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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

São Paulo
2021
Questões legal e ética das negociações internacionais e como funciona a ética e moral na
empresa e na sociedade.

A ética, enquanto disciplina teórica, estuda os códigos de valores que determinam o


comportamento e influenciam a tomada de decisões num determinado contexto. Estes códigos de
valores têm por base um corpo tendencialmente consensual de condutas e princípios moralmente
aceitos, que determinam o que deve ou não deve ser feito em função do que é considerado certo ou
errado. No ambiente organizacional e na gestão em empresas em particular, a ética estuda os
códigos morais que orientam as decisões empresariais, na medida em que estas afetam as pessoas e
a comunidade envolvente. Na negociação a maioria das questões éticas está relacionada com o grau
de honestidade, de abertura e de sinceridade que o negociador deve ter na sua relação com o seu
oponente. O grande problema que se coloca aos negociadores é saber quais os comportamentos
considerados como éticos.

Há comportamentos que não sejam nem éticos e nem legais:

A propina. Quando alguém oferece dinheiro ou vantagens indevidas para que ela própria
possa obter um benefício, estará cometendo um ato não ético e ilegal. É importante observar que
não há corrupção sem corruptor.

Há comportamentos que são éticos, mas não legais

O recall promovido por montadoras de automóveis pode ser um bom exemplo. Se uma


determinada montadora lançar um modelo de automóvel com defeito que imagine ser “aceitável” e
que posteriormente, através de testes mais demorados, julgue que esse defeito pode causar
prejuízos de maior monta, inicialmente poderemos observar que a montadora ágil com ética ao
convocar seus clientes para a realização do conserto. Contudo, se essa mesma montadora não
divulgar a necessidade do reparo, mas, a partir da solicitação do cliente, fizer a manutenção sem
custo, essa montadora estará implicitamente admitindo seu erro e estará sujeita às penas legais que
lhe sejam imputadas. Nesses casos, é possível que a empresa que lançou o produto com defeito faça
acordos que permitam que sua imagem seja preservada, impedindo, com isso, uma exposição
negativa por muito tempo.

Há comportamentos considerados legais, mas não éticos

É sabido que várias empresas dão presentes a colaboradores em uma organização em busca
de favorecimento. Esses presentes podem não ser ilegais, mas se o objetivo for o favorecimento de
quem deu o presente, esse comportamento pode ser visto como ético? Temos exemplos de diversas
categorias profissionais que ganham viagens técnicas realizadas paralelamente com grandes
programas de entretenimento, patrocinadas por empresas ou por entidades de classe que,
provavelmente, buscariam um favorecimento em troca da aceitação desses presentes.

Há comportamentos legais e éticos, segundo padrões estabelecidos

É a situação ideal. Cada vez mais empresas buscam estabelecer, praticar e divulgar seus
respectivos códigos de ética e cartas de princípios, de forma a orientar seus colaboradores e a
sociedade sobre os preceitos que escolheram seguir.

Uma vez que o aspecto ética já tenha sido suficientemente discutido, devemos agora
relacionar esse assunto com a prática da negociação. É, nesse momento, importante observar que
toda negociação tem regras e que a postura de um negociador perante a utilização da ética, refletirá
nas decisões adotadas pela outra parte.

Mello (2005, p.30) identifica três tipos de postura básica em negociações:

a)    A postura do jogador – negociadores que adotam essa postura consideram que a
negociação, principalmente quando envolve aspectos comerciais e financeiros, é um jogo com suas
regras próprias sem nenhuma relação com as regras sociais. No entanto, tudo tem um limite: como
num jogo de cartas, é permitido blefar e enganar, mas não é permitido quebrar as regras do jogo.
Isso significa dizer que todos devem conhecer as regras do jogo – o que nem sempre é verdadeiro; é
difícil determinar onde termina o blefe e começa a fraude; quase nunca leva a resultados
satisfatórios para as partes envolvidas e os negociadores podem sair com as reputações
prejudicadas.
b)    Postura idealista – considera que a negociação é um aspecto da vida social. Logo, se
socialmente é errado blefar e enganar, igualmente é incorreta a utilização desses artifícios na
negociação. Contudo, esse tipo de postura pode levar a problemas se o outro negociador tiver o
comportamento de jogador. Da mesma forma, seus padrões éticos elevados podem impedir que se
chegue a um acordo, ainda mais se o negociador estiver defendendo a posição de uma parte com
comportamento não-ético.

