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Mercados, burocracias e clãs

William Ouchi

Avaliar organizações de acordo com critérios de eficiência possibilitaria prever a forma que as
organizações tomariam sob dadas condições. A Teoria das Organizações não desenvolveu tal critério
porque lhe falta arcabouço conceituai capaz de descrever a eficiência organizacional em termos
suficientemente microscópicos. A abordagem dos custos de transação fornece tal arcabouço porque
nos permite identificar as condições que dão causa aos custos de mediar trocas entre os indivíduos:
incongruência de objetivos e ambiguidade de performance. Diferentes combinações dessas causas
resultam em três mecanismos básicos de mediação ou controle: mercados, eficientes quando a
ambigüidade na performance é baixa e a Incongruência de objetivos é alta; burocracias, eficientes
quando ambos a incongruência de objetivos e ambiguidade na performance são moderadamente altos;
e clãs, eficientes quando a Incongruência de objetivos é baixa e a ambiguidade na performance é alta.

A NATUREZA DAS ORGANIZAÇÕES


0 que é uma organização e por que existem as organizações? Muitos de nós responderíam a essa
pergunta citando o imperativo tecnológico de Bernard (1968), argumentando que uma organização
formal surgirá quando demandas tecnológicas demandarem força física, rapidez, resistência,
adaptação mecânica ou continuidade além da capacidade de um único indivíduo (1968: 27-28). Mas a
carga é muito grande ou a planta de produção complexa demais para uma única pessoa, o que se faz
necessário é cooperação, e cooperação não necessita ser uma organização formal. Com efeito,
agricultores que precisam de um grande elevador de grãos não formam corporações que tomam o
controle das fazendas e fazem dos fazendeiros empregados; em vez disso, eles formam uma
cooperativa para comprar e operar o elevador.

Outros dentre nós fariam referência ao argumento de March e Simon (1958) segundo o qual uma
organização existe enquanto ela pode oferecer a seus membros resultados que excedam as
contribuições exigidas dos mesmos. Se, por um lado, esse argumento explica as condições sob as quais
uma organização pode continuar a existir, ele não explica como ela pode criar um todo que é tão maior
que a soma de suas partes -* a ponto de poder dar a essas partes mais que aquilo com que elas
contribuem.

A maioria de nós, contudo, faria referência à definição de Blau e Scott (1962), segundo a qual uma
organização formal é uma agremiação de indivíduos exercendo esforço orquestrado na direção de um
objetivo comum e explicítamente reconhecido. Entretanto, dificilmente aceitaremos completamente
esta definição, suspeitando, como Simon o fez (1945: 257-258), de que os indivíduos nas organizações
raramente têm um entendimento comum acerca de objetivos.

Outro ponto de vista sobre a causa da existência das organizações surgiu de um questionamento de
Coase (1937), recentemente resgatado e desenvolvido por Williamson (1975). Na sua visão, uma
organização tal como uma corporação existe porque ela pode mediar transações econômicas entre
seus membros a custos mais baixos que um mecanismo de mercado podería. Sob certas condições,
mercados são mais eficientes porque podem mediar sem arcar com custos de gerentes, contadores, ou
departamentos de pessoal. Sob outras condições, entretanto, um mecanismo de mercado toma-se tão
desajeitado que fica ainda menos eficiente que uma burocracia. Essa abordagem baseada em custos
de transação explicitamente considera a eficiência como o elemento fundamental determinante da
natureza das organizações.

MERCADOS, BUROCRACIAS E CLÃS


Custos de transação são uma solução para o problema da cooperação na esfera da atividade
econômica. A partir da perspectiva de Mayo (1945) e Barnard (1968), o problema fundamental da
cooperação surge do fato de que os objetivos dos indivíduos são apenas parcialmente coincidentes.

1
Deixados à sua própria sorte, eles perseguem objetivos incongruentes e seus esforços são
descoordenados. Qualquer coletividade que tenha um objetivo econômico deve, então, encontrar um
meio de controlar eficazmente a diversidade Individual.

Muitas idéias úteis surgiram dessa definição do problema da cooperação. Alguns teóricos (i.e. Etzionl,
1965; Weick, 1969) enfatizaram a tensão entre a autonomia individual e os Interesses coletivos,
subalternos à ação cooperativa, enquanto outros (i.e. Simon, 1945) enfatizaram a impossibilidade de
realizar um esforço completamente cooperativo. Nosso interesse foca-se na eficiência com a qual as
transações são realizadas entre indivíduos engajados em ação cooperativa.
A ação cooperativa necessariamente envolve interdependência entre indivíduos. Essa interdependência
demanda uma transação ou troca na qual cada indivíduo dá alguma coisa de valor (por exemplo,
trabalho) e em troca recebe alguma coisa de valor (por exemplo, dinheiro). Em uma relação de
mercado, a transação acontece entre duas partes e é mediado por um mecanismo de preço no qual a
existência de um mercado competitivo assegura ambas as partes de que os termos da troca são
eqúitativos. Em uma relação burocrática, cada parte contribui com trabalho para um corpo corporativo
que media a relação definindo o valor de cada contribuição e recompensando-a de forma justa. A
percepção da eqüidade, neste caso, depende de um contrato social no qual a hierarquia burocrática
tem a autoridade legítima para a intermediação. Em ambos os casos, indivíduos devem perceber a
transação como eqüitativa: ela deve ir ao encontro dos padrões de reciprocidade descritos por Goulder
(1961) como um requisito universal para a vida coletiva.

É esta demanda por eqüidade que faz aparecerem os custos de transação. Custo de transação é
qualquer atividade levada a cabo para satisfazer as partes em uma troca na qual o valor pago e
recebido está de acordo com as expectativas das partes.

Custos de transação surgem, principalmente, nas situações em que é difícil determinar o valor dos bens
ou serviços prestados. Tais dificuldades podem surgir da natureza intrínseca de tais bens ou serviços ou
ainda da falta de confiança ou credibilidade entre as partes. Quando uma empresa é vendida a uma
corporação por outra, por exemplo, pode acontecer de o valor real da empresa não ser claro e sem
ambigüldade. Se firmas semelhantes à tal empresa são compradas e vendidas freqüentemente e se
tais transações acontecem em condições competitivas, então o processo de mercado será aceito como
um estimador legítimo do valor real. Mas se a empresa for única e houver somente um comprador
potencial, as forças de mercado estão ausentes. Como comprador e vendedor determinarão um preço
justo? Eles podem convidar uma terceira parte para estimar o valor da empresa. Cada parte pode,
adicionalmente, convidar outros peritos que os assistirão na avaliação de ambos o preço da empresa e
a adequação do julgamento/opinião da terceira parte. Cada uma das partes pode, também, solicitar um
contrato extensivo e completo que descreve exatamente o que está sendo comprado e vendido. Cada
uma dessas atividades tem um custo e todas elas são consideradas custos de transação: elas são
necessárias para criar uma percepção de eqüidade entre todas as partes de uma transação.

Esse mesmo argumento se aplica a transações nas quais um serviço, tal qual o trabalho de um
indivíduo, é o objeto da troca. Se um indivíduo vende seu trabalho a outro, pode ser difícil estabelecer o
valor real do trabalho. Especialmente se o trabalho for usado numa tecnologia Interdependente, uma
que requeira trabalho em equipe, pode ser difícil avaliar o valor contribuído por cada trabalhador em
contraponto a outro, vez que, neste caso, seus esforços conjuntos renderam um único resultado.
Também pode haver dificuldades em um caso no qual é provável que as demandas ou os requisitos de
um trabalho sejam alterados. Em ambas as situações, a auditoria e a complexa contratação
necessárias para criar a percepção de eqüidade podem tornar-se insuportavelmente onerosas.

Nós já identificamos dois dos principais mecanismos para mediar essas transações: mercado e
burocracia. Estas alternativas receberam a maior atenção de teóricos da Organização (i.e., Barnard,
1968; Weber, 1968;) e economistas (i.e., Coase, 1937; Arrow, 1974). Contudo, o paradigma também
sugere um terceiro mecanismo: se os objetivos dos indivíduos são congruentes (não são mutuamente
exciusivos), então as condições de reciprocidade e eqüidade podem ser atendidas de outra forma.

Ambos Barnard e Mayo ressaltaram que é difícil operar organizações porque seus membros não
compartilham devoção altruísta pelos mesmos objetivos. Mayo (1945) argumentou que as organizações
operavam com maior eficiência na era pré-industrial, quando membros tipicamente serviam como
aprendizes, tempo durante o qual eram socializados e aprendiam a aceitar os objetivos do trabalho ou
da organização. Barnard (1968:42-43) colocou o problema da seguinte forma:

“Um sistema formal de organização requer um objetivo, um propósito, um alvo... É


importante notar a completa distinção entre o objetivo de um esforço cooperativo e o
objetivo individual. Mesmo no caso em que um homem solicita a ajuda de outro para
fazer algo que ele não consegue ou não pode fazer sozinho, tal como mover uma pedra, o
objetivo deixa de ser pessoal.”

Enquanto Barnard, assim como Arrow, vê os mercados e burocracias como os principais mecanismos
para alcançar cooperação continuada entre indivíduos, ele também abria espaço para a possibilidade
de reduzir a incongruência de objetivos (1968:41) de forma consistente com a visão de Mayo da
organização pré-industrial:

“Uma organização pode assegurar os esforços necessários à sua existência, então, quer
seja pelos incentivos objetivos que ela promove ou por alterar estados mentais. Parece-
me improvável que qualquer organização possa existir de maneira prática sem empregar
alguma combinação dos dois métodos."

Se a socialização dos indivíduos em uma organização estiver completa, então a base para a
reciprocidade pode ser alterada. Por exemplo, firmas japonesas apóiam-se, em grande medida, na
contratação de trabalhadores inexperientes, na sua socialização para que acatem os objetivos da
empresa como seus próprios e na remuneração de acordo com o tempo de serviço, número de
dependentes e outros critérios não ligados à performance (ver Abegglen, 1958; Dore, 1973; Nakane,
1973). Não é necessário a essas organizações medir a performance dos trabalhadores para
controlá-los ou dirigi-los, vez que a inclinação natural (socializada) deles já é fazer o que for melhor
para a firma. É também desnecessário derivar medidas explícitas e verificáveis de valor adicionado,
vez que as recompensas são distribuídas de acordo com critérios não relacionados à performance e
que são relativamente baratos de serem determinados (tempo de serviço e número de dependentes
podem ser auferidos a custos relativamente baixos). Assim, organizações industriais podem, em
algumas situações, apoiar-se largamente na socialização como principal mecanismo de mediação
ou controle, e este formato de “clã" (clã está conforme o significado de associação orgânica de
Durkheim, que se assemelha a uma rede de relações, mas que, provavelmente, não inclui relações
consangüíneas, 1933:175) pode ser muito eficiente para mediar transações entre Indivíduos
interdependentes.
Mercados, burocracias e clãs são, portanto, três mecanismos distintos que podem estar presentes
em diferentes graus em qualquer organização real.l Nosso próximo objetivo é especificar as
condições sob as quais os requisitos de cada forma são mais eficientemente satisfeitos.

A TEORIA DAS FALHAS DO MERCADO

1 Na linguagem mais ampla necessária para abarcar tanto a economia quanto a teoria das organÍ22ções, uma organização pode ser vista
como um padrão estável de transações. Nesta definição, um mercado é uma organização tanto quanto o é uma burocracia oü um clã. O
único requisito é que, para os propósitos desta discussão, nós mantenhamos uma clara distinção entre a idéia de “burocracia” e a idéia de
“organização”. “Burocracia”, como usado aqui, refere-se especificamente ao modelo Weberiano, enquanto “organização” refere-se a
qualquer padrão estável de transações entre indivíduos ou agremiações de indivíduos.
Podemos abordar esta questão mais eficientemente examinando a abordagem dos mercados e
hierarquias fornecida por Williamson (1975), que constrói sobre argumentos anteriores de Coase (1937)
e outros (para descrição mais detalhada do funcionamento de cada mecanismo, ver Ouchi, 1979).

Transações de mercado, ou trocas, consistem de relações contratuais. Cada troca é governada por um
dos três tipos de relação contratual, das quais todas podem ser especificadas completamente. Isto é,
porque cada parte tem a tendência a só entregar o que foi especificado, o contrato deve especificar
quem deve entregar o quê em todas as possíveis circunstâncias. A forma mais simples de contrato é o
contrato “à vista” ou contrato “de vendas”. Isto é o que acontece quando você se dirige ao balcão de
doces, pede uma barra de chocolate e paga a quantia que o vendedor pediu. Em tal transação, todas as
obrigações são resolvidas no ato. Entretanto, o contrato de mercado à vista é, por definição, incapaz de
lidar com transações futuras, e a maioria das relações de troca envolve obrigações de longo prazo.

Uma ferramenta comum para lidar com o futuro é o “contrato contingencial (contingent clalm)”, um
documento que especifica as obrigações de cada parte numa troca, contingente em todos os possíveis
estados futuros. Contudo, seja um futuro complexo ou incerto, a racionalidade limitada dos indivíduos
torna impossível especificar completamente tal contrato. Deixá-lo com especificações em aberto é uma
alternativa, mas que só será bem sucedida se as partes envolvidas podem confiar que a outra vai
interpretar esse futuro incerto de forma aceitável para ambas. Portanto, dados a incerteza, a
racionalidade limitada e o oportunismo, o contrato contingencial irá falhar.

Ao invés de tentar antecipar o futuro de uma vez por todas em um contrato gigante, por que não
empregar uma série de contratos, cada contato cobrindo um curto período no qual eventos futuros
podem ser previstos de forma confiável? O problema com tal “contratação seqüencial à vista
(sequential spot contracting)” é que, em muitas relações de troca, os bens ou serviços trocados são
únicos, e o fornecedor precisa ter conhecimento especializado de como fornecer melhor e mais
eficientemente ao cliente. 0 fornecedor adquire este conhecimento ao longo do tempo e, ao fazê-lo,
ganha uma “vantagem do primeiro Jogador”, que lhe permite fazer propostas melhores que qualquer
outro competidor em contratos subsequentes. Sabendo disso, os potenciais competidores não perderão
seu tempo enviando propostas, produzindo uma situação de “número pequeno de atores” ou monopólio
bilateral, no qual só há um comprador e um vendedor. Sob essas condições, as pressões competitivas
estão ausentes e cada parte irá, de forma oportunista, alegar custos mais altos ou menor qualidade, o
que for do seu interesse. Para manter tal negócio, cada parte terá de encarar considerável dispêndio
para auditar os custos ou a performance da outra parte. Se estes custos de transação forem muito
altos, a relação de mercado falhará devido à confluência de oportunismo com pequeno número de
atores, mesmo que as limitações da incerteza e da racionalidade limitada tenham sido superadas.

Portanto, sob certas condições, nenhuma relação de mercado completamente contratual é viável. A
tabela 1 resume as condições que conduzem à falha de mercado. De acordo com o paradigma,
nenhuma das quatro condições, sozinha, pode levar o mercado a falhar, mas quase qualquer
combinação entre elas irá.

Tabela 1

0 Quadro teórico de Fracassos do Mercado*

Fatores humanos Fatores ambientais


Raoionalíudue limílaua ^ iilOoliOfcCi/ coiiipiaAiuauc

Oportunismo < ^ Negociação, com poucos atores

* Adaptado de Williamson (1975:40)

A idéia de fracasso do mercado é um dispositivo analítico. Economistas não concordam sobre um


conjunto específico de condições que constituem a falha de mercado; com efeito, um ponto de vista
4
argumenta que mesmo condições monopolistas podem ser competitivas. Contudo, a idéia de faiha de
mercado como expressa por Willlamson (1975) é útil como estrutura conceituai a qual pode ser usada
para comparar a força dos mercados em oposição à das burocracias. A técnica é sustentar que todas as
transações podem ser inteiramente mediadas por relações de mercado e daí perguntar quais condições
levarão alguns desses mecanismos de mercado a falhar e a ser substituídos por mecanismos
burocráticos. Nesse sentido, toda organização burocrática representa um exemplo de falha de mercado.

A organização burocrática tem duas principais vantagens sobre a reiação de mercado. Em primeiro
lugar, ela usa a relação de emprego, que é um contrato incompleto. Ao aceitar uma relação de
emprego, um trabalhador concorda em receber salários em troca de submeter-se ao direito legítimo da
organização de apontar superiores que podem (1) dirigir, dia-a-dia, as atividades de trabalho do
empregado (dentro de um certo domínio ou zona aceitável), superando assim o problema de lidar com o
futuro todo de uma vez e (2) monitorar de perto a performance do empregado, minimizando o problema
do oportunismo.

Em segundo lugar, a organização burocrática pode criar uma atmosfera de confiança entre os
empregados de forma mais concreta que o mercado pode entre as partes envolvidas numa troca.
Porque os membros de uma organização assumem certa comunhão de propósitos e porque eies
aprendem que relações de longo prazo recompensarão a boa performance e punirão a performance
ruim, eles desenvolvem alguma congruência de objetivos. Isso reduz as tendências oportunistas e, por
conseguinte, a necessidade de monitoramento da performance.

Burocracias são também caracterizadas pela ênfase na expertise técnica que fornece treinamento e
socialização dentro dos padrões de corporação ou profissionais. Profissionais em um cenário
burocrático, portanto, aliam uma afiliação primária a um corpo profissional com orientação de carreira,
0 que incrementa o sentimento de afiliação ou de solidariedade com o empregador, também reduzindo
a incongruência de objetivos.

Em suma, o quadro teórico de Falha do Mercado argumenta que mercados falham quando os custos de
completar transações tornam-se insuportáveis. Neste ponto, as ineficiências da organização burocrática
serão preferidas frente aos custos relativamente mais altos da organização de mercado, e as relações
de troca movem de um domínio a outro.

Consideremos um exemplo. Os 10.000 indivíduos que compõem a força de trabalho de uma siderúrgica
poderíam ser empreendedores individuais cujas transações interpessoais são inteiramente mediadas
por uma rede de relações contratuais ou de mercado. Cada um deles também podería ter uma relação
de mercado com ainda outra associação que possuísse os requisitos de capital e as instalações
necessárias para produzir aço. Ainda assim, siderúrgicas são tipicamente burocráticas na sua forma e
cada trabalhador está numa relação de emprego, e não de mercado, com a corporação. As forças do
mercado falharam porque a determinação do valor da contribuição de cada trabalhador é altamente
ambíguo no processo integrado da siderurgia, o que faz com que os custos de transação para manter a
relação de mercado se tornem altos demais.

ESTENDENDO A TEORIA DAS FALHAS DO MERCADO: OS CLÃS


Burocracias podem falhar quando a ambiguidade da avaliação de desempenho se torna
significativamente maior que aquela que causou a falha de mercado. Uma organização burocrática
opera fundamentalmente de acordo com um sistema de vigilância, avaliação e direção hierárquicas. Em
tal sistema, cada superior deve ter um conjunto de padrões aos quais comparar o comportamento ou a
produção, de maneira a exercer o controle. Estes padrões somente indicam aproximadamente o valor
da produção e são sujeitas a interpretações idiossincráticas. As pessoas percebem-nos como
eqüitativos só enquanto acreditam que contêm uma quantidade razoável de informação sobre o
desempenho. Quando as tarefas se tornam altamente únicas, completamente integradas ou ambíguas
5
por outras razões^ então mesmo mecanismos burocráticos falharão. Sob essas circunstâncias, torna-se
impossível avaliar extemamente o valor adicionado por cada Indivíduo. Qualquer padrão aplicado será,
por definição, arbitrário e, portanto, não eqültativo. * ' - *

Se adotarmos o ponto de vista de que custos de transação surgem de considerações sobre equidade,
podemos interpretar a Tabela 1 sob outra iuz. 0 trabalho de Simon sobre a relação empregatícla
(1957:183-195) mostra que a Tabela 1 contém alguma redundância. Ele enfatizou que, sob um
contrato empregatício, o empregador paga ao empregado um extra sobre o preço à vista de um
trabalho. Do ponto de vista do trabalhador, esse ‘‘adicionai pelo risco” o recompensa pela probabilidade
de ser solicitado a realizar atividades significativamente mais desagradáveis a ele que aquelas
definidas no contrato de emprego. A incerteza pairando sobre a probabilidade de ter de realizar tais
tarefas e a expectativa de que o empregador irá - ou não - solicitá-las determina o tamanho do “extra”.
Se o empregado concordar com todos os objetivos do empregador, o que equivale a confiar
completamente em que o empregador nunca solicitará uma tarefa desagradável, então o prêmio pelo
risco passa a ser zero.

