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Comportamento Desviante - resumos 1ºteste - 2021

Comportamento Desviante (Universidade Lusíada do Porto)

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Senso Comum

Noções não consensuais. No senso comum revela competências de procura de soluções e


relaciona-se com a capacidade de aplicar o conceito, ao invés de decorá-lo. Este
discurso não deixa de ser conhecimento, contudo, não se pode dizer que é científico, já
que a ciência tem um discurso completamente diferente do senso comum. É um discurso
baseado na opinião. Os preconceitos e estereótipos do senso comum servem para
simplificar complexidade do mundo que nos rodeia , são enviesados por elementos
ideológicos, políticos e experiências da nossa vida que influenciam a maneira como
entendemos o outro.

Conhecimento Científico

Afasta-se das opiniões. Decorre a métodos. É um processo indeterminável e


questionável

Norma é um conjunto de comportamentos sobre a maneira de estar e de ideologias,


que ligadas entre si, formam uma certa configuração social , sendo aceite em
determinado momento. É aquilo que é aceite dependentemente daquilo que as
pessoas entendem como norma.
Aquilo que é desviante varia de cultura para cultura e de geração para geração , e
que muda ao longo do tempo. Aqui, nem as ciências sociais mostram consenso
sobre a sua definição.

2 construções:
Positivista – comportamento desviante
como algo que viola a sociedade –
Comportamento
associada às ciências exatas - desvio como
Comportamento
já definido que que se positivamente real;
vai causar considera
desaprovação alguem genial Construtivista – comportamento desviante
social ou criativo é algo já definido que vai causar uma
reação social – associada às ciências
sociais – desvio como uma construção
social

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Todas estas abordagens assumem que ser desviante implica ter alguma caraterística
real distintiva dos indivíduos não desviantes. Por outro lado, há também quem
defenda que para um comportamento ou uma situação serem rotulados de
desviantes não é necessário que haja alguma caraterística distintiva real.
Alguns autores, aind a dizem, Pessoas com mais recursos ou poder na sociedade
conseguem evitar a situação relativamente comum aos mais desfavorecidos de se
ser falsamente, erroneamente ou injustamente rotulado desviante. O cerne desta
questão estaria na capacidade dos mais pod erosos de, por si próprios, através da
influência da opinião pública ou ambos, revelarem mais poder para rotular OS
OUTROS como desviantes. E, portanto, para estes, o desvio é q ualquer ato
considerado pelos poderosos, num determinado tempo e num determinad o espaço,
como sendo uma violação das regras sociais.

Este paradigma procura atribuir , ao comportamento desviante, determinadas


caracteristicas que estão no sujeito. Existem atributos importantes no
comportamento desviante, sendo a base para se observar este comportamento.
Existem fatores inatos ao sujeito que vão explicar o seu comportamento e, de
alguma forma, considera -se que os sujeitos não têm responsabilidade nos seus
comportamentos, estes que são determinados po r fenómenos que o mesmo não
controla

É determinado, o sujeito não tem controlo


sobre o comportamento, sendo este derivado de
vários fatores que o mesmo não pode alterar .

Três dimensões:

Absolutismo

Adotada pelo positivismo, na medida que aceita que o desvio é rea l. desvio é
algo intrinsecamente real. As pessoas desviantes teriam certas caracteristicas
que as distinguiriam das convencionais, biológicas ou psicológicas. Possui
qualidades que o distinguem convencionalmente. O CD como atributo inerente
ao individuo. Individuos desviantes possuiriam traços biológicos ou
psicológicos que os distinguiriam dos outros. Evoluiu para pers petivas que
passaram a dar importância a fatores sociais na determinação do estatuto
criminal de uma pessoa. Não partilham a ideia do poder de determinação dos
rótulos para a constituição da pessoa desviante . Foco de estudo no
comportamento desviante e nas pessoas desviantes

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objetivismo

O desvio é observável, dá para identificar claramente. O cd é como um objeto,


uma coisa real que pode ser estudada objetivamente. Defendem que se deve
ser tão objetivo a estudar o desvio como nas ciências exatas se estudam o
fenomeno físico. Focam-se na análise de estatísticas e relatórios oficiais,
relatórios clínicos, questionários de autorrelato acerca de comportamentos,
inquéritos de vitimação etc. Admitem que estes métodos não abrange m toda a
realidade desviante – muita que não chega a ser descoberta não faz parte
destas fontes – e que podem ser melhorados e refinados, mas consideram que
esta informação é útil para revelar, pelo menos, parte da realidade criminal e
para procurar as cau sas dos comportamentos desviantes.

