agora acharemos o deslocamento da peça para concluir a traçagem de um lado da transição.

6° Para achar o deslocamento da peça, utilize


novamente a figura do 11° passo e a de 4 4

verdadeira grandeza. 3 3
Para isso, abra o compasso e meça a dimensão 2 2
1
entre A e (d). Com essa abertura, volte à
planificação, como demonstra a figura ao lado.
Fixe a ponta seca do compasso em (4) do lado
(A) e trace um semiarco.
Depois, colocando a ponta seca do compasso A B
140
em 4, do lado (B).

7° Com a abertura do compasso na medida da 4 4


metade do quadrado, como no nosso exemplo
70 mm e volte à planificação. 3 3

Fixe a ponta seca do compasso em A, e trace um 2


1
2

semiarco passando pelo outro semiarco feito no


passo anterior e marcando o ponto de a1 b1

interseção entre eles.


Identifique como sendo (a1), depois faça o
A B
mesmo em (B) e identifique como (b1). 140

4 4
8º Com o esquadro ou régua, faça uma linha
7° Com a abertura do compasso na medida da 4 4
metade do quadrado, como no nosso exemplo 4 Técnicas de traçagem
70 mm e volte à planificação. 3 3 79
Fixe a ponta seca do compasso em A, e trace um 2
1
2

semiarco passando pelo outro semiarco feito no


passo anterior e marcando o ponto de a1 b1

interseção entre eles.


Identifique como sendo (a1), depois faça o
A B
mesmo em (B) e identifique como (b1). 140

4 4
8º Com o esquadro ou régua, faça uma linha
ligando A até a1. Depois faça o mesmo de B até 3 3

b1. 2
1
2
Para fechar a metade do quadrado para
redondo, pegue uma régua ou esquadro e trace a1 b1
uma linha do ponto (a1) até o ponto 4.
Faça a mesma sequência de b1 a 4 do lado
A B
direito, conforme figura ao lado. 140

Quadro 7 - Finalização da planificação do quadrado para redondo concêntrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Concluímos. Está pronta a metade do quadrado para redondo! Para traçar a outra metade, você vai
seguir o mesmo passo a passo explicado até aqui. Depois basta fixar as partes.
Agora que aprendemos a desenvolver o quadrado para redondo concêntrico, vamos aprender a traçar
o retângulo para redondo concêntrico.

RETÂNGULO PARA REDONDO CONCÊNTRICO

Vamos agora realizar o desenvolvimento do traçado de Retângulo para Redondo Concêntrico. Inicial-
mente, vamos traçar uma peça com o formato geométrico retangular e no interior desta peça, um círculo.
Isto é o que chamamos de retângulo para redondo.
Para facilitar a planificação desta peça, vamos definir as dimensões do retângulo e do círculo:
Lado maior do retângulo = 120 mm;
Lado menor do retângulo = 90 mm;
Altura da peça = 150 mm;
Diâmetro da circunferência = 62 mm.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
80

Vamos construir o primeiro gabarito:

120 mm

1° Vamos traçar o retângulo de 120 x 90 mm e


achar o centro, traçando uma linha na vertical e
na horizontal.
Identifique as partes, conforme desenho com as 90 mm C
letras (A, B e C) do lado direito. No centro deste
retângulo, trace uma circunferência com 62 mm
de diâmetro.

A B

120 mm

2° Divida a parte inferior do lado direito da


circunferência, em três partes iguais, e 4
90 mm C
identifique como ponto 1, 2, 3 e 4, partindo de 3
1 2
(A). Ligue os pontos 1, 2, 3 e 4 a (B).

A B

Quadro 8 - Planta baixa da transição retângulo para redondo concêntrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Técnicas de traçagem
81

O nosso próximo passo agora vai ser construir a verdadeira grandeza do retângulo para redondo, fazen-
do assim o nosso segundo gabarito:

3° Vamos construir uma linha horizontal no A


comprimento de 120 mm, e uma perpendicular
com a altura de 150 mm.
Obs. 1: A linha horizontal é na dimensão do lado
maior da retângulo, e a vertical corresponde à Verdadeira grandeza
A1 B1 B2 B3 B4 (dl)
altura da peça. 150 mm
Identifique as linhas: horizontal como B e
vertical como A.
As medidas das verdadeiras grandezas devem
ser identificadas como (A1, B1, B2, B3, B4). E o B
deslocamento da peça como (dl). A1 (dl) B3 B2 B1
B4
Obs. 2: Todas as medidas são marcadas na linha 120 mm
horizontal.
1
4° Para que façamos a planificação do retângulo
para redondo, devemos criar uma linha com a
dimensão do retângulo do lado maior (120 mm)
e identificar os pontos A e B.
Divida a linha e trace uma perpendicular no
ponto médio. Identifique como o ponto de
partida zero (0) e o fim como ponto um (1). A
A B
linha perpendicular deve ter 150 mm de altura. 0

5° Com o esquadro ou a régua, ligue o ponto 1


aos pontos A e B.

A B
120mm

Quadro 9 - Verdadeira grandeza da transição retângulo para redondo concêntrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
82

Agora vamos trabalhar com as medidas das circunferências e da verdadeira grandeza. Colocamos jun-
tas as figuras dos 2° e 3° passos para você relembrar e ajudar no restante do desenvolvimento da peça.

A
120 mm

90 mm 4 C 150 mm Verdadeira grandeza


3 A1 B1 B2 B3 B4 (dl)
1 2

A B B
A1 (dl) B3 B2 B4 B1
120 mm

Figura 62 -  Planta e verdadeira grandeza do quadrado para redondo concêntrico 2


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Técnicas de traçagem
83

Agora, vamos encontrar os pontos 2, 3, e 4 dos lados A e B para traçar a curva onde será encaixada a
parte redonda da tubulação.

1° Vamos encontrar o ponto 2A, 2B:


1-Na circunferência da figura do 2° passo, com o
compasso, meça a dimensão entre os pontos 2 a
3 da circunferência. Coloque a ponta seca do
compasso em 1 e trace um semiarco para direita 2 2
1
e outro para esquerda como na figura ao lado.
2-Na verdadeira grandeza, da figura do 3° passo,
pegue com o compasso a distância de A até o
ponto (B2). Volte à figura ao lado e coloque a
ponta seca do compasso em (A), trace um
semiarco passando no meio do outro semiarco,
feito anteriormente, do lado esquerdo.
3- Faça o mesmo semiarco em (B), do lado A 0 B

direito

2° Agora vamos achar o ponto (3A, 3B):


1-Na circunferência da figura do 2° passo, com o
compasso, pegue a dimensão entre os pontos 2
a 3 da circunferência. Coloque a ponta seca do
compasso do lado A, em 2, e trace um semiarco
para esquerda. Colocando a ponta seca do
3 3
compasso no lado B, em 2, e trace um semiarco 2 1 2

para direita.
2-Na verdadeira grandeza, da figura do 3° passo,
pegue com o compasso a distância de A até o
ponto (B3). Na figura ao lado, coloque a ponta
seca do compasso em (A), trace um semiarco
passando no meio do outro semiarco, feito
anteriormente, do lado esquerdo. Faça o mesmo A 0 B
semiarco em (B), do lado direito.
Nos pontos de interseção, marque como (3, 3),
conforme figura ao lado.

3° Vamos achar o ponto (4A, 4B):


1-Na circunferência da figura do 2° passo, com o
compasso, pegue a dimensão entre os pontos 3
a 4 da circunferência. Na figura ao lado, coloque
a ponta seca do compasso em 3 do lado A e
trace um semiarco para esquerda. Com a mesma 43 34
abertura do compasso, coloque a ponta seca em 2 1 2

3 do lado B e trace um semiarco para direita.


2-Na verdadeira grandeza, da figura do 3° passo,
pegue com o compasso a distância de A até o
ponto (B4). Volte à figura ao lado e coloque a
ponta seca do compasso em (A), trace um
semiarco passando no meio do outro semiarco,
feito anteriormente, do lado esquerdo. Faça o A 0 B
mesmo semiarco em (B), do lado direito.
Nos pontos de intersecção, marque como (4, 4),
conforme figura ao lado.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
84

43 34
2 1 2

4° Vamos fazer a ligações do ponto A até 1, 2, 3 e


4, fazendo o mesmo em relação aos pontos B
até 1, 2, 3 e 4.

A 0 B

5° Na figura do passo 3, na verdadeira grandeza,


pega a altura de (dl) com o compasso. Com a
ponta seca no ponto 4 do lado esquerdo (A),
trace um semiarco.
Faço o mesmo procedimento do lado direito (B).
Na figura do 2° passo e pegue a distância de B a
C com o compasso.
43 34
Retornando à figura ao lado, com a ponta seca 2 1 2

do compasso em A, trace o semiarco para o lado


esquerdo, passando no meio do outro semiarco
feito anteriormente.
Repita o mesmo procedimento para o lado B.
d1 d2
Identifique como ponto d1 do lado A e d2 do
lado B.
Com uma régua ou esquadro, trace uma linha A 0 B
ligando os pontos A até d1 e B até d2. Faça o
mesmo procedimento ligando os pontos d1 até
4 do lado A e d2 até 4 do lado B. Veja na figura
ao lado.
À mão livre ou com uma régua flexível, ligue os
pontos 1, 2, 3 e 4 do lado A e 1, 2, 3 e 4 do lado
B.