A relação empregatícla é relativamente eficiente quando a mensuração da performance é ambígua,


mas os objetivos do empregador não o são. Em tal relação, cada empregado depende de o empregador
distribuir recompensas eqõitativamente; se os empregados não confiam que o empregador assim o
fará, demandarão proteções contratuais tais como representação sindical - e os custos de transação
subirão.

Portanto, o elemento crítico na eficiência de mercado versus relações empregatícias tem a ver com (1)
a ambigüidade da mensuração do desempenho individual e (2) a congruência de objetivos entre
empregados e empregadores. Podemos agora reformular o problema dos custos de transação da
seguinte forma: para mediar transações eficientemente, qualquer forma organizacional deve reduzir ou
a ambiguidade de mensuração de desempenho ou a incongruência de objetivos entre as partes. Assim
posto, relações de mercado são eficientes quando há pouca ambiguidade sobre o desempenho,
portanto as partes ^envolvidas podem tolerar níveis relativamente altos de oportunismo ou de
incongruência de objetivos. E relações burocráticas são eficientes quando ambas a ambiguidade de
desempenho e a incon^uência de objetivos são moderadamente altas.

Que forma de mediação é bem sucedida por minimizar a incongruência de objetivos e tolerar níveis
altos de ambigüidade na avaliação de desempenho? Ciaramente, uma que incorpore algum formato
forte de relação empregatícla tal como definida por Simon (1945), que é uma relação na quai o “prêmio
pelo risco” é minimizado. A resposta é aquiio a que nos referimos como clã, que é a outra face da
relação de mercado, vez que opera com eficiência nas condições opostas: aita ambigüidade de
desempenho e baixo oportunismo.

Talvez a exposição mais clara da forma de clã apareça naquilo a que Durkheim (1933:365) se refere
como caso de solidariedade orgânica e seu contraste com relações contratuais:

"Para que haja solidariedade orgânica, não é suficiente que haja um sistema de
órgãos necessários uns aos outros, o que, de uma maneira geral, traz sentimentos de
solidariedade, mas é também necessário que a forma na quai elas se Juntam, se não
em todos os tipos de encontro, pelo menos nas circunstâncias que ocorrem mais
frequentemente, sejam pré-determinadas... De outra forma, a cada momento novos
conflitos teriam de ser equilibrados... Será dito que há contratos. Entretanto, em
primeiro lugar, relações sociais não são capazes de assumir forma Jurídica... Um
contrato não é auto-suficiente, mas pressupõe regulação que é tão extensiva e
complicada quanto a própria execução do que está no contrato (“contractual life
itself’)... Um contrato é somente uma trégua bastante precária; ele suspende as
hostilidades por um tempo”.
6
A solidariedade à qual Durkheim se refere contempla a união de objetivos entre indivíduos originada na
sua dependência necessária uns dos outros. Nesse sentido, qualquer grupo ocupacionai no qual há
solidariedade orgânica pode ser considerado um clã. Portanto, uma profissão, um sindicato trabalhista,
ou uma corporação, podem ser um clã, e a burocracia profissionalizada pode ser compreendida como
uma reposta à necessidade conjunta por transações eficientes dentro de cada profissão (clãs) e entre as
profissões (burocracias). A congruência de objetivos como um mecanismo central de controle nas
organizações também aparece repetidamente em Barnard:

“0 mais sutil e intangível dos incentivos é aquele a que chamei condição de


comunhão... É o sentimento de conforto pessoal nas relações sociais ao qual às vezes
chamamos solidariedade, integração social... A necessidade de comunhão é a base
da organização informal necessária às operações de qualquer organização formal”.
(1968:148; ver também pp. 89,152,169, 273).

Descrições de organizações que demonstram alto grau de congruência de objetivos, tipicamente


através de uma socialização relativamente completa trazida à fruição através de alta inclusão (Etzioni,
1965), são também encontradas em Lipset, Trow, e Coleman (1956: 79-80), Argyris (1964: 10, 175),
Selznick (1966), e Clark (1970). Em cada caso, os autores descrevem a organização como uma na qual
é difícil determinar a performance individual. Contudo, tais organizações não são “montadas
frouxamente” ou tampouco são “anarquias organizadas” simplesmente porque faltam a elas
mecanismos burocráticos ou de mercado. Um clã, como Durkheim salienta, fornece grande
regularidade nas relações e pode de fato ser mais diretiva que outros mecanismos mais explícitos. O
fato de os clãs demonstrarem alto grau de disciplina é enfatizado por Kanter (1972) em seu estudo
sobre comunidades utópicas, algumas das quais eram negócios bem sucedidos, tais como Oneida e
Amaná. De acordo com Kanter, tal disciplina não foi alcançada através de contratualismo ou vigilância,
mas através de uma forma extrema da crença de que interesses individuais são mais bem servidos por
uma imersão completa de cada indivíduo nos interesses do todo (1972: 41).

Mais recentemente, Ouchi e Jaeger (1978) e Ouchi e Johnson (1978) fizeram relatos de organizações
industriais modernas que são muito parecidas com os clãs. Nessas organizações, uma variedade de
mecanismos sociais reduz as diferenças entre objetivos pessoais e organizacionais e produz um forte
senso de comunidade (ver também Van Maanen, 1975; Katz, 1978). Onde interesses individuais e
organizacionais sobrepõem-se assim, o oportunismo torna-se Improvável e equidade nas recompensas
pode ser alcançada a um custo de transação reiativamente baixo. Além disso, essas organizações
estão, tipicamente, em indústrias tecnicamente avançadas ou altamente Integradas, nas quais o
trabalho em equipe é comum, as tecnologias avançam com frequência e, portanto, a performance
individual é altamente ambígua.

Onde falha a burocracia, então, em virtude da avaliação de performance excessivamente ambígua, a


única maneira remanescente de mediação é o clã, que se apóia na criação da congruência de objetivos.
Embora os clãs possam empregar um sistema de autoridades legítimas (amiúde na forma tradicional
ao invés da forma racional-legal), eles diferem fundamentalmente das burocracias em que eles não
requerem auditoria explícita e avaliação. A avaliação de performance acontece através de um tipo sutil
de leitura de sinais que é possível entre colegas íntimos de trabalho, mas que não pode ser traduzido
em medidas explícitas e verificáveis. Isso significa que há informação suficiente num clã para promover
aprendizagem e produção efetivas, mas tal informação não sobrevive ao escrutínio das relações
contratuais. Portanto, qualquer tendência ao oportunismo será destrutiva, porque a auditoria minuciosa
e as contratações rigorosas necessárias para combater tal tendência não são possíveis em um clã.

Se a avaliação de performance é tão ambígua e os objetivos tão incongruentes a ponto de causar o


fracasso de um clã, então o que acontece? Podemos apenas especular, mas parece que esta célula
derradeira pode ser o caso discutido por Meyer e Rowan (1977) no qual o controle é puramente
7
cerimonial e simbólico. Sistemas escolares, assim como outras organizações, empregam uma
variedade de mecanismos. Mas se não há mecanismo efetivo de mediação entre indivíduos, a
percepção da equidade pode ser meramente supersticiosa, baseada em uma aceitação da legitimidade
da instituição ampla e calcada na própria comunidade.

MERCADOS, BUROCRACIAS E CLÃS: UMA VISÃO GERAL


Tendo distinguido três mecanismos de intermediação, podemos agora tentar resumi-los e tentar
delinear as condições gerais sob as quais cada uma das formas mediará com mais eficiência as
transações entre indivíduos. A tabela 2 discrimina mercados, burocracias e clãs em duas diferentes
dimensões: os requisitos normativos subjacentes e os requisitos informacionais.

Tabela 2
Um modelo de falências organizacionais

Modo de controle Requisitos normativos Requisitos informacionais

Mercado Reciprocidade Preços

Burocracia Reciprocidade Normas


Autoridade legítima

Clã Reciprocidade Tradições


Autoridade legítima
Valores e crenças comuns

Requisitos normativos referem-se aos acordos básicos sociais dos quais todos os membros de uma rede
transacional devem compartilhar para que a rede funcione eficientemente, sem custos indevidos de
auditoria ou monitoramento de performance. Uma norma de reciprocidade, de acordo com Gouldner
(1961), é um entre apenas dois acordos sociais tidos como universais entra as sociedades ao longo dos
tempos e das diferentes culturas (a outra é o tabu do incesto). Se uma norma como essa não fosse
amplamente partilhada, um negociante em potencial teria de gastar tanta energia para estabelecer de
antemão os termos contratuais da troca e para auditar a performance da outra parte depois de fechado
o negócio que a transação potencial seria demasiado cara. Sob tais condições, a divisão do trabalho é
impensável e a existência social é impossível. Sendo assim, uma norma de reciprocidade subjaz a todos
os mecanismos de troca.

Uma norma de autoridade legítima é crítica por duas razões. Como discutido acima, ela permite a
atribuição de superiores organizacionais que podem, de forma ad hoc, atribuir tarefas aos
subordinados, diminuindo, assim, a necessidade de contrato empregatício de demandas contingenciais,
que poderia se tornar tão complexo a ponto de tornar-se inviável ou tão simples que se tornaria por
demais limitante ou ainda incompleto. A autoridade legítima também permite a superiores
organizacionais auditarem a performance dos subordinados mais minuciosamente do que é possível
em uma relação de mercado. Em uma burocracia, a autoridade legítima normalmente toma a forma
“legal/racional”, enquanto em um clã ela toma a forma “tradicional” (ver Blau e Scott, 1962: 27-38).
Autoridade legítima não é criada de maneira ordinária em uma organização, mas é mantida por outras
instituições tais como a igreja ou o sistema educacional (Weber, 1947; Barnard, 1968: 161-184).
Mesmo que a legitimidade de uma organização particular possa ser maior ou menor de acordo com as
suas práticas gerenciais, ela é fundamentalmente mantida dentro da sociedade como um todo.

Valores e crenças comuns promovem harmonia de interesses, que elimina a possibilidade de


comportamento oportunista. Se todos os membros da organização tiverem sido expostos a uma fase de
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aprendizado ou outro tipo de sociaiização, então eies terão em comum objetivos pessoais compatíveis
com os da organização. Nestas condições, a auditoria da performance só é necessária para propósitos
educacionais, vez que nenhum membro tentará desviar-se dos objetivos organizacionais.

Uma norma de reciprocidade é universal, e uma autoridade legítima é aceita, mesmo que em graus
variados, na maioria das organizações formais, mas vaiores e crenças comuns são relativamente raros
nessas organizações. Etzioni (1965) descreveu esta última forma de controle como sendo comum
apenas às “organizações totais”, tais como instituições militares ou psiquiátricas, e Light (1972)
descreve seu papel nas relações de trocas que envolvem fatores e fronteiras étnicos. Contudo, também
percebemos que uma forma de socialização parcialmente completa, acompanhada por mecanismos de
mercado ou burocráticos, podem ser eficientes em um espectro maior de organizações. Mayo (1945)
defende que instabilidade no emprego, que perturba o longo e necessário período de sociaiização, é o
maior Inimigo do desenvolvimento dessa forma de controle.

Os pré-requisitos informacionais de cada tipo de controle são preços, normas e tradições. Preços são
uma forma altamente sofisticada de informação para a tomada de decisão. Entretanto, é difícil chegar
a preços corretos, particularmente quando interdependência tecnológica, novidades ou outras formas
de ambiguidade obscurecem a fronteira entre as tarefas ou entre os indivíduos. Normas,
comparativamente, são dispositivos informacionais relativamente grosseiros/pouco sofisticados. Uma
norma é específica a um problema, e portanto é necessário considerável número de normas para
controlar todas as possíveis respostas em uma organização. O decisor deve conhecer a estrutura de
normas para aplicar a mais correta em cada uma das situações. Além disso, uma organização nunca
consegue especificar um conjunto de normas que cobrirá todas as possíveis contingências. Ao contrário,
eia especifica um pequeno conjunto de normas que cobrem decisões rotineiras, e refere-se a exceções
até a escala da hierarquia na qual os gestores podem criar as normas quando elas se fizerem
necessárias. Como Gaibraith (1973) apontou, em condições de incerteza e complexidade, o número de
exceções torna-se tão grande que a hierarquia fica sobrecarregada e a qualidade das tomadas de
decisão fica comprometida.

Tradições são normas mais implícitas que explícitas que governam comportamentos. Porque tradições
não são especificadas, não são facilmente acessíveis, e um novo membro não será capaz de operar as
normas da tradição efetivamente até que ele ou ela tenha passado alguns anos aprendendo-as (Van
Maanen e Schein, 1978). Em termos da precisão da avaliação da performance que permitem, tradições
podem ser o pré-requisito informacional menos apurado, vez que são colocadas de uma maneira geral,
que deve ser interpretada em cada situação particular. Por outro lado, o conjunto de tradições numa
organização formal pode produzir uma filosofia, ou um ponto de vista, unificada ainda que implícita,
funcionalmente equivalente a uma teoria sobre como aquela organização deveria funcionar. Um
membro que compreenda tal teoria essencial pode deduzir a partir dela uma regra apropriada que
governe todas as possíveis decisões, produzindo, dessa forma, uma forma de controle bastante
compieta e elegante. Alternativa mente, uma ruptura do processo de socialização inibirá a transmissão
das tradições e causará ineficiência organizacional.

ALGUNS PENSAMENTOS À GUISA DE CONCLUSÃO


Sob condições de extrema incerteza e oportunismo, os custos de transação podem subir. Com efeito,
Denison (1978) observou que a produtividade líquida declinou nos Estados Unidos entre 1965 e 1975
devido a mudanças “nos ambientes humano e industrial dentro dos quais os negócios devem operar^’
(1978:21). De acordo com Denison, o resultado por unidade de input declinou por duas razões: 78% do
declínio deve-se ao aumento nos custos de água, ar e segurança no trabalho, os 22% restantes são
tributáveis às crescentes necessidades de vigilância contra empregados, clientes e contratantes
desonestos, bem como contra ladrões. Os recursos alocados em melhorias no ar, água, e segurança não
são uma perda líquida para a sociedade, embora possam reduzir a lucratividade corporativa. A
crescente necessidade por vigilância nos negócios, contudo, pode representar o fato de que os custos de
monitoramento das transações subiram. Mayo (1945) podería ter predito esta mudança como um
9
resuítado inevitável da Instabilidade que acompanha a industrialização. Em nosso modelo, podenamos
adiantar a seguinte explicação; relações de troca estão geraimente sujeitas a tanta ambiguidade
Informacional que nunca poderão ser governadas unicamente pelos mercados. Conseqõentemehte,<eies
vêm sendo complementados através de mecanismos culturais e de clãs. Entretanto, como a./
instabilidade, a heterogeneidade e a mobilidade têm-se intensificado nos Estados Unidos, a eficácia
desses mecanismos culturais tem diminuído e mecanismos de vigilância e controle burocráticos têm
aumentado. Embora a vigilância burocrática possa ser a melhor estratégia nas condições sociais atuais,
é, entretanto, verdade que os Estados Unidos estão devotando maior parcela dos seus recursos a
assuntos transacionais que o que dedicavam dez anos atrás, e é também verdade que isSo representa
uma redução líquida nas suas reservas.

O grau de incerteza e oportunismo que caracteriza a sociedade americana pode ser tal que nenhum
mecanismo de controle Jamais funcionará muito bem. Já observamos que as condições necessárias
para um mercado, burocracia ou clã, cada um em seu estado puro, são raras. Em muitos casos, mesmo
uma combinação destes mecanismos de controle pode ser insuficiente. Em organizações que usam
novas tecnologias ou no setor público, a velocidade das mudanças, a instabilidade dos empregos, ou a
ambiguidade da avaliação da performance pode simplesmente superar todas as tentativas de controle
racional.

Nesses casos, a troca torna-se institucionalizada. A tese central de iVieyer e Rowan (1977) é a de que
sistemas escolares, por sua própria natureza, fogem a todas as formas de controle racional. Eles não
têm um sistema de preços eficaz, não têm controle burocrático eficaz e não têm culturas internamente
consistentes (ver também Meyer et ai., 1978). Portanto, os sistemas escolares (aqui distintos de
‘educação’, que não necessita ser levada a cabo por grandes organizações) continuam a crescer e
sobrevivem porque os objetivo que cremos perseguirem são tidos pela sociedade como necessários. Vez
que o controle racionai não é possível dentro da escola, não se sabe se eia está de fato perseguindo
estes objetivos - mas organizações institucionalizadas (a igreja é outro exemplo) não precisam fornecer
evidências da sua performance (ver também Ouchí, 1977:97-98).

Todas as organizações de trabalho são institucionalizadas no sentido de que objetivos fundamentais de


todas as organizações viáveis devem mesclar-se, ao menos em parte, aos valores sociais mais amplos
(Parsosns e Shiis, 1951). Esta institucionalização permite às organizações sobreviver mesmo em
condições que limitam severamente sua capacidade de controle racional. Em nível último, a falência
organizacional só ocorre quando a sociedade declara os objetivos básicos da organização indignos do
seu suporte contínuo.

O que é uma organização? Uma organização, no sentido como utilizamos, é qualquer padrão estável de
transações entre indivíduos ou agremiações de indivíduos. Nosso modelo pode, portanto, ser aplicado à
análise de relações entre indivíduos ou entre sub-unidades de uma corporação, ou ainda a transações
entre firmas em uma economia. Por que existem as organizações? No sentido ao qual nos referimos,
quaisquer transações padronizadas são organizadas e, portanto, todas as trocas estáveis em uma
sociedade são organizadas. Quando perguntamos “por que existem as organizações?”, normalmente
queremos dizer “por que existem as organizações burocráticas?”, e a resposta é clara. Organizações
burocráticas existem porque, sob certas condições específicas, elas são o meio mais eficiente para a
mediação eqüitativa de transações entre partes. Simllarmente, organizações de mercado e clãs existem
porque cada um deles, sob certas condições, oferece os menores custos de transação.

