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Senso Comum
Conhecimento Científico
2 construções:
Positivista – comportamento desviante
como algo que viola a sociedade –
Comportamento
associada às ciências exatas - desvio como
Comportamento
já definido que que se positivamente real;
vai causar considera
desaprovação alguem genial Construtivista – comportamento desviante
social ou criativo é algo já definido que vai causar uma
reação social – associada às ciências
sociais – desvio como uma construção
social
Todas estas abordagens assumem que ser desviante implica ter alguma caraterística
real distintiva dos indivíduos não desviantes. Por outro lado, há também quem
defenda que para um comportamento ou uma situação serem rotulados de
desviantes não é necessário que haja alguma caraterística distintiva real.
Alguns autores, aind a dizem, Pessoas com mais recursos ou poder na sociedade
conseguem evitar a situação relativamente comum aos mais desfavorecidos de se
ser falsamente, erroneamente ou injustamente rotulado desviante. O cerne desta
questão estaria na capacidade dos mais pod erosos de, por si próprios, através da
influência da opinião pública ou ambos, revelarem mais poder para rotular OS
OUTROS como desviantes. E, portanto, para estes, o desvio é q ualquer ato
considerado pelos poderosos, num determinado tempo e num determinad o espaço,
como sendo uma violação das regras sociais.
Três dimensões:
Absolutismo
Adotada pelo positivismo, na medida que aceita que o desvio é rea l. desvio é
algo intrinsecamente real. As pessoas desviantes teriam certas caracteristicas
que as distinguiriam das convencionais, biológicas ou psicológicas. Possui
qualidades que o distinguem convencionalmente. O CD como atributo inerente
ao individuo. Individuos desviantes possuiriam traços biológicos ou
psicológicos que os distinguiriam dos outros. Evoluiu para pers petivas que
passaram a dar importância a fatores sociais na determinação do estatuto
criminal de uma pessoa. Não partilham a ideia do poder de determinação dos
rótulos para a constituição da pessoa desviante . Foco de estudo no
comportamento desviante e nas pessoas desviantes
objetivismo
determinismo
Relativismo
Subjetivismo
Voluntarismo
A combinação das duas permite uma imagem mais completa, sendo que em muitos
aspetos as duas não são tão contraditórias quanto podem parecer, diferem em
grande parte, na ênfase colocada. As combinações das diferenças permitem olhar
para o CD de uma forma global. Acaba se por aceitar os argumentos uma d a outra.
Temos de tomar opções que têm de ser enquadradas teoricamente para estudarmos o
nosso fenómeno. O comportamento desviante é um ato real, mas poderá ser entendido
como um rótulo, um não existe sem o outro, não é possível haver um CD se não haver
um comportamento real, tem de haver um comportamento para que haja um rótulo e se
não há rótulo não há comportamento desviante.
Apesar de se complementarem, as d uas perspetivas não são igualmente aplicáveis a todos
os tipos de comportamento desviante.
Relevante para os estudos da sociedade, uma vez que, considera tipos mais graves de
P comportamentos desviantes, como:
o • Homicidio;
• Violação;
s • Assalto à mão armada
i Adequa-se por 3 razões:
t 1.| Estes tipos de comportamento desviante, que geralmente entram nas estatísticas
oficiais analisadas pelos positivistas, podem ser definidos como realmente desviantes. Convocam
i um relativo consenso da opinião pública quanto às suas características desviantes, e
v consequentemente distinguem-se mais facilmente do comportamento normativo ;
2.| As pessoas que cometem estes tipos de comportamento desviante mais graves, são
i
pessoas relativamente às quais os positivistas que as estudam se identificam pouco ou nada,
s permitindo-lhes uma relativa objetividade e um distanciamento, sem empatizarem com eles ou
romantizarem o seu comportamento ;
m
3.| Uma vez que os positivistas são capazes de se distanciarem das pessoas que cometem
o estes atos, é expectável que as estudem como se fossem objetos passivos, procurando as causas
dos comportamentos em vez de procurarem compreender a ocorrência da sua livre determinação .