Quadro 10 - Planificação do retângulo para redondo concêntrico


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Finalmente, concluímos a metade do retângulo para redondo. Para traçar a outra metade do retângulo
para redondo, você deve fazer outra peça, seguindo o mesmo passo a passo explicado até aqui.

4.1.5 interseções

A derivação faz parte das interseções, usada para unir tubos que seguem direções diferentes. É muito
utilizada nas tubulações industriais, principalmente quando há pouco espaço para utilizar uma conexão
forjada. As derivações podem ser fabricadas em chapas ou tubos.
4 Técnicas de traçagem
85

Vamos agora acompanhar o passo a passo para o desenvolvimento e a planificação da derivação de 90°
no gabarito, através dos desenhos e das descrições. A derivação a 90°, também conhecida como “Boca de
lobo”, é a união entre dois tubos com diâmetros iguais com bico entroncado11 até o eixo do tubo12.
Vamos trabalhar com a derivação com o diâmetro de 60 mm, altura de 80 mm. No desenvolvimento da
derivação, haverá a necessidade de traçar duas circunferências de diâmetros iguais.

100 mm
1° Trace a primeira circunferência e identifique
A B
como (A).
Afastado 100 mm de centro a centro de (A), faça
a segunda circunferência e identifique como (B).
Veja como ficaram os desenhos das
circunferências na figura ao lado. A B

2° Dividir as duas semicircunferências, (A) do A


4
5 B
4 5
lado esquerdo e B do lado direito em oito partes 3
2
3
2
iguais. 1 1

Ligue as divisões da semicircunferência (B) para 2 2


3
a semicircunferência (A), identificando como 3
4 4
5
pontos 1, 2, 3, 4 e 5 a partir da linha de centro. A 5 B

3° Afastado 20 mm da borda da
semicircunferência (A), trace uma linha vertical A B
partindo do ponto1 para o ponto 5 da parte C
superior e inferior.
Identifique esta linha com a letra C. Figura A Figura C Figura B

4° Para fazer a planificação, calculamos o


perímetro. Some o diâmetro externo do tubo,
mais a espessura do papelão e o resultado
multiplique por Pi. Veja:
P = (D + esp) x Pi, onde;
P é igual ao perímetro
D é igual ao diâmetro externo do tubo;
esp. é a espessura do papelão;
Pi é a constante 3,1416.
D = 60 mm 1
esp = 1,58 mm.
P = (60 + 1,58) x 3,1416 = 193,46 mm, arredonde
para um número inteiro 193 mm. 1
5° Divida essa linha em 16 partes iguais.
Ou seja: 193/16=12 mm
Identifique a linha central com o número 1.
Ficarão oito partes para direita e oito para
esquerda.

6º Partindo da extremidade da esquerda, traçar


linhas verticais para cima nestas 16 divisões,
identificando as divisões como ponto 1, 2, 3, 4, 5.
Depois em ordem decrescente 4, 3, 2, 1, repete
a sequência de 1 até 5, e depois em ordem
decrescente até o ponto 1, conforme figura ao
lado.
Obs.: Feito isso, vamos trabalhar com as medidas 1 2 3 4 5 4 3 2 1 2 3 4 5 4 3 2 1
11 Entroncado: encaixado. A e B. Veja a figura do 3°
das circunferências
12 Eixo do tubo:para
passo, linhafacilitar
imaginária que passa noda
a visualização meio do tubo na direção do seu comprimento.
planificação.

7° Com o compasso, pegue a medida, entre o


ponto 1 da circunferência B e a ponta de
esp. é a espessura do papelão;
Pi é a constante 3,1416.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
86 D = 60 mm 1
esp = 1,58 mm.
P = (60 + 1,58) x 3,1416 = 193,46 mm, arredonde
para um número inteiro 193 mm. 1
5° Divida essa linha em 16 partes iguais.
Ou seja: 193/16=12 mm
Identifique a linha central com o número 1.
Ficarão oito partes para direita e oito para
esquerda.

6º Partindo da extremidade da esquerda, traçar


linhas verticais para cima nestas 16 divisões,
identificando as divisões como ponto 1, 2, 3, 4, 5.
Depois em ordem decrescente 4, 3, 2, 1, repete
a sequência de 1 até 5, e depois em ordem
decrescente até o ponto 1, conforme figura ao
lado.
Obs.: Feito isso, vamos trabalhar com as medidas 1 2 3 4 5 4 3 2 1 2 3 4 5 4 3 2 1
das circunferências A e B. Veja a figura do 3°
passo, para facilitar a visualização da
planificação.

7° Com o compasso, pegue a medida, entre o


ponto 1 da circunferência B e a ponta de
marcação em 1 da linha C do 3°passo, e transfira
para todos os pontos 1 da figura ao lado. Faça o
mesmo procedimento para os outros pontos 2,
1 2 3 4 5 4 3 2 1 2 3 4 5 4 3 2 1
3, 4 e 5.

8° Ligue os pontos à mão livre ou com uma


régua flexível. Temos o gabarito pronto. Agora é
transferir o perfil do gabarito para o tubo.
1 2 3 4 5 4 3 2 1 2 3 4 5 4 3 2 1

Exemplo de uma derivação a 90° encaixada até


o centro.

Quadro 11 - Planificação da derivação a 90° entre dois tubos com diâmetros iguais com bico
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

É preciso ter muito cuidado em executar o passo a passo para traçar uma derivação em boca de lobo.
Atente-se com as distâncias entre os pontos destacados na circunferência até a linha central C.

Derivação a 90° ou boca de lobo entre dois tubos com diâmetro maior X menor

A derivação de 90° de um tubo de diâmetro maior, para um de diâmetro menor, ocorre sempre quando
não tem uma peça forjada ou quando o espaço é pequeno para comportar uma conexão, um (Tê13) e um
Niple14.
Vamos então ao desenvolvimento desta peça em um gabarito. Acompanhe atentamente o passo a
passo:
13 Tê: elemento de tubulação que serve para unir ou separar dois tubos em direções diferentes.
14 Niple: elemento de tubulação rosqueado na parte externa para fazer a união dos tubos que estão na mesma direção.
4 Técnicas de traçagem
87

80 mm
1° Trace uma circunferência com 80 mm de
diâmetro e identifique como figura A. Com a
A B
distância de 80 mm de afastamento de centro a
centro, trace a 2° circunferência com o diâmetro
de 60 mm e identifique como B. 80 mm
60 mm

2° Divida a circunferência menor em três partes


iguais. Identifique cada parte como 1, 2, 3 e 4, a A 1 B
partir da linha de centro, e ligue até a borda da 2
34
circunferência maior.

3° Trace uma linha perpendicular, afastada 35


mm do centro da circunferência B e identifique
A C 1 B
como ponto C. 2
Obs.: Todo o desenvolvimento será a partir do 34
diâmetro da circunferência menor.

4º Vamos planificar a peça? Veja as variáveis que


usaremos:
D = 60 mm;
Esp = 1,58 mm;
Pi = 3,1416.
P = (D + Esp) * Pi
Com esses dados faça o cálculo:
P = (60 + 1,58) * 3,1416 => P = 193,46 mm, 1 2 3 4 3 2 1 2 3 4 3 2 1
arredondando para 193 mm.
193 mm será a comprimento da sua linha.
5° Faça a divisão desta reta em 12 partes iguais,
identificando o ponto central como 1. Logo
após, faça as identificações da mesma forma que
a figura ao lado.

6° Trace linhas verticais com altura de 100 mm,


para cima nas 12 divisões.
Obs.: Veja a figura do 3° passo para facilitar a
visualização da planificação.
1 2 3 4 3 2 1 2 3 4 3 2 1

7° Com o compasso pegue a medida entre o


ponto 1 da circunferência B e o ponto 1 na linha
C do 3°passo.
Volte a figura ao lado e transfira essa medida
para todos os pontos 1. Faça o mesmo
procedimento para todos os pontos 2, 3 e 4. 1 2 3 4 3 2 1 2 3 4 3 2 1

8° Ligue os pontos à mão livre ou com uma


régua flexível. O gabarito está pronto, agora é só
transferir o perfil para o tubo.
1 2 3 4 3 2 1 2 3 4 3 2 1
para cima nas 12 divisões.
Obs.: Veja a figura do 3° passo para facilitar a
visualização da planificação.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
88 1 2 3 4 3 2 1 2 3 4 3 2 1

7° Com o compasso pegue a medida entre o


ponto 1 da circunferência B e o ponto 1 na linha
C do 3°passo.
Volte a figura ao lado e transfira essa medida
para todos os pontos 1. Faça o mesmo
procedimento para todos os pontos 2, 3 e 4. 1 2 3 4 3 2 1 2 3 4 3 2 1

8° Ligue os pontos à mão livre ou com uma


régua flexível. O gabarito está pronto, agora é só
transferir o perfil para o tubo.
1 2 3 4 3 2 1 2 3 4 3 2 1

Exemplo de uma derivação com o diâmetro


menor entroncado em uma com diâmetro maior.