(traduzido por Elisa S. Castro Filguelras)

10
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Nigel Slack
Stuart Chambers
Robert Johnston

Administração da
Produção

25 Edição Minas Gerais


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Pedidos:
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Fax. (31)3226-7475
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Tradução
Maria Teresa Corrêa de Oliveira
Fábio Alher

Revisão Técnica
c^a Henrique Luiz Corrêa

jA -J^.0 r-v-70-
I ESTCS; OTECA
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Rua Con.sellieiro Ncbias, 13S4 CCampos Elísios) RETíR*®10 A O A S'sul
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11
Planejamento e Controle
de Capacidade

INTRODUÇÃO função do negócio normalnicntc deverá planejar


e controlar a capacidade de suas próprias “micro-
Prover a capacidade produtiva para satisfa­ operaçõc.s" para atender à função piodução prin­
zer à demanda atual e futura é uma responsabili­ cipal.
dade fundamental da administração de produ­ O que chamamos aqui de plaiicjamcillo c
ção. Equilíbrio adequado entre capacidade e controle dc capacidade às vezes também c chama­
demanda pode gerar altos lucros e clientes satis­ do de planejamento e controle agregados. A razao
feitos, enquanto equilíbrio “errado’ pode ser po­ disso é que, no "mais alto nível" do processo de
tencialmente desastroso. Embora planejar e con­ planejamento e controle, os cálculos de demanda
trolar a capacidade seja uma das principais e capacidade normalmcmc são realizados de for­
responsabilidades dos gerentes de produção, ma agregada, que não discrimina entre os dife­
também deveria envolver outros gerentes funcio­ rentes produtos e .serviços que uma opcraçao
nais. Há razões para isso. A primeira é que as de­ produtiva pode fazer. A essência da tarefa é con­
cisões da capaddade têm um impacto em toda a ciliar, no nível geral c agregado, a existência de
empresa. A segunda é que todas as outras fun­ capacidade com o nível de demanda que deve .ser
ções fornecem entradas finputs) vitais para o satisfeita (veja a Figura 11.1).
processo de planejamento. A terceira é que cada

PlaneiamBnlo e contrali
iDImabtlápor
. da capacidade,
prodnliva
[Conciliação d:
capacidade
agregada da
produção comV ;
ucaa demandá \ 1
i . agregada'
tódWiví^:

111.1 Definição de planejamento e controle de capacidade produtiva.


riAM -!A'-ti **H) i: ai-:i 11(111 i i i aí' V ii -M’!
:í4h
3‘H i'Ia::mi.v.ii:,éíio i-;

e gerais, mas nao se preocupa com todos os deta­


operação produtiva, dc forma que ela possa res­
lhes dos produtos e .scrtdços individuais
Que é planejamento e controle de capacidade? ponder à demanda. Isso normalmenie stgnifjca
oferecidos. Logo, políticas agregadas as,sumem
decidir como a operação deve reagir a flutuações
Como a capacidade ê medida?
que o niLx de diferentes produtos e serviços per­
na demanda. Apresentamos esse assunto no Capí­
manecerá relativamente constante durante o pe­
tulo 6, onde examinamos as mudanças de longo
Quais são as tormas de lidar com as flutuações da demanda? ríodo de planejamento. A Figura 11.2 mostra
prazo na demanda e as estratégias alternativas
como quatro operações podem agregar seus ní­
de capacidade para lidar com essas mudanças.
Como as operações planejam seus níveis de capacidade? veis de capacidade e demanda.
Essas estratégias diziam respeito a introduzir (ou
Como as operações controlam seus níveis de capacidade? n eliminar) incrementos grandes de capacidade fí­
sica. Chamamos essa tarefa de estratégia de capa­ Objetivos do planejamento e controle de
cidade de longo prazo. Neste capítulo, tratamos capacidade
de um período de tempo menor, no qual as deci­
Restrições de capacidade sões de capacidade são tomadas principalmenie
QUE E CAPACIDADE? As decisões tomadas por gerentes de produ­
dentro das restrições dos limites da capacidade ção no planejamento de suas políticas de capaci­
Muitas organizações operam abaixo de .sua física estabelecidos pela estratégia de capacidade dade afetarão diversos aspectos de desempenho.
O uso mais comum cio termo capacidade é capacidade máxima de processamento, seja por­ da operação de longo prazo.
uo sentido estático, físico do valume fixo de um que a demanda é insuficiente para “preencher" • Os custos serão afetados pelo equilíbrio
recipieme ou do espaço cm um edifício. Esse sig­
completamente sua capacidade, seja por uma po­ Capacidade de médio e curto prazo entre capacidade e demanda. Níveis de
nificado da palavra às vezes também é usado por
lítica deliberada, de forma que a operação possa capacidade excedentes à demanda podem
gerentes de produção. Por exemplo, um fabrican­
responder rapidamente a cada novo pedido. Cora Tendo definido a capacidade de longo pra­ significar subutilização de capacidade c,
te de produtos farmacêuticos pode inve.stir em
freqüéncia, entretanto, as organizações encon- zo. os gerentes de produção devem decidir como portanto, alto custo unitário.
novos reatores de capacidade de 1.000 litros,
uma empresa dc investimentos cm propriedades tram-sc com algumas panes de sua operação fun­ ajustar a capacidade da operação no médio prazo.
cionando abai.xo de sua capacidade, enquanto • As receitas também serão afetadas pelo
compra um estacionamento coni capacidade pata Isso normalmente envolve uma avaliação da de­ equilíbrio entre capacidade e demanda,
500 carros no centro da cidade e um cinema outras partes estão em sua capacidade “máxima”. manda futura em um período de 2 a 18 meses,
As partes que estão trabalhando era sua capaci­ mas de forma oposta. Níveis de capacida­
múltiplo {imihipkx] c construído com 10 telas e durante o qual o volume de produção pode variar, de iguais ou superiores à demanda cm
uma capacidade total de 2.500 lugares. Embora dade “máxima” é que são as restrições de capaci­ por exemplo, alterando o número de horas que
dade de toda a operação. qualquer momento assegurarão que toda
essas medidas de capacidade de.screvam a escala os equipamentos são usados. Na prática, entre­ a demanda seja atendida c não haja perda
dessas operações, não reflciem suas capacidades O conceito de uma microoperação sendo a tanto, poucas previsões são exatas, e a maioria
de processamento. Para fazer isso, devemos in­ de receitas.
restrição “gargalo” de capacidade foi introduzido das operações também precisa responder a mu­
corporar a dimensão lempo adequada para o uso no Capitulo 6. Dependendo da natureza da de­ danças na demanda que ocorrem em um período • O capital de gira será afetado se uma ope­
dos ativos. Dessa forma, a empresa farmacêutica manda, o uso de diferentes panes de uma opera­ de tempo menor. Hotéis e restaurantes apresen­ ração decidir produzir estoque dc bens
tratará do nível de produção que pode ser conse­ ção pode atingir sua capacidade máxima e atuar tam variações de demandas inesperadas e apa­ acabados antecipando-se à demanda. Isso
guido usando os reatores de 1.000 litros. Se a como uma restrição para toda a operação. Por rentemente aleatórias de uma noite para a se­ pode permitir atender à demanda, mas a
cada hora pode ser produzida uma batelada de exemplo, um grande supermercado varejista guinte, mas também sabem, pela experiência, organização deve financiar o estoque até
produtos-pndrão, a capacidade de processamento pode oferecer um serviço de embalagens para que determinados dias são mais movimentados que seja vendido.
planejada pode ,ser equivalente a 24.000 litros presentes que em épocas normais pode atender a do que outros. Dessa forma, os gerentes de pro­
por dia Se a reação demorar quatro horas e fo­ . A qualidade dos bens ou serviços pode ser
toda a demanda por seus serviços sem atrasar in- dução também devem fazer aju.sies dc capacidade
rem necessárias duas horas para limpeza entre ba­ afetada por um planejamento de capaci
devidamente os clientes. No Natal, entretanto, a de curto prazo que lhes permitam flexibilizar o
ldadas, o reator somente poderá produzir 4.000 dade, por meio da contratação de pessoal
demanda por embalagens para presentes pode volume produzido por um cuno período, seja
litros por dia. Analogamente, o éstadonamento temporário, por exemplo. O pessoal novo
aumentar proporcionalmente muito mais do que com base em previsões (por exemplo, os caixas
pode estar lotalmenie ocupado pelos trabalhado­ c a interrupção do trabalho rotineiro da
o aumento geral de clientes da loja. A menos que de bancos sempre estão ocupados no horário do operação aumentariam a probabilidade
res dc escritório durante o dia, “processando" so­
recursos extraordinárias sejam providenciados almoço) ou sem aviso (por exemplo, em um dia
mente 500 carros por dia. Altéfnativamente, dc ocorrência de erros.
para aumentar a capacidade dessa microopera­ quente e ensolarado em um parque temático).
pode ser tisado por pessoas que usam o estacio­
namento somente uma hora enquanto fazem ção, ela podería restringir a capacidade de toda a • A velocidade de resposta à demanda do
compras e por pes.soas que o u.sam durante três loja. cliente pode ser melhorada, seja pelo au­
Demanda e capacidade agregadas
lioras à noite, enquanto estão no teatro. A capa­ mento dos estoques (permitindo que os
cidade de processamento seria dc ate 5.000 car­ clientes sejam atendidos diretameme pelo
A característica importante do planejamento
ros por dia. Logo, a definição da capacidade de PLANEJAMENTO E CONTROLE DE estoque em vez de terem que esperar a la-
e controle de capacidade, como está sendo abor­
uma operação é o mií.vfnio luvd dc alividade dc CAPACIDADE bricação dos itens) ou pela provisão deli­
dada aqui, é que visa definir os níveis de capaci­
calor (ulicioiiado cm dclcnriinado período de tem­ berada de capacidade excedente, evitan­
dade no médio e curto prazos em termos agrega­
po que o processo pode realizar sob condições Planejamento e controle de capacidade é a do-se filas.
dos. Isto é, toma decisões de capacidade amplas
normais de operação. tarefa de determinar a capacidade efetiva da
n.vNf.iAMlIO I- tuMlfOir. ni r\i‘..\r:iuM>l'; 3J1/
3<I6 Pi-WF-IAMEN-IO K COt.TKOIJ;

/7YT\ Fábrica de malhas Etapa 1 Medir a demanda e a


H",BI = ÍAm f'3 capacidade agregadas
Quartos ocupados par mês Unidades por mês
Ignora o número de húspedes em cada
Etapa 2 Identificar as políticas
quado e suas necessidades Ignora tamanhos, cores e altemativas de capacidade
Previsão da
individuais variações de estilo demanda
Etapa 3 Escolher as políticas de
capacidade mais adequadas

1 Produtos da li 111 mrl 11 nt Loja varejista . , Estimativa da


n M ]■••
1 ^ • 1I alumínio
alUMiimu
p-Boaoo-iri 1 - j,. ■Aíií -.n capacidade atual
Toneladas por mês Receita mensal ‘
Ignora os tipos de liga, as variações de Ignora variações de gastos, número.
espessura e o tamanho dos lotes de itens e margem bruta dos itens,
(ou bateladas) por transação de cliente' Tempo

111.3 Etapas do planejamento e controle de capaddade.


11,2 Exemplos de agregação na medição de capacidade e demanda.

previsões de demanda. No que diz respeito a pla­ são que pode mudar antes (juc a demanda ocor­
• A confiabilidade do fomecimenro também de tomar qualquer decisão, entretanto, devem ter ra, ou pior ainda, que pode mostrar-.se muito di
será afetada pelo nível de proximidade uma idéia quantitativa tanto da capacidade nejamento e controle de capacidade, há três re­
quisitos para uma previsão de demanda. ferente da demanda real.
entre os níveis de demanda e da capaci­ quanto da demanda. Logo, a primeira etapa será
dade máxima da operação: a confiabilida­ medir os níveis agregados de demanda e capacida­
de do fornecimemo de serviços e produ­ de para o período de planejamento. A segunda Ser expressa em lermos úteis para o planejamento Dar unin ímlicnçüo da incerteza relativa
tos será menor, quanto mais próximo da etapa será identificar as políticas alternativas de e controle de capacidade
capacidade total estiver a demanda, pois capacidade que poderiam ser adotadas em res­
A.s decisões de trabalhar horas extras e re­
menos a operação conseguirá lidar com posta a flutuações da demanda. A terceira etapa Se as previsões somente forem expressas em crutar pessoal extra em geral são baseadas nos
possíveis interrupções. será escolher a política de capacidade mais ade­ termos monetários, não dando nenhuma indica­ níveis de demanda previstos, que, na prática, po
quada para suas circunstâncias. ção das demandas sobre a capacidade da opeta- dem diferir consideravelmente da demanda real.
• A flexibilidade, especialmente a de volu­
me, será melhorada por capacidade exce­ ção, precisarão ser traduzidas era expectativas conduzindo a custos desnecessários ou serviço
dente. Se a demanda e a capaddade esti­ realistas de demanda, expre.ssas nas mesmas uni­ insatisfatório aos clientes. Por exemplo, a Figura
MEDIÇÃO DA DEMANDA E DA dades que a capacidade (por exemplo, horas-
verem em equilíbrio, a operação não será 11.4 mostra os níveis médios de demanda de um
CAPACIDADE máquina por ano, pessoal operacional necessário, supermercado durante um dia cm termos do nú­
capaz de responder a quaisquer aumentos
inesperados de demanda. espaço etc.). mero de clientes que entram na loja. A demanda
Previsão de flutuações da demanda é inicialmentc baixa, mas depois aumenta até a
Ser tão exata quanto possível hora do almoço. Depois disso, diminui, para sii
Etapas de planejamento e contrate de Na maior pane das organizações, a previsão mente cair novamente no final da atividade co­
capacidade da demanda é responsabilidade dos departamen­ mercial. O gerente do supermercado pode usar
tos de vendas e/ou marketing. É, entretanto, um Em planejamento e controle de capacidade,
a exatidão de uma previsão é importante porque, essa previsão para ajustar (digamos) a capacida­
A seqüênda das decisões de planejamento e insumo (ínput) principal para a decisão do plane­ de dos caixas durante o dia. Embora essa possa
jamento e controle de capacidade, que é normal­ enquanto a demanda pode mudar instantanea­
controle de capacidade que precisam ser tomadas mente, existe uma defasagem entre decidir alte­ ser uma previsão prcci.sa da demanda métiia. ne
pelos gerentes de produção é ilustrada na Figura mente uma responsabilidade de gerênda de pro­ nhum dia será exatamente igual a esse patlrao.
dução. Afinal, sem uma estimativa da demanda rar a capacidade e a mudança surtir efeito. Por
n.3. Tipicamente, os gerentes de produção de­ De igual importância é tima e.stimaiiva de quanto
futura não é possível planejar efetivamente para isso muitos gerentes de produção defrontam com
param com uma previsão de demanda que tem a demanda real pode diferir da media. Isso pode
futuros eventos, somente reagir a eles. Por isso é um dilema. Para tentar atender à demanda, mui­
pouca probabilidade de ser correta ou constante. ser descoberto examinando-se a estatística de de­
imponante que os gerentes de produção enten­ tas vezes precisam estabelecer o volume de pro­
Eles também terão alguma idéia de sua própria dução antecipadamente, baseados em uma previ­ manda, para determinar uma distribuição da de-
habilidade para atender a e.ssa demanda. Antes dam a base e os fundamentos lógicos para essas
r corníOí-i* lu f Arven-M» 34y
348 l'lam jami '''tíj i: c:()>muiu:

Somente S% de probabilidade de a
Hotel Fábrica de malhas
demanda ser ntalor do que esta deli
Distribuição da dcmanrta

Unidades
Quartos
vendidos
Somente 5% de probabilidade de a jfmamjjasond J FMAMJJASOND
demanda ser menor do que esta
Terapo

Produtos de Loja varejista


11.4 Coas previsões são essenciais para o planejamento efetivo da capacidade, mas, da mesma alumínio iiiiinniHi!
forma, também é essencial uma compreensão da incerteza da demanda, porque permite [nürõna o
que 0 operação julgue os riscos para o nivet de serviço.
Toneadas Receita
mensal
rnniulii orii tadu motncino do dia. A importância preços podem exigir uma política de minimiza-
jfmamjjasond J FMAMJJASOND
di.ssü rc.sidc ntj fato dc t|iie o gerente agora sabe ção de custos e eliminação de riscos, que nem
tliiandcj será importante ter pessoal de reserva, sempre satisfaz à demanda de pico, enquanto
talvez alimentando prateleiras nas gôndolas, mas mercados que valorizam agilidade de resposta e
estando de prontidão para atender nos caixas se qualidade do serviço podem justificar uma provi­ 111.6 Flutuações agregadas da demanda para quatro organizações.
a demanda o jtistificar. Gcralmenie, a vantagem são mais generosa de capacidade operacional.
de previsões probabilisticas como essa c qiie per­
mite que os gerentes de produção optem entre as Sazonalidade da demanda mas mostra um crescimento constante das ven­
políticas que minimizam custos. Idealmcnte, essa com flutuações sazonais da demanda. Quase to­
opção deveria ser influenciada pela forma como dos os produtos e serviços têm alguma sazonaU- das no período de previsão.
Em muitas organizações, o planejamento e
o negócio ganha pedidos: mercados sensíveis aos dade da demanda, e alguns também têm sazona­
controle da capacidade está preocupado em lidar
lidade de suprimentos, normalmente quando os Flutuações semanais e diárias da demanda
insumos são produtos de agricultura sazonal, por
exemplo, o processamento de vegetais congela­
A sazonalidade da demanda ocorre em um
Causas da sazonalidade dos. Essas flutuações na demanda, ou no supri­
ano, mas variações previsíveis similares também
mento, podem ser razoavelmente previsíveis,
podem ocorrer para alguns produtos e serviços
mas algumas normalmente também são afetadas
Climáticas Festivas Comportamentais Políticas Financeiras Sociais em um ciclo mais curto. Já ilustramos o padrão
por variações inesperadas no clima e por evolu­
de demanda diário cm um .supermercado na Fi
ção das condições econômicas. A Figura 11.5
gura 11.4, que também estará sujeito a flutua­
mostra alguns exemplos de sazonalidade.
ções previsíveis da demanda no período de uma
Considere as quatro organizações anterior- semana. A demanda pode ser baixa nas segundas
menie citadas na Figura 11.2. Seus padrões de e terças-feiras, aumentando durante a parte final
Alguns produtos e serviços sazonais demanda são mostrados na Figura 11.6. O negó­ da semana e alcançando tiin pico nas sextas-fei­
cio de malhas de lã e o hotel na cidade têm pa­ ras e nos sábados. Bancos, serváços públicos, oi-
• Materiais de construção • Serviços de viagens
drões sazonais de demanda de vendas, mas por ganizações de vendas de telefones e de forneci­
• Bebidas (cerveja, coca-cola) • Férias
motivos diferentes; a malharia de lã devido aos mento de eletricidade têm padrões de demanda
• Alimentos (sorvetes, bolos de Natal) • Processamenlo de impostos
• Médico (gripe epidêmica) padrões climáticos (invernos frios, verões quen­ semanais, diários ou mesmo horários, que exi­
• Vesliiáiio (inaiós, sapatos)
• Itens de jardinagem (sementes, fertilbanles) • Serviços de esportes tes) e o hotel devido à demanda de pessoal de gem ajuste de capacidade. O grau em que uma
" Fogos dc artilicio • Serviços de educação negócios, que tira férias do trabalho no Natal e operação terá que iídar com flutuações de de
no verão (no Hemisfério None). O supermercado manda de prazo muito curto é determinado pat-
varejista é um pouco menos sazonal, mas é afeta­ cialmeme pelo tempo que seus clientes estão dis
do por picos pré-férias e vendas reduzidas duran­ postos a esperar por seus produtos ou servúços.
Uma operação cujos clientes são incapazes ou
te os períodos de ferias. O produtor de alumínio
[11.5 Muitos tipos de operações devem lidar com demanda sazonal não querem esperar deve planejar-se para flutua
não mostra realmente nenhuma sazonalidade,
Fb\::!.iA-.ii::m i iii. «I'ai'IIi,M)K 351