c)    Postura pragmatista – é uma postura intermediária entre as duas anteriores. Considera
que às vezes são importantes o blefe e a dissimulação, mas também preza o comportamento ético
nas negociações. Negociadores com essa postura são tidos como mais prudentes e os estudiosos
consideram que essa postura reúne as vantagens das outras duas posturas anteriores.

O conflito

A cada dia nos deparamos com situações onde o conflito está presente. Seja de forma
mais explícita – como nas guerras, por exemplo, seja nas formas mais dissimuladas, como na
disputa por uma vaga de estacionamento. Logo, é necessário que entendamos o mecanismo
envolvido no estabelecimento de conflitos para que possamos entender melhor as formas de
resolvê-los, seja em que nível for.

O conflito decorre do desentendimento entre duas partes. Logo, podemos supor que o
sucesso de um levará ao fracasso de outro e, eventualmente, a discordância poderá levar ao
conflito.

Andrade, Alyrio e Macedo (2007, p.37) identificam diversos níveis de conflito, que
passamos a discutir, ainda que resumidamente.

O conflito biológico – o inter-relacionamento entre as diversas espécies vivas faz com


que eventualmente uma delas se sobreponha à outra. A doença humana causada por vírus, por
exemplo, pode ilustrar o conflito entre duas diferentes formas de vida.

O conflito humano – todas as formas de disputa que envolvam serem humanos


poderiam exemplificar essa modalidade de conflito. Desde as guerras quanto os eventos
sociais nas cidades consideram a resolução de problemas por meios diferentes do processo de
negociação.
O conflito intrapessoal – ainda referente ao ser humano, esse tipo de conflito abordaria
os dramas de consciência, quando uma pessoa se vê dividida entre opções antagônicas como
aceitar ou não determinado emprego, ou manter ou não um relacionamento amoroso.

O conflito interpessoal – já agora se observa os conflitos entre pessoas


individualmente consideradas, de forma que as resoluções dos problemas possam ser feitas
através de algum tipo de ajustamento.

O conflito social – quando se observa que os serem humanos organizados em grupos


sociais defendem posições antagônicas de outros grupos sociais. É nesse tipo de conflito que
se enquadram as guerras e revoluções.

Todas as empresas estão inseridas numa rede relacional com fornecedores, clientes,
concorrentes, empregados, bancos e outros parceiros que foi sendo formada através do tempo
por negociações, pelo que o sucesso das diferentes negociações terá sempre um impacto
decisivo no desempenho competitivo da empresa. Por isso, para alcançarem os seus objetivos,
alguns executivos utilizam um conjunto de táticas e comportamentos negociais eticamente
reprováveis, na medida em que violam os princípios e as normas implícitas da honestidade em
negociação

A informação é uma das principais fontes de poder, especialmente em negociação,


pelo que o seu controlo aumenta o poder do negociador que a possui (Pfeffer, 1993). Uma vez
que a negociação é um processo de troca e de comunicação de informação, uma conduta não
ética consiste na comunicação desonesta e enganosa dessa informação à outra parte. No
entanto, cabe aos negociadores perceberem quando podem ou devem ser sinceros e diretos
nas suas ações e afirmações e quando devem proteger o acesso a informação privilegiada. Por
exemplo, Carr (1968) argumenta que as decisões empresariais são análogas às decisões de um
jogo de poker. Para este autor esconder informação, utilizar o bluff, encobrir ou exagerar
dados e factos pertinentes são tácticas que acontecem nas atividades empresariais. Carr
defende que os executivos que não o façam estão a ignorar as oportunidades permitidas pelas
regras do negócio e, consequentemente, ficam em desvantagem nas suas relações
empresariais, uma vez que a manipulação da informação é uma maneira legítima para os
indivíduos ou a empresa maximizarem os seus ganhos. No entanto, vários autores discordam
desta opinião. Para eles, os executivos e as empresas devem ter padrões de conduta ética mais
elevados, uma vez a permissa defendida por Carr de que a negociação é um jogo que legitima
comportamentos de engano da outra parte é falsa (Koehn, 1997).