determinismo

O desvio é um comportamento determinado por determinados fatores que o


sujeito de uma maneira não controla, como as condições socioeconómicas que
o sujeito desenvolveu ou caracteristicas psicológicas ou biológicas. O desvio
é determinado ou causado por forças que estão para além do controlo do
indivíduo. Inicialmente rejeitavam o livre arbítrio contrariava o determinismo
absoluto do comportamento por fatores biológicos ou mentais . O positivismo
tambem integra a possibilidade d e um sujeito racional poder ter uma liberdade
de ação do seu comportamento. No entanto, nunca explicam o cd pela escolha,
essa seria uma explicação desadequada, na medida em que pode servir para
explicar o comportamento oposto. Recusam a possibilidade do livre-arbítrio,
na medida em que aquele não consegue explicar .

Em suma, esta perspetiva positivista acredita que o desvio é absolutamente real,


havendo certas caracteristicas que o distinguem da norma. O memso é um objeto
observável, sendo a pessoa desviante vista como um objeto que pode ser estudado
objetivamente. E, ainda é determinado por forças que estão para além do controlo
do individuo.

Relativismo

Desvio como um rótulo. Falamos de Becker e do seu interacionismo simbólico.


O comportamento desviante não tem, por si só, nenhumas características
intrínsecas, a menos que se pense isso mesmo. As caraterísticas que
comummente se apontavam como intrínsecas a esse fenómeno não advêm do
comportamento em si, mas sim da projeção de algumas pessoas , ou seja, um ato
surge como desviante apenas porque algumas pessoas o vêm dessa maneira .
Sem rótulo não há desvio. Comportamento desviante c omo constructo mental
expresso sob a forma de um rótulo. Comportamento desviante como
socialmente construído, definido como tal pela sociedade. o foco está mais em
perceber se e porque é que um determinado ato é definido pela sociedade como
desviante. foco desvia-se então para o estudo de quem rotula os outros como
desviantes - natureza da rotulagem e suas consequências. Um comportamento é
definido como desviante relativamente a uma dada norma ou standard de
comportamento, isto é, em consequência à forma co mo as pessoas reagem a ele .
Se não for em relação à reação dos outros, um comportamento, em si mesmo,
não tem significado - Não é nem desviante, nem normativo.
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Subjetivismo

Desvio como uma experiência subjetiva. O suposto comportamento desviante é uma


experiência subjetiva e pessoal e o suposto indivíduo desviante é um sujeito
consciente, com sentimentos, pensamentos e reflexões . Para estes, existe uma
enorme diferença entre seres humanos (objetos ativos) e seres não humanos ou
coisas (objetos passivos). É adequado e útil que os cientistas naturais assumam a
natureza como um objeto e a estudem como tal; nas ciências sociais isto viola os
valores humanistas construtivistas. Existe uma defesa da valorização, dignidade e
liberdade das pessoas . Implica empatia com cada grupo de pessoas, experienciar o
que elas experienciam, ver as suas coisas e a sua realidade sob as grelhas de
referência delas. Defende-se a importância de perspetivar a realidade de dentro
enquanto participante, e não de fora enquanto espectador . Deve-se adotar a
perspetiva interna e subjetiva por oposição à externa e objetiva. Para os
construtivistas, os positivistas encarariam o desvio como um fenómeno imo ral,
desagradável e repulsivo que deveria ser controlado, corrigido ou eliminado.
Estudando-o nos seus aspetos externos, mantendo -se afastados do objeto de estudo .
Os desviantes e baseando -se numa série de ideias pré -concebidas para guiar o seu
estudo. Podem servir para controlar as pessoas e ‘eliminar’ o desvio, mas não dizem
nada acerca do que pensam os desviantes acerca de si, da sociedade e das suas
atividades rotineiras . Compreender as perspetivas pessoais dos desviantes . Desvio
como a etnografia, a ob servação participante, ou as entrevistas em profundidade -
Como resultado desta abordagem subjetiva e empática os construtivistas apresentam
uma imagem dos desviantes semelhante à das pessoas convencionais . Encarando o
desvio não como algo a erradicar, mas algo que faz parte da sociedade .