350 n.xKFJA^SFJfio i; r.or.'iBou-


Se mudar a proporção da demanda de unidades de
COS relacionados com o clima. Entretanto, os meteorolo­ luxo econômica e padrão para 1:2:4, o lempo necessária
çõcs de demanda de prazo miiilo curto. Serviço.s mente usadas para definir capacidade. Quase to­ gistas ressaltam que cabe às empresas individuais usar a para montar 1+2+4 = ? unidades será:
de emergência, por exemplo, precisam entender dos os tipos de operações poderiam usar uma informação de forma inteligente. Somente elas possuem
mistura de medidas de entradas e saidas, mas, na a experiência para avaliar o impacto completo do clima (1 X 1,5) + (2 K 1) t (4 X 0,75) = 6.5 horas
a variação horária da demanda e planejar a capa­
prática, a maioria usa uma ou outra (veja a Tabe­ em suas operações. Por exemplo, os supermercados sa­
cidade de acordo com isso. bem que 0 aumento de temperatura lerá um impacto nas Agora, o número de unidadeS produzidas por sema­
la 11.1).
vendas do queijo tipo coltage (ao mesmo tempo que. na será:
inexplicavelmente, não afete as vendas do queijo tipo
Medir a capacidade
Produzindo enquanio o sol brilha cotlage com pedaços de abacaxi). X 7 = 861.5 unidades
Há muito tampo, tomou-se evidente que as vendas 6.5
O problema principal com a medição da ca­
de alguns produtos são profundamente afetadas pelo cli­ Questão
pacidade c a complexidade da maior parte dos
ma. Óculos de sol, telas contra sol. roupas â prova Como uma empresa poderá verificar o quanto está
processos produtivos. Somente quando a produ­ Capacidade de projeta e capacidade efetiva
d'água e son/etes são exemplos óbvios. Ainda assim, a preparada para pagar por esses serviços cada vez mais
ção é altamente padronizada c repetitiva é fácil
variedade de operações Interessadas na previsão dp tem­ sofisticados de previsão do tempo?
definir a capacidade sem ambiguidade. Logo, se A capacidade teórica de uma operação - a
po aumentou significativamente. Concessionárias de
uma fábrica de televisores produzir somente um capacidade que o.s projetistas técnicos unham em
energia, fabricantes de refrigerantes, de comidas frescas,
modelo básico, a capacidade semanal pode ser Capacidade depende do mix de atividades mente quando projetaram a operação - nem
e varejistas, todos estão interessados em comprar as
descrita como 2.000 televisores do modelo A. Um previsões mais recentes do tempo. Operações, como os sempre pode .ser atingida na prálica. Por exem­
departamento do governo pode ter a capacidade centros de atendimento de bancos e operadoras de tele­ O hospital mede sua capacidade etn termios plo, uma companhia que faz a cobertura de pape
de imprimir e postar 500.000 formulários de im­ fonia celular, também. Parece que a demanda de servi­ de seu.s recursos parcialmente, porque não ha re­ fotográfico terá diversas linlias de cobertura que
postos por semana. Um passeio rápido em um ços bancários via telefone cai dramaticamente quando lação clara entre o número de leitos que possui e depositam finas camadas de produtos químicos
parque temático pode ser projetado para proces­ está sol, assim como o uso de telefones celulares. De o número de pacientes que trata. Se todos os
sobre os rolos de papel cm alta velocidade. Cada
sar lotes de 60 pes.soas a cada 3 minutos - uma forma semelhante, as companhias de seguro descobri­ seus pacientes precisassem de tratamentos relati-
linha é capaz de funcionar em uma velocidade
capacidade de “processar” 1.200 pessoas por ram ser mais vantajoso vender seus produtos quando os vamente pequenos, com estadas curtas no hospi­
específica. O produto de velocidade máxima de
hora. Era cada caso. o volume de produção é a consumidores estão presos em casa do que quando es­ tal, este podería tratar muitas pessoas por sema­
cobertura pelo tempo de operação da planta for­
medida mais adequada de capacidade, porque a tão ao ar livre, relaxando, sem querer pensar no futuro. na. Alternativamente, se a maioria de seus
pacientes precisasse de longos períodos de obser­ nece □ capacidade teórica de projeto da linha. Na
natureza do produto da operação não varia. Para Devido a isso. os serviços de meteorologia ao redor realidade, entretanto, a linha não pode funcionar
muitas operaçõe.s, entretanto, a definição de ca­ do mundo agora vendem previsões cada vez mais sofisti­ vação ou recuperação, um número muito menor
seria tratado. O volume de produção depende do continuamente cm sita velocidade máxima Pro­
pacidade não é tão óbvia. Quando uma gama cadas pata uma ampla gama de empresas. Na Grã-Bre­ dutos diferentes terão diferentes necessidades de
muito mais ampla de produtos apresenta deman­ tanha. 0 Instituto de Meteorologia oferece um serviço ba­ mbc de atividades nas quais o hospital está enga­
jado; como a maior parte dos hospitais desem­ cobertura, de forma que será prcci.so parar a li
das variáveis para o processo, as medidas de vo­ seado em internet para seus consumidores. Também é
usado para ajudar especialistas de seguro a avaliar políti­ penha muitos tipos diferentes de atividades, c nha para fazer a mudança. Também sera neces­
lume de produção são menos úteis. Nesse caso, sário fazer manutenção da linha, o que diminuira
cas securitárias que visam prover compensação contra ris- difícil predizer o volume de produção. Com cer­
medidas ba.seadas nos insumo.5 são freqüente- ainda mais o tempo produtivo. Dificuldades téc­
teza, é difícil comparar diretamente a capacida­
de de hospitais que exercem atividades muito nicas de programação podem significar tempo
Tabela 11.1 Medidas de capacidade de insumos e produtos para diferentes operações. diferentes. perdido adicional. Nem todas essas perdas sao
falhas do gerente de produção; ocorreram devido
Medida de capacidade de volumia de r ^ a demandas técnicas e do mercado sobre a ope
Exercício resolvido
Operação Medida de capacidade de Insumos produção ração. A capacidade real que resta depois de es­
Suponha que utna fábrica de aparelhos condiciona­
sas perdas .serem deduzidas é chamada capacida­
Número de unidades per semana dores de pr produza três modelos diferentes: o de luxo, o
fábrica de ar-condicionado Horas de máquinas disponíveis padrão e p econômico. 0 modelo de luxo pode ser rnon- de efetiva da operação. Não que essas perdas de
tado em 1.5 hora. o padrão, em unna hora. e o econômi­ capacidade .sejam as únicas. Fatores como pro­
Leilos disponíveis Número de pacientes tratados por semana
Hospital co em 0,75 hora. A área de montagem da fábrica tem blemas de qualidade, que podem ser evitados, ic
Número de assentas Número de clientes entretidos por semana disponibilidade de BOO horas de pessoal de montagem rão seu custo. Is.so significa tiue o volume de pro­
Teatro
por semana. dução real da linha será ainda menor do que a
Número da estudantes Estudantes graduados por ano capacidade efetiva. A proporção entre o voluniç
Universidade Se a demanda para unidades de luxo. padrão e eco­
Número de itens vendidos por dia nômica estiver na proporção 2:3:2, o tempo necessário de produção realmentc conseguido por uma ope
Loja de vendá no varejo Área de venda ração e sua capacidade de projeto c entre a salda
para montar 2 + 3 + 2 = 7 unidades será:
Número de assentos disponíveis no setor Número de passageiros transportados por (oufpírí) real c sua capacidade efetiva é respectiva
Companhia aérea (2 X 1,5) + (3 * 1) + (2 X 0,75) = 7,5 horas
semana mente chamada utilização e cfiaência da planta:
Megawatts-hora de eletricidade gerada 0 número de unidades produzidas por semana será. volume de produção real
Companhia de eletricidade Tamanha do gerador
Utilização capacidade de projeto
Volume dos tanques de lermentação Litros per samana X 7 = 746,7 unidades
Cervejaria
7,5
Nota: A medida mais comumente u.s,ada esr.á mosirad.a cm negrito.
riAM.HMisii.i Oi-ainiil 1'I ' oa..

!,>:i2 vi-va.iAMi-NMo i-. i:o?nuon:


de operação válido como uma porcentagem da
julgar a eficácia dos itens individuais de equipa­
capacidade de projeto.
Volume de produção real mento de operações produtivas. É baseada em
Eficiência = três aspectos de dcscrnpcnlio:
Capacidade efetiva
Exercido resolvido
. velocidade, ou taxa de atravessamento do Se uma máquina opera a 80 ciclos por minuto, mas
Perdas equipamento (seu tempo de ciclo); possui uma velocidade projetada de 100 ciclos por minu­
planejadas; to. sua taxa de desempenho é de 80%. Da mesma forma,
59 h . qualidade do produto ou do serviço que se produz 90 peças boas de um total de 100 fabricadas,
produz; possui uma taxa de qualidade de 90%. Se planejamos fa­
Capacidade Perdas que
de projeto zer rodar o equipamento por 8 horas, mas^ele pára 2 ho­
podem ser • tempo que está disponível para operar.
168 horas/ ras (quebrado), sua disponibilidade é de 75%,
Capacidade evitadas: 58 h
semana efetiva: Nesse exemplo, a taxa de qualidade de 90% combi­
Para o equipamento operar de forma eficaz,
109 h nada com a taxa de desempenho de 80% e a taxa de dis­
Produção real: é necessário alcançar altos níveis de desempenho
ponibilidade de 75% produz uma eficácia geral de equi­
51 h nas três dimensões apresentadas. Vistas de forma
pamento igual a 54% (0.9 « 0.8 >: 0.75).
isolada, essas métricas são indicadores imponan-
tes do desempenho da operação, mas não forne­
cem uma visão completa da eficácia geral da ma­ Utilização como medida do desempenho das
Volume de produção real
Utilização - Capacidade de projeto
quina. Isso pode ser entendido olhando-se o
operações
efeito combinado das três medidas, calculadas ao
multiplicar as três métricas individuais. Todas as Para muitos negócios, n utilização é usada
perdas ao desempenho OEE podem ser expressas como uma das mediclas-chaves do desempenho
em unidades de tempo - o tempo do ciclo para de produção. Muitas organizações exigem altos
11.7 Utilização e eficiência.
produzir uma peça boa. A.ssim, a rejeição de uma níveis de utilização antes de aiiturizai o inve.sn-
peça equivale a uma perda de tempo. Na verda­ mento em capacidade adicional. A utilização
de, isso significa que a OEE representa o tempo
volume de produção real Durante essa semana, o volume de produção real
F.ficiC'ni;i;i = foi somente 582.000 metros quadrados.
capacidade efetiva
As cinco primeiras categorias de produção perdida
ocorrem como consequência de incidenfes razoavelmen­
Eiercicio resolvida te inevitáveis, planejados, e totalizam 59 horas. As cinco
últimas categorias não são perdas planejadas: podem ser
Suponha que o fabricanle de papel lotográfico lenha
evitadas e totalizam 58 horas. 1.200.000
uma linha de cobertura cuja capacidade de projeto seja
20Q metros quadrados por minuto e que a linha opera Resultados expressos em horas da produção e ilus­
24 horas por dia, 7 dias por semana (168 horas por se­ trados na Figura 11.7; 1,000.000
mana). Capacidade de projeto = 168 horas por semana
A capacidade de projeto é 200 * 60 x 24 x 7 = Capacidade efetiva = 168 - 59 = 109 h
2.016 milhões de melros quadrados por semana. Os re­ Volume de produção real = 168 - 59 - 58 = 51 h
gistros para uma semana de produção mostram o se­ 600.000
volume de produção real _ 51 h
guinte tempo de produção perdido: Utilização: = 0,304
capacidade de projeto 168 h

1 Mudanças de proilulos {set-vps) 20h ............ volume de produção real 51 h _ .RR


Eficiência = —-------- --------------------- Tr:rT- = ü.Aba
Manutenção preventiva regular 16h capacidade efetiva 109 h 200.000
2
3 Nenhum trabalho programado 8h
4 Amostragens de qualidade Bh 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53

Tempos de troca de turnos 7h Eficácia geral de equipamento1 Janeiro


5
6 Paradas para manutenção IBIi __ Vendas da
Medida da eficácia geral de equipamento allace espanhola
7 Investigação de faltias de qualidade 20h
(OEE) é um método cada vez mais popular de
8 Falta de estoque de nialerial de cobertura 8h
9 Faltas do pessoal 6h Figura 11.8 Vendas anuais típicas de alface iceberg.
10 Espera pelos rolos de pape! 6h 1 Gmçns a Cormiu: Campbell. OEF.E Consulting Ud.
i;. í:(»N"nu>n-: ur 355
354 p]/w;pjAMi:.NTo r contíioij:

do, embora isso não seja a abordagem usual de


pode ser conhecida por diferentes nomes em di­ políticas alternativas de período. Nos casos em que são procc.ssados mate­
tais organizações, porque nornialmentc ro.sulia
ferentes setores, como por exemplo; riais não perecíveis, mas não vendidos imediata-
CAPACIDADE em um desperdício de recursos de pe.s.soal, refle­
mente, eles podem ser transferidos para o esto­
tidos em baixa produtividade. Como os serviços
• “níveis de ocupação de quartos” cm ho­ Com uma compreensão da demanda e da que de bens acabados ames das vendas em um
não podem ser estocados, uma política de capaci­
téis; capacidade, o próximo passo é considerar os mé­ período posterior. Logo, essa política é viável
dade constante envolveria o funcionamento da
todos alternativos de responder a flutuações na (mas não necessariamente desejável) para nossos
• “fator de ocupação” para assentos de operação cm um nível uniformemente alto dc
demanda. Há três opções “puras” disponíveis exemplos da empresa de malhas de lã e para pro­
aviões; disponibilidade de capacidade. O hotel emprega­
para lidar com essas variações; dutos de alumínio (veja a Figura 11.9).
ria pe.s5oal suficiente para atender a todos os
• "tempo de utilização” em algumas fábri­ Políticas de capacidade constante desse tipo quartos, para atender a um restaurante cheio e
cas. • Ignorar as flutuações e manter os níveis podem atingir os objetivos de padrões de empre­ para atender na recepção mesmo em me.ses iios
das atividades constantes (políticas de ca­ go estáveis, alta utilização do processo, e normal-
Infelizmente, como medida do desempenho quais a demanda e.sperada estivesse bem abaixo
pacidade constante). mente também podem criar estoques considerá­
de produção, pode levar a conclusões errôneas. da capacidade. Analogamente, o supermercado
• Ajustar a capacidade para refletir as flu­ veis, que devem ser financiados e armazenados. planejaria colocar, pessoal cm todos os caixas,
Utilização baixa pode resultar de babta demanda, tuações da demanda (política de acompa­ Talvez o maior problema, entretanto, seja que operações de estocagem c assim por diante, mes­
paradas frequentes da planta ou falta de mate­ nhamento da demanda). devem ser tomadas decisões quanto ao que pro­ mo em períodos trnnqüilos (veja a Figura 11.10).
riais ou greves. Por isso, mede-se o desempenho
• Tentar mudar a demanda para ajustá-la à duzir para estocar em vez de para vendas imedia­
de diversas partes do empreendimento, além da tas. Malhas de lã verdes feitas em julho ainda es­ Níveis de subutilização muito altos podem
disponibilidade da capacidade (gestão da tornar proibitivamente di.spendiosas as políticas
operação produtiva, em vez de medir somente o tarão na moda em outubro? Uma liga e,specifica
demanda). de capacidade constante em muitas operações de
desempenho da operação. Nem sempre é desejá­ de alumínio com determinada seção transversal
vel procurar alta utilização. Patticularmente em Na prática, a maior parte das organizações serviços, mas podem ser consider.idas adequadas
ainda poderá ser vendida meses depois de ter
operações em lotes ou bateladas, ênfase em alta usará uma combinação dessas políticas “puras", quando os custos de oportunidade dc vendas in­
sido produzida? A maior parte das empresas que
utilização pode resultar na formação de estoques embora em geral uma poiftica domine. dividuais perdidas são muito altos; por exemplo,
segue essa política, portanto, dá prioridade a so­
em processo. Isso é discutida posteriormente no na venda no varejo de joalheria e de alta margem
mente criar estoques para os casos em que as em imobiliárias- Também é possível estabelecer a
Capítulo 15, no planejamento e controle jusc in vendas futuras sejam relativamente certas e im­
Política de capacidade constante capacidade algo abaixo do nível do pico de de­
time. Alta utilização também pode afetar adversa­ provavelmente afetadas por mudanças na moda manda previsto com a finalidade de reduzir o
mente o cliente se reduzir a velocidade e a flexibi­ Em uma política de capacidade constante, a ou no projeto. Claramente, essas políticas não grau de subutilização. Nos períodos em que se
lidade de volume da operação. A alta utilização capacidade de processamento é estabelecida em são adequadas para produtos “perecíveLs', como espera que a demanda exceda n capacidade pla­
dos caixas automáticos de bancos é freqüente- um nível constante durante todo o período de alimentos, alguns fármacos e produtos para os nejada, emrciamo. o .serviço ao cliente pode dc-
mente acompanhada de longas filas. Alta utiliza­ planejamento, sem considerar as flutuações da quais a moda muda rápida e imprevisivelmente teriorar-se. Os clientes poderão ter que fazer fila
ção de pistas nos aeroportos durante os horários previsão da demanda. Isso significa que o mesmo (por exemplo, CDs de música popular, vestuário durante longos períodos, ou podtni scr proces-
de nisli da manhã e da noite resulta em filas de número de pessoas operam os mesmos processos de jovens), ou para produtos que são feitos sob sados" mais rapidamente e com menor personali
aeronaves, o que desperdiça combustível e atrasa e por isso deveríam ser capazes de produzir o encomenda, segundo necessidades especificas zação. Embora isso esteja obviamente longe do
os passageiros. mesmo volume agregado de produção em cada dos clientes. ideal, os benefícios da estabilidade c produtivida­
Uma política de capacidade constante tam­ de para a organização podem compensar as des­
vantagens de desagradar alguns clientes.
bém podería ser usada pelo hotel e supermerca-

Produtos de Fábrica de mamas


alumífllo de lã
EHhriM
Toneladas Unidades
□uartos Receita
mes
vendidos mensal
JFMAMJJASOND JFMAMJJAS 0 N D
;J FMAMJ.J ASOND JFMAMJJASOND

□ Formação de estaques em antecipação


á demanda lutuia
[ I Capacidade subutilizada

111.9 Políticas de capacidade constante que usam a formação de estoques por antecipação para S11-10 Políticas de capacidade constante com subutilisação de capacidade.
atender à demanda futura.
'."nifMF iH fVviVtrniAíih 357
:!56 i: CLi:; niíJI.I-:

Saladas de estação- espanhola é, em sua maioria, temporária, com um peque­


Produtos de Fábrica de malhas
A alface é um ingrediente para saladas o ano toda, no número mantido durante o verão extremamente quente de lã
para plantar e colher outros produtos, como melões. aluntfnlo
porém, tanto sua colheita como sua demanda são sazo­
nais. Alfaces são bens perecíveis e precisam ser manti­ As máquinas especializadas de colheita de alface
das cm gctadclras e transportadas cm veícutos refrigera­ (colheitadeiras) são enviadas de navio para a Espanha Toneladas Unidades
dos. Mestno assim, o produto só se mantém Iresco por todo ano ao final do período de colheita Inglês, de modo por por
um semana. Na maioria dos paises do norte da Europa, a que a empresa possa maximizar a utilização desse equi­ mês mês
demanda continua durante todo o inverno, ao nivei de pamento de capital caro. As colheitadeiras não sn possi­ JFMAMJJASONO
metade da demanda do verão: todavia, a altace não pode bilitam alta produtividade das colhedeiras, como também
JFMAMJJASONO
ser semeada em campos abertos durante os meses de garantem as melhores condições possíveis de qualidade
inverno. 0 cultivo em estufas é possivet, mas caro. para 0 empacotamento e transporte rápido para os arma­ —• Capacidade ao longo do ano
Um dos maiores produtores de allace da Europa é a zéns refrigerados.
- - Limite de capacidade do equipamento de processo
G's Fresti Salads, sediada no Reino Unido. Seus consu­
midores de supermercado requerem produtos trcscos Questões IMliBa 11.11 Políticas de acompanhamento da demanda com mudanças na capacidade que refletem as
durante 364 dias por ano, mas, dada a limitação da esta­ mudanças na demandcL
1. Qual abordagem a empresa parece usar para sua
ção de colheita inglesa, a empresa desenvolveu outras
gestão de capacidade?
fontes de lornecimenio na Europa. Adquiriu uma fazenda
e uma fábrica de empacotamento na região da Múrcia, 2. Quais são as consequências de uma programação er­
no sudeste da Espaniia, que fornece o grosso da safra de rada de plantio e colheita? pode ser estocada, a política de acompanhamen­ Métodos para ajustar a capacidade
salada durante o inverno, transportada diariamente para to da demanda pode ser adotada para minimizar
0 Reino Unido por uma frota de caminhões refrigerados. A abordagem de acompanhamento da de­
ou eliminar estoques de produtos acabados.
Além disso, o restante dos produtos necessários é im­ Política de acompanhamento da manda exige que a capacidade seja ajustada de
portado, por avião, de vários paises ao redor do mundo. demanda Às vezes, é difícil conseguir variações muito algumas formas. Existem diferentes métodos
A previsão de vendas é combinada com os super­ grandes na capacidade de um período para o ou­ para conseguir isso, embora nem todos sejam
mercados Individuais com bastante antecedência, o que O contrário de uma política de capacidade tro. Se as mudanças na demanda forem tao gran­ viáveis para todos os tipos de produção. Alguns
permite que os programas de plantação e colheita sejam constante é a que tenta ajustar a capacidade bera des como as do exemplo do hotel (vreja a Figura desses métodos estão listados a seguir.
feitos de acordo com os niveis de vendas antecipados. 11.12), niveis significativamente diferentes de
próxima dos níveis variáveis da demanda previs­
Entretanto, o programa é somente um guia rudimentar. pessoal serão necessários ao longo do ano. Isso
Os supermercados podem alterar seus pedidos alé a tar­
ta. Isso é muito mais difícil de conseguir do que Horas extras c tempo ocioso
uma política de capacidade constante, pois um significaria empregar pessoal em tempo parcial e
de do dia anterior. O clima é um fator dominante. Primei­ temporário, exigir que os empregados pennanen-
ro, porque determina a oferta - como a safra crescerá e número diferente de pessoas, diferentes horas de Com freqüência, o método mais rápido e
trabalho e mesmo diferentes quantidades de tes trabalhassem mais horas, ou mesmo introdu­
quão fácil será a colheita. Segundo, porque influencia as conveniente para ajustar a capacidade dá-se va­
vendas - periodos frios e úmidos durante o inverno de­ equipamentos podem ser necessários em cada zir mão-de-obra subcontratada. Os gerentes de
riando o número de horas produtivas trabalhadas
sencorajam 0 consuma de saladas, enquanto tempora­ período. Por essa razão, as políticas puras de produção terão ainda a difícil tarefa de assegurar
pelo pessoal da produção. Quando a demanda é
das quentes aumentam tremendamente a demanda. acompanhamento da demanda têm pouca proba­ que os padrões de qualidade e os procedimentos
mais alta do que a capacidade nominal, o dia de
A Figura 11.8 ilustra isso. 0 programa de vendas de bilidade de atrair operações que fabricam produ- de segurança sejam seguidos em detalhe e que os
trabalho pode ser estendido, e quando a deman-
alface em forma de icebergs é ilustrado e comparado tos-padrão não perecíveis. Também, quando as níveis de serviço aos clientes sejam mantidos.
com as vendas de alface inglesa e espanhola. A natureza operações de manufamra são especialmente in­
flutuante das vendas reais é o resultado da combinação tensivas em capital, a política de acompanha­
da disponibilidade relacionada ao tempo e da demanda mento da demanda exige um nível de capacidade Laja varejista
de supermercado. Estas nem sempre combinam. Quando
a demanda é maior do que o esperado, o equipamento
física que seria totalmente usado somente ocasio­
nalmente. É por essa razão que essa política tem
Hotel
EOItagnil
de colheita e suas equipes continuam o trabalho até o
menor probabilidade de ser adequada para o
meio da noite, debaixo de holofotes. Outro problema de
produtor de alumínio do que para o fabricante de
capacidade é o número de funcionários da operação. Quartos Receita
Esse número baseia-se em pessoal temporário para a co­ malhas de lã (veja a Figura 11.11). Uma política mensal
pura de acompanhamento da demanda é normal­ vendidos
lheita da estação e para o empacotamento, complemen­
tando os empregados em horário integral para ambas as mente mais adotada por operações que não po­ J FMAMJJASONO
JFMAMJJASONO
estações, a inglesa e a espanhola. Já que a grande parte dem estocar sua produção, como as operações de
da safra é transportada para a Grã-Bretanha a granel, a processamento de clientes ou fabricantes de pro­
maior parte do pessoal permanente de empacotamento e dutos perecíveis. E\ãta a provisão desnecessária I I Capacidade subutifizada
distribuição 6 mantida no Reino Unido. A mão-de-obra de pessoal em e.xcesso que ocorre com uma polí­
tica de capacidade constante e que ainda deveria ■J 11.12 Políticas de acompanhamento da demanda com mudanças na capacidade que refletem os
satisfazer à demanda dos clientes ao longo do pe­ mudanças na demanda.
l-jurovisM;: ftjin íuncíoiuírios da cinprcs.-i. ríodo planejado. Nos casos em que a produção
K ujMUniP iif iuaiu:

358 ri.ANiuAMivSTo !•: contuoi.i-:


sas para promover seus piodulos cm épocas dife­
possuir íiliais em dilerentes países, os paises que permi­
da é menor do que a capacidade nominal, o icm- horários de pico para registro dc novos hóspedes tem a prática de contratar e demitir, provavelmente, terão rentes das do Natal e Açao de Graças.
po despendido pelo pessoal em trabalho produti­ coincidem com os momentos menos ocupados suas fábricas reduzidas em tamanho quando compara­
vo pode ser reduzido. No último caso, o pessoal nas áreas de cozinha e restaurante. dos com os paises cuja legislação inibe tal prática. Trabalho durante 0 ano3
pode engajar-se em outras atividades, como lim­ Um método de Iluluação de capacidade à medida
peza ou manutenção. Esse método somente é útil Usar pessoal em tempo parcial que a demanda varia ao longo do ano sem muitos custos
se a programação da capacidade produtiva extra Gerenciar a demanda associados de horas extras ou coniratação de pessoal
coincide com a da demanda. Por exempla, hã Uma variação da estratégia anterior é recru­ temporário é chamado de Plano de Trabalho de Horas
pouco a ganhar quando se solicita ao pessoal de tar pessoal em tempo parcial, isto é, para traba­ Uma demanda estável e uniforme pode per­ Anuais (banco de horas). Isso envolve contratação de
uma operação varejista que trabalhe horas extras mitir que uma organização reduza custos e me­ pessoal pata trabalhar um número estabelecido de horas
lhar menos do que um dia normal. Esse método é por ano, mais que determinado número dc horas por se­
à noite se toda a demanda extra ocorrer durante muito usado em operações de serviços, como su­ lhore o serviço; a capacidade pode ser mais bem
seu período normal de trabalho. Os custos asso­ utilizada e o lucro potencial pode ser melhorado. mana. A vantagem é que a quantidade de lempo de lun-
permercados e restaurantes fast food, mas tam­ cionárlos disponível para a empresa pode variar durarile
ciados com esse método são o pagamento extra bém por alguns fabricantes para alocar pessoal ao Muitas organizações reconheceram esses benefi-
0 ano, relletlndo 0 estado real da demanda. Por exemplo,
que c normalmentc necessário para assegurar a turno noturno depois do dia normal de trabalho. cios c tentam "admini.strar a demanda’ dc várias a Figura 11.13 moslra o número tolai de hotas tiahallia-
concordância do pessoal em trabalhar além do Se, entretanto, os custos fixos do emprego de formas. O objetivo é transferir a demanda dos das por funcionários em uma empresa de processamen­
expediente normal, ou, no caso de tempo ocioso, cada empregado, independentemente de quanto períodos de pico para períodos tranqüilos. Isso to de lotos ao longo de todo 0 ano.
os custos do pagamento do pe.s.soal que não está tempo trabalharem, forem altos, usar esse méto­ está gcralmente fora do papel principal do geren­ Os planos de hotas anuais podem também ser úteis
engajado em trabalho produtivo direto. Além dis­ do pode não valer a pena. te de produção, sendo de responsabilidade das quando 0 fornecimento varia ao longo do ano. Por exem­
so, pode haver custos associados com os custos funções de marketing e/ou vendas. O papel prin­ plo. a fábrica de queijos da Express Foods, como todas
para manter a operação aquecida, ágil e segura cipal do gerente de produção é, portanto, identi­ as fábricas de queijo, necessita lidar com d processa­
durante o periodo extra de trabalho. Também há Subcontrataçõo ficar e avaliar os benefícios da gestão da deman­ mento de quantidades de leite muito diferentes durante
um limite para a quantidade de tempo extra que da e assegurar que as mudanças resultantes na diferentes períodos do ano. Na primavera e no inicio do
a força de trabalho pode suportar antes que os Em períodos de alta demanda, uma opera­ demanda sejam satisfatoriamente atendidas pelo verão, as vacas produzem maiores quantidades de leite,
níveis de produtividade caiam. ção pode comprar capacidade de outras organi­ sistema de produção. Um método de administrar mas, no linal do verão e no oulono, 0 lornecimento de
zações. Isso pode permitir à organização atender a demanda é mudáda. Políticas mais radicais po­ leite diminui muito. Antes da introdução de horas anuate.
a sua própria demanda sem custos extras de in­ dem criar produtos ou serviços alternativos para a fábrica apoiava-se em horas extras e conlratação de
Variar o tamanho da força dc trabalho vestimento em capacidade, que não será necessá­ preencher a capacidade em períodos tranqüilo.s. funcionários temporários durante a estação mais ocupa­
ria depois que o pico de demanda tiver passado. da. Atualmente, os funcionários são contratados para
Novamente, há custos associados com esse méto­ trabalhar um número estabelecido de horas por ani).
Se a capacidade for fortemente dependente com regras acordadas um ano antes e depois de consiil-
do tamanho da força de trabalho, uma forma de do. O mais óbvio é que a subcontratação pode Alterar a demanda
ser muito dispendiosa. O subcontratante também tados os sindicatos. Isso significa que. ao final do mes
ajustá-la é compensar o número de pessoas. Isso O mecanismo mais óbvio para mudar a de­ de julho, os funcionários já sabem quais dias e horas
é feito contratando pessoal extra durante os pe­ desejará ter margem suficiente no negódo. Um
manda é o preço. Embora seja provavelmente a irão trabalhar até 0 mês de setembro do ano seguinte Se
ríodos de alta demanda e dispensando-os quando subconcratado pode não estar tão motivado a for­ uma emergência ocorrer, a empresa pode convocar mn-
necer no prazo ou nos níveis desejados de quali­ abordagem mais amplamente aplicada na gestão
a demanda diminui. Há, entretanto, implicações da demanda, é menos comum para produtos do clonários de um grupo de “superequipe'’. que trabalham
de custo, e possivelmente, também éticas para dade. Finalmente, há risco de que 05 subcontrata- horas mais Ilexívas em troca dc pagamentos mais altos,
dos também decidam entrar no mesmo mercado. que para serviços. Por exemplo, alguns hotéis na mas podem lazer qualquer serviço na fábrica.
.serem consideradas antes de adotar esse método. cidade oferecera pacotes de férias de baixo custo
Os custos de contratar pessoal extra incluem os Nem Iodas as experiências com as horas anuais,
do tipo “descanso na cidade" nos meses em que
associados com o recrutamento, assim como os Comentário crítico entretanto, foram bem-sucedidas quanto a da Express
são esperados menos clientes de negócios. Férias Foods. Nos casos em que a demanda ê muito imprevisí­
custos de bai.xa produtividade, enquanto o pes­ Para muitos, a idéia de flutuação da mão-de-obra para esquiar e acampar são mais baratas era iní­
soal novo passa pela curva de aprendizagem. Os para atender à demanda, tanto utilizando funcionários de vel. os funcionários podem ser chamados a_ trabalhar
cio e fim de estação e particularmente caras du­ muito de repente. Isso pode causar perturbações consi­
custos de dispensa podem incluir possíveis inde­ meio período, como a prática de contratar e demitir, é
rante as férias escolares. Descontos são dados por
mais do que meraménie controversa. Ê responsabilidade deráveis na vida familiar c social. Por exemplo, em uma
nizações, mas também podem incluir a perda de firmas de revelação de fotografias durante os pe­ empresa de noticias, 0 arranjo trouxe inicialmenfe alguns
moral na operação e a perda da boa vontade no de qualquer empresa, os críticos argumentam, engajar
em uma série de atividades que sejam capazes de manter ríodos de inverno, mas nunca próximo das férias problemas. Alguns jornalistas e uma equipe de câmera
mercado de mão-de-obra local. No nível da mi- de verão. No inverno, sorvetes estão “em oferta” que haviam sido chamados para cobrir uma crise estran­
crooperação, um método de lidar com picos de 0 emprego em um nível mais estável. Contratar e demitir
meraménte por questões sazonais, que podem ser pre­ em muitos supermercados. O objetivo é invaria­ geira foram obrigados a trabalhar tantas horas que rece­
demanda em uma área de produção é construir velmente estimular a demanda fora de pico e res­ beram como compensação um mes iiileito de ferias.
vistas com antecedência, é tratar os seres humanos de
flexibilidade suficiente no projeto e demarcação uma forma tolalmente inaceitável. Mesmo a idéia de con­ tringir a de pico, a fim de regular tanto quanto
do trabalho, de modo que os funcionários pos­ tratar pessoas por um contrato de curto prazo, na práti­ possivel a demanda. As organizações também po­
sam ser transferidos de partes menos ocupadas ca, leva ao oterecimento de condições de serviço mais dem tentar aumentar a demanda em períodos de
da operação, quando necessário. Por exemplo, a pobres e a um estado de pennanente ansiedade sobre se baixa demanda por meio de propaganda adequa­ 3 lYNCH. P. Míikiiijí liniv furpioilinliviiy. P.-rv-nin /
rede de hotéis francc.sa Novotel treinou alguns de vão ser mantidas no emprego ou não. Um comentário da. Por exemplo, criadores de peru no Reino Uni­ Mamgrmrni. Mar. 1191: PICK.MU)..). Anm.:.l j';-’ -’1
seus fundonáríos de cozinha para acompanhar mais prático ressalta que, em um mundo de negócios üf liviiij! (I.mgcrously. I’mi»viet ütimineniriii, Mig. I-. I-
do e nos Estados Unidos fazem tentativas vigoro-
os clientes da área de recepção até os quartos. Os cada vez mais globalizada, em que empresas podem
í,i.v.*;rj.v.trsTO i' co.-íiuoi.r or ovACtii.-Mir. 361
:)f.ü l;l..',!.'UAMi:';ln n c;orn iiniJ-:

Fábrica de malhas
de lá

Unidades
por
mês
2.0 -
Horas-padrão de produção
TolaI de horas trabalhadas
F M A M J 0 N D

Semanas (calendário)
m Pedido que deve ser adiantado
Fotitc: LYNCÍI, I? Making lime for produclivity. Pcrsoimel MunaganciU, Mar. 1991. Reproduzido com permissão.
@1 Nova posição do pedido
11.13 Uso de horas uuualizodíis para rejletir a demanda sazonaL
[(' TI Excedente de capacidade usada para formação de estoques
Como não tinham feito planos de viagens, muitos prefe­ principal, e a operação deve ser totalmente capaz — Capacidade ao longo do ano
riram continuar trabalhando. de servir aos dois mercados. Algumas universida­
des foram criticadas por oferecer acomodações 111.14 Político mista de capacidade para a fábrica de malhas de lã.
Questão
mal decoradas, abaixo do padrão, que acendiam
0 que você vê como principais vantagens e desvan­ às necessidades de graduandos, mas falhavam
tagens de adotar o Plano de Trabalho de Horas Anuais, em impressionar executivos em um congresso co­ Hallmark Cards, líder de mercado na América do
tanto para a empresa como para seus funcionários? capacidade também foi ajustada em dois pontos Norte, foi pioneira no desenvolvimento de cartões sem
mercial.
no ano para refletir as amplas mudanças na de­ ocasião. Seus cartões incluem pensados para ser envia­
manda (política de acompanhamento da dernan- dos de pais para lilhos com mensagens como "Um gran­
Produtos e scndços alternativos Políticas mistas da). Ainda assim o ajuste da capacidade não é de abraço ajudaria?" ou “Sinto muito pelo que aconte­
suficiente para evitar totalmente a formação de ceu" e “Você é maraviihoso(a) - seu quarto é que é uma
As vezes, é necessária uma abordagem mais Cada uma dessas três políticas “puras” so­ estoques (política de capacidade constante). bagunça". Outros cartões apresentam temas adultos
radical para preencher períodos de baixa deman­ mente é aplicada quando suas vantagens com­ mais sérios, como amizade ("Você é mais do que um
da. As organizações podem desenvolver novos pensam fortemente suas desvantagens. Para mui­ Entendendo a Mensagem4 amigo, é como familiá') ou mesmo alcoolismo (”E dilicil
produtos, que podem ser produzidos nos proces­ dizer mas acho você uma pessoa muito mais legal quan­
tas organizações, entretanto, essas abordagens As companhias que operam tradicionaimente em do não está bebendo"). Quaisquer que sejam esses pro­
sos existentes, mas que têm padrões de demanda “puras” não atendem a sua combinação necessá­ mercados sazonais podem demonstrar ingenuidade con­
diferentes ao longo do ano. A maior parte das dutos, não são sazonais!
ria de objetivos competitivos operacionais. Da siderável em suas tentativas de desenvolver produtos
universidades enche seus alojamentos e anfitea­ maioria dos gerentes de produção é e.xigido que contra-sazonais. Um dos mais bem-sucedidos setores a
tros de aulas corn congressos e reuniões de em­ esse respeito foi o de cartões de felicitações. Dia das Questões
reduzam simultaneamente os custos e os esto­
presas durante as férias. Estações de esqui ofe­ ques, minimizem o investimento em capital e Mães, Dia dos Pais. das Bruxas, dos Namorados e outras 1. Quais parecem ser as vantagens e desvantagens da
recem férias com atividades organizadas na ainda proporcionem uma abordagem ágil e ocasiões têm sido promovidas como épocas para enviar estratégia adotada pela Hallmark Cards?
montanha durante o verão. Vôos charter que orientada para o cliente em todos os momentos. (e comprar) cartões, Agora, tendo ficado sem ocasiões 2. Que mais poderia ser feito para enirenlar a flutuação
transportam os canadenses de Toronto para a para promover, os fabricantes de cartões de felicitações
Por essa razão, a maioria das organizações esco­ de demanda?
Plórida no inverno voam regularmente as rotas mudaram para cartões “sem ocasião", que podem ser
lhe uma abordagem mista das três abordagens. enviados a qualquer momento. Esses têm a considerável
Toronto-Europa no verão. Algumas empresas de Isso pode ser mais bem ilustrado pelo exemplo vantagem de ser menos sazonais, tornando assim menos
equipamentos de jardinagem nos Estados Unidos da companhia de malhas de lã na Figura 11.14. marcada a sazonalidade das empresas. Gestão do rendimento
agora produzem removedores de neve no outono Nesse caso, uma parte do pico de demanda foi
e inverno. Os benefícios aparentes de preencher trazida para um período anterior pela empresa Em operações que têm capacidades relativa-
a capacidade dessa forma devem ser comparados que oferece descontos para clientes varejistas se­ mente fixas, como linhas aéreas c hotéi.s, é im-
com os riscos de prejudicar o produto ou sertnço lecionados (política de gestão da demanda). A 4 The Teonomisr, 10 Aug. 1991.
ISIIU'I l' I>1 CAlWilHM11' 363
362 !'UAM‘.fAMi-Nrl() r rn:n íiou:.