Descarregado por Rita Pinho (ritapbatista@gmail.com)
lOMoARcPSD|16843648
Perspetiva construtivista é mais pertinente para estudar os atos desviantes menos graves,
particularmente aqueles que supostamente não causam dano grave nos outros , como: C
• Prostituição; o
• Uso de drogas; n
• Evasão Fiscal
s
Adequa-se por três razões:
t
1.| relativa falta de consenso na sociedade quanto a estes atos serem efetivamente
desviantes. Alguns grupos da sociedade podem rotulá -los de desviantes enquanto outros não. r
Assim, faz sentido que os construtivistas defendam que o comportamento desviante é basicamente
uma questão de rotulagem. u
2.| desviantes são considerados pela socie dade como menos perigosos do que os criminosos t
tipicamente estudados pelos positivistas. Trata -se também de atos relativamente aos quais os
construtivistas não sentem a ausência de identificação que os atos mais graves evocam, e
i
considerar a sua perspetiva particularmente útil para entender o desvio ; v
3.| os construtivistas consideram -nos sujeitos ativos e enfatizando a natureza voluntária e i
de livre determinação da experiência desviante.
s
m
o
Perspetiva Integrada
Comportamento desviante não deve ser visto como uma entidade que se distingue
claramente e absolutamente do comportamento normativo mas sim como um ato
localizado num determinado sítio de um contínuo entre total conformidade num
extremo, e total desviância no outro.
Comportamento Desviante
Desvio Crime
Implica a violação de uma regra ou Implica, SEMPRE, a violação de uma
norma lei
Violação de uma norma informal, que Violação de uma norma formal
advém de uma crença
Está sujeito à critica, condenação ou Sujeito às punições dos agentes de
rejeição por parte dos agentes controlo
informais de controlo, como familiares,
amigos, vizinhos ou grupos de pares
Maior variedade Menor variedade
Inclui muito mais do que Tem uma única natureza
comportamentos comportamental
Homicidio, violação ou roubos, para Outros crimes, não são desviantes,
além de crimes são comportamentos porque contam com uma relativa
desviantes, visto que tambem violam aceitação pela sociedade, sendo,
normas informais portanto, comportamentos normativos
Surge a Escola Positivista Italiana. Com ela nasceu a criminologia científica como
disciplina contruída segundo os métodos e os instrumentos das "verdadeiras"
ciencias.
Em filosofia, é a doutrina defendida por Comte que preconiza fundar o
conhecimento a partir da experiência e observação. Um conhecimento ao serviço de
reforma social e política.
Falamos do saber do comportamento humano, nomeadamente no que toca ao desvio
e ao crime, é um saber no qual importa os métodos das ciencias naturais e extas
para aplicação o conhecimento nessa area. Recorre-se à metodologia que procura
observar o objeto em si, que deve ser de scrito e caracterizado atraves de um
método de analise e de explicação dos comportamentos.
No século XIX, o alienado era aquele que tinha um comportamento em não
conformidade com a norma. Este era colocado em asilos onde estavam delinquentes
ou pessoas consideradas loucas.
Os estudos começam por te ntar perceber a loucura, o comportamento desviante que
violava a norma instruída.
Aqui surge o doente mental, este conceito vem substituir o louco. Aqui, os
individuos era sujeito a tratamentos acerosos, no qual, tentavam curar a loucura
atraves de intervenções físicas.
Falamos do nascimento simultâneo entre os saberes sobre o louco e o criminoso.
São figuras que progressivamente tomam forma, agora com mais nitidez face ao
que era a imagem confusa e heterogénea da desrazão e da desordem, considerados
comportamentos onde a razão estav a ausente, onde as pessoas loucas não
entendidas e considerava -se que havia na pessoa algo que provocava a ausência da
razão. Começa -se a superar o quadro tradicional da representação mitológica,
religiosa e supersticiosa sobre a loucura.