Quadro 12 - Planificação de derivação a 90°com um diâmetro maior e um diâmetro menor


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Você viu as formas de planificação para criar derivações a 90º em tubulações com mesmo diâmetro e
diâmetros diferentes. Como pôde perceber, as formas de planificação das derivações são parecidas. Fique
atento aos detalhes para não fazer confusões.

4.1.6 TAMPOS

Os tampos servem para fazer o fechamento de uma tubulação por razões de segurança, para evitar
vazamentos de fluidos, para evitar a entrada de elementos estranhos, tais como sujeira e até animais, além
do lado estético.

CHAPÉU CHINÊS

O chapéu chinês é um acessório fabricado em chapas de aço ou alumínio. Ele é utilizado nos terminais
de chaminés, nos tubos na posição vertical, nas tubulações de combate a incêndio, do teto de tanques, etc.
Também é utilizado para um melhor direcionamento da água em caso de incêndio.
Vamos desenvolver um chapéu chinês. Vamos definir os dados para a fabricação do chapéu chinês.
Diâmetro de 120 mm e altura de 80 mm.
4 Técnicas de traçagem
89

120
1° Trace uma linha horizontal com o diâmetro da 0
A B
peça 120 mm, identificando como ponto A e B.
2° Divida a linha, identificando-a como ponto (0). 80
Em seguida, trace uma linha vertical na parte
inferior com 80 mm, identificando como ponto C.
C

120

3° Coloque a ponta seca do compasso no ponto 80


C e a ponta de marcação em A e trace uma
circunferência.

4° Como o diâmetro do chapéu chinês que


estamos fazendo é de 120 mm, vamos calcular a
divisão deste diâmetro em 20 partes.
Para achar a medida da abertura do compasso
20 A B 1
para a divisão da circunferência em 20 partes,
multiplique por Pi (π). 19 2
C
Onde: 18 3
Parte = Pi x diâmetro; 17 4
P= 3,1416 x 120 = 376,99 mm. 16 5
Dividindo por 20 = 18,84 mm, aproxima para 15 6
19 mm. 14 7
Marque na circunferência 20 espaços, a partir de 13 8
12 11 10 9
B, com 19 mm e numere de 1 a 20, conforme
figura ao lado.
parte do material a ser cortado

cortar cortar
20 A B 1
cortar cortar
19 2
5° Trace retas partindo dos pontos 1 a 20 até o C
18 3
ponto C.
17 4
16 5
15 6
14 7
13 8
12 11 10 9

20 1
19 2
6° Realize o processo de corte do material que 18 3
não faz parte do chapéu chinês.
17 4
Depois de retirar a “sobra”, verifique se as
16 5
medidas estão conforme o desenho e se a chapa
15 6
já está liberada para a conformação.
14 7
13 8
12 11 10 9

Veja na figura ao lado a peça depois de


conformada.
12 11 10 9

TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA 20 1
90
19 2
6° Realize o processo de corte do material que 18 3
não faz parte do chapéu chinês.
17 4
Depois de retirar a “sobra”, verifique se as
16 5
medidas estão conforme o desenho e se a chapa
15 6
já está liberada para a conformação.
14 7
13 8
12 11 10 9

Veja na figura ao lado a peça depois de


conformada.

Quadro 13 - Planificação de chapéu chinês


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Muito bem! Percebeu como a construção do chapéu chinês foi simples? À medida que você está prati-
cando os traçados, as construções vão se tornando familiares. É importante exercitar, pois somente desta
maneira você se tornará um bom profissional.

PONTA DE TUBO MEIO ESFÉRICA

A ponta de tubo meio esférica é um tipo de conexão para fechamento de uma extremidade do final de
tubulação. Vamos fazer o desenvolvimento da ponta de tubo com diâmetro de 60 mm.

1° Para o desenvolvimento deste traçado, vamos 9


8
fazer 3 circunferências: uma no interior da outra,
com os diâmetros de 60 mm, 40 mm e 30 mm, 7
identificando como circunferência A, B e C.
A
Faça o traçado da primeira semicircunferência A. 6
Depois do lado esquerdo, vamos dividir em oito B
partes iguais.
5
C
Ligue os pontos encontrados ao centro da
circunferência, numerando-os de 1 a 9, conforme
figura ao lado. 4

3
2
1

9
8
7

6
2° Traçar as retas partindo dos pontos 4 a 6 nos
A

cruzamentos com as linhas das


B B
C C

5
semicircunferências A, B e C, conforme figura ao
A

lado.
4

3
2
1
identificando como circunferência A, B e C.
Faça o traçado da primeira semicircunferência A. 6
Depois do lado esquerdo, vamos dividir em oito B
4 Técnicas de traçagem
partes iguais.
5
C 91
Ligue os pontos encontrados ao centro da
circunferência, numerando-os de 1 a 9, conforme
figura ao lado. 4

3
2
1

9
8
7

6
2° Traçar as retas partindo dos pontos 4 a 6 nos

A
cruzamentos com as linhas das

B B
C C
5
semicircunferências A, B e C, conforme figura ao

A
lado.
4

3
2
1

Quadro 14 - Divisão das circunferências concêntricas


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Vamos fazer a planificação da peça? Lembrando que o diâmetro da circunferência é de 60 mm.


Vamos fazer o cálculo P = Pi x diâmetro, onde = 3,1416 x 60 = 188,5 mm.
Arredondaremos o valor para baixo e usaremos 188 mm.

3° Trace uma linha com o comprimento de 188


mm, identificando como A1, B1 e o centro como
A1 B1
9. 9

4° Dividida o comprimento da linha de 188 mm


por 16.
Abra o compasso com a medida encontrada e
marque oito espaços a partir do meio da reta. No
exemplo é o número 9. A1 B1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
Serão oito espaços para o lado direito, e oito
para o esquerdo. Identifique-os, conforme
figura ao lado.

5° Trace as linhas verticais, nos números pares,


com altura de 190 mm, conforme figura.
Obs.: Veja a figura do 2° passo, para facilitar a A1 B1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
visualização no processo de planificação.

6° Na circunferência (A), da figura do passo 2,


usando o compasso, pegue a distância do ponto
4 a 6.
Transfira esta medida para marcar nas linhas
verticais dos números pares.
Com a ponta seca do compasso no ponto 2 da
reta do lado (A 1), com a ponta de marcação,
1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
Serão oito espaços para o lado direito, e oito
para o esquerdo. Identifique-os, conforme
92 figura DE
TRAÇAGEM aoCALDEIRARIA
lado.

5° Trace as linhas verticais, nos números pares,


com altura de 190 mm, conforme figura.
Obs.: Veja a figura do 2° passo, para facilitar a A1 B1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
visualização no processo de planificação.

6° Na circunferência (A), da figura do passo 2,


usando o compasso, pegue a distância do ponto
4 a 6.
Transfira esta medida para marcar nas linhas
verticais dos números pares.
Com a ponta seca do compasso no ponto 2 da
reta do lado (A 1), com a ponta de marcação,
transfira essa medida para reta vertical,
identificando como ponto (a). Faça o mesmo
procedimento, do lado (B1) identificando como
ponto (b). Com uma régua, trace uma linha
horizontal ligando os pontos de (a) até (b). e f
7° Com a ponta seca do compasso no ponto (a)
da reta do lado (A 1), com a mesma abertura do c d
ponto de 4 a 6, transfira essa medida para reta a b
vertical, identificando como ponto (c). Faça o
mesmo procedimento, do lado (B1), A1 B1
identificando como ponto (d). Com uma régua, 1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
trace uma linha horizontal ligando os pontos (c)
e (d), conforme figura.
8° Com a ponta seca do compasso no ponto (c)
da reta do lado (A 1), com a mesma abertura do
ponto de 4 a 6, transfira essa medida para reta
vertical, identificando como ponto (e). Faça o
mesmo procedimento, do lado (B1),
identificando como ponto (f ). Com uma régua,
trace uma linha horizontal ligando os pontos (e)
e (f ), conforme figura.