O significado de ética

A ética é a parte da filosofia dedicada aos assuntos morais. Palavra derivada do grego, ela
significa “aquilo que pertence ao caráter”. Para facilitar a sua compreensão, traremos este conceito
para o nosso cotidiano. Basta examinar as condutas que você adota no dia a dia. Ou a de outros
profissionais como um jornalista, um advogado ou um político. Os comportamentos identificados se
referem à ética.

Algumas pessoas confundem a ética com as leis que regem nossas vidas. As leis usam
princípios éticos para serem estabelecidas. Quem não as cumprir pode sofrer sanções. Já a ética não
faz com que indivíduos sejam compelidos pelos demais ou o Estado por desobediência às normas
éticas que regem nossa sociedade.

Isso já não acontece dentro das organizações públicas ou privadas, quando estas são
estabelecidas e as empresas podem cobrar dos seus por obediência. É o que podemos chamar de
ética empresarial.

A ética empresarial

Agora que você assimilou mais sobre o conceito de ética, vamos aprofundá-lo em relação às
organizações empresariais. A ética empresarial determina a moral e a conduta dentro das empresas.

Quando uma organização entra no mercado, independentemente do porte dela, ela deve
seguir alguns conceitos relacionados à ética empresarial. Antigamente, este termo era algo incomum.
A atividade empresarial estava associada à eficácia dos processos e aos resultados financeiros que
eles poderiam trazer.
A postura ética adotada por empresários e profissionais que trabalhavam para as
organizações era algo implícito, que estava vinculado à formação de cada um.

A ética empresarial está relacionada aos valores morais e éticos de uma empresa dentro do
seu ramo de atuação, assim como diante de seus clientes e concorrentes. Os valores dela são os
mesmos que regem a ética como um todo e a conduta dos relacionamentos no meio social.

O impacto da ética em uma empresa

Quando uma organização adota e aplica a ética em seus princípios básicos, ela
desenvolve potencial para crescer de maneira sustentável. Ela é vista pelos clientes como
uma empresa séria e que tem responsabilidade.

As organizações que desrespeitam seus consumidores, fazem propagandas enganosas


ou ofertas falsas — principalmente, com o intuito de ganhar dinheiro mais rapidamente — são
condenadas ao fracasso. O sucesso dessas organizações costuma ser passageiro e, da mesma
forma que ela cresceu, ela encolhe até desaparecer.

Dentro da organização, a ética empresarial fomenta boas relações tanto entre os


próprios colaboradores quanto em relação aos clientes. O relacionamento entre todos passa a
ser mais claro, tornando-se agradável para todos os níveis.

Atualmente, no mundo corporativo, a ética empresarial passou a ser vista como


meta essencial a ser alcançada. O cultivo dela dentro das organizações passou a ser tratado
com tanta importância quanto os resultados, sucesso financeiro, inovação e excelência.

Para que a seriedade dos propósitos e a transparência na administração das empresas


ficassem em evidência, gestores e colaboradores passaram a identificar os valores e a missão
das empresas para o qual atuam. É por meio desse mecanismo que a ética de cada organização
passou a ser vista de forma mais clara.

Problemas relacionados com as atitudes das empresas e que foram vistas pela
população de modo geral como ilegais — montadoras de carros que adulteram o modelo de
testes para melhorar sua performance, por exemplo —, fizeram o mercado refletir diante de
uma profunda transformação que era necessária: a da cultura das empresas.

A cultura de cada empresa passou a focar no comportamento ético para afastar a


desconfiança e a descrença em relação aos escândalos que afetaram a imagem de uma série de
empresas que tiveram problemas.