portame usar a capacidade da operação para ge­ • Descontos cm preço. Em épocas tranqüilas,
rar receiias com todo o seu potencial. quando a demanda tem pouca probabili­
dade de preencher a capacidade, as em­
Uma abordagem usada por esse tipo de ope­
presas aéreas também venderão passa­
rações é chamada gestão dc rendimento.1’ E um
gens com altos descontos para agentes
conjunto de métodos, alguns dos quais Já aborda­
que assumem o risco de eles mesmos en­ Nível de
mos, que podem ser usados para assegurar que
contrarem clientes para essas passagens. capacidade
uma operação maximize seu potencial, para ge­
Na realidade, esse é o mecanismo de pre­
rar lucros. A gestão do rendimento é especial­
ço para influenciar a demanda.
mente útil quando:
• Variar os tipos de serviços. Descontos e ou­
• a capacidade é relativamente fixa; Demanda
tros métodos para influenciar a demanda
mensal
• o mercado pode ser segmentado de forma também são ajustados de acordo com a jFMAMJJASOND
bastante clara; demanda para tipos específicos de servi­
ços. Por exemplo, a demanda relativa
• o ser\'iço não pode ser estocado de ne­
para assentos de primeira classe, executi­ i"15
nhuma forma; ser necessariamente o caso.
va e econômica varia ao longo do ano.
• os serviços são vendidos antecipadamente; Não há passagens com desconto em uma
• 0 custo marginai de realização de uma ciasse para a qual a demanda é alta. A ro mostra que, embora a demanda total tenha
venda é relativamente baixo. gestão do rendimento também tenta ajus­ produtos passarem pelo sistema de distribuição, pico em setembro, devido ao número restrito dc
tar a disponibilidade de diferentes classes a fábrica deve atender a uma demanda cujo pico
As companhias aéreas, por exemplo, encai­ dias produtivos disponíveis, o pico de demanda
de assentos para adequar-se a sua deman­ é em setembro, como mostrado. Um método para
xam-se em todos esses critérios. Adotam um con­ por dia produtivo ocorre um mês antes, em agos­
da. Também variarão o número de assen­ avaliar se um nível específico de capacidade pode
junto de métodos para tentar maximizar o rendi­ to. Segundo, mostra que a flutuação na demanda
tos dispomVeis em cada classe por meio de satisfazer à demanda seria calcular o grau de so-
mento (isto é, lucro) de sua capacidade. Estes durante o ano é ainda maior do que parecia. A
melhoria e mesmo mudança da configura­ brecapacidade na pane inferior dô gráfico, que
compreendem os seguintes: proporção do pico de demanda mensal para a
ção dos assentos do avião (veja quadro no representa os níveis de capacidade (áreas A e C), menor demanda mensal é 6,5:1, mas a razao do
• Over-booking de capacidade. Nem todo Capítulo 4 sobre o novo Boeing 777). e o grau de subcapacidade na parte superior do pico para a menor demanda por dta produtivo e
passageiro que reservou um lugar em um gráfico (área B). Se o grau de sobrecapacidade 10-1. A demanda por dia produtivo e mais rele­
vôo realraente aparecerá. Se a companhia total for maior do que o total de subcapacidade vante para os gerentes dc produção, porque o.s
não preencher esse assento, perderá a re­ ESCOLHA DE UMA ABORDAGEM DE para determinado nível de capacidade, então dias produtivos representam o elemento de tem­
ceita oriunda dele. Por esse motivo, as PLANEJAMENTO E CONTROLE DE essa capacidade pode ser vista como adequada
po da capacidade.
companhias aéreas regularmente reser­ CAPACIDADE para satisfazer completamente à demanda, coin a
vam assento para mais passageiros do que hipótese de que o estoque tenha sido acumulado A conseqüência mais útil do gráfico da de­
a capacidade do avião. Se reservarem em Antes que uma operação possa decidir qual nos períodos de sobrecapacidade. manda acumulada é que, desenhando a linha da
excesso o número exato de passageiros das políticas de capacidade adotar, deve estar capacidade acumulada no mesmo grafico, a via­
Há, entretanto, dois problemas com essa bilidade e as conseqüências de uma política dc
que não aparecerão, terão maximizado consciente das conseqüências da adoção de cada abordagem. O primeiro é que cada mês mostrado
sua receita nessas circunstâncias. Natural­ política em seu próprio conjunto de circunstân­ capacidade podem .ser avaliadas, A Figura 11.J 6
na Figura 11-15 pode não ter o mesmo tempo mostra uma política de capacidade con.stanle,
mente, se mais passageiros do que o espe­ cias. Dois métodos são especialraente úteis para produtivo. Alguns meses (agosto, por exemplo)
rado aparecerem, a companhia terá que que produz 14,03 toneladas por dia produtivo.
ajudar a avaliar as conseqüências da adaptação podem incluir períodos de férias que reduzem a Isso atende ã demanda acumulada no final do
lidar com alguns passageiros aborrecidos de políticas específicas de capacidade: disponibilidade de capacidade. O segundo pro­ ano. Também passaria em nosso teste anterior c e
(embora possa oferecer incentivos finan­ blema é que um nível de capacidade que parece
• representações acumuladas de demanda e sobrecapacidade total igual ou maior do que a
ceiros para eles tomarem outro vôo). Se adequado pode ser capaz de fornecer produtos
não fizerem reservas excedentes em capaddade; subcapacidade.
depois que a demanda por eles ocorreu. Por
quantidade suficiente, terão assentos va­ • teoria das filas. exemplo, se o período de subcapacidade ocorrer Se, entretanto, um dos objetivos da pplílic.i
zios. Estudando dados passados sobre de­ no início do ano, nenhum estoque pode ter sido for atender à demanda quando ela ocorrer, ess.i
manda de vôos, as empresas aéreas ten­ acumulado para atender à demanda. Uma forma política é inadequada. Até nproxirnadatnemc «
tam equilibrar os riscos de excesso e falta Representações acumuladas bem superior de avaliar as políticas de capacida­ dia 168 a linha que representa a produção acu­
de reservas. de é fazer um gráfico da demanda acumulada, mulada está acima da que representa a demanda
A Figura 11.15 mostra a previsão de deman­ que é mostrada (por uma linha grossa) na Figura acumulada. Isso significa que cm qualquer mo­
da agregada para uma fábrica de chocolates que mento durante esse período a fabrica produziu
11.16.
faz produtos de consumo. A demanda por seus mais produtos do que foi demandado dela. Na
5 KIMES, S. yiclii management: a lool for copa- A representação acumulada da demanda
ciiv-consirained sennee fimis. Jouniaí of úperanom Maou- produtos em suas lojas é mais alta no Natal. Para realidade, a distância vertical entre as duns li-
atender a essa demanda e reservar tempo para os imediatamente revela mais informações. Primei­
jjemem. V. 8. n" 1989.
i'i..\Nr.i.-v.iiNici li comiioui nr oM'.-\cin.\uii 365
:)6'i r t:o:;i!ioi.i:

1296100.

Falta no
dia 198
=247ton. Estoque
lero

Produção acumulada Produção acumulada


com 14,03 ton. com 15.28 ton.
por dia \ por dia

Demanda .
acumulada Demanda
acumulada

Custo de estoque = E2/ton Jdia

0 20 40 60 BO 100 120 140 160 180 200 220 240 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240
Dias produtivos acumulados
Dias produtivos acumulados
J F M A M J J A S 0 N D
Dcmarul.i (lonelncl;is/inõ5) 100 150 175 150 200 300 350 500 650 450 200 100 N
Dias produtivos M M A
20 18 21 21 22 22 21 10 21 22 21 18
300 350 500 650 450 200 100
Demanda (toneiadas.rdia) 5 8.33 8.33 7.14 9.52 13.64 16.67 50 30.95 20.46 9.52 5.56 Demanda (toneladas/mès) 100 150 175 150 200
22 21 10 21 22 21 18
Dias aciimiiiados 20 38 59 80 102 124 145 155 176 198 219 237 Dias produtivos 20 18 21 21 22
50 30.95 20.46 9.52 5.56
Demanda acumulatia 100 250 425 575 775 1075 1425 1925 2575 3025 3225 3325 Demanda (toneladas/dia) 5 8.33 8.33 7.14 9.52 13.64 16.67
124 145 155 176 198 219 237
Produção acumulada (toneladas) 281 533 828 1122 1431 1740 2023 2175 2469 2778 3073 3325 Dias acumulados 20 38 59 80 102
3225 3325
Estoque linal (toneladas) 281 283 403 547 656 715 609 250 (106) (247) (150) 0 Demanda acumulada 100 250 425 575 775 1075 1425 1925 2575 3025
3346 3621
Produção acumulada (toneladas) 306 581 902 1222 1559 1895 2216 2368 2689 3025
820 791 443 114 0 121 296
tPSB11 •16 Politíca dc capacidade constante que apresenta faltas apesar de atender à demanda no Estoque final (toneladas) 206 331 477 647 784 61 209
Estoque médio (toneladas) 103 270 404 562 716 802 806 617 279 57
final do ano. 2562 7524
Custo de estoques por mês (E) 4120 9720 16968 23604 31504 35288 33852 12340 11718 2508
Cusio total de estoque por ano = £ 191 608
Ilhas ó o nível dc estoque.s nes.se momenio. Para qualquer política de capacidade aten­
As.sim, prú.vinio cio dia 80, 1.122 toneladas foram Idl-Jlfffl 11.17 Politíca de capacidade constante que atende à demanda durante todo o ano.
der à demanda à medida que ela ocorre, a linha
produzidas, ma.s somente 575 toneladas, deman­ de produção acumulada deve estar sempre acima
dadas. O exce.sso de produção em relação à de­ da linha de demanda acumulada. Isso toma fácil
manda, ou estoque, é, portanto, 547 toneladas. o fabricante de chocolates, junto com os custos Comparação de políticas com base em dados
a tarefa de julgar a adequabilidade de uma políti­
Quando a linha dc demanda acumulada e.stiver de ter estoques. Assumem-se os custos de esto­ acumulados
ca, simplesmente olhando para sua representa­
acima da linha de produção acumulada, o con- ção acumulada. Uma impres.são das conseqüén- ques sendo £ 2 por tonelada por dia para manter
irário é verdade. A distância vertical entre as cias para o estoque também pode .ser obtida da em estocagem. O estoque médio mensal é consi­ Políticas de acompanhamento da demanda
diia.s linha.s agora indica a escassez ou falta de representação acumulada por meio da análise derado a média dos níveis de estoques do início e também podem ser ilustradas em uma represen­
fornecimento. Próximo ao dia 198, 3.025 tonela­ das áreas entre as curvas de produção e deman­ do final do mês e o custo de manter o estoque tação acumulada. Em vez de a linha de produção
das foram demandadas, mas .somente 2.778 to­ da acumuladas, hsso representa a quantidade de cada mês é o produto do estoque médio, do custo
acumulada ter um gradiente constante, ela tem
neladas, produzidas. A falta é, portanto, de 247 estoque no período. A Figura 11.17 ilustra uma de estocagem por dia por tonelada e do número
toneladas. um gradiente variável representando o volume
política de capacidade constante adequada para de dias do mês.
nANijAMi:.i>i f i1' Iyv
367
366 rf/j.’i-JAMi:-Nro i: r.osrniou:

de produção horário em quniquer moinemo. Se mente, é menos dispendioso mudar a capacidade


fosse adotada uma política pura de acompanha­ em direção ao que é considerado como nível de
mento da demanda, a linha de produção acumu­ capacidade “normal" do que para níveis muito
lada atendería à linha de demanda acumulada. A além desse.
defasagem entre as duas linhas seria zero, e, por­
tanto, o estoque seria zero. Embora isso elimine Lidando com a sazonalidade na Nestié
custos de manutenção de estoques, como discuti­ Todo fabricante de alimento precisa saber lidar com
mos anteriormente, haveria custos associados as flutuaçães sazonais. NesUé, multinacional sediada na
com a mudança de níveis de capacidade, Esses Suiça, a maior empresa alimentícia do mundo, possui
custo.1! cic mudança de capacidade às vezes são de- mais experiência do que a maioria. Ou o fornecimento de
.senhados como mostra a Figura 11.18. O custo materiais é sazonal (vegetais congelados), ou a demanda
de uma alteração de capacidade depende do é sazonal (sorvetes), ou ambos (leite em p6). A fabrica­ Alguns dos produtos populares da Nestlé
grau de mudança, da direção da mudança e do ção de chocolate é típica. A demanda é parcialmente in­
fluenciada pelo clima - chocolate é menos popular no Nestlé decidirem errado, ou corremos o risco de licw
nivel de capacidade a partir do qual a alteração é verão - e parcialmente influenciada por fatores culturais
feita. Normalmente, o custo marginal de uma al­ sem nossos produtos favoritos, ou a empresa acaba com
- chocolate ê um presente popular no Natal e na Páscoa Embalando sortimentos de chocolate de alta qualidade
teração de capacidade aumenta com o aumento em muitos países. As fábneas da Nestié usam uma com­ estoque excedente.
da mudança. Por exemplo, se o fabricante de binação de estratégias para lidar com essas flutuações
de demanda. Alguns produtos podem ser estocados em Questões Custo de alteração de 29 para 8.7 toneladas/dia =
chocolates desejar aumentar a capacidade em
5%, isso pode ser conseguido solicitando que o antecipação aos picos de estação. Entretanto, existe um 1 Quais são os principais imde-oífs (compromissos) C 60 000
limite de ‘vida de prateleira' no tempo de estoque dos ■ que os gerentes da Nestlé precisam fazer para Irdar
pessoal faça horas extras - uma opção relativa­ com a sazonalidade de seus produtos de chocolate?
produtos se os padrões de alta qualidade dos produtos PolHica 2
mente barata. Se a mudança for 15%, as horas
Nestié forem mantidos. Volumes de vendas fora da esta­ 2 Em sua opinião, quais são as diferenças entre geren-
e.\tras não fornecerão capacidade extra sufidente ção também podem ser influenciadas pelo uso de ofertas ■ ciar a sazonalidade de produtos populares, como os . organizar e alocar pessoal na lábrica para urn nivel de
e será necessário empregar pessoal temporário - especiais e promoções de produtos. Dentro das próprias ilustrados ã esquerda, chamados de “linhas de volu­ capacidade "normal" de 12.4 toneladas por dia.
uma solução mais cara, que também ptedsaría fábricas da Nestlé, as taxas de saídas podem flutuar, em­ me", e os sortimentos de chocolate mais sofistrea-
bata diferentes formas de fazer isso possam ser adequa­ . Produzir 12.4 toneladas por dia nos primeiros 150
de mais tempo para ser implementada. Aumen­ dos, ilustrados na lotogralia ã direita?
das em diferentes estágios do processo. A fabricação do dias do ano. depois aumentar a capacidade para 29 to
tos de capacidade acima de 15% somente pode­ neladas por dia com horas extras e contrataçao di.
ríam ser conseguidos subcontratando algum tra­ chocolate propriamente dita é restrita pelos limites de ca­
pacidade da tecnologia de processo, enquanto no setor pessoal temporário.
balho fora da empresa, o que seria ainda mais Exercício resolvido
de embalagem de sorUmentos, por exemplo (veja a foto­ Suponha que o fabricante de chocolates que vem . Produzir 29 toneladas por dia alé o 190' dia e enfio
dispendioso. O custo da alteração também pode grafia), funcionários extras podem ser contratados em
operando com a polrlica de capacidade constante, como reduzir a capacidade para 12,4 toneladas por dia para
ser afetado pelo ponto do qual a mudança está momentos de pico. Tudo isso faz com que o ambiente mostrado na Figura 11.17, esteja insalisleho ca-n os cu - 0 restante do ano.
sendo feita, bem como por sua direção. Normal- seja sensível ao processo decisórlo. Se os gerentes da
tos de estocagem dessa abordagem e decida explorar
duas políticas alternativas, ambas envolvendo algum Os custos da alteração de capacidade com essa po-
grau de acompanhamento da demanda. litica são menores, parque o grau d8
Custo para fazer uma (a razão da capacidade de pico para a normal é 2.34 para
alterado de capacidade POliUca 1 1); são calculados pela empresa como:
. Organizar e alocar pessoal na fábrica para um nhrel de
capacidade “normal" de 8,7 toneladas por dta. Custo de alteração de 12.4 para 29 toneladas/dia =
. Produzir 8.7 toneladas por dia nos primeiros 124 dias E 35.000
do ano, depois aumentar a capacidade para 29 tonera­
das por dia, com forte uso de horas extras, contrata­ Custo de alteração de 29 para 12,4 toneladas/dia -
ção de pessoal temporário e alguma subconlrataçao. E 15.000
. Produzir 29 toneladas por dia até o 194- dia e enfio A Fiqura 11.19 ilustra as duas polilicas em uma re­
reduzir a capacidade para 8.7 toneladas por dia para o presentação acumulada. A Política 1. que pretendra duas
restante do ano. alterações dramáticas na capacidade, tern allos c2 “
Redigo Aumenlo Redução Aumento Redução Aumento Os custos de tão grande alteração de capacidade (a alteração de capacidade, mas. pelo lato de seus niveis tie
Capacidade abaixo Capacidade normai Capacidade acima ratío da capacidade de pico para a normal é de 3.33 para produção serem próximos dos de denianda, Icm cus u.
do normal do normal de estocagem baixos. A Política 2 sacnhca uma pa le da
1) são calculados pela empresa como;
vantagens dos custos de estocagem da Po,rtl“ ] ’
111.18 Os custos de alterações na capacidade dependerão do ponto a partir da tpml a alteraçõo é Custo de alteração de 8,7 para 29 toneladas/dia = economiza mais em custos de alteração de capacidade.
feita, do grau da mudança e de sua direção. E110 000
i-: cosninir. iii: 369
368 rL--.-.'L!A,.n ';in i: conikoli:

3400

3200 Distribuição dos tempos


Política 2 de processamento
3000
• Custo de estocagem
2800
= Z 109.600
2600 • Custo de alteração de Demanda ■ j
capacidade = £ 50.000 acumulada
2400
• Custo total = E 159.600
2200 Distribuição dos tempos
de chegada
2000

1800
Fila de clientes
1600 esperando ser atendidos
1400

1200

1000
Polilica 1
800 • Custo de estocagem
600 = £37.600
• Custo de alteração de
400
capacidade = £170.000 111.20 Forma geral da decisão de capacidade em sistemas com fila.
200 • Custo total = E 207.000