9° Com o compasso, volte a circunferência do


passo 2 e pegue a metade da distância de 4 a 6
da semicircunferência B e marque na reta e f
horizontal, colocando a ponta seca do compasso
no ponto (a). Transfira essa medida para o lado c d
esquerdo e para o lado direito, achando os a1
a
a2
b
pontos (a1) e (a2). Repita o mesmo
procedimento para os outros pontos pares, A1 B1
conforme figura ao lado. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
10° Com o compasso, volte a circunferência do
passo 2 e pegue a metade da distância de 4 a 6
da semicircunferência C e marque na reta e f
horizontal, colocando a ponta seca do compasso
c1 c2
no ponto (c). Transfira essa medida para o lado c d
esquerdo e para o lado direito, achando os a b
pontos (c1) e (c2). Repita o mesmo procedimento
para os outros pontos pares, conforme figura ao A1 B1
lado. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1

e f

c d
11° Ligue os pontos 1, a1, c1, e, c2, a2 e 3, à mão
livre ou com uma régua flexível. Repita a mesma
a b
sequência de traçagem conforme figura ao lado.
A1 B1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
procedimento para os outros pontos pares, A1 B1
conforme figura ao lado. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1
10° Com o compasso, volte a circunferência do 4 Técnicas de traçagem
93
passo 2 e pegue a metade da distância de 4 a 6
da semicircunferência C e marque na reta e f
horizontal, colocando a ponta seca do compasso
c1 c2
no ponto (c). Transfira essa medida para o lado c d
esquerdo e para o lado direito, achando os a b
pontos (c1) e (c2). Repita o mesmo procedimento
para os outros pontos pares, conforme figura ao A1 B1
lado. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1

e f

c d
11° Ligue os pontos 1, a1, c1, e, c2, a2 e 3, à mão
livre ou com uma régua flexível. Repita a mesma
a b
sequência de traçagem conforme figura ao lado.
A1 B1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 8 7 6 5 4 3 2 1

Quadro 15 - Planificação da ponta de tubo meio esférica


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Finalizamos mais uma etapa de conhecimento sobre exemplos de traçados de peças de caldeiraria.
Veremos agora as técnicas para otimizar um traçado.

4.1.7 Otimização do traçado

Toda chapa possui uma largura e comprimento nominal15 padronizado.  Daí a importância de que a
leitura e interpretação de desenho sejam feitas corretamente. Com isso, haverá uma melhor otimização
das chapas.
Na seleção das chapas, para realizar a confecção de uma peça, o profissional responsável pela tarefa
deve conhecer quais são as dimensões utilizadas para fazer a peça e quais as dimensões que resultarão na
sobra da chapa. As sobras de uma chapa, dependendo da dimensão, será uma peça no futuro, para isso,
é recomendável organizar o que não foi aproveitado, deixando visível para ser utilizado o quanto antes.
Outro ponto a ser observado, antes de realizar o corte, é a possibilidade de traçar na mesma chapa,
peças com características similares. Com o mínimo de riscos e cortes podemos obter as peças. Com a utili-
zação deste tipo de plano haverá uma grande economia de chapa.

Quando for realizar a traçagem na chapa, verificar a direção das fibras do material
FIQUE a ser traçado, que deve ser paralela à direção da dobra ou curvatura e, deste modo,
estejam no sentido adequado, a fim de favorecer a operação, não diminuindo a resis-
ALERTA tência do material. Geralmente, as chapas têm formato retangular e as fibras têm a
direção do comprimento da chapa.

Quando se tem uma quantidade de peças a ser fabricada, devemos analisar as geometrias, visando um
melhor plano de corte. As sobras podem ser reduzidas substancialmente se consultar os novos pedidos
que entraram na área de produção. Além de estar se antecipando aos prazos, está otimizando a utilização
dos materiais, reduzindo custo com aquisição.

15 Comprimento nominal: medida teórica de uma peça fabricada conforme a norma.


TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
94

Existem muitas empresas que possuem softwares para otimização dos materiais e dos profissionais en-
volvidos no corte. Para aquelas empresas que não têm essa tecnologia, o controle deverá ser feito manual-
mente. Os profissionais nestes casos precisarão fazer os cálculos para obter a quantidade exata de material
para realizar o corte/fabricação da peça.
Independentemente do tipo de tecnologia utilizada, a melhor maneira de fazer uma otimização de
material é ter um controle do estoque e das sobras existentes na empresa. O ganho obtido com o planeja-
mento de um plano de corte faz com que a sobras sejam reduzidas, com isso, a otimização surtirá o efeito
desejado. O objetivo sempre será o aproveitamento do material que se tornaria sucata. Essas informações
são importantes para diminuir o grau de desperdício.
Todos os profissionais devem estar envolvidos na melhoria dos processos de utilização do material.
Isto deve ocorrer desde o momento do envio do pedido de fabricação de uma peça nova, passando pelo
momento que chegam à área de gestão, até a finalização na área de produção.

Aproveitamento de chapas

Nos planos de corte de chapas para fabricação das peças, o traçador de caldeiraria precisa primeira-
mente observar a geometria da peça para aproveitar da melhor forma possível o material, principalmente
quando se tratar de uma chapa ainda inteira.
O plano de corte deve sempre realizar a marcação da peça na chapa, partindo de uma das suas extremi-
dades para o centro, aproveitando assim a maior quantidade possível do material.
Por exemplo: para a fabricação de uma base para fixação de uma bomba com a dimensão de 140 x 240
mm, se tivermos uma chapa com dimensão de 150 x 260 mm:
a) Passo 1: mede-se primeiro a dimensão maior (240 mm);
b) Passo 2: mede-se a dimensão menor (140 mm);
c) Passo 3: a medição deve partir sempre da extremidade para o centro, de outra forma não será
possível o melhor aproveitamento da chapa e a redução do perímetro de corte.

Veja o exemplo de como podemos fazer esta medição:


4 Técnicas de traçagem
95

240 mm

150 mm

150 mm
140 mm
260 mm 260 mm
Figura 63 -  Chapa cortada
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para evitar o desperdício, ao receber o projeto para a fabricação de qualquer peça, é fundamental que o
traçador planeje o corte e realize todos os cálculos, antes de executar a operação de corte. A falta de crité-
rio no momento de cortar uma chapa pode gerar um custo muito elevado para a empresa.

Aproveitamento de tubos

Os tubos são vendidos comercialmente com comprimento de 6 metros, salvo nos casos de encomenda,
que podem ser encontrados com 12 metros. O aproveitamento dos tubos na fabricação de peças segue o
mesmo princípio do aproveitamento de chapas.
Vamos ver como podemos fazer isso?
Ao realizar um plano de corte de um tubo, priorize os cortes das peças com dimensões maiores.
Nosso exemplo será criar um plano de corte para a fabricação de oito peças, com as seguintes medidas:
(1098 mm, 998 mm, 1008 mm, 2798 mm, 1198 mm, 798 mm, 1958 mm e 1950 mm), com a disponibilidade
de dois (2) tubos com a dimensão de 6000 mm.

FIQUE Todos os perfis são vendidos em metros, porém no plano de corte todas as medidas
ALERTA devem estar em milímetros.

O plano de corte para o aproveitamento máximo do material seria de acordo com este a seguir. Com
uma sobra de aproximadamente 90 mm, considerando que em cada corte haverá a perda de 2 mm.
Vejamos o primeiro tubo com a dimensão de 6000 mm.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
96

6000 mm

Figura 64 -  Vara de tubo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A tabela com o plano de corte do primeiro tubo:

Peça 1 Peça 2 Peça 3 Peça 4


2798 mm 1098 mm 1008 mm 998 mm

2798 mm 1098 mm 1008 mm 998 mm sobra

Figura 65 -  Tubos cortados em 4 diferentes dimensões


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Veja o segundo tubo com a mesma dimensão, mas peça uma sobra de aproximadamente 88 mm, teria
o seguinte plano de corte:

Peça 5 Peça 6 Peça 7 Peça 8


1958 mm 1950 mm 1198 mm 798 mm

1958 mm 1950 mm 1198 mm 798 mm sobra

Figura 66 -  Segundo tubo cortado em 4 diferentes dimensões


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Técnicas de traçagem
97

Conforme estes dois planos de corte, se considerássemos um tubo com 12000 mm, sobrariam aproxi-
madamente 178 mm, que corresponde a uma sobra de 1,5% do comprimento total.

Aproveitamento de perfis

Os perfis são vendidos comercialmente com o comprimento de 6 metros. Conforme citado anterior-
mente, o plano de corte deve priorizar sempre a marcação para o corte dos perfis, partindo de uma das
suas extremidades para o centro, aproveitando assim a maior quantidade possível do material para fabri-
cação das peças.
Durante a fabricação de uma peça de formato retangular ou quadrado, com o perfil de cantoneira tipo
(L), você deverá executar a tarefa observando o desenho, verificando se as dimensões da peça são internas
ou externas.
Se as medidas forem externas, no processo de marcação da peça que será realizada o corte, você deverá
descontar a espessura do material. Exemplo: Se a espessura da cantoneira for de ¼’’, devemos descontar
6,35 mm, que é a dimensão de ¼” em milímetros, seguindo o mesmo procedimento para outras espessuras.

2”X2”X 6000 mm

Figura 67 -  Cantoneira L
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Vamos cortar as peças com a dimensões de 580 mm, 495 mm, 465 mm, 420 mm, 300 mm, 290 mm, 280
mm e 120 mm. As quantidades de cada peça estão na tabela a seguir:
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
98

Peça 1 Peça 2 Peça 3 Peça 4

4 pedaços 4 pedaços 4 pedaços 4 pedaços


de 300 mm de 290 mm de 280 mm de 120 mm
Peça 5 Peça 6 Peça 7 Peça 8

4 pedaços 4 pedaços 4 pedaços 4 pedaços


de 465 mm de 495 mm de 580 mm de 420 mm

Tabela 1 - Plano de corte das cantoneiras: dimensões das peças


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A primeira cantoneira será cortada baseada no plano de aproveitar a maior quantidade do material. O
primeiro plano de corte contempla as peças 5, 7 e 8.
Veja na tabela a seguir o plano de corte para primeira cantoneira:

Peça 7 Peça 5 Peça 8


580 580 580 580 465 465 465 465 420 420 420 420
mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm mm

Tabela 2 - Plano de corte da primeira cantoneira


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Veja na figura a seguir como será feito o traçado para o corte da primeira cantoneira. Portanto, somando
os comprimentos de todas estas peças mais 2 milímetros de cada corte, foi possível cortar as cantoneiras
para fabricar as doze peças, tendo uma sobra de material de aproximadamente 116 mm.