Voluntarismo

Desvio como um ato voluntário. A perspetiva construtivista defende a ideia de que o


comportamento desviante é um ato voluntário, uma expressão da vontade ou escolha
humana - Não no sentido moral ou crítico, mas por oposição a uma perspetiva
desumanizada da pessoa, em que esta se assemel haria a uma máquina sem sentido
nem propósito que se limitaria a reagir ao seu ambiente , como na perspetiva
positivista. - Para os construtivistas as pessoas determinam o seu próprio
comportamento, porque têm livre-arbítrio e capacidade de escolher e de to mar
decisões. Analisam como as agências de controlo social definem algumas pessoas
como sendo desviantes e lhes aplicam sanções . Estas análises revelam
frequentemente o caráter arbitrário das ações oficiais, os enviesamentos da
administração da lei e a inj ustiça do controlo dos desviantes , revelando a impressão
destes agentes de controlo, em posições de poder, exercerem a sua livre vontade de
ativa, intencional e propositalment e controlar os ‘desviantes’. Analisam as pessoas
que foram rotuladas de desviante s. A sua abordagem não é a de passar uma imagem
passiva, sem sentido e negativa de quem é ‘desviante’, mas a de complexificar esta
imagem, descrevendo estas pessoas como alguém que procura ativamente
significados positivos na prática de atos desviantes. Ab ordagem não causal,
descritiva ou analítica, que procura aceder ao mundo experiencial e subjetivo da
desviância.

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Portanto, a perspetiva construtivista defende que o desvio é um rótulo, é uma


experiência subjetiva e, portanto, deve ser estudado com subjetividade e empatia .
O comportamento, nesta perspetiva, é um ato voluntário.

A combinação das duas permite uma imagem mais completa, sendo que em muitos
aspetos as duas não são tão contraditórias quanto podem parecer, diferem em
grande parte, na ênfase colocada. As combinações das diferenças permitem olhar
para o CD de uma forma global. Acaba se por aceitar os argumentos uma d a outra.
Temos de tomar opções que têm de ser enquadradas teoricamente para estudarmos o
nosso fenómeno. O comportamento desviante é um ato real, mas poderá ser entendido
como um rótulo, um não existe sem o outro, não é possível haver um CD se não haver
um comportamento real, tem de haver um comportamento para que haja um rótulo e se
não há rótulo não há comportamento desviante.
Apesar de se complementarem, as d uas perspetivas não são igualmente aplicáveis a todos
os tipos de comportamento desviante.

Relevante para os estudos da sociedade, uma vez que, considera tipos mais graves de
P comportamentos desviantes, como:

o • Homicidio;
• Violação;
s • Assalto à mão armada
i Adequa-se por 3 razões:

t 1.| Estes tipos de comportamento desviante, que geralmente entram nas estatísticas
oficiais analisadas pelos positivistas, podem ser definidos como realmente desviantes. Convocam
i um relativo consenso da opinião pública quanto às suas características desviantes, e
v consequentemente distinguem-se mais facilmente do comportamento normativo ;

2.| As pessoas que cometem estes tipos de comportamento desviante mais graves, são
i
pessoas relativamente às quais os positivistas que as estudam se identificam pouco ou nada,
s permitindo-lhes uma relativa objetividade e um distanciamento, sem empatizarem com eles ou
romantizarem o seu comportamento ;
m
3.| Uma vez que os positivistas são capazes de se distanciarem das pessoas que cometem
o estes atos, é expectável que as estudem como se fossem objetos passivos, procurando as causas
dos comportamentos em vez de procurarem compreender a ocorrência da sua livre determinação .
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Perspetiva construtivista é mais pertinente para estudar os atos desviantes menos graves,
particularmente aqueles que supostamente não causam dano grave nos outros , como: C

• Prostituição; o
• Uso de drogas; n
• Evasão Fiscal
s
Adequa-se por três razões:
t
1.| relativa falta de consenso na sociedade quanto a estes atos serem efetivamente
desviantes. Alguns grupos da sociedade podem rotulá -los de desviantes enquanto outros não. r
Assim, faz sentido que os construtivistas defendam que o comportamento desviante é basicamente
uma questão de rotulagem. u
2.| desviantes são considerados pela socie dade como menos perigosos do que os criminosos t
tipicamente estudados pelos positivistas. Trata -se também de atos relativamente aos quais os
construtivistas não sentem a ausência de identificação que os atos mais graves evocam, e
i
considerar a sua perspetiva particularmente útil para entender o desvio ; v
3.| os construtivistas consideram -nos sujeitos ativos e enfatizando a natureza voluntária e i
de livre determinação da experiência desviante.
s
m
o

Os tipos de comportamento desviantes diferem na quantidade ou grau de consenso


publico que evocam . Podemos integrar as duas perspetivas para definir o
comportamento desviante tendo como referencial o consenso público:
• Alto consenso público – ato intrinsecamente real – positivismo –
• Baixo consenso público – ato não real em si mesmo, mas basicamente um
rótulo – construtivismo

Perspetiva Integrada

Comportamento desviante é qualquer comportamento considerado desviante pelo


consenso da opinião pública, consenso esse que pode variar entre máximo a
mínimo.