40 60 BO lOd 120 140 160 180 200 220 240


Dias produtivas acumulados Se a operação tiver falta de atendentes (isto
que o tempo médio de processamento, alguns
é. se a capacidade for estabelecida ern um nível
dos atendentes no sistema ficarão ociosos. Logo,
demasiado bai.xo), formam-se filas até um nível
^^32111.19 Comparação de duas políticas alternativas de capacidade. mesmo quando a capacidade média (capacidade
em que os clientes tomam-sc insatisfeitos com o
de processamento) da operação atender à de­
tempo que devem esperar, embora o nível de uti­
manda média (ta.xa de chegada) ao sistema, tan­
lização dos atendentes seja alto. Se houver um
to filas como tempo ocioso podem ocorrer. Ha número demasiado alto de atendentes trabalhan­
Teoria das filas 11.20 mostra a forma geral dessa questão de ca­ muitos exemplos desse tipo de sistema, alguns
pacidade. Os clientes chegam de acordo com do (isto é, a capacidade está estabelecida em um
dos quais estão ilustrados na Tabela 11.2. nível muito alto), o tempo que os clientes deve­
alguma distribuição de probabilidade, esperam
Representações acumuladas de políticas de para ser processados (a menos que pane da ope­ rão esperar não será longo, mas a utilização dos
capacidade são úteis quando a operação tem a ração esteja ociosa), são processados por um dos Tabela 11.2 Exemplos de operações que possuem atendentes será baixa. Por essa razão, o proble­
possibilidade de estocar seus produtos acabados. n "atendentes” que trabalham em paralelo (seu processadores em paralelo. ma de planejamento e controle da capacidade
Para operações que, por natureza, não podem es­ tempo de processamento também descrito por para esse tipo de operação é freqüentemente
tocar seus produtos, como a maior parte das ope­ Capacidade de apresentado como um compromisso entre o tem­
uma distribuição de probabilidade) e deixam a Qparação. Chegadas , - processamento
rações de serviços, o planejamento e controle de operação. po de espera dos clientes e a utilização do siste­
capacidade apresenta um conjunto diferente de Caixas ma. O que é certamente importante ao tomar de­
O problema de planejamento e controle de Banco Clientes
problemas. Consumidores Caixas cisões de capacidade é ser capaz de prever esses
capacidade nesse caso diz respeito ao número de Supermercado
Médicos dois fatores para determinado sistema de filas.
Embora as operações de serviços façam, de atendentes em paralelo que devem estar disponí­ Clínica de hospital Pacientes
Artista gráfico Encomendas Artistas
fato, previsões de seu mVel médio de demanda, veis para atender a cada momento. Devido à che­
Decoradores de Pedidas Decoradores de
elas não podem prever exatamente quando cada gada e a tempos de processamento probabilísti- Modelos analíticos de filas
bolos sob en- bolos
cliente ou pedido individual chegará. Uma distri­ cos, somente raramente a chegada dos clientes
buição que descreve a probabilidade de chegada coincidirá com a habilidade da operação para li­ comenda Os "cientistas" de gestão desenvolveram fór­
Serviço de ambu­ Emergências Ambulâncias com
dos clientes pode ser conhecida, mas não cada dar com eles. Às vezes, se diversos clientes che­ pessoal mulas que podem prever o comportamento em
garem em rápida sucessão e precisarem de mais lância
chegada individual. Isso toma espedalmeme difí­ Chamadas Telefonistas regime permanente de diferentes tipos de siste­
tempo do que o tempo de processamento médio, Mesa de telefo­
cil prover a capacidade adequada. Além disso, as­ mas de filas. O tipo de sistema que ilustramos na
fotmar-se-ão filas. Em outros momentos, quando nista
sim como o momento de chegada dos clientes é Departamento de Panes Pessoal de manu­ Figura 11.20 é o mais útil para propósitos de ges­
incerto, o tempo que cada cliente precisará na os clientes chegam com menor frequência do que manutenção tenção tão de capacidade, mas é somente um de diversos
operação também pode ser incerto. A Figura a média e também precisam de menos tempo do
'.U11- r ni r-xfAt.m.Mtii 371

370 I- corinioi k
por hora. e que as perguntas que fazem durante esse pe­
Geslão de llIas no Museu Madame Tussaud Scenera- riodo (verificação de contas, abertura de novas coiitns.
tipos dc sistemas com filas. Infelizmente, essas de processamento reais em muitos sistemas
ma, Amslerdã5 solicitação de empréstimos elc.) demoram, em media.
fórmulas podem ser extremamente complicadas, reais. As hipóteses finais são que os clientes são
Um feriado curto em Amsterdã não seria completo 15 minutos. O gerente do banco sente que quatro pes­
especialmente para quase todas as hipóteses, ex­ suficientemente pacientes para permanecer em sem uma visita ao Museu Madame Tussaud. locaiizado soas deveríam trabalhar durante esse periodo. mas quer
ceto as mais simples, e estão fora do e.ícopo deste fila, uma vez que entraram nela, e são processa­ em quatro andares superiores da loja de departamentos assegurar-se de que os clientes não esperern rnais do
livro. Na realidade, programas de computador dos da forma “o primeiro que chega é o primeiro mais famosa da cidade, na Praça Dam. Com 600.000 vi­ que três minutos em média antes de serem atendidos.
agora são quase sempre usados para prever o a ser atendido”. sitantes por ano. essa é a terceira atração turística mais
comportamento de sistemas com filas. A Figura }. = taxa de chegadas = 9 por hora
Usaremos a seguinte notação; popular em Amsterdã, depois do mercado de flores e das
11.21, entretanto, mostra algumas curvas, obti­ viagens nos canais. Em dias movimentados no verao. o taxa de atendimento = ^ = 4 por hora
das dc fórmulas de filas, que fornecem a relação 1. = taxa média de chegada (chegadas de centro consegue gerenciar 5.000 visitantes. Em um dia
entre o número medio de clientes no sistema clientes por hora) úmido em janeiro, entretanto, pode haver somente 300 ,1 = 4 atendentes
(seja em fila ou atendidos) e o “fator de utiliza­ visitantes durante o dia inteiro. 0 centro estâ aberto sete
ção” (que indica a proporção média do tempo
p = taxa média de atendimento por aten-
dias por semana das tOhOO às 17h30 min. Fator de utilização = •
qp
±=-1-,
4x4
= 0.5625
dente ocupado (capacidade, em clien­
dos atendentts em que estes estão processando Nas ruas externas, liias ordenadas de turistas ao
tes por hora) Da Figura 11.21. para um fator de uliiizaçâo dc
clientes) para vários valores de n, o número de longo da calçada, que olham para os mostruános nas vi­
atendentes que trabalham em paralelo. p = intensidade de tráfego (Ã/p) trinas das lojas. Nesse espaço público, o Tussaud pode 0.5626 e q = 4.
n = número de atendentes fazer pouco para entreter os visitantes, mas ernpreende- U - número médio de clientes no sistema = 2,56
Os atendentes. na Figura 11.21, são calcula­ dores e artistas de rua são rápidos para capitalizar sobre
L3 = número médio de clientes no sistema L, = número médio de clientes na fila - L,- p
dos com a hipótese de que os clientes chegam de um mercado cativo. Ao chegar à sala de espera, indiví­
forma aleatória. Isto é, a chegada de cada cliente t, = número médio de clientes em fila = duos. famílias e grupos compram suas entradas. A por­ = 2,56 - 5 = 0.31
é independente da dos outros clientes. Assume-se taria tem 0 formato de uma grande ferradura, com a ven­ A
Ly-P
que o número de chegadas por unidade de tempo VV, = tempo médio que o cliente gasta no da de entradas no centro. No inverno ou em períodos tv, = tempo médio na lila = y = = 0-0344 h =
seja descrito por uma distribuição dc f’oi.ssott. K -r—1 tranquilos, haverá somente um vendedor, mas. em dras
sistema =— movimentados, os visitantes podem pagar em dois gui- = 2,07 min.
Assume-.se que os tempos de processamento se­
^ P chês para acelerar o processo. Tendo pago. os visitantes
jam descritos por uma distribuição exponencial Dessa lorma. o gerente pode estar seguro de que.
negativa. Fxs;is hipóle.scs são feitas principnlttien- W„ = tempo médio que o cliente gasta na reúnem-se na sala de espera em Irente aos dois elevado­ com a capacidade da quatro pessoas para atendimenlo
fila = ^ res. Enquanto esperam nessa área. um fotógralo passeia durante o horário de almoço, o tempo médio que um
te por conveniência matemática, mas são nor-
por ali oferecendo-se para tirar fotos dos que estão em cliente esperará será menor do que três minutos.
malmcnte bem adequadas para chegadas e taxas pé próximos a estátuas em cera de pessoas, em tamanha
natural. Também podem ser entrelWos por pessoas vivas
parecidas com personalidades famosas, que atuam Dinâmica do planejamento e controle de
como guias de grupos de visitantes, cada grupo com
cerca de 25 clientes (a capacidade de cada um dos oois capacidade
elevadores que levam os visitantes até as instalações).
Os elevadores chegam a cada quatro minutos e desem­ Nossa ênfase até agora foi nos aspectos cie
barcam simultaneamente, formando um grupo de cerca planejamento da gestão de capacidade. Na prair-
de 50 clientes, que permanecem juntos por toda a seçao ca. a gestão de capacidade c um processo muito
de exposição. mais dinâmico, que envolve controlar e reagir a
demanda real e à capacidade real à medida que
Questies ocorrem. O processo de controle de capacidailc
1 De forma gerai, o que o Madame Tussaud poderia fa­ pode ser visto como uma setiüência de processos
zer para lidar com suas Ilutuações de demanda? de decisão de capacidade parcialmcntc reativos,
2. 0 que a operação faz para transformar sua fila em como mostrado na Figura 11.22. No micio^ dc
aigo relativamente indolor? O que mais poderia ser cada período, a gerência dc produção considcr.
feito? suas previsões da demanda, sua compreensão d,i
capacidade atual e quanto estoque foi criado no
período anterior. Baseado em todas essas mfoi-
1 — -L Exercício resolvido mações. faz planos para a capacidade do periodo
0 D.l 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 03 0.9 Um banco deseja decidir quantas pessoas deve pro­ seguinte. Durante o próximo periodo a demanti.i
Fator de utílízagão X/iip gramar atender durante 0 periodo movimentado do horá­ pode, ou não, rcvelar-se como planejado. No cn
rio de almoço. Suas investigações revelaram que duran­ tanto, quaisquer que sejam as concliçocs reais clu
Fonte: Adaptada de Fitzsinimans, J.A.; Fitzsimmons. M.J. Service Management for Competitive Advantage. McGtaw-HilI, te esse periodo. os clientes chegam a uma taxa de nove rante esse período, no inicio do proximo o mes­
1994. Copyright McGraw-HIII, com permissão. mo tipo de decisão deverá ser tomado, mas em
novas circunstâncias.
I3BBW11.21 Curvas de fitas para um sistema com n atendentes em paralelo. 6 Discussões com funcionários da empresa.
n '■ IO I coNIKOI.IÍ li!- CAr u.m.Mii 31
372 flAMUAMKÍíIO !•: OlNTiU)t l-

Perspectiva de curto prazõ|


Período 1-1 Período ( _ Período r+1
Perspectiva < 1 Perspectiva = 1 ^oa I
Estimativas da Ruim Normal | Perspectiva > 1 |
Estimativas da
capacidade Previsões capacidade Previsões
atual atualizadas atual atualizadas Adiar qualquer Horas extras
Pessoal
Perspectiva < 1 despedido açãQ
Ruim Contratar pessoal
Escassez Escassez
Nivel de temoorário
Nivel de Filas Nivel de Filas
Demanda e Quanta capa­ capacidade Demanda e Estoques Quanta capa­ capacidade Horas extras
capacidade Estoques Curto prazo Não fazer nada
capacidade cidade no pró­ capacidade cidade no pró­
ximo periodo? Perspectiva = 1 Tempo ocioso
atual ximo periodo? atual Contratar pessoal
Normal
temDorário
Contratar e produzir Contratar pessoal
Custos Produzir para
Custos Boa estoques para estoques
Receitas Receitas
Perspectiva > 1
Capital de giro Capital de giro Iniciar o recrutamento
Satisfação do cliente Curto orazo
Satislação do cliente
etc. etc. . ... Demanda prevista
Perspectiva = Capacjdade prevj5ia
11.22 Planejamento e controie da capacidade como uma sequência dinâmica de decisões.
rn 11.23 A dinâmica do planejamento de capacidade é determinada pardalmente pela combinação
das perspectivas de curto e longo prazos.

Matriz de perspectiva7 Três situações de perspectiva são identifica­


das para o curto e o longo prazos; “ruim", quan­ de cuno prazo for normal. Nesse caso, entretan­
nos permanentes de satisfazer às necessidades de
Uma das principais influências para os ge- do a proporção entre demanda prevista e capaci­ to. precisará começar a recnitar pessoal extra ou
dade prevista é menor do que um; "normal”, capacidade de curto prazo. a trabalhar horas extras se desejar fazer produtos
rente.s de produção, quando estão tomando deci­
sões de capacidade periodo a período, é sua con­ quando essa razão é aproximadamente igual a Quando a perspectiva de longo prazo é nor­ para estoque. Finalmente, se tanto a perspectiva
fiança na coincidência da demanda futura com a um; “boa", quando a razão é maior do que um. mal e a de curto prazo é ruim, a capacidade pre­ de curto como a de longo prazo forem boas, a ca­
capacidade futura. Se forem confiantes que, a cisa ser temporariamente reduzida, mas não de pacidade precisará .ser aumentada com relativa
Quando tanto a perspectiva de longo como forma a comprometer as necessidades de prazo rapidez e provavelmente de forma permanenu:
longo prazo, a demanda tem probabilidade de a de curto prazo são ruins, há relativamente pou­
exceder a capacidade atual, então, independeme- mais longo. Nesse caso, a operação provavelmeri- por meio da contratação de pessoal adicional.
ca escolha, além de reduzir a capacidade de pro­ te tolerará cena proporção de tempo improduti­
menle do nível atual de demanda, serão prova­ dução; não é necessária capacidade agora nem
velmente mai.s tolerantes a respeito das políticas vo ou ocioso ou talvez possa reduzir temporaria­
será provavelmente necessária no futuro. Dispen­ mente as horas de trabalho de seu pessoal.
que levariam à sobrccapacidade de curto prazo. sa de pessoal pode ser o único método de conse­ RESUMO DAS RESPOSTAS A
Inversamente, se a demanda de longo prazo pa­ Quando tanto a perspectiva de longo como a de
guir isso. Quando a perspectiva de cuno prazo é curto prazo forem normais, não será necessária QUESTÔES-CHAVES
recer baixa, será neces.sário iniciar implementan­ normal, mas a de longo prazo é ruim, a capacida­
do políticas que reduzam a capacidade de longo nenhuma ação. Quando, entretanto, a perspecti­
de atual precisa ser mantida, mas cenamente va dc cuno prazo for boa, a capacidade precisara Que é planejamento e controle de capaci­
prazo. Sol)icponda-se a isio, ha as necessidades não aumentada. Nessas circunstâncias, a opera­
da demanda atual. Mesmo se n demanda de lon­ ser aumentada, mas não de forma permanente. dade?
ção tem maior probabilidade de adiar quaisquer Novamente, horas extras e uso de pessoal tempo­
go prazo parecer baixa, pode ser necessário au­ decisões. Certamente, não comprometería inves­
mentar a capacidade, .se houver necessidade de rário provavelmente serão os métodos adequados. • É a forma como as operações organizam o
timentos em capacidade que seria provavelmente nível de atividade de agregação de yaloi
cuno prazo. A Figura 11.23 mostra exemplos dos Quando a perspectiva de longo prazo for
pouco necessária no futuro. Quando a perspecti­ que elas podem alcançar em condições
tipos de método que podem ser adotados para di­ boa, haverá necessidade de prover capacidade de
va de cuno prazo é boa, apesar de a perspectiva normais de produção eni um período.
ferentes combinações de perspectiva de longo e alguma forma, independentemente das circuns­
de longo prazo ser ruim, a operação defronta
curto prazos. Nesse caso, a perspectiva é definida tâncias de curto prazo. Logo, quando a perspecti­ . Normalmente, distinguimos entre decisão
com um dilema. Não deseja fazer nenhum com­
como: va de curto prazo for ruim, a operação não dese­ de capacidade de longo, médio e cuno
promisso permanente para aumentar a capacida­
jará fazer nada que comprometa a capacidade de prazos. Este capítulo lidou com gestão dn
„ . demanda prevista de, porque a capacidade extra não será necessá­
Perspectiva =------------- ----------- longo prazo. Pode mesmo, se possível, usar qual­ capacidade dc médio e curto prazos, em
capacidade prevista ria no futuro. Precisa, entretanto, atender aos
quer excesso de capacidade de cuno prazo para que o nível de capacidade da empresa e
níveis atuais de demanda. Ne.ssas circunstâncias,
obter estoques. Também é provável que faça isso ajustado dentro de limites físicos fi.xos
7 i,tase.n(!t> orn COU.ItV, J. 1.; lA.NDELL, Fí. D.; F.-MTt, o uso de horas extras ou o recrutamento de pes­
quando a perspectiva de longo prazo for boa e a
lí lí, Oj',‘wnt'n:: (tml íO/itwI, Ilolden D.'iy. 1U7S, soal temporário podem ser um dos métodos me-
! •:f'i ( 11)MI i'i: t V'»'tl'\líl' 3. íi