465 mm 465 mm 465 mm 465 mm Sobra

580 mm 580 mm 580 mm 580 mm 420 mm 420 mm 420 mm 420 mm

Figura 68 -  Corte das cantoneiras com as dimensões solicitadas


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
4 Técnicas de traçagem
99

A segunda cantoneira será cortada baseada no aproveitamento da maior quantidade do material possí-
vel, cortando as peças 1, 2, 3, 4 e 6 e sobrando um pedaço de aproximadamente 20 mm de material.
Veja na tabela a seguir como será feito o planejamento para o corte da cantoneira:

Peça 6 Peça 1
495 495 495 495 300 300 300 300
mm mm mm mm mm mm mm mm
Peça 2 Peça 3
290 290 290 290 280 280 280 280
mm mm mm mm mm mm mm mm
Peça 4 Sobra
120 120 120 120
20 mm
mm mm mm mm

Tabela 3 - Plano de corte da segunda cantoneira


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Percebeu como um bom planejamento de corte reduz ao mínimo a sobra de material. Precisamos fazer
essa prática a todo instante, pois os recursos materiais e financeiros não são somente uma preocupação da
gestão da empresa. É um esforço de todos os envolvidos no processo de fabricação.

4.2 Traçagem assistida por computador

Com o surgimento dos microcomputadores, uma empresa que trabalha com projeto e fabricação de
peças de caldeiraria pode utilizar um software de traçagem assistido por computador. Este programa de
computador é utilizado na tarefa de planificar peças de caldeiraria e de tubulações. A traçagem assistida
por computador realiza a programação de peças de forma rápida e precisa.
O desenvolvimento da superfície de uma peça a ser construída é de suma importância na indústria de
caldeiraria. As peças utilizadas neste ramo são de pequeno, médio e grande porte e possuem as mais varia-
das formas e dimensões. Como exemplo, temos tubulações e derivações para indústrias química, petroquí-
mica e de petróleo, estruturas metálicas para sustentação de equipamentos e cobertura de área, equipa-
mentos de processos estático como trocador de calor, torres de destilação, reatores, caldeiras, fornos, etc.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
100

Dessa forma, é importante que a tarefa de desenvolvê-las seja realizada de modo rápido e preciso.
Atendendo essa demanda, há softwares no mercado para desenvolver a traçagem visando a confecção de
peças de caldeiraria. Estes softwares são utilizados para dinamizar o trabalho. Em muitas empresas que não
têm esses recursos, o trabalho é feito de modo manual.
Através de um comando numérico, as máquinas de corte como oxicorte, corte plasma, corte laser, jato
d´água, funcionam permitindo a possibilidade de fabricação de peças mais rápidas do que no processo
convencional.

4.3 Aspectos de segurança e meio ambiente aplicadOS À traçagem

Quando se fala em área de fabricação de peças de caldeiraria, temos que nos preocupar com os aspec-
tos de segurança, que envolve os riscos na execução das operações e das questões ambientais, pois neste
processo pode gerar resíduos de diferentes tipos de materiais.
Por envolver materiais metálicos e não metálicos, os procedimentos de segurança devem iniciar desde
a seleção do material para a execução da traçagem e continua durante e depois do corte.
Além de manipular peças com grandes dimensões e peso, temos também que ter cuidado com a ergo-
nomia. Em relação às questões ambientais, devemos ter cuidado com a destinação correta dos resíduos
gerados durante o corte das chapas, dos tubos e dos perfis durante o processo de fabricação.

4.3.1 Ergonomia

Diante da realidade atual, onde novas tecnologias são aplicadas para aumentar a produção, o profissio-
nal envolvido nas tarefas de traçagem das peças de caldeiraria devem aplicar métodos, processo e lógica
mais adequada durante a execução das tarefas.
Nos trabalhos realizados na área de produção de peças de caldeiraria, quando se tratar de chapas, tu-
bos e perfis de grandes dimensões, os profissionais envolvidos na tarefa devem utilizar os equipamentos
de movimentação de cargas adequados para cada atividade. Quando envolver movimentação de cargas
horizontais, sempre se deve fazer uso de paleteira16, empilhadeira ou outro equipamento adequado.
No momento e nas movimentações de cargas verticais, utilizar talhas elétricas ou pontes rolantes. Um
bom leiaute da área de produção ajuda muito na questão da ergonomia, o posicionamento das bancadas
de traçagem devem estar próximos da talha elétrica e/ou da ponte rolante para facilitar a movimentação.

4.3.2 Tratamento de resíduos

Nas tarefas realizadas no dia a dia na área de produção de qualquer meio produtivo sobrará resíduos e
na fabricação de peças de caldeiraria não é diferente.

16 Paleteira: equipamento hidráulico destinado à elevação de cargas sobre paletes.


4 Técnicas de traçagem
101

Se os profissionais envolvidos não tiverem uma atenção especial e uma gestão adequada para o tra-
tamento de resíduos, no futuro vai gerar um grande passivo ambiental. Você observou durante a leitura
deste livro a preocupação com o princípio da economicidade e aproveitamento de materiais.
As práticas que devem nortear a gestão de resíduos, nas empresas que trabalham na fabricação de pe-
ças de caldeiraria, começam desde o processo de traçagem, passam pelo processo de corte de material, até
finalmente soldar/parafusar os componentes. Os resíduos que são gerados durante este processo devem
ser descartados sempre dentro de contêineres ou recipientes de coleta seletiva. Porém, deve-se entender
que é preciso encontrar soluções para diminuir a quantidade desses resíduos.
Durante a geração de resíduo, a sua coleta e o transporte devem ser realizados de forma eficiente e
compatíveis com a classificação e quantidade.

CASOS E RELATOS

Descobrindo o erro
A empresa metalúrgica Irmãos Alves Fabricação e Manutenção S/A estava passando por muita di-
ficuldade em equilibrar suas contas pela falta de clientes.
Um dos sócios teve a ideia de investir na divulgação da empresa. Passou a sair para visitar as em-
presas das regiões próximas para oferecer os serviços da metalúrgica. No início, a estratégia passou
a dar resultados, a Irmãos Alves passou a ser muito procurada. Mas eles não conseguiam fechar
contratos ou segurar os clientes por muito tempo. E o mais engraçado era que todos os clientes elo-
giavam a qualidade do serviço. Então, o que estava dando errado?
Os sócios resolveram fazer um curso de especialização e durante os estudos puderam perceber onde
estavam falhando. Era uma coisa muito simples, a sujeira no ambiente de trabalho e nas proximi-
dades da metalúrgica. A presença do lixo dava um aspecto de descuido e era contrário aos princípios
da maioria dos clientes.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
102

A Irmãos Alves resolveu fazer mais um investimento, contratou uma equipe para fazer uma grande
limpeza dentro da empresa e nas proximidades. Mas não fizeram essa ação isolada, aproveitaram
o momento para fazer propaganda da metalúrgica. Para fazer a mudança causando um impacto,
escolheram a data de 5 de junho, que é o dia Mundial do Meio Ambiente, para fazer o evento inicial.
Contrataram alguns especialistas na área ambiental para dar palestras gratuitas sobre conservação
ambiental, descarte de resíduos e coleta seletiva. Compraram recipientes para fazer a coleta seletiva
dentro da empresa e na área próxima. Desenvolveram uma página no seu site da internet para tirar
dúvidas quanto ao descarte de resíduos e reciclagem. E investiu em treinamento para os funcionári-
os sobre conservação ambiental.
Após dois meses depois da primeira ação não houve mais perda de clientes, muito pelo contrário,
conseguiram fechar novos contratos. A comunidade local estava satisfeita com o trabalho da em-
presa que fundou uma espécie de museu aberto ao público. Esse local passou a ser usado para tratar
de assuntos relacionados à conservação do meio ambiente através de oficinas, teatrinhos para as
crianças e palestras em geral.

A classificação só é possível quando a empresa tem implantada a coleta seletiva. Um exemplo da impor-
tância da coleta seletiva são as sobras de materiais, como aço inox, que tem valor agregado maior do que
os materiais de aço-carbono na hora da venda.