Tuke
Cria um hospital para pessoas com alguma doença mental. O seu trabalho baseava-se em
inserir os loucos num ambiente estruturado, onde domina a relação entre o médico e o
doente, que permitia aos pacientes uma vida em comunidade, participando na atividade do
quotidiano – The Moral Retreatment
Pinel
Defende uma ciência que tenha como objeto a alienação mental, que deve ser vista na sua
complexidade. Defende que era necessário descrever e examinar com rigor, os registos dos
estados do alienado, para tal usava um método que não se baseie só no empirismo (critica a
Tuke), mas deve avançar para categorias de alienação, sempre numa comparaçã o com o
quadro de reflexão referente à psicologia dita normal. Pinel cria o conceito de mania, esta
sem delírio não existe qualquer alteração sensível das funções do entendimento, da perceção
do julgamento, da memoria, da imaginação. É o estado cujas causas não são consideradas as
caracteristicas físicas. Não é uma lesão cerebral que conduz a esta condição, mas sim uma
afeção propriamente moral que espoleta o fenómeno patológico visível. Portanto, o conceito
de mania veio substituir o conceito de doença mental. Destingiu doenças por excesso, a
mania e a melancolia, de doenças por defeito, a demência e a idiotice. Opunha a mania ou
delírio generalizado à melancolia ou delírio parcial.
Esquirol
Morel
Vai apresentar o tratado de degeneresc ência fisica que marcará a conceção do homem
atávico de Lombroso. Imputava o crime à degenerescência concebida como uma espécie de
inversão da seleção natural. Esta vai influenciar o trabalho de Lombroso, nomeadamente a
sua teoria do Homem Atávico. Critica o conceito d e monomania, defendo que existe uma
unidade substancial entre corpo e alma, que as faculdades humanas são unas e solidarias,
tanto no estado de razão como no estado de loucura, pelo que a alternância entre um e
outro não se verifica. As causas da loucura estavam no espírito e no corpo, nomeadamente a
influencia patogénica do ambiente. A zona de degenerescência provém do impacto que o
meio tem sobre o corpo e a mente e, é no fundo, o desvio primitivo ao homem medio ou
tipo normal potencialmente existente para o estado de uma sociedade em dado momento. A
noção de degenerescência provém deste impacto que o meio (físico ou social) tem sobre o
corpo e a mente e é, no fundo, o desvio a um tipo primitivo, ao homem médio ou tipo
normal potencialmente existente para o estado de uma sociedade em dado momento. A
este desvio doentio soma-se a transmissibilidade ou hereditariedade: quem carrega o
desvio vê-se progressivamente incapacitado de cumprir as suas funções e a gradual perda
de faculdades ameaçará os seus descendentes, ainda que nestes tome formas diferentes da
doença original do progenitor. A degenerescência de toda a espécie e, no final, se nada
for feito, a sua extinção. O objetivo maior de Morel era o de estabelecer uma nosografia
psiquiátrica fundada na etiologia natural dos transtornos. Procurava encontrar a u nidade
entre o quadro clínico, a evolução e a causa biológica de cada entidade diagnóstica;
distingue as “causas ocasionais” das “causas determinantes” de cada perturbação; a
degenerescência hereditária constituiria a causa mais importante das doenças
psiquiátricas e permitiria uma sistematização coerente e científica dos diagnósticos e
classificações. Para Morel: as degenerescências (no plural) assentam na conceção de que
a herança que se transmite através das gerações não se restringe ao plano biológico, mas
inclui dimensões morais e de comportamentos – virtuosos ou viciados. A
degenerescência poderia ser herdada ou adquirida; a influência concreta da família
sobre a criança desempenharia um papel central na instalação da degeneração no
indivíduo.