Comportamento desviante não deve ser visto como uma entidade que se distingue
claramente e absolutamente do comportamento normativo mas sim como um ato
localizado num determinado sítio de um contínuo entre total conformidade num
extremo, e total desviância no outro.

Comportamento Desviante

Comportamento desviante significa, na verdade, ser mais ou menos, e não


completamente, desviante. Trata -se mais de uma questão de grau do que de tipo e
por isso pode-se classificar o comportamento desviante em 2 tipos, um mais
desviante do que o outro:
• Desvio de alto consenso – positivismo
• Desvio de baixo consenso – construtivismo

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Estudar o desvio não significa estudar, necessariamente o crime. Estudar o desvio


inclui o crime, contudo, lida também com fenómenos que não são crime.

Desvio Crime
Implica a violação de uma regra ou Implica, SEMPRE, a violação de uma
norma lei
Violação de uma norma informal, que Violação de uma norma formal
advém de uma crença
Está sujeito à critica, condenação ou Sujeito às punições dos agentes de
rejeição por parte dos agentes controlo
informais de controlo, como familiares,
amigos, vizinhos ou grupos de pares
Maior variedade Menor variedade
Inclui muito mais do que Tem uma única natureza
comportamentos comportamental
Homicidio, violação ou roubos, para Outros crimes, não são desviantes,
além de crimes são comportamentos porque contam com uma relativa
desviantes, visto que tambem violam aceitação pela sociedade, sendo,
normas informais portanto, comportamentos normativos

Surge a Escola Positivista Italiana. Com ela nasceu a criminologia científica como
disciplina contruída segundo os métodos e os instrumentos das "verdadeiras"
ciencias.
Em filosofia, é a doutrina defendida por Comte que preconiza fundar o
conhecimento a partir da experiência e observação. Um conhecimento ao serviço de
reforma social e política.
Falamos do saber do comportamento humano, nomeadamente no que toca ao desvio
e ao crime, é um saber no qual importa os métodos das ciencias naturais e extas
para aplicação o conhecimento nessa area. Recorre-se à metodologia que procura
observar o objeto em si, que deve ser de scrito e caracterizado atraves de um
método de analise e de explicação dos comportamentos.
No século XIX, o alienado era aquele que tinha um comportamento em não
conformidade com a norma. Este era colocado em asilos onde estavam delinquentes
ou pessoas consideradas loucas.
Os estudos começam por te ntar perceber a loucura, o comportamento desviante que
violava a norma instruída.
Aqui surge o doente mental, este conceito vem substituir o louco. Aqui, os
individuos era sujeito a tratamentos acerosos, no qual, tentavam curar a loucura
atraves de intervenções físicas.
Falamos do nascimento simultâneo entre os saberes sobre o louco e o criminoso.
São figuras que progressivamente tomam forma, agora com mais nitidez face ao
que era a imagem confusa e heterogénea da desrazão e da desordem, considerados
comportamentos onde a razão estav a ausente, onde as pessoas loucas não

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entendidas e considerava -se que havia na pessoa algo que provocava a ausência da
razão. Começa -se a superar o quadro tradicional da representação mitológica,
religiosa e supersticiosa sobre a loucura.

Tuke

Cria um hospital para pessoas com alguma doença mental. O seu trabalho baseava-se em
inserir os loucos num ambiente estruturado, onde domina a relação entre o médico e o
doente, que permitia aos pacientes uma vida em comunidade, participando na atividade do
quotidiano – The Moral Retreatment

Pinel

Defende uma ciência que tenha como objeto a alienação mental, que deve ser vista na sua
complexidade. Defende que era necessário descrever e examinar com rigor, os registos dos
estados do alienado, para tal usava um método que não se baseie só no empirismo (critica a
Tuke), mas deve avançar para categorias de alienação, sempre numa comparaçã o com o
quadro de reflexão referente à psicologia dita normal. Pinel cria o conceito de mania, esta
sem delírio não existe qualquer alteração sensível das funções do entendimento, da perceção
do julgamento, da memoria, da imaginação. É o estado cujas causas não são consideradas as
caracteristicas físicas. Não é uma lesão cerebral que conduz a esta condição, mas sim uma
afeção propriamente moral que espoleta o fenómeno patológico visível. Portanto, o conceito
de mania veio substituir o conceito de doença mental. Destingiu doenças por excesso, a
mania e a melancolia, de doenças por defeito, a demência e a idiotice. Opunha a mania ou
delírio generalizado à melancolia ou delírio parcial.