4.4 EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS

Estocagem de matéria-prima, o processo de fabricação, transporte e montagem dos produtos de cal-


deiraria e estruturas metálicas envolvem sempre uma grande movimentação de carga. Essa movimenta-
ção é um fator impactante no processo, pelo tempo de deslocamento e segurança desta operação, pelo
tamanho e peso dos produtos e pelos seus formatos irregulares.
Então para transportar essas cargas de modo mais racional e econômico, a indústria conta com uma
série de equipamentos e máquinas, além de acessórios e utensílios que auxiliam na movimentação destas
cargas. A partir deste momento abordaremos mais sobre esses equipamentos que podem ser manuais e
elétricos:
a) Talha manual de corrente tipo alavanca: são equipamentos para movimentação e içamento17
de cargas, com capacidade e curso limitado em função da operação a executar. Suas cargas va-
riam de 300 kg a 3 toneladas. O acionamento é através de uma alavanca e podem ser acionados
tanto na posição vertical como horizontal.

17 Içamento: suspensão de cargas.


4 Técnicas de traçagem
103

Figura 69 -  Talha manual de corrente tipo alavanca


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

b) Talha manual de corrente: seu acionamento é manual e através de corrente. Esses equipamen-
tos são fixados em estruturas, içando na posição vertical ou colocado em tróleis18, fazendo movi-
mento de translação. Normalmente a carga é içada por correntes, que em função das necessida-
des, variam de tipos e de sistemas de transmissão.

Figura 70 -  Talha manual de corrente


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

c) Talha elétrica: é um equipamento cuja função é elevar carga pesada ou de difícil locomoção.
É movido por uma força elétrica e muito utilizada nas áreas industriais para levantar, abaixar e

18 Tróleis: carrinhos que se deslocam sobre trilhos, onde se coloca o sistema mecânico de elevação de carga.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
104

mover objetos de difícil movimentação. É usada para movimentação de cargas verticais, quando
utiliza um trólei realiza operação de translação.

Figura 71 -  Talha elétrica


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

d) Ponte rolante: é um equipamento destinado a elevar e transladar cargas de um ponto a outro.


A movimentação é feita sobre trilhos pelos mecanismos de translação que podem ser acionados
à mão ou eletronicamente. A construção e a operação deste equipamento seguem as seguintes
normas:
-- NR 10 – Segurança em Instalação Elétricas;

-- NR 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais;

-- NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos;

-- Estruturas metálicas feitas em aço ASTM – A36.


4 Técnicas de traçagem
105

Figura 72 -  Ponte rolante


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

e) Acessórios de movimentação de cargas: em todo transporte de carga é importante que o ope-


rador verifique se o acessório utilizado é adequado ao tipo de carga e se o engate está perfeito,
antes da elevação total da mesma.
-- Cintas de nylon: adaptam-se facilmente a diversos tipos de cargas.

-- Capacidade de cargas: é variável conforme largura, tipo de costura, olhal e forma de utili-
zação;
-- Irregularidades: cortes, desgastes, deterioração e mau uso, quando detectados devem ser
substituídas;
-- Armazenamento: a cinta deve ser mantida limpa, isenta de óleos, graxa, produtos químicos
ou água salgada, em local apropriado sem exposição à luz solar;
-- Evitar uso de cintas em arestas metálicas, pois estas podem danificar a cinta e diminuir sua
vida útil.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
106

Figura 73 -  Cinta de nylon


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

-- Esticadores: são peças forjadas que normalmente são utilizadas para transporte e movimen-
tação de cargas, podendo ter inúmeras utilidades dependendo da necessidade de uso, como:
tensores de cabos, em fixações de estrutura, etc.

Figura 74 -  Esticador
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

-- Manilhas: é um acessório formado por duas partes: coroa e pino (corpo e cavirão) facilmente
desmontável, usadas normalmente para fixação de cargas;
4 Técnicas de traçagem
107

Figura 75 -  Manilha
Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Nunca esqueça de verificar se todos os elementos que estão sendo utilizados para a movimentação de
carga estão em perfeitas condições para uso. Inspecione detalhadamente e, se houver sinal de desgaste ou
dano, providencie a substituição. Nunca faça improvisos, cada componente foi projetado para uma aplica-
ção. Muito cuidado, o que está em primeiro lugar é a saúde e segurança do trabalhador.

RECAPITULANDO

Neste capítulo foi possível obter o conhecimento sobre como desenvolver os principais traçados de
caldeiraria em tubos e chapas e como utilizar os gabaritos para transferir as medidas. Foram passa-
das as técnicas para construção de linhas perpendiculares e divisão da circunferência em 12 partes,
servindo como base para a construção dos traçados dos cotovelos, curvas de gomos, tronco de cone,
derivações do tipo boca de lobo. Foram trabalhadas as técnicas para a elaboração das transições de
quadrado para redondo e retângulo para redondo concêntrico, além dos tampos do tipo chapéu
chinês e do fechamento da ponta da tubulação meio esférica.
Foi possível abordar sobre as formas de otimização do traçado para o melhor aproveitamento da
matéria-prima através de exemplos sobre o planejamento do corte que será realizado.
Os conhecimentos adquiridos sobre os equipamentos de movimentação de cargas e seus acessóri-
os serão de grande valia no momento de movimentar os materiais para fabricação de peças de cal-
deiraria. As formas de movimentação das cargas influenciam na segurança e saúde do trabalhador.
No próximo capítulo será abordado outro tema muito importante no processo de aprendizagem de
traçagem de peças de caldeiraria, que é a qualidade na traçagem.
Qualidade na traçagem

Você já pensou sobre quando um produto não sai conforme as especificações de projeto?
E quando precisa retornar para corrigir o defeito e o local de fabricação fica a quilômetros de
distância? Imagine o transtorno. Nesta situação verifica-se a necessidade da qualidade.
Você conhece quais as ferramentas da qualidade mais eficazes para se obter peças de di-
mensões diferentes do que normalmente é oferecida comercialmente, sem perder a sua qua-
lidade?
Bom, neste capítulo você conhecerá, como também as principais finalidades da qualidade
da traçagem no processo de fabricação de elementos de caldeiraria.
Temos que conhecer e executar os processos de traçagem para que possamos realizar os
serviços solicitados com qualidade.
Para desenvolver operações ligadas aos diferentes métodos e processos de traçagem, te-
mos que ter o conhecimento necessário para fabricar as peças com qualidade, utilizando as
ferramentas, instrumentos e os equipamentos de acordo com o desenvolvimento da tarefa,
obedecendo os critérios de uso.
Sabendo que após realizar o traçado de caldeiraria, o caldeireiro, durante o processo de
corte, deixa as peças com sobremetal. Isto significa que as dimensões utilizadas para o corte
ficam um pouco maior do que o traçado, devido à possibilidade dos equipamentos/ferramen-
tas utilizados para fazer este corte, tipo lâmina da tesoura com o fio de corte danificado, régua
da guilhotina desalinhada ou bico do aparelho de oxicorte inadequado ou danificado, fazendo
com que, mesmo com toda a habilidade que o profissional possua, os defeitos citados anterior-
mente irão influenciar no corte.
Com este sobremetal deixado, diminui a possibilidade de retirar material onde não é ne-
cessário, podendo ocasionar a perda da peça. Além disso, existe também em alguns casos, a
necessidade de deixar as peças um pouco maiores para realizar o ajuste no local da montagem
(campo).
Ter o conhecimento sobre qualidade por si só não é garantia de se obter um produto dentro
das especificações desejadas. Precisamos de outros mecanismos para garantir que esta quali-
dade se efetive, por isso, vamos conhecer alguns mecanismos que darão suporte para que esta
qualidade se concretize.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
110

5.1 INSPEÇÃO VISUAL DO TRAÇADO

A primeira inspeção a ser realizada sempre é a visual. Por se tratar de um método mais simples de ins-
peção, não requerendo instrumento sofisticado, dependendo exclusivamente da avaliação do profissional
que está executando a tarefa.
As três etapas da inspeção visual são:
a) Detecção: que é a procura para verificar se existe defeito na peça. Essa etapa pode ser dividida
em dois momentos:
-- Inspeção por acuidade visual: as inspeções visam garantir, de forma eficaz, que as dimen-
sões da peça que acabou de ser fabricada estejam conforme projeto, para que a mesma não
seja liberada da área de fabricação com algum defeito que poderá causar um problema grave
mais adiante, tempo perdido na montagem, onde não poderá ser montada ou precisará fazer
adaptações no campo para realizar a montagem. Adaptações estas que poderão colocar em
risco a planta e os colaboradores;
-- Inspeção por lupa: a lupa é um instrumento óptico munido de uma lente com capacidade
de ampliar imagens. É utilizada para observar com mais detalhe defeitos em superfícies que
não seria possível localizar utilizando só a visão humana.

Figura 76 -  Lupa para inspeção visual


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

b) Identificação: identificação de qual é o tipo de defeito;


c) Avaliação: que é avaliar se a peça pode ser aproveitada, segundo o critério de aceitação estabe-
lecido. Se o defeito ultrapassar o critério de aceitação estabelecido, deverá ser verificada se a peça
pode ser reparada. Caso não possa ser reparada, ela será rejeitada.
A imagem a seguir ilustra uma chapa com uma trinca externa, detectada através da inspeção visual,
antes de iniciar o traçado da(s) peça(s). Como foi detectada a trinca, essa chapa vai passar por um ensaio
não destrutivo para verificar se a falha é pontual ou em toda a sua superfície.
5 Qualidade na traçagem
111

Figura 77 -  Chapa com trinca visível


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Após a inspeção visual, caso haja necessidade, são realizados ensaios com aparelhos específicos para
detectar possíveis defeitos que não foram percebidos através da lupa.