Lavater
Concebe o homem como reunida vida animal, intelectual e moral. Como tal, pode ser objeto
de uma ciência da superfície, fisionomia, que busca no corpo as, manifestações exteriores
das capacidades interiores do ser humano, os sinais visíveis das suas aptidões e funções.
Nesta lógica coloca-se a hipóteses de haver precisamente um corpo do Mal, do Vício e da
Imoralidade.
Gall
T o d a a f a cu l d ad e m en t a l te m u m t er r i tó rio . A fo rm a d o cr ân io é a im p re s s ão f ie l d a
composição cerebral; E existem ligações entre o cérebro e as faculdades psíquicas, pelo
que qualquer alteração da constituição orgânica corresponde a uma alteração da função
psíquica, tal sendo estável pela análise da morfologia craniana.
Lombroso
Concebe o homem como reino da vida animal, intelectual e moral. Como tal, pode ser objeto
de uma ciência da superfície, fisionomia, que busca no corpo as, manifestações exteriores
das capacidades interiores do ser humano, os sinais visíveis. As tendências criminais
poderiam ser descobertas através da observação de determinados traços físicos .
Existência de um tipo criminal, com traços característicos bem definidos, explicados por
causas antropológicas - Estigmas anatómicos, fisiológicos e funcionais . O criminoso
partilha com o selvagem um ponto intermédio ou atrasado da evolução, onde não se
reconhece o valor da vida em sociedade, em que o corpo e a moral não completaram a sua
evolução. Ver o delinquente é, portanto, ver uma humanidade que se manteve no estado de
selvajaria, num estado de atavismo . Parte dos fundamentos positivistas que impõem
“observação rigorosa e sistemática, a mensuração quase obsessiva de todo e qualquer
aspeto, a procura de leis causais, a acumulação de dados para que se encontrem as
regularidades entre os fenómenos. Descreve anomalias, particularidades ou assimetrias
antropomórficas dos delinquentes que encontra nas prisões. Lombroso inclui, desde a sua
primeira elaboração, o delinquente atávico, seguido dos criminosos por paixão, por
acidente, de situação ou por hábito e os epiléticos. tese central: - é a do atavismo: o
criminoso atávico, exteriormente reconhecível, corresponderia a um homem menos
civilizado que os seus contemporâneos, representando um enorme anacronismo (com
aparência semelhante a formas ancestrais de vida - O atavismo seria um sinal de
criminalidades inerentes – os criminosos seriam uma subespécie humana. Para Lombroso,
os traços caraterísticos da pessoa criminosa tinham origem na hereditariedade específica.
Procura sinais da degenerescência (atavismo): no corpo, na linguagem (uso excessivo do
calão e de vocábulos agressivos e violentos ), na escrita pesada e irregular e brusca, nas
tatuagens (ostensivas, conseguidas através da au to-inflição de dor e sinal de ausência de
sensibilidade) no psiquismo (ausência de sentimentos como a ética ou a presença de
outros, negativos, como a vaidade, a lascívia, a morbidez, o egoísmo, a cólera fácil, as
paixões selvagens). O atavismo podia ser identificado por determinadas caraterísticas
físicas mensuráveis (estigma): - Maxilar saliente, olhos caídos, orelhas grandes, narizes
torcidos e achatados, braços co mpridos relativamente aos membros inferiores, ombros
inclinados, cóccix semelhantes ao toco de uma cauda… - Apontava também um traço
psicológico essencial: - “atrofia de sentimentos morais de compaixão e de piedade, assim
como a ausência de escrúpulos e re morsos que fazem do delinquente um louco moral . A
constituição do delinquente como objeto de estudo segue o “impulso de formar uma
ciência nova e autónoma sobre esta realidade ontologicamente distinta: o homem
delinquente. Serão os discípulos de Lombroso, Ferri e Garofalo, que tomarão em mãos a
institucionalização desta nova ciência, através de publicações, da fundação de revistas
científicas e da sua divulgação em congressos.