Esquirol

Vem adicionar o conceito de monomania, que é um prolongamento das paixões do homem,


onde o delírio, quando surge é exclusivo, fixo e permanente. E distingue a monomania
homicida, cleptomania e piromania. O diagnostico clínico parte da análise do caso
individual, onde devem ser procuradas as verdadeiras causas do ato atribuídas e
predisposições pessoais como tambem a questões como querela s familiares ou amores
contrariados.

O tratamento moral é um tratamento que deve ser fundado no controlo social.


Surgem os médicos alienistas que começam a explorar esse conhecimento e a aplicá-
lo e nos hospitais que pretendem curar essas doenças. Zona de Poder, quer no asilo,
quer no Tribunal através das perícias médico-legais. Confrontando o senso comum do
poder judiciário, que até aí decidia da responsabilidade ou irresponsabilidade penal
dos individuos, o poder medico insti tui-se, observa e procura a logica e a linguagem
inerente ao estado patológico, descreve e difere ncia, determina a condição e trata.
Este procedimento posto em prática na instituição asilares, será posteriormente
exportado para as instituições penitenciárias onde se começará, também aqui a
observar e a classificar os delito s, determinando o período e tipo de detenção de
acordo com o tipo de delinquente.

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Morel

Vai apresentar o tratado de degeneresc ência fisica que marcará a conceção do homem
atávico de Lombroso. Imputava o crime à degenerescência concebida como uma espécie de
inversão da seleção natural. Esta vai influenciar o trabalho de Lombroso, nomeadamente a
sua teoria do Homem Atávico. Critica o conceito d e monomania, defendo que existe uma
unidade substancial entre corpo e alma, que as faculdades humanas são unas e solidarias,
tanto no estado de razão como no estado de loucura, pelo que a alternância entre um e
outro não se verifica. As causas da loucura estavam no espírito e no corpo, nomeadamente a
influencia patogénica do ambiente. A zona de degenerescência provém do impacto que o
meio tem sobre o corpo e a mente e, é no fundo, o desvio primitivo ao homem medio ou
tipo normal potencialmente existente para o estado de uma sociedade em dado momento. A
noção de degenerescência provém deste impacto que o meio (físico ou social) tem sobre o
corpo e a mente e é, no fundo, o desvio a um tipo primitivo, ao homem médio ou tipo
normal potencialmente existente para o estado de uma sociedade em dado momento. A
este desvio doentio soma-se a transmissibilidade ou hereditariedade: quem carrega o
desvio vê-se progressivamente incapacitado de cumprir as suas funções e a gradual perda
de faculdades ameaçará os seus descendentes, ainda que nestes tome formas diferentes da
doença original do progenitor. A degenerescência de toda a espécie e, no final, se nada
for feito, a sua extinção. O objetivo maior de Morel era o de estabelecer uma nosografia
psiquiátrica fundada na etiologia natural dos transtornos. Procurava encontrar a u nidade
entre o quadro clínico, a evolução e a causa biológica de cada entidade diagnóstica;
distingue as “causas ocasionais” das “causas determinantes” de cada perturbação; a
degenerescência hereditária constituiria a causa mais importante das doenças
psiquiátricas e permitiria uma sistematização coerente e científica dos diagnósticos e
classificações. Para Morel: as degenerescências (no plural) assentam na conceção de que
a herança que se transmite através das gerações não se restringe ao plano biológico, mas
inclui dimensões morais e de comportamentos – virtuosos ou viciados. A
degenerescência poderia ser herdada ou adquirida; a influência concreta da família
sobre a criança desempenharia um papel central na instalação da degeneração no
indivíduo.