Trinca em uma chapa


detectada em uma
inspeção visual

Trinca em um chapa
detectada em uma
inspeção visual

Figura 78 -  Chapa com trinca visível apenas com a lupa


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A depender da solicitação requerida para a peça e para qual tipo de equipamento foi fabricada a mes-
ma, antes de ser montada, deverá ser submetida a um ensaio não destrutivo.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
112

Figura 79 -  Ensaio de ultrassom


Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.

O ensaio pode ser de líquido penetrante, ultrassom ou outro, visando evidenciar que a mesma suporta
os esforços a que será submetida.

END significa que ensaios não destrutivos são realizados em peças


componentes acabados ou semiacabados, para verificar a existência de
CURIOSIDADES defeitos com a vantagem de que, no final do teste, volta para o local de
trabalho sem sofrer nenhuma mudança na sua característica.

Encerramos uma etapa sobre os conhecimentos de inspeção visual do traçado e trataremos agora so-
bre o controle dimensional, assunto muito importante quando se trata de processo de fabricação e quali-
dade nos traçados.
5 Qualidade na traçagem
113

5.2 Controle dimensional

Controle dimensional é um método capaz de verificar, de maneira eficiente, se as características dimen-


sionais das peças que estão sendo fabricadas estão de acordo com as especificações de projeto.
O profissional que atua no ramo de caldeiraria deve possuir conhecimento teórico e prático sobre di-
mensional, porque a atividade envolve o dimensionamento de estrutura metálica, tubulações e chapas de
caldeiraria que serão fabricadas para diversas finalidades.
A inspeção dimensional serve para verificar se as dimensões das peças estão conforme projeto, seguin-
do essas etapas na preparação dos materiais e ferramentas:
1º Passo: selecionar e verificar a disponibilidade dos materiais e das ferramentas a serem utilizadas no
processo de fabricação das peças. Antes de iniciar as atividades, realizar a sua inspeção e colocar em local
adequado as ferramentas e instrumentos;
2° Passo: fazer uma inspeção nos equipamentos que vão ser utilizados durante o processo de fabrica-
ção das peças, verificando se estão em boas condições de uso;
3° Passo: no material a ser trabalhado, fazer marcação das posições dos cortes, utilizando marcador
industrial ou punção de bico, o que for mais adequado. E quando do uso de tinta, deve-se utilizar uma de
boa qualidade para facilitar a marcação da peça durante a traçagem, ficando o traçado bem nítido. Evitar
fazer riscos desnecessários nas peças durante a traçagem, para não ocorrer equívocos durante o corte;
4° Passo: inspecionar visualmente os instrumentos utilizados na traçagem quanto à limpeza, lubrifica-
ção e guarda em local apropriado, sempre separados das ferramentas;
5° Passo: ter o cuidado de não misturar as ferramentas utilizadas na traçagem de materiais de aço inox
com as ferramentas utilizadas na traçagem com materiais de aço-carbono, para evitar a contaminação com
o resíduo que fica nas ferramentas.

Seguindo estes passos de um traçado bem definido, com o dimensional conforme o projeto, a possibi-
lidade de termos peças de boa qualidade é elevada.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
114

CASOS E RELATOS

Controle de qualidade
Eduardo é traçador de caldeiraria há cinco anos e estava atuando como inspetor dimensional na em-
presa. Ele estava muito satisfeito com a sua área de atuação e buscava cada vez mais conhecimentos
sobre assuntos relacionados ao processo de fabricação de caldeiraria.
Certo dia, Eduardo, com seus equipamentos de proteção individual, recebeu a ordem de serviço.
Juntamente com outro colega, ele ficou responsável pela inspeção dimensional de alguns suportes
de tubulação. As peças foram fabricadas pelo grupo de trabalho da equipe da noite.
Eduardo e seu colega iniciaram a inspeção. Logo, perceberam que um dos lados de alguns suportes
da tubulação não estavam com a largura correta conforme pedia o desenho de projeto.
Eduardo, no seu relatório, apontou a não conformidade e sugeriu que antes da saída da área de
fabricação, para o departamento de qualidade, todas peças passassem pela lista de verificação. Este
procedimento evitaria grandes retrabalhos e preveniria possíveis problemas que pudessem passar
despercebidos.

Na figura a seguir, vemos o exemplo do chapéu chinês, onde a medida da primeira peça, é dada pela
parte interna, ou seja, o encaixe se dará na outra peça pelo lado de dentro (interno); e na outra figura o
encaixe é pela parte externa, ou seja, o encaixe se dará na outra pela parte externa. Se no momento da
traçagem, corte e conformação de uma das duas peças das duas figuras, uma das peças ficassem com di-
mensões maiores ou menores, não haverá o encaixe perfeito das peças.

Figura 80 -  Chapéu chinês com encaixe interno


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
5 Qualidade na traçagem
115

Enquanto que, na peça a seguir, o encaixe é pelo lado de fora da outra peça (externa).

Figura 81 -  Chapéu chinês com encaixe externo


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

É importante observar que, na construção das peças anteriores, as medidas internas e externas são di-
ferentes, mesmo se tratando da mesma peça.

FIQUE Sempre que for realizar uma medição e o resultado desta medição é pela medida ex-
ALERTA terna, lembre-se de somar o diâmetro interno mais a espessura do material.

Antes da aplicação de revestimento, pintura ou qualquer outro tipo de tratamento, serão checadas se
todas as medidas da peça estão de acordo com as previstas no projeto.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
116

5.3 Normas DE Codificação e Padronização industrial (ISO, ABNT) aplicáveis À


traçagem

As empresas precisam transmitir confiabilidade de que possuem capacidade de fornecer produtos em


conformidade com os requisitos exigidos pelo cliente. Para que isto venha acontecer, a empresa deve
implantar uma filosofia de busca de melhoria contínua, com vista de um atendimento ao cliente cada vez
melhor.
Deve-se evitar reclamação dos clientes e, se houver, que seja prontamente resolvida. Evitando, assim,
que as reclamações se tornem rotina. Ou seja, é necessário criar procedimentos visando evitar erros.
Baseado nesta premissa, o processo de fabricação deve possuir um sistema de rastreabilidade19 eficaz,
que garanta a qualidade do produto, assegurando a qualidade da matéria-prima e do processo, disponibi-
lizando, caso seja necessário, estas informações.
A empresa deve também ter uma equipe de atendimento para informar sobre o andamento do serviço
e o prazo de entrega do produto.
Toda essa gestão da qualidade se faz necessária, porque muitas das vezes são solicitadas confecções de
peças que serão utilizadas em equipamentos que operam com produtos perigosos e com alta pressão e
temperatura. Esta rastreabilidade é importante para ter a visão e o controle do processo e, com isso, garan-
tir que o produto é confiável no aspecto de segurança e de proteção ao meio ambiente.
Nesse processo de fabricação é importante que o técnico siga uma padronização priorizando a qualida-
de, visto que as peças produzidas podem atender ao mercado nacional ou internacional.
Assim, existem normas para que essas questões sejam cumpridas, como as normas ISO e ABNT. As nor-
mas ISO são regras que certificam produtos e serviços de acordo com as especificações da Organização
Internacional de Padronização.
a) Norma ISO: essas normas são utilizadas por empresas que desejam utilizar sistemas de gestão e
certificadas por meio desse organismo internacional, pelos motivos de que diversos produtos de
caldeiraria poderão ser fabricados para outros países. Se a empresa não tiver a certificação, fica
impedida de vender seus produtos no mercado externo. Por isso, a importância de manter ins-
trumentos calibrados, seguir as normas de segurança na execução de operação de traçar, marcar,
furar, cortar, planificar e desbastar peças;
b) Norma ABNT: é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil. Trabalha junto com
empresas, consumidores e outros diversos grupos na elaboração, aprovação e divulgação de nor-
mas. As empresas que trabalham com processo de fabricação de caldeiraria que ainda não pos-
suem certificação implantam algumas normas com intuito de obter esta certificação.

19 Rastreabilidade: capacidade de recuperar um histórico, aplicar ou localizar um material ou um determinado produto


através de identificação registrada.
5 Qualidade na traçagem
117

Duas normas da ABNT também se relacionam com a certificação dos profissionais envolvidos na tarefa
de caldeiraria, que são: caldeireiro montador, que segue a norma da ABNT NBR 15151; e o caldeireiro de
manutenção, a norma da ABNT NBR 15153.

Consulte as normas API (Instituto Americano de Petróleo), onde encontrará os proce-


SAIBA dimentos na fabricação de peças de tanques para armazenamento de produto de pe-
tróleo; ASME, que é uma padronização da Sociedade dos Engenheiros Mecânicos dos
MAIS Estados Unidos (American Society of Mechanical Engineers - ASME) que regulamenta o
projeto e construção de caldeiras e vasos de pressão.

Com os conhecimentos adquiridos sobre normas, vamos aprender sobre mais um conhecimento im-
portante na formação profissional, que é a leitura de documento da ferramenta da qualidade.