374 n.viKi.\Mi'.;.‘tn i: üosikoi i;

ma. embora estejamos lendo um lucro razoável


Tradicionalmente, pequenos negócios locais de pa-
que são estabelecidos por decisões de ca­ • A demanda pode ser alterada ou influen­ agora, sinto que poderiamos iazer um trabalho
nilicação e conleiiaria produzem ampla gama de pães.
pacidade de longo prazo. ciando o mercado por meio de tais medi­ melhor. Houve épocas no ano passado (1996) em
bolos, biscoitos etc., muitos em base diária. Isso implica
das, como propaganda e promoção, ou que produzimos em excesso e tivemos que vender
• É, algumas vezes, chamado de planeja- iniciar as atividades muito cedo (às quatro da manhã),
desenvolvendo produtos alternativos com uma parte do estoque com desconto, parque pai ■
com alta complexidade e considerável risco. Dave queria
inenlo c coiiirolc agregados porque é ne- um padrão de demanda de sazonalidade te dele estava aproximando-se de sua data de ex­
um negócio mais “simples", que envolvesse horas de
ces.sário agregar os vários tipos de saídas trabalho relativamente normais, tanto para ele como para
piração de validade. Os testes mostraram que
invenido. essa receita de bolos ricos em trutas dura até 12
de uma operação em uma medida com­ sua esposa. Nenhum deles queria ser empregador; o ne­
posta. • A maior parte das operações usa um mix meses: mas. para garantir melhor textura e sabai.
gócio deveria funcionar somente com eles dois. Ele sen­
dessas três estratégias “puras”. deveríam ser consumidos dentro de seis riKses. Os
• Decisões tomadas em planejamento e tia que sua grande satisfação vinha da produção de botos
varejistas solicitam pelo menos três meses de
controle da capacidade afetam a habilida­ • Como as operações planejam seus níveis de trutas decorados de alta qualidade; por isso, decidi­
produtos, logo, não posso manier estoques maio­
de de gerar receitas e o volume do capital de capacidade? ram juntos que era uma oportunidade de especializar-se
res do que três meses aqui na lábrica. De qual­
de giro empregado pela organização, as­ nesse produto. Usando uma antiga receita da família, fi­
• Representar demanda e produção (saí­ quer lorma. somente tenho espaço para cerca do
zeram amostras e embrulharam-nas. A "pesquisa de
sim como os objetivos de produção nor­ 3.000 kg na sala relrigerada. o que exige giro
das) na forma cumulativa permite que a mercado" ficou restrita a levar essas amostras a vários
mais, como qualidade, rapidez, confiabili­ viabilidade das políticas de capacidade pontos-de-venda varejistas na região; a reação loi entu- alto do estoque."
dade, flexibilidade e custo. possa ser avaliada. siásHca. e a margem potencial, tão alta. que em janeiro A visão de Jean sobie o negócio era algo dileteiiic:
• Quase todas as operações possuem algum de 1995 estavam estabelecidos. Alugaram uma pequena
• Em muitas operações, especialmente em fábrica perto de casa, modeslamente equipada com equi­ “Penso que estamos indo atrás dos merca­
tipo de flutuação de demanda (ou sazona- operações de serviços, a teoria das filas pamentos de pesagem e preparação, um misturador para dos errados! As delicatessens exigem grandes
lidadej causada por alguma combinação pode indicar as consequências de estraté­ descontos e esperam que sempre entreguemos
15 kg de massa, dois pequenos fornos para assar, uma
de fatores climáticos, festivos, comporta- gias de capacidade alternativas. pequena sala refrigerada e utensílios diversos. Conver­ em prazo curto, especialmenle perto da Páscoa
mentais, políticos, financeiros ou .sociais. sando com um amigo na primavera de 1997. Oave re­ (março/abril) e no Natal (novembro/dezembro),
Como as operações controlam seus ní­ cordou; quando os bolos são aparentemente presentes
Como a capacidade é medida? populares. Descobri que lojas de artesanato c
veis de capacidade? ■No início de 1995. fazíamos somente um ta­ pontos turísticos locais (como castelos e monu­
• Ou pela disponibilidade de seus recursos manho: bolos .de 2 kg. simetricamente decorados mentos históricos) também podem vender nossos
de entrada ou pelos recursos de saída que • Ao considerar a decisão de capacidade no topo com desenhos elaborados com amêndoas, bolos de 1 kg e. além disso, não esperam tanto
como uma decisão dinâmica que periodi­ cerejas, nozes e gengibre. Vendíamos a maior
são produzidos. desconto! Estivemos realmenle contentes com o
camente atualiza as decisões e hipóteses parte para cafés e restaurantes: seus clientes nivel de pedidos desses pontos-de-venda no últi­
• Quais dessas medidas são usadas depen­ sobre as quais as decisões são tomadas. adoravam porções deles com seus chis/caíés. A mo verão, mas não ouvimos muitos deles duran­
de, parcialmente, de quanto estável é o demanda subiu até cerca de 150-200 bolos por te 0 inverno. Eu deveria levar mais algumas
mi.v de saída (output). Se é difícil agregar • Ao considerar as principais influências so­ més, 0 que não era sulicienle para viver, mas li-
bre as quais, periodicamente, as estraté­ amostras! Também sinto que deveriamos abrir
os diferentes tipos de saída de uma opera­ nhamos tempo para visitar nossos clientes e pro­ uma loja da fábrica onde clientes regulares com­
ção, medidas de entrada (inpui) são ge­ gias de capacidade são adotadas. A “matriz curar novos pontos-de-venda. Embora as vendas prariam direlamente, mas tenho certeza de que
ralmente preferidas. da perspectiva”, que compara perspecti­ éstivessem crescendo, aos poucos ficava claro deveriarrtos oferecer uma garna maior de bolos.
vas de longo e curto prazos sobre a de­ que deveriamos vender um bolo menor para lojas Poderíarms desenvolver muitos tipos diferentes
• O uso da capacidade é medido pelos fato­ manda (em relação a capacidade), é uma varejistas, para compradores tamiliares - um que nos dás tamanhos - assim leriamos muito mais
res “utilização” e “eficiência". forma de fazer isso. pudesse ser comprado como alimento ou como
pedidos repetidos!"
presente para amigos. Introduzimos o bolo de i
Quais são as formas de lidar com as flu­ kg (coma mesma receita) em julho de 1995. Não
ESTUDO DE CASO tivemos problemas para vendê-los. e a demanda Produção
tuações da demanda?
logo excedeu todas as nossas expectativas. As
Bolos do Mas “Fine CounIiY" delicatessens da região ouviram talar sobre nos­ PREPARAÇÃO
• Os ouiputs (saídas) podem ser mantidos
nivelados, ignorando as flutuações de de­ sos produtos e logo as vendas do bolo de 1 kg ul­ Para simplificar a pesagem. a mistura c o aswr
Setembro de 1994 foi uma ocasião a ser lembrada
manda. Isso resultará na subutilização de trapassaram as do bolo original de 2 kg. De algu­ toda a produção é leita em batclada de 10 kg de um úni­
por Jean e Dava Fuibright! Seus iilhos gêmeas, Michael e
ma forma, entretanto, não tem sido tão fácil co tamanho por vez. logo, uma hatelada pode ser de 10
capacidade, quando as saídas não podem Alan, agora com cinco anos de idade, começaram a fre­
conduzir o negócio desde essa época: somente
ser estocadas, ou no surgimento de esto­ quentar a escola e, no mesmo mês, Oave, um mestre pa­ botos de um quito ou de cinco botos de dois quilos. Pani
conseguimos dar conta de fazer as bolos em dias cada bateláda as trutas secas (uvas passas, frutas sil­
ques, quando as saídas podem ser estoca­ deiro de 29 anos de idade, que trabalhava em uma gran­
úteis. Jean vai buscaras crianças na escola em vestres. cerejas, gengibre cristalizado etc.) são pesadas e
das. de panificadora, foi demitido. Jean, que trabalhava com
tomo das 1Sb30 rrãn (um vizinho leva-as de ma­ lavadas, se necessário, outros ingredientes são prepara­
um construtor loçal como secretária, em tempo parcial,
• As saídas podem seguir a demanda pela nhã). mas eu raramente volto para casa antes das dos e misturados e uma mistura de bolo õ leita no mistu­
viu esse infortúnio como uma oportunidade única. Sem­
flutuação de nível de output por meio de sete da noite durante a semana: e normalnenie rador. As formas são untadas c “■ mistura é pesada ein
pre desejaram trabalhar juntos, e essa parecia uma boa
alguma combinação de horas extras, va­ (azemos nossas vendas e nossa captação de no­ cada uma; a superfície superior é então decorada com as
oportunidade para estabelecerem um pequeno negócio
vos clientes aos sábados. Com certeza, não que­
riação do tamanho da força de trabalho, de especialidades, baseado nas habilidades de Dave e fi­ espécies de frutas secas e nozes cuidadosamente selecio­
remos iniciar a produção nos tinais de semana:
uso de funcionários em tempo parcial e nanciado por sua indenização, acrescida de um pequeno nadas e pinceladas com glacê. Essa etapa completa dc
não poderiamos dar conta disso! De qualquer for-
subcontratação. empréstimo.
fl/OiS-.l.AMIMU V. flONT-ÍOl.r, l'l: C\IIAUI>.\1 Jl: 377

376 I’L\NFJA-M1-NT(J K CÜ,*.’I i-ÜU:


alguém que lhe forneça entre 80 e 100
QUESTÕES PARA DISCUSSÃO baterias por dia de diversos tipos. A em-
rabel:i 11.3 Hísióríco dc vendas da empresa em 95/96 i’ vendas previstas para 1997.
presa B precisa de 10 baterias compactas
1. Explique o que significa planejamento e e de 70 baterias-padrão por dia, todas
1996 1997
■ (prevt- controle de capacidade e descreva as para trabalhos pesados; o fornecimento,
Jan. Fav. Mar. Abr. MaiD Jun. Jui. Ago. Sei. consequências de restrição de capacida­ entretanto, deve ser assegurado.
de em uma das micro-operações de
Bolos de 1 k0 900 ao 200 600 320 120 80 120 80 240 480 800 1.600 4,720 6.000 uma organização de sua escolha. Assumindo que a máquina de enchimento
Bolos de 2 kfJ t.950 160 340 300 240 140 150 240 160 180 760 300 400 2.880 3.500 de ácido seja a única restrição, reveja os mentos
Tolnl (kg) 4.800 400 880 1.200 800 400 400 600 400 600 2. Discuta as conseqüências de ter falta ou
excesso de capneidade para as seguintes de cada pedido.
operações:
Tabela 11.4 Produção de bateria.
- uma rede nacional de ferrovias;
preparação leva quase exatamente 30 minutos por bate- mente tão boa, mas nenhum de nossos clientes
regulares percebeu! Mesmo assim, foi necessário tra­ - uma sala de leitura; Tempo na
lada com Dave e Jean trabalhando como uma equipe, Quantidade máquina de
para cada lamanlio de bolo. Cada balelada é preparada balhar á noite durante todos esses meses; era muito - um equipamento de prensagem de produzida por enchlmenlu de
irnedialamenle antes de o torno estar pronto para rece­ trabalho. Em Iodos os outros meses, mantivemos o uvas cm um vinhedo. dia
plano de duas bateladas de cada tamanho por dia (1 ácido (min.)
bê-la, para evitar contaminação e para manter a consis­
kg. seguido de 2 kg, t kg, 2 kg), o que nos ajudou a 3. Discuta com um gerente de produção as
tência do método e, portanto, da textura. Compacta 80 3
manter um ritmo. ” tendências da demanda para os produ­
tos ou semços de sua organização, que Compacta para traba-
Ttssar Ihos pesados 50 D
Vendas cubra o longo, médio e curto prazos. 4
Padtâo 90
Os fornos são ligados ãs 8b00 da manhã e estão Em 1996, toram mantidos registros de vendas men­ Descubra os períodos para os quais o
prontos ás 8h30, quando a primeira balelada é carregada Padrão para trabalhos
sais de cada tamanho (Tabela 11.3). No dia 1s de janeiro gerente faz ou usa previsões e os pro­ ZU D
(o que somente leva poucos minutos). Uma batelada de
pesados
de 1996, havia um estoque inicial de 100 bolos de cada blemas resultantes de quaisquer impre­
10 quilos de bolos enebe um forno; são necessárias três tamanho. Dave comentou: cisões nessas previsões.
horas para assar os bolos de 1 kg. quatro horas e meia 6. Explique como a utilização pode sei
“Estou preocupado que em 1397 não seja­ 4. Identifique diversas formas pelas quais medida nas operações a seguir e discuta
para os de 2 kg. Quando prontos, são retirados do torno
mos capazes de atender á demanda e que come­ as seguintes organizações podem medir
quente, que está pronto para a batelada seguinte em 15 cemos a prestar um mau serviço. Talvez tenha­
05 méritos relativos do uso de utilização
sua capacidade (discuta os méritos rela­
minutos. Por conveniência. Dave sempre tem assado os mos que abandonar a idéia de vender para os c eficiência como medidas de deseni[it -
bolos de 1 kg no torno mais velho (torno um), para evitar
tivos de cada uma e sugira n que você
pontos turísticos, embora as margens sejam mui­ nho de operações:
levar 10 formas até o forno 2, que esfá mais longe da acha que cada organização usará);
to atraentes. Claramente, não devemos descon­ - um consultório de um médico;
bancada de trabalho. Cada torno normalmente assa so­ tentaras varejistas, que nos proporcionam tantos
- uma empresa de ônibus urbanos;
- uma aula na universidade;
mente duas bateladas por dia. Dave pensa que o controle pedidos." - um dentista;
de temperatura do torno 1 é impreciso, o que poderia ser - um fabricante de sorvetes.
- uma empresa de manutenção de ele­
um problema especialmente para os bolos maiores! QuestSes vadores; 7. Quais fatores você acha que afetariam o
1. Com 0 método atual de trabalho, qual é a capacidade - um encanador. volume, os momentos e os tipos de liga­
Embiíagom mensal e anual do negócio? O peso total do produto ção para um centro de atendimento
Os bolos são colocados em estantes para esfriar (kg) é uma medida de capacidade agregada útil para 5. Um fabricante de baterias de carros mantido por uma companhia de segu­
durante a noite. No dia seguinte, depois que as primeiras esse negócio? Como a capacidade se compara com a produz quatro tipos de baterias: com­ ros de automóvel com anúncios em jor­
bateladas eslão no torno, os bolos do dia anterior são demanda em 1996 e com a demanda prevista para pacta, compacta para trabalhos pesa­ nais e canais dc televisão?
inspecionados, embalados em um filme com fita decora­ 1997? dos, padrão e padrão para trabalhos pe­
8. Qual você acha que seria a estratégia
tiva. Em um embrulho exterior, são etiquetados e data­ 2. Por que Dave teve que vender estoques a preços re­ sados. A Tabela 11.4 mostra o número
principal de capacidade e como poderia
dos. Os bolos embalados são então levados à sala refrige­ duzidos em 1996? Em quais meses você acha que: de baterias de cada tipo produzidas
isso aconteceu e explique claramenle as razões. Jus­
ser implementada, pata as seguintes oi-
rada e estocados conforme o tamanho. Esses processos atualmente sob encomenda para clien­
precisam de seis minutos da duas pessoas por bolo tifique sua resposta com cálculos simples. ganizações:
tes existentes e a quantidade de tempo
(qualquer tamanho). 0 casal faz uma hora de almoço, 3. Jean acredita que deveriam tentar obter mais pedidos que cada bateria despende com a má­ - uma universidade;
das 12h30 min às 13h30 min (quando o forno 2 está de lojas de artesanato e centros turísticos. Quais van- quina de enchimento de ácido. A má­ - uma ala de pronto-socorro em um
pronto para descarregar). lagens/desvantagens teria esse mercado em relação quina é capaz de trabalhar 24 horas por hospital;
aos pontos-de-venda no varejo existentes? dia e não precisa de ajuste entre tipos - um fabricante de discos compaclos
Planejamento 4. Quais são as principais diferenças nas tarefas de pro­ diferentes de baterias. O gerente de (CDs);
dução quanto à gestão da loja de fábrica (de venda operações está sob pressão para aumen-
“As únicas épocas em 1996 nas quais mudamos a - um serviço de táxi.
no varejo) proposta? Quais são as consequências tar a taxa de utilização da unidade. A
produção toram março, abril, novembro e dezembro, (Explique as razões para sua esco
disso para os proprietários?
quando aumentamos a produção dos de 2 kg em 50% empresa foi contatada por dois novos
(uma batelada extra por dia). Era necessário assar os 5. Quais são as consequências operacionais de fazer 10 clientes de baterias. A empresa A exige lha)
bolos de 2 kg no forno I e a qualidade não era real­ variedades de bolos, cada um em dois tamanhos?
ri.viM.tMr.Mo r tjir;i mu i; nr waititiM ik 379
378 ilij\!.!r.jAMrí;iri i-, cor.nuou;
MAPES. .1. The cffcct of capadty limiiations on safety
(lOLT. C: MODIGI.IANI, C. F.; SIMON, II. A linear de- siück. Inlernuliomil Jinnmil of Operaimns nml Pmdiii-
9. O gerente dc um liotei em uinn illia po­ b. Prepare uma estratégia de acompa­
cision ruie for produetion and employmcnt schedu-
pular grega de veraneio está preocupa­ nhamento da demanda. Quais con­ lio/l Manogenicni, v. 13, ii" 10. 1993.
ling. Management Science, v. 2, n- 2, 1955.
do que seu estabelecimento está com­ sequências isso teria para os diver­ NORTl ICRAFr. G, B.; CHASE, R. 11. Managing Service
pleto entre março e setembro, está sos níveis de pessoal, assumindo Lee, S. M.; MOORE, L. J. a practical approach to pro­ demand at lhe point of delivery. /Uiiifentv <i/Af(inuge
cerca de 80% ocupado em fevereiro, que a máxima quantidade de hoias duetion scheduling. Producrion and Invcntory Manage­ ment Rerieti'. V. 10, Jan. 1985.
março e dezembro e cerca de 30% ocu­ extras resultaria em níveis de pro­ ment, ls trim., 1974. ROTHSTEIN. M. Operation.t re.senrch and tlie airiine
pado durante os outros meses. Discuta dução somente 10% maiores do que overliooking problem. Operations Resaurh. v. 33. ti' 1.
LEE, W. B.; KHUMWAIA, B. M. Simulation lesting of
formas pelas quais podería tentar alte­ as horas normais de trabalho? 1985.
aggregatc produetion planning model.s in an imple-
rar para 100% de ocupação durante mentation metiiodology. Mnnagcmcnr Science, v. 20. SASSER, W. E. Match .sitpply and deinaml in servirc
todo o ano. n- 6, 1974. industries. Han-ard Business Rnicir. v. 54, ii" 6. 1976.
Tabela 11.5 Demanda prevista par pizza. VOLLMANN, r. E.; BERRY. W. l~; WHYllARK, D. C.
10. A mesa de atendimento telefônico de
MANGIAMEU, P.; KRAIEVVSKl, L. The effects of work Manufacturing planning and contrai .sv.sfciiis. Irxvin.
um escritório de computadores trabalha force strategies on manufacturing operations'. Journal
Meses ' Damamla (casos por mfis)
com 10 pessoas durante o dia. Sabe-se of Operations Management, v. 3. n'1 4. 1983. 1988.
que o escritório lida com cerca de 15 Janeira 600
clientes por hora e que o tempo médio Fevereiro 800
necessário para lidar com um problema Março 1.000
é 10 minutos. O gerente de produção Abril 1.500
acredita que os clientes ficarão insatis­ Maio 2.000
feitos se tiverem que esperar mais do Junho 1.700
que dois minutos para serem atendidos Julho 1.200
em seus chamados. Comente a situação. Agosto 1.100
Setembro 900
11. A Speedy Cleaning Company opera um Outubro 2.500
self-service de lavagem de carros. Este Novembro 3J200
compreende diversos boxes de limpeza, Dezembro 900
onde os clientes podem entrar com o
carro e usar equipamento especial de
limpeza para lavar seus carros. Nos sá­
bados de manhã, a taxa de chegada é LEITURAS COMPLEMENTARES
de 5 clientes por hora, e parece confor­ SELECIONADAS
mar-se a uma distribuição de Poisson. O
tempo médio para limpar um carro é 10 BLEUEL, W. H. Management Sciences impact on Servi­
minutos, com as durações sendo distri­ ce strategy. interfaces, v. 6, n0 1, 1975.
buídas conforme uma distribuição expo-
nencial negativa. Quantos boxes a em­ BUXEY, G. Producrion planning and scheduling for se-
asonal demand. International Journal of Operations
presa deveria ter para assegurar que os
and Produetion Management, v. 13, n' 7, 1993.
clientes não esperem mais do que três
minutos antes de poderem entrar em CHAIKEN, J. M.; LARSON, R. C. Methods for alloca-
um box? ting urban eraergency units survey. Management Scien­
ce. V. 19, n" 4, 1972.
12. A Fábrica de Pizzas Dagenham Chavv-
Mein tem uma previsão de demanda COKER, J. L. Analysing produetion sivitching heuris-
para os próximos 12 meses que está ties for aggregatc planning models via an application.
mostrada na Tabela 11.5. Produetion and Inventaiy Management, 4" trim., 1985.
Como a força de trabalho atual de FITZSIMMONS. J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Service
100 pessoas pode produzir 1.000 caixas management for competitire odyantage. MeCraw-HilI,
de pizzas por mês: 1994.

a. Prepare uma estratégia de produção GAUAGUER, G. R. How 10 dcvelop a realistic tna.ster


que mantenha o nível de produção. schedule. Management Reviciv, Apr. 1980.
Qual o espaço de armazém de esto- GRASSMAN, W. K. Finding the right number of ser-
cagem que a empresa precisaria vers in real-word queueing systems. Intaface, v. 8, n5
para essa estratégia? 2, 1988.

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