A relação entre a responsabilidade social e a ética empresarial

Entre os valores que o código de ética empresarial de uma organização deve ter,
precisamos encontrar a responsabilidade social. A empresa que deseja ser vista com bons
olhos pelo mercado, funcionários, clientes e o público de uma forma geral necessita ter um
senso de responsabilidade social.

O interesse pela solução de problemas sociais pode ser demonstrado por meio de
programas, cujo objetivo é beneficiar a população local. Isso pode ser feito com ações que
promovam a cultura, a preservação do meio ambiente e o acesso da comunidade à educação.
A empresa que tem um engajamento em prol da responsabilidade social consegue crescer e se
desenvolver junto à sociedade.

A Puma, empresa de artigos esportivos, foi considerada uma organização séria em


relação à gestão ambiental e dos trabalhadores. Primeiro, pois busca alternativas sustentáveis
na fabricação de seus produtos. Segundo, pois incentiva a igualdade de oportunidades para
seus colaboradores e procura dar melhores condições de trabalho a eles.

A responsabilidade social é também aplicada à gestão dos negócios e se traduz como


um compromisso ético voltado para a criação de valores para todos os públicos com os quais
a empresa se relaciona: clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, acionistas, governo,
meio ambiente. A responsabilidade social empresarial é um movimento crescente no Brasil e
no mundo, que tem na adesão voluntária das empresas a sua maior força.
O que Ética e moral representam no código de conduta de uma empresa?

A moral está relacionada à obediência das normas do código de conduta de uma


empresa, enquanto a ética, no contexto organizacional, diz respeito ao profissional que
cumpre as suas atividades segundo os princípios estipulados pelo empregador. Vale ressaltar
que a ética pode variar de acordo com a profissão e área de atuação, embora existam fatores
universais aplicáveis em situações gerais, como responsabilidade, compromisso,
honestidades, entre outros.

Todos os integrantes de uma empresa possuem um papel importante,


independentemente do seu nível hierárquico, e suas atribuições têm impacto direto nos
resultados da organização. Portanto, as decisões e atitudes que o colaborador realiza devem
ser pautadas na ética e moral compartilhada para que suas ações estejam de acordo com o
esperado.

Lembre-se sempre de que você é a representação da sua empresa. Sendo assim, as suas
atitudes devem ser as mesmas que a companhia adotaria. É uma questão de consciência e de
responsabilidade junto aos valores e objetivos da empresa. Fique atento aos seus
comportamentos dentro e fora dela, principalmente quando estiver a representando.

Pontos a considerar para manter a Ética e moral no ambiente empresarial

Fazer a coisa certa não irá garantir sucesso ao seu negócio, contudo, ignorar a ética
quase sempre leva ao fracasso. É por isso que prezar pela moral e pela ética dentro do
ambiente organizacional é fundamental, até mesmo por uma questão de valores e princípios.
Veja, a seguir, 10 pontos que devem ser considerados.

1. O gestor deve ver as coisas como elas são e não como ele gostaria que fossem,
somente assim será possível identificar a necessidade de mudanças.
2. Os profissionais de cargos de destaque, como gestores, gerentes e supervisores,
devem liderar dando bons exemplos de conduta aos demais.
3. A empresa jamais deve demonstrar indiferença em relação a situações
inadequadas que estejam acontecendo em seu ambiente.
4. Antecipar possíveis conflitos morais e éticos a fim de evitá-los.
5. Entender que é natural que as pessoas se comportem de maneiras diferentes, o
que não significa que elas possam ignorar as normas éticas e morais estabelecidas pela
companhia.
6. Definir quais são as expectativas da empresa para com seus colaboradores logo
no início do processo de contratação.
7. Oferecer apoio aos supervisores para que mantenham uma conduta ética e
estejam preparados para resolver conflitos dessa natureza.
8. Estimular a todos os membros da organização a se manifestarem ao verem
comportamentos antiéticos.
9. Prezar pela comunicação clara entre líderes e liderados.
10. Mostrar a todos que a virtude é sua própria recompensa, ou seja, ninguém deve
agir de forma ética e moral esperando ser recompensado e sim porque é a coisa certa a fazer.

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