5.4 Documentações de registro (lista de verificação)

As ferramentas da qualidade são métodos conhecidos por adequar, monitorar e controlar processos,
resultando na qualidade de um determinado processo. Esse conjunto de ferramentas possibilita, também,
a melhoria contínua, garantindo ao produto os requisitos de qualidade adequada.
Existem diversas ferramentas da qualidade, no entanto, iremos conhecer uma delas, que é a lista de
verificação.
O que é uma lista de verificação?
A lista de verificação é uma ferramenta da qualidade. Ela identifica o que pode ser controlado e define
os itens que devem ser verificados.
Antes da liberação para execução do serviço de traçagem, os profissionais envolvidos nesta tarefa de-
vem realizar uma verificação dos recursos necessários quanto a materiais, ferramentas, instrumentos e
equipamentos que serão utilizados no seu local de trabalho.
A lista de verificação é um documento com o qual os profissionais podem contar para realizar esse le-
vantamento.
A figura seguinte ilustra um exemplo de uma lista de verificação (checklist), com algumas etapas para
realização de um projeto de fabricação de uma peça de caldeiraria. Desde da requisição do material ao
suprimento, até a entrega na área de fabricação.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
118

Lista de Verificação -
OBRA: CÓDIGO: DATA: 20/02/2017
INSPEÇÃO: ( ) INICIAL ( ) PERIÓDICO
ATIVIDADE:
LOCAL DA INSPEÇÃO:
PARTICIPANTES:
EMPRESA:
DOCUMENTO DE REFERÊNCIA:

C = CONFORME NC= NÃO CONFORME NA= NÃO SE APLICA


Prazo
ATIVIDADE Correção Reinspeção
ITEM C NC NA DATA C NC
Traçagem de peças de Caldeiraria

O desenho de projeto está acessível 20/02


aos profissionais envolvidos na tarefa X

Calcular a quantidade de X
material para realizar a tarefa 21/02

21/02
Entrega no almoxarifado da requisição
para separação do material X

Envio do material para oficina de traçagem X 22/02

Figura 82 -  Lista de verificação inicial


Fonte: SENAI DR BA, 2018.
5 Qualidade na traçagem
119

Dando continuidade à lista de verificação, vamos à etapa da traçagem da peça de caldeiraria.

Lista de Verificação -
OBRA: CÓDIGO: DATA:
INSPEÇÃO: ( ) INICIAL ( ) PERIÓDICO
ATIVIDADE:
LOCAL DA INSPEÇÃO:
PARTICIPANTES:
EMPRESA:
DOCUMENTO DE REFERÊNCIA:

C = CONFORME NC= NÃO CONFORME NA= NÃO SE APLICA


Prazo
ATIVIDADE Correção Reinspeção
ITEM C NC NA DATA C NC
Traçagem de peças de Caldeiraria

Chapas com superfície lisa X


Dimensões conforme padrão 2x1 m X
Apresenta amasso ou empeno X
Material conforme solicitado no projeto
X

Ferramentas de marcação afiada X

Máquinas adequadas para realização do corte X

Desenho com traços bem visíveis X

Equipamento de movimentação de cargas adequado X

Profissional de apoio X

Figura 83 -  Lista de verificação final


Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Como você pôde ter observado na lista de verificação, foram listados vários itens de controle, como a
importância da checagem da dimensão da peça, se a mesma está conforme a solicitação de projeto, se há
empeno que vai influenciar no momento da conformação.
TRAÇAGEM DE CALDEIRARIA
120

RECAPITULANDO

Acabamos mais um capítulo do livro sobre a qualidade da traçagem, onde vimos o processo de
inspeção visual, com a utilização da lupa, a detecção de uma falha externa na superfície de uma
chapa.
Vimos sobre a importância da utilização das ferramentas da qualidade, lista de verificação e todo o
processo que o profissional de traçagem executa para a confecção de uma peça.
E, também, o controle sobre ferramentas, máquinas e instrumentos visando colocar um profissional
diferenciado no mercado de trabalho, os procedimentos que devemos utilizar quando trabalhamos
com material diferente do aço-carbono, bem como a lista de verificação, que é um checklist de todo
o processo de produção, desde o projeto até a conclusão do produto final.
Com isso, acabamos de obter mais uma gama de conhecimentos. Esperamos ter contribuindo para
a mudança na sua carreira profissional. Continue estudando!
5 Qualidade na traçagem
121
REFERÊNCIAS

ARAUJO, C. Etevaldo. Curso técnico de caldeiraria. 2. ed. São Paulo: Hemus. 2002
CARRANZA, Giovanna. Administração Geral e Pública. Salvador: JusPodivm, 2014.
(Coleção Analista e Técnico Tribunais).
CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. São Paulo: Manole, 2012.
FACCIN. Calandras de três rolos. Figura 23. [20--]. Disponível em: <http://www.faccin.com/
pt/produto/asi/>. Acesso em: 14 jun. 2018.
FREIRE, J. M. Fundamentos de tecnologia mecânica: instrumento e ferramentas manuais.
2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1989. (v. 1).
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______. Galvanização. Figura 36. 2018. Disponível em: <https://www.shutterstock.com/pt/
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______. Pintura com utilização de pistola. Figura 37. 2018. Disponível em:
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protectection-427727971>. Acesso em: 14 jun. 2018.
______. Lupa para inspeção visual. Figura 76. 2018. Disponível em: <https://www.
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em: 14 jun. 2018.
______. Ensaio de ultrassom. Figura 79. 2018. Disponível em: <https://www.shutterstock.
com/pt/image-photo/ultrasonic-test-detect-imperfection-defect-steel-616141199>.
Acesso em: 14 jun. 2018.
MINICURRÍCULO DOS AUTORES

DAIANE AMANCIO MENDES


Daiane Amancio Mendes é licenciada em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia,
especialista em Docência do Ensino Superior pela FTC Comércio, cursa especialização em Revisão
de Texto pela Faculdade Unyleya – DF e é Mestranda em Educação e Contemporaneidade pela
Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Atuou por dez anos na educação básica e hoje é revisora
ortográfica no SENAI DR BA, onde atua no desenvolvimento de material didático e instrucional
para educação profissional técnica.

GREGÓRIO DE SOUZA
Gregório de Souza é Pós-graduando em Educação de Jovens e Adultos na Faculdade Afonso Cláu-
dio. Graduado em pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Cursou Nível Técnico
de Eletromecânica na Escola Técnica de Eletromecânica da Bahia em Salvador - Bahia. Atua na
área Metalmecânica há 26 anos. Tem experiência na área de Tubulações, Caldeiraria e Estrutura
Metálica. Atuou no setor de manutenção industrial na CEMAN – Central de Manutenção de Ca-
maçari. Foi examinador do CEQUAL – Bahia na parceria SENAI – DR/BA e ABRAMAN - Associação
Brasileira de Manutenção.
Índice

A
atomizada 54

C
cadeia de comando 26
comprimento nominal 93

D
denotativo 19
didática 25

E
eixo do tubo 85
entroncado 85

I
içamento 102

M
Morosa 27

N
Niple 86

P
paleteira 100
perpendicular 58, 59, 61, 69, 70

R
rastreabilidade 116
RPM 42

T
TAG 49
Tê 86
tróleis 102

V
verdadeira grandeza 75, 76, 81, 82
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Felipe Esteves Morgado


Gerente Executivo

Luiz Eduardo Leão


Gerente de Tecnologias Educacionais

Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo


Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Catarina Gama Catão


Apoio Técnico

SENAI – Departamento Regional da bahia

Ricardo Santos Lima


Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos

Daiane Amancio
Gregório de Souza
Elaboração

Washington Souza Pereira


Solano Cristóvão da Silveira
Revisão Técnica

Solano Cristovão da Silveira


Coordenação Técnica

Marcelle Minho
Coordenação Educacional

André Luiz Lima da Costa


Igor Nogueira Oliveira Dantas
Coordenação de Produção

Paula Fernanda Lopes Guimarães


Coordenação de Projeto
Lorena Bárbara da Rocha Ribeiro
Monique Ramos Quintanilha
Thaís Araújo Soares
Design Educacional

Regiani Coser Cravo


Revisão Ortográfica e Gramatical

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Daniel Soares Araújo
Fábio Ramon Rego da Silva
Thalita Rafaela Gomes da Hora
Thiago Ribeiro Costa dos Santos
Vinicius Vidal da Cruz
Ilustrações e Tratamento de Imagens

Nelson Antônio Correia Filho


Fotografia

Alex Ricardo de Lima Romano


Antônio Ivo Ferreira Lima
Leonardo Silveira
Vinicius Vidal da Cruz
Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo

Renata Oliveira de Souza CRB - 5 / 1716


Normalização - Ficha Catalográfica

Regiani Coser Cravo


Revisão de Padronização e da Diagramação

Carlos Tadeu Coelho Benevides


Edgar Steglich Olzewski Junior
Ideval Alves Filho
Lucas Landriny Costa Filgueira
Rafael George Gomes dos Santos
Solano Cristovão da Silveira
Comitê Técnico de Avaliação

i-Comunicação
Projeto Gráfico

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