Efeito da Teoria da Degeneresc ência

Esta teoria permite à psiquiatria encontrar um sólido referencial sobre o qual


ancorar suas pretensões de pertencer à medicina de pleno direito  Morel
preocupou-se com era a terapêutica decorrente da teor ia da degenerescência, em
particular as ações sanitárias e higienistas a serem com o objetivo de impedir a
propagação das tendências degeneradas. Em diversos países foram desenvolvidos e
implementados programas de saúde pública com base nessa teoria.
A par da moral enquanto objeto de saber específico, saber esse que designa a
loucura, o corpo passa a ser objeto de minuciosas observações. Um saber que terá
como expoente máximo a Antropologia Criminal inaugurada por Lombroso e qu e,
para muitos, indica o nascimento da criminologia. Lombroso conhece a fisionomia
e a frenologia, e a obra de Darwin e de Morel .

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Lavater

Concebe o homem como reunida vida animal, intelectual e moral. Como tal, pode ser objeto
de uma ciência da superfície, fisionomia, que busca no corpo as, manifestações exteriores
das capacidades interiores do ser humano, os sinais visíveis das suas aptidões e funções.
Nesta lógica coloca-se a hipóteses de haver precisamente um corpo do Mal, do Vício e da
Imoralidade.

Gall

T o d a a f a cu l d ad e m en t a l te m u m t er r i tó rio . A fo rm a d o cr ân io é a im p re s s ão f ie l d a
composição cerebral; E existem ligações entre o cérebro e as faculdades psíquicas, pelo
que qualquer alteração da constituição orgânica corresponde a uma alteração da função
psíquica, tal sendo estável pela análise da morfologia craniana.

Lombroso

Concebe o homem como reino da vida animal, intelectual e moral. Como tal, pode ser objeto
de uma ciência da superfície, fisionomia, que busca no corpo as, manifestações exteriores
das capacidades interiores do ser humano, os sinais visíveis. As tendências criminais
poderiam ser descobertas através da observação de determinados traços físicos .
Existência de um tipo criminal, com traços característicos bem definidos, explicados por
causas antropológicas - Estigmas anatómicos, fisiológicos e funcionais . O criminoso
partilha com o selvagem um ponto intermédio ou atrasado da evolução, onde não se
reconhece o valor da vida em sociedade, em que o corpo e a moral não completaram a sua
evolução. Ver o delinquente é, portanto, ver uma humanidade que se manteve no estado de
selvajaria, num estado de atavismo . Parte dos fundamentos positivistas que impõem
“observação rigorosa e sistemática, a mensuração quase obsessiva de todo e qualquer
aspeto, a procura de leis causais, a acumulação de dados para que se encontrem as
regularidades entre os fenómenos. Descreve anomalias, particularidades ou assimetrias
antropomórficas dos delinquentes que encontra nas prisões. Lombroso inclui, desde a sua
primeira elaboração, o delinquente atávico, seguido dos criminosos por paixão, por
acidente, de situação ou por hábito e os epiléticos. tese central: - é a do atavismo: o
criminoso atávico, exteriormente reconhecível, corresponderia a um homem menos
civilizado que os seus contemporâneos, representando um enorme anacronismo (com
aparência semelhante a formas ancestrais de vida - O atavismo seria um sinal de
criminalidades inerentes – os criminosos seriam uma subespécie humana. Para Lombroso,
os traços caraterísticos da pessoa criminosa tinham origem na hereditariedade específica.
Procura sinais da degenerescência (atavismo): no corpo, na linguagem (uso excessivo do
calão e de vocábulos agressivos e violentos ), na escrita pesada e irregular e brusca, nas
tatuagens (ostensivas, conseguidas através da au to-inflição de dor e sinal de ausência de
sensibilidade) no psiquismo (ausência de sentimentos como a ética ou a presença de
outros, negativos, como a vaidade, a lascívia, a morbidez, o egoísmo, a cólera fácil, as
paixões selvagens). O atavismo podia ser identificado por determinadas caraterísticas
físicas mensuráveis (estigma): - Maxilar saliente, olhos caídos, orelhas grandes, narizes
torcidos e achatados, braços co mpridos relativamente aos membros inferiores, ombros
inclinados, cóccix semelhantes ao toco de uma cauda… - Apontava também um traço
psicológico essencial: - “atrofia de sentimentos morais de compaixão e de piedade, assim
como a ausência de escrúpulos e re morsos que fazem do delinquente um louco moral . A
constituição do delinquente como objeto de estudo segue o “impulso de formar uma
ciência nova e autónoma sobre esta realidade ontologicamente distinta: o homem
delinquente. Serão os discípulos de Lombroso, Ferri e Garofalo, que tomarão em mãos a
institucionalização desta nova ciência, através de publicações, da fundação de revistas
científicas e da sua divulgação em congressos.

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